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Roteiro de Aula 05 - Embargos de Declaração e Recurso Adesivo

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FACULDADE ESTÁCIO 
CURSO DE DIREITO 
TEORIA DA DECISÃO JURISDICIONAL E RECURSOS NO 
PROCESSO CIVIL 
2022.2 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 05 – RECURSOS EM ESPÉCIE: EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO E RECURSO ADESIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Docente: Fernando Gomes Júnior 
 
 
RECURSOS EM ESPÉCIE: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ARTS. 1.022 A 
1.026, CPC) 
 
 
1. Conceito: consiste no instrumento recursal cujo objetivo é alcançar o juízo 
integrativo da decisão, complementando-a ou sanando algum vício, nos termos 
da lei. 
 
2. Prazo (art. 1.023, CPC): diferentemente dos demais recursos, os embargos 
declaratórios devem ser oferecidos no prazo de 5 (cinco) dias. 
 
• OBS1 – Contrarrazões do embargado (art. 1.023, §2º, CPC): a intimação 
da parte contrária para oferecer manifestação em face dos Embargos de 
Declaração não é automática. Dessa forma, o embargado somente será 
intimado para oferecer contrarrazões caso o acolhimento do recurso possa 
oferecer modificação à decisão embargada. 
 
3. Hipótese de cabimento e finalidades (art. 1.022, caput, e incisos CPC): 
esse recurso será cabível em face de toda e qualquer decisão. Ou seja, cabem 
Embargos de Declaração contra decisões interlocutórias, Sentenças, decisões 
monocráticas de Relatores e Acórdãos de Tribunais. Trata-se, todavia, de um 
recurso de fundamentação vinculada, somente sendo cabível com três objetivos: 
 
3.1 Esclarecer obscuridade (inciso I, primeira parte): a doutrina considera 
que obscura é a decisão que não pode ser inteligível, ou seja, não dotada da 
clareza necessária à sua compreensão. Os embargos, nessa hipótese, 
buscarão tornar a decisão compreensível. Também é entendida como decisão 
obscura a decisão que não tiver a correta fundamentação, para parte da 
doutrina. 
 
3.2 Eliminar contradição (inciso I, segunda parte): contraditória é a decisão 
que não se sustenta em si mesma. A ela, falta coerência interna, como, por 
exemplo, a Sentença cuja fundamentação não se coaduna com o dispositivo (a 
decisão em si). 
 
• OBS1 – Espécie de contradição: a contradição que torna apta a 
interposição dos Embargos de Declaração deve considerar a própria 
decisão, e não uma que seja externa ao processo. Assim, não se pode 
utilizar a decisão proferida pelo mesmo Juiz, mas em processo distinto, 
para sustentar a contradição no processo em que foram oferecidos os 
Embargos. 
 
• OBS2 – Embargos de Declaração em face de decisão ultra ou extra 
petita: o STJ (conforme julgamento nos EDcl no REsp 726.446/PE) 
entende ser cabível o oferecimento desse recurso quando a decisão 
extrapolar os limites da congruência, ou seja, sempre que ela conceder 
mais do que foi pedido (ultra petita) ou fora do objeto do pedido (extra 
petita). 
 
3.3 Suprir omissão (inciso II): cabe, aos Magistrados, examinar todas as 
questões suscitadas pelas partes e demais sujeitos processuais que 
eventualmente tenham se manifestado no processo. Caso não atenda a essa 
exigência, a decisão será omissa. 
 
• OBS1 – Presunção legal de omissão (parágrafo único): a lei não traz 
hipóteses taxativas do que considera como omissa uma decisão. 
Entretanto, nos casos descritos no art. 1.022, parágrafo único, do CPC, a 
doutrina entende que será presumidamente omissa a decisão que: 
 
I – Não considerar os precedentes (inciso I): quando a tese deles for 
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção 
de competência aplicável ao caso sob julgamento. 
 
II – Não for considerada como fundamentada (inciso II): a lei traz, no 
rol do §1º do art. 489 do CPC, hipóteses que, se forem observadas, torna 
a decisão judicial como não fundamentada. Nesses casos, para sanar a 
omissão, deve-se interpor Embargos de Declaração. 
 
3.4 Corrigir erro material (inciso III): em regra, depois de proferida a decisão, 
o Juiz não pode modificá-la, salvo para sanar inexatidões materiais ou erros de 
cálculo (interpretação do art. 494, CPC). Essa modificação pode ser feita de 
ofício ou mediante provocação. Os Embargos de Declaração, portanto, é um 
dos meios para provocar o Juiz a consertar a decisão. 
 
3.5 Para fins de prequestionamento (art. 1.025, CPC): alguns recursos 
dirigidos aos Tribunais Superiores possuem como pressuposto específico a 
indicação do prequestionamento, que diz respeito à demonstração da situação 
de o Tribunal inferior (TJ ou TRF) ter examinado a matéria a ser levada ao 
Tribunal Superior. É possível, entretanto, que a parte entenda que o TJ ou TRF 
não tenha examinado o assunto, cabendo o oferecimento de Embargos de 
Declaração para suprir o requisito do prequestionamento. 
 
4. Preparo (art. 1.023, caput, parte final, CPC): não há necessidade de 
pagamento do preparo. 
 
5. Processamento, formalidades e julgamento (arts. 1.024 e 1.026, CPC) 
 
5.1 Interposição: nos Embargos de Declaração, o juízo de admissibilidade é 
único e se confunde com o de mérito, pois o próprio órgão que proferiu a 
decisão deverá sanar a omissão, a contradição ou obscuridade. Assim, a peça 
deve ser oferecida perante o mesmo Juízo que prolatou a decisão. 
 
5.2 Formalidades da peça: no bojo da peça dos Embargos, o embargante 
deverá indicar, expressamente, o erro, a obscuridade, a contradição ou a 
omissão, sob pena de indeferimento. 
 
5.3 Julgamento (art. 1.024, CPC): como já explicado, os Embargos serão 
julgados pelo mesmo órgão prolator da decisão, mas há algumas regras a 
respeito do julgamento desse recurso a depender da decisão recorrida. 
5.3.1 Decisão de Juiz (caput): o julgamento dos Embargos deve ocorrer no 
prazo de 5 dias. 
 
5.3.2 Acórdão de Tribunal (§1º): deverá ser apresentado pelo Relator na 
sessão seguinte à sua interposição, já incluso o seu voto. Caso não seja 
julgado na referida sessão, o processo será incluído na pauta da próxima 
sessão de forma automática. 
5.3.3 Decisão monocrática de Relator no Tribunal (§2º): nesses casos, a 
decisão sobre o acolhimento ou rejeição dos Embargos será dada igualmente 
de forma monocrática, pelo respectivo Relator. 
 
• OBS1 – Fungibilidade nos Embargos de Declaração (§3º): quando 
oferecidos na hipótese em tela, os embargos podem ser conhecidos como 
Agravo Interno se o relator entender que esta era a intenção da parte, mas 
deverá facultar a ela complementar o recurso, no prazo de 5 dias, a fim 
de atender aos requisitos do Agravo (art. 1.021, §1º, CPC). 
 
5.4 Efeitos (art. 1.026, caput, primeira parte, e §1º, CPC): esse recurso só 
possui efeito devolutivo, em regra. Assim, em tese, não suspenderão a eficácia 
da decisão embargada. Todavia, a validade da decisão recorrida pode ser 
suspensa pelo respectivo Juiz ou Relator se demonstrada a probabilidade de 
provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco 
de dano grave ou de difícil reparação. 
 
5.5 Interrupção do prazo dos demais recursos (art. 1.026, caput, segunda 
parte, CPC): a oposição dos embargos de declaração interrompe o prazo 
recursal dos demais recursos para ambas as partes. Na doutrina, prevalece o 
entendimento que a simples oposição dos embargos leva à interrupção dos 
prazos. 
 
5.6. Embargos de Declaração Protelatórios (art. 1.026, §§2º a 4º, CPC): 
sendo opostos os embargos com fins de protelação, à primeira oposição é 
aplicada uma multa não excedente de 2% sobre o valor da causa; se 
reincidente, a multa aumentará para 10%, de modo que a interposição dos 
demais recursos está condicionada ao depósito da multa (novo pressuposto 
recursal extrínseco), salvo para a Fazenda Pública e para o beneficiário da 
Justiça Gratuita, que a recolherão ao final. Acrescente-se, ainda, que a lei 
proíbe a interposição de embargos de declaração quando os dois anteriores 
tiverem sido considerados protelatórios. 
 
• OBS1 – Súmula 98, STJ: o STJ entende que a oposição de embargos 
declaratórios para fins de prequestionamento não poderá ser considerada 
protelatória. 
 
6. Embargos de Declaração e sua relação com outros recursos (art. 1.024, 
§§4º e 5º, CPC): numa situação processual, é possível que uma parte ofereçaEmbargos à Execução e a outra parte interponha algum recurso que discuta o 
mérito. Nesses casos, caso o julgamento dos embargos cause modificação do 
julgado originário, em face do qual a parte embargante ofereceu recurso, ela terá 
a oportunidade de complementar suas razões recursais, no prazo de 15 dias. 
RECURSO ADESIVO (ART. 997, §§1º E 2º, CPC) 
 
 
1. Conceito: trata-se do instrumento processual utilizado pela parte recorrida 
para, no prazo das contrarrazões a serem ofertadas em face do recurso 
interposto pelo recorrente, impugnar a mesma decisão contra a qual a outra parte 
se insurgiu. 
 
2. Características e requisitos do recurso adesivo 
 
2.1 Natureza jurídica: prevalece na doutrina o entendimento de que o Recurso 
Adesivo possui natureza acessória, não sendo um recurso propriamente dito, 
mas sim uma forma de interposição do recurso principal. A diferença reside 
apenas no momento processual: como a parte recorrida desejou não oferecer 
o recurso principal dentro do prazo para tanto, utilizou-se do recurso da parte 
recorrente para aderir a sua impugnação. 
 
2.2 Hipóteses de cabimento: conforme o CPC, somente caberá Recurso 
Adesivo quando interposto(a): 
 
2.2.1 Apelação: aquele que ataca a sentença ou a decisão interlocutória não 
recorrível por Agravo de Instrumento. 
 
2.2.2 Recurso Especial: dirigido ao STJ e que cabe, dentre outras causas, 
para discutir a uniformidade da jurisprudência no que tange às leis federais. 
 
3.2.4 Recurso Extraordinário: possui o objetivo de discutir as matérias 
constitucionais do processo e é dirigido ao STF. 
 
2.3 Sucumbência recíproca (art. 997, §1º, CPC): somente caberá o manejo 
do Recurso Adesivo caso autor e réu sejam, ambos, vencedor e vencido, 
podendo um aderir ao recurso do outro. 
 
3. Prazo (art. 997, §2º, I, CPC): em decorrência do prazo uniforme dos recursos 
no Processo Civil, o Recurso Adesivo deverá ser interposto no prazo de 15 dias, 
dentro do prazo das contrarrazões. Ou seja, conta-se o prazo a partir da 
intimação do recorrido acerca da interposição do recurso pelo recorrente. 
 
4. Acessoriedade (art. 997, §2º e inciso III, CPC): como o recurso adesivo é 
acessório ao principal, ele estará sujeito a todas as regras do principal (requisitos 
de admissibilidade e julgamento) e dependerá do processamento deste para seu 
conhecimento. Em razão disso, caso haja inadmissibilidade ou desistência do 
recurso principal, o recurso adesivo não será analisado.

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