Pscilogia do desenvolvimento 3-6 anos- Piaget

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INTRODUÇAO
 O presente trabalho foi desenvolvido para a disciplina de Psicologia do Desenvolvimento II do curso de Psicologia da Universidade de Passo Fundo e tem como tema abordado a segunda infância, período que se estende dos 3 aos 6 anos de idade. 
 Aqui será abordada a teoria Piagetiana do desenvolvimento humano, sendo o período que compreende a segunda infância classificado por ele como Pré-Operatório.
PERSPECTIVAS E ESTUDOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Tem-se inúmeras teorias acerca do desenvolvimento humano, cada uma dentro de suas perspectivas. 
· Teoria ambientalista: dos quais destacam-se Skinner e Watson que afirmam que nascemos como tábulas rasas, e vamos aprendendo através da repetição e reforço. 
· Teoria inatista de Chomsky, as crianças já nascem com tudo e o ambiente só vai ajudá-la a desenvolver e aperfeiçoar. 
· Teoria construcionista, que tem como grande estudioso Jean Piaget, na qual o desenvolvimento se dá através da interação entre o biológico e o meio. Aqui podemos destacar também Vygotsky, que em sua teoria sociointeracionista afirma que o desenvolvimento humano se dá através de trocas entre parceiros sociais por processos de mediação e interação.
· Teoria evolucionista, influenciada por Fodor e, 
· Teoria Psicanalítica. Destacam-se Freud, Klein, Winnicott e Erickson que procuram entender o desenvolvimento humano através de motivações conscientes e inconscientes desde o nascimento perpassando por todo o ciclo vital.
Teoria construcionista
Os primeiros anos de uma criança são muito importantes para seu desenvolvimento mental, físico e emocional desenvolvida pelo estudioso Jean Piaget. Ele trabalhou com a psicologia genética e afirmou que o sujeito aprende através de um processo interacionista, construindo e reconstruindo seu pensamento, uma relação entre o sujeito e objeto a ser conhecido. Isso se dá basicamente através da assimilação (processo pelo qual o indivíduo capta informações do meio) e da acomodação (processo em que as estruturas internas se adaptam as informações recolhidas) das estruturas. Piaget classifica o desenvolvimento humano em quatro períodos:
·         1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos)
·         2º período: Pré-operatório (2 a 7 anos)
·         3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)
·         4º período: Operações formais (11 ou 12 anos em diante)
Cada uma dessas fases apresenta características específicas e ocorrem em sequência, porém as idades podem variar de acordo com a quantidade de estímulos que são ofertados à criança. Sendo o objetivo deste trabalho a etapa de desenvolvimento dos 3 aos 6 anos, o foco será direcionado para o segundo período: o pré-operatório, onde a idade varia dos 2 aos 7 anos.
Para Piaget o que caracteriza a passagem do período sensório- motor para o pré-operatório é a emergência da linguagem, através da fala, desenhos e dramatizações. Dá-se início à capacidade que a criança vai adquirir para simbolizar. Tem- se também o entendimento de objetos no espaço, entendimento de causalidade, entendimento de identidades e categorização e o entendimento de números. 
Nessa fase (3-6 anos) as crianças têm um crescimento corporal muito rápido, tornando o seu corpo mais esguio. Tanto meninos quanto meninas crescem 5 a 7,6 cm durante a primeira infância e ganham 1,8 a 2,7 kg anualmente (PAPALIA, pág 237). Nesse período são comuns problemas com sono. Crianças mais pequenas dormem profundamente, por volta dos 5 anos, as crianças já não têm a necessidade do sono diurno e durante a noite dormem por cerca de 11 horas, pode ocorrer episódios de terror do sono e também de sonambulismo.
Começam a ter mais coordenação, fazendo significativos progressos nas habilidades motoras grossas, como correr, pular, escalar e saltitar, uma vez que seus músculos e ossos estão mais fortes, bem como sua capacidade pulmonar. O desenvolvimento das áreas sensoriais e motoras do córtex cerebral permite uma melhor coordenação entre aquilo que a criança quer fazer e aquilo que pode fazer (PAPALIA, pág 242). Posteriormente ao desenvolvimento das habilidades motoras grossas, surge as atividades motoras finas ou refinadas. Essas são necessárias para que a criança possa ter mais responsabilidades com o seu próprio cuidado, dentre algumas atividades podemos destacar: abotoar suas roupas, fazer desenhos mais elaborados, dar nós em cadarços, e a partir dos 3 anos de idade já demonstram preferência por uma das mãos. 
Com o amadurecimento as atividades motoras finas e da cognição, começam a ocorrer evoluções em seus desenhos. A primeira forma de expressão são as chamadas garatujas, que são puramente descargas motoras, em seguida tem-se desenhos com formas. Inicialmente a forma desenhada é o círculo, evoluindo para desenhos cada vez mais complexos. Essa evolução marca o desenvolvimento cognitivo e representacional da criança.
Nesta fase a criança é egocêntrica, ou seja, ela ainda não é capaz de perceber que existe um ponto de vista diferente do seu. A conservação também é um aspecto que causa confusão nas crianças, pois elas têm dificuldades de perceber que as coisas permanecem iguais se sua aparência for alterada. Falsas crenças e dissimulação também estão relacionadas ao egocentrismo que dá por volta dos 3 anos de idade. A partir dos 4 já entendem que pessoas podem assumir crenças diferentes e por volta dos 6 anos elas percebem que podem se ter interpretações diferentes da mesma coisa por duas pessoas. 
Uma característica muito interessante nessa fase, é o frequente uso do “porque”, pois para elas tudo precisa de uma explicação, uma razão para ser. O animismo também é uma forte característica desse período.
Piaget não atribuía às crianças dessa etapa a capacidade de teoria da mente, porém estudos recentes comprovam que os processos mentais de crianças de 2 a 5 anos de idade cresce drasticamente. O que comprovou isso foi o método de pesquisa menos abstrato daquele usado por Piaget. 
Entre três e cinco anos, as crianças passam a entender que o pensamento ocorre dentro da mente; que ela pode lidar com coisas reais ou imaginárias; que uma pessoa pode pensar em uma coisa enquanto faz ou olha para outra; que uma pessoa cujo olhos e ouvidos estão cobertos pode pensar em objetos; que alguém que parece pensativo provavelmente está pensando; e que pensar é diferente de ver, falar, tocar e saber. (PAPALIA, 2009 apud Flavel et al.,1195)
De acordo com a teoria de Piaget é entre os 5 e 6 anos que a criança começa a entender a diferença entre aquilo que parece ser e o que realmente é, porém, algumas pesquisas apontam que essa capacidade surja aos 4 anos. Quando são bebes, não sem a capacidade de distinguir entre eventos reais e coisas imaginadas, porém com o avanço da idade, por volta dos três anos já começam a desenvolver essa capacidade. Entendem por exemplo o jogo do faz de conta. Todas essas características citadas acima são relativas à teoria da mente. Ela se desenvolve de diferentes maneiras nas crianças, umas podem e desenvolvimento mais precoce de um aspecto, enquanto outra desenvolve outro aspecto. O apoio da família com brincadeiras e jogos facilita o desenvolvimento da teoria na mente da criança.
CONCLUSÃO
A partir dessas explanações fica claro a importância desse período na constituição do sujeito tanto em esfera psíquica quanto motora. Um período de grandes aquisições mentais e de desenvolvimento físico no qual a criança faz a aquisição da linguagem tanto verbal quanto escrita, podendo comunicar seus desejos e adquirindo a capacidade de simbolização, adquire mais independência ao caminhar e lançar mão do uso das fraldas. Uma das fases de maior importância para o ser humano.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
PAPALIA E. Diane; FELDMAN, Ruth Duskin. O desenvolvimento humano. 12ª edição-artmed. pdf
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS-IFCH
CURSO DE PSICOLOGIA
SEGUNDA INFÂNCIA
Nome: Elenice Deon
Professora: Helenita Ferrari
Disciplina: DesenvolvimentoII
Passo Fundo, novembro de 2017