Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
ARQUITETURA NA ANTIGUIDADE A História da arquitetura é uma subdivisão da História da Arte responsável pelo estudo da evolução histórica da arquitetura, seus princípios, ideias e realizações. Esta disciplina, assim como qualquer outra forma de conhecimento histórico, está sujeita às limitações e potencialidades da história enquanto ciência: existem diversas perspectivas em relação ao estudo da arquitetura, a maior parte das quais ocidentais. Na maioria dos casos (mas nem sempre), os períodos estudados pela História da Arquitetura correm paralelos aos da História da Arte, embora existam momentos em que as estéticas se sobreponham ou se confundam. Não raro, uma estética que é considerada vanguarda nas artes plásticas ainda não ter encontrado sua representação na arquitetura, e vice-versa. Dos tijolos de barro seco ao concreto armado, das casas mais primitivas aos arranha-céus, das primeiras tumbas sagradas às grandiosas catedrais europeias, de pequenos vilarejos pré-históricos às ilhas artificiais, o arquiteto continua contando a história do Planeta Terra, em linhas, texturas e cores. Assim como acontece com quase toda atividade humana, é difícil determinar um período histórico ou uma região e dizer que a arquitetura começou naquele momento. A primeira notícia que se tem dela está ligada às cidades pioneiras que surgiram no Oriente Médio e na Ásia Central no sétimo milênio a.C. quando as primeiras residências foram construídas, usando tijolos de lama secados ao sol, conhecidos como tijolos crus — material que, ainda hoje, é um dos mais utilizados, principalmente em construções mais populares. Antiguidade À medida que as comunidades humanas evoluíam e aumentavam, acometidas pelas ameaças bélicas constantes, a primeira modalidade arquitetónicas a se desenvolver foi essencialmente a militar. A humanidade confrontava-se com um mundo povoado de deuses vivos, gênios e demónios: um mundo que ainda não conhecia nenhuma objetividade científica. O modo como os indivíduos lidavam com a transformação de seu ambiente imediato era então bastante influenciado pelas suas crenças. Muitos aspectos da vida cotidiana estavam baseados no respeito ou na adoração ao divino e ao supernatural. O poder divino, portanto, equiparava-se (ou mesmo superava) o poder secular, fazendo com que os principais edifícios das cidades fossem os palácios e os templos. Esta importância fazia com que a figura do arquiteto estivesse associada aos sacerdotes (como no Antigo Egito) ou aos próprios governantes e a execução dos edifícios era acompanhada por diversos rituais que simbolizavam o contato do Homem com o divino. As cidades marcavam uma interrupção da natureza selvagem, consideradas o espaço sagrado em meio natural. Da mesma forma, os templos dentro das cidades marcavam a morada dos deuses em meio ao ambiente humano. Arquitetura do Antigo Egito A Arquitetura do Egito Antigo é a arquitetura de uma das civilizações mais influentes ao longo da história, que desenvolveu uma vasta gama de estruturas diversas e grandes monumentos arquitetônicos ao longo do Nilo, incluindo pirâmides e templos, no período entre 4 000 e 30 a.C. Os egípcios demonstram nas suas manifestações artísticas uma profunda religiosidade, dando um caráter monumental aos templos e às construções mortuárias, notabilizando-se entre elas as pirâmides, construídas de pedra, quando todas as comunidades ao longo do rio Nilo são unificadas em um único Império (cerca de 3 200 a.C.). Por volta de 3200 a.C., as comunidades que existiam em torno do rio Nilo foram unificadas em um único império. Foi a partir daí que a arquitetura egípcia ganhou força, com um padrão introduzido pelos imperadores para todas as edificações que eram realizadas na região. Acredita-se que a primeira pirâmide do Egito tenha sido a tumba de Djoser, fundador da III Dinastia, construída pelo arquiteto Imotepe, em Sacara. Foi ela que deu início a uma cultura de construir grandes edificações para guardar as múmias de membros da nobreza e funcionários do Estado. Princípios da Arquitetura Egípcia GRANDES SUPERFÍCIES Uma das principais características da arquitetura egípcia é a monumentalidade presente em grandes superfícies. Isso pode ser observado nas pirâmides, que são construções enormes e complexas, sempre com muitas linhas sólidas. HIERATICIDADE As construções egípcias são hieráticas, ou seja, inspiradas pela religião oficial da civilização. As obras eram sempre submetidas a uma série de cânones que atravessaram 30 séculos, muito por conta do isolamento geográfico da região. IMPESSOALIDADE É interessante observar que os projetos arquitetônicos do Egito Antigo eram bastante impessoais, não deixando que os arquitetos expressassem os seus pensamentos e desejos nas obras. O objetivo da arquitetura não era ser uma manifestação cultural individual, mas sim satisfazer os desejos e cumprir as ordens dos faraós. DURABILIDADE Os egípcios acreditavam que a morte era um processo em que a alma se desprendia do corpo, funcionando como uma passagem para outro mundo. Eles também pensavam que isso poderia levar muitos anos para acontecer e, por conta disso, os corpos das pessoas mortas precisavam ser preservados. De tal maneira, as construções mortuárias eram feitas pensando em durarem para sempre, servindo como espaços para que os mortos fizessem a passagem e também pudessem ser lembrados e cultuados pelas gerações futuras. CONSTRUÇÕES FEITAS EM PEDRAS No Antigo Egito, a madeira era escassa. Por conta disso, os materiais mais utilizados eram tijolos, pedras de barro, calcário, arenito e granito. O revestimento das pirâmides também era feito com pedras de grandes proporções, como o calcário branco de Tura, que era trabalhado em maxiformatos, de forma similar ao que é feito hoje com as lastras Tipos de construções mais comuns na arquitetura egípcia MASTABAS As mastabas são túmulos de forma retangular, feitos geralmente de pedras. Eram escavadas câmaras funerárias abaixo da base das edificações para que fossem colocadas as múmias. Esse tipo de construção surgiu antes das pirâmides, inicialmente servindo para abrigar os corpos dos faraós. Tempos depois, passaram a servir apenas para enterrar as múmias de outros membros da nobreza. HIPOGEUS Os hipogeus são túmulos subterrâneos, que eram cavados nas rochas, nas proximidades de rios ou encostas de montanhas. Eles têm diversos compartimentos, incluindo templos religiosos, onde eram realizadas oferendas para os mortos. Na parte subterrânea eram enterradas as múmias, também de membros da nobreza apenas. PIRÂMIDES As maiores representantes da arquitetura egípcia, sem dúvida, são as pirâmides. Tratam-se de edificações escalonadas, com degraus ou lisas, em que eram guardadas as múmias das pessoas com os maiores títulos de nobreza — na maioria dos casos, faraós. A arquitetura egípcia contemporânea, assim como acontece em diversas localidades, é bastante globalizada e multicultural. A tecnologia quebrou fronteiras geográficas e fez com que novos estilos chegassem ao país, mesclando o antigo com o moderno. As casas e os prédios comerciais ou residenciais ainda são predominantemente feitos com pedras, tijolos e materiais mais brutos, muito por conta da necessidade de resistir às intempéries, como as tempestades de areia que eventualmente ocorrem no deserto. A primeira pirâmide foi construída pelo arquiteto Imotepe, como a tumba de Djoser, fundador da III dinastia, em Sacara. A chamada pirâmide de degraus não passa, na realidade, de uma construção constituída de túmulos primitivos (mastabas), cujas formas se assemelhavam a um tronco de pirâmide, que continuaram a ser construídas para tumbas de nobres e outros grandes funcionários do Estado. As pirâmides mais conhecidas são a de Quéops, Quéfren e Miquerinos, da IV dinastia, já com a forma geométrica que conhecemos, apontadas pelo poeta grego Antípatro no século II a.C. como uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Tipos de colunas Os tipos de colunas egípcias são divididas conforme sua capital. A ordem protodórica marca sob o Antigo Império a transição entre o pilar e a coluna: Palmiforme – inspirada na palmeira branca; Papiriforme - flores de papiro. O fuste da coluna papiriforme é igualmente fasciculado, desta vez em arestas vivas. Quando as umbrelas estão abertas, o capitel é chamado de campaniforme; Lotiforme – capitel representa um ramo de lótus com corolas fechadas e o fuste reproduz vários caules atados por um laço. TEMPLOS Os templos são características das monarquias média e recente. Apresentam forma tripartida: pátio colunado, salas hipostilas e santuários. Podem ser aparentes, semi-enterrados (hemispasmos) ou no subterrâneos (spéus). Os fatores geográficos para essas construções eram essenciais, no entanto, para a garantia da vida após a morte do faraó e pessoas importantes do reino. A localização privilegiada no vale do rio Nilo, com terras altamente férteis, devido às cheias anuais do rio, cercado por desertos e montanhas de pedra, também colaboraram para o recolhimento e lapidação das pedras das pirâmides. Dos palácios e resilmeira na arquitetura civil. Arquitetura da Babilónia Mesopotâmia (4.000 a.C.-300 a.C.) – Entre os vales dos rios Tigre e Eufrates, localizam-se, ao longo de mais de 4.000 anos, culturas urbanas de vários povos que desenvolvem um intenso comércio e sistemas de escrita que originam, após evolução de milênios, os atuais alfabetos grego e latino. Aproximadamente a partir de 2.000 a.C., fixam-se os povos chamados semitas, dos quais os mais importantes são os que fundaram a cidade da Babilônia e os fenícios, no litoral mediterrâneo. A construção mais característica babilônia é o zigurate, que é um templo construído no topo de uma torre de tijolos com acesso por meio de uma rampa contínua, com a aparência de pisos cada vez menores (Torre de Babel, da tradição bíblica). Arquitetura mesopotâmica: diversidade de culturas e construções Para falarmos desse estilo arquitetônico, precisamos conhecer as primeiras civilizações registradas na região da Mesopotâmia. A arquitetura mesopotâmica compreende o período que vai da pré-história até o século VI a.C. entre os rios Tigre e Eufrates. A história da humanidade remonta à pré-história, entre os períodos de 35000 a.C. até 3000 a.C., no caso do Oriente Médio, e até 2000 a.C., na Europa Ocidental. Nessa época, construtores de diversos povos já entendiam a necessidade de o ser humano se proteger das condições ambientais. Para isso, eles usavam estruturas feitas com peles e ossos de animais. SUMÉRIOS Entre esses primeiros povos, podemos citar os da Mesopotâmia, uma terra muito fértil que hoje é ocupada principalmente pelo Iraque. Os sumérios são a primeira civilização da qual se tem registro nessa região — eles já estavam por lá por volta de 4000 a.C. Foi aí que a arquitetura mesopotâmica surgiu. Depois, passou a receber elementos dos mais variados povos que vieram a habitar a Mesopotâmia. Os sumérios erguiam seus abrigos com tijolos de barro secos ao sol. Exemplo dessas construções é o Templo Branco de Uruk. No período Neo-Sumério, em 2150-2000 a.C., esses templos ganharam formatos complexos, com estruturas escalonadas, em altas plataformas e com tijolos cozidos em forno. Essas construções em degraus, atualmente conhecidas como Zigurates, eram consideradas edifícios religiosos. Aliás, essa se tornou uma forma típica da arquitetura mesopotâmica, a exemplo do Zigurate de Nimrud e da famosa Torre de Babel, que é citada na Bíblia. https://apaixonadosporhistoria.com.br/artigo/44/c onheca-os-principais-zigurates-da-antiga- mesopotamia BABILÔNIOS Por volta de 612 a.C., a região foi invadida pelos babilônios, que trouxeram novos elementos construtivos e decorativos para compor a arquitetura mesopotâmica. O curioso é que tais características foram “emprestadas” de diversas outras culturas que tinham sido conquistadas por eles anteriormente. O período é marcado pela construção dos Jardins Suspensos da Babilônia, que são considerados uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo e uma das obras arquitetônicas mais complexas da história. Esses povos da Mesopotâmia foram os grandes destaques em termos de arquitetura. Muitas de suas construções são belas e resistentes, durando mais de três milênios e chegando até os dias de hoje. As principais características da arquitetura mesopotâmica O estudo da arquitetura mesopotâmica antiga é baseado em evidências arqueológicas. Em resumo, as construções tinham como principal característica a utilização de arcos. O destaque vai para os grandes palácios, templos e Zigurates. Esses últimos eram construídos em formato de pirâmide e muito utilizados para rituais religiosos, observação astronômica e estocagem de grãos.Também podemos destacar as muralhas que eram erguidas pelos mesopotâmicos para que pudessem se defender de invasões. Entre as mais conhecidas estão as construídas pelo rei Nabucodonosor, que eram grossas e tinham portas decoradas. Infelizmente, grande parte das obras da arquitetura mesopotâmica não resistiu ao tempo e às guerras na região. As pedras eram escassas e os povos usavam tijolos de barro cozidos ao sol para construir. Esse método faz com que o material dure menos do que se fosse levado ao forno. A seguir, confira matérias-primas e elementos que eram bastante empregados. BARRO O barro formado às margens dos rios Tigre e Eufrates era a principal matéria-prima da arquitetura mesopotâmica. Dava origem ao tijolo seco ao sol, que também é conhecido como adobe, ou ao cozido no forno, que era raro devido à escassez de madeira na região. Estava ligado ao poder de construção, simbolicamente, para edificar templos para os reis. Isso se deve ao fato de que, de acordo com a religião suméria, o material era utilizado pelos deuses para moldar os seres humanos. PEDRA Apesar de terem sido pouco utilizadas, o diorito, o basalto, o alabastro e o granito eram as pedras mais comuns nas construções. MADEIRA A palmeira e o salgueiro eram as madeiras mais abundantes na região. Entretanto, esses materiais eram pouco resistentes. Com isso, os sumérios buscavam o cedro em longínquas florestas do Líbano para utilizarem em suas obras. BETUME O betume, extraído naturalmente da terra, era utilizado como argamassa para a impermeabilização dos tijolos. Elementos decorativos Os povos da antiga Mesopotâmia utilizavam diversos mosaicos e cores para retratar as cenas do cotidiano, guerras, cerimônias, deuses e suas https://apaixonadosporhistoria.com.br/artigo/44/conheca-os-principais-zigurates-da-antiga-mesopotamia https://apaixonadosporhistoria.com.br/artigo/44/conheca-os-principais-zigurates-da-antiga-mesopotamia https://apaixonadosporhistoria.com.br/artigo/44/conheca-os-principais-zigurates-da-antiga-mesopotamia histórias. Há uma grande incidência de vermelho, amarelo, branco e preto. TOUROS Outra característica da arquitetura mesopotâmica são os touros alados com cabeça humana. Esses elementos decorativos eram colocados à frente dos palácios, pois havia uma crença de que dariam proteção. As obras mais famosas da arquitetura mesopotâmica Zigurate de Ur Também conhecido como Grande Zigurate de Ur, é o templo mais bem preservado da arquitetura mesopotâmica e está localizado no Iraque. Suas ruínas representam o Templo de Nanna, erguido na cidade de Ur por vontade do primeiro rei da terceira dinastia, o governante Ur-Nammu, que governou entre 2113 e 2095 a.C. Constituído por patamares em forma de pirâmide, contava com sete terraços, mas atualmente só restam três. A estrutura possuía três escadarias monumentais, que convergiam à grande porta de entrada no primeiro patamar. Os Jardins Suspensos da Babilônia Os Jardins Suspensos da Babilônia são uma joia da arquitetura mesopotâmica, considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Além disso, é a menos conhecida até hoje. Nenhuma descrição detalhada ou qualquer vestígio arqueológico foi encontrado. O que sabemos é que foram construídos a mando do rei Nabucodonosor II no século VI a.C. A obra é uma das principais encomendadas por ele durante o seu governo.A construção foi feita na antiga cidade da Babilônia. Era composta por seis terraços erguidos como andares que davam a ideia de serem elevados. Esses pavimentos eram apoiados por gigantes colunas que chegavam a medir até 100 m. As superfícies tinham adornos com árvores frutíferas. Portal de Ishtar Dedicado à deusa acádia Ishtar, que representa a fertilidade, o Portal de Ishtar foi construído por volta de 575 a.C. a mando do rei Nabucodonosor II, da Babilônia. Com duplos portões em sua entrada, abrigava uma vasta antecâmara. Além disso, tinha um grande corredor adornado com azulejos azuis brilhantes, cobertos por leões e dragões dourados. A extrema beleza e riqueza nos detalhes artísticos elevaram o Portal de Ishtar ao status de uma das maiores maravilhas do Mundo Antigo. Em Berlim, há uma reconstrução do Portal de Ishtar, inspirada em material encontrado nas escavações do arqueólogo Robert Koldewey, entre 1902 e 1914. Uma reprodução da obra também começou a ser construída no Iraque, mas até hoje não foi finalizada. Os elementos da arquitetura mesopotâmica na contemporaneidade Alguns elementos da arquitetura mesopotâmica podem ser utilizados em projetos de estilo contemporâneo. Certamente, uma das suas principais características é a exploração de elementos da natureza, como a luz e o vento. Como vimos, as construções da Mesopotâmia eram feitas com grandes aberturas, o que é facilmente replicável. Também temos os mosaicos, que eram compostos por marfim, conchas e pedras e usados como peças decorativas. Atualmente, eles podem ser produzidos em materiais tecnológicos e sustentáveis, como o porcelanato. Outro recurso marcante que é bastante utilizado em projetos atuais é o dos jardins verticais. Essa é uma forma bem prática de trazer a natureza para os ambientes internos. Aliás, trata-se de uma ótima alternativa para quem tem pouco espaço, mas não quer abrir mão do paisagismo. Bonitos e funcionais, eles valorizam qualquer local. Além disso, podem ser montados de acordo com as estruturas que já existem, sem exigir mudanças no projeto.
Compartilhar