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1 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA PROBLEMA 3 - VASO VERMELHO Maria Rodrigues, feminino, 65 anos, deu entrada no PS do HST ao meio-dia, queixando-se de sede e muita fraqueza. Sua filha, Ana, afirmou que a paciente passou a noite toda no vaso sanitário defecando grande quantidade de sangue vivo. A paciente referia que era hipertensa mas “não possuía nenhum vício”. Refere que faz acompanhamento regular com um geriatra e que seus últimos exames (há 01 ano) só demonstraram divertículos no cólon e que, segundo seu médico, eram achados comuns para sua idade. Ao exame físico a paciente apresentava- se ansiosa, com fácies de sofrimento, descorada (2+/4+), FC: 110 bpm, FR: 30 ipm, PA = 90x60mmHg e oligúrica. Os exames laboratoriais demonstram Ht: 33%; Hb: 11g/dl; Leucócitos: 8.000/ml; Plaquetas: 180.000/ml. Coagulograma: normal. Realizou Endoscopia Digestiva Alta que nenhuma alteração evidenciou. Após a reposição do 4° L de solução de ringer lactato, quando a paciente já apresentava frequência cardíaca de 80 bpm e PA: 130x80 mmHg, esta iniciou quadro de taquipnéia e estertores em bases à ausculta pulmonar. Neste momento suspendeu- se a hidratação vigorosa e fez-se uso de diurético e dobutamina, com reversão do quadro. O caso foi discutido com a equipe de gastrocirurgia que orientou conduta expectante. Instrução: Como interpretar os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na hemorragia digestiva baixa (HDB)? O que é necessário para verificação dos sinais de choque e tratamento adequado desta paciente? QUESTÔES DE APRENDIZAGEM: DEFINIR E CLASSIFICAR AS PRINCIPAIS CAUSAS DE SANGRAMENTO GASTROINTESTINAL. As causas mais comuns de hemorragia digestiva alta são: • Úlcera péptica • Lesão aguda da mucosa gastroduodenal • Varizes de esôfago • Síndrome de Mallory-Weiss – laceração da transição esofagogástrica em casos de vômitos incoercíveis. Didaticamente, a hemorragia digestiva alta é dividida em: • Varicosa: uma das complicações mais graves da cirrose. A formação de varizes corre quando a pressão portal está acima de 10mmHg. • Não varicosa: tem como etiologia mais frequente a úlcera gastroduodenal. Hemorragia digestiva baixa (HDB): sangramento originário distalmente ao ligamento de Treitz. A etiologia varia conforme a faixa etária: Acima de 60 anos: • Doença diverticular • Angiodisplasia • Neoplasia colorretal Mais jovens: • Doença hemorroidária • Doença inflamatória intestinal Sangramento gastrintestinal obscuro: O sangramento persistente ou recorrente que apresenta investigação inicial por endoscopia digestiva alta e colonoscopia inconclusivas é definido como obscuro. Pode ser oculto ou visível. 2 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA Martins, Mílton de, A. et al. Clínica Médica, Volume 4: Doenças do Aparelho Digestivo, Nutrição e Doenças Nutricionais. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Editora Manole, 2016. HEMORRAGIAS DE CAUSAS DIGESTIVAS: Constituem: • Hematêmese – vômito de apreciável quantidade de sangue • Melena – fezes escuras e pastosas, lembrando borra de café ou piche • Enterorragias – dejeções que assumem as características de sangue vivo vermelho claro e provêm de afecções localizadas no hemicólon esquerdo, no sigmóideo, reto ou canal anal. Causas das hemorragias digestivas: As causas mais frequentes das hemorragias digestivas podem ter como fator fundamental as afecções do tubo digestivo propriamente dito e as moléstias extra- aparelho digestivo. O conhecimento da causa primeira – digestiva ou não – tem influencia para o prognóstico e para a conduta clínica ou cirúrgica a ser seguida. Moléstias do aparelho digestivo: São as principais causas das hematêmeses: • Do esôfago – corpos estranhos, úlceras, câncer e esofagites • Do estômago – hérnias gástricas pelo hiato esofagiano, úlceras gástricas, câncer, gastrite e erosões gástricas • Do duodeno – úlcera duodenal, pólipos, divertículos, enterite necrosante e tuberculose intestinal Principais causas de melena: as mesmas afecções indicadas como causadoras da hematêmese, sendo que as do intestino delgado produzem principalmente melena e, só eventualmente, hematêmeses. Principais causas de enterorragia: as moléstias do intestino grosso, incluindo reto e ânus; os pólipos e a polipose intestinal, os divertículos, a retocolite ulcerativa, os tumores benignos e malignos e as hemorróidas. Moléstias extra-aparelho digestivo que levam a hemorragias esofagogastrintestinais: São as principais causas dessas hemorragias várias afecções cuja alteração comum é a hipertensão do sistema porta e as discrasias sanguíneas e capilares. As moléstias que causam a hipertensão portal são: • Cirroses hepáticas (alcoólicas ou esquistossomóticas) • Tromboses ou compressões das veias supra- hepáticas • Pericardites constritivas • Tromboses da veia porta https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/downloa d/57800/60851 DISCUTIR A CONDUTA INVESTIGATIVA E TERAPÊUTICA NOS CASOS DE HEMORRAGIAS DIGESTIVAS ALTAS E BAIXAS. HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA: Quadro clínico: Durante a anamnese deve-se caracterizar: • Forma de exteriorização do sangramento • Duração do evento • Antecedentes patológicos de doenças hepáticas, úlcera péptica, ectasias vasculares cutâneo- mucosas (Síndrome de Osler-Weber-Rendu) e câncer • História de ingestão alcoólica, vômitos e uso de medicações (AINES e anticoagulantes) Ao exame físico: • Palidez cutâneo-mucosa • Hipotensão • Taquicardia São sinais que se correlacionam com a magnitude da perda sanguínea. Telangiectasias, ascite, ginecomastia e eritema palmar sugerem hepatopatia crônica. O exame retal é essencial para verificar o aspecto e coloração das fezes. Diagnóstico e exames complementares: As técnicas diagnósticas e terapêuticas podem ser agrupadas em: • Endoscópicas – endoscopia digestiva alta, colonoscopia, enteroscopia e cápsula endoscópica • Radiológicas – angiografia, angiotomografia, estudo contrastado do intestino delgado/trânsito intestinal e enterografia por tomografia ou ressonância magnética • Radioisotópicas – cintilografia com hemácias marcadas com tecnécio Abordagem inicial e tratamento específico: Medida inicial vital no atendimento ao paciente com HDA: manutenção de via área pérvia, com oxigenação e ventilação adequadas, associada à ressuscitação volêmica com cristaloides. A transfusão de concentrado de hemácias tem como meta manter os níveis de hemoglobina entre 7 e 9 g/dL. Em pcts com cirrose, essa meta transfusional está associada à melhora da sobrevida. A correção de distúrbios de coagulação deve ser feita avaliando-se caso a caso. Nos pacientes com cirrose, a atividade da protrombina (ou INR) não deve ser utilizada para https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/download/57800/60851 https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/download/57800/60851 3 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA prever risco de sangramento ou como parâmetro de coagulopatia, uma vez que sua correlação é baixa. Martins, Mílton de, A. et al. Clínica Médica, Volume 4: Doenças do Aparelho Digestivo, Nutrição e Doenças Nutricionais. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Editora Manole, 2016. HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA: Avaliação clínica inicial: Sangramentos volumosos se traduzem clinicamente por instabilidade hemodinâmica manifestada por: • Palidez • Taquicardia – FC> 100bpm • Dispneia • Taquipneia • Hipotensão arterial – PAS < 90mmHg • Síncope Deve-se questionar: • Duração dos sintomas • Recorrência • Quantidade da perda sanguínea • Mudança do hábito intestinal • Antecedente de radioterapia • Medicações associadas a maior risco de sangramento – AAS e anticoagulantes orais • Antecedente de doenças gastrointestinais Em geral, os pcts com HDB não apresentam dor – história de dor abdominal, perdade peso, febre, diarreia ou suboclusão intestinal são informações importantes no diagnóstico diferencial de doença inflamatória, infecciosa ou neoplásica intestinal, como causa da hemorragia. Exame físico deve incluir exame retal minucioso com inspeção da região perianal e toque para a caracterização da perda sanguínea e para o diagnóstico de patologias orificiais. A avaliação laboratorial mínima consiste em hemograma e coagulograma. Em sangramentos com instabilidade hemodinâmica, deve-se acrescentar a dosagem de eletrólitos, lactato e gasometria arterial. Cerca de 10% dos pacientes com enterorragia volumosa e hipotensão apresentam o foco do sangramento no trato digestivo alto, por isso, a passagem de sonda nasogástrica (SNG) pode ser útil na localização do sítio de sangramento. A aspiração de líquido bilioso pela SNG praticamente afasta o diagnóstico de hemorragia digestiva alta. Entretanto, a ausência de bile ou sangue não exclui a origem no trato digestivo alto, embora a torne menos provável. Diagnóstico: • Colonoscopia: procedimento de escolha. Eficaz na avaliação e no controle da HDB – permite localizar o sítio de sangramento, avaliar presença de estigmas de sangramento, como hemorragia ativa, coágulos aderidos e vasos visíveis e realizar a hemostasia. O exame deve ser realizado preferencialmente após a limpeza do cólon, que pode ser feita por via oral ou por sonda na- soenteral ou ainda com uso de enemas. As soluções mais empregadas são polietileno glicol (PEG) ou manitol. • Enteroscopia: indicada quando o local de sangramento não foi identificado por EDA ou colonoscopia. Permite avaliação completa do intestino delgado. Permite realizar biópsias e intervenções terapêuticas. Requer anestesia geral, pode ultrapassar 3 horas. • Cápsula endoscópica: indicada para exame do intestino delgado, particularmente nos casos de sangramento gastrointestinal obscuro. A cápsula é composta por câmera e fonte de luz e percorre o intestino delgado em cerca de 4 horas. As imagens geradas são transferidas para sensores abdominais por meio de radiofrequência. É pouco invasiva, mas não permite realizar biópsia nem intervenções terapêuticas. • Angiografia por TC: para avaliação de alterações anatômica, tumores e divertículos. • Arteriografia: pode identificar o ponto de sangramento e permite a embolização do vaso correspondente, reduzindo a necessidade de tratamentos cirúrgicos. • Cintilografia: usa hemácias marcadas com Tc99m na detecção de pequenos sangramentos. • Enterografia por TC e enterografia por RM: utilizados na investigação dos casos de hemorragia de causa obstrutiva. São comumente usados na detecção de estenose, fístulas e avaliação do comprometimento transmural e extramural na doença de Crohn e de pequenos tumores. Tratamento: Medidas iniciais: Instituir medidas com o propósito de realizar a reposição volêmica e corrigir os distúrbios associados. A transfusão de concentrado de hemácias é necessária para manter a hemoglobina entre 8 e 9 g/dL. A coagulopatia (INR > 1,5, fibrinogênio < 100 mg/dL ou plaquetas < 50.000) pode requerer tratamento 4 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA com plasma fresco ou concentrado protrombínico, crioprecipitado ou ainda a transfusão de plaquetas. A anticoagulação de agentes orais pode ser revertida com plasma fresco e vitamina K. Drogas usadas no tratamento da angiodisplasia, como estrógenos, parecem ineficazes na vigência de sangra-mento. Não existem evidências que apoiem o uso de oc-treotida no manejo da hemorragia digestiva baixa não relacionada à hipertensão portal. Tratamento específico: As técnicas hemostáticas utilizadas em colonoscopia variam conforme a etiologia do sangramento. Martins, Mílton de, A. et al. Clínica Médica, Volume 4: Doenças do Aparelho Digestivo, Nutrição e Doenças Nutricionais. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Editora Manole, 2016. HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA POR VARIZES ESOFAGIANAS: O rastreamento de varizes esôfago-gástricas é recomendado a todo paciente portador de cirrose hepática e visa ao diagnóstico precoce da hipertensão portal, permitindo a adoção de medidas de profilaxia primária de hemorragia varicosa. BRASIL. Ministério da Saúde. Projeto Diretrizes. Hemorragias Digestivas. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina/ Brasília, 2008 CLASSIFICAR OS DIFERENTES TIPOS DE CHOQUE. CHOQUE: É uma síndrome caracterizada pela incapacidade do sistema cardiovascular em fornecer oxigênio e nutrientes aos tecidos, de forma a atender a suas necessidades metabólicas, sem a obrigatoriedade de ocorrer hipotensão arterial. Um quadro cardiocirculatório aparentemente desfavorável, caracterizado por hipotensão e um baixo débito cardíaco, pode ainda ser adequado a uma condição de baixo metabolismo tecidual. Por outro lado, elevado débito cardíaco associado à pressão arterial normal e resistência vascular sistêmica baixa podem levar à uma condição de choque na presença de hipermetabolismo. O choque é uma síndrome caracterizada por estágios fisiológicos subsequentes em que um evento desencadeia um distúrbio circulatório sistêmico e progride através de três estágios, culminando em disfunções irreversíveis de múltiplos órgãos e morte. Choque oculto – críptico: Choque morno ou choque compensado. Nesse estágio o choque não pode ser detectado clinicamente, necessita de exames laboratoriais para avaliar os marcadores de perfusão sistêmica – lactato e saturação venosa de oxigênio mista ou central – para detectar a hipóxia tecidual oculta. Durante esse estágio, os mecanismos homeostáticos do corpo compensam rapidamente a perfusão diminuída. Sinais clínicos de hipovolemia: • Taquicardia • Vasoconstrição periférica • Discreta queda de PA Choque distributivo com baixa pós-carga: • Vasodilatação periférica • Estado hiperdinâmico Choque: Os mecanismos de regulação não são mais suficientes e sinais e sintomas de disfunção orgânica aparecem: • Taquicardia • Taquipneia • Acidose metabólica • Oligúria • Alteração da perfusão periférica – pele fria e pegajosa • Alterações do estado de consciência 5 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA O aparecimento desses sinais e sintomas corresponde a uma ou mais das seguintes situações: • Perda de 20-25% do volume circulante efetivo em choques com baixa pré-carga • Queda do índice cardíaco abaixo de 2,5 L/min/m² • Ativação dos inúmeros mediadores inflamatórios da síndrome da SIRS/sepse A hipotensão arterial pode estar presente na maioria dos casos, e sinais e sintomas de disfunção podem ser perceptíveis ao exame clínico. Síndrome de disfunção de múltiplos órgãos (SDMO): A disfunção orgânica progressiva leva à falência irreversível de órgãos e sistemas e à morte. CLASSIFICAÇÃO DOS ESTADOS DE CHOQUE: Finalidade didática. Na prática clínica é possível se deparar com situações que apresentam componentes de mais de um tipo de choque – IAM (componente cardiogênico) associado à hipovolemia ou choque séptico (distributivo) associado à disfunção miocárdica (componente cardiogênico). Quatro grandes tipos de estado de choque são reconhecidos: • Hipovolêmico • Cardiogênico • Obstrutivo • Distributivo Cada tipo de choque é definido por uma alteração fisiológica preliminar e pelo padrão hemodinâmico característico. Choque hipovolêmico: Caracterizado por baixo volume intravascular relativo à sua capacitância, ou seja, hipovolemia relativa ou absoluta. Apresenta a pré-carga diminuída. Como a pré-carga é um dos determinantes do volume sistólico, o débito cardíaco diminui quando houver redução da pré- carga. É dividido em duas categorias de acordo com sua etiologia: • Hemorrágico: pode ser dividido de acordo com sua gravidade em 4 classes. Causas de hemorragia: trauma, sangramento gastrintestinal alto e baixo, rupturade aneurisma aórticos ou ventriculares. • Redução de líquidos: pode ser resultado de diarreia, vômitos, poliúria, febre, reposição inadequada de perdas insensíveis, queimaduras e perda de líquido para o terceiro espaço (obstrução intestinal, pancreatite e cirrose) ou após drenagem de grandes volumes de transudato (ascite, hidrotórax). A hipovolemia relativa frequentemente é decorrente da venodilatação, que pode ser observada nos quadros inflamatórios, por exemplo na sepse. Choque cardiogênico: Existe limitação primária no desempenho cardíaco, diminuição do débito cardíaco e aumento da RVS (pós-carga). IAM – é a causa mais frequente. Características: Elevação das pressões de enchimento das câmaras cardíacas e a redução da complacência ventricular, associada à redução da contratilidade miocárdica. Os achados hemodinâmicos podem variar de acordo com sua etiologia. As causas são diversas e podem ser divididas em três categorias: • Cardiomiopatias: IAM, cardiomiopatias dilatadas, estados de miocárdio “Atordoado”, miocardites, contusão miocárdica e depressão miocárdica da sepse. • Arritmias: atriais e ventriculares. A perda da contração atrial coordenada que ocorre na fibrilação e no flutter atriais prejudicam o enchimento ventricular e reduzem o débito cardíaco significativamente. Na fibrilação ventricular, o débito está abolido. Bradiarritmias e bloqueios atrioventriculares também podem gerar choque cardiogênico. • Alterações mecânicas: defeitos valvares – regurgitamento mitral causado pela ruptura de 6 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA músculo papilar ou corda tendínea, insuficiência aórtica aguda causada por dissecções aórticas ascendentes. Defeitos septais ventriculares, uma ruptura de um aneurisma ventricular pode produzir a falência mecânica, além de hipovolemia. Choque obstrutivo: Resulta do bloqueio mecânico ao fluxo sanguíneo na pequena circulação ou na circulação sistêmica. Embolias pulmonares: produzem bloqueio significativo da circulação pulmonar pelos coágulos sanguíneos e indiretamente pela liberação de vasoconstritores. No tamponamento cardíaco, nas pericardites constritivas e no pneumotórax hipertensivo, existe grave restrição mecânica ao enchimento ventricular direito, resultando em acentuada redução do fluxo sanguíneo. Quando a queda da pré-carga se sobrepõe à falência ventricular, a apresentação pode ser semelhante à do choque hipovolêmico. Choque distributivo: Existe inadequação entre demanda metabólica tecidual e oferta local de oxigênio proporcionada pela microcirculação. Existem tecidos com fluxo sanguíneo excessivo em relação à necessidade de oxigênio e outros com fluxo sanguíneo elevado em termos numéricos, porém insuficientes para atender à demanda metabólica. Resultam de uma diminuição grave na RVS, associados frequentemente a um débito cardíaco aumentado. Ex: choque séptico, síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) – pancreatite, queimaduras, múltiplas injúrias traumáticas – síndrome do choque tóxico, anafilaxia, reação às toxinas ou drogas (picada de insetos, reações transfucionais, intoxicação por metais pesados), insuficiência adrenal aguda, coma mixedematoso, choque neurogênico, pós-operatório de cirurgia cardíaca. FERNANDES JR, Constantino José. Definição e classificação dos estados de choque. In: KNOBEL, Elias. Condutas no paciente grave. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2016. Cap. 6. p. 57-65. Vol.1. SILVA, Eliezer. Fisiopatologia do choque e da disfunção de múltiplos órgãos. In: KNOBEL, Elias. Condutas no paciente grave. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2016. Cap. 5. p. 45-57. Vol.1. DISCUTIR AS PARTICULARIDADES FISIOPATOLÓGICAS DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO E DA REPOSIÇÃO VOLÊMICA NO PACIENTE IDOSO. O choque hipovolêmico pode dever-se a sangramentos de cortes graves ou feridas, sangramento de lesões traumáticas devido a acidentes, sangramento de órgãos internos ou sangramento vaginal significativo. A perda de fluidos, implicando numa diminuição do sangue total, pode ocorrer em casos de diarreia excessiva ou prolongada, queimaduras graves, vômitos intensos e suor excessivo. Qual é a fisiopatologia do choque hipovolêmico? O sangue transporta oxigênio e outras substâncias essenciais para os órgãos e tecidos do corpo. Quando ocorre um sangramento grave, não há sangue suficiente na circulação e o coração deixa de ser a bomba eficaz que normalmente é. A perda intensa de líquidos torna impossível que o coração bombeie uma quantidade suficiente de sangue para o corpo e, dessa forma, o choque hipovolêmico pode levar à falência de vários órgãos. A pressão arterial cai e isso pode ser fatal. https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e- doencas/1103539/informacoes+necessarias+sobre+ o+choque+hipovolemico.htm RECONHECER AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO E CORRELACIONAR SEUS SINAIS CLÍNICOS COM O VOLUME DE PERDA SANGUÍNEA. Os sinais do choque hipovolêmico não são específicos e decorrem de hipoperfusão sistêmica. Podem ocorrer alterações do nível de consciência, palidez cutânea e oligúria. Taquicardia, taquipneia e https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1103539/informacoes+necessarias+sobre+o+choque+hipovolemico.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1103539/informacoes+necessarias+sobre+o+choque+hipovolemico.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1103539/informacoes+necessarias+sobre+o+choque+hipovolemico.htm 7 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA hipotensão são alguns achados do exame físico, porém surgem mais provavelmente nos estágios avançados de hipovolemia. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoce do choque não devem depender apenas dessas variáveis. Devem-se considerar também alterações metabólicas e microcirculatórias - bem como variáveis hemodinâmicas mais sensíveis e específicas. Os sintomas do choque hipovolêmico variam com a intensidade da perda de fluidos ou de sangue. No entanto, todos os sintomas de choque põem a vida em risco e precisam de tratamento médico de emergência. Os sintomas de sangramentos internos podem ser difíceis de reconhecer até que os sintomas do choque apareçam. Os sangramentos externos são, obviamente, mais visíveis. Os sintomas mais leves incluem dor de cabeça, fadiga, náuseas, transpiração intensa e tonturas. Os mais graves incluem pele pálida, fria ou úmida, respiração rápida e superficial, taquicardia, urina escassa ou ausente, confusão mental, fraqueza, pulso fraco, lábios e unhas azuis (cianose), tontura e perda de consciência. Além dos sinais e sintomas do choque hipovolêmico é importante detectar os sinais e sintomas de hemorragia interna. Esses podem incluir dor abdominal, presença de sangue nas fezes, na urina ou nos vômitos, dor no peito e inchaço abdominal. As crianças muito jovens e os idosos são mais susceptíveis ao choque hipovolêmico. http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2201#:~:text= Os%20sinais%20do%20choque%20hipovol%C3%AA mico,nos%20est%C3%A1gios%20avan%C3%A7ados %20de%20hipovolemia. https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e- doencas/1103539/informacoes+necessarias+sobre+ o+choque+hipovolemico.htm DISPARADORES (Artigos, textos, links, entrevistas, outros): https://www.youtube.com/watch?v=zog2EYClE0o https://www.youtube.com/watch?v=9_hjjaYHxnU BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA: Zaterka, Schlioma. Eisig, Jaime Natan. Tratado de Gastroenterologia. 2ª ed. Editora Atheneu, 2015 • ROCHA, Evandra Cristina Vieira da. Sangramento Gastrintestinal. In: MARTINS, Milton de Arruda et al. Clínica Médica.Barueri: Manole, 2009. Cap. 10. p. 120-131. Vol.4. • BRASIL. Ministério da Saúde. Projeto Diretrizes. Hemorragias Digestivas. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina/ Brasília, 2008 • SILVA, Eliezer. Fisiopatologia do choque e da disfunção de múltiplos órgãos. In: KNOBEL, Elias.Condutas no paciente grave. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2016. Cap. 5. p. 45-57. Vol.1. • FERNANDES JR, Constantino José. Definição e classificação dos estados de choque. In: KNOBEL, Elias. Condutas no paciente grave. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2016. Cap. 6. p. 57-65. Vol.1. • FERNANDES, Haggéas da Silveira. Ressuscitação volêmica. In: KNOBEL, Elias. Condutas no paciente grave. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2016. Cap. 13. p. 137-142. Vol.1. MANDEL, Jess; PALEVSKY, Paul M. Treatment of hypovolemia or hypovolemic shock in adults. 2018. Disponível em: . Acesso em: 06 jul. 2018. GAIESKI, David F; Mikkelsen, Mark E. Definition, classification, etiology, and pathophysiology of shock in adults. 2018. Disponível em: . Acesso em: 06 jul. 2018. STERNS, Richard H. Definition, classification, etiology, and pathophysiology of shock in adults. 2017. Disponível em: . Acesso em: 06 jul. 2018. IRAT: Questão 01 ___________________________________ Em relação à hemorragia digestiva alta, é correto afirmar: a) Concentrado de hemácias deve ser administrado para manter a hemoglobina em 10g/dl, com base na hemodinâmica do paciente, status, comorbidades (especialmente doenças cardiovasculares) e presença de sangramento contínuo. b) A melena se desenvolve após a perda de 10-30 mL de sangue no trato gastrointestinal superior, enquanto hematoquezia requer uma perda de pelo menos 100 ml. http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2201#:~:text=Os%20sinais%20do%20choque%20hipovol%C3%AAmico,nos%20est%C3%A1gios%20avan%C3%A7ados%20de%20hipovolemia http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2201#:~:text=Os%20sinais%20do%20choque%20hipovol%C3%AAmico,nos%20est%C3%A1gios%20avan%C3%A7ados%20de%20hipovolemia http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2201#:~:text=Os%20sinais%20do%20choque%20hipovol%C3%AAmico,nos%20est%C3%A1gios%20avan%C3%A7ados%20de%20hipovolemia http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/2201#:~:text=Os%20sinais%20do%20choque%20hipovol%C3%AAmico,nos%20est%C3%A1gios%20avan%C3%A7ados%20de%20hipovolemia https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1103539/informacoes+necessarias+sobre+o+choque+hipovolemico.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1103539/informacoes+necessarias+sobre+o+choque+hipovolemico.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1103539/informacoes+necessarias+sobre+o+choque+hipovolemico.htm https://www.youtube.com/watch?v=zog2EYClE0o https://www.youtube.com/watch?v=9_hjjaYHxnU 8 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA c) Em ordem decrescente de importância, as principais causas de hemorragia digestiva alta são Síndrome de Mallory Weiss, Anormalidades Vasculares, Hipertensão Portal, Doença Ulcerosa Hepática e Gastrite Erosiva. d) A etapa inicial de abordagem é a avaliação do estado hemodinâmico. Uma pressão arterial sistólica inferior a 100 mmHg identifica um paciente de alto risco com sangramento agudo grave. Uma frequência cardíaca de mais de 100 batimentos / min com pressão arterial sistólica acima 100 mmHg significa perda de sangue aguda e moderada. a) F – A transfusão de concentrado de hemácias tem como meta manter os níveis de hemoglobina entre 7 e 9 g/dL. Martins, Mílton de, A. et al. Clínica Médica, Volume 4: Doenças do Aparelho Digestivo, Nutrição e Doenças Nutricionais. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Editora Manole, 2016. b) F – hematoquezia consiste na passagem de grande quantidade de sangue pelo reto e geralmente indica sangramento digestivo baixo, mas pode ter origem em sangramentos altos vultosos com trânsito intestinal acelerado. Melena são fezes enegrecidas e mal cheirosas e indicam sangramento digestivo alto. Cerca de 100 a 200 mL de sangue no trato digestório superior são necessários para produzir melena, a qual pode persistir por vários dias depois de cessado o sangramento. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios- gastrointestinais/sangramento- gastrintestinal/vis%C3%A3o-geral-do-sangramento- gastrintestinal c) F – https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios- gastrointestinais/sangramento- gastrintestinal/vis%C3%A3o-geral-do-sangramento- gastrintestinal d): V - Uma frequência cardíaca de mais de 100 batimentos / min com pressão arterial sistólica acima 100 mmHg significa perda de sangue aguda e moderada: http://www.cremesp.org.br/pdfs/eventos/eve_31052 016_165758_Hemorragia%20Digestiva%20Alta%20- %20Dra%20Paula%20Menezes%20Luciano.pdf Questão 02 ___________________________________ Um homem com 33 anos de idade chega para atendimento no Pronto-Socorro de hospital de nível secundário. Relata vômitos com sangue assim como fezes escurecidas e fétidas há 1 dia. Ao exame físico, encontra-se descorado, taquicárdico, hipotenso. Realizou endoscopia digestiva alta que evidenciou úlcera péptica pré-pilórica (tipo III de Johnson), com sangramento em jato proveniente da lesão (Classificação la de Forrest), sendo realizada hemostasia da ulceração com solução de adrenalina. Doze horas após a terapêutica endoscópica, apresentou novamente vômitos com sangue em grande quantidade, frequência cardíaca de 110 batimentos por minuto e pressão arterial de 80 x 40 mmHg. Com base na história clínica do paciente e nos dados do exame físico, o tratamento adequado deve ser a) reposição volêmica e nova endoscopia para terapêutica endoscópica. A solução de adrenalina não é indicada como monoterapia. Se tivessem associado outro método provavelmente ele não teria sangrado. Não se pode considerar um ressangramento pq o procedimento não foi adequado. O adequado seria uma dupla terapia – escleroterapia com adrenalina e clipagem e cauterização. b) terapia intensiva, inibidor de bomba de prótons e tratamento operatório. IBP é indicado para pacientes com sangramento... c) transferência para angiografia terapêutica e embolização em hospital terciário. http://www.hu.usp.br/wp- content/uploads/sites/176/2017/06/432_Digestiva_D iversas_protocolo_clinico_e_de_regulacao_do_acess o_para_hemorragia_digestiva_alta.pdf d) terapia intensiva e dobrar a dose de inibidor de bomba de prótons endovenoso. Hospital de nível secundário: UPAs, hospitais de média complexidade. Úlcera péptica: lesão em que há uma perda de integridade da mucosa estomacal ou duodenal, caracterizada por uma escavação com mais de 5mm da parede. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/sangramento-gastrintestinal/vis%C3%A3o-geral-do-sangramento-gastrintestinal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/sangramento-gastrintestinal/vis%C3%A3o-geral-do-sangramento-gastrintestinal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/sangramento-gastrintestinal/vis%C3%A3o-geral-do-sangramento-gastrintestinal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/sangramento-gastrintestinal/vis%C3%A3o-geral-do-sangramento-gastrintestinal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/sangramento-gastrintestinal/vis%C3%A3o-geral-do-sangramento-gastrintestinal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/sangramento-gastrintestinal/vis%C3%A3o-geral-do-sangramento-gastrintestinal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/sangramento-gastrintestinal/vis%C3%A3o-geral-do-sangramento-gastrintestinal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/sangramento-gastrintestinal/vis%C3%A3o-geral-do-sangramento-gastrintestinal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/sangramento-gastrintestinal/vis%C3%A3o-geral-do-sangramento-gastrintestinal https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/sangramento-gastrintestinal/vis%C3%A3o-geral-do-sangramento-gastrintestinal http://www.cremesp.org.br/pdfs/eventos/eve_31052016_165758_Hemorragia%20Digestiva%20Alta%20-%20Dra%20Paula%20Menezes%20Luciano.pdfhttp://www.cremesp.org.br/pdfs/eventos/eve_31052016_165758_Hemorragia%20Digestiva%20Alta%20-%20Dra%20Paula%20Menezes%20Luciano.pdf http://www.cremesp.org.br/pdfs/eventos/eve_31052016_165758_Hemorragia%20Digestiva%20Alta%20-%20Dra%20Paula%20Menezes%20Luciano.pdf http://www.hu.usp.br/wp-content/uploads/sites/176/2017/06/432_Digestiva_Diversas_protocolo_clinico_e_de_regulacao_do_acesso_para_hemorragia_digestiva_alta.pdf http://www.hu.usp.br/wp-content/uploads/sites/176/2017/06/432_Digestiva_Diversas_protocolo_clinico_e_de_regulacao_do_acesso_para_hemorragia_digestiva_alta.pdf http://www.hu.usp.br/wp-content/uploads/sites/176/2017/06/432_Digestiva_Diversas_protocolo_clinico_e_de_regulacao_do_acesso_para_hemorragia_digestiva_alta.pdf http://www.hu.usp.br/wp-content/uploads/sites/176/2017/06/432_Digestiva_Diversas_protocolo_clinico_e_de_regulacao_do_acesso_para_hemorragia_digestiva_alta.pdf 9 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA Úlceras gástricas: Acometem o estômago e podem ser subdivididas em 5 tipos básicos de acordo com a localização no órgão – classificação de Johnson: • Tipo I: está na pequena curvatura, é a de maior incidência. • Tipo II: úlcera dupla – uma no corpo e uma duodenal. • Tipo III: localização pré-pilórica. • Tipo IV: na pequena curvatura em posição alta, próxima à junção gastroesofágica. • Tipo V: em qualquer ponto do estomago, está relacionada ao uso de AINES. As tipo II e III têm relação direta com a hipercloridria (excesso de ácido). Classificação de Forrest: Avaliação das características do sangramento digestivo, estimativas de ressangramento e avaliação da necessidade de tratamento endoscópico na prática clínica. Essa classificação divide as úlceras em sangramentos ativos, sinais de sangramento recente e úlceras sem sinais de sangramento. A classificação I possui maior risco de ressangramento, sendo IA descrita por um sangramento em jato enquanto IB em gotejamento ou “babação”. Já a classificação II, embora pouco foi elucidado acerca da real necessidade de tratamento, pode ter o coto vascular visível (IIA), coágulo aderido (IIB) e fundo com pontos de hematina (IIC). A classificação III é marcada pelo fundo da úlcera limpa, sem sangramento e não há necessidade do tratamento. Indicação de Tratamento Endoscópico • Todas as úlceras com sangramento ativo devem ser tratadas (Forrest IA e IB). • Todas as úlceras com vaso visível, mesmo sem sangramento, devem ser tratadas (Forrest IIA). • O tratamento de úlceras com coágulos firmemente aderidos (Forrest IIB) que não são removidos após a lavagem vigorosa é controverso. Se o coágulo é facilmente removido com a lavagem e evidencia um vaso visível abaixo ou sangramento ativo, deve ser tratado. Porém, se o coágulo é firme e de difícil remoção, a literatura não demonstra uma vantagem evidente no tratamento. Neste caso a conduta deve ser individualizada. • As lesões com manchas hematínicas planas (Forrest IIC) não necessitam tratamento endoscópico. • As úlceras de base fibrinosa limpa (Forrest III) não necessitam tratamento endoscópico. Técnicas endoscópicas: • Hemostasia com injeção de solução fisiológica e adrenalina – excelente para reduzir o sangramento ativo, mas nunca deve ser utilizada como monoterapia. • Injeção de agentes esclerosantes – pode ser usada como terapia definitiva, associada ou não à injeção de adrenalina. • Terapia térmica • Clipes – técnica de escolha em pcts com uso de anticoagulantes/antiagregantes. • Hemospray – quando a terapêutica endoscópica inicial falha Escore Glasgow Blatchford É importante para predizer a necessidade da realização de uma endoscopia. aponta a mortalidade e a intervenção médica, como transfusão sanguínea, tratamento endoscópico ou cirúrgico, após episódio de hemorragia digestiva alta. 10 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA Pacientes com GBS ≥1 são considerados de alto risco para intervenção médica e mortalidade. No entanto, pacientes com GBS = 0 são de baixo risco, podem ter alta precoce com endoscopia ambulatorial posterior. Uma pontuação ≤1 indica que o tratamento pode ser feito com uso de IBP ambulatorial e que o paciente não necessita de uma EDA hospitalar. A partir de 2 pontos, o paciente deve ser internado e a EDA realizada em caráter precoce (até 24 horas). Métodos terapêuticos de escolha: Atendimento inicial: reposição volêmica, controle do sangramento com terapêutica farmacológica e/ou endoscópica e o controle de infecções. Em relação a pacientes instáveis hemodinamicamente ou com sangramento ativo devem ser internados em uma unidade de terapia intensiva (UTI), sendo realizadas as medidas de reanimação. O paciente deve ficar em observação e monitoração automatizada da pressão arterial e eletrocardiográfica, bem como oximetria de pulso2. Nesses casos, pode-se realizar acesso venoso de grosso calibre, com reposição volêmica com fluidos (cristaloides) ou suporte de hemoconcentrados, de acordo com o grau de instabilidade. É imprescindível averiguar o status volêmico do paciente. Caso haja instabilidade hemodinâmica (PAS <90mmHg, FC >90bpm), é necessário estabilizá-lo primeiro. Choque hipovolêmico: hipotensão, taquicardia e sudorese. Estabilização hemodinâmica: expansão volêmica com 1 a 2 litros de cristaloides ou soro fisiológico. Caso pct permaneça irresponsivo, pode-se optar pela infusão de aminas vasoativas. A hemotransfusão é necessária caso os níveis de hemoglobina estejam abaixo de 7 mg/dL. Após a estabilização dos dados vitais, deve-se seguir com a investigação do foco de hemorragia. A HDA do tipo não varicosa pode ser tratada por clipagem, métodos eletrocoagulativos ou coagulação com plasma de argônio. o uso de Inibidores da Bomba de Prótons (IBP) é mandatório. Em um primeiro momento, os IBPs são utilizados de forma agressiva, por via endovenosa ou oral. Esta última requer uma dose dobrada de IBP, 40 mg/dL, de 12 em 12 horas. Posteriormente, caso o paciente não possua uma chance de ressangramento significativa, o uso de IBP é preconizado em doses habituais e a etiologia do quadro deve ser tratada. Do contrário, quando o paciente possui alto risco de ressangramento à endoscopia, o IBP endovenoso deve ser mantido por cerca de 72h e seu uso oral prolongado para duas semanas, em dose dobrada, seguida da manutenção em dose padrão. A angiografia é tipicamente usada para pacientes com sangramento visível severo o suficiente para requerer hemotransfusão ou pacientes que têm (ou recentemente tiveram) sinais de instabilidade hemodinâmica. Uma vantagem da angiografia é que a embolização pode ser realizada caso alguma lesão vascular seja descoberta. Contudo a embolização de um ponto sangrante no intestino delgado tem um risco significativo de causar infarto do intestino. https://www.sanarmed.com/descomplicando-a- ulcera-peptica-colunistas https://www.sanarmed.com/classificacao-de-forrest- ulceras-pepticas-hemorragicas-colunistas https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerai s/como-tratar-ulcera-peptica-hemorragia/ https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes /6798/hemorragia_digestiva_alta_secundaria_a_ulce ra_peptica.htm https://www.prmjournal.org/article/10.4322/prmj.20 19.007/pdf/prmjournal-3-2-e07.pdf https://www.medway.com.br/conteudos/hemorragia -digestiva-alta-tudo-que-voce-precisa-saber/ https://blog.curem.com.br/sem- categoria/hemorragia-digestiva-alta-diagnostico-e- manejo/ https://blog.curem.com.br/sem- categoria/hemorragia-digestiva-alta-diagnostico-e- manejo/ https://www.sanarmed.com/criterios-de- instabilidade-colunistas http://www.santacasabh.org.br/app/webroot/files/up loads/Lauro%20Cesar%20Dos%20Santos.pdf Questão 03 ___________________________________ Paciente do sexo masculino, 40 anos, alcoolista, com ingestão de 1L cachaça/dia há 20 anos, é trazido à emergência pelos bombeiros por enterorragia volumosa.Inspeção anal sem particularidades, mas com sangue em dedo de luva. Exame físico: SV: PA= 90 x 50 mmHg, FC= 110 bpm; FR= 24 rpm; T= 36,2°C. Estado geral regular; hipocorado++/4; alerta; orientado; pele xerótica; ausculta cardiopulmonar; exame do abdome e MMII normais. Duas horas após admissão, hemoglobina de 8,7 g/dl e hematócrito de 26%. Qual a melhor conduta inicial para o caso? a) SF 0,9% 2000 ml + SG 10% 1000 ml 24h + omeprazol 40 mg 12/12h + colonoscopia. b) SG 5% 2000 ml + NaCl 20% 2 ampolas em cada SG 5% 24h + omeprazol 40 mg 12/12h + EDA nas primeiras 12h. Soro glicosado pq o pct é elitista https://www.sanarmed.com/descomplicando-a-ulcera-peptica-colunistas https://www.sanarmed.com/descomplicando-a-ulcera-peptica-colunistas https://www.sanarmed.com/classificacao-de-forrest-ulceras-pepticas-hemorragicas-colunistas https://www.sanarmed.com/classificacao-de-forrest-ulceras-pepticas-hemorragicas-colunistas https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerais/como-tratar-ulcera-peptica-hemorragia/ https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerais/como-tratar-ulcera-peptica-hemorragia/ https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6798/hemorragia_digestiva_alta_secundaria_a_ulcera_peptica.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6798/hemorragia_digestiva_alta_secundaria_a_ulcera_peptica.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6798/hemorragia_digestiva_alta_secundaria_a_ulcera_peptica.htm https://www.prmjournal.org/article/10.4322/prmj.2019.007/pdf/prmjournal-3-2-e07.pdf https://www.prmjournal.org/article/10.4322/prmj.2019.007/pdf/prmjournal-3-2-e07.pdf https://www.medway.com.br/conteudos/hemorragia-digestiva-alta-tudo-que-voce-precisa-saber/ https://www.medway.com.br/conteudos/hemorragia-digestiva-alta-tudo-que-voce-precisa-saber/ https://blog.curem.com.br/sem-categoria/hemorragia-digestiva-alta-diagnostico-e-manejo/ https://blog.curem.com.br/sem-categoria/hemorragia-digestiva-alta-diagnostico-e-manejo/ https://blog.curem.com.br/sem-categoria/hemorragia-digestiva-alta-diagnostico-e-manejo/ https://blog.curem.com.br/sem-categoria/hemorragia-digestiva-alta-diagnostico-e-manejo/ https://blog.curem.com.br/sem-categoria/hemorragia-digestiva-alta-diagnostico-e-manejo/ https://blog.curem.com.br/sem-categoria/hemorragia-digestiva-alta-diagnostico-e-manejo/ https://www.sanarmed.com/criterios-de-instabilidade-colunistas https://www.sanarmed.com/criterios-de-instabilidade-colunistas http://www.santacasabh.org.br/app/webroot/files/uploads/Lauro%20Cesar%20Dos%20Santos.pdf http://www.santacasabh.org.br/app/webroot/files/uploads/Lauro%20Cesar%20Dos%20Santos.pdf 11 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA c) SF 0,9% 2000 ml 24h + SG 10% 1000 24h + octreotide 6 ampolas 24h + EDA nas primeiras 24h. Se fosse varizes. d) SF 0,9% 1500 ml + NaCl 20% 1 ampola em cada SG 5% 24h + 2CH + omeprazol 40 mg/dia + EDA nas primeiras 24h. Hipotenso, taquicardico, taquipneico, temperatura normal. Pele xerótica = pele seca. Hemoglobina valor de referência homem: 13,0 – 16,9g/dL. Hematócrito VR: 40-50%. Conduta nas hemorragias maciças: As medidas de reposição volêmica, correção da anemia e restauração do equilíbrio hemodinâmico são prioritárias. https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/hemorragi as-digestivas.pdf Mas a perda de sangue desse paciente foi moderada. É necessária a supressão da acidez gástrica na profilaxia secundária dos sangramentos gastrintestinais. Para tanto, também são utilizados os inibidores da bomba de prótons (omeprazol, esomeprazol). http://files.bvs.br/upload/S/1679- 1010/2010/v8n4/a009.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883007/ 26-hemorragia-digestiva-baixa.pdf c) F - Não existem evidências que apoiem o uso de oc- treotida no manejo da hemorragia digestiva baixa não relacionada à hipertensão portal. Martins, Mílton de, A. et al. Clínica Médica, Volume 4: Doenças do Aparelho Digestivo, Nutrição e Doenças Nutricionais. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Editora Manole, 2016. Questão 04 ___________________________________ Em geral, a incidência de sangramento gastrointestinal baixo aumenta com a idade, assim como sua etiologia passa a ser mais frequente. Com relação às hemorragias digestivas baixas, julgue os itens subsequentes. I. Na maioria das vezes (95%), o sangramento é colônico e, em uma minoria (5%), de delgado. II. A principal causa de sangramento colônico é a doença diverticular dos cólons (30-40%). III. Em geral, os sangramentos baixos são autolimitados e param de sangrar em quase 90% dos casos. IV. Entre outras causas de sangramento baixo, podem ser citados divertículo de Meckel, doença de Crohn, colite infecciosa, proctite por irradiação e angiodisplasia. A quantidade de itens certos é igual a: a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 https://www.sanarmed.com/saiba-tudo-sobre-a- hemorragia-digestiva-baixa I – V: Cerca de 95% se originam de patologias colônicas. Os 5% restantes resultam de doenças do intestino delgado. https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883007/ 26-hemorragia-digestiva-baixa.pdf II – V: Sangramento diverticular é a causa mais comum (até 50%) de sangramento gastrintestinalbaixo em adultos. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios- gastrointestinais/doen%C3%A7a- diverticular/diverticulose-col%C3%B4nica e: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883007/ 26-hemorragia-digestiva-baixa.pdf https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/hemorragias-digestivas.pdf https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/hemorragias-digestivas.pdf http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2010/v8n4/a009.pdf http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2010/v8n4/a009.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883007/26-hemorragia-digestiva-baixa.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883007/26-hemorragia-digestiva-baixa.pdf https://www.sanarmed.com/saiba-tudo-sobre-a-hemorragia-digestiva-baixa https://www.sanarmed.com/saiba-tudo-sobre-a-hemorragia-digestiva-baixa https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883007/26-hemorragia-digestiva-baixa.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883007/26-hemorragia-digestiva-baixa.pdf https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7a-diverticular/diverticulose-col%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7a-diverticular/diverticulose-col%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7a-diverticular/diverticulose-col%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7a-diverticular/diverticulose-col%C3%B4nica https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883007/26-hemorragia-digestiva-baixa.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883007/26-hemorragia-digestiva-baixa.pdf 12 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA III – V: A HDB corresponde a aproximadamente 15% dos casos de hemorragia digestiva, sendo menos comum e menos grave que a hemorragia digestiva alta, pois em 80 a 85% dos casos o sangramento é autolimitado, com taxa de mortalidade que varia entre 2 a 4%. IV – V: A causa da hemorragia está associada à idade do paciente. Com média de idade de aproximadamente 65 anos, a doença diverticular, angiodisplasias e neoplasia são responsáveis pelas hemorragias mais severas. Nos adultos jovens, o divertículo de Meckel, a doença inflamatória intestinal, a má formação arteriovenosa e os pólipos juvenis são as principais causas1. Em crianças, a HDB se dá mais comumente associada à intussuscepção intestinal e pelo divertículo de Meckel. https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883007/ 26-hemorragia-digestiva-baixa.pdf E: https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios- gastrointestinais/doen%C3%A7as-anorretais/proctite Questão 05 ___________________________________ Umapaciente de 70 anos está no 22° dia pós- operatório de cirurgia de fixação de fratura de colo de fêmur, evoluindo subitamente com palidez cutânea, sudorese e dor torácica. Apresenta PA =85x60mmHg, FC =120bpm, FR = 28irpm, enchimento capilar lentificado e Sat02 = 89% em ar ambiente. A ausculta pulmonar e a cardíaca são normais. Os exames complementares iniciais são hematócrito =26% e lactato =2,5mg/dl; gasometria arterial: pH =7,32, pC02 =28, p02 =54, HC03=17 e ECG sem alterações. Considerando o quadro, assinale o tipo de choque para a causa mais provável: a) Cardiogênico; IAM sem supra-ST ? – um eletro normal não exclui diagnóstico pois 1 a 6% dos pcts com SCA sem supradesnivelamento de ST não tem alteração. O ECG pode ser completamente normal ou apresentar alterações isquêmicas variadas. https://blog.curem.com.br/topicos/medicina-de- emergencia/identificando-a-sca-sem- supradesnivelamento-de-st/ b) Obstrutivo; tamponamento cardíaco. F - A ausculta cardíaca teria bulhas abafadas. https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882566/ choque-principios-gerais-de-diagnostico-precoce-e- manejo-inicial.pdf c) Hipovolêmico; sangramento pós-operatório. d) Obstrutivo; TEP maciço. ? É uma possibilidade pois a pct já passou por muitas cirurgias (tríade de Virchow – estase, hipercoagulabilidade e lesão endotelial). https://www.sanarmed.com/tromboembolismo- pulmonar-tep-resumo-completo-yellowbook tem diminuiçao da PO2 e PCO2 A hiperlactatemia geralmente está presente e se associa à hipóxia celular. O valor normal é de 1 mmol/L (ou 9 mg/dL), e o nível aumentado é > 2 mmol/L (ou >18 mg/dL). https://www.medway.com.br/conteudos/artigo- sobre-choque-hipovolemico/ Questão 06 ___________________________________ Um paciente de 3 anos, previamente hígido, chega à Emergência com história de diarreia copiosa, vômitos e inabilidade em aceitar líquido. Tem FC =172bpm e PA =92x70mmHg. Está gelado e mosqueado com pulsos finos. O tempo de enchimento capilar é muito lento e reage muito pouco durante a punção do acesso venoso. Após ressuscitação volêmica e algumas horas de terapia intravenosa, o menino está apto a sentar e levantar e interage de forma adequada com a equipe. Em relação a esse tipo de choque, podemos afirmar que: a) Trata-se de choque misto com componente hipovolêmico e distributivo, e a evolução após ressuscitação fluídica vigorosa costuma ser favorável. b) Trata-se de choque hipovolêmico, e provavelmente a perda da volemia ultrapassou 20%, o que resultou em sinais clínicos mais evidentes de choque. c) Trata-se de choque séptico, e, apesar da melhora do estado clínico, a terapêutica com antibióticos de amplo espectro deve ser iniciada imediatamente. d) Trata-se de choque distributivo, e os sinais clínicos são decorrentes de falha nos mecanismos de adaptação da pós-carga ao estado de hipovolemia. Hipotensão arterial é sinal tardio de choque em crianças. https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883007/26-hemorragia-digestiva-baixa.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883007/26-hemorragia-digestiva-baixa.pdf https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7as-anorretais/proctite https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7as-anorretais/proctite https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7as-anorretais/proctite https://blog.curem.com.br/topicos/medicina-de-emergencia/identificando-a-sca-sem-supradesnivelamento-de-st/ https://blog.curem.com.br/topicos/medicina-de-emergencia/identificando-a-sca-sem-supradesnivelamento-de-st/ https://blog.curem.com.br/topicos/medicina-de-emergencia/identificando-a-sca-sem-supradesnivelamento-de-st/ https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882566/choque-principios-gerais-de-diagnostico-precoce-e-manejo-inicial.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882566/choque-principios-gerais-de-diagnostico-precoce-e-manejo-inicial.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882566/choque-principios-gerais-de-diagnostico-precoce-e-manejo-inicial.pdf https://www.sanarmed.com/tromboembolismo-pulmonar-tep-resumo-completo-yellowbook https://www.sanarmed.com/tromboembolismo-pulmonar-tep-resumo-completo-yellowbook https://www.medway.com.br/conteudos/artigo-sobre-choque-hipovolemico/ https://www.medway.com.br/conteudos/artigo-sobre-choque-hipovolemico/ 13 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA Questão 07 ___________________________________ Paciente feminina, 27 anos, portadora de artrite reumatoide em uso diário de antiinflamatórios não esteroidais há 12 anos, chega no pronto-socorro com história de grande sangramento nas fezes há 1 dia associado a desmaio. Relata que acordou 3 vezes na madrugada com eliminação de fezes com conteúdo sanguinolento vermelho vivo em grande quantidade. Ao levantar-se pela manhã apresentou síncope. Relata que as fezes estavam mais escurecidas há 7 dias. Nega hematêmese. Ao exame físico: regular estado geral, sudoreica, taquicárdica, pálida, descorada 3+/4. Bulhas rítmicas, sem sopros. Abdome com ruídos aumentados, flácido, indolor, sem sinais de peritonite. Inspeção perineal: ausência hemorroidas, plicomas ou fissuras. Toque retal: presença de melena em dedo de luva. Pressão arterial: 90x40 mmHg, frequência cardíaca: 122 bpm, frequência respiratória: 33 ipm. De acordo com a classificação de choque hemorrágico, a paciente apresenta: a) Choque classe I b) Choque classe II c) Choque classe III d) Choque classe IV Questão 08 ___________________________________ Assinale a alternativa que apresenta a conduta mais apropriada para o atendimento inicial de um paciente com diagnóstico de choque hipovolêmico na sala de emergência: a) A reposição volêmica inicial deve ser feita por meio de acessos venosos periféricos calibrosos, com soluções cristaloides. b) Deve ser puncionada veia central para infusão de hemoderivados. F – sempre 2 acessos venosos periféricos calibrosos c) Se hemorragia grave estiver presente considerar precocemente a transfusão de plasma, concentrado de hemácias e concentrado de plaquetas, sempre associados a coloides. d) Iniciar ressuscitação volêmica agressiva com cristaloide, albumina e norepinefrina. Soluções de cristaloides para reposição de volume intravascular são tipicamente isotônicas (p. ex., soro fisiológico a 0,9% ou lactato de Ringer). Agua transita livremente para fora dos vasos; por isso, apenas 10% do líquido isotônico permanecem no espaço intravascular. No caso de líquido hipotônico (p. ex., soro fisiológico a 0,45%), ainda menos permanece nos vasos e, portanto, ele não é usado para reanimação. Tanto a soro fisiológico a 0,9% como o Ringer lactato são igualmente eficazes; o Ringer lactato pode ser preferido no choque hemorrágico porque minimiza um pouco a acidose e não causará hipercloremia. Para pacientes com lesão encefálica aguda, umo soro fisiológico a 0,9% é preferida. Soro fisiológico hipertônico não é recomendado para a reanimação, porque evidências sugerem que não há diferença nos resultados em comparação com líquidos isotônicos. Soluções de coloides (p. ex., amido hidroxietílico, albumina, dextranos) também são eficazes para reposição de volume durante grande hemorragia. Entretanto, soluções de coloides não oferecem nenhuma grande vantagem em comparação com o soro fisiológico, amido hidroxietílico aumenta o risco de lesão renal e albumina foi associada a resultados piores em pacientes com lesão cerebral traumática. Tanto dextranos quanto amido hidroxietílico podem afetar adversamente a coagulação quando > 1,5 L é administrado ( 2). Sangue é tipicamente administrado como hemácias, devendo ter a compatibilidade imunitária correta, mas, em uma situação de urgência, 1 a 2 unidades de sangue de tipo O Rh negativo é uma alternativa aceitável. Quando > 1 a 2 unidades são transfundidas(p. ex., em grande trauma), o sangue é aquecido até 37° C. Pacientes que recebem > 6 unidades podem precisar de reposição dos fatores de coagulação com infusão de plasma fresco congelado ou crioprecipitado e transfusão de plaquetas (ver também Hemoderivados). No estado de choque hemorrágico grave são necessários hemoprodutos. A administração precoce de plasma e plaquetas provavelmente ajuda a minimizar a coagulopatia por diluição e consumo que acompanha hemorragia de grande porte. Atualmente recomenda-se uma proporção de 1 unidade de plasma para cada 1 unidade de sangue e 1 unidade de plaqueta ( 1). Quando o paciente está estável, se a hemoglobina é < 7 g/dL (70 g/L), na ausência de doença vascular cardíaca ou cerebral, a capacidade de transporte de oxigênio deve ser restaurada por infusão de sangue adicional (ou, no futuro, por substitutos do sangue). Pacientes com doença vascular coronariana ou cerebral ativa, ou hemorragia contínua, requerem sangue quando hemoglobina < 10 g/dL (100 g/L). 14 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/medicina-de-cuidados- cr%C3%ADticos/choque-e- reanima%C3%A7%C3%A3o- vol%C3%AAmica/reanima%C3%A7%C3%A3o- vol%C3%AAmica-intravenosa Questão 09 ___________________________________ Trazido pelo SAMU, paciente vítima de atropelamento apresenta-se torporoso e com múltiplas escoriações. Ao exame apresenta-se com uma escala de Glasgow de 10, uma FC de 120 bpm e uma PA de 90 x 60 mmHg. Exame torácico com expansibilidade preservada com murmúrios positivos bilaterais. Abdome plano, flácido e indolor. Pelve com abertura da sínfise púbica com instabilidade a palpação da espinha ilíaca antero superior. Em relação a este caso clínico, analise as assertivas abaixo. I) O mecanismo fisiopatológico que levou ao quadro clínico deste paciente é uma disfunção do metabolismo de energia intracelular devido a hipoperfusão tecidual. II) O aumento da frequência cardíaca ocorre devido a diminuição do volume sistólico, em um mecanismo de manutenção do débito cardíaco. III) O rebaixamento do nível de consciência se explica pela diminuição do fluxo sanguíneo cerebral e ocorre por um efeito de vasoconstrição mediada por barorreceptores. IV) A acidemia pode ser utilizada como medida da gravidade do choque hipovolêmico e a gasometria arterial monitora a recuperação da agressão anaeróbica. V) O tratamento da fratura pélvica deste paciente deve ser postergado até a estabilização hemodinâmica deste paciente. Estão corretas: a) I e IV apenas. b) II e III apenas. c) I, III e V apenas. d) I, II e IV apenas. I ? A hipoperfusão resulta em alterações metabólicas a nível bioquímico com progressão a nível sistêmico. O desajuste do pH sérico, disfunção tecidual e consequente mobilização das cascatas inflamatórias e antiinflamatórias são exemplos das manifestações sistêmicas iniciais, estas podem evoluir com morte celular e danos teciduais irreversíveis. https://www.sanarmed.com/resumos-choque- hipovolemico-ligas II V III V A queda da pressão arterial agudamente levará à diminuição do estiramento dos barorreceptores, que por meio da ativação simpática ocasionará aumento da pressão arterial média, visando restaurar a volemia e manter os tecidos perfundidos. https://blog.jaleko.com.br/reflexo- barorreceptor/#:~:text=Vejamos%20como%20ocorr e%20o%20reflexo,e%20manter%20os%20tecidos%2 0perfundidos. V F – fratura pélvica é gravíssima pois sangra bastante. Questão 10 ___________________________________ Como se sabe, o choque hipovolêmico consiste em uma alteração hemodinâmica crítica, provocada pela diminuição aguda do volume de sangue intravascular a tal nível que não é possível manter a perfusão tissular. No que se refere aos sinais e sintomas, assinale a alternativa que apresenta aqueles característicos de um início de choque hipovolêmico: a) Palidez cutânea, hipertensão, pele fria, diminuição da frequência respiratória. b) Aumento da frequência cardíaca, aumento da frequência respiratória, palidez cutânea. c) Aumento do débito urinário, aumento da frequência respiratória, diminuição da frequência cardíaca. d) Aumento do débito urinário, hipotensão, diminuição da frequência cardíaca, palidez cutânea sites extras: https://www.medway.com.br/conteudos/hemorragia -digestiva-alta-tudo-que-voce-precisa-saber/ https://www.sanarmed.com/dup-e-classificacoes- colunistas https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes /5261/problemas_comuns_anorretais.htm https://www.scielo.br/j/rbc/a/LCV4jWDsqqjPYR9bC5 6Q49n/?lang=pt AULA: HEMORRAGIA DIGESTIVA • Alta – varicosa ou não varicosa • Baixa Não varicosa: • Úlcera péptica gastroduodenal – mais frequente • Lesão aguda de mucosa gastroduodenal • Laceração aguda da transição esôfago-gástrica (mallory-Weiss) • Câncer gástrico • Esofagites Úlcera péptica gastroduodenal: O sangramento cessa espontaneamente, é necessário agir quando o sangramento causa repercussão https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/medicina-de-cuidados-cr%C3%ADticos/choque-e-reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica/reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica-intravenosa https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/medicina-de-cuidados-cr%C3%ADticos/choque-e-reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica/reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica-intravenosa https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/medicina-de-cuidados-cr%C3%ADticos/choque-e-reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica/reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica-intravenosa https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/medicina-de-cuidados-cr%C3%ADticos/choque-e-reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica/reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica-intravenosa https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/medicina-de-cuidados-cr%C3%ADticos/choque-e-reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica/reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica-intravenosa https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/medicina-de-cuidados-cr%C3%ADticos/choque-e-reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica/reanima%C3%A7%C3%A3o-vol%C3%AAmica-intravenosa https://www.sanarmed.com/resumos-choque-hipovolemico-ligas https://www.sanarmed.com/resumos-choque-hipovolemico-ligas https://blog.jaleko.com.br/reflexo-barorreceptor/#:~:text=Vejamos%20como%20ocorre%20o%20reflexo,e%20manter%20os%20tecidos%20perfundidos https://blog.jaleko.com.br/reflexo-barorreceptor/#:~:text=Vejamos%20como%20ocorre%20o%20reflexo,e%20manter%20os%20tecidos%20perfundidos https://blog.jaleko.com.br/reflexo-barorreceptor/#:~:text=Vejamos%20como%20ocorre%20o%20reflexo,e%20manter%20os%20tecidos%20perfundidos https://blog.jaleko.com.br/reflexo-barorreceptor/#:~:text=Vejamos%20como%20ocorre%20o%20reflexo,e%20manter%20os%20tecidos%20perfundidos https://www.medway.com.br/conteudos/hemorragia-digestiva-alta-tudo-que-voce-precisa-saber/ https://www.medway.com.br/conteudos/hemorragia-digestiva-alta-tudo-que-voce-precisa-saber/ https://www.sanarmed.com/dup-e-classificacoes-colunistas https://www.sanarmed.com/dup-e-classificacoes-colunistas https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5261/problemas_comuns_anorretais.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5261/problemas_comuns_anorretais.htm https://www.scielo.br/j/rbc/a/LCV4jWDsqqjPYR9bC56Q49n/?lang=pt https://www.scielo.br/j/rbc/a/LCV4jWDsqqjPYR9bC56Q49n/?lang=pt 15 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA sistêmica – choque hipovolêmico. O que causa essa úlcera é o desequilíbrio entre: A H. pylori altera o pH – causa inflamação que causa lesão que provoca desproteção da mucosa gástrica e o ácido começa a ser agressor. Faz endoscopia para identificar. Tratamento: • Estabilização hemodinâmica • EDA – até 24h • métodos hemostáticos, dupla terapia – escleroterapia, cauterização, hemoclipe • IBP dose dobrada – 80mg (dose de ataque) + 40 mg de 12 em 12 horas (tenta aumentar o fator protetor) • Erradicação de H. pylori - ATB • Cirúrgico HEMORRAGIADIGESTIVA BAIXA: Enterorragia Hematoquezia Causas: Diverticulose – vários saquinhos no colon. Mais sangra no colon direito. CHOQUE: Incapacidade do sistema circulatório em fornecer oxigênio e nutrientes aos tecidos de forma a atender a suas necessidades metabólicas, sem a obrigatoriedade de ocorrer hipotensão arterial. Não é obrigatório ter hipotensão. Cardiogênico: Caracterizado pela falha da bomba cardíaca que resulta em redução do débito cardíaco. Distributivo: Caracterizado por vasodilatação periférica severa. 1. Séptico 2. Neurogênico 16 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 3. Anafilático Obstrutivo: Caracterizado por causas extracardíacas de insuficiência da bomba cardíaca e frequentemente associado a um débito ventricular direito deficiente. Hipovolêmico: Caracterizado pelo volume intravascular reduzido (isto é, pré-carga reduzida), que por sua vez, reduz o débito cardíaco. Hemorrágico – traumas, HD (hemorragia digestiva). Não hemorrágico: perdas renais, perdas gastrointestinais, perdas cutâneas, perdas para o terceiro espaço. Sintomas relacionados a depleção de volume: • Astenia • Fatigabilidade • Sede • Câimbras • Vertigem Sintomas relacionados a causa da depleção de volume: • Vômitos • Diarreia • Poliúria • Queimadura de pele severa • No caso de perda de líquido para o terceiro espaço, dor associada a etiologia subjacente. Sintomas relacionados a distúrbios hidroeletrolíticos: • Fraqueza muscular devido a hipocalemia ou hipercalemia • Poliúria e polidipsia devido a hipocalemia severa • Taquipneia devido a acidose • Confusão devido a alcalose metabólica • Letargia, confusão, convulsões e coma devido a hiponatremia ou hipernatremia Tratamento: estancar o sangramento. Estabilizar.
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