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G2 Ética Cristã

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CRE1141 - Ética Cristã
Ana Beatriz de Oliveira Matrícula: 2012761
A ética social, em seu sentido mais amplo, é tema de debates e estudos desde
que a humanidade passou a se organizar em comunidades. Seja na filosofia grega
clássica, nas religiões orientais e ocidentais, bem como na percepção de determinadas
tribos africanas, a ética sempre esteve presente no centro das discussões sobre
individualismo e coletivismo humano. As distintas percepções que cada grupo concluirá
sobre este tema estarão pautadas nas mesmas divergências culturais, religiosas e
políticas presentes em cada um deles. Ou seja, cada cosmovisão específica conduzirá às
conclusões do que seria a ética e como manifestá-la.
Em via de regra, nas mais variadas vertentes, a ética se apresenta como um
conceito intrincado e profundo, mas que pode ser vislumbrado pela busca daquilo que é
bom, que contempla a boa moral humana. Para isso, este conjunto adequado de normas
e comportamentos sociais deve estar amparado por racionalidade, reflexão e
autoconsciência, isto é, pressupõe-se um agir intencionado de bons costumes éticos.
Portanto, será no livre arbítrio bem-intencionado que o ser humano expressará sua
dignidade e o sentido da vida, na medida em que almeja a realização social e pessoal.
A partir disso, observando a passagem de Jesus Cristo pela Terra, conclui-se que
seus atos foram, à época, revolucionários, uma vez que alterou paradigmas e valores
vigentes, além de estarrecer autoridades institucionais com suas condutas, resultando
em sua execução.
Jesus de Nazaré qualifica em igualdade aqueles que até ali foram plenamente
marginalizados e ignorados, Ele realizou a comunhão dos desprezados. A ética do amor
e da felicidade de Cristo substituiria a ética do dever, e serviria como marco para seus
anos terrenos. Jesus propôs o amor vivido e demonstrado, puro. Propôs a libertação de
tudo aquilo que estigmatiza o Homem e impede a vida plena: a ganância, a indiferença,
o egoísmo, a maldade... Dessa forma, centrado nas relações interpessoais igualitárias e
solidárias, na alegria de viver e no gozo de estar vivo existir, Jesus estabeleceu um novo
padrão ético.
Com as bases da ética cristã em mente, podemos observar agora uma filosofia
moderna de convívio coletivo e aprimoramento social e pessoal, o Ubuntu. Esta
doutrina surge a partir dos ideais dos povos Bantus, grupo étnico africano localizado na
África Subsaariana. Os Bantus suscitam em seus pensamentos, ainda que
despretensiosamente, muitos princípios similares aos da Ética Cristã, orientados por
uma visão coletiva de paz, harmonia e solidariedade entre os povos e indivíduos.
O Ubuntu teve como uma de suas forças motrizes a promoção da união entre
tribos e distintas comunidades, já que efervesceu especialmente no contexto de
Apartheid na África do Sul. Isto é, se notabilizou por ser uma filosofia conciliadora, em
oposição ao individualismo e seus principais mantras (Eu Sou Porque Você É e Eu Sou
Porque Nós Somos) dão contas desses referidos aspectos. Além disso, o Ubuntu se
propõe a reforçar o caráter “pluriversal” das sociedades, bem como a forma orgânica de
solidariedade e consciência coletiva que delas se é esperado.
Estamos inseridos em comunidades distintas, mas em um mundo compartilhado,
mundo este repleto de pobreza, barbáries e desigualdades. A Ética Cristã e o Ubuntu se
aproximam em pontos basilares de suas filosofias e muito têm a contribuir para
solucionar o caos humanitário. Em contrapartida, por um escopo mais íntimo, o
progresso pessoal está diretamente relacionado ao progresso coletivo e ambas as
doutrinas reconhecem isso, evidenciando a necessidade de caridade e solidariedade para
com o próximo. Em síntese, ajudar o outro é como ajudar a humanidade e ajudar a nós
mesmos.
Como destacado por Getrude Matshe, filósofa do Ubuntu, a humanidade
funciona como um grupo de células, precisamos um dos outros para manter e aprimorar
nosso bem-estar, tanto físico quanto mental e espiritual. Tal perspectiva do Ubuntu não
poderia estar mais próxima dos princípios da Ética de Jesus de Nazaré.

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