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1 Reumato Vasculites 1 Arthur Linhares de Almeida : 201910865 : UniFOA Introdução → as vasculites apresentam diversas etiologias. • várias são autolimitadas, mas algumas podem ser graves, pois podem ser sistêmicas → são processos clínicos patológicos caracterizados pela inflamação e lesão da parede dos vasos sanguíneos, como sítio primário. • a inflamação do vaso pode levar a destruição de sua parede, apresentando-se como necrose fibrinoide • aqui, temos um processo inflamatório que invade a parede do vaso e o lesiona o gera isquemia e trombose → vasos sanguíneos de qualquer tamanho, localização ou tipo podem estar envolvidos, incluindo artérias de grande, médio ou pequeno calibre, arteríolas, capilares, vênulas e veias → são doenças incomuns e podem assumir diferentes formas de expressão • vão desde um processo inflamatório local autolimitado (vasculite de órgão único), até uma forma de acometimento difuso e extremamente grave (vasculite sistêmica) → podem ser primárias ou secundárias, variando de acordo com o comprometimento inflamatório da parede dos vasos • primárias: Não apresentam agente conhecido. • secundárias: Se associam a doenças autoimunes sistêmicas, doenças infecciosas, uso de drogas ou neoplasias o são exemplos de causas secundárias de lúpus, artrite reumatoide, hepatite B → as diversas “síndromes vasculíticas” apresentam importantes diferenças clínicas, mas também compartilham de muitos achados em comum. • é mais comum nos adultos, mas pode acometer crianças e idosos → pode pegar quaisquer vasos sanguíneos, independente de localização, tipo → classificação: Atualmente, as classificamos quanto ao tamanho dos vasos (vasculites de pequenos, médios e grandes vasos). • feita baseando-se no tamanho dos vasos mais acometidos. • pequenos vasos: São mais superficiais, estão mais perto da pele. • médios vasos: Um pouco mais profundos, possuindo uma camada muscular. • grandes vasos: Não são encontrados na pele. 2 Reumato o não são excludentes, podem pegar mais de um tipo de vaso → as manifestações clínicas variam de acordo com o calibre → pequeno calibre: Glomerulonefrite; Hemorragia alveolar; Polineuropatia periférica; Púrpura palpável; Dor abdominal; Hematoquezia; Vasculite retiniana → médio calibre: Mononeurite múltipla; Angina mesentérica; Livedo reticular; Úlceras cutâneas; Gangrena nas extremidades → grande calibre: dor do tipo claudicação intermitente; redução de pulsos periféricos; assimetria da PA entre os membros; hipertensão renovascular; dor torácica; sopros cardíacos e vasculares Fisiopatologia → a patogênese é desconhecida na maioria das vasculites • estudos recentes mostram que alguns mecanismos imunológicos estão envolvidos o uma resposta autoimune a antígenos circulantes que acabam formando anticorpos, deflagrando e perpetuando a doença até você intervir o os tratamentos com imunossupressores e corticoides são drogas que atuam no sistema imune e têm boa resposta → tem sido proposto, como um modelo genérico, a clássica sequência em que um indivíduo com uma predisposição genética (incluindo determinados HLA) • esse paciente se expõe a algum fator ambiental não identificado, acarretando uma alteração da tolerância imunológica (reação inflamatória imunomediada). • HLA = Antígenos de Histocompatibilidade. • “não são doenças para quem quer e sim para quem pode.” → já está bem documentada a participação dos vírus das hepatites B e C, e do HIV em algumas formas de vasculite. → como consequência seriam desencadeados fenômenos de hipersensibilidade, ou seja, tipos específicos de reação inflamatória imunomediada. → mecanismos imunológicos da lesão vascular: as cels endoteliais, formando a interface entre a corrente sanguínea e a parede do vaso, desempenham papel fundamental na prevenção de lesões teciduais. • a agressão da parede do endotélio desencadeia nas lesões vasculares. • as células endoteliais atuam como células de defesa. • o endotélio produz vários componentes anti-inflamatórios, antiagregantes plaquetários, substancias vasodilatadoras (NO), substâncias vasoconstritoras. o evita que haja agregação e formação de trombos. o se houver agressão a ele, ocorre uma deposição de um antígeno na parede do vaso, que perde o fator de proteção e faz um processo inflamatório. • mts estudos têm focalizado os possíveis mecanismos envolvidos no comprometimento de células endoteliais no desencadeamento de processos vasculíticos. o deposição de imunocomplexos circulantes que podem para e se depositar na parede; o lesão vascular mediada por anticorpos ANCA (geram reação antígeno-anticorpo); o anticorpos anti-células endoteliais; o falha na regulação da atividade anti- inflamatória do endotélio vascular. o não são excludentes entre si, podendo ocorrer mais de um. ▪ mas cada um isolado pode causar lesão vascular. → Deposição de imunocomplexos circulantes: Imunocomplexos solúveis (reação antígeno- anticorpo) são formados em excesso e depositados na parede vascular. • Após deposição dos complexos, vários componentes do sistema complemento são ativados, particularmente o C5a, que é fortemente quimiotáctico para neutrófilos. o A ativação do C5a atrai neutrófilos que tentam combater os imunocomplexos, gerando a reação inflamatória. o O que ocorre é que o processo é perpetuado. 3 Reumato ▪ A opsonização é o processo que facilita a ação do sistema imunológico em fixa opsoninas ou fragmentos do complemento na superfície bacteriana, permitindo a fagocitose. • Em adição, as células endoteliais podem interagir com fagócitos ou células T, podendo sofrer desregulação de seus mecanismos anti-inflamatórios. o Estas células infiltram a parede do vaso no local da deposição dos imunocomplexos e liberam suas enzimas citoplasmáticas (colagenase e elastase). o Essas enzimas lesam diretamente a parede vascular. • Finalmente, podem ocorrer trombose, oclusão da luz vascular e hemorragia, seguidas por alterações isquêmicas teciduais. → Lesão vascular mediada por anticorpos ANCA: Esses anticorpos são marcadores da doença. • Trata-se de um grupo de anticorpos que agem contra alguns antígenos citoplasmáticos, PR3 (proteinase 3) e mieloperoxidase. • Originalmente, os ANCA foram divididos em 2 grupos, c-ANCA e p-ANCA, baseando-se no padrão de coloração de neutrófilos. o ANCA citoplasmático (c-ANCA): Referente ao padrão citoplasmático granular e difuso observado à microscopia de imunofluorescência quando o anticorpo sérico se liga a proteinase 3. o ANCA perinuclear (p-ANCA): Referente a um padrão de localização, principalmente perinuclear ou nuclear, e tendo como alvo antigênico a enzima mieloperoxidase (MPO). o Algumas doenças apresentam predominância de um certo tipo de ANCA. • A ativação de neutrófilos, na presença de fatores desencadeantes, provoca exposição das proteínas citoplasmáticas mieloperoxidase (MPO) e proteinase-3 (PR3). o Elas interagem com anticorpos circulantes, desencadeando o processo de inflamação e lesão endotelial. • Ainda não está esclarecido porque pacientes com estas síndromes vasculíticas desenvolvem anticorpos ANCA. o Eles não são exclusivos de vasculites, aparecendo também nas doenças inflamatórias intestinais. • Seja qual for o caso, a interação p-ANCA ou c-ANCA , pode desencadear a produção de IL-8 pelas células endoteliais através de mecanismos ainda desconhecidos. o Através de sua atividade quimiotática, essa interleucina pode levar a um recrutamento adicional de leucócitos, aumentando o processo inflamatório e injúria tecidual. → Anticorpos anti-células endoteliais: Os anticorpos anti-células endoteliais são responsáveis por desencadeara lise dessas células. • No entanto, ainda não foi comprovado se estes anticorpos constituem apenas epifenômenos (acidentais) ou se são capazes de iniciar e perpetuar processos inflamatórios vasculares. • As células endoteliais apresentam uma série de propriedades anticoagulantes, antiplaquetárias e antifibrinolíticas. o Tais propriedades mantêm a integridade das células sanguíneas, junto com propriedades anti-inflamatórias. → Falha na regulação anti-inflamatória do endotélio vascular: As células endoteliais apresentam uma série de propriedades anticoagulantes, antiplaquetárias e antifibrinolíticas, que mantêm a integridade das células sanguíneas, ao lado de propriedades anti-inflamatórias como a produção de inibidores da aderência e quimiotaxia de neutrófilos. 4 Reumato Vasculites de Pequenos Vasos → Em 60% dos casos, não sabemos a etiologia. → São doenças incomuns, geralmente, estão associadas ao ANCA. → Comumente, afetam o pulmão (a principal é a Granulomatose com polangeíte/de Wegener). Granulomatosa de Wegener → vasculite necrosante de pequenos e médios vasos, com formação de granulomas → etiologia desconhecida, mas acredita-se que é devido à frequência do acometimento da vias aéreas (um antígeno inalado seria o desencadeante do processo inflamatório) → pode ser expressa através de 2 formas: • Forma difusa ou clássica: Ocorrem sintomas gerais, alterações do trato respiratório alto + pulmões + rins. o A determinação do ANCA é praticamente sempre positiva aqui o Tipicamente, observamos o padrão citoplasmático (ANCA c) e especificidade antigênica para a proteinase-3 (PR 3). • Forma localizada: lesões, preferencialmente, granulomatosas do trato respiratório alto e/ou pulmões, sem evidência de vasculite sistêmica. o Aqui, a determinação do ANCA não é muito útil, já que ela nem sempre é positiva, pois pode estar contido apenas no pulmão o Para isso, temos 4 critérios clínicos para diagnóstico: ▪ Processo inflamatório da mucosa oral ou nasal ▪ Imagens pulmonares de nódulos, infiltrados ou cavitações ▪ Sedimento urinário com hematúria ou cilindros hemáticos ▪ Vasculite granulomatosa demonstrada em biópsia. o A presença de 2 ou + desses critérios confere sensibilidade de 88% e especificidade de 92%. → o comprometimento pulmonar ocorre em, aproximadamente, 85% dos pacientes e constitui uma das manifestações iniciais desta doença. • Em 40% dos pacientes, ocorre a alveolite hemorrágica e insuficiência respiratória grave, frequentemente fatal. → O envolvimento das vias aéreas superiores manifesta-se por sinusopatia (sinusites de repetição), otites e rinites purulentas e/ou hemorrágicas. • Uma das lesões nasais mais típicas na GW avançada é a rotulada de "nariz em sela", decorrente da destruição da cartilagem nasal. → Os rins são envolvidos em quase 80% dos casos. • Tipicamente ocorre uma glomerulonefrite proliferativa focal e segmentar, com necrose fibrinóide, que eventualmente pode levar a uma insuficiência renal. • Os achados são proteinúria, hematúria, e insuficiência renal, que respondem pela maior parte da mortalidade da doença. → A imagem radiológica mais característica é a de nódulos pulmonares que, ocasionalmente, evoluem para a cavitação. nódulo pulmonar com formação de abcesso em seu interior nessa outra radiografia, temos uma hemorragia pulmonar grave, que leva a insuficiência respiratória; pode ser bilateral; ocorre por destruição da parede de pequenos vasos 5 Reumato Clínica • Trato respiratório superior: Rinite, sinusite (rinorreia purulenta/sanguinolenta, úlcera nasal, necrose septal); Estomatite/faringite (úlcera oral, dor de garganta); Laringite (rouquidão); Otite média (otorreia, otalgia, hipoacusia). o Essas alterações anatômicas são incomuns atualmente, por conta do tratamento com anti-inflamatórios. • Pulmões: Infiltrado, hemorragia alveolar (hemoptise), nódulos, pleurite. • Rins: GN focal e segmentar necrosante, GNRP, uremia. • Sintomas constitucionais: Traqueia e brônquios (estenose, ulceração); Olhos (episclerite, pseudotumor orbitário); Pele (lesões purpúricas/papulosas, úlceras, nódulos subcutâneos); Neuro (MNM). episclerite purulenta com sinusite Tratamento → Feito com Ciclofosfamida (Metotrexate) 2mg/kg/dia, junto com Prednisona 1mg/kg/dia. • Sobrevida de 90% em 10 anos. Poliarterite nodosa clássica e Polangeíte microscópica → A poliarterite nodosa clássica é uma vasculite necrosante sistêmica que acomete artérias de médio e pequenos calibres. • Era confundida com a polangeíte, devido a suas semelhanças. → A poliarterite nodosa teve origem nas observações de autópsias. • Quando, nos primeiros casos relatados da doença, as artérias de pequeno e médio calibre dos tecidos acometidos apresentavam “nódulos de inflamação”. o Esses nódulos podiam ser palpados e vistos sob a pele. → A poliarterite nodosa clássica não envolve arteríolas, capilares ou vênulas, não causando glomerulonefrite nem capilarite pulmonar (hemorragia alveolar). → Já a polangeíte microscópica, foi caracterizada como uma vasculite necrosante totalmente associada aos ANCA. • Acometendo, predominantemente, arteríolas, capilares e vênulas, afetando pequenas e médias artérias e produzindo glomerulonefrite e capilarite pulmonar. → Ambas possuem etiologia desconhecida, mas de natureza imune. → A idade média de início é de 40-60 anos, embora sejam envolvidas todas as faixas etárias, incluindo a pediátrica. • São acometidas todas as raças, com uma relação entre homens e mulheres de 2:1 6 Reumato Clínica da Poliarterite Nodosa Clássica • Sintomas inespecíficos (perda ponderal, febre, mialgias, poliartralgia); • MNM (Mononeurite múltipla) ou polineuropatia; • Lesões cutâneas (livedo reticular, púrpuras, úlceras, nódulos subcutâneos, necrose digital); • Vasculite renal (hipertensão arterial renovascular, falência renal progressiva); • Dor testicular (orquite). • Cerca de 30% dos pacientes com PAN clássica apresentam sorologia + para hepatite B (HBsAg+), frequentemente associada a sinais de replicação viral, como HBeAg + DNA viral positivo. Clínica da Polangeíte Microscópica → Os sintomas inespecíficos são iguais. • GN focal e segmentar necrosante, crescentes, rapidamente progressiva; • Capilarite pulmonar (infiltrado, hemorragia alveolar, hemoptise, síndrome pulmão-rim). • MNM (Mononeurite múltipla); • Lesões cutâneas (livedo reticular, púrpuras, nódulos subcutâneos, necrose digital, úlceras). livedo reticular lesões nodulares dolorosas necrose digital • Lesão que não fecha indica comprometimento vascular. Diagnóstico → o VHS e PCR são elevados. • ANCA + em quase todos os pacientes com polangeíte microscópica (p-ANCA em geral). o O c-ANCA é encontrado em 30% dos casos. • Na PAN clássica, a positividade do ANCA é baixa. • Na biópsia, vemos vasculite leucocitclástica, inflamação necrotizante, sem granulomas. imagem de uma arteriografia renal com microanuerismas típicos de PAN o Também pode haver estenose, desencadeando em uma hipertensão renovascular. Tratamento → Sobrevida <15% em 5 anos sem tratamento. • Esquemas agressivos de Prednisona + Ciclofosfamida na mesmas doses da GW. 7 Reumato 8 Reumato Síndrome de Churg- Strauss → Também é chamada de angiíte granulomatosa alérgica. → Vasculite alérgica que acomete vasos de médio e pequeno calibres. → Não sabemos a sua etiologia e patogenia, mas parecem unificados com diversos fenômenos imunomediados. → É rara, possuindo forte associação com ANCA. • Possui maior incidência em homens (2:1), com pico entre 30-40 anos.→ Apresenta notável coexistência de rinite/asma/eosinofilia/IgE elevada, que sugere reações de hipersensibilidade imediata. → A forte associação aos ANCA levanta a possibilidade da participação deste auto anticorpo na gênese da doença. → A presença dos granulomas pode estar relacionada à hipersensibilidade tardia. Clínica → Sintomas constitucionais (febre, mialgias, artralgias); • Asma, frequentemente grave que precede o início do quadro; • Sinusite, rinite, pólipo nasal; • MNM (Mononeurite múltipla); • Infiltrado pulmonar eosinofílico migratório; • Miocardite eosinofílica; • Gastroenterite eosinofílica (diarreia, dor abdominal); • GN focal e segmentar; • Lesões cutâneas (presentes em 70% dos casos, com púrpura palpável e nódulos subcutâneos). Diagnóstico → Possuímos 6 critérios, com o paciente devendo possuir 4 deles. • Asma; • Eosinofilia > 10%; • Mononeuropatia ou polineuropatia; • Infiltrados pulmonares migratórios nas radiografias; • Anormalidades dos seios paranasais; • Eosinófilos extravasculares a biópsia. Diagnóstico laboratorial → Anemia, leucocitose, trombocitose, aumento do VHS. • A eosinofilia ocorre virtualmente em todos os casos. o IgE está elevada em 75% dos casos. • Cerca de 70% dos pacientes apresentam ANCA +, no padrão p-ANCA. • A biópsia normalmente traz achados que sugerem a doença, revelando uma vasculite necrosante granulomatosa com infiltrado eosinofílico perivascular. → A vasculite por hipersensibilidade refere-se a vasculite de pequenos vasos que é restrita à pele e não está associada a qualquer outra forma de vasculite primária ou secundária. → Não está associada a doenças de vasos médios ou grandes em outros locais, nem com doença de pequenos vasos em outros órgãos (p.ex., glomérulos ou capilares pulmonares). 9 Reumato Púrpura de Henoch- Schonlein → Vasculite causada por IgA. → Também é chamada de púrpura anafilactóide, sendo uma vasculite sistêmica que acomete preferencialmente pequenos vasos. → Vasculite mais comum da infância, sendo incomum em adultos. → Possui discreta predominância no sexo masculino, com idade média de 5 anos. → Sua etiologia é desconhecida, porém mais de 50% dos casos são precedidos por uma infecção do trato respiratório superior associada a diversos vírus, micoplasma, estreptococos e outras bactérias. • Também já foram implicados como fatores desencadeantes: Drogas (principalmente penicilinas); Vacinação contra inúmeros agentes; Alimentos; Picadas de insetos. Clínica → Púrpura palpável em nádegas e membros inferiores, presentes em 100% dos casos; • Artralgia ou artrite (mais em joelhos e tornozelos); • Dor abdominal; • Nefropatia por IgA (glomerulonefrite em 40- 50% dos casos); o Comumente é branda e assintomática, raramente evoluindo para IRC. Diagnóstico → Temos os seguintes critérios para classificação da vasculite de hipersensibilidade: Púrpura palpável; Exantema maculopapular; Relação temporal com uso de medicamentos; Biópsia de pele com vasculite leucocitoclástica. Tratamento → Doença autolimitada e benigna, com duração de 4-6 semanas. • A maioria dos casos tratamos com analgésicos e repouso, mas, caso haja necessidade, usamos ATB para pele. • Se houver acometimento abdominal mais intenso ou nefrite grave, usamos prednisona 10 Reumato Vasculite crioglobulinêmica → Por definição, é uma vasculite acompanhada de crioglobulinemia, que são imunoglobulinas que precipitam do plasma a uma temperatura de 4ºC e redissolvem a 37ºC. → Em mais de 50% dos casos, é atribuída à infecção pelo vírus da hepatite C. → O HCV apresenta tropismo pelos tecidos linfoide e hepático. → A proteína E2 viral se assemelha às imunoglobulinas humanas, ocasionando estimulação da produção de anticorpos, ativação da cascata do complemento e formação de imunocomplexos, que se depositam nos órgãos-alvo. → Pode ocorrer secundariamente a doenças do tecido conectivo (lúpus eritematoso sistêmico, e artrite reumatoide), linfomas. • Menos frequentemente, infecções pelos vírus da hepatite A e B, HIV, vírus varicela- zoster, citomegalovírus, HTLV-1, vírus da rubéola, Mycobacterium leprae, Treponema pallidum, endocardite bacteriana, Plasmodium sp, Toxoplasma gondii e parvovírus B19. Clínica → Costuma se manifestar com fenômenos de obstrução microvascular • O fenômeno de Raynaud se inicia com palidez, evoluindo para cianose e terminando com hiperemia em mãos. • Púrpura palpável; Poliartralgia; GN membranoproliferativa; MNM (mononeuropatia multiplex). Diagnóstico → apresenta hipocomplementanemia (é a única vasculite que consome complemento), além de falsa leucocitose e Trombocitose. • Pesquisa de crioglobulinas no soro pode confirmar diagnóstico. • Biópsia de lesões purpúricas: vasculite leucocitoclástica associada a crioprecipitados ocluindo alguns vasos. • Obrigatória a pesquisa do vírus da Hepatite C
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