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Direito Administrativo: Origem e Conteúdo

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CADERNO DE ESTUDOS 
DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
SUMÁRIO 
 
 
1 APRESENTAÇÃO 
 
2 DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA 
 
3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 
4 REFERÊNCIAS 
 
5 DIREITO ADMINISTRATIVO: ORIGEM, OBJETO E CONCEITO 
 
6 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SEUS 
PRINCÍPIOS; 
7 ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO, ATRIBUTOS, ELEMENTOS, 
CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTINÇÃO; 
8 SERVIÇO PÚBLICO 
9 PODERES ADMINISTRATIVOS 
10 AGENTES PÚBLICOS 
 
11 RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO 
APRESENTAÇÃO 
 
Este livro didático corresponde à disciplina Direito Administrativo. 
 
O Material foi elaborado de forma clara e objetiva, destacando os núcleos 
conceituais dos vários institutos da matéria, visando contribuir com a aprendizagem 
dos alunos do Curso de Habilitação de Oficiais da PMPA. Abordando, ainda, 
conteúdos selecionados observando as competências profissionais a serem 
adquiridas/desenvolvidas no processo de aprendizagem profissional. 
O aluno do CHO PMPA, nesta disciplina curricular, dentro das 
competências exigidas terá que conhecer a incidência dos institutos do Direito 
Administrativo à luz dos princípios Constitucionais. Além disso, entender a 
importância do Direito Administrativo para o direcionamento dos atos da Administração 
Pública e para o exercício da atividade policial. 
Logo, este material deverá dar suporte ao aluno do desempenho de suas 
atividades acadêmicas, bem como ajudar na relação teoria e prática profissional. 
Bons estudos! 
 
MAJ QOPM RG 33524 ADRIANO NAZARENO GOES DA SILVA- INSTRUTOR 
DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA 
 
 
Contextualização 
 
A disciplina está inserida na malha curricular da área de segurança pública, 
e vem observando conhecimentos e habilidades na área do Direito Administrativo, 
com objetivo de contribuir na solução das problemáticas a serem enfrentadas no 
cotidiano policial militar. Ter percepção do conhecimento e habilidades necessárias 
para atuar em funções diversas, e conhecer o Direito Administrativo para contribuir de 
forma permanente e efetiva com ações que sejam pautadas pelas normas que regem 
a Administração Pública. 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 
- Direito Administrativo: origem, objeto e conceito. 
 
- Regime Jurídico Administrativo: Administração Pública e seus princípios 
explícitos e implícitos (supremacia do interesse público, presunção de legitimidade ou 
de veracidade, especialidade, controle ou tutela, autotutela, hierarquia, continuidade 
do serviço público, razoabilidade e proporcionalidade, motivação, segurança jurídica, 
proteção à confiança e boa-fé). 
-Serviços públicos: conceitos, classificação, sentido amplo e restrito, 
titularidade e princípios. 
- Poderes administrativos: conceito, poder regulamentar, poder hierárquico, 
poder disciplinar; 
- Poder de polícia: introdução, conceitos, polícia administrativa e judiciária, 
características, limites abuso de poder; 
- Atos administrativos: conceitos, discricionariedade, vinculação, atos da 
administração, fatos da administração, fatos administrativos, requisitos, desfazimento 
dos atos administrativos, atributos, espécies de atos administrativos; 
- Agentes Públicos: classificação, regime jurídico, organização funcional e 
normas constitucionais. 
- Responsabilidade Objetiva: conceito, evolução, reparação do dano, direito 
de regresso e causas de exclusão. 
- CARGA HORÁRIA: 30H 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial da 
República Federativa do Brasil nº 191-A, Brasília, DF, 5 outubro 1988. 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 
ed. São Paulo: Atlas, 2016. 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, ul. ed. São Paulo: 
Atlas, 2015. 
MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 4ª Edição. Editora Impetus. 
Niterói, 2010. 
MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo. 3. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2013. 
 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo, ul. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2012. 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, ul. 
ed. São Paulo: RT. 
 
MARCELO Alexandrino, VICENTE Paulo. Direito administrativo 
descomplicado - 25. ed. rev. e atual. 2013. 
I- DIREITO ADMINISTRATIVO: ORIGEM, OBJETO E CONCEITO 
 
 
A) Origem: O Direito Administrativo surge relacionado diretamente com a 
consagração dos ideais da Revolução Francesa de 1789 e as demais revoluções que 
puseram fim ao regime absolutista, com surgimento do Estado de Direito. Os ideais 
Liberais (legalidade, separação dos poderes e a própria Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão), o poderio estatal é limitado. Assim, o Direito Administrativo é 
concebido como ramo do Direito regulador das relações envolvendo o Estado e o 
exercício das atividades administrativas. 
Deste modo, até a revolução burguesa de 1789, reinava a lógica do Estado 
absolutista onde o rei, absoluto, não era responsabilizado pelos seus atos. Segundo 
Carvalho Filho “o regime vigorante era o das monarquias absolutistas, em que todos 
os poderes do ESTADO desaguavam nas mãos do monarca, tornando frágeis as 
relações entre o Estado e os súditos”. Muitas vezes, aliás, o Direito era exatamente 
aquilo que ditava o Rei. A ordem jurídica- e todo o resto da sociedade civil era 
totalmente submissa às ordenações reais. 
Com a revolução e com queda do absolutismo houve a instalação do 
Estado de Direito. Nesse novo período histórico, respondendo aos anseios da 
burguesia ascendente, que temia o poder estatal desenfreado, o Estado passa a se 
submeter ao Direito. Assim, os governantes e o próprio Estado também passam a 
dever respeito ao Direito, tanto quanto qualquer membro da sociedade. 
B) OBJETO: Abrange todas as relações internas à administração pública 
– entre os órgãos e entidades administrativas, uns com os outros, e entre a 
administração e seus agentes, estatutários e celetistas - todas as relações entre a 
administração e os administrados, regidas predominantemente pelo direito público. 
Destarte, seu objeto principal é o desempenho da função 
administrativa. 
C) CONCEITO: 
Segundo Hely Lopes Meirelles, trata-se de um "conjunto harmônico de 
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas 
tendentes a realiza concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo 
Estado". 
 
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo apresentam o seguinte conceito: 
conjunto de regras e princípios que, orientados pela finalidade geral de 
bem atender ao interesse público, disciplinam a estruturação e o 
funcionamento das entidades e órgãos integrantes da administração pública, 
as relações entre esta e seus agentes, o exercício da função administrativa – 
especialmente quando afeta interesses dos administrados - e a gestão dos 
bens públicos 
 
Destaca-se que todas essas normas, regras ou princípios jurídico- 
administrativas, encontram-se em textos legais esparsos, afirmando-se, daí, que o 
Direito Administrativo trata-se de um ramo do direito não codificado, não sistematizado 
num único documento legislativo. 
 
 
II- REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA E SEUS PRINCÍPIOS; 
 
Na Constituição da República Federativa do Brasil, encontramos um 
conjunto de princípios e regras, os quais norteiam a atividade desempenhada pelos 
agentes encarregados de zelar pela coisa pública, dentre estes agentes incluímos os 
policiais militares de todos os entes da federação. 
Desse modo, conjugando as regras e os princípios que estruturam a 
Administração Pública Brasileira, tem-se o regime jurídico administrativo. Maria 
Sylvia Zanella Di Pietro ensina que 
(...)a expressão regime jurídico administrativo é reservada tão somente para 
abranger o conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito 
Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição 
privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa. Basicamente, pode- 
se dizer que o regime administrativoresume-se a duas palavras 
apenas: prerrogativas e sujeições. 
 
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, no Direito Administrativo 
existem dois “Supraprincípios” ou “superprincípios” sendo princípios centrais dos 
quais derivam todas as demais normas (princípios e regras) do Direito Administrativo. 
São eles: a) A Supremacia do Interesse Público sobre o particular; b) A 
Indisponibilidade do Interesse Público. 
A existência desses dois supraprincípios é reflexo de uma dualidade 
permanente no exercício da função administrativa: a oposição entre os poderes da 
Administração Pública (supremacia do interesse público) e os direitos dos 
Administrados (indisponibilidade do interesse público). 
 
ATENÇÃO POLICIAL: Os dois princípios são relativos, e não absolutos. 
Deste modo, não existe supremacia absoluta do interesse público sobre o 
privado, nem indisponibilidade absoluta dos interesses públicos. 
 
A Supremacia do Interesse Público sobre o Particular, estabelece que 
o interesse do Estado (bem verdade, trata-se do Interesse de toda a 
Coletividade) deve prevalecer em relação ao interesse do particular. O Estado 
para garantia à prevalência do interesse coletivo, sempre que houver necessidade, 
pode/deve limitar e restringir direitos individuais para garantir o interesse coletivo. Este 
princípio confere verdadeiros privilégios ao administrador, que ao fazer uso dessas 
prerrogativas, faz com que o administrado se submeta a elas. Tem-se deste modo, 
uma relação de verticalidade. 
 
Há diversos institutos do Direito Administrativo que são 
consequências da Supremacia do Interesse Público sobre o particular. Os 
institutos podem ser: a) Poder de Polícia (limita a atuação do particular em nome 
do interesse público); b) Atributos dos Atos Administrativos (presunção de 
legitimidade); c) Intervenção do Estado na propriedade (desapropriação por 
interesse público, necessidade pública ou interesse social), d) Cláusulas exorbitantes 
nos contratos administrativos (colocam o Estado em posição mais favorável, 
extrapolando a ordem do direito privado) dentre outros. 
Delimitar o regime jurídico administrativo não significa tão somente dar ao 
administrador prerrogativas, pois, também, há outra vertente a ser analisada, que são 
as sujeições ou limitações, estas que o administrador deve obedecer. 
Deste modo, a Indisponibilidade do Interesse Público significa que o 
administrador não pode abrir mão do interesse público. Esse princípio 
estabelece ao Estado algumas limitações que garantem que o administrador não 
vá atrás de direitos individuais e disponha do interesse público. 
 
RESUMINDO: O regime jurídico administrativo é o conjunto de 
princípios que confere prerrogativas e impõe sujeições à Administração 
Pública. 
Os princípios explícitos, no caput do artigo 37 da Magna Carta, são: 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
https://jus.com.br/tudo/atos-administrativos
https://jus.com.br/tudo/propriedade
https://jus.com.br/tudo/contratos-administrativos
A) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: segundo ele, todos os atos da 
Administração têm que estar em conformidade com os princípios legais. José 
dos Santos “o princípio da legalidade é certamente a diretriz básica da conduta dos 
agentes da Administração. Significa que toda e qualquer atividade administrativa deve 
ser autorizada por lei. Não o sendo, a atividade é ilícita. Tal postulado, consagrado 
após séculos de evolução política, tem por origem mais próxima a criação do Estado 
de Direito, ou seja, do Estado que deve respeitar as próprias leis que edita” 
 ATENÇÃO: Um administrador de empresa particular pratica tudo aquilo 
que a lei não proíbe 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: II - ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
 
Já o administrador público, por ser obrigado ao estrito cumprimento da 
lei e dos regulamentos, só pode praticar o que a lei permite. É a lei que distribui 
competências aos administradores. 
 
B) PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE: estabelece um dever de 
imparcialidade na defesa do interesse público impedindo discriminações e 
privilégios no exercício da função administrativa. Princípio da não 
discriminação. 
Na feliz síntese de José dos Santos Carvalho Filho: 
 
o princípio objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve 
dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica situação 
jurídica. Nesse ponto, representa uma faceta do princípio da isonomia. Por 
outro lado, para que haja verdadeira impessoalidade, deve a Administração 
voltar-se exclusivamente para o interesse público, e não para o privado, 
vedando-se, em consequência, sejam favorecidos alguns indivíduos em 
detrimento de outros e prejudicados alguns para favorecimento de outros. 
 
 
O princípio da Impessoalidade se desdobra em duas vertentes: 
 
- Impessoalidade relativa aos administrados: a Administração só pode 
praticar atos impessoais se tais atos vão propiciar o bem comum (a coletividade). 
OS ATOS SÃO DOS ÓRGÃOS E NÃO DOS AGENTES PÚBLICOS; 
- Impessoalidade relativa à Administração: os atos impessoais se 
originam da Administração, não importando quem os tenha praticado. Esse princípio 
deve ser entendido para excluir a promoção pessoal de autoridade ou serviços 
públicos sobre suas relações administrativas no exercício de fato. 
 
 
 
C) PRINCÍPIO DA MORALIDADE: é a obediência aos princípios éticos da 
HONESTIDADE, LEALDADE e BOA-FÉ com a coisa pública. Ser honesto quer dizer ser 
fiel ao interesse público definido na lei. É exigido da Administração como um todo, de cada 
agente público e também dos particulares que se relacionam com a Administração. 
A moralidade administrativa é mais rigorosa do que a moralidade comum e vai 
além do simples certo ou errado. 
 
D) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: é a transparência na atuação 
administrativa na divulgação oficial do ato da Administração para a ciência do público em 
geral, com efeito de iniciar a sua atuação externa, ou seja, de gerar efeitos jurídicos. 
A publicidade dos atos administrativos sofre as seguintes exceções: 
- Segurança do Estado, Segurança da sociedade e intimidade dos 
envolvidos. 
 
E) PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA: é a obtenção do melhor resultado com o uso 
racional dos meios. Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, 
produtividade e rendimento funcional são valores da eficiência. 
 
 
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS 
 
- Motivação: entendendo motivação como a fundamentação fática e jurídica. Tanto 
para os atos ditos vinculados, quanto para os discricionários, onde vige o binômio da 
oportunidade e conveniência do administrador, que após escolher um dos caminhos 
apontados pela lei torna o ato daquele momento em diante vinculado. 
- Razoabilidade e Proporcionalidade: a administração deve pautar-se sob o que 
é razoável, ou seja, agindo da melhor forma possível para atingir o fim público 
pretendido, sendo uma forma de limitar a discricionariedade administrativa, 
averiguada na velha forma dos valores atribuídos ao entendimento(valore) do homem 
médio, como informa Lúcia Valle Figueiredo. A doutrina explica a razoabilidade em 
consonância com a proporcionalidade que seria a adequação do meio e fim de dado 
ato, devendo ato ser racionalizado buscando a medida mais compatível com a 
finalidade pública a ser perquirida. 
- Ampla defesa e Contraditório: é a proteção constitucionalmente consagrada no 
artigo 5º, LV, da Constituição Federal “aos litigantes em processo judicial ou 
administrativo será assegurado o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes”. Assim nas situações de litigio administrativo aos litigantes 
será dado todos os meios e recursosde defesa, tanto pessoal quanto técnica 
(através defensor) bem como o direito ao contraditório que garante as partes a 
possibilidade do exercício do direito de resistir a uma dada pretensão, ou seja, 
alegado algo contra/desfavorável a minha pessoa posso contraditar e alegar o 
contrário e vice-versa. 
- Segurança Jurídica: pode ser entendido como princípio da não retroatividade, ou 
seja, dado assunto de Direito Administrativo cujo entendimento passe a ser divergente 
do atual, não volta no tempo para anular os atos já praticados sob o crivo da antiga 
lei. Isto ocorre em todos os ramos do direito, visto que entendimento diverso causaria 
insegurança jurídica, rompendo com os vínculos e preceitos da boa-fé, assim é 
possível a mutabilidade das leis, sem que tal mudança venha a afetar o ato jurídico 
perfeito, a coisa julgada, bem como o direito adquirido. 
- Presunção legitimidade ou de veracidade: os atos administrativos tem presunção 
de legalidade, visto que todos os atos devem estrito cumprimento em conformidade 
com a lei e de veracidade, por serem dotados da chamada fé pública. “Trata-se de 
presunção relativa (juris tantum) que, como tal, admite prova em contrário. O efeito de 
tal presunção é o de inverter o ônus da prova” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. 
Direito Administrativo.) 
- Autotutela: a Administração deve exercer o controle de mérito de seus 
próprios atos. “...pela autotutela o controle se exerce sobre os próprios atos, 
com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou 
inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário” (DI PIETRO, 
Maria Sylvia Zanella. Direito) Assim não cabe ao Judiciário interferir no mérito dos atos 
discricionários, somente fiscalizar os aspectos concernentes a sua legalidade, bem 
como a legalidade dos atos vinculados. Segundo a nobre Di Pietro, tal prerrogativa 
existe também quanto a tutela dos bens que integram o patrimônio público, através 
do poder de polícia administrativa, o que nada mais é do que o princípio do controle 
jurisdicional. 
- Hierarquia: a administração deve seguir com rigor a chamada repartição de 
competências, assim existe entre os diversos órgãos da Administração relações de 
subordinação, visto que cada qual possui uma função típica dada pela lei. Assim deve- 
se seguir a escala vertical e/ou horizontal de competência para a resolução de 
conflitos conforme a demanda do caso concreto. 
 
 
III- ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO, ATRIBUTOS, ELEMENTOS, 
CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTINÇÃO; 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
 
A Administração Pública no exercício de suas funções administrativas executa 
diversos atos administrativos cuja finalidade principal é perseguir o interesse público, 
porém devemos salientar que nem todo ato que a administração pratica e é importante 
para o mundo jurídico pode ser considerado ato administrativo, pois este se encontra 
dentro de uma seara mais restrita, se o analisarmos em relação a outros institutos que tem 
conceito mais amplo, como os fatos administrativos e os atos jurídicos, do qual ele é 
espécie. 
Nesse contexto é importante ressaltar que todo acontecimento é fato, como 
nascer e morrer, mas se esse acontecimento gera efeito para o mundo jurídico é fato 
jurídico, por exemplo, quando nasce alguém, nasce uma pessoa física, se esta morre, 
abre-se a sucessão, sobre esse tema leciona a Professora Fernanda Marinela: 
(...) tudo que ocorre no mundo são fatos. Contudo, nem tudo tem importância 
para o Direito, pois alguns deles são considerados pelos homens como mais 
importantes do que outros. Assim existem fatos que interferem nas relações 
humanas e, para tanto, precisam estar regulados por normas jurídicas. Esses 
fatos regulados por normas jurídicas são considerados fatos jurídicos. 
 
Já ato jurídico é conceituado pela maioria da doutrina como sendo o ato 
humano decorrente de uma manifestação de vontade que desencadeia efeitos 
jurídicos. 
É toda manifestação unilateral de vontade da 
Administração Pública que, agindo nessa qualidade, 
tenha por fim imediato adquirir, resguardar, 
transferir, modificar, extinguir e declarar direitos e 
impor obrigações aos administrados ou a si própria. 
(Hely Lopes Meirelles) 
O ato administrativo é espécie de ato jurídico, tanto que ambos são formados 
por alguns elementos comuns, como objeto, forma e o sujeito, a diferença básica é que nos 
atos administrativos o sujeito em regra é agente público e o objeto deve estar sempre ligado 
ao interesse público. 
ATOS JURÍDICOS – São aqueles que produzem efeitos jurídicos, ou seja, 
interessam ao estudo do direito. Uma espécie desses é ato administrativo. 
 ATENÇÃO: o Legislativo e o Judiciário também editam atos administrativos, 
com respeito à manutenção de sua própria estrutura administrativa, no exercício da 
função atípica. 
2 – O ATO ADMINISTRATIVO 
 
3- REQUISITOS NECESSÁRIOS À SUA FORMAÇÃO 
A. COMPETÊNCIA: É a capacidade atribuída pela lei, ao agente público para 
o exercício de suas atribuições. Quando o agente atua fora dos limites da lei, diz-se que 
cometeu excesso de poder, passível de punição. A competência poderá ser delegada ou 
avocada. 
 
 ATENÇÃO: o ato de delegação não retira a competência da autoridade 
delegante que continua competente CUMULATIVAMENTE com a autoridade 
- B. FINALIDADE: De todo ato administrativo é sempre o interesse público, 
jamais podendo ser praticado com a finalidade de atender a interesse privado, caso em que 
será nulo e eivado de desvio de finalidade. 
 
C. FORMA: É o modo através no qual se exterioriza o ato administrativo, é 
seu revestimento. Em sua maioria, os atos administrativos se manifestam na forma escrita, 
no entanto, a lei poderá estabelecer outras formas: Ex.: sonoro, visual, escrito, sirene, apito 
etc. 
D. MOTIVO: É o fato (ocorrência no mundo real dos eventos previstos na norma) 
e fundamento jurídico (previsão abstrata na norma) que levam à prática do ato. O motivo 
da dissolução de uma passeata tumultuosa, por exemplo, é o tumulto. Do fechamento de 
uma fábrica poluidora é a poluição. Da remoção de servidor é a necessidade do serviço. 
 
E. Objeto: O que se busca produzir. É o conteúdo do ato administrativo. Ex.: 
Objeto do semáforo = os administrados pararem. 
 ATENÇÃO: A falta de qualquer um desses requisitos pode conduzir a 
invalidação do ato administrativo. 
 
 MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO 
O mérito é a margem de liberdade que os atos discricionários recebem da 
lei para permitir que agentes públicos possam escolher diante da situação concreta 
a melhor maneira de atender o interesse público. 
De acordo com seu grau de liberdade, o ato administrativo pode ser: 
- Vinculado: é aquele que não tem liberdade, não tem juízo de valor. 
Preenchidos os requisitos, o ato deve ser praticado. Preenchidos os requisitos, não pode 
o administrador fugir nem ao motivo, nem ao objeto, estando obrigado a conceder a 
transferência para inatividade do policial militar. 
- Discricionário: é aquele que tem liberdade, tendo juízo de valor, sendo 
produzido com conveniência e oportunidade, estando limitado apenas em lei. 
A discricionariedade, nos casos de atos administrativos discricionários 
reside apenas nos elementos Motivo e Objeto. 
 
Resumindo.... 
 
 
ELEMENTOS DO ATO 
ADMINISTRATIVO 
ATO 
 
COMPETÊNCIA Vinculado (quem define é a lei) 
FORMA Vinculado (definida em lei) 
FINALIDADE Vinculado (tem que ser sempre em razão d 
interesse público) 
MOTIVO Discricionário 
OBJETO Discricionário 
 
4- ATRIBUTOS 
Os atos administrativos, como manifestação do Poder Público, tem atributos que 
lhes conferem características peculiares. Os atributos do ato administrativo são: 
presunção de legitimidade, imperatividade e autoexecutoriedade. 
Presume-se presentes quando da sua produção e, ao contrário dos 
requisitos, não estão obrigatoriamente presentes em todos os atos. São atributos do 
ato: 
A. PRESUNÇÃO DELEGITIMIDADE E VERACIDADE – Essa é a característica 
do ato administrativo que advém do princípio da legalidade que informa toda atividade da 
Administração Pública. 
 
RESUMINDO...os atos presumem-se legítimos. Essa presunção, todavia, é 
juris tantum, ou seja, presunção relativa, visto que admite contestação (prova em 
contrário). Assim, desta forma, a Administração não tem o ônus de provar que seus atos 
são legais, tampouco que a situação que gerou a necessidade de sua prática realmente 
existiu, tal ônus recai sobre o destinatário. 
- a presunção de legitimidade e veracidade não são absolutas. 
B. IMPERATIVIDADE – os atos administrativos são impostos a todos 
independentemente da vontade do destinatário. Nos dizeres de Marcelo Alexandrino e 
Vicente Paulo, a imperatividade traduz a possibilidade de a administração pública, 
unilateralmente, criar obrigações para os administrados, ou impor-lhe restrições. 
Este atributo decorre do poder extroverso do Estado, cuja principal característica é de 
impor seus atos independentemente da concordância do particular. 
 
RESUMINDO...O ato é manifestação unilateral e decorre do poder de 
império. Deriva do Poder extroverso que impõe ao administrado o querer da 
administração. Este atributo deriva, também, do princípio da supremacia do interesse 
coletivo. Ex.: Decreto (normativo), multa (punitivo) ou mesmo o Poder de Polícia. 
 
C. AUTO-EXECUTORIEDADE – Os atos produzem seus efeitos sem 
necessidade de decisão judicial que lhes sirva de meio, podendo usar a força física 
se preciso for para desconstituir situação violadora da ordem jurídica (coercibilidade). Ex: 
de carro parado em local proibido poderá ser guinchado; fechamento de restaurante pela 
vigilância sanitária; interdição de estabelecimento comercial irregular. 
A auto executoriedade é atributo de alguns atos administrativos 
normalmente aqueles que a lei confere (guincho de veículo irregular) e nos atos 
praticados em situações emergenciais. Ex: dispersão pela polícia militar de manifestação 
que se converte em onda de vandalismo (crimes contra o patrimônio). 
 
5- ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
- Atos Normativos É aquele que regulamenta, disciplina, normatiza uma 
determinada situação prevista em lei. Caracteriza-se por ser de caráter geral e abstrato. 
Como regra, o ato administrativo permite a fiel execução da lei, com exceção do decreto 
regulamentar autônomo. 
Ex.: decretos (presidente), regulamentos, instruções normativas (ministros de 
estado), regimentos (órgãos colegiados e corporações legislativas), resoluções, 
deliberações. 
- Atos Ordinatórios 
São aqueles que determinam obrigações, organiza, estrutura, escalona os 
quadros da administração. Diz quem manda e quem obedece. É exercício do Poder 
Hierárquico. Ex.: instruções, circulares, avisos, portarias, ordens de serviço, ofícios, 
despachos. 
 
- Atos Punitivos 
São aqueles que têm em seu conteúdo uma pena, sanção no exercício do Poder 
Disciplinar ou do Poder de Polícia. Ex.: EXTERNO - multa, interdição de atividade, 
destruição de coisas. INTERNA – advertência, suspensão, destituição, demissão, 
cassação. 
- Atos Enunciativos 
É aquele que certifica, atesta ou emite opinião. Não tem conteúdo decisório. Ex: 
certidões, atestados e pareceres. 
- Ato Negocial 
É aquele que tem coincidência de vontade entre a administração e o particular. 
Ex.: licenças, autorizações, permissão, aprovação, admissão, visto, homologação, 
dispensa, renúncia, protocolo administrativo. (critica!) 
7- EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 
a) Com o cumprimento dos seus efeitos. 
b) Retirada por ato do poder público: 
c) ANULAÇÃO: esta ocorre quando o ato administrativo é ilegal, podendo 
ocorrer tanto pela própria Administração, quanto pelo Judiciário, seja em atos vinculados 
ou discricionários, tem efeitos ex tunc, ou seja, retroagem os seus efeitos, pois do ato 
não se originam direitos. 
Nas palavras de Maria Sylvia Zanella DI PIETRO: Anulação, que alguns 
preferem chamar de invalidação é o desfazimento do ato administrativo por razões de 
ilegalidade. Como a desconformidade com a lei atinge o ato em suas origens, a anulação 
produz efeitos retroativos à data em que foi emitido (efeito ex tunc, ou seja, a partir de 
então). 
 
- A Administração possui prazo para anular atos dos quais decorrem efeitos favoráveis aos 
administrados? Sim. De acordo com o art. 54, da Lei nº 9.784/99, aplicável no âmbito 
federal, “O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram 
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que 
foram praticados, salvo comprovada má-fé”. 
 
d) REVOGAÇÃO: Esta ocorre quando um ato administrativo discricionário legal deixa de 
ser conveniente ou oportuno para a Administração. 
-Não pode o Judiciário revogar atos administrativos, pois a revogação envolve 
juízo de valores, os quais não podem ser realizados pelo Judiciário, sob pena de ferir a 
separação dos poderes. 
-Os efeitos da revogação são ex nunc, ou seja, não retroagem, pois o ato foi 
plenamente válido até a data de sua revogação, preservando os direitos adquiridos até 
então. 
Não existe prazo para revogação do ato administrativo. 
 
 
- Atos Irrevogáveis: 
1. atos consumados que já exauriram seus efeitos (férias/licença gozadas), 
2. os atos vinculados (licença para exercer profissão, promoção) 
3. Atos que geram dir. adquirido previsto na CF (aposentadoria de um servidor 
que preencheu todos requisitos exigidos) 
 
 
 
 
 
e) CASSAÇÃO: ocorre quando o beneficiário descumpriu as condições que deveriam ser 
atendidas para a continuidade da relação jurídica. Ex: a cassação de licença de restaurante 
por descumprir as regras sanitárias; cassação de uma licença para construir; cassação de 
um licença para o exercício de determinada profissional. 
 
f) CADUCIDADE: ocorre quando norma jurídica posterior torne ilegal a situação jurídica 
antes autorizada. Exemplo: caducidade de permissão para construção em área que foi 
declarada de preservação ambiental. 
 
g) CONTRAPOSIÇÃO ou DERRUBADA: ocorre quando emitido ato administrativo com 
efeitos contrapostos ao ato anterior. Ex: exoneração de servidor público, cujo ato é 
contraposto ao da nomeação. 
- A diferença da caducidade e contraposição: na caducidade, tem-se um ato e uma 
lei, o posterior vai extinguir o primeiro; na contraposição é ato mais ato, o segundo 
extingue o primeiro. 
 
h) RENÚNCIA: ocorre quando o próprio beneficiário abre mão da vantagem que tinha com 
o ato administrativo. 
 
IV- SERVIÇO PÚBLICO 
1- Conceito 
Segundo Hely Lopes Meirelles “serviço público é todo aquele prestado pela 
Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer 
necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do 
Estado”. São exemplos de serviços públicos: o ensino público, o de polícia, o de saúde 
pública, o de transporte coletivo, o de telecomunicações, etc. 
A titularidade de um serviço público é intransferível e pertence à administração. 
O que pode ocorrer é tão somente a transferência da sua execução para um particular que, 
no entanto, ficará sempre sob sua fiscalização. 
Portanto, a execução de serviços públicos poderá ser realizada pela 
administração direta, indireta ou por particulares. Oportuno lembrar que a administração 
direta é composta por órgãos, que não têm personalidade jurídica, que não podem estar, 
em regra, em juízo para propor ou sofrer medidas judiciais. Exemplos: Ministérios, 
Secretarias de Estado, administrações regionais, subprefeituras. 
A administração indireta é composta por pessoas, surgindo como exemplos: 
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista. Por outro lado, 
o serviço público também pode ser executado por particulares, por meio de concessão, 
permissão e autorização. 
 
2- Princípios do Serviço Público (Requisitos eDireitos do Usuário) 
Os requisitos do serviço público são sintetizados em cinco princípios: 
A) permanência (continuidade do serviço); 
Impõe continuidade no serviço; os serviços não devem sofrer interrupções; A 
continuidade admite exceções, como no caso de greve ou de exceção de contrato não 
cumprido. Mas ainda assim é preciso haver formas de suplência e substituição, para 
garantir a continuidade. 
 
B) generalidade (serviço igual para todos); 
Também chamado princípio da universalidade. Dispõe que os serviços devem 
ser prestados com a maior amplitude possível, de forma a beneficiar o maior número 
possível de indivíduos. Mas também significa que os serviços devem ser prestados sem 
discriminação entre os beneficiários, quando tenham as mesmas condições técnicas e 
jurídicas para a fruição. Aplica-se assim, o princípio da isonomia, mais especificamente, da 
impessoalidade (CARVALHO). 
Alguns autores, como Maria Sylvia Zanella Di Pietro, denominam esse modelo 
como princípio da igualdade dos usuários. Desde que a pessoa satisfaça as condições 
legais, ela faz jus à prestação do serviço, sem qualquer distinção de caráter pessoal. A Lei 
n. 8.987/95 prevê a possibilidade de serem estabelecidas tarifas diferenciadas em função 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033819/lei-de-concessoes-lei-8987-95
das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos 
distintos segmentos de usuário. Exemplo disso é a isenção de tarifas para idosos (DI 
PIETRO). 
 
C) eficiência (serviços atualizados); 
Os serviços públicos devem ser prestados com a maior eficiência possível, em conexão 
com o princípio da continuidade. Para isso, o Estado deve atualizar-se mediante os avanços 
tecnológicos, de modo que a execução seja mais proveitosa e com menor dispêndio. 
Periodicamente deve ser feita uma avaliação sobre o proveito do serviço prestado, com o 
objetivo de adequar o serviço à demanda social. Em face da importância dessa adequação 
da Administração, a Emenda Constitucional nº 19/98 incluiu no artigo 37 na CF/88 o 
princípio da eficiência entre os já postulados para guiar os objetivos administrativos 
(CARVALHO FILHO). 
 
 
D) modicidade (tarifas módicas); 
Os serviços públicos devem ser remunerados a preços módicos, avaliando-se o poder 
aquisitivo do usuário para que não deixe de ser beneficiário. Esse princípio traduz a ideia 
de que o lucro não é objetivo da função administrativa (CARVALHO FILHO). 
 
E) cortesia (bom tratamento para o público). 
O princípio da cortesia refere-se ao dever do prestador de serviço público de ser cortês e 
educado em sua prestação ao tratar com o usuário. Para se considerar adequada a 
atividade estatal, deve-se atentar para o bom trato com os particulares que usufruirão dos 
serviços executados. Já o princípio da regularidade estipula que a prestação do serviço 
deve observar as condições e horários adequados diante dos interesses da coletividade, 
sem atrasos ou intermitências. Em relação ao princípio da segurança, a prestação do 
serviço não pode colocar em risco a integridade dos usuários ou a segurança da 
coletividade (CARVALHO FILHO). 
 
3- Classificação 
Os serviços públicos, conforme sua essencialidade, finalidade, ou seus destinatários 
podem ser classificados em: 
• públicos; 
• de utilidade pública; 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/121113126/emenda-constitucional-19-98
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/2186546/artigo-37-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
• próprios do Estado; 
• impróprios do Estado; 
• administrativos; 
• industriais; 
• gerais; 
• individuais. 
Públicos 
São os essenciais à sobrevivência da comunidade e do próprio Estado. São privativos do 
Poder Público e não podem ser delegados. Para serem prestados o Estado pode socorrer- 
se de suas prerrogativas de supremacia e império, impondo-os obrigatoriamente à 
comunidade, inclusive com medidas compulsórias. Exs.: serviço de polícia, de saúde 
pública, de segurança. 
De Utilidade Pública 
São os que são convenientes à comunidade, mas não essenciais, e o Poder Público pode 
prestá-los diretamente ou por terceiros (delegados), mediante remuneração. Exs.: 
fornecimento de gás, de energia elétrica, telefone, de transporte coletivo, etc. Estes serviços 
visam a facilitar a vida do indivíduo na coletividade. 
Próprios do Estado 
São os que relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público. Exs.: segurança, 
política, higiene e saúde pública, etc. Estes serviços são prestados pelas entidades públicas 
(União, Estado, Municípios) através de seus órgãos da Administração direta. Neste caso, 
diz-se que os serviços são centralizados, porque são prestados pelas próprias repartições 
públicas da Administração direta. Aqui, o Estado é o titular e o prestador do serviço, que é 
gratuito ou com baixa remuneração. Exs.: serviço de polícia, de saúde pública. 
Impróprios do Estado 
São os de utilidade pública, que não afetam substancialmente as necessidades 
da comunidade, isto é, não são essenciais. A Administração presta-os diretamente ou por 
entidades descentralizadas (Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia 
Mista, Fundações Governamentais), ou os delega a terceiros por concessão, permissão ou 
autorização. Normalmente são rentáveis e são prestados sem privilégios, mas sempre sob 
a regulamentação e controle do Poder Público. Exs.: serviço de transporte coletivo, 
conservação de estradas, de fornecimento de gás, etc. 
Administrativos 
São os executados pela Administração para atender às suas necessidades internas. Ex.: 
datilografia, etc. 
São instrumentos e prerrogativas que tem o Estado para a busca de seus 
interesses. 
Uso do poder 
prerrogativa, seria empregar o poder segundo as normas legais, a moral da 
instituição, a finalidade do ato e as exigências do interesse público. 
 
Abuso do poder: 
 
quando uma autoridade ou agente público pratica um ato, ultrapassando os limites 
das suas atribuições ou competências, ou se desvia das finalidades administrativas 
definidas pela lei. Pode se dar tanto na conduta comissiva (fazer do administrador), 
quanto na conduta omissiva (não fazer quando existia o dever de agir). Em ambos os 
casos, o ato é arbitrário, ilícito e nulo. 
Industriais 
São os que produzem renda, uma vez que são prestados mediante remuneração (tarifa). 
Pode ser prestado diretamente pelo Poder Público ou por suas entidades da Administração 
indireta ou transferidos a terceiros, mediante concessão ou permissão. Exs.: transporte, 
telefonia, correios e telégrafos. 
Gerais 
São os prestados à coletividade em geral, sem ter um usuário determinado. Exs.: polícia, 
iluminação pública, conservação de vias públicas, etc. São geralmente mantidos por 
impostos. 
Individuais 
São os que têm usuário determinado. Sua utilização é mensurável. São remunerados por 
tarifa. Exs.: telefone, água e esgotos, etc. 
 
 
V- PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
 
1- INTRODUÇÃO 
 
 
2- USO E ABUSO DE PODER 
 
 
 
- FORMAS DE ABUSO DE PODER: 
 
 
a) Excesso de poder – o agente atua fora dos limites de sua competência. Ex.: 
Comandante de Batalhão que puni disciplinarmente determinada praça com exclusão a 
Desvio de poder – 
vício na 
finalidade 
Abuso de poder 
Excesso de poder – 
vício na 
competência 
bem da disciplina, através de um PADS. Sabe-se que de acordo com o Código de Ética e 
Disciplina da PMPA, o agente competente para licenciar ou excluir praças, após o devido 
processo legal, é o Comandante Geral da PMPA. 
b) Desvio de finalidade – o agente público, embora dentro de sua competência, 
afasta-se do interesse público (motivos ou fins diversos dos objetivados pela lei). 
Pode ocorrer quando o agente público: 
a) busca finalidade que contraria o interesse público; 
b) busca finalidadeainda que de interesse público, alheia à categoria do ato que 
utilizou. 
 
 
- Todo abuso de poder caracteriza uma ilegalidade. 
 
 
 
 
 
- Poderes da administração (prerrogativas, instrumentos) 
 
 
 
- Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário - elementos 
estruturais, orgânicos ou organizacionais do Estado, objeto de Estudo do Direito 
Constitucional). 
 
3- PODER VINCULADO: Quando a lei confere à Administração Pública a prática de 
determinado ato, estipulando todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir 
margem de liberdade para o agente público escolher a melhor forma de agir. 
 
 
 
EX: lançamento tributário, IPVA etc., Licença para construir. 
 
 
4- PODER DISCRICIONÁRIO: Na discricionariedade, o legislador atribui certa competência 
à Administração Pública, reservando uma margem de liberdade, DENTRO DA LEI, para 
significa transferir parcela de competência 
do superior para o subordinado hierárquico 
 
DELEGAÇÃO 
significa chamar para si parcela de 
competência do subordinado para o superior 
hierárquico 
 
AVOCAÇÃO 
que o agente público, diante da situação concreta, possa selecionar entre as opções 
predefinidas qual a mais apropriada para defender o interesse público. 
 
5- PODER HIERÁRQUICO 
Segundo leciona Hely Lopes Meirelles, “é o instrumento disponibilizado à 
Administração para distribuir e escalonar as funções dos seus órgãos, ordenar e rever a 
atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do 
seu quadro de pessoal". 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2005, p. 74) fala em um princípio da hierarquia: 
Em consonância com o princípio da hierarquia, os órgãos da Administração Pública são 
estruturados de tal forma que se cria uma relação de coordenação e subordinação entre 
uns e outros, cada qual com atribuições definidas em lei. 
 
- O poder hierárquico não se aplica aos particulares. 
- Do poder hierárquico decorrem algumas faculdades implícitas para o administrador, tais 
como: 
a) Dar ordens; 
b) Fiscalizar o seu cumprimento; 
c) Delegar e avocar atribuições; e 
d) Rever os atos inferiores. 
 
 
 
6- PODER DISCIPLINAR é o instrumento disponibilizado à Administração Pública para 
apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas 
à disciplina administrativa. 
Portanto, apenas os servidores públicos e pessoas vinculadas à 
Administração Pública, por exemplo, as contratadas, submetem-se ao poder 
disciplinar. 
 
 
complementar a lei e viabilizar a sua fiel execução 
 
 
7- PODER REGULAMENTAR: 
A Constituição Federal de 1988 estabelece a separação de poderes (funções), 
conferindo ao Poder Legislativo a função típica de criar direitos e obrigações por meio de 
normas. 
Não obstante, a Administração Pública, também, com fundamento 
constitucional, possui competência atípica normativa, o que significa que a Administração 
Pública também poderá editar normas, desde que não venha a usurpar a competência do 
Poder Legislativo. 
O poder regulamentar enquadra-se em uma categoria mais ampla denominada 
poder normativo, que inclui todas as diversas categorias de atos abstratos, tais como: 
regimentos, instruções, deliberações, resoluções e portarias. 
- Decorrente do poder hierárquico, o poder regulamentar consiste na 
possibilidade de os Chefes do Poder Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos) 
editarem atos administrativos gerais e abstratos, ou gerais e concretos, expedidos para dar 
fiel execução à lei. 
 
 
 
8- PODER DE POLÍCIA 
 
Não se pode confundir o “poder da polícia” com o “poder de polícia”. Aquele 
é inerente ao próprio exercício da atividade policial, considerando a competência 
 
 
No Poder hierárquico a administração pública distribui e escalona as funções de 
seus órgãos e de seus servidores. 
No Poder disciplinar ela responsabiliza os seus servidores pelas faltas cometida 
Ex: Se um superior hierárquico, fiscalizando o cumprimento de uma ordem, 
verifica o cometimento de uma transgressão da disciplina que é, justamente, o 
descumprimento de sua ordem, estará exercendo o seu poder hierárquico, 
todavia, quando determina a abertura de processo administrativo para apurar a 
responsabilidade pela desobediência ao seu comando, exercerá o seu poder 
disciplinar, sendo esta linha tênue que separa os poderes hierárquico 
 
Não confunda poder Hierárquico com poder Disciplinar 
Os meios de atuação do poder de polícia são os 
seguintes: prevenção, fiscalização e repressão. 
constitucional que tem o aparelho policial para coibir e apurar infrações criminais, 
competências estas estabelecidas pela Constituição Federal, em seu Art. 144. 
Em relação ao Poder de Polícia recorremos à definição constante do art. 
78 do Código Tributário Nacional: 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de 
ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à 
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do 
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão 
ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos 
 
 
Segundo o clássico conceito de Hely Lopes Meirelles, poder de polícia “é 
a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir 
o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da 
coletividade. Para Celso Antônio, poder polícia é 
a atividade da Administração Pública, expressa em atos normativos ou 
concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e 
na forma da lei, a liberdade e a propriedade dos indivíduos, mediante 
ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo 
coercitivamente aos particulares um dever de abstenção (“non facere”) a 
fim de conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais 
consagrados no sistema normativo. 
 
O poder de polícia caracteriza-se por uma verdadeira limitação a 
direitos fundamentais, notadamente liberdade e propriedade. Marinella define 
poder de polícia como “um instrumento conferido ao administrador que lhe permite 
condicionar, restringir, frenar o exercício de atividade, o uso e gozo de bens e direitos 
pelos particulares, em nome do interesse da coletividade”. 
Ex: concessão de alvará de construção pelo Município, aplicação de multa 
por construção irregular, por excesso de velocidade, por infração ambiental, etc., 
demolição de casa construída em obra pública, concessão de licença de instalação, 
dispersão de passeata que atenta contra bens jurídicos individuais e da coletividade 
etc. 
 
 
- Poder de polícia PREVENTIVO – normatização de condutas – ex. 
prevenção de acidentes com a fixação da velocidade em 30 km/h próximo as escolas. 
- Poder de polícia FISCALIZADOR – fiscalizar o cumprimento das 
regras – ex. radares, foto sensores. 
- Poder de polícia REPRESSIVO – quando vamos punir o desrespeito 
às regras – ex. aplicação de multas (como a de trânsito). 
ATRIBUTOS: são a discricionariedade, a auto-executoriedade e a coercibilidade. 
 
 
 
A Discricionariedade traduz-se na livre escolha, pela Administração, 
da oportunidade e conveniência de exercer o poder de polícia, bem como aplicar 
as sanções e empregar os meios conducentes a atingir o fim colimado, que é a 
proteção de algum interesse público; a discricionariedade do poder de polícia reside 
no uso da liberdade legal da valoração das atividades policiadas e na graduação das 
sanções aplicáveis aos infratores. 
A Auto-executoriedade, ou seja, a faculdade de a Administração 
decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem 
intervenção do Judiciário, é outro atributo do poder de polícia; no uso desse poder, 
a Administração impõe diretamente as medidas ou sanções de polícia administrativa 
necessáriasà contenção da atividade que ela visa a obstar. 
A Coercibilidade, isto é, a imposição coativa das medidas adotadas 
pela Administração, constitui também atributo do poder de polícia, realmente, todo 
ato de polícia é imperativo, admitindo até o emprego da força pública para seu 
cumprimento, quando resistido pelo administrado; não há ato de polícia facultativo 
para o particular, pois todos eles admitem a coerção estatal para torná-los efetivos, e 
essa coerção também independe de autorização judicial; é a própria Administração 
que determina e faz executar as medidas de força que se tornarem necessárias para 
a execução do ato ou aplicação da penalidade administrativa. 
Quanto aos sujeitos aptos a seu desempenho, a atividade de polícia 
administrativa é exclusiva das pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, 
Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas de direito 
público). Logo, o poder de polícia não pode ser delegado a pessoas de direito privado, 
nem mesmo quando integrantes da Administração Indireta (fundações públicas de 
direito privado, empresas públicas e sociedades de economia mista. É a posição 
tradicional: da indelegabilidade total a pessoas de direito privado.) 
O mestre Carvalho Filho acentua que pessoas de direito privado “jamais 
serão dotadas da potestade (ius imperii) necessária ao desempenho da atividade de 
polícia”. 
O que se admite é que particulares pratiquem atos de execução sem 
qualquer poder decisório objetivando dar suporte à polícia administrativa. Cite- 
se o exemplo das empresas contratadas pelos departamentos de trânsito para 
efetuarem a manutenção dos equipamentos eletrônicos de fiscalização de 
trânsito. Note que nesses casos não há nenhum poder decisório envolvido nessa 
atividade, mas apenas a prática de atos operacionais que precedem o poder de 
polícia. 
 
 
A DIVISÃO ENTRE POLÍCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIÁRIA NA 
ATUAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA. 
O poder de polícia constitui um complexo de atividades 
administrativas mais abrangentes do que as atuações de segurança pública. 
Assim, o poder de polícia não é privativo das “polícias”. Mas o estudo das 
atividades estatais de prevenção e repressão à criminalidade, sob a ótica da teoria do 
poder de polícia. Segundo José dos Santos Carvalho Filho "quando agentes 
administrativos estão executando serviços de fiscalização em atividades de comércio, 
ou em locais proibidos para menores, ou sobre as condições de alimento para 
consumo, ou ainda em parques florestais, essas atividades retratam o exercício de 
polícia administrativa. 
Especificamente com relação à segurança pública, o professor Alexandre 
Mazza apresenta a seguinte divisão nas atuações de segurança pública em polícia 
administrativa e polícia judiciária 
 
 
: 
São todos aqueles que, a qualquer título, executam uma 
função pública como preposto do Estado (Carvalho Filho). 
 
 
 
 
 
VI- AGENTES PÚBLICOS 
1- AGENTE PÚBLICO 
 
O que é relevante para a caracterização de alguém como agente público é 
a verificação do exercício de função pública. 
 
A expressão agente público é bem ampla e abrange diversas pessoas 
como, por exemplo, o Presidente da República, um Deputado Federal, um policial 
militar, um Delegado de Polícia, um servidor de um Município, um empregado público 
de uma sociedade de economia mista, um ocupante de cargo em comissão, um 
magistrado, um servidor temporário, um mesário, um jurado, um oficial de registro de 
imóveis, um concessionário de serviço público. 
2- ESPÉCIES DE AGENTES PÚBLICOS 
 
2.1 Agentes políticos — exercem função pública de alta direção (ocupam 
a cúpula diretiva do Estado) do Estado ingressam, em regra, por eleição e 
sua atuação preponderante tem 
natureza repressiva, agindo após a 
ocorrência do crime para apuração 
da autoria e materialidade. 
Sujeita -se basicamente aos 
princípios e normas do Direito 
Processual Penal. 
No sistema atual, a polícia judiciária 
é exercida pela Polícia Civil e pela 
Polícia Federal. 
 
 
Polícia judiciária 
tem caráter predominantemente 
preventivo, atuando antes de o 
crime ocorrer, para evitá -lo. 
submetendo -se essencialmente às 
regras do Direito Administrativo. 
No Brasil, a polícia administrativa é 
associada ao chamado policiamento 
ostensivo, sendo realizada pela 
Polícia Militar; 
 
 
Polícia administrativa 
desempenham mandatos fixos exercendo funções previstas na CF88. Exemplos: 
políticos, secretários, ministros. 
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, “Agentes políticos são os 
titulares dos cargos estruturais à organização política do Estado, isto é, são os 
ocupantes dos cargos que compõem o arcabouço constitucional do Estado” 
2.2- Servidores Públicos 
 
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “Servidor público em sentido 
amplo, são as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da 
Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga 
pelos cofres públicos”. 
a) Estatutários ou servidor público em sentido estrito, são os titulares 
de cargo público efetivo e em comissão, com regime jurídico estatutário geral ou 
peculiar definidos em lei, integrantes da Administração Direta, autarquias e fundações 
públicas com personalidade jurídica de Direito Público. 
b) Empregados Públicos são os titulares de emprego público da 
Administração Direta e Indireta, regidos pela CLT, não ocupam cargo público e não 
possuem estabilidade. Embora regidos pela CLT, submetem-se às normas 
constitucionais referentes a requisitos iminentes do cargo, investidura, acumulação, 
vencimentos entre outros. 
- Com exceção das funções de direção e de confiança das pessoas 
jurídicas da Administração Indireta, os empregados públicos são admitidos mediante 
concurso público ou processo seletivo. 
c) Temporários: exercem função sem vinculação a cargo ou emprego 
público e são submetidos a regime jurídico especial a ser disciplinado em lei de cada 
unidade da federação. Atualmente, esse tipo de contratação só poderá ocorrer com a 
finalidade de atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. 
2.3- Militares 
 
São militares as pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas 
(Exército, Marinha e Aeronáutica), e às Polícias Militares e Corpos de Bombeiros 
Militares dos Estados, Distrito Federal e Territórios, com vínculo estatutário sujeito a 
regime jurídico próprio, mediante remuneração paga pelo Governo. 
2.4- Particulares em Colaboração com o Poder Público 
 
Os particulares em colaboração com o Poder Público não fazem parte do 
Estado, eles exercem função pública, entretanto, não deixam de ser particulares. 
Celso Antônio Bandeira de Mello define estes particulares em colaboração 
da seguinte forma: em primeiro lugar, os requisitados, que exercem munus público e 
são os recrutados para o serviço militar obrigatório; os jurados e os que trabalham nos 
cartórios eleitorais, quando das eleições; os gestores de negócios públicos que 
assumem a gestão da coisa pública livremente, em situações anormais e urgentes; os 
contratados por locação civil de serviços; os concessionários e os permissionários de 
serviços públicos, os delegados de função ou ofício público, os que praticam atos que 
são de competência do Estado e têm força jurídica oficial. 
 
 
3- CARGO PÚBLICO, EMPREGO PÚBLICO E FUNÇÃO PÚBLICA 
 
3. 1- Cargo público: é o lugar dentro da organização funcional da organização 
funcional da Administração Direta e de suas autarquias e fundações públicas que, 
ocupado por servidor público, submetidos ao regime estatuário, tem funções 
específicas e remuneração fixada em lei ou diploma a ela equivalente. 
Para Celso Antonio Bandeira de Melo são as mais simples e indivisíveis 
unidades de competência a serem titularizadas por um agente. São criados por lei, 
previstos em número certo e com denominação própria. 
- Acesso ao cargo público: será via concurso públicopara cargos efetivos 
ou não, nos casos de cargos em comissão. De qualquer forma, o cargo é próprio das 
pessoas de direito público, é inerente ao regime estatutário, não sendo compatível 
com as pessoas jurídicas de direito privado da Administração Pública, 
3.2- Empregos públicos: é o local ocupado pelo agente público contratado 
para desempenhar suas atribuições sob o regime celetista, são núcleos de encargos 
de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para 
desempenhá-los, sob regime trabalhista. Da mesma forma que os cargos, os 
empregos permanentes são criados por lei. 
3.3- Função Pública: são atribuições conferidas a um órgão, cargo, 
emprego ou diretamente ao agente. Todo cargo ou emprego tem uma função, mas 
nem toda função equivale a um cargo ou emprego. Pode existir sem cargo público ou 
emprego público, mas o inverso não é verdadeiro, quer dizer, todo cargo público e 
todo emprego público possuem atribuições que devem ser desempenhadas por seus 
ocupantes. 
-VII- RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO 
 
 
1- Introdução 
A responsabilidade civil do Estado é, primeiramente, uma obrigação 
EXTRACONTRATUAL (existir independentemente de vínculo ou relação prévia com o 
Poder Público) que tem o Estado de indenizar os danos patrimoniais ou morais que seus 
agentes, atuando em seu nome, causem a particulares. 
 
- Tem como elementos: a conduta humana, o dano causado e o nexo de 
causalidade entre a conduta e o dano. 
A conduta humana desempenhada pelo agente público que exerce o poder de 
Estado consiste na prestação de um serviço público que causou danos. Enquanto isso, o 
dano causado consiste em bem jurídico tutelado pela ordem jurídica que foi lesado. Já o 
nexo causal, representa a ligação entre os dois no caso concreto. 
Exemplos: 
- Motorista dos Correios colide com o automóvel de um particular; 
- Particular acaba sendo atingido por bala perdida disparada por policial 
em serviço. 
 
 
A Constituição Federal estabelece que a Administração é objetivamente 
responsável pelos danos causados pela ação de seus agentes, nos seguintes termos: 
O artigo 37, § 6º da Constituição Federal de 1988 positiva: 
 
 
“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de 
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem 
a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou 
culpa.” Atenção: O Art. 27 da Constituição Estadual, pois ela trata no âmbito do 
Estado do Pará da Responsabilidade Civil do Estado. 
Do dispositivo em tela pode-se extrair o princípio da responsabilidade objetiva 
dos Estado, uma vez que não se faz necessária, segundo a regra constitucional, a 
demonstração de culpa do agente, “(...) responderão pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros”, e também o princípio da responsabilidade subjetiva do 
próprio agente estatal, “assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos 
de dolo e culpa”. A Responsabilidade subjetiva do Estado será estudada logo mais. 
 
2- Responsabilidade Civil do Estado: 
 
 
A responsabilidade civil objetiva (1947- até hoje): significa que o Estado deve 
se responsabilizar pelos atos cometidos pelos seus agentes que causem danos aos 
particulares. Objetiva porque não se exige demonstração de dolo/culpa do agente público. 
Celso Antônio Bandeira de Melo informa que a responsabilidade civil estabelece 
a “obrigação de indenizar quem incumbe a alguém em razão de um procedimento lícito ou 
ilícito que produziu uma lesão na esfera juridicamente protegida de outrem”, motivo pelo 
qual basta que seja comprovado o nexo de causalidade entre a conduta e o dano, 
não mais o dolo ou culpa do agente. 
A responsabilidade civil objetiva do Estado não alcança somente o Estado 
propriamente dito, mas também aqueles entes administrativos (membros da administração 
indireta) que lhes faça as vezes e os integram, como as autarquias, as fundações públicas 
de Direito Público. 
3- Teorias da Responsabilidade Objetiva: 
a) Teoria do Risco Integral: A teoria do risco integral traz que é necessário o 
acontecimento de um caso concreto que cause danos e o nexo causal para que o Estado 
indenize. Isso não permite que o Estado alegue eventuais excludentes de responsabilidade 
jurídica. O Estado acabaria por se torna um indenizador universal. 
Hipóteses de aplicação no ordenamento jurídico: 
- Acidentes de trânsito para pagamento de seguro DPVAT; 
- Responsabilidades perante terceiros no caso de atentados terroristas contra 
aeronaves; 
- Danos nucleares. 
b) Teoria do Risco Administrativo: O Estado só responde pelos riscos que 
tiver causado a terceiros, podendo, inclusive, invocar as causas excludentes de 
responsabilidade. Causas de exclusão total ou parcial da responsabilidade objetiva: 
- Ocorrência de força maior- expressa em fatos da natureza, irresistíveis 
tais como: terremoto, chuva de granizo, tornado, queda de raio, inundação de rio; 
- Culpa exclusiva da vítima, o Estado não irá ser responsabilizado por uma 
pessoa que, buscando o suicídio, se joga nos trilhos de um metrô, por exemplo. 
- Culpa exclusiva de terceiro, hipóteses em que não se verifica o nexo 
causal entre a conduta do Estado e o resultado danos. 
 
4- RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: baseia-se na ideia de que o Estado deve 
ser responsabilizado somente caso haja imprudência, imperícia ou negligência (teoria da 
culpa). Em nosso ordenamento jurídico, a responsabilidade subjetiva é aplicada em casos 
de atos e condutas de terceiros e fenômenos da natureza; em linhas gerais, quando há um 
ato omissivo do poder público. 
Exemplos (em todos os casos houve omissão estatal): 
- Pedaços de árvore que não é devidamente podada caem sobre o carro de um 
particular; 
- Casas destruídas por enchente causada pela falta de manutenção de bueiros. 
 
 
ATENÇÃO: Na responsabilidade subjetiva, o particular tem que provar que 
o Estado teve a culpa, isto é, que este foi omisso em suas obrigações e que tal omissão 
resultou em um dano ao particular. 
 
5- AÇÃO REGRESSIVA: Administração Pública X Agente Público: 
É possível, por autorização expressa da CF/88, no art. 37, §6º, a ação regressiva 
contra o agente que estava representando o Estado no momento em que o dano foi 
causado, se for provado dolo ou culpa na sua atuação. Para que a ação regressiva seja 
possível, é necessário que a Administração ou quem lhe fizer às vezes prove que já foi 
obrigada a indenizar, vez que o seu direito de regresso nasce apenas com o trânsito em 
julgado da decisão judicial condenatória. 
É importante diferencia a responsabilidade da administração da 
responsabilidade do agente perante a administração. A primeira será no risco 
administrativo e objetiva, já a segunda, no caso de dolo ou culpa do agente 
responsável e será subjetiva. Ainda, é possível que mesmo depois de encerrado o 
vínculo entre o agente e a Administração Pública, a ação de regresso seja ajuizada. 
	SUMÁRIO
	2 DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA
	4 REFERÊNCIAS
	6 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SEUS PRINCÍPIOS;
	8 SERVIÇO PÚBLICO
	10 AGENTES PÚBLICOS
	APRESENTAÇÃO
	DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA
	CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
	REFERÊNCIAS
	I- DIREITO ADMINISTRATIVO: ORIGEM, OBJETO E CONCEITO
	Destarte, seu objeto principal é o desempenho da função administrativa.
	Segundo Hely Lopes Meirelles, trata-se de um "conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realiza concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado".
	II- REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SEUS PRINCÍPIOS;
	ATENÇÃO POLICIAL: Os dois princípios são relativos, e não absolutos. Deste modo, não existe supremacia absoluta do interesse público sobre o privado, nem indisponibilidade absoluta dos interesses públicos.
	Deste modo, a Indisponibilidade do InteressePúblico significa que o administrador não pode abrir mão do interesse público. Esse princípio estabelece ao Estado algumas limitações que garantem que o administrador não vá atrás de direitos individuais e ...
	legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
	A publicidade dos atos administrativos sofre as seguintes exceções:
	- Razoabilidade e Proporcionalidade: a administração deve pautar-se sob o que é razoável, ou seja, agindo da melhor forma possível para atingir o fim público
	III- ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO, ATRIBUTOS, ELEMENTOS, CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTINÇÃO;
	Já ato jurídico é conceituado pela maioria da doutrina como sendo o ato humano decorrente de uma manifestação de vontade que desencadeia efeitos jurídicos.
	ATOS JURÍDICOS – São aqueles que produzem efeitos jurídicos, ou seja, interessam ao estudo do direito. Uma espécie desses é ato administrativo.
	ATENÇÃO: o ato de delegação não retira a competência da autoridade delegante que continua competente CUMULATIVAMENTE com a autoridade
	ATENÇÃO: A falta de qualquer um desses requisitos pode conduzir a invalidação do ato administrativo.
	O mérito é a margem de liberdade que os atos discricionários recebem da lei para permitir que agentes públicos possam escolher diante da situação concreta a melhor maneira de atender o interesse público.
	A discricionariedade, nos casos de atos administrativos discricionários reside apenas nos elementos Motivo e Objeto.
	Presume-se presentes quando da sua produção e, ao contrário dos requisitos, não estão obrigatoriamente presentes em todos os atos. São atributos do ato:
	- a presunção de legitimidade e veracidade não são absolutas.
	- A diferença da caducidade e contraposição: na caducidade, tem-se um ato e uma lei, o posterior vai extinguir o primeiro; na contraposição é ato mais ato, o segundo extingue o primeiro.
	IV- SERVIÇO PÚBLICO
	• públicos;
	• próprios do Estado;
	• administrativos;
	• gerais;
	De Utilidade Pública
	Próprios do Estado
	Impróprios do Estado
	Administrativos
	Industriais
	Gerais
	Individuais
	V- PODERES ADMINISTRATIVOS
	- FORMAS DE ABUSO DE PODER:
	- Todo abuso de poder caracteriza uma ilegalidade.
	- Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário - elementos estruturais, orgânicos ou organizacionais do Estado, objeto de Estudo do Direito Constitucional).
	Portanto, apenas os servidores públicos e pessoas vinculadas à Administração Pública, por exemplo, as contratadas, submetem-se ao poder disciplinar.
	8- PODER DE POLÍCIA
	ATRIBUTOS: são a discricionariedade, a auto-executoriedade e a coercibilidade.
	A DIVISÃO ENTRE POLÍCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIÁRIA NA ATUAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA.
	VI- AGENTES PÚBLICOS 1- AGENTE PÚBLICO
	2- ESPÉCIES DE AGENTES PÚBLICOS
	2.2- Servidores Públicos
	2.3- Militares
	2.4- Particulares em Colaboração com o Poder Público
	3- CARGO PÚBLICO, EMPREGO PÚBLICO E FUNÇÃO PÚBLICA
	-VII- RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO
	- Tem como elementos: a conduta humana, o dano causado e o nexo de causalidade entre a conduta e o dano.
	2- Responsabilidade Civil do Estado:
	3- Teorias da Responsabilidade Objetiva:
	b) Teoria do Risco Administrativo: O Estado só responde pelos riscos que tiver causado a terceiros, podendo, inclusive, invocar as causas excludentes de responsabilidade. Causas de exclusão total ou parcial da responsabilidade objetiva:
	- Culpa exclusiva da vítima, o Estado não irá ser responsabilizado por uma pessoa que, buscando o suicídio, se joga nos trilhos de um metrô, por exemplo.
	5- AÇÃO REGRESSIVA: Administração Pública X Agente Público:
	É importante diferencia a responsabilidade da administração da responsabilidade do agente perante a administração. A primeira será no risco administrativo e objetiva, já a segunda, no caso de dolo ou culpa do agente

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