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Atividade 4 _ Identidade, Língua e Cultura

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Identidade, língua e cultura.
Atividade 4 
Resultado: 10 de 10 pontos
Questão 1
Tudo se resume, com certeza, à força do agente em questão. As armas de defesa não estão disponíveis de maneira uniforme para todos, e é razoável que indivíduos mais fracos e mal armados procurem a força do número para compensar sua impotência individual. Dada a variada amplitude do hiato universalmente experimentado entre a condição do “indivíduo de jure” e a possibilidade de obter o status de “indivíduo de facto”, o mesmo ambiente moderno fluido pode favorecer uma diversidade de estratégias de sobrevivência. O “nós”, como insiste Richard Sennett, “é hoje um ato de autoproteção. O desejo de comunidade é defensivo … Certamente é quase uma lei universal que o “nós” pode ser usado como defesa contra a confusão e o deslocamento”.BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2000, p. 205.
A respeito das reflexões de Bauman sobre Richard Sennett, é correto afirmar que
· ao falar sobre “força do número”, há referência ao poder do grupo social.
Resposta correta. Dentro da argumentação do parágrafo, a “força do número” é a força do grupo, que ampara o indivíduo que, sozinho, sente-se impotente.
Questão 2
Essa característica da linguagem tem conseqüências importantes para a questão da diferença e da identidade culturais. Na medida em que são definidas, em parte, por meio da linguagem, a identidade e a diferença não podem deixar de ser marcadas, também, pela indeterminação e pela instabilidade. Voltemos, uma vez mais, ao nosso exemplo da identidade brasileira. A identidade "ser brasileiro" não pode, como vimos, ser compreendida fora de um processo de produção simbólica e discursiva, em que o "ser brasileiro" não tem nenhum referente natural ou fixo, não é um absoluto que exista anteriormente à linguagem e fora dela. […] Em suma, a identidade e a diferença são tão indeterminadas e instáveis quanto a linguagem da qual dependem.SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença. In: ______. (Org). Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000, p. 80.
Essa característica da linguagem à qual o autor se refere pode ser entendida como
· o fato de a linguagem ter um sistema de significação baseado na relação entre os termos.
Resposta correta. A caracterização da linguagem como “indeterminada” e “instável” em algum grau deve-se à estrutura descrita por Saussure, em que as significações da língua se dão graças ao contexto linguístico, à relação entre as palavras, não sendo absolutas.
Questão 3
Na verdade, para esse casal moderno, o problema é exatamente o contrário: como podem eles evitar que as relações familiares sucumbam ao comportamento a curto prazo, ao espírito de reunião, e acima de tudo à fraqueza da lealdade e do compromisso mútuo que assinalam o moderno local de trabalho? Em lugar dos valores de camaleão da nova economia, a família [...] deve enfatizar, ao contrário, a obrigação formal, a confiança, o compromisso mútuo e o senso de objetivo. Todas essas são virtudes de longo prazo.SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. São Paulo, Record, 2009, p. 27.
No trecho em tela, o autor procura enfatizar centralmente
 conflitos entre certos valores familiares e características da nova economia.
Resposta correta. Isto pode ser notado apenas no trecho destacado, mas, se o estudante tiver a curiosidade de ir à obra e observar o contexto, verá que foi feito um recorte em uma reflexão a respeito de um dilema citado pelo autor, precisamente entre os valores que levam ao sucesso no novo mercado e aqueles que, supõe-se, devem ser passados em família (a exemplo da lealdade).
Questão 4
O segredo dessa ordem industrial estava em suas rotinas precisas. L’Anglée é uma fábrica em que tudo tem seu lugar e todos sabem o que fazer. Mas, para Diderot, esse tipo de rotina não sugere a simples e interminável repetição mecânica de uma tarefa. O mestre-escola que insiste em que o aluno decore cinqüenta versos de um poema quer ver a poesia armazenada no cérebro dele, para ser recuperada à vontade e usada no julgamento de outros poemas. Em seu Paradoxo sobre o ator, Diderot tentou explicar como o ator ou atriz explora as profundezas de um papel repetindo as falas sem parar. E esperava encontrar essas mesmas virtudes da repetição no trabalho industrial.SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. São Paulo, Record, 2009, pp. 37- 38.
Tendo como base o parágrafo em tela, podemos dizer que, segundo Sennett,
 a rotina oferece contribuição para o trabalho industrial.
Resposta correta. Sennett aborda a argumentação de Diderot sobre o aprofundamento no procedimento laboral derivado da rotina, da repetição e das consequentes assimilação e perícia, por parte do trabalhador, em relação à atividade realizada.
Questão 5
É bastante natural que a flexibilidade cause ansiedade: as pessoas não sabem que riscos serão compensados, que caminhos seguir. Para tirar a maldição da expressão "sistema capitalista", antes criavam-se circunlocuções, como sistema de "livre empresa" ou "empresa privada". Hoje se usa a flexibilidade como outra maneira de levantar a maldição da opressão do capitalismo. Diz-se que, atacando a burocracia rígida e enfatizando o risco, a flexibilidade dá às pessoas mais liberdade para moldar suas vidas. Na verdade, a nova ordem impõe novos controles, em vez de simplesmente abolir as regras do passado — mas também esses novos controles são difíceis de entender. O novo capitalismo é um sistema de poder muitas vezes ilegível.SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. São Paulo, Record, 2009, p. 9-10.
Podemos dizer que a posição do autor no trecho destacado:
I. desafia a noção de que a pós-modernidade, na esfera das relações de trabalho, conferem mais liberdade ao indivíduo.
II. é de crítica aos moldes do capitalismo anterior ao “flexível”, demonstrando as vantagens das mudanças no sistema.
III. estabelece as distinções entre o novo capitalismo, a “livre empresa” e a “empresa privada”.
É correto que se afirma em
 I, apenas.
Resposta correta. O autor argumenta que, embora haja mais flexibilidade nas relações de trabalho, há novos controles, estes mais difíceis de compreender.
Questão 6
A etnia é o termo que utilizamos para nos referirmos às características culturais — língua, religião, costume, tradições, sentimento de “lugar” — que são partilhadas por um povo. É tentador, portanto, tentar usar a etnia dessa forma “fundacional”. Mas essa crença acaba, no mundo moderno, por ser um mito. A Europa Ocidental não tem qualquer nação que seja composta de apenas um único povo, uma única cultura ou etnia. As nações modernas são, todas, híbridos culturais.HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro, Lamparina, 2014, p. 62, grifos do autor.
As reflexões de Hall
I. questionam a unidade cultural de todas as nações modernas.
II. elencam elementos importantes no estudo da cultura.
III. contrastam a situação da Europa Ocidental com características típicas de nossos tempos.
 I e II, apenas.
Resposta correta. Para Hall, todas as nações modernas têm hibridismo cultural, o que questiona a unidade cultural delas; no texto destacado, os elementos culturais elencados são língua, religião, costume, tradições e sentimento de “lugar”.
Questão 7
Em termos simples, a especialização flexível tenta pôr, cada vez mais rápido, produtos mais variados no mercado. Em The Second Industrial Divide, os economistas Michael Piore e Charles Sabei descrevem como a especialização flexível atua nas maleáveis relações entre empresas mais ou menos pequenas do norte da Itália, permitindo-lhes responder com rapidez as mudanças na demanda do consumo. Essas empresas cooperam e competem ao mesmo tempo, buscando nichos no mercado que cada uma ocupa temporariamente, e não permanentemente, adaptando a curta vida de produto de roupas, têxteis ou peçasde máquinas. O governo desempenha um papel positivo, ajudando essas empresas italianas a inovar juntas, em vez de engalfinhar-se em batalhas de vida ou morte. Piore e Sabei chamam o sistema que estudaram de "estratégia de inovação permanente: adaptação à mudança incessante, em vez de esforço para controlá-la".SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. São Paulo, Record, 2009, p. 59.
Quando fala em especialização flexível, Sennett fala de
I. uma tendência a especializar-se em mudar.
II. uma busca por aumentar a vida útil de produtos
III. uma volatilidade das demandas de consumo.
É correto o que se afirma em
· I e III, apenas
Resposta correta. Sabendo que as demandas de consumo estão cada vez mais voláteis, empresas tentam especializar-se para atender a essa volatilidade, aceitando o fato de que, diante do cenário do mercado, soluções são temporárias, incitando a um estado de “inovação permanente”, como está no trecho que ora comentamos.
Questão 8
A expressão "capitalismo flexível" descreve hoje um sistema que é mais que uma variação sobre um velho tema. Enfatiza-se a flexibilidade. Atacam-se as formas rígidas de burocracia, e também os males da rotina cega. Pede-se aos trabalhadores que sejam ágeis, estejam abertos a mudanças a curto prazo, assumam riscos continuamente, dependam cada vez menos de leis e procedimentos formais.SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. São Paulo, Record, 2009, p. 9.
A expressão entre aspas de Sennett
· acompanha o conceito de “liquidez” na pós-modernidade de Bauman.
Resposta correta. Tanto Bauman quanto Sennett, com suas respectivas expressões, procuram capturar o aumento na fluidez dos processos na pós-modernidade, sendo a de Sennett mais específica para as relações de trabalho.
Questão 9
Um ano depois de minha conversa com Rico, voltei à padaria de Boston onde, vinte e cinco anos antes, fazendo pesquisa para The Hidden Injuries of Class, tinha entrevistado um grupo de padeiros. Fora lá inicialmente perguntar como eles viam o sistema de classes nos Estados Unidos. Como quase todos os americanos, me disseram que pertenciam à classe média; em si, a idéia de classes sociais pouco significava para eles. Os europeus, de Tocqueville em diante, tendem a tomar a aparência por realidade; alguns deduziram que nós americanos somos de fato uma sociedade sem classes, pelo menos em nossas maneiras e crenças — uma democracia de consumidores; outros, como Simone de Beauvoir, afirmaram que somos irremediavelmente confusos sobre nossas verdadeiras diferenças.SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. São Paulo, Record, 2009, p. 75.
No parágrafo apresentado o autor procura destacar
 a complexidade que há na relação entre classe social e identidade.
Resposta correta. Sennett traz para nossa leitura uma característica do grupo entrevistado por ele: o pouco que significavam as classes sociais em nas reflexões do grupo sobre si mesmo, apontando para o pensamento de Beauvoir, que complexifica essa relativa ou aparente indiferença.
Questão 10
Em uma primeira aproximação, parece ser fácil definir "identidade". A identidade é simplesmente aquilo que se é: "sou brasileiro", "sou negro", "sou heterossexual", "sou jovem', "sou homem". A identidade assim concebida parece ser uma positividade ("aquilo que sou"), uma característica independente, um "fato" autônomo. Nessa perspectiva, a identidade só tem como referência a si própria: ela é autocontida e auto-suficiente.
Na mesma linha de raciocínio, também a diferença é concebida como uma entidade independente. Apenas, neste caso, em oposição à identidade, a diferença é aquilo que o outro é: "ela é italiana'', "ela é branca", "ela é homossexual" "ela é velha" "ela é mulher". Da mesma forma que a identidade, a diferença é, nesta perspectiva, concebida como auto-referenciada, como algo que remete a si própria. A diferença, tal como a identidade, simplesmente existe.SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença. In: ______. (Org).Identidade eDiferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000, p. 74.
Para Tomaz Tadeu da Silva, no trecho destacado, convém que reflexões mais profundas sobre identidade se façam pensando-se, antes, na
 dinâmica entre o que o sujeito é e o que ele não é.
Resposta correta. Para o autor, identidade e diferença estão em uma relação estreita de dependência, e o pensamento sobre o tema deve levar ambas em consideração.

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