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Nutrição e Atenção Á Saúde - IV UNIDADE

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Nutrição e Atenção Á Saúde - IV UNIDADE
Olá, estudante! Tudo bem? Espero que sim!
Neste material você será apresentado(a) aos principais problemas nutricionais enfrentados atualmente pelo
Brasil. Trataremos do conceito da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e faremos uma relação entre a
transição nutricional e a insegurança alimentar, ainda presente nas populações mais pobres. Você também
irá conhecer as duas importantes ferramentas voltadas a garantir aos brasileiros o direito humano à
alimentação adequada: a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) e o Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Ao final, você será apresentado(a) aos guias alimentares para a
população brasileira, que são importantes estratégias criadas pelo Ministério da Saúde para promover
educação alimentar e nutricional ao seu povo.
Neste contexto, a disciplina de Nutrição e Atenção à Saúde lhe proporcionará uma visão mais crítica e
ampliada da sua futura atuação profissional no âmbito da saúde coletiva. Atividade essa de extrema
importância no enfrentamento aos principais problemas de saúde pública no Brasil, em especial os que
possuem relação com o estilo de vida, incluindo a alimentação.
Vamos à leitura? Bons estudos!
OBETIVOS DA UNIDADE:
 Discutir sobre os principais problemas nutricionais no Brasil.
 Abordar a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN).
 Apresentar a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN).
 Apresentar o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
 Introduzir os guias alimentares para a população brasileira.
Problemas nutricionais no Brasil e a segurança alimenta e nutricional (SAN)
Embora o Brasil seja um dos maiores produtores de alimentos do mundo, grande parte da sua população
sofre com a falta de acesso aos alimentos básicos necessários ao dia a dia. A insegurança alimentar e
nutricional pode se manifestar através de diferentes tipos de problemas, como:
 a fome;
 o excesso de peso;
 as doenças decorrentes da má alimentação;
 o consumo de alimentos de fonte não segura ou prejudiciais à saúde;
 a cadeia de produção de alimentos predatória em relação ao meio ambiente e/ou às relações
socioeconômicas;
 os preços abusivos de alimentos e bens essenciais; e
 a estipulação de padrões alimentares alheios à diversidade cultural (ALVES; JAIME, 2014).
Para tentar sanar esses problemas, você deve se lembrar que, em 1999, foi publicada a Política Nacional de
Alimentação e Nutrição (PNAN), como um esforço do governo brasileiro de aceitar, amparar, prover e
garantir os direitos dos brasileiros à saúde e nutrição a partir de uma série de políticas públicas. Vimos que a
PNAN visa promover hábitos alimentares equilibrados e saudáveis, além de oferecer monitoramento
alimentar e nutricional, como também a prevenção e a atenção integral aos problemas associados à
alimentação e nutrição (BRASIL, 2013).
VOCE SABIA?
A insegurança alimentar pode ser classificada em três níveis: leve, moderada e grave. Na leve, os indivíduos
não têm certeza de quando farão a próxima refeição e, por isso, recorrem ao suporte familiar, de vizinhos ou
de cozinhas comunitárias. Na moderada, os indivíduos não se alimentam em quantidade suficiente,
precisando pular alguma(s) refeição(ões) e não se alimentando de forma adequada. Já na grave, as pessoas
sofrem com a privação de alimentos, não tendo nada o que comer.
No entanto, o estado nutricional da população brasileira no cenário atual reflete o processo da transição
nutricional, devido às mudanças alimentares, ao aumento de sobrepeso e obesidade, ao maior consumo de
alimentos industrializados, ao crescente acesso às comidas baratas, de alta densidade energética e à
inatividade física, mesmo existindo a PNAN. Essa transição nutricional propicia o surgimento de doenças
crônicas (MENDES, 2011; MARTINS et al., 2021).
A insegurança alimentar e nutricional afeta de maneira desigual as várias camadas que compõem a
sociedade, sendo condicionada aos fatores socioeconômicos, políticos, educacionais, culturais, ambientais
etc. No contexto contemporâneo, a complexidade desse fenômeno consiste em um elemento fundamental e
que requer a articulação e convergência de políticas públicas entre os diferentes segmentos e instâncias de
diálogo, a fim de superarem as barreiras das políticas setoriais (LANG; BARLING; CARAHER, 2009;
FANZO, 2017).
Isso se torna ainda mais preocupante quando levamos em conta que a insegurança alimentar pode não se
manifestar, como geralmente ocorre, em carências nutricionais. Você já parou para pensar que indivíduos
com sobrepeso ou obesidade também podem estar sofrendo de insegurança alimentar? Há várias evidências
na literatura que existe a associação entre a insegurança alimentar moderada e o sobrepeso ou obesidade
(WILDE; PETERMAN, 2006; ADAMS; GRUMMER-STRAWN, CHAVEZ, 2003; FRONGILLO, 2003;
TOWNSEND et al., 2001). As possíveis explicações para essa associação seriam:
 aumento no consumo de alimentos baratos e hipercalóricos;
 transtornos alimentares devido à ansiedade e incerteza relacionadas à restrição alimentar involuntária; e
 adaptações metabólicas do organismo aos períodos de jejum recorrentes, inclusive no período
intrauterino, quando há desnutrição da gestante (ALAIMO; OLSON; FRONGILLO, 2001; KEPPLE;
SEGALL-CORRÊA, 2011).
Dessa forma, em vez de conceituar o problema do excesso de peso como sendo um problema antagônico à
fome, deve-se levar em conta a possibilidade de que seja, em populações de baixo poder aquisitivo, uma
consequência dela.
Nesse sentido, se a SAN for encarada e caracterizada principalmente a partir de indicadores de produção
agrícola e disponibilidade de alimentos, podemos ser levados a acreditar que o aumento da produção, a
melhoria da distribuição ou o surgimento de novas tecnologias agrícolas, a exemplo dos cultivos mais
nutritivos, será capaz de resolver o problema da insegurança alimentar e da fome (TOZI, 2001).
No entanto, sabemos há décadas que a falta de alimentos, em si, não é o problema na maioria das situações
de carência alimentar. Ao que parece, o principal problema da insegurança alimentar e nutricional está
relacionada às relações de poder que estão por trás da falta de acesso dos mais pobres à abundância que já
existe. Como abordado no documento produzido para a II Conferência Nacional de SAN, pautas de
equidade, inclusão social e sustentabilidade também devem fazer parte de uma política de produção agrícola
voltada para a segurança alimentar e nutricional das populações (BRASIL, 2004).
Você já parou para pensar como a pandemia da COVID-19 impactou a segurança alimentar e nutricional dos
brasileiros? Que tal saber mais sobre o assunto? Aqui deixamos uma dica de leitura para responder a essa
questão!
Política nacional de segurança alimentar e nutricional (PNSAN)
Em 25 de agosto de 2010, foi instituída a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN),
na forma do art. 3º da Lei n.º 11.346/2006, a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN),
que visa promover a segurança alimentar e nutricional, assim como garantir o direito humano à alimentação
adequada (DHAA) em todo território nacional. A LOSAN criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional (SISAN), estabelecendo seus princípios, diretrizes, objetivos e composição, através do qual a
sociedade civil organizada deverá formular e implementar políticas, planos, programas e ações com o
objetivo de assegurar o DHAA (BRASIL, 2006).
DEFINIÇÃO: O DHAA pode ser compreendido como o direito de todos os indivíduos e coletividades ao
acesso físico e econômico, de modo frequente, permanente e incondicional, seja por meio direto ou por
compras financiadas, à alimentação suficiente e adequada, tanto em quantidade quanto em qualidade, de
acordo com as tradições culturais locais, assegurando sua concretização física e mental a fim de se alcançar
uma vida digna (VALENTE, 2002).
O exercício da PNSAN abrange a integração dos esforços entre governo e sociedade civil, comotambém as
ações e programas estratégicos, tais como:
 § Acesso a Água (Cisternas);
 Fomento Rural às atividades produtivas da agricultura familiar;
 Programa de Aquisição de Alimentos (PAA);
 Apoio à Agricultura Urbana e Periurbana;
 Distribuição de Alimentos;
 Inclusão Produtiva Rural de Povos e Comunidades Tradicionais e/ou Grupos e populações tradicionais e
específicos;
 Apoio a estruturação de Equipamentos Públicos de Alimentação e Nutrição, como Rede de Bancos de
Alimentos, Restaurantes Populares e Cozinhas Comunitárias;
 Ações de apoio a Educação Alimentar e Nutricional etc. (BRASIL, 2022).
 Como podemos ver, as ações da PNSAN vão desde a produção até a comercialização, distribuição e
consumo de alimentos saudáveis, como ferramenta de garantia do DHAA e do combate a todas as
formas de má nutrição.
Objetivos da PNSAN
A PNSAN visa promover e assegurar o acesso à alimentação adequada e à segurança alimentar e nutricional
como direito fundamental do ser humano, com o intuito de:
 Formular, articular e implementar, de maneira intersetorial e com a participação da sociedade civil
organizada políticas, planos, programas e ações de segurança alimentar e nutricional em âmbitos
nacional, estadual e municipal, com vistas em assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada
(DHAA);
 Monitorar e avaliar as mudanças que ocorreram na área de alimentação e nutrição e;
 Verificar o impacto dos programas e ações de segurança alimentar e nutricional sobre a população a
qual se destinava a política (BRASIL, 2022).
SAIBA MAIS: O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) foi um órgão
consultivo ligado à Presidência da República, criado em 22 de abril de 1993 (Decreto n.º 807/93) e extinto
em 1º de janeiro de 2019. O CONSEA incentivava a participação da sociedade civil e a intersetorialidade na
criação e avaliação de políticas públicas de Segurança Alimentar e Nutricional. Sua extinção representou
uma importante perda de espaço na articulação de políticas públicas voltadas à SAN.
Nesse cenário de promoção ampla de SAN, associado aos fatores de risco crescentes, percebe-se que, hoje, o
acesso aos alimentos vem aos poucos se distanciando da lógica da qualidade e entrando na lógica de
mercado. Segundo a conjectura em SAN, os determinantes sociais impactam na maneira como as pessoas se
alimentam, as vias pelas quais acessam os alimentos e quais alimentos acessam. Assim sendo, a proposta de
alternativas e a busca permanente de garantias de acesso a alimentos de qualidade e em quantidades
suficientes para a população devem ser um dever do Estado, com o intuito de promover ações direcionadas a
essa finalidade (GIORDANI; BEZERRA; ANJOS, 2017).
Programa nacional de alimentação escolar (PNAE)
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é um programa do governo federal responsável por
fornecer recursos destinados à alimentação escolar e ações de educação alimentar nos estados e municípios
brasileiros. No mundo, é considerado um dos maiores programas relacionados à alimentação, sendo o único
reconhecido com atendimento universalizado (BRASIL, 2009).
O PNAE existe como programa ininterrupto desde 1979, atravessando diversas fases. O surgimento do
primeiro marco regulatório relativo a ele passou a vigorar com a Lei n.º 11.947, de 16 de junho de 2009,
trazendo diretrizes e outras atribuições para a alimentação escolar, em âmbito federal, devendo a lei ser
aplicada em todo território brasileiro.
Cabe salientar que foram feitas atualizações da Lei n.º 11.947 no decorrer dos anos, com resoluções sobre as
compras da agricultura familiar, participação social, entre outras questões. As atualizações aprimoram o
programa e levam em conta as mudanças nas pesquisas científicas sobre alimentação e nutrição. Em relação
ao histórico do programa, o Diagrama 1 traz algumas dessas evoluções e seus respectivos anos.
Uma das evoluções da referida lei, a criação do propgrama nacional de alimentação escolar, tem como
objetivo:
[...] contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento
escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos, por meio de ações de educação alimentar
e nutricional e da oferta de refeições que cubram as suas necessidades nutricionais durante o período letivo
(BRASIL, 2009).
As leis e diretrizes do programa compreendem os objetos desta política pública com foco na alimentação
escolar. Cabe ressaltar que os(as) nutricionistas participam na efetivação da política como responsáveis
técnicos, elaborando e implementando cardápios, compras institucionais, avaliando o estado nutricional dos
escolares e atuando nas ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) de forma compartilhada com
pedagogos(as), diretores(as), comunidade escolar e professores(as).
Leis e diretrizes
Como já visto, a base para efetivação do PNAE é a Lei n.º 11.947 e suas atualizações para diretrizes e
normas que norteiam essa política de alimentação e nutrição. Ao conhecer esses marcos teóricos, tem-se
uma visão geral do programa, bem como seu papel na alimentação dos(as) discentes matriculados(as) na
rede pública de ensino (BRASIL, 2009).
As diretrizes do programa são fundamentais para as discussões sobre essa política e decifrá-las favorece a
atuação profissional em alimentação escolar (BRASIL, 2009).
DICA: O PNAE atende crianças, adolescentes e adultos matriculados na rede pública de ensino, fornecendo
alimentação escolar. Conhecer a Lei n.º 11.947 e a Resolução n.º 26 do FNDE, que regulam a alimentação
nas escolas públicas, pode vir a facilitar o entendimento sobre alimentação infanto-juvenil e de adultos no
ambiente escolar.
Para tanto, os parâmetros da lei são específicos em relação às quantidades de macronutrientes,
fornecimentos de alimentos in natura e minimamente processados, sem falar na atenção à cultura e hábitos
alimentares voltados ao público infantil, juvenil e adultos, além do atendimento da educação básica, ensino
médio e educação de jovens e adultos como público-alvo. Em relação às diretrizes (Figura 2), a lei de 2009
diz que:
I - O emprego da alimentação saudável e adequada, que respeite cultura, tradições e hábitos alimentares;
II - A inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem;
III - Universalidade do atendimento aos alunos matriculados na rede pública de educação básica;
IV - Participação da comunidade no controle social para garantir a oferta da alimentação escolar saudável e
adequada;
V - O apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos para a aquisição de gêneros alimentícios
diversificados, produzidos em âmbito local e preferencialmente pela agricultura familiar;
VI - O direito à alimentação escolar, visando garantir a segurança alimentar e nutricional dos alunos, com
acesso de forma igualitária (BRASIL, 2009).
A forma de efetivação do PNAE é através das parcerias entre municípios, estados e a federação, com verba
complementar. Vale explicar ainda que devem ser cumpridos 200 dias letivos, com a devida verificação do
período de permanência na unidade escolar e o número mínimo de refeições e calorias a serem fornecidas.
Os conselhos de alimentação escolar dão vazão à participação social, com fiscalização e a observação dos
gastos e da qualidade da alimentação, feito mediante visitas às unidades, acompanhamento da alimentação,
compras, cardápios, gastos e aprovação da prestação de contas juntos ao FNDE (BRASIL, 2009).
Alguns pontos importantes a serem observados são o fornecimento de, no mínimo, três porções de frutas e
verduras na refeição semanal dos escolares. A fim de garantir uma alimentação saudável e adequada,
recomendações acerca do uso de sódio, açúcar e alimentos ultraprocessados (embutidos, enlatados, misturas
prontas para uso etc.) também devem ser observadas, bem como devem ser fortalecidos os laços com a
agricultura familiar e as ações da educação alimentar e nutricional (EAN), voltadas à qualidade alimentar e
saúde dos(as) alunos(as).
CURIOSIDADE:O PNAE é considerado um dos maiores programas de alimentação escolar do mundo,
sendo apontado pela FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) como exemplo de
política pública eficaz no combate à fome e como modelo para a implantação de programas sustentáveis de
alimentação escolar em vários países do mundo.
Guias alimentares para a população brasileira
Como forma de investir nas ações de SAN a partir da reeducação alimentar, o Ministério da Saúde brasileiro
criou manuais e guias como ferramentas metodológicas que podem ser utilizadas para promoção de um
ambiente alimentar saudável e adequado. Assim, os guias alimentares são instrumentos de apoio das ações
de educação alimentar e nutricional praticadas por profissionais de saúde (BRASIL, 2014).
Através desses documentos são dadas as diretrizes e fundamentos para a obtenção de uma alimentação
saudável e adequada à população brasileira. As informações contidas neles, além de carregarem consigo
pesquisas científicas, agregam ainda saberes tradicionais em uma linguagem simples e acessível,
favorecendo o entendimento por diversos públicos (BRASIL, 2014).
Um dos compromissos dos guias alimentares é o de refletir a realidade vivida pela população a que se
destina, tendo como base os alimentos mais consumidos por esta e considerando ainda as questões de cultura
alimentar. Deve-se levar em conta também a linguagem popular, bem como as formas de consumo comuns
aos brasileiros (BRASIL, 2014).
É necessário ainda considerar outras questões que vão além do ato de comer, mas que fazem parte deste
processo, como o plantio, a comercialização, o preparo, os custos e a cultura alimentar, que são grandes
preocupações presentes na formulação destes documentos.
Os guias brasileiros possuem duas grandes subdivisões: o guia alimentar para população brasileira e o guia
alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, sendo ambos complementares em informações e
orientações.
O Guia Alimentar para a População Brasileira é um orientador para ações que visam promover um ambiente
alimentar saudável. Nele, há os dez passos para uma alimentação saudável (Quadro 1).
PASSO - ORIENTAÇÃO:
1 Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação.
2 Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar, cozinhar alimentos e criar
preparações culinárias.
3 Limitar o consumo de alimentos processados.
4 Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados.
5 Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia.
6 Fazer compras em locais que oferecem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados.
7 Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias.
8 Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece.
9 Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora.
10 Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em
propagandas comerciais.
Quadro 1 – Dez passos para uma alimentação saudável.
Fonte: BRASIL, 2014.
O Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos traz doze passos para uma alimentação
saudável e adequada para este público, sendo uma fonte de informação segura e de qualidade tanto para
profissionais quanto para pais, familiares e cuidadores(as) no desenvolvimento de uma rotina alimentar que
garanta o crescimento e saúde das crianças. Ele ainda pode ser foco de ações na seara da alimentação escolar,
fortalecendo a alimentação como forma de educação.
Este guia contém informações sobre a fase de aleitamento materno, indicações de outros tipos de
aleitamento, seus manejos e como realizar a introdução de alimentos após os 6 meses de idade, tanto para
crianças em que se mantém o aleitamento quanto para as que não. Ele traz ainda informações sobre o ato de
cozinhar em casa, grupos de alimentos, direitos relativos à alimentação na infância e os 12 passos para uma
alimentação saudável (Figura 4).
O guia alimentar para crianças menores de 2 anos possui como intuito fornecer informações de qualidade
para a alimentação saudável e adequada de crianças menores de 2 anos. Entende-se que após este período a
criança já estará apta a se alimentar com a comida da família, ou seja, todas as refeições, seguindo as
orientações do guia alimentar para a população brasileira, podem ser fornecidas às crianças maiores
(BRASIL, 2019).
Neste material discutimos acerca dos principais problemas nutricionais que afetam o Brasil na atualidade.
Vimos que a insegurança alimentar e nutricional apresenta diferentes facetas, como a fome, o excesso de
peso, as doenças decorrentes da má alimentação, o consumo de alimentos de fonte não segura ou
prejudiciais à saúde, a cadeia de produção de alimentos predatória em relação ao meio ambiente e/ou às
relações socioeconômicas, os preços abusivos de alimentos, de bens essenciais e a estipulação de padrões
alimentares alheios à diversidade cultural.
Debatemos que a transição nutricional no Brasil não resolveu a questão da fome e da desnutrição do país, e
que o excesso de peso observado nas populações mais pobres são uma consequência da desnutrição e da
fome, e não o oposto delas. Nesse contexto, conhecemos alguns esforços da esfera federal em investir em
políticas públicas e programas para garantir ao povo brasileiro um maior acesso à alimentação de qualidade
e o combate à fome, destacando-se a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) e o
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Finalizamos com conceitos sobre a promoção de modos saudáveis de vida, com foco principal na
alimentação. Para tanto, exploramos as definições e conselhos dos guias alimentares para a população
brasileira, compreendendo também os pilares de uma alimentação saudável e apropriada na construção de
um ambiente que assegure o direito humano à alimentação adequada.
Com isso finalizamos a nossa disciplina. Espero que os materiais tenham sido fonte de conhecimento e
reflexão, servindo como base para a sua atuação profissional.
Até a próxima!

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