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SUMULAS - TRIBUTARIO

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SÚMULAS / INFORMATIVOS / LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Súmula Vinculante n. 19 
Aborda a taxa de coleta de lixo residencial/domiciliar, declarada constitucional pelo Supremo, pois além de ser um serviço específico prestado de forma singular com objeto delimitado, também é um serviço público em que um ente federativo – União, estado, DF ou município – sabe para quem o presta, possibilitando a adequada divisão de sua cobrança. 
Consta no Art. 145, inciso II, da Constituição Federal; nos arts. 77 e 79 do CTN e na Súmula Vinculante n. 19. 
A prestação do serviço deve ser específica e divisível, e a sua utilização efetiva ou poten- cial. Efetiva, pois todo cidadão produz lixo, logo é justo que pague pela coleta; e potencial, pois ainda que não faça uso do serviço, o pagamento o deixa potencialmente à sua disposição. 
Súmula Vinculante n. 21 somada à Súmula n. 373 do STJ, assim como à Súmula n. 28 
O depósito do montante integral em dinheiro, previsto no art. 151, inciso II, do CTN, sus- pende a exigibilidade do crédito, gerando uma certidão positiva com efeito de negativa, de acordo com o art. 206 do CTN. 
De acordo com a Súmula Vinculante n. 21, o depósito do montante integral em dinheiro não é mais requisito de admissibilidade de processos administrativos. Já a Súmula Vinculante n. 28 estabelece que o depósito do montante integral em dinheiro não é mais requisito de admissibilidade de ações judiciais. No passado, o ingresso de ações judiciais ou de processos administrativos no Judiciário estava condicionado ao depósito prévio para admissão da ação. 
Condicionar o exame de um processo administrativo ou judicial ao depósito do montante integral e prévio viola o princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário, previsto no art. 5o, inciso XXXV, da Constituição Federal, segundo o qual nenhuma lesão ou ameaça de lesão será excluída da apreciação do Judiciário. Por isso, hoje é possível ingressar no Judiciário sem necessidade de depósitos. 
No entanto, a Súmula Vinculante n. 28 não se aplica à ação de consignação e paga- mento, pois, segundo o art. 542, do inciso I do CPC, é da essência de tal ação a realização de depósitos no prazo de cinco dias. 
A Súmula Vinculante n. 28 também não é aplicável em casos de ação de embargos à execução fiscal, pois a condição para embargos no Tributário, de acordo com o art. 16, § 1o, da Lei n. 6.830/1980, é a garantia do juízo, que ocorre por meio de depósitos espontâneos por parte do contribuinte, do Sisbajud, do fisco determinado pelo magistrado, de fiança bancária, de contrato-seguro ou de nomeação de bens à penhora. 
Súmula Vinculante n. 29 
Não há tipificação de crime contra a ordem tributária antes do lançamento ou constituição do crédito. 
A constituição definitiva do crédito só acontece após o lançamento e término do prazo do pagamento. Antes do lançamento definitivo, há o período de trinta dias para que ocorra a efetivação do pagamento, após o qual começa a correr o prazo de prescrição, uma vez que o crédito está constituído de maneira definitiva. Assim, só há crime contra a ordem tributária após a constituição definitiva do crédito. 
Súmula Vinculante n. 29 
É constitucional a cobrança de taxa com fato gerador assemelhado ao de um imposto, desde que não haja integral identidade. 
A Súmula Vinculante n. 29 aborda o instituto do bis in idem, segundo o qual não pode haver: dois impostos ou duas taxas com fato gerador ou base de cálculo iguais; uma taxa com fato gerador ou base de cálculo idênticos ao de um imposto; ou duas contribuições para seguridade com fato gerador ou base de cálculos idênticos. 
Casos de bis in idem – Regra vedada: 
· Imposto x Imposto, como estabelecido pelo art. 154, inciso I, da Constituição Federal; 
· Taxa x Taxa, como dispõem o art. 145, § 2o, da Constituição Federal; o parágrafo único 
do art. 77 do CTN; a Súmula n. 595 do STF; e a Súmula Vinculante n. 29; 
· Taxa x Imposto, tratado pelo art. 145, § 2o, da Constituição Federal; o parágrafo único 
do art. 77 do CTN; a Súmula n. 595 do STF e a Súmula Vinculante n. 29; 
· Contribuição para seguridade x Contribuição para seguridade, como estabelece o 
art.195, § 4o, da Constituição Federal. 
ATENÇÃO 
O único caso de bis in idem constitucionalmente admitido é o de imposto extraordinário de guerra, como previsto no art. 154, inciso II, da Constituição Federal e no art. 76 do CTN. Segundo a matéria, em situação de iminência de guerra, a União pode estabelecer o em- préstimo compulsório por meio de Lei Complementar e o imposto extraordinário de guerra por meio de Lei Ordinária. Em tais situações, o imposto extraordinário pode ser criado utili- zando como base de cálculo a propriedade urbana (mesma base de cálculo para o IPTU), e os serviços prestados (mesmo que seja idêntico ao ICMS e ao ISS). 
Diferenciando bis in idem de bitributação: 
Bis in idem abrange um ente federativo criador de diversos impostos e taxas com fato gerador e base de cálculo idênticos. Na bitributação, vários entes federativos (União, municí- pio, estado, DF) cobram tributos sobre um mesmo fato gerador. A bitributação não é admitida pelo ordenamento jurídico segundo o art. 164, inciso III, do CTN, cabendo em tais casos o ajuizamento de ação de consignação em pagamento. 
Súmula Vinculante 31 
De acordo com o Supremo, é inconstitucional a incidência de ISS (imposto sobre serviços de qualquer natureza) sobre a locação de bens móveis, pois não se trata de um serviço, mas da mera entrega de coisa certa para a posterior devolução. 
O tópico é tratado pelo art. 156, inciso III, da Constituição Federal; pela Súmula Vinculante n. 31; e pelo item 3 da Lei Complementar n. 116/2003, que também aborda as normas gerais e o rol taxativo de serviços tributáveis pelo ISS. 
Embora não seja necessário o pagamento de ISS, a Súmula n. 423 do STJ estabelece que incidirá COFINS sobre o faturamento auferido por empresa por meio da locação de bens móveis. 
A incidência de ISS sobre bens imóveis ocorre apenas na locação para fins empresariais. 
Súmula Vinculante n. 32 
Não incide ICMS sobre os bens móveis salvados de sinistro quando transferidos para seguradora. 
Considere a seguinte situação: em 2010, Maria Christina possuía um carro, um bem móvel com contrato de seguro, que, após um acidente sofreu perda total. Com a abertura do sinistro, o carro foi transferido para a seguradora para o recebimento do prêmio do seguro de resgate pela segurada. 
No passado, os estados desejavam cobrar ICMS das seguradoras por todas as vezes que recebessem bens em tal situação, pois entendiam haver a transferência de titularidade com habitualidade (frequência) de intuito comercial. No entanto, segundo o STF, em tais situações não há intuito comercial, pois a seguradora não recebe os bens com fins de mercancia, mas como uma forma de indenização pelo prêmio que pagará ao segurado. 
O tópico foi estabelecido pelo art. 155, inciso II da Constituição Federal, não consta no CTN, mas é abordado pela Súmula Vinculante 32 e pelo art. 3o, inciso IX da Lei Complemen- tar n. 87/1996. 
Em casos de revenda de peças de automóveis, há a transferência de titularidade, a habitualidade e o volume, itens que caracterizam o intuito comercial da operação, assim, os responsáveis devem pagar ICMS. 
Súmula Vinculante n. 40, somada à Súmula 666 do STF e ao art. 8o, inciso IV da Constituição Federal 
De acordo com a Súmula, as contribuições sindical e confederativa exigidas pelo art. 8o, inciso IV, da Constituição Federal, só podem ser cobradas daqueles devidamente vinculados ao sindicato. Antes da reforma trabalhista, a contribuição sindical correspondia ao pagamento de um dia de salário ao ano por parte de filiados ou não, enquanto a contribuição confederativa só era devida por aquelesdevidamente filiados ao sindicato. Com a reforma trabalhista, ambas só passaram a ser exigidas em casos de filiação ao sindicato. 
Súmula Vinculante n. 41, somada à Súmula n. 670, ao art. 145, inciso II, da Constituição Federal e aos arts. 77 e 79 do CTN. 
Abordam a inconstitucionalidade da taxa de iluminação pública, um tipo de serviço público indivisível, prestado em caráter erga omnes e de forma universal. 
As taxas financiam apenas serviços divisíveis, enquanto os impostos financiam serviços indivisíveis com fatos geradores desvinculados de quaisquer atividades estatais específicas. A Emenda da Constituição art. 149-A instituiu o pagamento da COSIP (Contribuição Social sobre o Serviço de Iluminação Pública), que pode ser cobrada em conjunto com a fatura de consumo de energia elétrica para o custeio do serviço de iluminação pública de competência 
dos municípios e do Distrito Federal. 
Súmula Vinculante n. 48
Sobre a importação, seja para revenda ou consumo próprio, por pessoa jurídica ou pessoa física, incide o pagamento do Imposto de Importação (II), IPI, CIDE, ICMS, ISS. Impostos de importação: 
· II, conforme consta no art. 153, inciso I da Constituição Federal e no art. 19 do CTN. 
· IPI, conforme consta no art. 153, inciso IV, da Constituição Federal e no art. 46 (o desembaraço aduaneiro é fato gerador do IPI), inciso I e no art. 51, inciso I do CTN (o importador, ou a quem a lei se equiparar, é contribuinte do IPI). 
· CIDE, conforme estabelecido pelo art. 149, § 2o, inciso II, da Constituição Federal. 
· ICMS, conforme consta no art. 155, § 2o, inciso IX, alínea a da Constituição Federal (alterado pela Emenda Constitucional n. 33/2001); na Súmula Vinculante n. 48, nas Súmulas n. 661 e n. 660 do STF. A Súmula 660 do STF, no entanto, não tem mais aplicabilidade desde a Emenda Constitucional n. 33/2001. . 
· ISS, conforme consta no art. 156, inciso III, da Constituição Federal. Para a exportação, há imunidade presente na Constituição Federal. 
Devido à imunidade, quem exporta não paga: 
· IPI, como previsto no art. 153, § 3o, inciso III, da Constituição Federal. 
· ICMS, como consta no art.155, § 2a, inciso X, alínea a, da Constituição Federal. 
· CIDE, conforme estabelece o art. 149, § 2o, inciso I, da Constituição Federal. 
No entanto, os exportadores ainda pagam o Imposto de Exportação (IE), assim como o Imposto de Renda (IR). 
Súmula Vinculante n. 50 somada à Súmula n. 669 do STF, esta surgida do art. 150, inciso I, da Constituição Federal 
Abordam o princípio da legalidade, segundo o qual a mera alteração dos prazos de pagamento, recolhimento e vencimento de um tributo são expressões sinônimas, e não criações de outros tributos. Assim, para o Supremo, alterações podem ser feitas pelo Poder Executivo por meio de decreto com efeitos imediatos, sem necessidade de Lei Ordinária. Para tais casos, não é preciso aguardar as anterioridades anual e nonagesimal. 
Súmula Vinculante n. 52, somada à Súmula n. 724 do STF . 
Abordam a imunidade de imposto sobre patrimônio, renda e serviço, desde que todo dinheiro gerado seja revertido na finalidade da instituição, de acordo com o art. 150, inciso VI, alíneas b e c, assim como com o art. 150, § 4o, da Constituição Federal, e com o art. 14 do CTN. A imunidade vale para templos de qualquer culto (alínea b), partidos políticos, sindicatos dos empregados (mas não de empregadores), entidades de educação e entidades de assistência social. 
As entidades de assistência social são as únicas que, além da imunidade de imposto sobre patrimônio, renda e serviço, possuem a imunidade de contribuições para seguridade patronais (aquelas pagas pelo patrão), conforme estabelece o art. 155, § 7o, da Constituição Federal, desde que todo dinheiro seja revertido para a finalidade da instituição, como consta no art. 14 do CTN. . 
Em outros termos, a condição para a imunidade de impostos é a reversão na finalidade da instituição. 
Súmula Vinculante n. 57 somada à Súmula n. 657 do STF e ao art. 150, inciso VI, alínea “d”, da Constituição Federal 
Abordam a imunidade de impostos sobre papel e filme fotográfico de livros, jornais e peri- ódicos físicos, digitais e eletrônicos. 
Súmula Vinculante n. 58 
Aborda o princípio da não cumulatividade (compensação de débitos com os créditos de ICMS ou IPI) e o fenômeno da repercussão tributária. 
Considere as etapas do consumo de uma mercadoria: 
• Fábrica: considerando uma alíquota de 10% sobre a mercadoria de R$ 1000 reais, há o débito de R$ 100,00 e um crédito de R$ 0,00 que, compensados, resultam em débito de R$ 100,00 repassado e embutido no preço do produto para a distribuidora. 
• Distribuidora: a compensação entre o crédito de R$ 100,00 e débito de R$ 200,00 gerado sobre a mercadoria vendida a R$ 2.000,00 resultam na diferença de R$ 100,00. O débito de R$ 200,00 é repassado para o preço do produto transferido para o mercado. 
• Mercado: com os R$ 200,00 de ICMS embutidos no preço do produto, o mercado paga o ICMS de R$ 300,00 sobre a mercadoria. Compensados o débito de R$ 300,00 e o crédito de R$ 200,00, sobra ao mercado o pagamento da diferença de R$ 100,00, repassada para o consumidor final. 
• Consumidor final: ao valor do produto, orçado em R$ 3.000,00, soma-se os créditos passados de R$ 300,00, chegando-se ao valor final de R$ 3.300,00. Os R$ 300,00 são referentes ao ICMS do produto. 
Os impostos ICMS e IPI são plurifásicos, pois incidem várias vezes na cadeia de consumo. Recentemente, o Congresso Nacional aprovou uma lei especificamente acerca do ICMS sobre combustíveis, prevendo a sua incidência monofásica em uma alíquota igual para todos os estados numa tentativa de baixar o preço do combustível. No entanto, para que haja a queda efetiva do preço do combustível, a diminuição deve ser repassada para o consumi- dor final. 
O princípio da não cumulatividade do ICMS consta no art. 155, § 2o, inciso I, da Constituição Federal, enquanto a não cumulatividade do IPI consta no art. 153, § 3o, inciso II. 
A isenção, causa de exclusão do crédito tributário; a não incidência e a alíquota zero são situações em que não há pagamento do tributo. 
Considere a cadeia de consumo com isenção de IPI e ICMS a seguir e os números da situação acima: 
· Fábrica: isenta de IPI e ICMS, tem seu crédito e débito nulos repercutidos na Nota Fiscal para a distribuidora. 
· Distribuidora: considerando o débito de R$ 200,00 sobre o valor de R$ 2.000,00 compensados com o crédito de R$ 0,00, a distribuidora deve pagar a diferença de R$ 200,00, repassada para o mercado por meio do preço do produto. 
· Mercado: considerando o débito de R$ 300,00 sobre os R$ 3.000,00 do produto com- pensados com o crédito repassado de R$ 200,00, o mercado repassa a diferença devida de R$ 100,00 ao consumidor final. 
· Consumidor Final: a soma do valor do produto com o crédito total de R$ 300,00 resulta no valor final de R$ 3.300,00, semelhantemente à primeira situação. No entanto, no referencial de isenção entre a fábrica e a distribuidora há uma diferença: no primeiro caso, à fábrica era devido o pagamento do valor de R$ 100,00, repassado ao valor do produto e abatido pela distribuidora; enquanto no segundo caso, a fábrica contava com a isenção, não incidência ou alíquota zero do pagamento, ou seja, seu débito era de R$ 0,00 repassado como crédito para a distribuidora. De acordo com a Súmula Vinculante n. 58, diante de uma isenção, não incidência ou alíquota zero, não há crédito para compensação, o que não contraria o princípio da não cumulatividade. 
• Súmula n. 66 do STF
“É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro.” 
A Súmula n. 66 versa sobre o Princípio da Anualidade, que não é mais aplicado ao Direito Tributário,apenas ao Direito Financeiro. Outrora, era necessária prévia inclusão na Lei Orça- mentária Anual – LOA para que fosse majorado ou criado um novo tributo. Atualmente, basta a edição de uma lei ordinária e aguardar 1o de janeiro do ano subsequente ou 90 dias, o que for maior, para que o novo tributo esteja valendo. 
Ou seja, a Súmula n. 66 não se aplica mais ao Direito Tributário, apenas ao Direito Financeiro. 
Hoje, para o fisco instituir ou majorar tributos, basta aguardar o princípio da legalidade e da anterioridade, anual ou nonagesimal, o que for maior. 
Súmula n. 70 e 323 do STF 
Súmula n. 70: “É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo.”
Súmula n. 323: “É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.” 
Estas súmulas se baseiam nos preceitos da livre iniciativa e livre concorrência (arts. 1o, IV, e 170 da Constituição Federal – CF) e no direito de propriedade e sua função social (art. 5o, XXII e XXIII, da CF), além da inconstitucionalidade na utilização de tributo e multa como forma de confisco, conforme art. 150, IV, da CF. 
Caso apareça na prova a interdição de estabelecimento ou apreensão de mercadoria, no tópico 9 da peça e no pedido correspondente ao tópico 9, deve constar a frase “e que seja liberado o estabelecimento e/ou a mercadoria”.
Em caso de importação, é permitida a apreensão de mercadoria, sendo liberada apenas após o pagamento do tributo, conforme Lei Complementar n. 87/1996, art. 12, § 2o. 
• Súmula n. 71 e 546/STF e art. 166 do CTN 
Súmula n. 71: “Embora pago indevidamente, não cabe restituição de tributo indireto.”
Súmula n. 546: “Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por deci- são, que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de fato o quantum respectivo.”
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-lo. 
A Súmula n. 71 do STF não tem mais validade, permanecendo apenas a Súmula n. 546 em conjunto com o art. 166 do CTN que versam sobre a restituição dos tributos indiretos – aqueles repassados no preço do produto –, como o ICMS e IPI. 
A legitimidade para ser autor de uma ação de repetição de indébito para requerer a restituição dos tributos indiretos é do contribuinte de direito – aquele que efetivamente paga o tributo – mas para o contribuinte de direito ter legitimidade como autor da ação, deve se enquadrar entre duas situações: 
· Comprovar que não houve repasse do tributo no preço do produto. 
· Caso tenha ocorrido o repasse, deverá obter a autorização do contribuinte de fato – aquele que suporta o valor, que já foi pago, mas repassado – para receber (art. 
166 do CTN). 
PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE E O FENÔMENO DA REPERCUSSÃO TRIBUTÁRIA 
Não cumulatividade é uma compensação ou abate dos débitos com os créditos, o que já foi pago com o que tem a pagar. 
Repercussão tributária é a transferência ou repasse da carga tributária no preço dos produtos. 
· Na relação em verde, o contribuinte de direito é a fábrica e o contribuinte de fato, a distribuidora. 
· Na relação em azul, o contribuinte de direito é a distribuidora e o contribuinte de fato, o mercado. 
· Na relação em roxo, o contribuinte de direito é o mercado e o contribuinte de fato, o consumidor final. 
O mesmo ente, a depender do referencial teórico, pode ser contribuinte de direito ou de fato, exceto o consumidor final, que sempre será contribuinte de fato. 
Caso a fábrica pague $ 1.000,00 de ICMS, ao invés de $ 100,00, a fábrica, por ser a 
contribuinte de direito, é quem tem a legitimidade para ser autor de uma ação de repetição 
de indébito, desde que, ou comprove que não repassou este valor no preço do produto a 
distribuidora ou, caso tenha, apresente autorização da distribuidora, a contribuinte de fato na 
relação em verde. 
Obs.: o mesmo deve ocorrer com as relações em azul e roxo. 
O único caso em que o consumidor final – contribuinte de fato – terá legitimidade para requerer a restituição de ICMS pago indevidamente será no caso de energia elétrica.
Esta redação não será encontrada no CTN ou em súmula, pois é um informativo do STF. A Constituição Federal trata de impostos sobre energia elétrica no art. 155, § 3o, segundo o qual incide apenas o II, IE e o ICMS. Mas, segundo a Súmula n. 659 do STF, incidirá também PIS e COFINS. 
“É legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.” 
E ainda, segundo a Súmula n. 391 do STJ, o ICMS incidirá sobre o efetivo consumo, inde- pendentemente do valor contratado. 
“O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada.” 
• Súmula n. 111 do STF: 
“É legítima a incidência do imposto de transmissão “inter vivos” sobre a restituição, ao antigo pro- prietário, de imóvel que deixou de servir à finalidade da sua desapropriação.” 
Esta súmula dispõe sobre a incidência do ITBI (Imposto Sobre Transmissão de Bens Imó- veis) em imóveis que tenham sido desapropriados e retomados pelo proprietário. 
A desapropriação pode ocorrer de duas formas: por necessidade e utilidade pública, mesmo que o imóvel cumpra sua função social e por interesse social, quando o imóvel não cumpre sua função social. 
No primeiro caso, por necessidade e utilidade pública, qualquer ente federativo pode proceder a desapropriação, tendo o decreto expropriatório validade de cinco anos. Caso se cumpra a desapropriação, o proprietário tem direito a indenização na regra do art. 5o, XXIV, da Constituição Federal – CF, mediante justa e prévia indenização em dinheiro. 
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade públi- ca, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 
No segundo caso, por interesse social, em caso de imóvel urbano, o município e o Dis- trito Federal têm competência exclusiva na desapropriação, conforme art. 182, § 4o, da CF que estabelece a faculdade do município de desapropriar propriedades subutilizadas ou não utilizadas. 
§ 4o É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios; 
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. 
Antes da desapropriação, o proprietário será notificado para que, compulsoriamente, construa no local (art. 182, § 4o, I, da CF) e assim, exerça sua função social. Se ainda assim, não o fizer, será instituído o IPTU progressivo (art. 182, § 4o, II, da CF), que segundo o art. 7o do Estatuto das Cidades, será elevado por no máximo cinco anos, com alíquota máxima de 15% e por ano, não pode subir mais que 2%. 
Art. 7o Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos na forma do caput do art. 5o desta Lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no § 5o do art. 5o desta Lei, o Mu- nicípio procederá à aplicação do imposto sobre a propriedadepredial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos. § 1o O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a que se refere o caput do art. 5o desta Lei e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento. 
Ao final ou durante os cinco anos, o proprietário poderá cumprir a função social do imóvel e não pagar o IPTU, levando a dívida ativa, ou pagar o IPTU e não cumprir a função social do imóvel, neste caso, procedendo a desapropriação, conforme (art. 182, § 4o, III, da CF). 
No caso de desapropriação, o decreto expropriatório terá validade de dois anos e sua indenização será em títulos da dívida pública resgatáveis em até 10 anos. 
No segundo caso, por interesse social, em caso de imóvel rural, a União tem competência exclusiva na desapropriação, conforme art. 184 da CF que estabelece sua destinação à Reforma Agrária. 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 
§ 1o As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. 
As benfeitorias, segundo art. 184, § 1o, da CF, sendo úteis e necessárias, serão indenizadas de forma prévia, justa e em dinheiro. As benfeitorias voluptuárias serão indenizadas em títulos da dívida agrária, resgatáveis no prazo de até vinte anos. 
Ocorrida a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, para um fim específico (exemplo: construção de hospital), e o ente federado faz uso diverso do originário, dá-se a chamada tredestinação ilícita pelo desvio de finalidade, tendo o antigo proprietário a prefe- rência na compra do imóvel. 
Nesta compra, inclusive na valorização, segundo a Súmula n. 111 do STF, incidirá ITBI, pois o que importa para o direito tributário é o fato gerador, que neste caso, é a transferên- cia de bem imóvel oneroso da União para o antigo proprietário. 
• Súmulas n. 112, 113, 114, 115 e 331 do STF. 
Súmula n. 112: “O imposto de transmissão “causa mortis” é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.”
Súmula n. 113: “O imposto de transmissão “causa mortis” é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação.” 
Súmula n. 114: “O imposto de transmissão “causa mortis” não é exigível antes da homologação do cálculo.”
Súmula n. 115: “Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homologação do juiz, não incide o imposto de transmissão “causa mortis”.” 
Súmula n. 331: “É legítima a incidência do imposto de transmissão “causa mortis” no inventário por morte presumida.” 
Estas súmulas dispõem sobre a incidência do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações). 
Para melhor entendimento, a explicação será por meio de um exemplo. 
João, em 2030, é dono de um imóvel avaliado em $ 500.000,00. Entretanto, em 2031, João morre, gerando a abertura da sucessão, que é o fato gerador do ITCMD, iniciando assim, o trâmite do inventário. 
Em 2029, a alíquota do ITCMD foi estabelecida em 5%, sendo alterada apenas em 2033, quando foi reduzida para 2%. 
Logo após esta alteração de alíquota para 2% em 2023, o magistrado solicita a Avaliação Judicial do bem para que possa proceder com a partilha, homologar os cálculos e determinar o pagamento dos tributos. Na data da avaliação, constatou-se que o imóvel vale $600.000,00. 
Segundo a Súmula n. 112 do STF, a alíquota do ITCMD será de 5%, por ser a alíquota em vigor na data do fato gerador (morte). Além disso, vale destacar o princípio da irretroa- tividade, que não permite a lei retroagir para fatos geradores passados, apenas para fatos geradores futuros, conforme art. 150, III, “a” da CF. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; 
Conforme Súmula n. 113 do STF, a base de cálculo para o ITCMD será de $ 600.000,00, ou seja, o valor do imóvel na data da avaliação judicial. 
A Súmula n. 114 do STF estabelece que o ITCMD só é exigível após a homologação do cálculo pelo magistrado, pois é preciso saber se o cálculo está na alíquota e base de cálculo corretas. 
Segundo a Súmula n. 115 do STF, não incide ITCMD sobre honorários advocatícios, por ser uma contraprestação do serviço prestado e não uma doação ou parte do patrimônio do de cujus. Incide apenas o Imposto de Renda sobre a renda auferida e ISS sobre o serviço advocatício prestado. 
Já a Súmula n. 331 do STF trabalha o fato gerador do ITCMD, que pode ser a doação, uma transferência inter vivos de um bem móvel ou imóvel a título gratuito ou a sucessão causa mortis, subdividida em legítima, testamentária e morte presumida. 
SÚMULA N. 418 DO STF 
Esta súmula não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988, pois no CTN, de 1966, havia 3 espécies tributárias: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Com o advento da CF de 1988, instituiu-se a divisão de tributos em cinco espécies: 
· impostos (art. 145 da CF); 
· taxas (art. 145 da CF); 
· contribuições de melhoria (art. 145 da CF); 
· empréstimo compulsório (art. 148 da CF); 
· contribuições sociais (art. 149 da CF). 
Obs.: a Súmula n. 418 do STF estabelecia o empréstimo compulsório como não sendo uma espécie de tributo. Isto não foi recepcionado pela CF. 
A banca FGV costuma abordar o assunto da inaplicabilidade da Súmula n. 418 do STF. O aluno, portanto, deve se lembrar de que ela não foi recepcionada pela CF. 
O Inciso 3o do art. 15 do CTN também não foi recepcionado pela CF de 1988, pois nele constava a possibilidade de a União criar um empréstimo compulsório, por meio de Lei Com- plementar, a fim de absorver temporariamente o poder aquisitivo da população. 
O STF julgou que aquela normativa violava diretamente o art. 150, inciso 4o, da CF (que veda a criação de tributos com efeito de confisco de particulares). 
SÚMULA N. 508 E 517 DO STF 
Ambas as súmulas do STF, 508 e 517, estão ligadas à ideia do art. 109, inciso 1o, da CF. 
No inciso 1o do art. 109 da CF consta que todas as vezes que a União, autarquias federais e empresas públicas federais tiverem interesse numa causa, tais causas serão julgadas na Justiça Federal. 
Obs.: segundo as Súmulas n. 508 e 517 do STF, as causas das sociedades de economia mista, por regra, são julgadas na Justiça Estadual, exceto se a União tiver interesse na causa ou se o tributo for federal. 
SÚMULA 544 DO STF 
Esta súmula deve ser analisada junto ao art. 178 do CTN. O tema destes dois dispositivos é a isenção. 
Obs.: vale lembrar que imunidade é uma dispensa constitucional (somente a constituição pode conceder); isenção é uma dispensa legal, pois é uma causa de exclusão do crédito tributário. 
O art. 178 do CTN estabelece que, por regra, a isenção poderá ser revogada por lei a qualquer momento, pois esta é concedida por prazo indeterminado, produzindo efeitos até que lei posterior revogue a anterior no que for contrário. 
Todavia, se, excepcionalmente, a isenção for concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, isso gera direito adquirido ao contribuinte. Isto é, ela, a isenção, não poderá ser revogada por lei antes do término do prazo previsto 
Obs.: os artigos 40o, 92o e 92o A do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitó- rias) garantem que a ZonaFranca de Manaus é uma área de livre comércio. O art. 42o firmou isenção pelo prazo de 25 anos e o 92o estendeu o prazo por mais 10 anos. Com o art. 92o A, o prazo foi estendido por mais 50 anos. 
SÚMULA N. 545 DO STF 
Esta súmula apresenta a diferença básica entre taxa e preço público. 
Taxa é uma das 5 espécies tributárias e, por isso, está na regra da legalidade por Lei Ordinária. Sendo assim, deve esperar a anterioridade anual e nonagesimal. Além disso, a taxa se aplica a um serviço público de prestação específica e soma divisível por uma utiliza- ção efetiva ou potencial deste serviço. 
Por sua vez, o preço público não é um tributo, mas sim uma tarifa, advindo de contratos 
de concessão com o poder público. Não depende de uma lei para ser criado nem de anterio- 
ridade anual e nonagesimal. O preço público só é pago se, efetivamente, o serviço for usu- 
fruído. Por exemplo, a tarifa do transporte público é um preço público. 
O Supremo Tribunal teve que julgar alguns casos que não se encaixavam nem na classifi- cação de taxa nem de preço público. Este foi o caso das custas judiciais (valor pago para que se possa entrar com uma ação judicial, salvo se for beneficiário da justiça gratuita); da emissão de passaporte; dos emolumentos de cartório para autenticação e reconhecimen- to de firma. 
Nestes casos, o supremo decidiu reconhecê-los, excepcionalmente, como taxas que so- mente são pagas se o usuário utilizar o serviço. 
SÚMULA 563 DO STF 
Esta súmula deve ser estudada em conjunto com o art. 187 do CTN e com o art. 29 da Lei n. 6830/80 (lei de execuções fiscais). 
Estes dispositivos apresentavam a preferência na ordem de pagamentos dos créditos tributários entre os entes federativos. Se um contribuinte devia todos os entes federativos, primeiramente, ele deveria pagar à União, em seguida, os Estados, Distrito Federal e territórios federais; e, por último, o Município. 
No entanto, segundo a ADPF n. 357, foi-se estabelecido pelo STF que estes dispositivos não seriam recepcionados pela Constituição Federal (CF) de 1988, tendo em vista o pacto federativo que se encontra no art. 18 da CF, o qual define que inexiste hierarquia entre os entes federativos (são todos autônomos). 
SÚMULA 573 DO STF 
Esta súmula deve ser estudada em conjunto com o art. 155, inciso 2o, da CF. Ambos os dispositivos tratam sobre ICMS, sendo que a súmula 573 versa especificamente sobre o ICMS sobre comodato. 
De acordo com a súmula 573, não haverá incidência de ICMS sobre os comodatos, pois estes são empréstimos de coisas móveis fungíveis a título gratuito. 
Para que seja incidido ICMS sobre uma mercadoria é necessário transferência jurídica de titularidade com habitualidade e volume que caracteriza intuito comercial. Tendo em vista que não há transferência de titularidade (posto que é um empréstimo) nem há onerosidade (posto que são coisas móveis fungíveis a título gratuito), não há o que se falar sobre incidência de ICMS nestes casos de comodatos. 
O inciso 2o do art. 155 da CF versa sobre a incidência de ICMS sobre os serviços de bares e restaurantes. 
Junto ao inciso 2o do art. 155 da CF, também versam sobre a incidência de ICMS sobre os serviços de bares e restaurantes os seguintes dispositivos: a súmula 574 do STF; a súmula 163 do STJ e a Lei Complementar 87/1996. 
Em 2021, o Supremo firmou julgamento estabelecendo que vai incidir ICMS sobre os serviços de bares e restaurantes, pois este serviço, por si só, já é fato gerador de ICMS. Neste julgamento, foi declarado que a súmula 574 do STF não é mais aplicada. 
SÚMULA 575 DO STF 
Esta súmula é oriunda do art 151, inciso 3o, da CF, cujo tema também se encontra no art. 98 do CTN: isenção heterônoma. 
Obs.: vale lembrar que a isenção é uma causa de exclusão do crédito tributário, dada por meio de lei e que dispensa, como regra, do pagamento do imposto. 
A União não pode realizar isenção heterônoma, isto é, conceder isenção de tributos esta- duais, distritais e municipais, mesmo que simultaneamente conceda aos tributos federais. Já a República Federativa do Brasil, por ser pessoa jurídica soberana, pode fazê-lo. 
Um problema que há nisto é que a República tem função dúplice: ora ela age em nome de si mesma, ora a União age em nome da República. Sendo assim, a União, com o presidente agindo na qualidade de Chefe de Estado (agindo como representante da República soberana), pode conceder isenção de tributos dos demais entes federativos. 
No art. 98 do CTN, temos que os tratados internacionais revogam a legislação interna e serão por eles observados. Em direito tributário, o tratado internacional é, ao ser celebrado, incorporado pelo Congresso com status de Lei Ordinária. Entretanto, salvo o caso de direito tributário, os tratados internacionais recebem status de Lei Ordinária Nacional. 
Por fim, na Súmula 575 do STF, consta que as mercadorias importadas de país signa- tário do GATT, ou membros da ALALC, estende-se isentas ao ICMS; e, com isto, estamos falando de uma isenção heterônoma, concedida pela República (com o Presidente agindo como Chefe de Estado). 
SÚMULA 583 DO STF 
Esta súmula deve ser estudada em conjunto com os seguintes dispositivos legais: os arti- gos 156 e 153 da CF; os artigos 29, 31, 32 e 34 do CTN. 
Na súmula 583 do STF, consta que o promitente comprador é visto como contribuinte do IPTU, ITR, taxa etc., podendo ser este contribuinte: o proprietário do imóvel, ou o titular do domínio útil e/ou o possuidor que possua expectativa de virar proprietário (por exemplo, casos de posse por usucapião). 
SÚMULA 589 DO STF 
Nesta súmula é tratado o tema da progressividade dentro do IPTU. Princípio da progressividade: é o aumento gradativo da alíquota do tributo. No Brasil, atualmente, temos 5 tributos progressivos; são eles: 
· as contribuições previdenciárias do servidor federal, estadual, distrital e municipal – no art. 149 da CF, criou-se, a partir da Emenda Constitucional 103/2019 (reforma da previdência), a possibilidade de alíquotas progressivas dentro das contribuições previdenciárias. 
· Imposto de renda – no art. 153 da CF, consta sobre as alíquotas progressivas do imposto de renda, as quais são progressivas tendo em vista a normativa disposta no art. 145 da CF (princípio da capacidade econômica). 
Obs.: Princípio da capacidade econômica: quanto maior for a capacidade econômica do indivíduo, maior será o valor do seu imposto de renda. 
· ITCMD (imposto de transição causa mortis e doação) – O STF decidiu, em junho de 2012, que o ITCMD, mesmo sendo imposto de caráter real, pode ser também pro- gressivo, com base no art. 145 da CF (princípio da capacidade econômica). 
· ITR (imposto sobre a propriedade predial e territorial rural) – no art. 153 da CF, consta que o ITR será progressivo a depender, ou não, do cumprimento da função social: quanto maior for o cumprimento da função social, menor será a alíquota do ITR; quanto menor for o cumprimento da função social do seu território, maior será a alíquota do ITR. 
· IPTU (imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana) – este tributo é o único que possui duas causas de progressividade: pode ser progressivo pelo cumpri- mento ou não da função social (amparado pelo art. 182 da CF e pelo art. 7 do Estatuto da Cidade), bem como pode ser progressivo pelo valor do imóvel (amparado pelo art. 156 da CF). 
Na súmula 589 do STF, consta que é inconstitucional estipular alíquotas progressivas de IPTU em razão da quantidade de imóveis dados a um indivíduo. 
SÚMULA 595 DO STF 
Esta súmula deve ser analisada junto ao art. 145 da CF que, por sua vez, está ligado ao art. 77 e ao art. 79 do CTN. 
O tema sobre o qual versa a súmula 595 do STF é a taxa pela prestação de serviços públicos, nos quais a prestação deve ser específica, somável e divisível por uma utilizaçãoefetiva ou potencial. 
Obs.: para que uma taxa seja constitucional, ela deve ser de um serviço divisível, prestado interpartes e de maneira singular. 
Na súmula 595 do STF, consta que é proibido estabelecer taxa de conservação de estra- das e vias públicas, pois o este serviço público de conservação se trata de um trabalho para todos (erga omnis) e não indivisível. 
SÚMULA 656 DO STF 
Esta súmula deve ser analisada junto ao art. 156 da CF que, por sua vez, está ligado ao art. 35 do CTN. Estes dispositivos tratam sobre o ITBI (imposto de transmissão de bens e imóveis – tributo que é de competência dos municípios e do Distrito Federal). 
Na súmula 656 do STF, consta que o ITBI não deve ser tido como um imposto com alí- quotas progressivas (quando a variação se dá no percentual), mas, sim, deve ser tratado como um imposto proporcional (o valor da alíquota é fixo e a variação acontecerá na base de cálculo do tributo); sendo assim, é inconstitucional estabelecer alíquotas progressivas para o ITBI. 
SÚMULA 657 DO STF 
Esta súmula deve ser analisada junto ao art. 150 da CF e à súmula vinculante n. 57. Estes dispositivos tratam da imunidade de imposto sobre o papel e o filme fotográfico desti- nados a elaboração de livros, jornais e periódicos. 
A súmula vinculante n. 57, por sua vez, estende esta imunidade de imposto dos livros físicos também para os livros digitais e eletrônicos. 
SÚMULA 659 DO STF 
Esta súmula deve ser analisada junto ao art. 155 da CF e à súmula 391 do STJ. Estes dispositivos versam sobre o tema do ICMS sobre energia elétrica. 
3 impostos incidem sobre a energia elétrica, de acordo com o art. 155 da CF: 
· imposto de importação; 
· imposto de exportação; 
· ICMS. 
Além destes impostos, sobre a energia elétrica incidem também algumas contribuições, conforme prescreve a súmula 659 do STF: 
• COFINS;
• PIS;
• FINSOCIAL. 
Obs.: na súmula 391 do STJ, consta que, no tocante à energia elétrica, incidirá o ICMS apenas sobre o efetivo consumido, e não sobre o que foi contratado e disponibilizado. 
SÚMULA 660 DO STF + ARTIGO 155, § 2o, II, “A” DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL + SÚMULA VINCULANTE 48 + SÚMULA 661 DO STF 
A alínea “a’’ foi alterada pela Emenda Constitucional 33/01. Até a EC 33, pessoas físicas que importassem produtos para consumo próprio (um laptop ou um carro) não pagavam ICMS na importação. Isso mudou: desde 2001, pessoa física ou jurídica que importe para revenda ou para consumo próprio paga ICMS na importação; e desde 2017 também paga IPI. Essa é a mesma leitura da Súmula Vinculante 48 e da Súmula 661 do STF. Já a Súmula 660 do STF não foi recepcionada pela alteração feita pela Emenda Constitucional 33/01 (à qual é anterior). Com a alteração, a Súmula 660 ficou superada e o que vale hoje é a Súmula 661. Posteriormente editaram também a Súmula Vinculante 48. 
SÚMULA 662 DO STF 
É legītima a cobrança de ICMS na distribuição de fita cassete ou filmes que tenham sido gravados. Quando se distribui uma fita cassete, um DVD, um blue-ray, entra-se no conceito de mercadoria. Dessa forma, é legítimo cobrar ICMS sobre a comercialização de obra cine- matográfica, gravada em videocassete, CD, DVD, blu-ray. 
É importante fazer um contraponto com a Súmula 135 do STJ, a qual afirma que sobre a filmagem incidirá ISS. Ao revender o filme, no entanto, incidirá ICMS porque se tornou mercadoria. Filmou, ISS; revendeu o filme, ICMS.
Assim, a Súmula 662 do STF está ligada ao art. 155, inciso II da CF, segundo o qual a dis- tribuição da filmagem, a circulação da mercadoria será tributada por ICMS, porque tem a ver com o conceito de circulação de mercadoria. Já segundo a Súmula 135 e o artigo 156, inciso III, o serviço de filmagem é tributado por ISS. 
O art. 156, III da CF deriva para o art. 7o da Lei Complementar 116/01 (porque o CTN não trata de ISS) e para o art. 9, § 1o do Decreto-Lei 406/68, somado com a Súmula 663 do STF: Esses dispositivos tratam de ISS sobre serviços prestados em caráter empresarial e prestados em caráter meramente profissional. O art. 7o da LC 116/03 trata sobre ISS sobre serviços prestados em caráter empresarial. O art. 9o, § 1o do Decreto-Lei 406/68, somado com a Súmula 663 do STF, do ISS em serviços prestados em caráter meramente profissional. Um hospital presta serviço de saúde em caráter empresarial ou é mero exercício da pro- fissão de médico? Em caráter empresarial, portanto, paga ISS por serviço prestado. O ISS em caráter empresarial incide sobre o valor de cada serviço prestado. Se hoje o Hospital Bra- sília colocou 50 gessos, são 50 ISSs. Ele pode entrar no regime de tributação diferenciada, fazer parte do simples nacional como uma microempresa ou empresa de pequeno porte. Para reduzir a carga tributária, ele pode optar pelo imposto de renda pelo lucro real, pelo lucro arbitrado, a depender do que for melhor para a sua contabilidade. Na regra geral, como presta serviço em caráter empresarial, paga ISS pelo valor por serviço prestado.
Em contraponto, uma médica que trabalha em seu consultório particular presta serviço de saúde e tem de pagar ISS como mero exercício profissional, assim, paga ISS em valor fixo, previsto na legislação municipal (cada município tem sua legislação), para desonerar, para baixar a carga tributária de pessoas que prestam serviços tributados por ISS, mas em caráter 
meramente profissional.
Se for em caráter empresarial, paga por cada serviço prestado (art. 7o da LC 116/03); se for em caráter profissional, em valor fixo previsto na legislação municipal (art. 9o, § 1o do Decreto-Lei 406/68, somado com a Súmula 663 do STF – que há algum tempo não cai em prova, portanto pode ser que seja cobrada. 
SÚMULA 664 DO STF 
Esta nunca foi cobrada em prova do Exame de Ordem, mas pode ser cobrada. A Súmula 664, somada ao art. 153, inciso V da CF, à Súmula 185 do STJ e ao art. 63 do CTN, trata do IOF, Imposto sobre Operações Financeiras, tributo de competência da União (regra da legalidade por meio de lei ordinária). Anterioridade anual e nonagesimal serão regra ou exceção? Exceção: não precisa de 1o de janeiro nem de 90 dias, podendo (pode, não deve) ser cobrado de imediato. Apesar de ser regra de lei ordinária, só as alíquotas do II, do IE, do IPI e do IOF podem ser alteradas por decreto, ato do Poder Executivo, porque tem cunho extra- fiscal regulatório de mercado. O IOF nunca foi cobrado na prova do Exame de Ordem. 
A Súmula 664 do STF afirma que não incide IOF sobre os saques da caderneta de poupança. O Supremo retirou da hipótese de incidência de IOS o saque, como forma de estímulo à população que deposita em poupança. 
A Súmula 185 do STJ afirma não incidir IOF sobre os depósitos judiciais. Imagine um empregador que quer pagar as verbas trabalhistas de seu empregado e este recusa o recebimento das verbas. O empregador terá de contratar um advogado para realizar o depósito das verbas trabalhistas em juízo, ingressar com uma ação de consignação em pagamento, para discutir as verbas trabalhistas. Ele quer cumprir a lei, pagar as verbas trabalhistas, mas o empregado não quer receber, então não faz sentido cobrar IOF por isso. Como ele está cumprindo a lei e fez um depósito judicial, advindo de uma ação de consignação em paga- mento, não incidirá IOF sobre esse depósito. 
Outra situação é a de um pai que paga pensão alimentícia, mas a mãe foge com a criança e troca de conta bancária. O pai para de pagar a pensão ou continua a pagar? Continua a pagar. Ele deve contratar um advogado, abrir uma conta judicial e depositar a pensão men- salmente. Quando a ex-mulher voltar com uma execução de alimentos, ele mostra o com- provante de que fez o depósito judicial ao longo de todos os meses e ainda pede uma inde- nização por alienação parental porque não pôde conviver com a criança. O pai foi afastado da criança,não pôde conviver com ela, pagou a pensão todos os meses, então não pode ser cobrado IOF sobre esse valor depositado judicialmente. Assim, não incide IOF nos depósitos judiciais, afinal são pessoas que estão tentando cumprir a lei. 
SÚMULA 666 DO STF + SÚMULA VINCULANTE 40 + ART. 8o, INCISO IV DA CF 
Existe a contribuição sindical (que era vulgarmente chamada de imposto sindical, mas é contribuição) e a corporativa. Antes da reforma trabalhista, a contribuição sindical era aquela que se pagava independentemente de estar filiada no valor correspondente a um dia de tra- balho ao ano. Com a reforma trabalhista, tanto a sindical quanto a corporativa são cobradas apenas de quem estiver devidamente filiado ao sindicato. Discute-se até mesmo a perma- nência da natureza tributária. Tributo é toda prestação pecuniária e compulsória. Usando ou não o serviço, deve-se pagar. A contribuição sindical seguiu a mesma sistemática da confederativa: só paga ambas se estiverem devidamente filiadas ao sindicato. 
SÚMULA 668 DO STF 
É inconstitucional qualquer tentativa de estipulação de alíquotas progressivas do IPTU antes da Emenda de 2000. A possibilidade de instituições de alíquotas progressivas para o IPTU antes da Emenda Constitucional 29/00 só era constitucional se fosse destinada a assegurar o cumprimento da função social. No entanto, após a Emenda, pode haver progressividade de IPTU por outros motivos: pelo cumprimento ou não da função social (art. 182, § 4º da CF) ou pelo valor do imóvel (art. 156, § 1o da CF). 
SÚMULA 669 DO STF + SÚMULA VINCULANTE 50 + ART. 150, INCISO I DA CF (LEGALIDADE) 
Segundo o art. 150, inciso I da CF, a mera alteração do prazo de pagamento, recolhimento, vencimento (expressões sinônimas) do tributo não cria um novo tributo, não majora um novo tributo; o tributo já foi criado por lei, esperou 1o de janeiro e noventa dias. Ao alterar a data do pagamento, pode-se produzir efeito imediato e ser feito por mero decreto, sem a necessidade de lei ordinária, sem esperar 1o de janeiro e 90 dias. 
SÚMULA 670 DO STF + SÚMULA VINCULANTE 41 + ART. 145, INCISO II DA CF + ARTS. 77 E 79 DO CTN 
Esses dispositivos tratam da taxa de iluminação pública, que foi declarada inconstitucional, porque é um serviço prestado para todos (erga omnes, universal indivisível). A taxa, para ser constitucional, precisa ser um serviço divisível, singular, inter partes. Os postes de iluminação pública não estão acesos apenas para alguns cidadãos, mas para todos. Pelo art. 149-A da CF, paga-se a COSIP – contribuição social para o custeio do serviço de iluminação pública de competência dos municípios e do Distrito Federal, podendo ser cobrado em conjunto com a fatura de consumo de energia. Dessa forma, não há taxa de iluminação pública, 
mas há contribuição. 
SÚMULA 668 DO STF 
É legítima a incidência de contribuição previdenciária sobre o valor recebido a título de décimo terceiro salário. Isso nasce da junção do art. 149 da CF, que é a coluna vertebral das contribuições, do art. 149, § 1o, e 195, sobre as contribuições sociais. Porém, o que responde de fato é a Súmula 668. 
SÚMULA 724 DO STF + SÚMULA VINCULANTE 52 + ART. 150, INCISO VI, “B” E “C” E § 4 DA CF 
A alínea “b” trata de templos e a “c’’, de partido político, sindicato dos empregados, entida- des de educação e entidades de assistência social. Todos esses têm imunidade de imposto sobre patrimônio, renda e serviços, desde que todo o dinheiro auferido seja revertido na fina- lidade da instituição. Se reverter (art. 14 do CTN), terá imunidade. Segundo as Súmulas 724 e 52, os imóveis locados a terceiros continuam imunes ao IPTU ou perdem a imunidade? Esses continuam imunes ao IPTU desde que todo o valor seja revertido na finalidade da instituição. 
Lembre-se de que tanto as taxas quanto a COSIP são regra do princípio da anterioridade anual e nonagesimal, ou seja, é preciso esperar 1o de janeiro e 90 dias, a data mais distante. 
SÚMULA 730 DO STF 
Essa Súmula é antiga, mas nunca foi cobrada no Exame de Ordem. Trata da imunidade tributária concedida às empresas de previdência fechada. 
A previdência social pode ser em regime público e em regime privado. O público é o Regime Geral de Previdência Social (RGPS). 
A privada pode ser aberta e fechada. Na aberta, qualquer um pode ir ao ITAÚ e fazer a adesão à previdência privada, pagar e no futuro receber. A Súmula aborda a previdência pri- vada fechada. Por exemplo, o Gran Cursos pode criar uma previdência privada só para os funcionários que trabalham com carteira assinada. Não é para qualquer pessoa, para aluno, para quem trabalha esporadicamente, mas apenas para funcionários com carteira assinada. 
Para ter essa imunidade, prevista no art. 730 da Constituição Federal, o Gran, além de abrir uma previdência privada fechada só para seus funcionários, deve custeá-la em 100%, sem descontar nada. Essa é uma grande ajuda ao Estado, à seguridade social, composta por saúde, assistência e previdência. Se o Gran abrir essa previdência privada fechada e não houver contribuição por parte dos beneficiários, ele custeará integralmente esse valor. Em contrapartida, ele passa a ter imunidade de contribuições para a seguridade social. 
Retomando: deve ser uma previdência privada fechada, sem cobrança de contribuições dos funcionários, e a empresa passa a ter imunidade de contribuições para a seguridade social. Obviamente, parte-se do pressuposto de que deve ser uma instituição sem fins lucrativos. Também passa a ter imunidade de imposto sobre patrimônio, renda e serviço, desde que todo o dinheiro seja revertido na finalidade da instituição. 
SÚMULAS DO STJ 
Súmula 105 do STJ 
Segundo essa Súmula, na ação de mandado de segurança não haverá condenação em honorário de sucumbência. Essa é a expressão mais utilizada e mais cobrada para identificar o mandado de segurança em prova. Se na prova houver: “redija a ação em que não há condenação em honorário de sucumbência” ou “ação com menor ônus possível”, leia-se mandado de segurança. 
Assim, mandado de segurança, seja ele preventivo ou repressivo, individual ou coletivo, é ação em que não há condenação em honorário de sucumbência e, por isso, é ação com menor ônus possível. 
Soma-se a essa Súmula, o art. 25 da Lei n. 12.016/09, que trata do mesmo assunto, e à Súmula 512 do STF. Porém, é o art. 25 da Lei n. 12.016/09, no tópico 7 – Do cabimento, que pontua esse assunto. Já vimos que a Súmula 730 do STJ aplica-se à instituição sem fins lucrativos, por isso ela deve reverter o dinheiro na finalidade da instituição. 
Apesar de haver mais duas Súmulas que tratam do mesmo tema, é o art. 24 da Lei que vai pontuar especificamente sobre esse tópico. Isso vem no espelho da FGV, por isso escre- ve-se: o presente mandado de segurança é cabível, pois não houve lançamento, não se quer condenação em honorário, houve lançamento e deseja-se ação com menor ônus possível. 
Súmula 106 do STJ 
Proposta a ação no prazo, a demora na citação não justifica o acolhimento da tese de prescrição ou de decadência. 
Quando estudamos decadência e prescrição, vimos a relação jurídica: hipótese de inci- dência, fato gerador, obrigação tributária – lançamento – constituiu crédito tributário, não efe- tuou o pagamento, inscreveu em dívida ativa, executou (ação de execução fiscal). 
A decadência está entre o fato gerador e o lançamento. Na ordem alfabética, D de deca- dência vem antes de P de prescrição. Decadência é um prazo para lançar. Decadência é um prazo para constituir. Decadência é um prazo de 5 anos dado ao fisco para lançar, para constituir, para dizer o valor do crédito. 
A prescrição é um prazo de 5 anos para o fisco executar e cobrar o que já está lançado e constituído definitivamente. 
Decadênciapara lançar – decadência para constituir – decadência para dizer quem deve, deve o que e deve quanto. 
Prescrição é um prazo para executar, para cobrar algo que já está lançado e constituído definitivamente porque perdeu o prazo de 5 anos para executar. 
Por exemplo: lançou, constituiu definitivamente, acabou o prazo de 30 dias para efetuar o pagamento e começou a correr o prazo de prescrição. Ajuíza-se a execução com 4 anos, 11 meses e 28 dias, passados da constituição definitiva. No prazo de 4 anos, 11 meses e 28 dias, o fisco ajuizou a execução fiscal. O Judiciário começa a demorar: passam 5 dias, 10 dias, 1 mês, 6 meses, 1 ano, 10 anos e ele não cita a parte contrária para formar a relação jurídica. Nesse caso, o fisco não pode ser responsabilizado pela demora na citação pelo Poder Judiciário. É por isso que, segundo a Súmula 106, se a ação de execução for proposta no prazo, a demora na citação, a demora do Judiciário em citar a parte contrária não justifica o acolhimento da prescrição e da decadência. É justo, porque culpa não foi do fisco. 
Súmula 112 do STJ 
Trata do depósito do montante integral em dinheiro, que é causa de suspensão da exigi- bilidade do crédito, gerando certidão positiva com efeito de negativa. 
O art. 151, II do CTN traz o depósito do montante integral e em dinheiro como causa da suspensão da exigibilidade do crédito, gerando certidão positiva com efeito de negativa. O depósito é requisito para que se ingresse com ação de consignação em pagamento. O tópico 9 da ação de consignação em pagamento é exatamente o depósito. O pedido é: que seja autorizado o depósito do montante integral em dinheiro no prazo de 5 dias, para suspender a exigibilidade do crédito, ao final confirmar e expedir certidão positiva com efeito de negativa. 
O depósito do montante integral e em dinheiro está previsto no art. 151, II do CTN; o prazo de 5 dias, no art. 542, I do CPC; a suspensão da exigibilidade do crédito, na Súmula 112 do STJ; a certidão positiva com efeito de negativa, no art. 206 do CTN. Vê-se, portanto, que a redação é resultado da letra da lei. 
Ainda sobre esse tópico, há as Súmulas Vinculantes 28 e 21 e a Súmula 373 do STJ, segundo as quais, em resumo, o depósito do montante integral em dinheiro não é mais requi- sito de admissibilidade nem das ações judiciais (SV 28) nem dos processos administrativos (SV 21 e 373 do STJ), sob pena de violar o princípio do amplo acesso ao Judiciário. Assim, não é mais obrigação depositar para entrar com ações no Judiciário, (salvo consignação e embargos em tributário). A regra é que o depósito do montante integral em dinheiro não é mais requisito de admissibilidade nem das ações judiciais nem dos processos administrati- vos, sob pena de violar o princípio do amplo acesso ao Judiciário. 
O art. 5o, XXXV da CF trata do princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário. 
Lembre-se de que essa Súmula não vale para consignações e embargos. É da essência da consignação o depósito em 5 dias. Quanto aos embargos, não há se não se garantir o juízo por depósito (pelo contribuinte em conta ou BacenJud, por fiança bancária ou contrato de seguro e por nomeação de bens à penhora). 
SÚMULA N. 125 DO STJ 
A primeira Súmula sempre vai e volta nos concursos. É a Súmula n. 125 do STJ que, obri- gatoriamente, deve ser estudada com a Súmula n. 386 do STJ. Essas duas súmulas nasce- ram do artigo n. 154, inciso III, da Constituição Federal, que fala sobre o Imposto de Renda, somado ao artigo n. 43, do CTN, que é o fato gerador do Imposto de Renda. 
A sua prova está concentrada na Constituição Federal, CTN, Súmula e Legislação. 
O Código afirma que não incide Imposto de Renda sobre o valor das férias e do respectivo 1⁄3 de férias não usufruídos. 
Por que que não incide Imposto de Renda sobre o valor das férias e do respectivo 1⁄3 de férias não usufruídos? Porque se trata de uma verba indenizatória. 
Não é sobre o valor das férias usufruídas, é sobre o valor das férias não usufruídas. Sobre as férias usufruídas, deverá pagar o respectivo Imposto de Renda. Contudo, se as férias não foram usufruídas, isso não é um aumento do patrimônio e não é um ganho vencimental; pelo contrário, aqui não houve a usufruição de um direito trabalhista. Então, será necessário recompor, minimizar os prejuízos suportados. Além disso, o valor das férias usufruídas e do 1⁄3 de férias são consideradas verbas indenizatórias, exatamente para indenizar em pecúnia as férias que eram direito e que por algum motivo não foram usufruídas. 
Portanto, não incide Imposto de Renda sobre o valor das férias e do respectivo 1⁄3 de férias não usufruídos porquê é uma mera verba indenizatória, uma recomposição patrimonial. Sendo assim, não há ganho vencimental nem aumento do patrimônio. 
Essa é uma questão manjada. As Súmulas n. 136, 215, 498 do STJ possuem a mesma lógica das Súmulas n. 125 e 386.
Caso haja a venda das férias, deve-se pagar o Imposto de Renda. 
SÚMULA N. 135 DO STJ 
A Súmula n. 135 do STJ trata da não incidência do ICMS sobre a gravação e distribuição de filmes. Essa súmula deve ser tratada em conjunto com a Súmula n. 662 do STF. 
Como estamos falando de ICMS, a sua origem está no artigo n. 155, II, CF. A parte da súmula que fala sobre a não incidência de ICMS sobre a gravação de filmes está de acordo, porque o serviço de gravação é tributado pelo ISS, imposto municipal, imposto sobre serviços - Art. n. 156, III, CF e a Lei Complementar n. 116/2003. 
Já a parte em que fala da não incidência de ICMS sobre a distribuição de serviço é con- traditória, pois a Súmula n. 662, do STF dispõe que, se essa gravação for comercializada, no momento que ocorrer a revenda dessa filmagem, ela automaticamente se configurará em mercadoria e deverá incidir ICMS sobre a venda. 
Obs.: a Súmula n. 135 necessita de um cuidado especial porque ela precisa ser analisada parcialmente. 
SÚMULA N. 136 DO STJ 
A Súmula n. 136 do STJ deve ser estudada em conjunto com a Súmula n. 447 do STJ que tem origem no Art. n. 153, III, CF, e como trata de Imposto de Renda, salta para o Art. n. 43, CTN, que é o fato gerador do Imposto de Renda. 
Constituição → CTN → Súmula → Legislação 
A Súmula em questão fala da não incidência do Imposto de Renda sobre a licença prêmio não usufruída pelo servidor. Existem alguns estados e municípios que ainda pagam licença prêmio para o servidor pelos bons anos de serviço prestados à Administração. Ademais, quando o funcionário não usufrui dessa licença prêmio, ele receberá a licença prêmio em pecúnia como uma forma de ser indenizado pela licença que ele tinha direito e porventura não usufruiu. 
Portanto, a licença prêmio não usufruída e paga em dinheiro, pecúnia, não incide Imposto de Renda porque é uma verba indenizatória, uma mera recomposição do patrimônio, não há um ganho vencimental. 
SÚMULA N. 447 DO STJ 
Esta você pode juntar com o Art. n. 157 e 158 da CF que trata das repartições de receitas tributárias, especificamente, o Imposto de Renda retido na fonte do servidor estadual, distrital ou municipal. Saiba que 100% desse Imposto de Renda é repassado em 100 % para o respectivo estado, distrito ou município. 
Com quanto a União fica com o Imposto de Renda retido na fonte do servidor estadual, distrital ou municipal? A União não fica com nada! 
Supondo que seja descontado do servidor do estado da Bahia o Imposto de Renda sobre a licença prêmio que ele não usufruiu, esse desconto está certo ou errado? Errado. Porque é uma verba indenizatória, uma mera recomposição patrimonial. 
Houve um desconto → pagamento → recolhimento, certo ou indevido? Indevido. Então, o servidor tem o direito de ajuizar ação de repetição de indébito para restituir os valores pagos indevidamente. 
Entretanto,o servidor entrará com uma ação de repetição de indébito contra a União, ale- gando que o Imposto de Renda é federal, ou contra o próprio estado? Contra o próprio estado. Se 100% do Imposto de Renda retido na fonte do servidor do Estado da Bahia foi para a 
Bahia, se tiver que restituir, vai restituir para o Estado da Bahia.
Portanto, se o servidor entrar com uma petição, o réu, nesse caso, será o próprio Estado, 
DF e Município. Além disso, especificamente essa ação será endereçada para a Justiça Estadual. Contudo, isso só se aplica ao caso de Imposto de Renda retido na fonte do servidor estadual, distrital e municipal. 
Se for empregado público? 100% para a União, de modo que a União será o réu e será endereçado para a Justiça Federal. Se for comissionado? 100% para a União, de modo que a União será o réu e será endereçado para a Justiça Federal. 
SÚMULA N. 138 DO STJ 
A Súmula n. 138, do STJ fala que o ISS incide sobre a operação de arrendamento mercantil de coisas móveis. 
Hoje nós temos a Súmula Vinculante n. 31 que fala sobre a inconstitucionalidade da incidência de ISS sobre a locação de bem móvel. Isso porque quando se loca um bem móvel como um carro, uma impressora, uma fita cassete, isso não se configura como um serviço. Serviço é algo que é emprestado e encerrado. É uma obrigação pegar a coisa certa e devol- ver a coisa certa. Se a locação de bem móvel não é um serviço, mas uma mera entrega de coisa certa para uma posterior devolução, não há que se falar no pagamento de ISS. Sendo assim, a Súmula n. 138, do STJ, está superada. 
O bom código é aquele que tem a súmula, mesmo que ela não tenha mais aplicabilidade. 
Assim, a Súmula Vinculante n. 31 fala que é inconstitucional a incidência de ISS sobre a locação de bem móvel, exatamente por não ser um serviço, e sim uma entrega de coisa certa para posterior devolução. 
SÚMULA N. 155 DO STJ 
A Súmula n. 155 do STJ fala que o ICMS incide na importação de aeronave por pessoa física para uso próprio. Importou, seja pessoa física ou pessoa jurídica para revenda ou para consumo próprio, vai pagar imposto de importação, ICMS na importação, IPI na importação, CIDE na importação e, se for serviço, vai pagar ISS na importação também. 
Então, podemos juntar a Súmula n. 155 ao Art. n. 155, § 2o, IX, a, CF, alterado pela Emenda Constitucional n. 33/2001, somada à Súmula Vinculante n. 48, somada à Súmula n. 661, STF. Vale lembrar, ainda, que a Súmula n. 660, STF, não tem mais aplicabilidade. 
SÚMULA N. 160 DO STJ 
Esta diz que é defeso (proibido/vedado) atualizar o IPTU em valores acima do índice de correção monetária. 
Obs.: vale reforçar que defeso é sinônimo de proibido. 
Não vincule a Súmula n. 160 só ao IPTU, pois ela é para qualquer tributo que não pode ser atualizado acima do índice de correção monetária em valores superiores por meio de decreto. Se for acima do índice, os tributos só poderão ter sua base de cálculo atualizada por meio da publicação de lei ordinária. 
Portanto, não vincula apenas o IPTU. É defeso (proibido/vedado) atualizar a Base de Cálculo dos tributos (não só do IPTU) em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. Isso nasce do princípio da legalidade (Constituição → CTN → Súmula → Legisla- ção) que vem do Art. n. 150, I, CF, que, por sua vez, fala da regra da legalidade por meio da Lei Ordinária. Sobrecai no Art. n. 97, II e § 2o, CF. 
O § 2o fala que a Base de Cálculo dos tributos (não só do IPTU) pode ser atualizada por um mero Ato do Poder Executivo, por exemplo, decreto. Atualizar não é majoração, é uma correção da perda do valor aquisitivo da moeda. Então, para atualizar tem que ser dentro do índice da infração. Se a infração foi 10%, pode decretar atualização do valor dos tributos dentro dos 10% estipulados em lei. No caso de 10,1% acima do índice oficial de correção monetária é necessária a edição de uma Lei Ordinária. A partir desse § 2o, nasce a Súmula n. 160, STJ. 
Enquanto estiver dentro do índice de correção monetária = decreto. Acima do índice de correção monetária = Lei Ordinária. 
Súmula 215 – STJ 
Essa súmula estabelece que não incidirá imposto de renda sobre os valores recebidos a título de: 
· Programa de demissão voluntária; 
· Programa de aposentadoria voluntária. 
O Supremo entendeu que o que se recebe a título de PDV é considerado uma verba indenizatória, porque uma pessoa que ingressa no PDV realmente queria pedir demissão ou foi praticamente obrigada a isso, mesmo que não quisesse. A verba indenizatória pode ser entendida como uma mera recomposição patrimonial. Não houve ganho vencimental, não houve aumento do patrimônio. 
Os artigos 170 e 170-A não perderam aplicabilidade. Esse julgamento diz respeito tão somente à liminar. 
No Código, isso está no art. 153, III, da Constituição Federal e no art. 43 do CTN, além da Súmula 215 do STJ. 
É a mesma lógica das férias não usufruídas, que são recebidas em dinheiro e da licença prêmio do servidor que, se não usufruída, é recebida em dinheiro. Tudo é verba indenizatória e não há que se falar no pagamento do imposto de renda. 
Súmula 237 – STJ 
Estabelece que, nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao financia- mento não entram na base de cálculo do ICMS. 
Por exemplo, uma pessoa fez uma operação com o cartão de crédito e teve que parcelar. Esses encargos advindos da operação de cartão de crédito com a empresa não entram na base de cálculo do ICMS, pois não é uma mercadoria. 
Súmula 262 – STJ 
Essa súmula estabelece que incide o índice de imposto de renda sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas por atividades cooperativas. 
Por exemplo, uma pessoa cria uma cooperativa e coloca um dinheiro no banco para investir. Sobre os investimentos que a pessoa lucrar com as atividades financeiras, será necessário pagar imposto de renda. 
Isso entra no conceito do art. 153, inciso III, da Constituição e no art. 43o, incisos I e II do CTN. O fato gerador do imposto de renda é qualquer renda produto do capital, qualquer coisa que possa ser convertida em dinheiro, ou proventos de qualquer natureza. Se a cooperativa teve rendimento com as aplicações, é justo que pague imposto de renda. 
Súmula 274 – STJ 
Essa súmula ainda não foi cobrada no exame de Ordem. Ela estabelece que incide ISS sobre as diárias hospitalares, medicações e refeições. 
A Lei Complementar 116 dispõe que o serviço de saúde em si é tributado por ISS. Os 40 itens da 116 são taxativos e há as derivações. Dentro do campo de saúde haverá ambu- latório, hospital, clínica, diárias hospitalares, medicações e refeições, inclusive, para os acompanhantes, que também entram no conceito de serviço de saúde. Todas serão tributa- das por ISS. 
Em resumo, o ISS incide sobre o valor de assistência médica, o que inclui: 
• Refeição (do paciente e do acompanhante); 
• Medicamentos;
• Diárias hospitalares. 
Isso parte do art. 156, inciso III, da Constituição e do art. 1o da LC 116/03. 
A Súmula 276 do STJ não tem mais aplicabilidade. E estabelecia que as sociedades civis de prestação de serviço estavam isentas do pagamento da COFINS. Não há mais isenção. 
Súmula 314 – STJ 
Essa súmula trabalha o instituto da prescrição intercorrente. A prescrição intercorrente nasce do art. 40 da Lei n. 6830/1980, que é a Lei de Execução Fiscal. 
A prescrição intercorrente pode acontecer em qualquer matéria, desde que exista uma execução. Mesmo que tenham prazos e contagens diferentes, todas as matérias têm a pres- crição intercorrente. 
Em Tributário, a prescrição intercorrente não é a prescrição para o fisco executar ou cobrar algo que já estava lançado e constituído definitivamente. Trata-se de uma prescrição que acontece no bojo da execução fiscal.Prescrição intercorrente: 
a. Deve haver execução fiscal já ajuizada. Se não houver uma execução final, não se pode falar em prescrição intercorrente. 
b. art. 8a da Lei n. 6830/1980 – cita-se para pagar 5 dias ou nomear bens à penhora. 
Súmula 334 – STJ e Súmula 350 – STJ 
Nascem do art. 155, inciso II, da Constituição, e se relacionam com o art. 3o, LC 87/96. 
c. Quando começa a frustrar o resultado útil da execução fiscal (não se consegue citar, nem penhorar), acontece a suspensão da execução pelo prazo máximo de 1 ano. 
d. Quando escoar o prazo de 1 ano da suspensão da execução final, haverá a notificação da Fazenda Pública de que houve uma suspensão da execução fiscal. 
e. Arquivamento provisório da execução fiscal. Da data do arquivamento provisório, se se passar mais 5 anos sem que seja possível citar ou penhorar, será determinado o acolhimento da prescrição intercorrente, só após isso o processo será extinto 
A Súmula 314 do STJ estabelece que o prazo da prescrição intercorrente começa quando termina o prazo de suspensão. Porém, nesse caso, se suspende por um ano e, ao final desse prazo, a Fazenda Pública é notificada. Nesse momento o juiz determina o arquivamento pro- visório e somente aí o prazo da prescrição intercorrente de 5 anos começa a contar. 
A Súmula 334 estabelece que não incide ICMS sobre os serviços de provedor de internet. Já a Súmula 350 estabelece que não incide ICMS sobre os serviços de habilitação de celular. Existe uma máxima em Tributário: em regra, não se tributa atividade-meio, de suporte 
secundário. É tributada a finalidade principal do serviço que esteja sendo prestado. 
Quando se contrata um pacote de internet, sua finalidade principal é usar o serviço de internet e não contratar um provedor. Porém, se não se contrata um provedor, não se usa. 
No passado, queria-se cobrar ICMS pelos serviços de provedores de internet, porém, o STJ estabeleceu que não incide ICMS sobre os serviços de provedores de internet, porque é uma atividade-meio, de suporte secundário, para se chegar à finalidade principal, que é o uso. Paga-se pelo uso, não por se contratar um provedor. 
O mesmo se aplica à habilitação de celular, citada na Súmula 350. A atividade principal é o uso dos serviços de telefonia celular. O objetivo principal não é cadastrar o número e habi- litá-lo em alguma operadora, mas, sim, usar o serviço. 
Súmula 352 – STJ 
Essa súmula trata do tema de imunidade de imposto sobre: 
• Patrimônio; 
• Renda;
• Serviço. 
A Súmula 352 dispõe sobre a imunidade de entidades de assistência social, que também têm imunidade de contribuições para a seguridade patronal, que são as pagas pelo patrão – art. 195, § 7o, da Constituição. Previstas no art. 195, inciso I, da Constituição, que dispõe sobre: 
• Folha de salário; 
• COFINS;
• CSLL. 
Desde que todo dinheiro seja revertido na finalidade da instituição. 
A obtenção de certificado de atividade beneficente de assistência social sem fins lucrati- vos não exime a entidade do cumprimento das obrigações legais. 
Mesmo imune, as entidades devem cumprir com todas as obrigações acessórias. Caso não cumpram, o benefício será suspenso. 
Súmula 360 – STJ 
Essa súmula trata do instituto da denúncia espontânea. 
O art. 138 do CTN define o que é uma denúncia espontânea. Trata-se de um pedido que o contribuinte faz ao fisco antes de qualquer procedimento administrativo ou judicial, seja pelo fisco ou pelo contribuinte. 
A prova pode trazer uma questão como, por exemplo: João, antes do lançamento, per- cebeu que não havia efetuado recolhimento do tributo. Mas João se antecipou, fez o recolhi- mento do tributo e dos juros. O fisco, ao perceber que João só havia recolhido tributo e juros, mas não havia efetuado pagamento da multa, autuou João pelo não pagamento da multa. A pergunta seria: o ato do fisco está correto? Não estaria correto, pois quando João efetuou o pagamento do tributo e dos juros, nem o fisco sabia que ele havia esquecido; não havia início de qualquer procedimento; não havia autuação, notificação, lançamento, dívida ativa, execução etc. 
O contribuinte pagou o tributo e os juros, então ele tem o direito do benefício da denún- cia espontânea e não precisa pagar o valor da multa. A denúncia espontânea retira apenas o valor da multa. 
O parágrafo único do art. 138 dispõe que não se considera espontânea a denúncia apre- sentada após o início de qualquer procedimento de fiscalização. 
A Súmula 360 estabelece que não haverá denúncia espontânea nos tributos lançados por homologação que tenham sido declarados e pagos a destempo, fora do prazo. Por exemplo, o imposto de renda, o ICMS ou o ISS. 
A questão da súmula não é ser ou não lançado por homologação, mas ter ou não decla- ração. Porque se o próprio contribuinte já efetuou a declaração e prestou as informações ao fisco, ele mesmo deu causa ao início do procedimento, portanto, não é mais espontâneo. Se não houver declaração, pode-se pedir denúncia espontânea; se houver declaração, não é mais possível pedir. 
Súmula 373 – STJ 
Essa súmula deve ser estudada junto com a Súmula Vinculante 21. Atualmente é pos- sível entrar com processo judicial ou administrativo sem a necessidade de depósito prévio. 
A Súmula Vinculante 28 estabelece que o depósito não é mais requisito de admissibili- dade das ações judiciais e a Súmula Vinculante 21 e 373 do STJ dispõem que o depósito do montante integral em dinheiro não é mais requisito de admissibilidade dos processos admi- nistrativos. 
Súmula 375 – STJ 
Trata de fraude à execução. Existe fraude à execução: 
· Cível: Súmula 375 do STJ. 
· Fiscal: art. 185 do CTN. 
A fraude à execução cível está relacionada ao direito privado. Para configurar fraude à execução cível, é necessário configurar o intuito em fraudar, o consilium fraudis. Esse intuito é configurado apenas se houver o registro de penhora do bem. 
Em Direito Tributário, a fraude à execução fiscal é configurada com a mera inscrição em dívida ativa. Não é necessário o registro de penhora do bem. Nesse caso, a Súmula 375 do STJ não é aplicada. Essa súmula não tem aplicabilidade para o Direito Tributário. 
Na relação jurídica há a hipótese de incidência, fato gerador, obrigação tributária, lança- mento, constituição de crédito, não pagamento, inscrição na dívida ativa e execução fiscal. 
Quando a pessoa está inscrita em dívida ativa, ainda não há processo, nem anulatória, nem o fisco executou, mas já se presume a fraude à execução fiscal. 
A presunção de fraude à execução é uma presunção relativa. Ela pode ser afastada se o contribuinte comprovar que, mesmo alienando bens, resta bens suficientes ao total paga- mento da dívida. 
Por exemplo, considere uma dívida de 5 milhões e um patrimônio de 1 milhão. O patrimô- nio não cobre nem metade da dívida, não se pode vender nada, sob pena de fraude. Mas se o patrimônio for de 5 milhões e uma dívida de 1 milhão, ainda restam 4 milhões para cobrir a dívida e se consegue afastar a presunção de fraude. 
Em resumo, a regra é que, se houve venda em dívida ativa, presume-se que houve fraude, salvo se for comprovado que, mesmo alienando os bens, ainda há patrimônio sufi- ciente para a total quitação da dívida. Se o fisco perceber que há dilapidação do patrimônio e, portanto, haverá frustração do resultado útil da execução fiscal, ele pode se proteger para evitar essa frustração. Nesse caso, o fisco pode ajuizar medida cautelar fiscal para determi- nar o bloqueio do patrimônio do executado e resguardar o futuro útil da execução, de acordo com a Lei n. 8397/1992. O art. 7o permite o bloqueio do patrimônio mediante liminar. O art. 11 estabelece que a cautelar tem o prazo de 60 dias para ser convertida em execução.

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