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Lyzandra Linhares Sistema Autônomo ♡ O sistema nervoso autônomo, também chamado de visceral, é importante para a integração da atividade das vísceras. Assim como no sistema nervoso somático, ele possui uma via aferente e outra eferente. ♡ O componente aferente conduz impulsos nervosos, originados nos receptores das vísceras (interoceptores), através dos neurônios sensitivos autônomos até áreas integradoras do sistema nervoso central; a seguir os impulsos nos neurônios motores autônomos são levados até vários tecidos efetores, regulando a atividade dos músculos lisos, músculo cardíaco e de várias glândulas. Ademais, a parte entérica do SNA é composta por uma rede especializada de neurônios e gânglios que forma uma estrutura nervosa independente dentro da parede do sistema digestório. ♡ Diferentemente do sistema nervoso somático, o SNA possui dois neurônios motores em série. O primeiro (pré-ganglionar) tem seu corpo celular no SNC, e seu axônio mielinizado e com neurilema se projeta até um gânglio autônomo onde ele encontra o corpo celular do segundo neurônio motor (pós- ganglionar), sendo que nesse último o axônio não mielinizado e com neurilema (fibra de remak) se projeta até o órgão efetor. ♡ Em algumas vias autônomas, o primeiro neurônio motor se projeta para células especializadas conhecidas como células cromafins das medulas das glândulas suprarrenais (porções internas das glândulas suprarrenais) em vez de se projetar para um gânglio autônomo. As células cromafins secretam os neurotransmissores epinefrina e norepinefrina. ♡ Convém lembrar que existem áreas no telencéfalo e no diencéfalo que regulam as funções viscerais, sendo a mais importante o hipotálamo. Estas áreas estão relacionadas também com comportamentos emocionais, sendo que impulsos nervosos nelas originados são levados por fibras especiais que fazem sinapse com os neurônios pré- ganglionares do tronco encefálico e da medula. A existência destas conexões entre as áreas cerebrais relacionadas com o comportamento emocional e os neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo ajuda a entender as alterações do funcionamento visceral, que podem estar relacionado a problemas emocionais. O SNA pode ser dividido em: Simpático e Parasimpático. → Diferenças Anatômicas: Simpático: ☺ Os neurônios pré-ganglionares se localizam na medula torácica e lombar, sendo chamado de toracolombar (entre T1 e L2); ☺ Os neurônios pós-ganglionares se encontram longe das vísceras e próximos da coluna vertebral, formando os gânglios paravertebrais e pré-vertebrais. ☺ As fibras pré-ganglionares são curtas e as pós-ganglionares são longas. ☺ As fibras pós-ganglionares possuem vesículas granulares pequenas, as quais contém noradrenalina. Parassimpático: ☺ Os neurônios pré-ganglionares se localizam no tronco encefálico e na medula sacral (S2, S3 e S4), sendo chamado de craniosacral; ☺ Os neurônios pós-ganglionares se localizam próximo ou dentro das vísceras. ☺ As fibras pré-ganglionares são longas e as pós-ganglionares são curtas. ☺ Nas fibras pós-ganglionares predominam vesículas agranulares, as quais contém acetilcolina. → Diferenças Farmacológicas: ♡ Quando há circulação de adrenalina ou noradrenalina, são encontrados efeitos semelhantes aos obtidos na ação do sistema nervoso autônomo simpático, sendo assim essas drogas são denominadas simpaticomiméticas; já as drogas que contém acetilcolina imitam a atuação do sistema nervoso autônomo parassimpático, sendo chamadas de parassimpaticomiméticas. ♡ Vale ressaltar que as fibras nervosas que liberam acetilcolina são denominadas colinérgicas, e as que liberam noradrenalina, adrenérgicas. ♡ Os sistemas simpático e parassimpático diferem no que se refere à disposição das fibras adrenérgicas e colinérgicas. As fibras pré-ganglionares tanto simpática como parassimpática, e as fibras pós- ganglionares parassimpáticas são colinérgicas. Entretanto, a maioria das fibras pós-ganglionares do sistema simpático, são adrenérgicas; com exceção das fibras que inervam as glândulas sudoríparas e os vasos dos músculos estriados esquelético, que apesar de simpático, são colinérgicas. → Diferenças Fisiológicas: ♡ Os sistemas simpático e parassimpático atuam juntos harmonicamente na coordenação das atividades viscerais, adequando o funcionamento de cada órgão às diversas situações que é submetido o organismo. ♡ A maioria dos órgãos possuem inervação mista, simpática e parassimpática. Entretanto, alguns órgãos têm inervação puramente simpática, como as glândulas sudoríparas, os músculos eretores do pelo e o corpo pineal de vários animais. ♡ Uma das diferenças fisiológicas entre o simpático e o parassimpático é que este tem ações sempre localizadas a um órgão ou setor do organismo, enquanto as ações do simpático, embora possam ser também localizadas, tendem a ser difusas, atingindo vários órgãos. ♡ Em algumas situações, todo o sistema simpático é ativado, produzindo uma descarga em massa, na qual a medula da suprarrenal é também ativada, lançando no sangue a adrenalina que age em todo o organismo. Como a medula da suprarrenal recebe inervação simpática, pré-ganglionar, ela vai funcionar como um gânglio. Neste caso, a adrenalina age como um hormônio, pois tem ação através da circulação sanguínea, aumentando os efeitos da ativação simpática. Logo, há uma reação de alarme como no caso da “luta ou fuga”. ♡ Nesse caso de alarme, há varias reações no organismo: maior transformação de glicogênio em glicose; aumento no suprimento sanguíneo nos músculos estriados esqueléticos; aumento da pressão arterial; aumento da frequência respiratória com a dilatação dos brônquios; dilatação das pupilas; diminuição do peristaltismo e fechamento dos esfíncteres; aumento da sudorese Transmissão Sináptica Transmissores pré-ganglionares: ♡ Quando a onda de excitação alcança os contatos sinápticos o transmissor sináptico é liberado, sai do neurônio pré-ganglionar e atravessa a fenda sináptica para alcançar o receptor e excita o neurônio pós- ganglionar. ♡ O transmissor sináptico que excita os neurônios pós-ganglionares nos gânglios tanto simpáticos como parassimpáticos é a ACh. Quando a molécula de ACh liga-se ao receptor do pós-sináptico, a estrutura da molécula de proteína da membrana celular é modificada, e ocorrem excitação ou inibição do neurônio pós-ganglionar. ♡ Existem dois tipos de receptores de ACh, que são conhecidos como receptores nicotínicos e muscarínicos. Nos neurônios pré-ganglionares, tanto simpáticos como parassimpáticos, a ACh liberada liga- se aos receptores nicotínicos. ♡ A ativação dos receptores nicotínicos pós- sinápticos pela ACh nos neurônios pós-ganglionares resulta em despolarização da membrana, influxo de íons Na+ e Ca2+ e geração do potencial pós- sináptico excitatório rápido (PPSE rápido). Transmissores pós-ganglionares: ♡ As terminações nervosas pós-ganglionares parassimpáticas liberam ACh. Vale ressaltar que todos os neurônios que liberam ACh em suas terminações são denominados colinérgicos ♡ A ACh atravessa a fenda sináptica e se liga reversivelmente ao receptor colinérgico (muscarínico) na membrana pós-sináptica do órgão efetor. ♡ Já a maioria das terminações nervosas pós- ganglionares simpáticas liberam norepinefrina, com exceção das terminações nervosas pós-ganglionares simpáticas que terminam em células das glândulas sudoríferas e nos vasos sanguíneos no músculo esquelético, as quais liberam ACh, que se liga aos receptores muscarínicos na membrana pós-sináptica, de forma similar ao que ocorre no parassimpático. ♡ As terminações simpáticas que usam norepinefrina são chamadas de terminações adrenérgicas. Os dois tipos principais de receptores nos órgãosefetores são chamados de receptores α e β. Referências: SPLITGERBER, Ryan. Snell Neuroanatomia Clínica. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2014
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