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19/09/2022 09:18 Descomplica | Pós-graduação Em Engenharia De Segurança Do Trabalho https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/turma/administracao-aplicada-a-engenharia-de-… 1/10 Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho 3. Sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho O Sistema de Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) tem objetivos que vão além do simples cumprimento da legislação e normas de segurança e saúde do trabalho (SST), pois consiste num conjunto de ações em prol da prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, redução de perdas e promoção de uma cultura de segurança em conformidade com valores da organização (ROUSSETE, 2014). Nesse contexto, a Política de Segurança do Trabalho, comumente referida como Diretrizes de Segurança do Trabalho é parte importante do SGSST e orienta os programas, as rotinas e os procedimentos de trabalho destinados à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais (ZOCCHIO, 2002). Além disso, os Sistemas Integrados de Gestão (SIG) integra numa linha de ação comum três eixos fundamentais para a Administração das Organizações: Sistema de Gestão de qualidade (ISSO 9000), Sistema de gestão ambiental (ISSO 14000) e o Sistema de Gestão de Responsabilidade Social (ISO 26000 e AS 8000) (ROUSSETE, 2014). Nos tópicos seguintes essas temáticas serão abordadas com mais detalhes. 19/09/2022 09:18 Descomplica | Pós-graduação Em Engenharia De Segurança Do Trabalho https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/turma/administracao-aplicada-a-engenharia-de-… 2/10 3.1. Política interna de segurança do trabalho: objetivos e aplicação Os objetivos da Política de Segurança do Trabalho consistem em preservar a saúde e a integridade física dos colaboradores, bem como promover a cooperação e participação coletiva para a sua concretização. Para que isso seja viável, ela distribui as obrigações a respeito do cumprimento das normas e instruções em matéria de SST por todas as pessoas e equipes (ZOCCHIO, 2002). Logo, um dos primeiros requisitos de sua implementação é a definição das responsabilidades e das atribuições individuais, que levarão em conta aspectos institucionais, sociais e econômicos fundamentais para a empresa. Essa distribuição se dará também de acordo com a função, o cargo e a especialidade de cada funcionário, assim como o nível hierárquico que ocupa (ZOCCHIO, 2002). Outros pontos que devem ser contemplados na Política de Segurança do Trabalho incluem a comunicação dos acidentes de trabalho às autoridades públicas, o registro conforme regulamentado na legislação de SST e, adicionalmente, a realização de uma investigação, para que sejam adotadas medidas de neutralização dos riscos que provocaram os acidentes, prevenindo novas ocorrências (ZOCCHIO, 2002). Em termos de análise e controle de riscos, deve ser implantado o acompanhamento preventivo de riscos e perigos por meio de projetos e processo de trabalho, em conformidade com os planos e programas em SST (ZOCCHIO, 2002). No quesito treinamento, a Política de Segurança do Trabalho deve propor um cronograma de formação dos trabalhadores, a fim de que desenvolvam métodos seguros de execução de suas atividades laborais. Para funcionários novatos, a política deverá prever um plano de integração voltado para a segurança e saúde no trabalho. Além disso, 19/09/2022 09:18 Descomplica | Pós-graduação Em Engenharia De Segurança Do Trabalho https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/turma/administracao-aplicada-a-engenharia-de-… 3/10 para funcionários antigos e/ou que migrem de função, deve prever cursos de reciclagem, de periodicidade a ser definida de acordo com a necessidade (ZOCCHIO, 2002). Acima de tudo é indispensável que a política estabeleça um plano permanente e contínuo, que tenha sequência independentemente de mudanças internas, rotatividade de pessoas e de alterações na estrutura e posição de mercado da empresa. Isso garantirá que a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais na Organização seja uma prioridade. A depender da conveniência e do planejamento das ações no programa, é recomendável que contemple Campanhas para conscientização focadas no desenvolvimento e na manutenção de uma cultura de segurança (ZOCCHIO, 2002). É recomendável também que as Diretrizes de Segurança do Trabalho estabeleça: um plano de divulgação de informes preventivos; um plano de emergência, para orientar acerca dos procedimentos para situações de anormalidade, iminências ou ocorrências de acidentes de trabalho; reuniões periódicas de segurança, para delimitar as metas, prioridades e ações de prevenção em prol da SST no cotidiano administrativo (ROUSSETE, 2014). 3.2. Requisitos do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho O Sistema de Gestão em Segurança e Saúde do Trabalho (SGSST) foi desenvolvido na década de 1990, com a publicação de um guia para estruturar sistemas, a British Standard 8800 (BS 8800), em 1996. Tal norma foi importante para unificar a linguagem para os sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional, conduzindo as empresas a criar uma plataforma universal para tratar e administrar questões de risco, 19/09/2022 09:18 Descomplica | Pós-graduação Em Engenharia De Segurança Do Trabalho https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/turma/administracao-aplicada-a-engenharia-de-… 4/10 higiene no trabalho, comportamento e atitudes para o ambiente laboral (MATTOS; MÁSCULO, 2019). A aplicação da BS 8800 se difundiu pelas empresas do Brasil, só sendo substituída em 1999 pela edição de uma norma pela Occupational Health and Safety Assessment Services (OHSAS), a OHSAS 18001:1999 e sua norma de apoio OHSAS 18002:2000 (MATTOS; MÁSCULO, 2019). De acordo com Lima et al. (2018) a OHSAS é a “organização britânica que estabeleceu um padrão de normas e procedimentos para a área de saúde ocupacional”, fazendo com que emergisse uma certificação para o estabelecimento de um sistema de gestão em segurança e saúde do trabalho. Essa certificação é a OHSAS 18001:1999, cuja sigla pode ser melhor compreendida como “Série de Avaliação da Segurança e Saúde no Trabalho”. Ela fornece às empresas detentoras da mesma uma vantagem competitiva, além de prover o avanço em gestão da SST (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Desse modo, na prática a BS 8800 contém “o que fazer”, pois fornece direcionamento de para integrar a gestão de SST ao gerenciamento do negócio, reduzindo a exposição dos trabalhadores aos riscos e moldando a imagem de organização responsável no nicho de sua atuação (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Já as OHSAS 18001:1999 e OHSAS 18002:2000 especificam o “como fazer” o SGSST. Sua elaboração foi inspirada na ISO 14001:1996, que dispõe sobre o Sistema de Gestão Ambiental – SGA. Esta última já seguia a trilha da ISSO 9000, que trata dos Sistemas de Gestão da Qualidade – SGQ, publicada originalmente em 1987. Tais semelhanças tornaram o entendimento dessas normas mais simples (MATTOS; MÁSCULO, 2019; ROUSSETE, 2014). 19/09/2022 09:18 Descomplica | Pós-graduação Em Engenharia De Segurança Do Trabalho https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/turma/administracao-aplicada-a-engenharia-de-… 5/10 No Esquema 1 são descritos os componentes de um SGSST de acordo com a OHSAS 18000. Esquema 1 – Principais componentes de um SGSST conforme a OSAS 18000. Para colocar em prática o SGSST, as organizações costumam aplicar o ciclo PDCA, que implica no desempenho de quatro atividades básicas: planejamento (plan) dos objetivos e processos necessários para alcançar os resultados previstos na política de SST; implementação e operação (do) desses processos; verificação (check) e monitoramento do andamentos dos processos em comparação com a política de SST e os requisitos legais; ações corretivas (act), visando o desempenho da SST (MATTOS; MÁSCULO, 2019; ROUSSETE, 2014).Como no Brasil não havia entidade responsável pela avaliação e certificação da OHSAS 18001, num processo de evolução natural das normas emergiu a ISO 45001:2018, norma substituta, que trata do SGSST, propiciando ambientes de trabalho seguros e saudáveis (MATTOS; MÁSCULO, 2019). 19/09/2022 09:18 Descomplica | Pós-graduação Em Engenharia De Segurança Do Trabalho https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/turma/administracao-aplicada-a-engenharia-de-… 6/10 A ISO 19011:2002, que traz as diretrizes para auditoria de sistemas de gestão, acabou por favorecer a implantação dos sistemas de gestão de modo unificado nas Organizações, conforme explicado no tópico a seguir. 3.3. Sistemas integrados de gestão (SIG) O Sistema Integrado de Gestão (SGI) engloba a gestão ambiental, da qualidade, da saúde e segurança e a responsabilidade social. Mattos e Másculo (2019, p. 75) destacam que: O SGI é focalizado na satisfação de um conjunto de interessados pois procura, simultaneamente: a satisfação dos clientes, a proteção do meio ambiente, a segurança e saúde das pessoas em seus postos de trabalho e o controle dos impactos sociais das organizações. A ISO 9000 foi importante para os SIG porque teve como objetivo garantir a qualidade nos processos produtivos por meio do uso de procedimentos padronizados, que, consequentemente, impactam no aumento da confiabilidade dos produtos e serviços (MATTOS; MÁSCULO, 2019). A principal vantagem de ter um SIG é gerenciar, ao mesmo tempo, os resultados desejáveis, seja um produto ou serviço fornecido; e os resultados indesejáveis, como a geração de resíduos e efluentes, passíveis de comprometer a saúde dos trabalhadores, da comunidade vizinha, da sociedade e do meio ambiente (MATTOS; MÁSCULO, 2019). A dimensão da qualidade no SIG tem múltiplas funções, uma vez que busca confrontar os processos e o produto final com os padrões pré- 19/09/2022 09:18 Descomplica | Pós-graduação Em Engenharia De Segurança Do Trabalho https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/turma/administracao-aplicada-a-engenharia-de-… 7/10 estabelecidos, socioambientais e as normas relacionadas; visa atender às demandas do consumidor de tal modo que suas expectativas de funcionalidades do produto sejam atendidas e ele fique satisfeito (MOURA; PANDOLFI, 2020). A dimensão ambiental do SGI direciona: a adoção de medidas de racionalização do uso de matéria-prima, de energia e da água; o descarte apropriado de resíduos; a realização de tratamento de efluentes para adequá-los aos limites toleráveis dispostos na legislação antes do seu lançamento no sistema de esgoto. Todos estes são fatores que reduzem os impactos ambientais provenientes das atividades, produtos ou serviços da empresa (MOURA; PANDOLFI, 2020). No tocante à Segurança e Saúde do Trabalho, vale destacar o papel e o comprometimento não apenas da administração, dos membros do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA); mas de todos os envolvidos na execução das atividades inerentes ao processo. Assim, conscientiza-se e capacita-se todas as pessoas para que reconheçam os riscos e que contribuam com o gerenciamento dos mesmos (MOURA; PANDOLFI, 2020). A ISO 2600, que estabelece as Diretrizes sobre Responsabilidade Social, em conjunto com a AS 8000, que determina os Requisitos de responsabilidade social nas empresas; direcionam a dimensão da responsabilidade social do SIG. Esta última norteia a execução de práticas responsáveis de produção, utilização de recursos, descarte de materiais; o não envolvimento e não utilização de mão de obra escrava e infantil; o combate a toda e qualquer forma de discriminação; a manutenção de carga horária e remuneração de seus empregados em conformidade com o que assevera a Constituição Federal; dentre outras premissas. 19/09/2022 09:18 Descomplica | Pós-graduação Em Engenharia De Segurança Do Trabalho https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/turma/administracao-aplicada-a-engenharia-de-… 8/10 3.4. Gestão de riscos Independentemente do seu tamanho, do que produzem e da posição no mercado, as Organizações são atingidas por fatores internos e externos que, que podem causar alguns desvios em relação ao alcance de objetivos. Esses fatores geram incertezas e, por isso, caracterizam-se como riscos. Nesse contexto, as organizações gerenciam os riscos de acordo com as seguintes etapas: identificação, análise, avaliação, tratamento e controle (ABNT, 2009). A norma ISO 31000 estabelece os princípios que, se cumpridos, tornam a gestão de riscos eficaz e fornece aporte para que as organizações implementem e melhorem continuamente a sua gestão de riscos na governança, assim como aspectos como estratégia, planejamento, políticas, valores e cultura (ABNT, 2009). De acordo com a ISO 31000, a identificação de riscos compreende a detecção das fontes de risco, suas causas, consequências e danos potenciais. A análise dos riscos visa esmiuçar a natureza e o nível ou magnitude do risco, bem como verificar as probabilidades de elevação dos níveis de risco. A avaliação de riscos é a etapa subsequente, consistindo no procedimento de comparação dos resultados da análise de riscos com os critérios de referência (legislação, normas, políticas internas e externas à organização). Vale a busca pelo equilíbrio entre os benefícios possíveis de serem obtidos e os resultados adversos passíveis de ocorrerem. Com base na avaliação ocorre a tomada de decisões a respeito de como os riscos serão “atacados”, na etapa de tratamento de riscos (ABNT, 2009). O tratamento de riscos visa modificá-los e pode se dar pela definição de uma ação para evitar o risco, por exemplo a eliminação do equipamento que lhe dá origem ou a substituição de um método de trabalho por outro 19/09/2022 09:18 Descomplica | Pós-graduação Em Engenharia De Segurança Do Trabalho https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/turma/administracao-aplicada-a-engenharia-de-… 9/10 que neutralize o risco, manipulação das consequências (mitigação de riscos). O foco é aumentar os benefícios potenciais e reduzir os custos prováveis. Porém, é preciso ter cautela, uma vez que o tratamento de riscos pode acabar inserindo fontes de novos riscos ou modificar os já existentes de forma inesperada (ABNT, 2009). Por fim, o controle de riscos é conduzido por meio de processos, práticas e ações intencionalmente estabelecidas para modificar o risco ao longo do tempo, a fim de reduzir as suas consequências. Corresponde ao monitoramento do cumprimento das medidas de tratamento de riscos adotadas e sua efetividade, a fim de promover a melhoria contínua (ABNT, 2009). Atividade extra Assista ao vídeo do TEDx intitulado “O que é essa tal de sustentabilidade?”, apresentado por Saulo Chielle. Essa é uma abordagem do tema Sustentabilidade para além da visão de promoção da consciência ambiental. Ele discute a sustentabilidade no que tange à sobrevivência, foco da administração das organizações e da própria vida das pessoas em sociedade. (Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tBr6GvbeJvo>). Referência Bibliográfica https://www.youtube.com/watch?v=tBr6GvbeJvo%3E 19/09/2022 09:18 Descomplica | Pós-graduação Em Engenharia De Segurança Do Trabalho https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/turma/administracao-aplicada-a-engenharia-d… 10/10 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR ISO 31000. 2009. Disponível em: <https://gestravp.files.wordpress.com/2013/06/iso31000-gestc3a3o-de- riscos.pdf>. Acesso em: 23 de fev. de 2021. CHIRMICI, A.; OLIVEIRA, E. A. R. de. Introdução à segurança e saúde no trabalho. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. LIMA, E. R. et al. Sistema de segurança do trabalho. São Paulo: Érica, 2018. MATTOS,U. A. de O. M.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. MOURA, A. B. de; PANDOLFI, A. C. Sistema integrado de gestão: qualidade, meio ambiente, segurança esaúdeno agronegócio. Interface Tecnológica, v. 17, n. 1, p. 456-466, 2020. ROUSSETE, Celso Augusto. Segurança e Higiene do Trabalho. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. ZOCCHIO, A. Prática da prevenção de acidentes: ABC da segurança do trabalho. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. Ir para questão
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