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AULA 4- ANÁLISE INSTITUCIONAL CONTEMPORÂNEA

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PSICOLOGIA INSTITUCIONAL
ANÁLISE INSTITUCIONAL CONTEMPORÂNEA
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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Conhecer a visão de autores clássicos nos estudos sobre instituições na perspectiva da psicologia, sublinhando
a visão das correntes microssociológicas.
Segundo Lapassade, a descrição das atividades cotidianas em termos de realizações práticas permite mostrar
como se efetua nas situações escolares um trabalho microssocial de instituição. Para ele, a instituição se constitui
um dos objetos essenciais das correntes microssociológicas.
Este autor analisa, também, o desvio escolar sob o ponto de vista institucional. Aponta ele que, na visão do
paradigma institucionalista clássico, a primeira definição de desvio remete a três formas:
• Libidinal 
• Ideológico
• Organizacional
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Formas definidas em relação às normas instituídas e ao comportamento dos transgressores em relação às
normas de comportamento esperadas da igreja. Nesta análise começa-se para definir uma ordem instituída e
coercitiva à qual se opõe, às vezes, movimentos ditos instituintes que tentam derrubá-la para substituí-la por
uma nova ordem.
A análise das instituições confirmadas, pelo inverso, uma estabilidade e repressora habitual da ordem.
Lapassade compara, a partir dessa discussão, duas visões de análise:
Análise institucional
Os analisadores desviantes, quando configurados por um desvio em relação a uma norma, contribuem para
revelar a solicitação de prioridade, denunciada como coercitiva e arbitrária.
Análise interacionista
Por sua vez, também vê no desvio um revelador social das normas prescritas pelos empresários da moral e até o
produto da ordem social escolhida. Mas, ao mesmo tempo, ela é esse desvio como sendo o resultado de uma
construção interativa e localizada, consequentemente, o produto de um verdadeiro trabalho microssocial de
instituição.
No ponto de vista dos etnógrafos ingleses, o comportamento antiescolares de alunos que não se enquadra e até
mesmo atacam a ordem escolar e os professores que são por eles responsáveis ​​encontrariam suas causas nos
dispositivos organizacionais, tais como: grupos de níveis diversos, encaminhamentos, seleção dos alunos e sua
colocação em grupos institucionais desfavorecidos.
Lapassade mostra ainda que estudos sobre acontecimentos perturbadores desenvolvidos por Woods em 1990
aulas como os alunos “desviados” tornam-se transgressores em virtude dos procedimentos dos professores de
rotulagem e de categorização: o aluno que rouba uma vez pode tornar-se “o padrão” . Ao atribuir-lhe essa nova
identidade, ele vai se conformar com ela e atuar com base nela.
Fique ligado
A instituição escolar torna-se, assim, a causa e o alvo em relação a uma norma instituída.
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Quando o professor categoriza seus alunos, fazendo uma distinção entre os bons e os maus, ele constrói sua
classe como fato social estabilizado. Tal estabilização parece necessária ao cumprimento das tarefas escolares:
são os referenciais sobre os quais o mestre vai se apoiar para ensinar.
Pode-se também descrever essa mesma classe como uma situação na qual múltiplas interações contribuem para
o estabelecimento de uma ordem mínima, para que se possa trabalhar, e fazem da classe uma microssociedade
instituída que, ao mesmo tempo, institui-se continuamente.
Desta forma, a visão da etnografia interacionista define a instituição em dois sentidos.
O primeiro como um sistema de normas estabelecidas quando identificam aí a origem de certos desvios no meio
escolar.
O segundo como um trabalho de instituição quando apresentam esse desvio escolar não mais como apensa um
“efeito de estabelecimento” mas como o resultado das interações entre professores e alunos.
Segundo Lapassade, há, então, uma convergência das microssociologias em torno de uma concepção
construtivista de uma ordem social que se institui.
Conforme o desvio sobre o desvio, é possível comparar a complementaridade da abordagem interacionista com a
análise institucional. A abordagem interacionista enfatiza a construção social do desvio para além das relações
com a norma instituída. Desta forma, o autor aponta a importância da observação participante e da pesquisa-
ação como dispositivos para a análise institucional.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Teve a oportunidade de passar pelo estado da arte sobre instituições na perspectiva da psicologia, 
sublinhando a visão das correntes microssociologicas.
•
	Olá!
	
	CONCLUSÃO

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