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Prof. Alexandre Bechara UNIDADE I Química Farmacêutica Por definição da Iupac (International Union of Pure and Applied Chemistry), a Química Farmacêutica é o segmento farmacêutico que “...preocupa-se com a invenção, descoberta, planejamento, identificação e preparação de compostos biologicamente ativos, com o estudo do seu metabolismo, com a interpretação do seu modo de ação em nível molecular e com a construção das relações entre a estrutura e a atividade biológica...” Trata-se de uma disciplina considerada multidisciplinar. Química Farmacêutica – Introdução Fonte: Livro-texto Química Farmacêutica Química e Bioquímica Biologia e Microbiologia Farmacotécnica e Biofarmacotécnica Toxicologia e Patologia Farmacologia Farmácia Clínica O que é Fármaco...? Estrutura molecular definida Propriedades físico-químicas Atividade biológica estabelecida Emprego na terapêutica Definições: Fármaco Atividade Potência Droga Gênese de Fármacos Fonte: Autoria própria Ao caso Triagem Empírica Modificações Moleculares Planejamento Racional Extração de Produtos Naturais Gênese de Fármacos Fonte: Autoria própria penicilina sildenafila acetanilida R O NH S N O COOH H3C N N S O O O HN N O CH3 N N CH3 H3C O N H CH3 OH NHO paracetamol NHO acetanilida NH OH OH OH O O O O OO OO O O O H paclitaxel Taxus brevifolia Fonte: https://commons.wikimedia.org/wik i/File:Human_body_features-sv.svg Fases de Ação de Fármacos: Propriedades físico-químicas dos fármacos → Fases farmacêutica (dissolução) e farmacocinética (ADME) Propriedades estruturais (incluindo a estereoquímica) → Ação do fármaco em um receptor específico (fase farmacodinâmica) Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos Fonte: PDB FASE FARMACÊUTICA FASE FARMACOCINÉTICA absorção distribuição metabolismo excreção FASE FARMACODINÂMICA Interação fármaco- receptor Liberação do fármaco Efeito farmacológico 1. Hidrossolubilidade: Para serem absorvidos, os fármacos devem estar solúveis no meio no qual ocorrerá a absorção. Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos morfina Insolúvel em água na forma molecular ouabaína Solúvel em água Níveis sanguíneos de fenobarbital em função do tempo, após injeção intramuscular de três dosagens distintas. Fonte: Figuras de Autoria própria Fonte: Adaptado de Korolkovas, 1988 N ív e l d o s a n g u e ( μ g m L -1 ) Solução Suspensão 6.63 μm Suspensão 29.96 μm Tempo (horas) 4 8 12 16 20 24 28 60 50 40 30 20 10 2. Lipofilicidade: A absorção depende da lipossolubilidade do fármaco, uma vez que esta propriedade está relacionada com a passagem através das membranas lipídicas. Principal parâmetro físico-químico utilizado em estudos de permeação. Determina a capacidade de um fármaco atravessar membranas (estruturas apolares). Parâmetro que influencia o fármaco em relação às seguintes propriedades: Absorção Ligação proteínas plasmáticas Volume de distribuição Interação com alvo Clearance renal e biliar Penetração SNC Depósito em tecido Biodisponibilidade Toxicidade Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos Coeficiente de Partição – “P” ou LogP: Medida quantitativa da lipofilicidade Quanto maior a lipofilicidade, geralmente melhor será sua absorção O fármaco não pode ser muito lipofílico, pois dificulta a solubilização nos líquidos aquosos do organismo (prejudica distribuição e absorção) Metodologias utilizadas: “shake flask” HPLC cLogP (predição do coeficiente de partição através de programas computacionais Teórico (fragmentos de Hansch) Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos Fonte: Autoria própria Faixa ideal de Log P B io d is p o n ib ili d a d e o ra l Log P -2 -1 0 1 2 3 4 5 1 0,5 0,25 hidrossolubilidade lipossolubilidade %% [Conc.Fármaco ]org Determinação de P por “shake flask”: Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos Normalmente, o teste é realizado a 25 ºC ou 37 ºC Fase orgânica em geral: n-octanol Fase aquosa: água ou solução tampão fosfato pH 7,4 P= [Conc.Fármaco ]aq. Cauda apolar Cabeça polar n-octanol Fonte: Autoria própria Fonte: Gentilmente cedidas pelo prof. Fabricio Soares – UNIP OHOH n-octanol água Log P > 1 Log P < 1 Log P = 1 Amostra = [A] A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A Determinação de P por HPLC: técnica utilizada para fármacos que possuem solubilidade muito maior em uma das fases Em geral o coeficiente de partição é determinado analisando o tempo de retenção do fármaco e o tempo de retenção da fase móvel, através de regressão linear. A principal vantagem deste método é a rapidez na obtenção dos resultados. Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos Fonte: https://commons.wikimedia.org /wiki/File:HPLC_simp.png a b c d e f g h Determinação de P pela teoria dos fragmentos de Hansch: Indica a contribuição de um determinado substituinte Log P = Σ(p fragmentos) Se p>0: Substituinte hidrofóbico em relação ao H Se p<0: Substituinte hidrofílico em relação ao H Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos Grupo π -CH3 0,5 -CH2- 0,4 -C6H5 2,0 -COOH -0,32 -OH -1,2 -NH2 -2,4 -H 0 -COOCH3 0,79 AAS Carboxila (COOH)Fenila Acetila Log P AAS = π (Fenil) + π (Carboxila) + π (acetila) = 2,0 + (-0,32) + 0,79 = 2,47 Fonte: Autoria própria Exemplos da importância da lipofilicidade: Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos Fonte: Livro-texto Fonte: Livro-texto pentobarbital tiopental OO OO NHHN O NHHN S Fonte: Livro-texto farmacocinéticafarmacocinética Contraindicado em pacientes com distúrbios no SNC Contraindicado em pacientes com distúrbios renais lipossolúvel hidrossolúvel metoprolol pKa = 9,7 Log P = 1,88 (octanol/água) atenolol pKa = 9,6 Log P = 0,16 (octanol/água) O N HOH OMe O N HOH O NH2 R = H DIGITOXINA R = OH DIGOXINA R O O O O O O O O OH OH OH H HO CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 HO Fármaco Log P P [CHCl3/MeOH:H2O(16:84)] Absorção TGI (%) Meia Vida (h) 144 38 100 70-85 96.5 81,5 digitoxina (R=H) digoxina (R-OH) 3. Ionização de fármacos: Os fármacos são, em geral, ácidos ou bases fracas, cujas formas neutra e ionizada se mantêm em equilíbrio quando em solução Ionização – capacidade de adquirir ou perder elétrons em pH fisiológico (pH entre 1 e 8) Expressos pelo valor de pKa Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos (fármaco ácido) (meio extracelular) (fármaco básico) HA H+ + A- BH+ H+ + B (meio intracelular) HAH+ + A- BH+H+ + B Fonte: Livro-texto 3. Ionização de fármacos: Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos pKa (constante de ionização) Predizer o perfil farmacocinético de compostos Ka = [H+][A-] [HA] Ka = [H+][B] [BH+] pKa = pH + log Ci Cni pKa = pH + log Ci Cni HA + H2O H3O + + A- BH+ + H++ + B aspirina: pka 3,5 O O H OH3C O O O OH3C O O H forma ácida (não ionizada) forma básica (ionizada) 3. Ionização de fármacos: Fase farmacocinética: pKa é inversamente proporcional à lipofilicidade Fase farmacodinâmica: espécies ionizadas podem interagir com o receptor através de interações iônicas ou dipolo Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos pKa = pH + log pKa = pH + log Fármacos Ácidos Fármacos Básicos Equação de Henderson-Hasselbach Plasma 7.3 – 7.4 Cavidade Oral 6.2 – 7.2 Estômago 1.0 – 3.0 Duodeno 4.8 – 8.2 Jejuno e Íleo 7.5 – 8.0 Cólon 7.0 – 7.5 Exemplo: Em qual pH fisiológico a anfetamina, cujo pKa = 10 é melhor absorvida? Íleo (pH = 8,0) 10 10-8,0 = [NI] / [I]= 10 2 Estômago(pH = 1,5) 10 10-1,5 = [NI] / [I] = 10 8,5 NH2 Fonte: Autoria própria [forma Neutra] [forma Ionizada] [forma Neutra] [forma Ionizada] 3. Ionização de fármacos: Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos Fonte: Livro-texto Relação entre atividade biológica e pKa de uma série de sulfas Sulfa Concentração mínima eficaz (M x 10-6) pKa % de ionização em pH = 7 Sulfanilamida 2.500 10,5 0,03 Sulfapiridina 20 8,5 3,4 Sulfatiazol 4 6,8 61,6 Sulfadiazina 4 6,4 80,0 Os parâmetros físico-químicos são importantes na ação de um fármaco, entre eles o coeficiente de partição. Se um fármaco apresenta P = 1,37, podemos dizer que se trata de um fármaco: a) Na forma ionizada. b) Na forma não ionizada. c) Hidrofílico. d) Anfifílico. e) Lipofílico. Interatividade Os parâmetros físico-químicos são importantes na ação de um fármaco, entre eles o coeficiente de partição. Se um fármaco apresenta P = 1,37, podemos dizer que se trata de um fármaco: a) Na forma ionizada. b) Na forma não ionizada. c) Hidrofílico. d) Anfifílico. e) Lipofílico. Resposta Ação dos Fármacos: Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos Propriedades físico-químicas são responsáveis pelo efeito farmacológico Ação biológica ↔ AT alta (atuam em doses elevadas) Estruturas químicas variadas Pequenas variações na estrutura não resultam em alterações na atividade Fármacos estruturalmente inespecíficos (FEI) Fármacos estruturalmente específicos (FEE) Ação biológica decorre da estrutura química Ação biológica não depende apenas da AT Características estruturais em comum Pequenas variações na estrutura resultam em alterações na atividade Ação dos Fármacos/ FEI x FEE: Propriedades Físico-químicas e Ação de Fármacos Fonte: Livro-texto Fonte: Livro-texto F O N N O OCH2CH3 F N N N N N O ClCl diazepam midazolam flumazenil isoflurano halotano F3C F3C F O CHF2 Br Cl Coeficiente de Partição óleo: gás = 224 Coeficiente de Partição cérebro: plasma = 1,94 MAC50 = 0,7 % de 1 atm Coeficiente de Partição óleo: gás = 90,8 Coeficiente de Partição cérebro: plasma = 1,57 MAC50 = 1,15 % de 1 atm MAC50 = Concentração alveolar mínima necessária para provocar imobilidade em 50% dos pacientes Substância Afinidade do ligante, Ki (nM) Atividade intrínseca do ligante Diazepam 11,0 Agonista Midazolam 3,1 Agonista Flumazenil 1,4 Antagonista Ação dos Fármacos: Interação Fármaco-Receptor Fonte: Barreiro, 2015. Fonte: Autoria própria Fármaco/ Ligante Receptores de membrana Receptores intracelulares Proteínas carreadoras Enzimas Membranas Ácidos nucleicos micromolécula macromolécula Alvo / Sítio de ação Aproximação Complexo formado Chave Fechadura Chave modificada Agonista Natural Sítio Receptor Agonista modificado Antagonista Chave falsa Afinidade Atividade intrínseca Resposta biológica Resposta biológica Bloqueio da resposta biológica Interação Fármaco-Receptor Fármaco + Alvo de ação Complexo Fármaco-Alvo de Ação A atividade farmacológica está diretamente relacionada com a afinidade do fármaco pelo alvo de ação estabilidade do complexo fármaco-alvo de ação [fármaco].[alvo de ação] [complexo fármaco-alvo de ação] Kd = Kd expressa por Interação Fármaco-Receptor O que determina a magnitude de Kd ? Quais pré-requisitos permitem que um fármaco ligue-se forte e seletivamente a um alvo de ação? Estereoquímica Interações químicas: iônica, íon-dipolo, dipolo-dipolo, ligação de hidrogênio, Van der Waals, covalente complementaridade eletrônica e estérica Interação Fármaco-Receptor Interações Químicas: 1. Iônica 2. Dipolo-dipolo 3. Íon-dipolo 4. Ligação de Hidrogênio 5. Interação de Van der Waals 6. Covalente: Trata-se da mais forte das interações, dificilmente ela é rompida, levando à inibição enzimática irreversível ou inativação do sítio de ligação. Fonte: Livro-texto H H H N + ligante receptor O O - receptor O O - H H H N + ligante receptor O ligante O δ- δ+ δ- δ+ O O O OH HHH H HH H H H H H H HH H N N N N H H H H ligante receptor N + δ- δ+O R2 H δ+ R H R1 δ- R H R1 H δ+ δ- δ + δ-R1 H δ+ δ-H R Exemplos de Interações F-R: Interação Fármaco-Receptor Fonte: Livro-texto R R O O N N H H Asp29 Asp30 Gly27 Asp25 O N H O O OO Asp25’ 2.5Å 2.5Å 3.2Å 3.0Å 3.0Å O O OH H H N N N N O O H 3.0Å 3.6Å N N H H H R O Asp29’ 3.1Å 2.9Å CH3 CH3H3C O H H N H O H N Gly48 Gly49 saquinavir Asp = ácido aspártico Gly = glicina Fonte: Livro-texto tromboxana sintase ozagrel N N N O OH N N N S Fe +2 Fonte: Livro-texto flurbiprofeno bifase Fonte: Autoria própria Iônica Ligação de Hidrogênio Ligação de Hidrogênio Forças de Van der Waals Isômeros enantiômerosdiasteroisômeros isômeros constitucionais estereoisômeros Substâncias não idênticas que possuem a mesma fórmula molecular CH3CH2OH e CH3OCH3 Fonte: Autoria própria e HH H HMe Me Me Me CH2 CH3 CH3 CH2 CH3 CH3 OHH HHO Estereoquímica: A separação e a determinação preliminar das atividades biológicas dos isômeros é indispensável antes do lançamento do medicamento. Se os isômeros têm a mesma atividade, sua separação não é necessária, ainda que quantitativamente o grau de atividade não seja o mesmo. Se o tipo de atividade é diferente ou se um deles é tóxico, a separação torna-se obrigatória. Interação Fármaco-Receptor Fonte: Livro-texto Química Orgânica DOPA Epinefrina tóxico hormônio antiparkinsoniano tóxico S HO OH H NH2 CO2H HHO HO OH S CH3 H N H N CH3 NH2 OH OH OH OH HO H H R R HO2C Estereoquímica: Interação Fármaco-Receptor Fonte: Livro-texto Fonte: Livro-texto HIS383 HIS387 GLU384 ALA354 TYR523 PHE457 GLN281 HIS353 HIS513 LYS511 TYR520 2.54 2.69 3.11 2.11 2.32 2.10 2.73 2.66 3.07 Fonte: Parise-Filho, 2015 Fármaco trans ou E Fármaco cis ou Z Para que fármacos de uma mesma classe terapêutica sejam considerados estruturalmente específicos, eles devem: atuar em baixas doses, interagir com receptores específicos e manter características estruturais em comum a eles. A essa característica estrutural (responsável pela ação terapêutica) damos o nome de: a) Enantiômeros. b) Grupos acessórios. c) Grupo farmacofórico. d) Isomeria. e) Função orgânica. Interatividade Para que fármacos de uma mesma classe terapêutica sejam considerados estruturalmente específicos, eles devem: atuar em baixas doses, interagir com receptores específicos e manter características estruturais em comum a eles. A essa característica estrutural (responsável pela ação terapêutica) damos o nome de: a) Enantiômeros. b) Grupos acessórios. c) Grupo farmacofórico. d) Isomeria. e) Função orgânica. Resposta Envolve processos catalisados por enzimas – fígado, intestino, rins, pulmões – resultando na modificação estrutural do fármaco → Alteração da resposta biológica. Exemplo: OMS – importância dos estudos do metabolismo de fármacos: conhecimento dos fatores farmacocinéticos – segurança – realização de modificações moleculares. Metabolismo de Fármacos Fonte: Autoria própria Metabolismo de Fármacos Metabolismo de fármacos Fármaco inativo Metabólito ativo (bioativação) Fármaco ativo Metabólito ativo (toxicidade) Fármaco ativo Metabólito inativo (bioinativação) Pró-fármaco Citocromo P450 (CYP450) Fonte: https://www.rcsb.org/3d-view/1OG5/1 As diversas etapas do metabolismo têm por objetivo transformar o fármaco em metabólitos de polaridade crescente, para que possam ser excretados. O processo, normalmente, é bifásico. Fases do Metabolismo Fase I Oxidação Redução Hidrólise Desmetilação Fase II Compreende reações de conjugação ou acetilação Fases do Metabolismo Fonte: Livro-texto Fatores que afetamo metabolismo: Fatores genéticos. Fatores fisiológicos: idade, sexo, gestação, doenças, estado nutricional. Fatores farmacodinâmicos: dose, frequência e rota de administração, distribuição em tecidos, ligação a proteínas. Fatores ambientais: competição entre outras substâncias por enzimas metabolizadoras, envenenamento de enzimas por produtos tóxicos, indução de enzimas por outros fármacos ou xenobióticos. Metabolismo de Fármacos O termo anti-histamínico é relacionado a fármacos que promovem ação antagonista sobre receptores de histamina H1, H2, H3 e H4. Usos: paliativos da alergia, antitussígenos, antieméticos, cinetoses, a antiparkinsonianos e ansiolíticos Efeitos Colaterais: sedação, zumbidos, fadiga, irritabilidade, convulsões 1942 – fembenzamina → 1o anti-histamínico utilizado na terapêutica 1946 – difenildramina e tripelenamina Anti-histamínicos Relação entre Estrutura Química e Atividade Biológica – REA Fonte: Livro-texto N – mais ativos e tóxicos X O – ação sedativa pronunciada C – menos ativos Maioria dos compostos → R1 e R2 = Ar N-terminal deve ser 3a – R3 e R4 = CH3 → mais ativos Essencial: dipolo central e grupo amino-ionizável Cadeia Intermediária Ar Ar X N R2 R1 Derivados de etanolamina: Anti-histamínicos – REA Fonte: Livro-texto Sedação,efeito anticolinérgico, t 1/2 curta REA: grupo CHO cadeia de 2-3 C separando o sistema aromático da amina terminal substituinte em para no anel aromático → diminuição dos efeitos adversos Substituição de uma arila por piridil → aumento de ~40 x a ação Ar Ar 1 2 R C O N Derivados de etanolamina: Anti-histamínicos – REA Fonte: Livro-texto difenidramina bromodifenidramina carbinoxamina clemastina difenilpiralina doxilamina Derivados de etilenodiamina: Anti-histamínicos – REA Fonte: Livro-texto REA: nitrogênio como grupo conector cadeia de 2 C separando o sistema aromático da amina terminal Substituintes como -Cl, -CH3, -Br na posição para do anel aromático → aumento da ação Troca de fenila da benzamina por 2- piridil → aumento da ação R1 R2 N N Ar 1 2 Ar Derivados piperazínicos: Anti-histamínicos – REA REA: CHN como grupo conector anel piperazínico: cadeia lateral e amina terciária Fonte: Livro-texto *2ª geração – menos efeitos sedativos devido à natureza anfotérica Fonte: Livro-texto ciclizina clorciclizina buclizina meclizina Derivados de propilaminas: Anti-histamínicos – REA Fonte: Livro-texto REA: Carbono sp2 ou sp3 como grupo conector anel piperazínico: cadeia lateral e amina terciária Distância de 2 C entre o sistema aromático e a amina terciária Fonte: Livro-texto feniramina clorfeniramina bronfeniramina triprolidina pirrobutamina Exemplos de outros anti-histamínicos: Anti-histamínicos – REA Fonte: Livro-texto Derivados fenotiazínicos Segunda geração cetirizina ebastina desloratadina loratadina prometazina metildiazina Antiulcerosos: No tratamento de úlcera duodenal e gástrica Doença do refluxo do gastroesofágico (GERD) Doenças de hipersensibilidade patológica Em associação no tratamento de H. pylori H1+H2 - urticária idiopática que não responde só a H1 Anti-histamínicos – Seletivos H2 Fonte: Livro-texto Histamina Estrutura geral dos anti-histamínicos H2 REA: Anel imidazólico substituinte em C4 (R1), metila (seletivo H2) R2 = cadeia com 4 átomos, entre eles um S, e unidade polar não básica S maior potência que C Substituinte guanidina Y = grupo elétron-aceptor Anti-histamínicos – Seletivos H2 Fonte: Livro-texto ranitidina nitazidina famotidina Quando se estuda a REA dos anti-histamínicos, qual grupo ligado aos sistemas aromáticos é mais ativo e mais tóxico? a) C b) O c) S d) F e) N Interatividade Quando se estuda a REA dos anti-histamínicos, qual grupo ligado aos sistemas aromáticos é mais ativo e mais tóxico? a) C b) O c) S d) F e) N Resposta Os anti-inflamatórios são fármacos utilizados para alívio de dores, febre e inflamações e estão entre os mais prescritos do mundo para o tratamento de artrites reumatoides e de outras doenças articulares inflamatórias degenerativas. Processo inflamatório: Anti-inflamatórios Lesão Liberação de mediadores* ↑ Permeabilidade vascular e exudação Vasodilatação Migração de leucócitos, quimiotaxia e fagocitoseProliferação de células do tecido conectivo histamina, serotonina, prostaglandinas, bradicinina Classificação Química dos AINEs: Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) Indometacina Etodolaco Diclofenaco Ácidos Carboxílicos Ácido Salicílico e ésteres Ácido Acético Ácido Propiônico Ácido Fenâmico Aspirina Ácido Fenilacético Ácidos Carbo e Heterocíclico Cetoprofeno Naproxeno Ibuprofeno REA Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) Fonte: Livro-texto 1. Salicilatos: Análogos do ácido salicílico Inibidores da cicloxigenase-1 (COX-1 Fonte: Livro-texto Fonte: Livro-texto 2. Fenamatos: Análogos estruturais do ácido antranílico Ação é aumentada pela presença de halogênios ou grupos alquílicos ácido salicílico ácido acetil salicílico salicilato de metila diflunisal ácido antranílico ácido mefenâmico ácido meclofenâmico diclofenaco lumiracoxibe 3. Ácidos arilacéticos (heteroarilaacéticos): Análogos do ácido acético Substituintes na posição 2: indol, pirrol, oxazol ou indeno Grupo carboxílico essencial para a atividade Grupos metoxila em C5 e metila em C2 aumentam a atividade Grupos halogênios na posição 4 da fenila aumentam a potência Substituição do N no anel indólico por C diminui efeitos no SNC Inibidores da cicloxigenase-1 (COX-1) Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) Fonte: Livro-texto indometacina sulindaco tolmetina cetorolaco etodolaco oxaprozin 4. Ácidos propiônicos (profenos) Análogos dos ácidos arilacéticos com grupo α-metil → aumento da inibição da COX e diminuição da toxicidade Atividade anti-inflamatória reside no isômero S. Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) Fonte: Livro-texto ibuprofeno naproxeno flurbiprofeno fenoprofeno cetoprofeno suprofeno 5. Ácidos enólicos (oxicams) Sistema heterocíclico 4-hidroxibenzotiazina. A acidez dos compostos é atribuída ao grupo 4-OH (hidroxila), pka=6,3 6. Inibidores COX-2 seletivos Primeiro inibidor seletivo para COX-2 Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) Fonte: Livro-texto Fonte: Livro-textopiroxicam meloxicam Nimesulida Coxibes: São compostos o-diaril-heterocíclicos, ligados diretamente a um anel central heterocíclico. Apresentam, ainda, a presença de substituinte metilsulfona ou sulfonamida (bioisósteros) na posição-4 de um dos anéis fenila. Possui um grupo volumoso maior que os AINE’s anteriores, isso o impede de interagir com a COX-1. Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) Fonte: Livro-texto celecoxibe valdecoxibe etoricoxibe COX-1 COX-2 COX-1 COX-2 Nonselective COX inhibitor COX-2- selective inhibitor H2N O O S NN CF3 H2N O O S O N S O O CI N N Todos os corticosteroides que apresentam efeito sobre os receptores glicocorticoides possuem moléculas análogas estruturalmente ao cortisol (hidrocortisona) com algumas alterações para aumento da potencia anti-inflamatória e diminuição dos efeitos adversos indesejáveis. Anti-inflamatórios esteroidais (AIEs) REA: Todos possuem como base estrutural principal o esqueleto esteroidal 9α-F, 9a-Cl, 21-OH, 2a-CH3 → ↑ atividade (glico e mineralocorticoide) 16α-OH, 16α-CH3, 16β-CH3, 16α, 17α-cetais → diminuem atividade mineralocorticoide Dupla ligação entre C1 e C2 → ↑ atividade glicocorticoide e anti-inflamatória 6α-F → ↑ atividade glicocorticoide e anti-inflamatória Fonte: Livro-texto Fonte: Livro-texto Cortisol (Hidrocortisona) 2 1 11 12 1713 16 1514 7 6 53 4 10 8 9 A B C D O OH OHHOO REA: presença de 21 átomos de carbono; grupo cetona (carbonila –C=O) nas posições C3 e C20 grupo hidroxila (-OH) nas posições C11, C17 (α-OH) e C21 insaturação entre os carbonos C4 e C5 grupos cetona em C3 e C20 e hidroxilas em C11 e C17 é essencial para interação no receptor Anti-inflamatórios esteroidais (AIEs) Fonte: Livro-texto Cortisol (Hidrocortisona) Anti-inflamatórios esteroidais (AIEs) Fonte: Livro-texto Fonte: Livro-texto Hidrocortisona Cortisona Prednisolona Metilprednisolona Dexametasona Betametasona Valerato de Betametasona Dipropionato de Betametasona Triamcinolona Triamcinolona Acetonida Furoato de Mometasona Beclometasona Para que os AINEs não seletivos tenham ação anti-inflamatória, analgésica e antipirética, é essencial possuírem em seu farmacóforo o seguinte grupo: a) -NH2 b) -SH c) -COOH d) -CH3 e) -piperazina Interatividade Para que os AINEs não seletivos tenham ação anti-inflamatória, analgésica e antipirética, é essencial possuírem em seu farmacóforo o seguinte grupo: a) -NH2 b) -SH c) -COOH d) -CH3 e) -piperazina Resposta BARREIRO, E. J.; FRAGA, C. A. M. Química medicinal. As bases moleculares da ação dos fármacos. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. KOROLKOVAS, A.; BURCKHALTER, J. H. Química farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. LEMKE, T. L.; WILLIAMS, D. A.; FOYE, W. Principles of medicinal chemistry. 7. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2013. PATRICK, G. L. An introduction to medicinal chemistry. Oxford: Oxford university press, 2013. Referências ATÉ A PRÓXIMA!