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LIVRO - UNIDADE 03-1

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ESTUDOS 
SOCIOANTROPOLÓGICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Dra. Gisele Silva Lira de Resende 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDOS 
SOCIOANTROPOLÓGICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barra do Garças - MT 
UniCathedral 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autora 
Profa. Dra. Gisele Silva Lira de Resende 
 
 
 
Leitura Crítica e Sugestões 
Michele Salete Reis 
 
 
 
Revisão Gramatical do Texto 
Roziner Aparecida Guimarães Gonçalves 
 
 
 
Projeto Gráfico 
Atila Cezar Rodrigues Lima e Coelho 
Georgya Politowski Teixeira 
Matheus Antônio dos Santos Abreu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BARRA DO GARÇAS - MT 
JANEIRO 2018 
 
 
Copyright © by Faculdade Cathedral, 2018 
Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada, 
armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada, 
reproduzida por meios mecânicos ou outros quaisquer 
sem autorização prévia do(s) autor(es). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UniCathedral – Centro Universitário 
Av. Antônio Francisco Cortes, 2501 
Cidade Universitária - Barra do Garças / MT 
www.unicathedral.edu.br
 
R433e Resende, Gisele Silva Lira de 
 Estudos socioantropológicos / Gisele Silva Lira de Resende. 
 Barra do Garças: Faculdade Cathedral, 2018. 
 
 140 p. ; il. ; color. 
 ISBN: 978-85-54298-04-3 
 
 Conteúdo de disciplina EaD do Núcleo de Ensino a Distância 
 (NEaD) da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais Aplicadas do 
 Araguaia – Faculdade Cathedral. 
 
 
 1. Sociologia. 2. Antropologia. 3. Indivíduo. 4. Sociedade. I. Título. 
 II. Faculdade Cathedral. 
 
 
 CDU 316:572.02 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) – Catalogação na Fonte 
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Roberta M. M. Caetano – CRB-1/2914 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE III ..................................................................................................................................... 11 
Um pouco sobre viver em sociedade .................................................................................................... 11 
As relações sociais na vida cotidiana .................................................................................................. 12 
Processo de socialização ........................................................................................................................ 15 
A posição do homem na sociedade .................................................................................................... 17 
Instituições sociais .................................................................................................................................. 20 
Formação de Entidade Familiar .......................................................................................................... 20 
Multiplicidade na composição familiar .............................................................................................. 21 
Outras instituições sociais .................................................................................................................. 22 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
8 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autor(a) da Unidade 
Profa. Dra. Gisele Silva Lira de Resende 
 
 
 
Ao final da unidade, esperamos que você seja capaz de: 
 
 Reconhecer o ser humano como um ser social, que necessita do outro, bem como do grupo para 
se desenvolver de forma integral. 
 Compreender os processos que envolvem a socialização, bem como sua importância para a 
harmonia em sociedade; 
 Analisar as relações sociais que cercam a vida cotidiana; 
 Identificar os diferentes tipos de contato social; 
 Reconhecer a importância das diferentes instituições sociais que fazem parte do ciclo de 
socialização humana; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
UNIDADE III 
UM POUCO SOBRE 
VIVER EM SOCIEDADE 
 
Ao se falar em sociedade, está implícito 
um grupo de pessoas que convive e coopera 
entre si, que mantém uma relação social, 
com vistas à sua preservação, e à reprodução 
dos saberes apreendidos ao longo da vida, os 
quais são “produto da atividade consciente 
do pensamento, estabelece a natureza social 
do ser humano e o condiciona a sua história 
e a sua cultura” (FERREIRA, 2010, p. 17). 
Dessa forma, é possível às futuras gerações 
perpetuar costumes, crenças e valores, ou 
seja, compor sua produção cultural. 
O homem é efetivamente um ser social, 
que necessita do outro para viver; ou seja, 
não se concebe ao indivíduo uma vida solitária, sem contato com seus pares. Para tanto, ele se une a outras 
pessoas e, por meio de vínculos, divide aquilo que tem em comum, embora mantenha sua individualidade. 
Nessa perspectiva, a família possui elevado grau de importância, não só para a reprodução humana, 
mas também para a manutenção das tradições, da cultura, e para a composição de uma estrutura social. 
Mas qual o conceito de família? Entende-se por família pessoas que se unem, convivem em um mesmo 
ambiente, onde se desenvolvem, por meio das experiências vivenciadas, sem nenhuma obrigatoriedade de 
laços consanguíneos, pois “a afetividade se sobrepõe nessa relação, dando novo significado ao conceito de 
filiação, que, a partir de então, se desvencilha das certezas biológicas e se apoia no elemento afetivo” 
(RESENDE, 2012, p. 74). Como é possível observar, os membros que compõem uma família não necessitam 
ter uma relação biológica, mas, sim, ter como essência a afinidade, o afeto. Na pós-modernidade, muitos 
são os modelos de família, inclusive reconhecidos legalmente. 
Nesse aspecto, é importante sublinhar que a família é a primeira célula social, da qual o indivíduo faz 
parte, e é nela que ele aprende comportamentos adequados e necessários para a convivência 
social, tais como linguagem, padrões culturais, hábitos, regras de convivência. Entretanto, ao 
longo da vida, essa socialização é realizada, por meio de alguns processos específicos 
(associativo e dissociativo) e por outros agentes sociais. Portanto, o ser humano está 
constantemente exposto a inúmeras influências do ambiente, o que reforça a teoria de 
Vygotsky, quando em seus estudos aponta que o indivíduo é fruto do 
meio, onde se vive (VYGOTSKY, 1998). Nesse sentido, os 
processos sociais são inerentes a toda e qualquer sociedade. 
 
Bem, voltando à questão da convivência social, posterior à 
família, outros grupos são formados, com intenções diversas: 
grupo de pessoas que compactuam dos mesmos dogmas 
religiosos, do mesmo esporte, da mesma profissão etc. Esse 
convívio gera reciprocidade e promove a evolução social; esta é 
uma das grandes marcas da humanidade. Aliás, a era da 
globalização, na qual o mundo está cada vez mais informatizado, muito contribui para que 
as marcas históricas da humanidade sejam registradas o que, consequentemente, viabiliza a compreensão 
Figura 1
 
 
12 
 
dos processos sociais construídos ao longo dos tempos. 
 
AS RELAÇÕES SOCIAIS NA VIDA COTIDIANA 
A sociedade como um organismo vivo e organizado, a fim de manter a harmonia entre aqueles que a 
compõem, idealizou algumas normas, mantendo, assim, saudável as relações sociais. Entende-se por 
relações sociais, no campo sociológico, os vínculos que o indivíduo mantém com os diferentes grupos 
(familiar, religioso, profissional etc.). Esse processo, em que está imbuída a socialização, inicia-se a partir do 
contato social, que viabiliza as relações sociais. 
É dividido em primário, aquele que ocorre entre familiares ou no ambiente escolar, há maior 
intimidade. E secundário,decorrente da aproximação impessoal e superficial com alguém, como é o caso 
do contato entre o guarda de trânsito e o motorista, a recepcionista de um balcão de informação e o 
cliente daquele local etc. Além disso, o contato social pode ser direto, resultante do contato físico, e 
indireto, quando ocorre por meio de livros, telefone, redes sociais etc. 
Não há como falar em contato social sem mencionar o isolamento social, que é a contraposição dessa 
conexão com alguém ou com algo, ou seja, é a falta total ou parcial de contato social. O isolamento social 
pressupõe falta de comunicação com a sociedade e, na contemporaneidade, é fato raro algum grupo 
manter isolamento pleno, nenhum tipo de comunicação com outros indivíduos. 
O que se constata hoje é um isolamento social relativo, por exemplo, no caso de comunidades 
afastadas, que possuem pouco contato com outras pessoas; mulheres que vivem afastadas da sociedade, 
que tem o direito à convivência social, como é o caso das que vivem em locais, como no Oriente Médio, 
com regras extremamente rigorosas; ou aqueles que são presos, em virtude de crime. Enfim, todos esses 
tipos não se constituem em isolamento totalmente. Submeter um indivíduo já socializado a um isolamento 
social pleno, poderá fazer com que ele sofra desajustes mentais, ou seja, pode levar o ser humano à 
loucura. Já se um indivíduo ficar sem se comunicar com outras pessoas, durante toda a sua vida, poderá 
adotar um comportamento totalmente instintivo, assim como os animais, e sua tipologia física poderá 
sofrer modificações. 
 
 
Você sabia que em algumas culturas é comum abandonar crianças na natureza? 
 
Veja aqui o caso do jovem Lekha. 
http://www.jornalciencia.com/conheca-a-historia-arrepiante-do-menino-lobo-da-russia/ 
 
 
A sociedade, a partir de sua evolução, em todos os aspectos, buscou preservar a individualidade, sem, 
entretanto, ferir a dignidade do indivíduo. Para tanto, instituiu algumas convenções para balizarem as 
relações sociais. 
Desde os tempos mais remotos, 1700 a.C, o Código de Hamurabi já trazia determinações para os 
diferentes comportamentos, principalmente quando inadequados àquele momento. Claro, que atualmente 
já não se concebe atos repressivos truculentos, como os que se configuravam na Lei de Talião; contudo até 
hoje se ouve a máxima “olho por olho, dente por dente”. Imagine se este código vigorasse. A sociedade 
seria, totalmente, selvagem e primitiva. Hoje, na sociedade brasileira, não se pode fazer justiça com as 
 
 
13 
 
próprias mãos, tampouco, segregar grupos, por razões étnicas, sociais, físicas, culturais etc., pois há de se 
preservar a dignidade da pessoa humana. 
 
 
Só para você ter ideia, o Código de Hamurábi trazia em um dos seus artigos que “se alguém arranca o 
olho a um outro, se lhe deverá arrancar o olho”. 
 
Veja outras situações presentes nesse código. 
http://www.cpihts.com/PDF/Código hamurabi.pdf 
 
 
As correntes sociológicas clássicas, como foi discutido em unidade anterior, já afirmavam, 
categoricamente, que a sociedade, por meio dos seus grupos sociais, exerce um poder de coercitividade 
sobre o indivíduo. Isso impede que se tome atitudes impensadas que podem ter consequências prejudiciais 
à vida futura. 
Um bom exemplo disso é relacionado à vida profissional. Ao escolher uma profissão, automaticamente, 
já tem predeterminado um comportamento, já idealizado para aquela função. É muito comum ouvir a 
seguinte frase: “ninguém tem nada a ver com sua vida, nenhuma pessoa paga suas contas e, portanto, não 
deve satisfação a nada”. Isso não é uma verdade, pois, ao não agir como se espera, o indivíduo pode sofrer 
algum tipo de represália. 
 
 
 
Pense bem: Se um (a) dentista, um (a) médico (a), um (a) secretário (a), um (a) contador (a), um 
(a) professor (a)de universidade, for para o ambiente de trabalho, apenas, vestido (a) com trajes de banho, 
seguramente isso causaria estranheza e julgamentos, por parte das outras pessoas. Outro exemplo, uma 
pessoa aparecer, nas redes sociais, sempre embriagada, ofendendo as pessoas; possivelmente, se isso 
chegar ao conhecimento de seu empregador ou de seus clientes, pode haver consequências negativas, que 
vão desde uma reprimenda, perda de seu emprego, até exclusão do próprio meio. Outro exemplo: comer 
em um restaurante brasileiro utilizando as mãos. Seguramente, muitos olhares de reprovação seriam 
direcionados a essa pessoa. Obviamente, as situações variam de uma cultura para outra. 
 
 
Como se pode perceber, as convenções preconizadas pela sociedade exercem uma força muito grande 
sobre as atitudes do ser humano, pois, “embora haja escolhas pessoais de vida embutidas nessas 
interações, elas correspondem quase sempre a circunstancias sociais” (FERREIRA, 2010, p. 31). 
Nessa ótica, a conduta é determinada pelos valores sociais que fazem parte daquela sociedade. Esses 
valores se constituem em princípios e convicções que direcionam a conduta do indivíduo na coletividade; o 
objetivo maior é sempre a integração social. É importante frisar que esses valores sociais não são iguais em 
todas as culturas e variam de acordo com a evolução da sociedade. Isso é muito claro, quando algo é muito 
valorizado em uma cultura e em outra é desprezado. Por exemplo, no Brasil, não se aceita que um homem 
contraia casamento com várias mulheres, ao mesmo tempo. Já em alguns países do Oriente Médio, essa é 
uma prática esperada e recorrente, da mesma forma que, em alguns países da África, uma mulher pode ter 
vários esposos, num mesmo período. Isso pode causar estranheza, porque a cultura brasileira entende que 
a monogamia é condição essencial nos relacionamentos. 
 
 
14 
 
Na contemporaneidade, já não se utiliza o Código de Hamurabi, todavia, são instituídas outras formas 
para regular o comportamento social, como será analisado na 2ª parte desta unidade: são os chamados 
mecanismos de controle social. 
 
 
 
 
15 
 
PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO 
 
 
Entende-se por socialização o processo na qual o indivíduo sofre, e compreende uma gama de inter-
relações que acabam por formar a sociedade. Aqui se inicia o aprendizado que só finda quando o ser 
humano morre e que vai permitir a inserção do ser humano em outras células sociais. 
 
Esse processo ocorre ao longo da vida e é realizado por diferentes instituições em diferentes momentos, 
logo é possível dizer que o ser humano sofre inicialmente a socialização primária, ao nascer no seio 
familiar; secundária, na fase adulta; e terciária, na terceira idade. Em todas as fases, o objetivo maior é o 
ajustamento para melhor viver em sociedade. 
Os processos sociais associativos são aqueles em que o ser humano estabelece relações benéficas e 
favoráveis uns com os outros, ou seja, as pessoas, embora possuam suas peculiaridades, associam-se umas 
às outras por diferentes motivos. Dentre os elementos associativos, destacam-se a cooperação, a 
acomodação e a assimilação. 
 
 
16 
 
A cooperação, como processo social, é de suma importância para que a sociedade evolua (sob todas as 
perspectivas), se mantenha e se reproduza. Consiste na reciprocidade entre duas ou mais pessoas, de 
modo duradouro (ou não) com vistas a um objetivo comum. 
 
 
A cooperação pode ser: 
 
temporária. Os indivíduos se reúnem para a execução de uma tarefa durante um período 
determinado. Contínua - quando ocorre entre indivíduos ou grupo que, fixados em determinado 
local, necessitam sempre da colaboração uns dos outros. [...] 
direta. Os indivíduos ou grupos realizam, em conjunto, coisas semelhantes. Divide-se em: trabalho 
associado e trabalho suplementar, cuja característica principal é que os trabalhos diferentes visam a 
consecução de objetivos comuns. Indireta - é a realização de trabalhos diferentes. A cooperação 
surge, inevitavelmente, pelo fato de que nenhum indivíduo é autossuficiente, tendo de especializar-
se em determinado ramo [...]. 
(LAKATOS e MARCONNI, 1990, p.84, grifo do autor). 
 
 
Já acomodação é umprocesso que visa minimizar conflitos, envolve o indivíduo e modifica seu 
comportamento para evitar situações que causem mal-estar, mas não o seu modo de pensar; há, apenas, 
uma alteração externa e não interna. A acomodação pode se apresentar de diferentes formas: 
 
 
Coerção. Através da ameaça ou do uso da força, quando as partes envolvidas têm poderes desiguais; 
o mais forte domina a parte mais fraca. 
Compromisso. As partes, em luta, possuem igual poder e chegam à acomodação através de 
concessões mútuas 
Arbitragem. Neste caso, a acomodação e obtida por meio da atuação de um terceiro, que funciona 
como arbitro ou mediador. 
Tolerância. Constitui o grau mínimo de acomodação pois não significa necessariamente a solução das 
divergências, mas uma maneira de impedir o conflito manifesto. 
Conciliação. Forma consciente de acomodação; envolve mudança de sentimento com a diminuição 
da hostilidade; harmonização entre os antagonistas (LAKATOS e MARCONNI, 1990, p.84, grifo do 
autor). 
 
 
 
 
 
17 
 
E por último, o processo de assimilação que ocorre quando grupos distintos simpatizam e absorvem a 
cultura um do outro e passam a vivenciá-las. Há, aqui, uma transformação interna, na qual o indivíduo não 
só modifica o modo de pensar, mas também, em algumas situações, incorpora tal comportamento, em sua 
vida. Como exemplo, citam-se os hábitos alimentares, os religiosos ou o modo de vestir. Esse tipo de 
processo pode findar com situações conflituosas. 
Em relação aos processos sociais dissociativos, estes são evidenciados pelo antagonismo e 
concorrência: competição e conflito. 
A competição envolve uma disputa, a fim de atender a 
interesses próprios, requer interação, é universal, pois ocorre 
em toda e qualquer sociedade e se apresenta em maior ou 
menor grau, dependendo do que está envolvido. Nos tempos 
atuais, a própria globalização, e o capitalismo, acirrou o espírito 
competitivo, que se exibe, de modo negativo, em algumas 
ocasiões. Ademais, pode se revelar de modo imperceptível e sob 
o manto de algo inofensivo (disputa entre irmão pelo amor dos 
pais, entre os alunos para se obter a maior nota, entre religiosos 
etc.). A impessoalidade é fator presente e, muitas vezes, a falta 
de consideração e egoísmo, também; daí os ditos populares que 
bem expressam essa ideia: “amigos, amigos, negócios, à parte”; 
“as pessoas querem te ver bem, mas não melhores do que elas”; 
“a felicidade alheia incomoda”; e assim por diante. 
O Conflito, como processo social dissociativo, altera a relação 
entre os seres humanos, é decorrente de um estado de 
competição mais acentuado, e pode se apresentar de diferentes formas, inclusive de maneiras violentas, 
tais como conflitos armados, em virtude de guerras por questões religiosas, raciais, políticos, por posse de 
terras, dentre outras divergências. Predomina, nesses casos, o etnocentrismo. Além dessa forma, extrema, 
apresenta-se também, por meio de debates, processos judiciais, desavenças entre grupos rivais (futebol, 
gangues), rivalidade (em caso de concursos ou disputa amorosa). 
 
A POSIÇÃO DO HOMEM NA SOCIEDADE 
No campo sociológico, o processo de socialização ocorre em duas fases: em uma primeira instância, 
principalmente, na família e, em uma segunda instância, fora dela, por agentes como a escola, a religião, os 
amigos, o trabalho, a mídia e o próprio estado. Dessa forma, é possível dizer que esse processo é constante 
e denota a enorme capacidade de adaptação que possui o ser humano. Essa capacidade pode ser vista 
quando os comportamentos se modificam quando se está em diferentes espaços, ou quando, por exemplo 
a criança muda de escola, ou o adulto muda de emprego. Scott (2010) sentencia que 
 
Nas duas situações, muitas vezes, é necessário desconstruir os padrões anteriores para (re) construir 
novos padrões, que se adequam ao novo ambiente, às normas sociais e ao status social. 
O status corresponde aos atributos da posição que se ocupa dentro de um sistema social: estas 
particularidades podem variar de acordo com o papel que ocupa, gênero, raça, nível econômico, nível de 
escolarização, atividade profissional etc. O que se pode observar é que essas variantes, principalmente 
 
 
18 
 
essas últimas indicadas, podem promover uma situação de desigualdade. Todavia, todas as variantes 
implicam direitos e deveres. 
Por exemplo, o “status” de amigo de alguém; espera-se que você lhe seja honesto, respeitoso, solidário, 
educado, companheiro. No caso de genitores, estes possuem obrigações, inclusive legais, em relação ao 
filho, que vão desde a proteção, a educação formal, até o afeto e a própria socialização para que conviva, 
apropriadamente, em sociedade. Já um médico, pela força da profissão, também, deve ter uma conduta 
peculiar como, por exemplo, ser cordial e sensível à dor de seus pacientes, salvar vidas, independente do 
poder econômico que estes tenham. Não se espera, jamais, que este profissional omita o socorro por 
motivos financeiros. 
Não se pode confundir status social com classe social, nomenclatura proveniente do capitalismo. O 
primeiro determina a posição do sujeito; já esta última está relacionada, principalmente, ao poder de 
consumo e aos rendimentos econômicos de um grupo. 
Por exemplo, uma pessoa pode pertencer a uma classe 
e dentro dela ser conhecido por uma atividade que 
realiza ou pela influência sobre o grupo, como é o caso 
de um líder espiritual dentro de sua própria classe. 
 
As classes sociais variam de uma sociedade para 
outra. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE) categorizou as classes em letras (A, B. 
C, D e E), que pontuam as desigualdades existentes 
entre cada uma. Logo, uma classe só pode existir em 
função da outra. O que determina a classe D, por 
exemplo, é o nível econômico inferior, em relação a 
classe C. A estratificação social é um conceito 
sociológico que estuda as características dos grupos ou estratos, de acordo com sua organização 
hierárquica, dentre outras particularidades, e com a divisão existente entre uma classe e outra. Para 
Giddens (2012), 
 
Tanto a classe social como o status social, na sociedade brasileira, possuem elevado grau de 
dinamicidade. É importante dizer que esse status é modificado ao longo da vida e concerne (ou não) 
privilégios. Caracteriza-se como status atribuído “quando nascemos e recebemos o status de nossos pais 
[...]. Com o decorrer da vida, dependendo de nossas escolhas, de nossa dedicação, de nossas 
oportunidades podemos mudá-lo ou mantê-lo” (MARQUES, 2012, p. 79). Nesse caso, tem-se o status 
adquirido. A mesma lógica serve, também, à questão da classe social. 
Essa passagem de status atribuído à adquirido pode advir em razão dessas diferentes situações e 
permite ao sujeito sair de um status social ou de uma classe social para outra. Esse fenômeno denomina-se 
mobilidade social. Nas palavras de Giddens (2012), 
 
 
19 
 
 
Como é possível perceber, a mobilidade possibilita a ascensão social, em direção crescente ou 
decrescente e, ainda, pode ser constatada nas mudanças geográficas, de um bairro para outro, de uma 
cidade para outra. Como exemplo, de mobilidade em nível geográfico, pode ser indicado o caso de um 
estudante que saiu de sua cidade para cursar uma faculdade em outra. 
 
 
 
Vamos pensar 
Quantos de vocês são provenientes de outra cidade ou de outro estado? 
Quais suas expectativas em relação a sua profissão? 
Em que medida sua atividade profissional pode modificar o seu status e/ou classe social? 
 
 
Já como mobilidade vertical, esta pode ocorrer, por meio do status social: um profissional, ao concluir o 
Ensino Superior, foi promovido para um cargo, hierarquicamente, mas alto e, consequentemente, seu 
salário se tornou maior, o que lhe confere um poder maior de compra, ao mesmo tempo que pode exigir 
comportamento diferente de quando estava em cargo anterior. Nesse aspecto, a expansão do Ensino 
Superior no Brasil (e mundo) dinamizou a sociedade e oportunizou,em grande parte, a ascensão social. 
Observar a mobilidade social de uma sociedade é de suma importância, porque permite averiguar o 
grau de oportunidades oferecidas e, também, pode viabilizar a elaboração de políticas públicas, com vistas 
a minimizar a desigualdade social. 
Em síntese, para cada status que se ocupa na sociedade, há um comportamento já predeterminado, 
independente da classe a que se pertença. 
 
 
 
20 
 
INSTITUIÇÕES SOCIAIS 
FORMAÇÃO DE ENTIDADE FAMILIAR 
A sociedade se traduz numa teia de 
interações sociais dinâmicas, que solicitam de 
cada indivíduo atitudes que permitam manter 
uma convivência saudável, respeitando as 
peculiaridades de cada um, uma vez que os 
grupos trazem consigo diferentes hábitos e 
costumes. 
Para tanto, ela modifica o comportamento 
do indivíduo, observando algumas convenções 
fixadas pelas instituições. 
 
 
Instituições são sistemas de normas inter-relacionadas que têm raízes em valores 
compartilhados e se generalizam por uma sociedade ou grupo social particular, como suas 
formas comuns de agir, pensar e sentir. São profundamente entranhadas na vida social e 
geram práticas sociais recorrentes, por meio das quais se desenvolve grande parte da 
atividade social (SCOTT, 2010, p. 112). 
 
 
Fazem parte desse rol a família, a religião, a economia, o Estado etc., e trazem consigo concepções e 
regras que determinam a conduta humana. Toda instituição social possui em sua organização uma função, 
uma estrutura (física e humana), normas que regem seu funcionamento. Podem ser espontâneas ou 
criadas e, em cada caso, há uma função objetiva. Por exemplo, o Estado é uma instituição reguladora criada 
para administrar o todo, sob a perspectiva legal. Já a família é uma instituição espontânea, realiza a 
socialização primária, ajustando os seus ao meio social, provê as necessidades básicas etc. Claro que a 
forma como essas funções são apresentadas ao indivíduo variam a cada época, em virtude da evolução 
social. 
A família, por exemplo, célula inicial na vida do ser humano, vem se transformando ao longo dos 
tempos, haja vista que sua formação, na sociedade pós-moderna, apresenta características diferentes, 
“tendo em vista o momento histórico onde está inserida, devendo, para tanto, se adequar as mudanças 
externas e internas ocorridas no meio social” (MALUF, 2010, p. 44). 
Da mesma forma, o modo de se relacionar, também, foi alterado. O casamento já não é a única 
convenção social legitimada pelo Estado. A relação de convivência duradoura e pública, não documentada, 
entre duas pessoas, independente do sexo, é reconhecida como união estável e possui os mesmos direitos 
conferidos ao casamento. 
 
 
 
21 
 
Muitos são os fatores que contribuíram, na sociedade brasileira, para essas modificações: a economia, o 
respeito à diversidade, as necessidades sociais, dentre outras. Para melhor compreensão, faz-se necessário 
conhecer um pouco mais sobre o tema família. 
 
MULTIPLICIDADE NA COMPOSIÇÃO FAMILIAR 
O modelo de família nuclear sempre foi parâmetro ao se discutir o tema família. Todavia, as mudanças 
sociais ocorridas nos últimos trinta anos, em todos os segmentos, muito contribuíram não só para a 
ampliação conceitual do termo em si, mas, também, para o surgimento de novos arranjos familiares: 
família nuclear, família monoparental, família, homoafetiva, família ampliada, família reconstituída e 
família unipessoal. 
A família nuclear é aquela formada por um homem e uma mulher e filhos. Esse tipo de família é 
decorrente do regime patriarcal, na qual entendia o casamento, como forma de reprodução; o afeto não 
era levado em conta. Com a “evolução social e legislativa, [...] a mulher se tornou mais autônoma, o que 
permitiu, por sua vez, novos arranjos familiares” (RESENDE, 2012, p. 75). Hoje esse modelo de família 
ainda é presente, todavia, o objetivo maior dessa união está na afetividade, no desejo de construir uma 
vida ao lado dos que se ama. 
Já família monoparental é constituída ou só por uma mulher ou só por um homem, que em virtude da 
própria independência ou da dissolução do casamento mantém a família, sem a presença de outro par. 
Como vertente dessa modalidade há a “família unilinear, formada pela genitora e sua prole, oriunda das 
técnicas de reprodução assistida, em sua modalidade heteróloga. [...] O Conselho Federal de Medicina, 
prevê a possibilidade de mulheres solteira, independente de sua orientação sexual, terem acesso ás 
técnicas reprodutivas” (MALUF & MALUF, 2017, p. 30). 
Tendo o afeto como amálgama de uma união, há de se reconhecer a união de pessoas de sexo 
semelhante; aqui se coloca a família homoafetiva, que hoje, no Brasil, e em alguns países, tem sua relação 
reconhecida legalmente, inclusive, conferindo o direito à adoção. Essa modalidade é 
 
As transformações econômicas, como mencionado, também, muito contribuiu para o nascimento da 
família ampliada. Integram esse núcleo, pessoas de uma mesma família, com laços consanguíneos ou não 
(pais, tios, avós, filhos) e que convivem em um mesmo espaço. Possui legitimidade e se encontra de modo 
expresso, no Estatuto da Criança e do Adolescente o Estatuto da Criança e do Adolescente (Art. 25, §único), 
que indica que a família ampliada “se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, 
formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de 
afinidade e afetividade” (BRASIL, 1990). Esse tipo de arranjo é muito comum à sociedade brasileira, 
principalmente, tendo os avós como aqueles que exercem a função de educar e suprir o sustento da casa. 
Segundo o censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, essas 
famílias assim se organizam em virtude dos baixos rendimentos. 
 
 
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As famílias reconstituídas, como o próprio nome 
assinala, são provenientes de pessoas que dissolveram 
uma união e, posteriormente, formaram nova família com 
outras pessoas. Ambos podem trazer para essa relação, 
filhos do relacionamento anterior. 
Morar sozinho, muitas vezes, é uma decisão de ordem 
pessoal, ou uma forma de solucionar um problema. 
Observa-se que muitos jovens saem do seio familiar para 
trabalhar ou estudar em outras cidades e levam consigo 
as histórias de sua infância, de seus familiares. Assim, é a 
formação da família unipessoal: composta por um único 
indivíduo. Essa entidade familiar, já admitida pelo IBGE, 
possui todos os direitos preservados e acesso às políticas 
públicas, assim como as entidades familiares. 
Ao finalizar o tema família, é nítido que as bases 
afetivas foram condição ímpar para a pluralidade conceitual acerca dessa instituição, o que é consoante a 
uma sociedade democrática. 
 
OUTRAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS 
Escola 
Além da instituição família, que realiza a 
socialização informal, outras instituições, também 
muito significativas, fazem parte da vida dos grupos 
sociais: a escola é uma delas. 
É nesse espaço que se experimenta outras regras, a 
partir de outra hierarquia, que se aprende a se 
relacionar com pessoas de outras culturas etc., uma 
função, observando a ideologia contida naquela 
sociedade. Cabe a essa instituição formal passar às 
gerações a herança cultural, pois “cada sociedade 
possui um ideal de homem, cujas características intelectuais, físicas e morais norteiam a educação dessa 
sociedade. Assim, esta última perpetua essa homogeneidade de cidadãos, o que permite que ela exista” 
(SOUZA, 2016 p.17). 
O espaço escolar é considerado como local de aprendizado formal. Contudo, embora se utilize 
conteúdos curriculares, tais como, matemática, língua portuguesa etc., contribuindo, assim, para o avanço 
científico e tecnológico, de uma forma ou de outra, é instrumento de propagação ideológica, haja vista que 
“suscita e desenvolve, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela 
sociedade política no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente,se destina” 
(DURKHEIM, 1975, p. 41). 
Obviamente, que a educação preconizada por Durkheim era alicerçada, totalmente, em visão positivista. 
Já a educação idealizada no séc. XXI é aquela que possibilita não só a apreensão do conhecimento, mas, 
também, o exercício da criticidade e do pensamento autônomo, adjetivos necessários à sociedade 
globalizada e ao mundo do trabalho. 
Outro aspecto que não se pode deixar de sublinhar é que, no Brasil, de acordo com a pesquisa realizada 
pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2015), profissionais, que possuem 
Ensino Superior, recebem maiores salários dos que os que possuem apenas o Ensino Médio. Isso reforça a 
contribuição do processo educativo, formal, para a mobilidade social. 
 
 
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Religião 
A religiosidade é um fenômeno inerente a toda e qualquer sociedade, e se ocupa das necessidades 
espirituais dos seus membros. A instituição religiosa se constitui por meio de dogmas e possui normas, que 
podem ser, inclusive, muito severas, e que solicitam dos seus membros uma conduta adequada a elas. 
Essas condutas vão desde o modo de vestir até determinações mais separatistas, no que se refere ao 
gênero. A punição para o descumprimento dessas regras, nesse caso, pode chegar ao castigo físico. 
 
 
 
Na religião islâmica, as mulheres devem se vestir cobrindo todo o corpo, inclusive o rosto; 
utilizam a burca. Em alguns casos, são privadas de frequentar alguns espaços públicos e não 
possuem acesso à educação formal. 
Você já ouviu falar sobre o caso da menina Malala, ganhadora do Nobel da Paz? 
https://www.instagram.com/p/BfE_w69n2wi/ 
 
 
Como se pode observar, essa instituição exerce poder sobre o indivíduo, em maior ou menor grau, 
dependendo da sociedade em que se está inserido. Isso explica os conflitos e guerras religiosas, que têm, 
em sua essência, a postura etnocêntrica. Ao estudar a instituição religiosa, a sociologia busca uma análise 
de sua ideologia, dos seus costumes, do poder disciplinador e do impacto que causa à vida do indivíduo. É 
de suma importância frisar que, pela pluralidade cultural existente no mundo contemporâneo, é 
imprescindível que haja tolerância para com todas as religiões. Isso não implica concordância total com os 
aspectos defendidos pelas diferentes crenças, mas, sim, respeito; o que pode minimizar os conflitos que 
podem conduzir à dilaceração de um grupo social. 
 
Política 
A instituição social, concernente à política, é 
formada por três unidades: Estado, governo e nação. 
O Estado exerce grande poder sobre uma nação 
(pessoas que possuem costumes, hábitos etc.) dentro 
de um território demarcado, por meio de um 
governo, que pode existir em regime de república ou 
de monarquia. Por exemplo, no Brasil, País 
republicano, esse poder é representado pelos três 
poderes: legislativo, executivo e judiciário, sendo o 
presidente da república a autoridade maior do País. Já 
na Inglaterra, País onde predomina a monarquia, tem 
a rainha como chefe de estado e como chefe de 
governo o primeiro ministro. 
Salienta-se que, em algumas sociedades, como as indígenas, africanas, dentre outras, não possuem 
Estado, todavia possuem uma forma de serem governadas por autoridades reconhecidas pelo próprio 
grupo social, as quais objetivam manter a ordem e as relações sociais. 
Cabe dizer, ainda, que a nação é uma comunidade imaginada, como afirma Scott, e que “em termos 
simples, enquanto Estado se refere ao domínio político-constitucional que vincula as pessoas a ele como 
 
 
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‘cidadãos’, a nação é um conceito essencialmente cultural, uma solidariedade – o que implica que seus 
membros têm mais coisas em comum do que motivos de divisão”. (SCOTT, 2010, p. 139). Marx entendia o 
Estado como aquele que representa a burguesia, como a classe dominante e que mantém o capitalismo. 
Posteriormente, Gramsci, Althusser desenvolveram esse conceito de modo mais amplo. Já Weber, não 
muito diferente, concebe o Estado como dominador, que legitima, inclusive a violência física, sob a 
justificativa de manter a ordem e o bem-estar social. 
 
Economia 
As instituições econômicas são aquelas responsáveis em gerir o capital e são integradas por entidades 
financeiras, industrias, empresas etc. Estão intimamente 
ligadas à produção de bens, à sua distribuição, à 
circulação na sociedade e ao incentivo do consumo, ou 
seja, à atividade econômica. Nelas estão imbuídas 
normas compartilhadas que direcionam a forma de viver 
dos diferentes grupos sociais, pois essas organizações só 
se realizam, a partir das pessoas que dela fazem parte: 
empregadores, empregados, fornecedores, 
consumidores etc. Nesse ciclo subsiste uma 
interdependência. 
Para Marx, eram representadas pela infraestrutura e influenciavam não só o Estado, mas todo o seu 
aparelho ideológico: família, educação etc. 
No mundo contemporâneo, tais instituições se dividem em setor púbico, gerido pelo Estado; e setor 
privado, representado por empresas privadas, e, embora não sejam controladas pelo Estado, estão de 
alguma forma submetidas a ele, por meio de legislação específica. De qualquer forma, as instituições 
econômicas são essenciais para o desenvolvimento econômico de um país. 
Em síntese, como se pode constatar, ao se discutir sobre instituições sociais, independente da forma 
como se apresenta, o controle social é sempre presente e se manifesta de diferentes formas, como será 
abordado a seguir. 
 
Instituições e controle 
Todas as instituições debatidas, anteriormente, trazem em sua organização meios não só para colocar o 
indivíduo em determinada posição, mas também para que ele tenha conduta adequada. 
 Essas normas trazem em seu escopo preceitos que exercem uma função coercitiva e exterior sobre o 
indivíduo e tem em vista, harmonizar e preservar as relações sociais, os costumes, as tradições. Para tanto, 
utilizam-se de mecanismos de controle social, que prevê penalidade, quando os comportamentos não 
estão em conformidade com aquilo que já está estabelecido, durante o processo de socialização, pelas 
instituições que estão mais próximas do indivíduo: a família, a escola e a religião. Entretanto, as referidas 
instituições, principalmente a escola e a família, sofrem influência do Estado, por meio da política, 
economia etc. Logo, existe todo um contexto social, político e econômico que regula a atuação daqueles 
que, inicialmente, são incumbidos de socializar. 
Nesse processo, o que se espera é que os sujeitos da socialização exerçam sua função de acordo com o 
que é esperado e determinado pelas diferentes instituições sociais, por meio de suas normas. 
Entende-se como papel social comportamentos e atitudes que devem ser desempenhados pelas 
pessoas, de acordo com sua idade, profissão, classe social, religião etc. e que são essenciais para as 
relações sociais. Cada grupo, com o qual o ser humano se relaciona, é orientado por convenções, por 
regras, que podem ser mais ou menos severas, e que definem o papel a ser desempenhado dentro do meio 
no qual está inserido. Obviamente, que tais regras são dinâmicas e sofrem mutações, de acordo com a 
evolução da sociedade. 
 
 
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Vamos falar do papel social que a mulher brasileira exerce, hoje, na sociedade. Atualmente, é 
muito comum ter mulheres que sustentam sua família ou que dividem as despesas com seus 
companheiros. Tal atitude era impensável anos atrás, porque se entendia que o homem era o 
provedor e cabia à mulher ficar em casa cuidando dos filhos e dos afazeres domésticos. 
 
 
Outro ponto, também, muito importante é que “os indivíduos raramente ocupam um único papel e 
outros dilemas do comportamento orientado para o papel podem resultar das contradições entre as 
expectativas impostas por seus diferentes papéis” (SCOTT, 2010, p. 149). É a identidade que cada um 
assume, nas diferentes situações cotidiana, que vem impregnada de adjetivos e compõe a construção de 
uma imagem. Essa identidade pode ser caracterizada: individual, como apessoa é e suas características; e 
social, que busca com determinado grupo, na qual se tem afinidades e se mantém um vínculo. Por 
exemplo, Maria, a empresária (identidade social), é uma filha amorosa (identidade individual). 
Uma mesma pessoa pode exercer diferentes papéis sociais, em diferentes contextos ou em instituições 
que exigem condutas diferentes e, em muitos casos, até contraditórias. Um professor, ao mesmo tempo 
em que está à frente da aprendizagem do aluno, em 
uma sala de aula de Ensino Superior, pode, em outro 
momento, ser acadêmico, na mesma instituição. 
Embora esse professor componha o quadro docente 
da instituição e, portanto, cumpra algumas normas e 
apresente comportamento, adequado à sua profissão, 
ao se sentar nos bancos da academia, é um aluno e, 
como tal, deve atender a exigências distintas e ter um 
comportamento pertinente a esse papel social. 
“Portanto, cada um de nós é um grande número de 
pessoas, cada uma associada a uma posição de status” 
(CHARON e VIGILANTE, 2013 p. 76). Caso isso não 
ocorra, poderá ser dito que essa pessoa não teve um padrão social esperado, agiu de modo inconveniente 
ou apresentou um desvio social. 
Destaca-se que o desvio social não é necessariamente um crime, previsto na legislação pertinente, mas 
um comportamento inadequado à situação e que pode sofrer penalidades por isso. “Esse termo na verdade 
é empregado pelos sociólogos para indicar essa ação que a sociedade e seus defensores consideram fora 
dos limites do aceitável. Na verdade, o desvio é criado pela sociedade, por suas reações a determinadas 
ações, e não por aquele que age. “São as regras e diretrizes da sociedade que criam os limites entre o que é 
e o que não é desviante” (CHARON e VIGILANTE, 2013 p. 179). As penalidades se configuraram desde 
olhares de reprovação, deboches, exclusão forçada de determinados locais, multas, até medidas mais 
drásticas, como é o caso de prisão, quando o indivíduo comete um crime ou ato infracional. 
Uma das causas que podem corroborar para o desvio é uma socialização deficiente, aprovação de 
atitudes inapropriadas, pelo meio social, normas frágeis, sensação de impunidade, ou execução inadequada 
da aplicação das sanções. 
Esses desvios de comportamento, muitas vezes, são mais acentuados pela desigualdade social, 
elemento presente no mundo capitalista. 
A desigualdade social é caracterizada por desequilíbrio econômico nas diferentes classes sociais, bem 
como pelo acesso que se tem à Educação, aos bens culturais e ao próprio consumo, tão valorizado, na 
sociedade contemporânea. 
 
 
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Bom, até aqui foram discutidos alguns conceitos fundamentais para a compreensão da sociedade, não 
só para os estudiosos da Sociologia, mas também para todos aqueles que buscam entender o contexto no 
qual está inserido. 
 
 
 
 
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