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05 - Aula

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DESCRIÇÃO
As características das doenças agressoras do sistema imunológico e os efeitos da atividade
física em sua prevenção e tratamento.
PROPÓSITO
A compreensão das caraterísticas de doenças agressoras do sistema imunológico,
particularmente o vírus da imunodeficiência humana e a síndrome da imunodeficiência
adquirida (HIV-AIDS) e a covid-19, faz-se importante devido às situações de gerenciamento de
programas de atividades físicas para grupos com essas condições em sua atuação
profissional.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar etiologia, fisiopatologia, características clínicas do HIV-AIDS e benefícios e
características de programas de exercícios para o seu tratamento
MÓDULO 2
Reconhecer etiologia, fisiopatologia, características clínicas da covid-19 e benefícios e
características de programas de exercícios para o seu tratamento
INTRODUÇÃO
Neste conteúdo, você vai estudar os efeitos da atividade física em pacientes com HIV-AIDS e
covid-19, doenças infectocontagiosas que reduzem de forma significativa a nossa resposta
imunológica. Partindo da premissa de que o exercício físico melhora a resposta fisiológica de
todos os sistemas corporais, vamos verificar como a prescrição adequada do exercício físico
pode melhorar a saúde e a qualidade de vida desses pacientes.
ATIVIDADE FÍSICA E HIV-AIDS
MÓDULO 1
 Identificar etiologia, fisiopatologia, características clínicas do HIV-AIDS e benefícios e
características de programas de exercícios para o seu tratamento
A prática regular de exercícios físicos é uma estratégia que ajuda a diminuir o risco de
desenvolvimento e a complementar o tratamento de doenças crônicas, incluindo
acometimentos cardiovasculares, metabólicos e locomotores.
Podemos pensar que muitas dessas doenças ocorrem em indivíduos portadores do vírus da
imunodeficiência humana – HIV. Além disso, há evidências de que o sistema imune desses
pacientes pode se beneficiar dos efeitos da atividade física (WHO, 2020a). Essas
possibilidades justificam o estudo dos possíveis efeitos da prática regular de exercícios em
pessoas com o HIV ou já tendo desenvolvido a síndrome da imunodeficiência adquirida –
AIDS.
 SAIBA MAIS
Nos primeiros anos após sua identificação, a AIDS era uma doença que progredia rapidamente
até o óbito. Porém, o tratamento evoluiu muito. Desde o advento da terapia antirretroviral –
TARV, houve uma redução na morbidade e letalidade associadas à infecção pelo HIV,
principalmente, devido ao tratamento universalizado no SUS (BRASIL, 2019).
A TARV é composta por tipos variados de medicamentos para inibir a fixação do vírus nas
células e sua multiplicação. Essa terapia promove uma reconstituição imunológica,
principalmente com o aumento significativo nos linfócitos TCD4+. Com a melhora do
prognóstico da doença, as expectativas também mudaram, passando a refletir a possibilidade
de se viver por muitos anos com o HIV. Por outro lado, embora a expectativa de vida das
pessoas vivendo com HIV – PVHIV tenha aumentado, deve-se reconhecer que isso deu
margem ao aparecimento de efeitos colaterais.
A infecção prolongada pelo HIV e a toxicidade do tratamento medicamentoso estabeleceram
novas preocupações associadas a distúrbios como a resistência à insulina, dislipidemia,
disfunção endotelial ou disfunção autonômica, vinculados ao aumento do risco de doenças
cardiovasculares.
OS IMPACTOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA
NACIONAL DE DISTRIBUIÇÃO DE DROGAS
ANTIRRETROVIRAIS
No Brasil, em 1996, teve início o programa nacional de distribuição de drogas antirretrovirais, o
que reduziu drasticamente a taxa de internações hospitalares e a mortalidade devido à AIDS
(PINTO NETO, 2021), e desde então a epidemia de HIV/AIDS é considerada estável. A
prevalência de HIV na população em geral é de 0,4.
Dados oficiais indicam que, entre 2012 e 2018, houve uma diminuição da taxa de detecção de
AIDS no país da ordem de 17%, passando de 21,4 para 17,8 a cada 100.000 habitantes. Essa
redução tem sido mais acentuada desde a recomendação de tratamento para todos os casos
que foi implementada em 2013, independentemente dos níveis de linfócitos TCD4+.
O nível de atendimento também é alto; em 2018, havia cerca de 900 mil PVHIV; destas, 85%
estavam diagnosticadas; 81% estavam vinculadas a algum serviço de saúde; e 71% contavam
com acompanhamento sistemático de sua condição de saúde por serviços de saúde. A
cobertura de TARV era de 66%, e a supressão viral (carga viral inferior a 1.000 cópias/ml) foi
identificada em 62% entre todos os pacientes (BRASIL, 2019).
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Embora sem cura, a expectativa de vida dos portadores do HIV aumentou nos últimos anos, de
tal forma que alguns autores sugerem que a doença já poderia ser encarada como um distúrbio
crônico. O perfil da epidemia alterou-se nas regiões em que há acesso à nova geração de
medicamentos.
Em um contexto no qual o acompanhamento e tratamento dos pacientes vêm se
universalizando por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), é compreensível que tenha
crescido a preocupação com os efeitos colaterais da doença em longo prazo. Para as PVHIV,
os modos de vida podem ter grande influência na evolução da doença, sendo mesmo
determinantes no sucesso do tratamento e na manifestação dos efeitos colaterais. Entre os
aspectos, estão as relações entre a prática de exercícios físicos e a evolução do quadro clínico
da infecção.
Nos últimos anos, recomendações ou posicionamentos oficiais sobre a prescrição de
exercícios para PVHIV foram publicados (BRASIL, 2012; WHO, 2020a). Sabe-se que a doença
afeta o sistema imune, diminuindo o potencial de defesa do organismo. As atividades físicas
muito intensas ou em volume excessivo podem comprometer a atividade de células associadas
à função imunológica, produzindo janelas imunológicas indesejáveis nesses pacientes.
Visto que as condições funcionais dos pacientes com AIDS são frequentemente frágeis, pode-
se pensar que esforços físicos muito intensos ou extenuantes promoveriam um prejuízo a um
sistema imune já combalido. Entretanto, as evidências na literatura revelam que, ao ser
praticada em doses adequadas, a atividade física não acarreta prejuízos à função imunológica,
contribuindo com a melhoria das condições físicas e funcionais, ao mesmo tempo em que
reduz fatores de risco para doença cardiovascular (WHO, 2020a).
A questão que permanece é: quais seriam o volume e intensidade ideais de treinamento,
em termos de relação dose-resposta, para que se induzam efeitos desejáveis sobre a
aptidão funcional e condição clínica, sem prejuízo de indicadores imunológicos?
 COMENTÁRIO
Pode-se dizer que ainda há dúvidas sobre o tipo de exercício físico a prescrever e a natureza
do seu impacto sobre a qualidade de vida de PVHIV. Vamos discutir essas questões. Para
tanto, veremos as características etiológicas e clínicas da doença, para estabelecer algumas
relações entre exercício físico e AIDS. Enfim, sumarizam-se as recomendações quanto à
prescrição do exercício para esse grupo de pacientes.
ETIOLOGIA E SINTOMAS DA AIDS
A identificação do HIV e da AIDS data dos anos 1980. Em 1983, o HIV-1 foi isolado pelos
pesquisadores Luc Montagnier (França) e Robert Gallo (EUA), recebendo os nomes de LAV,
lymphadenopathy associated virus, ou vírus associado à linfadenopatia e HTLV-III, human t-
lymphotrophic virus ou vírus t-linfotrópico humano tipo lll, respectivamente (BRASIL, 2003).
Em 1986, um segundo retrovírus com características semelhantes ao HIV-1 foi identificado,
recebendo o nome de HIV-2. Começava-se a identificar um padrão etiológico e fisiopatológico
nos pacientes infectados por essas cepas; assim, um comitê internacional recomendou o termo
HIV para designar essa categoria geral de retrovírus, reconhecendo-se que seria capaz de ser
transmitido entre humanos.
 SAIBA MAIS
O HIV se originou de primatas não humanos da África. Em comum, todos os vírus dessa
família precisam de uma enzima denominada transcriptase reversa para replicar-se. Essaenzima é responsável pela transcrição do RNA viral para uma cópia DNA, que se integra ao
genoma do hospedeiro. Todas as cepas têm a capacidade de infectar linfócitos por meio dos
receptores CD4.

O corpo reage diariamente a ataques de agentes externos, como as bactérias, vírus e outros
micróbios, por meio do sistema imunológico.
Essa complexa barreira é formada por milhões de células de diferentes tipos e funções,
responsáveis por garantir a defesa do organismo e manter o corpo livre de doenças.


Entre as células de defesa estão os linfócitos TCD4+, principais alvos do HIV, glóbulos brancos
que organizam e comandam a resposta diante dos agressores.
Produzidos no timo, eles aprendem a memorizar, reconhecer e destruir os microrganismos
estranhos que entram no corpo.

 VOCÊ SABIA
O HIV tem sobrevivência curta em meio livre; os estudos indicam que em poucas horas fora do
corpo o vírus apresenta-se inativo, ainda que partículas virais possam ser identificadas durante
até 15 dias. Entretanto, ao penetrar no corpo, encontra condições para multiplicar-se.
O ciclo do HIV nas células humanas inicia-se pela ligação das suas proteínas com receptores
específicos, principalmente nos linfócitos TCD4+. Uma vez que o envelope do vírus se funde
com a membrana da célula hospedeira, as proteínas virais são liberadas, com transcrição do
RNA viral em DNA complementar por meio da ação da enzima transcriptase reversa.
Esse DNA complementar migra para o núcleo da célula, integrando-se ao DNA original. Com
isso, a célula infectada começa a sintetizar proteína viral, formando a estrutura externa de
outros vírus que serão liberados pela célula hospedeira, para o que concorrem as enzimas
proteases. Em consequência, novas células são infectadas, comprometendo-se o sistema
imunológico em geral. O sistema de defesa vai perdendo a capacidade de responder
adequadamente, tornando o organismo mais vulnerável a doenças.
A figura a seguir ilustra a sequência de eventos pela qual o HIV infecta as células e se
multiplica.
 Esquema do ciclo do HIV.
A infecção pelo HIV leva à redução da quantidade de linfócitos TCD4+ por diversos
mecanismos, entre eles a apoptose de células espectadoras, a morte viral de células
infectadas e destruição por parte de linfócitos T citotóxicos CD8+, que reconhecem as células
infectadas como agressoras.
Quando a capacidade de combate aos agentes externos pelo sistema imunológico torna-se
baixa, o indivíduo passa a desenvolver doenças que poderiam ser evitadas, as chamadas
infecções oportunistas. Nessa fase, diz-se que o portador do HIV desenvolveu a AIDS. Logo,
nem todos as PVHIV têm AIDS.
O tratamento medicamentoso da doença é realizado em qualquer fase, seja impedindo a
modificação do DNA da célula hospedeira ou inibindo a produção de novas partículas virais.
Esse é o caso dos inibidores de enzimas como a transcriptase reversa ou protease.
Inibidores de fusão e integrase também vêm sendo utilizados, com o objetivo de interferir na
entrada do HIV em células e inibir a fusão das membranas viral e celular (BRASIL, 2012).
FORMAS DE TRANSMISSÃO
As principais formas de transmissão do HIV são o contato sexual, contato com sangue ou
hemoderivados (transfusão, usuários de drogas injetáveis, acidentes de trabalho etc.) ou
vertical (da mãe para o filho, durante a gestação, parto ou aleitamento). O HIV está presente
em grande concentração nesses fluidos corporais, tanto na forma de partículas livres quanto
em células imunitárias infectadas.
 COMENTÁRIO
Compreende-se o porquê de as principais estratégias de prevenção da doença incluírem o uso
de preservativos, agulhas e seringas esterilizadas ou descartáveis, controle da qualidade do
sangue e derivados, adoção de cuidados na exposição ocupacional e manejo das doenças
sexualmente transmissíveis.
O risco de transmissão por suor, saliva ou lágrimas é mínimo, em virtude da extremamente
baixa concentração de vírus nesses fluidos corporais. Isso é especialmente importante para
desmistificar o receio injustificado que algumas pessoas ainda têm de se exercitarem em locais
frequentados por PVHIV. Na verdade, nunca foi registrada contaminação por essas vias.
DETECÇÃO DO VÍRUS
A detecção da infecção pelo HIV pode ser feita de maneira precoce. O intervalo entre a
infecção até a primeira detecção de anticorpos para os vírus produzidos pelo sistema de
defesa do organismo é de aproximadamente 30 dias. Porém, esse período pode variar,
dependendo da reação individual à infecção e do tipo do teste.
Para reduzir os resultados falsos-negativos, recomenda-se a repetição dos testes em um
intervalo de 30 dias em caso de suspeita de contato com o vírus. É importante ressaltar que,
mesmo no período em que não consegue ser detectado, o HIV já pode ser transmitido. A carga
viral pode existir, ainda que anticorpos não tenham sido produzidos em quantidade suficiente
para a detecção. Os testes de anticorpos quantificam a resposta do hospedeiro contra o vírus,
e não o vírus diretamente.
 ATENÇÃO
Em caso de suspeita de contato com o vírus, deve-se ter precaução com o contágio de
terceiros, ainda que o resultado de testes iniciais de anticorpos para o HIV tenha sido negativo.
Em PVHIV, testes adicionais são aplicados para um melhor entendimento da evolução da
doença. Entre esses, os mais usuais são:
TESTES DE AMPLIFICAÇÃO DO GENOMA DO VÍRUS,
PARA AVALIAÇÃO DA CARGA VIRAL
Neles, valores elevados para as partículas virais circulantes relacionam-se com maior risco de
progressão da infecção para a AIDS, independentemente da contagem de linfócitos TCD4+.
CONTAGEM DE CÉLULAS CD4+ EM SANGUE
PERIFÉRICO, PARA AVALIAÇÃO DA
IMUNOCOMPETÊNCIA CELULAR
Neste, busca-se avaliar a integridade do sistema imunológico.
Esses exames são repetidos periodicamente como parte do acompanhamento dos pacientes,
sendo mais frequentes no início ou mudança de TARV. Os pontos de corte para interpretação
são exibidos no quadro a seguir.
Carga Viral
< 10.000 cópias de RNA/ml
≥ 10.000 e ≤ 100.000 cópias de RNA/ml
> 100.000 cópias de RNA/ml
Contagem de linfócitos TCD4+
≥ 500 células/mm3
≥ 200 e < 500 células/mm3
≥ 50 e < 200 células/mm3
< 50 células/mm3
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javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
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 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Interpretação de exames de carga viral e de contagem de linfócitos TCD4+. Adaptado de
Brasil, 2003.
< 10.000 CÓPIAS DE RNA/ML
Interpretação: Risco baixo de piora da doença.
≥ 10.000 E ≤ 100.000 CÓPIAS DE RNA/ML
Interpretação: Risco moderado de piora da doença.
> 100.000 CÓPIAS DE RNA/ML
Interpretação: Risco alto de piora da doença.
≥ 500 CÉLULAS/MM3
Interpretação: Risco baixo de piora da doença. Boa resposta às imunizações de rotina.
≥ 200 E < 500 CÉLULAS/MM3
Interpretação: Surgimento de sinais e sintomas menores ou alterações constitucionais, com
risco moderado de doenças oportunistas. São comuns afecções como candidíase oral, herpes
simples recorrente, herpes zoster, tuberculose, leucoplasia pilosa ou pneumonia bacteriana.
≥ 50 E < 200 CÉLULAS/MM3
Interpretação: Alta probabilidade de doenças oportunistas como pneumocistose, toxoplasmose
do sistema nervoso central, neurocriptococose, histoplasmose ou citomegalovirose localizada.
< 50 CÉLULAS/MM3
Interpretação: Grave comprometimento imunológico, com alto risco de doenças oportunistas
como citomegalovirose disseminada, sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodgkin e infecção por
micobactérias atípicas. Micobactéria é um gênero de actinobactérias bacilares, aeróbicas,
imóveis e altamente patogênicas causadoras de diversas doenças, como lepra e tuberculose.
Alto risco de vida com baixa sobrevida.
FASES DE MANIFESTAÇÃO DA DOENÇA
O tempo de sobrevida de PVHIV está associado à progressão da infecção e ao momento de
início do tratamento. Pacientes que iniciam o tratamento com contagem de linfócitos TCD4+acima de 200 cel/µL têm maior chance de alcançar valores acima de 500 cel/µL, considerados
aceitáveis para a resposta imune.
 SAIBA MAIS
Valores baixos de células TCD4+ agregados a outros danos à função adaptativa do sistema
imune são características de um processo denominado imunossenescência, presente em
populações idosas e que tem sido comparado aos prejuízos causados pelo efeito combinado
da infecção por HIV e TARV em longo prazo.
As manifestações clínicas do HIV abrangem diversas fases, que dependem da resposta
imunológica individual e da intensidade de replicação viral. Em geral, as primeiras semanas
correspondem a um quadro agudo de infecção, sobrevindo então uma fase assintomática que
pode durar anos antes do desenvolvimento da AIDS. A infecção aguda ocorre em mais da
metade dos pacientes, sendo pouco diagnosticada, por confundir-se com outras doenças
infecciosas.
Os sintomas manifestam-se de cinco a 30 dias depois do contato com o vírus, caracterizando-
se por resposta imune intensa e viremia elevada. Nesse período, há uma diminuição rápida dos
linfócitos TCD4+, seguida de recuperação parcial. Paralelamente, há aumento na quantidade
dos linfócitos TCD8+, em virtude de reação imune às células TCD4+ infectadas.
 ATENÇÃO
Os sintomas são observados no pico desse processo, resolvendo-se espontaneamente em
duas a três semanas e assemelhando-se na maior parte das vezes a quadros gripais mais ou
menos graves, ainda que outros tipos de infecções possam se manifestar (faringite, mialgia,
artralgia, ulcerações na pele, boca, esôfago ou genitália, perda de peso, náuseas e vômitos
etc.).
A fase assintomática também é chamada de período de latência. No caso de indivíduos não
tratados, o tempo médio entre o contágio pelo HIV e o aparecimento da AIDS situa-se em torno
de dez anos. Enquanto a infecção progride, ocorre queda gradual das células TCD4+, com
aparecimento intermitente de infecções ou recidiva de infecções antigas, como tuberculose ou
herpes zoster.
Podem surgir sinais e sintomas como febre baixa, perda de peso, sudorese noturna e fadiga,
além de diarreia, cefaleia e leucoplasia e candidíase oral. Manifestações de imunodeficiência
moderada podem ocorrer nessa fase da doença.
A fase sintomática caracteriza-se por manifestações de imunodeficiência avançada, com o
aparecimento de infecções oportunistas ou neoplasias. Dependendo do grau de
imunossupressão e especificidades, podem ocorrer uma ou várias infecções ao mesmo tempo,
e queixas como sudorese noturna, fadiga, emagrecimento e diarreia são comuns.
A perda de peso é uma das condições definidoras da AIDS; a diminuição involuntária de mais
de 10% do peso habitual caracteriza o que se denomina síndrome consumptiva, ou de wasting,
quando associada a diarreia crônica (dois ou mais episódios por dia com duração ≥ 1 mês ou
fadiga crônica e febre ≥ 1 mês).
 SAIBA MAIS
Doenças oportunistas são aquelas que se desenvolvem em virtude das alterações
imunológicas pela ação do HIV. Em geral são infecciosas, mas diversas neoplasias são
consideradas oportunistas, como é o caso do sarcoma de Kaposi ou linfomas não Hodgkin.
As infecções oportunistas são frequentemente causadas por microrganismos que,
habitualmente, não seriam capazes de provocar doenças em pessoas com sistema imune
preservado (não patogênicos). Microrganismos patogênicos também podem desencadear
infecções oportunistas; no entanto, a gravidade é maior do que em condições normais.
A infecção prolongada pelo HIV aliada à TARV produz efeitos adversos que contribuem para
um maior risco cardiovascular, menor aptidão funcional e problemas de ordem psicológica e
social (WHO, 2020a). São problemas de longo prazo, decorrentes da ação inflamatória do HIV
e toxicidade dos medicamentos.
 EXEMPLO
Entre os mais mencionados na literatura, destacam-se a lipodistrofia, doenças
cardiovasculares, alterações metabólicas, ósseas e renais (BRASIL, 2012).
ENTENDA A SÍNDROME DA LIPODISTROFIA
A síndrome da lipodistrofia caracteriza-se por uma redistribuição da gordura corporal com
acúmulo de gordura visceral, principalmente na região abdominal e dorso-cervical e lipoatrofia
periférica, com perda de gordura na face e nos membros. A distribuição de gordura ocorre de
forma anômala, com redução do tecido adiposo subcutâneo periférico (lipoatrofia) e acúmulo
de gordura central (lipo-hipertrofia). Além disso, a síndrome lipodistrófica inclui mudanças
metabólicas, como resistência à insulina, hiperlipidemia e, raramente, acidose lática, podendo
levar os pacientes a óbito.
Vários estudos relataram redução na qualidade de vida em pacientes com lipodistrofia, levando
a problemas na adesão à TARV e aumentando o risco cardiovascular (BROWN, 2016).
Estratégias para a prevenção e tratamento da lipodistrofia têm apresentado sucesso clínico
limitado. As recomendações geralmente incluem mudança na TARV, dieta, drogas
hipolipemiantes, modificações do estilo de vida e aumento dos níveis de atividade física, com
efeitos benéficos sendo observados em fatores de risco ligados à síndrome e na composição
corporal (WHO, 2020a).
Antigos problemas causados pelo HIV concomitantes à redução da aptidão física e funcional,
como a osteopenia e sarcopenia, continuam merecendo preocupação em termos de
morbimortalidade e qualidade de vida.
OSTEOPENIA
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A osteopenia aumenta o risco de fraturas. A infecção pelo HIV predispõe à osteopenia em
virtude da produção de citocinas pró-inflamatórias, alterações do metabolismo da vitamina D e
da função mitocondrial.
Em relação à TARV, a degradação dos ossos parece ser maior entre os usuários de inibidores
de protease. Assim, as PVHIV costumam apresentar alta prevalência de alterações
desfavoráveis na densidade mineral óssea, inclusive osteoporose. Estudos recentes indicam
que isso é menor entre praticantes de atividades físicas (PAZ, 2021).
SARCOPENIA
A sarcopenia associa perda de massa e força musculares e limitações funcionais. Em PVHIV,
a perda de massa muscular leva ao que se conhece como síndrome consumptiva, também
conhecida como síndrome de wasting ou do definhamento. É uma condição em que a perda
involuntária de peso é superior a 10% da massa total, com atrofia muscular e redução da
massa magra graves.
Entre as causas, há o estresse associado ao combate do sistema imunológico ao vírus,
causando a degradação de fibras musculares e outros tecidos, que servirão de substrato
energético para atender a essa demanda. A adaptação ao uso dos antirretrovirais e a resposta
imunológica à infecção podem causar febre, diarreia, vômitos, perda de apetite e fraqueza,
contribuindo para esse quadro.
Embora a perda de massa magra associe-se com a progressão da infecção, estudos
demonstram que ocorrem estágios assintomáticos do HIV e durante o tratamento prolongado
com TARV (PINTO, 2013).
Há evidências de que exercícios de força podem contribuir significativamente para a
preservação da força e massa muscular de PVHIV (WHO, 2020a), auxiliando decisivamente
para a prevenção da síndrome consumptiva.
As modificações nos hábitos de vida podem acarretar impactos psicossociais que merecem
atenção. A perda da capacidade funcional e a lipodistrofia podem associar-se negativamente à
imagem corporal e autoestima de PVHIV, interferindo nas dimensões afetiva, sexual, social,
profissional, levando à depressão e isolamento. Além disso, modificações acentuadas na
massa magra e distribuição da gordura podem levar o paciente à revelação forçada do
diagnóstico e reduzir a aderência ao tratamento com TARV.
O treinamento físico, em virtude dos efeitos sobre a distribuição da gordura, massa muscular e
funcionalidade, contribui com maior percepção de autoeficácia e bem-estar, sendo uma
estratégia importante para a melhoria da sua qualidade de vida em geral.
EXERCÍCIO FÍSICO E HIV
As defesas do sistema imunológico se manifestam em dois estágios, a imunidade inata e a
imunidade adquirida.
A imunidade inata incluias barreiras físicas e químicas aos agentes externos, bem como a
ação de macrófagos, células dendríticas, células natural killers (NK), neutrófilos e proteínas
como as citocinas ou interleucinas (ILs).

A imunidade adquirida (sistema imune adaptativo) adapta-se permanentemente aos estímulos
externos, incluindo a ação de linfócitos T (CD4+ e CD8+), linfócitos B e seus produtos, como os
anticorpos e citocinas e as vacinas.
Durante a atividade física, ocorrem respostas do sistema imunológico ao estresse representado
pelo trabalho, e as respostas das diversas células de defesa são diferenciadas. A resposta
durante os esforços físicos é modificada por fatores como o tipo de atividade física,
intensidade, duração e o horário de realização. Dentre esses, o volume total parece ser o
determinante, em virtude de alterações hormonais.
Alguns estudos sugerem que o treinamento muito intenso ou com volume excessivo possa
deprimir o sistema imune, enquanto o treinamento moderado talvez melhore a sua atividade
(MACKINNON, 2000). Apesar de diversos componentes do sistema imune inato e adaptativo
permanecerem suprimidos até muitas horas após um exercício intenso, essa resposta parece
transiente e não se sabe até que ponto pode se refletir em aumento real de risco para
infecções.
No que diz respeito aos efeitos imediatos, a produção de catecolaminas e cortisol altera a
circulação e atividade de células responsáveis pela primeira barreira de defesas contra
infecções, como as NK, neutrófilos ou macrófagos e os leucócitos TCD4+ e TCD8+.
 ATENÇÃO
Exercícios intensos podem repercutir negativamente sobre a produção de citocinas que
estimulam o sistema imune e na concentração de imunoglobulinas. As evidências indicam que
a atividade dessas células reduz após exercícios extenuantes, mas não moderados, por
períodos que vão de algumas horas até dias. Em geral, pode-se pensar que isso aumenta o
risco de infecções, mas não ocorreria após exercícios de intensidade e duração moderada.
Estudos recentes indicam que os efeitos dos exercícios ocorrem no sentido inverso, com
benefícios demonstrados na quantidade e atividade dos componentes da imunidade inata - NK,
e adquirida, como os linfócitos (SOUZA, 2021).
A redução transitória da imunidade após exercícios com intensidade e duração elevadas levou
à proposição da Teoria da janela aberta, que diz que as mudanças no sistema imunológico,
após cada sessão de treinamento, acarretariam um período em que a susceptibilidade a
infecções, principalmente respiratórias como resfriados, aumentaria.
Durante esse tempo de imunodepressão, os vírus teriam maior facilidade de invadir o
hospedeiro. Assim, após sessões extenuantes de treinamento, sobreviria uma redução na
capacidade de o sistema imunológico reagir, o que, dependendo do tipo de esforço e
condicionamento do praticante, poderia durar de algumas horas até alguns dias. Esse maior
risco de infecções é proporcional à frequência dos esforços físicos desse tipo, ou seja, quando
o indivíduo se expõe a ciclos repetidos de treinamento de alta intensidade. Veja a teoria da
janela aberta.
 Teoria da Janela Aberta
Se os estudos disponíveis indicam que o sistema imune tem sua capacidade de reação
reduzida após atividades físicas muito intensas ou prolongadas, isso não ocorre após
atividades físicas moderadas. Além do mais, em indivíduos que realizam exercício moderado
de forma regular, o sistema imune passaria por melhorias em sua atividade, com provável
aumento da proteção contra infecções (FARINATTI, 2008).
Alguns estudos investigaram se a prática regular de exercício poderia auxiliar na resposta
imune de PVHIV (SOMARRIBA, 2010). Apesar dos resultados divergentes sobre essa questão,
há consenso no sentido de que, no pior dos casos, a prática de atividades físicas com volume e
intensidade moderados não acarreta prejuízos.
 VOCÊ SABIA
A maior parte dos estudos não demonstrou aumento na quantidade de células TCD4+ ou
diminuição da carga viral em resposta ao treinamento físico, apesar da tendência favorável em
alguns ensaios experimentais (FARINATTI, 2010), mas não há evidências de que exercícios de
intensidade e duração moderada acarretam prejuízo nesse importante aspecto das PVHIV.
Assim, seria prudente a recomendação de exercícios físicos moderados, uma vez que os riscos
de diminuição do sistema imunológico seriam menores e os estudos indicam que exercícios
com intensidade moderada podem ser realizados sem nenhuma mudança considerável na
contagem das células TCD4+ ou na relação CD4/CD8. Isso é importante, pois essas células
são as mais afetadas pelo vírus.
Em relação à carga viral, os resultados são inconclusivos. Em pacientes com carga viral
moderada a elevada, exercícios de intensidade moderada a intensa parecem não ter
repercussão, ao passo que aqueles cuja carga viral é muito baixa ou indetectável seriam mais
suscetíveis a elevações devidas a cargas extenuantes.
Em geral, programas de exercícios com intensidade moderada e duração média são
recomendáveis para PVHIV. Por outro lado, exercícios de intensidade alta, duração
prolongada, com dispêndio energético e estresse físico elevado, levam à maior liberação de
hormônios adrenérgicos e cortisol, aumentando a possibilidade de janelas imunológicas a
pacientes que já se encontram deficitários em termos imunológicos, de recuperação muscular e
absorção de nutrientes (PAES; BORGES, 2010).
 SAIBA MAIS
A evolução da infecção pelo HIV pode provocar alterações psicológicas, com impacto na vida
social. Uma pesquisa com a população brasileira revelou que indivíduos infectados há mais
tempo apresentavam pior autoimagem do que pacientes recentes, vendo-se mais magros e
abatidos. Isso demonstra a importância de começar um programa de exercícios físicos em
estágios iniciais da infecção.
Laperrière e colaboradores (1994) propuseram um modelo de exercício e
psiconeuroimunologia para descrever as relações entre o exercício e os aspectos psicológico,
endócrino e imunológico e demonstraram que o treinamento talvez contribua com a melhora de
estados afetivos negativos, aumente a liberação de opioides endógenos e reduza a atividade
dos sistemas adrenocortical, pituitário e hipotalâmico, ou seja, a atividade física teria potencial
para moderar as sequelas psicológicas e fisiológicas de doenças como a AIDS.
Conclui-se que o exercício induz respostas positivas, contribuindo para melhor aptidão
funcional e o bem-estar geral das PVHIV. Uma vez prescritos com intensidade e volume
compatíveis com as condições do paciente, os programas devem induzir efeitos similares aos
observados em sujeitos não infectados, sem prejuízo no sistema imunológico.
RECOMENDAÇÕES PARA ATIVIDADE
FÍSICA EM PACIENTES COM HIV-AIDS
As últimas recomendações da OMS (2020a) referentes às atividades físicas e ao
comportamento sedentário reconheceram que o treinamento pode melhorar a aptidão física e a
saúde mental, sem comprometer a progressão da doença em PVHIV. Por outro lado, o
comportamento sedentário aumenta o risco de doença cardiovascular e metabólica, além de
problemas relacionados à perda de massa magra e integridade óssea. Assim, são indicadas
intervenções que incrementam a aptidão cardiorrespiratória e locomotora dos pacientes,
contribuindo com sua tolerância ao esforço e força muscular, reduzindo fatores de risco
cardiovascular e atenuando sintomas psicológicos que comprometam a vida social.
As evidências sugerem que a infecção pelo HIV não é afetada negativamente pelo treinamento
físico e que muitos efeitos colaterais decorrentes do vírus e do tratamento com TARV são
atenuados, nas dimensões biológica, psicológica e social.
Diversas modalidades de exercícios provocam efeitos favoráveis na qualidade de vida e saúde
de PVHIV. Sugere-se que as rotinas de treinamento incluam exercícios isolados ou
combinados a exercícios resistidos, com intensidade moderada (50-75% da capacidade
máxima) em sessões de ao menos 30 minutos, três vezespor semana, com efeitos benéficos a
partir de 12 semanas de intervenção (O’BRIEN, 2016).
 EXEMPLO
As respostas ao treinamento aeróbio de PVHIV equivalem àquelas exibidas por indivíduos não
portadores do vírus (BRASIL, 2012). O volume total de exercícios deve situar-se entre 150 e
300 minutos por semana, com exercícios resistidos sendo incluídos em pelo menos dois dias.
As evidências do efeito isolado do treinamento resistido sobre indicadores de saúde e
qualidade de vida de PVHIV ainda são insuficientes para que se proponham recomendações
nesse sentido (WHO, 2020a). Aceita-se que contribua para a manutenção da força e massa
musculares, proporcionando melhoria na capacidade funcional e nas tarefas diárias.
Alguns estudos com PVHIV relataram adaptações favoráveis em marcadores metabólicos em
resposta ao treinamento resistido isolado, como melhora do perfil lipídico (redução de
triglicerídeos e aumento do HDL), da glicemia e da resistência à insulina (BRASIL, 2012).
Esses efeitos são importantes em pacientes com lipodistrofia.
 RECOMENDAÇÃO
Recomenda-se a prática do treinamento resistido ao menos duas vezes por semana, em
combinação ao treinamento aeróbio, incluindo séries múltiplas de seis a oito exercícios
realizados com 8 a 12 repetições. Devem-se privilegiar os segmentos corporais expostos à
lipodistrofia (membros inferiores, abdominal, peitoral, dorsal e braços).
Programas de treinamento para PVHIV devem incluir treinamento aeróbio e resistido, levando
em consideração o nível de aptidão física e condição psicológica dos pacientes, o estágio da
doença, a medicação e possíveis efeitos colaterais. Pacientes estáveis podem se engajar em
programas de exercícios físicos, desde que liberados pelo médico assistente. Entre as
possíveis contraindicações sugestivas para a descontinuação do treinamento físico, destacam-
se (BRASIL, 2012):
imunodeficiência avançada, particularmente na presença de infecção oportunista;
comorbidades não controladas (hipertensão arterial e diabetes mellitus);
hepatopatia grave com plaquetopenia (risco de sangramento);
risco cardiovascular elevado, definido pelo médico.
Veja a seguir um resumo das características, benefícios e cuidados de diferentes tipos de
treinamento que podem ser aplicados a PVHIV, conforme sugerido pela excelente cartilha Tudo
em cima: exercícios físicos e qualidade de vida com HIV, publicada pela Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS – ABIA (PAES; BORGES, 2010, p. 39).
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO EXERCÍCIO FÍSICO
PARA PESSOAS VIVENDO COM HIV
EXERCÍCIO - FORÇA
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS: o treinamento de força é constituído por exercícios com
carga, em que se alternam intervalos de estímulo-recuperação. Podem ser realizados em
número de séries e repetições, e o tempo de recuperação, a velocidade de execução, a
intensidade e a carga são fatores determinantes nesse tipo de exercício e dependem de uma
orientação profissional.
POSSÍVEIS BENEFÍCIOS: ganho de força e massa muscular; melhor resistência muscular;
fortalecimento dos grupos musculares.
CUIDADOS E ATENÇÃO: assim como em qualquer outro treinamento, a sobrecarga aplicada
a esse tipo de exercício deve obedecer a um limite, evoluindo gradativamente, respeitando as
respostas do organismo e os objetivos. Nesse tipo de exercício pode ocorrer, além do aumento
da força, a hipertrofia muscular. A sensação de inchaço não significa necessariamente que
houve aumento de massa de gordura.
EXEMPLOS: exercícios com pesos, musculação, ginástica localizada, exercícios com peso do
próprio corpo, exercícios pliométricos e saltos.
EXERCÍCIO - FLEXIBILIDADE
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS: os exercícios para flexibilidade buscam manter ou
aprimorar essa qualidade física propriamente dita, aumentando, assim, a capacidade do
indivíduo de se movimentar e realizar tarefas do cotidiano com maior eficiência.
POSSÍVEIS BENEFÍCIOS: propicia maior relaxamento corporal; permite aumentar ou manter a
amplitude de movimento; contribui para a diminuição da restrição da mobilidade articular que
ocorre em função do processo de envelhecimento.
CUIDADOS E ATENÇÃO: exercícios que mantêm ou aumentam a flexibilidade devem ser
realizados de forma progressiva e planejada, prescritos por um profissional. Respirar
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adequadamente, com ritmo e controle, auxilia no relaxamento dos músculos para executar
esse tipo de exercício. Evite prender a respiração!
EXEMPLOS: alongamento e ioga.
EXERCÍCIO - AERÓBICO
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS: o treinamento com exercícios aeróbios está relacionado
com a adaptação corporal de utilizar e transportar o oxigênio, utilizando e degradando maior
quantidade de gordura, utilizando-a como fonte de energia para realizar tal atividade. Também
conhecidos como exercícios cardiovasculares, esse tipo de treinamento possibilita a
ocorrência de adaptações e melhorias nesse sistema, assim como em outros. A recomendação
para que ocorram esses benefícios e adaptações é que o treinamento seja feito com
intensidade moderada, regularmente, distribuído em duas a três horas semanais no mínimo,
em atividades de acordo com a preferência pessoal, aumentando, assim, a motivação, a
continuidade e sua progressão.
POSSÍVEIS BENEFÍCIOS: diminuição da pressão arterial e frequência cardíaca de repouso,
aumento da capacidade respiratória e maior dispêndio de energia e utilização de gordura
(triglicerídeos, ácidos graxos) como fonte de energia.
CUIDADOS E ATENÇÃO: ambientes de calor excessivo devem ser evitados e com uso de
vestimentas leves e adequadas; suor excessivo não significa perda de gordura e, sim, perda de
líquido; alimentar-se adequadamente antes do exercício previne situações como hipoglicemia e
fadiga; e o consumo de água e líquidos ajuda a estabilizar os níveis de hidratação, evitando a
perda de minerais e regulando a temperatura corporal durante o exercício.
EXEMPLOS: caminhada/corrida, natação, ciclismo, exercícios ergométricos, esteira rolante e
bicicleta estacionária.
ATIVIDADE FÍSICA PARA PORTADORES DE
HIV
O especialista Paulo de Tarso Veras Farinatti aborda os conceitos trabalhados no módulo, com
foco na prescrição dos exercícios.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Atividade física e HIV-AIDS
Exercício Físico e HIV
Recomendações para atividade física em pacientes com HIV-AIDS
Características gerais do exercício físico para pessoas vivendo com HIV
VERIFICANDO O APRENDIZADO
HISTÓRICO DA COVID-19
MÓDULO 2
 Reconhecer a etiologia, fisiopatologia, características clínicas da covid-19 e os
benefícios e características de programas de exercícios para o seu tratamento
Em 2019, a China relatou o surto de uma doença causada por um novo coronavírus, o SARS-
CoV-2, em Wuhan. A doença, denominada covid-19, acrônimo de coronavirus disease 2019,
espalhou-se pelo restante do país. Em janeiro de 2020, a OMS determinou que o surto da
covid-19 constituía uma emergência de saúde pública de importância internacional, o mais alto
nível de alerta da Organização, de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional. Em
março de 2020, a OMS declarou a pandemia (WHO, 2020b).
O SARS-COV-2 é um vírus novo, parecido com vírus conhecidos que já haviam circulado. Nas
últimas décadas, três variantes do coronavírus já haviam migrado de espécies animais
(morcegos) para seres humanos, sempre causando importantes surtos epidêmicos (HOSSEINI,
2020).
A covid-19 é uma doença que em grande parte dos casos assemelha-se a uma gripe mais ou
menos grave. A doença é transmitida pelo ar, por meio de gotículas provenientes do nariz ou
boca, que se espalham por meio da fala, tosse ou espirro.
Sintomas comuns são febre, cansaço e tosse seca, embora alguns pacientes possam
apresentar dores, congestão nasal, dor de cabeça, conjuntivite, dor de garganta, diarreia, perda
de paladar e/ou olfato, erupção cutânea e descoloração dos dedos. Aproximadamente 80% das
pessoas contaminadas recuperam-se da doença sem precisar de tratamento hospitalar,
enquanto20% apresentam agravamento e desenvolvem dificuldades para respirar (CHENG;
SHAN, 2020). Entre estes pacientes, alguns podem desenvolver quadros de pneumonia,
particularmente em idades avançadas ou na presença de comorbidades (pressão alta,
problemas cardíacos ou pulmonares, diabetes, câncer etc.). Esses grupos de risco têm maior
probabilidade de ficar gravemente doentes e evoluir a óbito.

Mundialmente, a taxa de mortalidade situa-se em torno de 2% dos casos (HOSSEINI, 2020).
Por outro lado, crianças raramente manifestam as formas mais graves da covid-19. No Brasil,
houve rápida disseminação do vírus.
Em março de 2020, foi declarado em todo o território nacional o estado de transmissão
comunitária do covid-19 (BRASIL, 2020).


De acordo com o painel da covid-19 da OMS, em outubro de 2021, o país contava a marca de
21.597.949 casos confirmados (aproximadamente 10% da população) e 601.574 mortes
(WHO, 2021).
Enquanto o mundo contava 4.879.235 mortes e 239.437.517 casos, o que representaria cerca
de 3.150 casos por 100 mil habitantes (WHO, 2021), o Brasil apresentava uma taxa de 10.292
casos por 100 mil habitantes (BRASIL, 2021).


Apesar de possuir 3% da população mundial, cerca de 14% dos óbitos ocorreram no Brasil.
Isso pode significar um aumento da demanda de indivíduos que receberam alta após terem
desenvolvido formas mais graves da doença, principalmente idosos, que frequentemente
exibem sequelas como limitações na capacidade de realização de trabalho físico, em virtude de
problemas respiratórios, cardiovasculares ou motores. Nesses casos, intervenções com
exercício físico podem ser úteis como parte do processo de reabilitação.
ATIVIDADE FÍSICA E COVID-19
As relações entre atividade física e a covid-19 possuem diferentes perspectivas. Em primeiro
lugar, temos as consequências das medidas restritivas que foram adotadas para controlar a
disseminação do vírus, destacando-se o isolamento social, no qual foram proibidas grandes
reuniões e alterou-se o funcionamento de escolas, creches, restaurantes, centros de fitness e
outras atividades.
 VOCÊ SABIA
Apesar de necessárias, uma das consequências dessas medidas foi a redução dos níveis de
atividade física e o aumento do comportamento sedentário. Estudos indicam a ocorrência de
prejuízos de ordem biológica e psicológica na população, como maior prevalência de fatores de
risco para doenças crônico-degenerativas e o aumento dos casos de ansiedade e depressão
(REES-PUNIA, 2021).
Em segundo lugar, estudos demonstram que a atividade física é uma ferramenta potencial na
prevenção de casos mais graves da covid-19 e eficaz na reabilitação de pacientes com
sequelas cardiorrespiratórias ou motoras. Enfatizam-se as relações entre atividade física e o
sistema imunológico, defendendo-se que a realização de exercícios com intensidade moderada
possa fortalecer as defesas do organismo.
Reconhece-se também que cerca de metade dos pacientes que passaram por internação
exibirão sequelas, as quais podem ser minoradas por programas de reabilitação
multidisciplinar. Dentre as estratégias, o exercício assume papel de destaque por seu potencial
em melhorar a função cardiopulmonar, musculoesquelética e psicológica.
ETIOLOGIA E SINTOMAS DA COVID-19
A virologia da covid-19 ainda precisa ser mais entendida. Há muito para investigar a respeito
do comportamento e da evolução em seres humanos. Entretanto, sabe-se que o coronavírus
apresenta-se como um vírus envelopado e não segmentado, contendo um genoma de RNA,
possuindo pontas em forma de coroa que se projetam de sua superfície.
 VOCÊ SABIA
São as glicoproteínas localizadas nessas projeções (proteína S) que se ligam à célula
hospedeira, intermediando a entrada viral que resulta na sua transmissão e patogênese. Em
contato com a célula infectada, o vírus vale-se do filamento de RNA para replicar as
poliproteínas necessárias à sua multiplicação.
O principal receptor do SARS-CoV-2 é a ECA2, uma proteína transmembrana que se expressa
na superfície de diversas células do corpo, responsável pela síntese da proteína de mesmo
nome, a enzima conversora de angiotensina 2, uma homóloga da enzima conversora da
angiotensina (ECA), responsável pela regulação da pressão arterial no sistema renina-
angiotensina. Enquanto a ECA produz vasoconstrição, a ECA2 induz vasodilatação.
O SARS-CoV-2, que causa o covid-19, muda com o tempo. A maioria das mudanças tem
pouco ou nenhum impacto nas propriedades do vírus, mas algumas podem afetar a facilidade
de disseminação, gravidade ou desempenho de vacinas e procedimentos preventivos ou
terapêuticos. A OMS definiu quatro variantes de interesse, em virtude do maior risco que
representaram durante a pandemia (CASCELLA, 2021):
QUATRO VARIANTES
Uma das características do vírus transmissor da Covid-19 é sua alta capacidade de mutação.
Até o final da redação deste material, somente quatro variantes eram conhecidas. Até o
término da produção uma quinta variante foi detectada na África do Sul: a ômicron. Esteja
atualizado a respeito de novas variantes, seus sintomas e a sua relação com o exercício físico.
VARIANTE ALFA - REINO UNIDO
A variante alfa teria transmissibilidade 30 e 50% maior do que a original, com maior risco de
hospitalização. Provoca infecções respiratórias moderadas em indivíduos com incompetência
imune e sintomas como febre, cefaleia e tosse. Foi responsável pela segunda onda no Reino
Unido e Europa, tornando-se em 2020 a maior responsável por novos casos nos Estados
Unidos.
VARIANTE BETA - ÁFRICA DO SUL
A variante beta é menos transmissível, acarretando menor mortalidade, tendo se disseminado
na Europa e América do Norte. Tende a provocar casos mais graves da doença, com infecções
severas do trato respiratório, evoluindo mais facilmente à pneumonia.
VARIANTE GAMA - BRASIL
A variante gama foi responsável por nove entre 10 casos no Brasil e 70% dos óbitos ao longo
de 2020, com transmissibilidade similar à alfa. Parece não ser sensível à ação de anticorpos
adquiridos em contatos com outras cepas, abrindo caminho para a reinfecção.
VARIANTE DELTA - ÍNDIA
A variante delta parece ser a mais contagiosa, duas vezes mais transmissível que a original e
com grande potencial de gerar casos graves da doença. A grande capacidade de contágio
provocou surtos em países onde a doença parecia controlada, como no Reino Unido.
Disseminou-se na Índia e nos EUA.
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 ATENÇÃO
Todas as cepas são sensíveis às vacinas, com diminuição da circulação nos locais em que há
ampla cobertura vacinal. Onde a vacinação é lenta, o vírus permanece circulando, aumentando
o risco de mutações e novas cepas. Isso coloca todos em risco, pois não se sabe o quanto
novas variantes seriam sensíveis às vacinas disponíveis.
Os sintomas mais comuns são tosse seca, febre e dificuldades respiratórias, podendo ocorrer
dor de garganta, cefaleia, mialgia, fadiga ou diarreia. Nos pacientes que desenvolvem
pneumonia, pode haver infecção ou edema pulmonar e danos em outros órgãos e sistemas,
incluindo disfunções de natureza hematológica, digestiva ou neurológica. Existe risco de óbito,
principalmente por falência respiratória, choque séptico ou falência múltipla dos órgãos.
A taxa de mortalidade é de cerca de 2%, com 80% desenvolvendo formas assintomáticas ou
menos graves. Idosos, particularmente acima dos 80 anos, têm risco 50% maior de evoluir a
óbito, enquanto crianças e mulheres grávidas raramente desenvolvem formas graves da
doença (HOSSEINI, 2020).
A OMS sugeriu que o período de incubação seria de dois a 10 dias; contudo, estudos indicam
que esse período pode ser de duas semanas ou mais. A literatura apoia que as pessoas
expostas ao vírus sejam observadas por pelo menos 14 dias, para a despistagem do contágio
(DI GENNARO, 2020).
 COMENTÁRIO
Ressalta-se que não existe um tratamento medicamentoso antiviral específico para a covid-19.
Faz-se terapia dos sintomas e manutenção da função respiratória, incluindo ventilaçãomecânica, suporte de oxigênio e controle apropriado de infecções adicionais.
Na falta de tratamentos efetivos, a prevenção continua a ser a melhor alternativa para reduzir o
impacto da covid-19. Assim, os procedimentos conhecidos devem ser reforçados: uso de
máscaras, cobrir o rosto ao tossir ou espirrar, lavar as mãos regularmente ou desinfetá-las com
álcool gel, manter distanciamento social, evitar tocar olhos, nariz e boca e, no caso de
sintomas, procurar os serviços de saúde.
O mecanismo que leva à pneumonia e aos danos em outros órgãos é complexo. Sugere-se
que, em casos leves da doença, os macrófagos pulmonares são capazes de eliminar o SARS-
CoV-2 e as respostas imunológicas inatas e adaptativas são acionadas para conter sua
replicação.
Casos graves resultam do desequilíbrio da resposta imune, com reação imunológica excessiva
que se manifesta em duas situações: uma “tempestade de citocinas pró-inflamatórias” e
linfopenia (baixa produção de linfócitos). Esses mecanismos, somados a alterações
circulatórias e disseminação viral a órgãos diversos, são as causas de sepse em pacientes que
vão a óbito; portanto, a sequência de eventos em pacientes graves é ligação com receptor
celular, desequilíbrio de resposta imune, linfopenia e disseminação (DI GENNARO, 2020).
 SAIBA MAIS
A tempestade de citocinas leva o sistema imunológico a atacar o próprio organismo, com
dano aos pulmões, coração, cérebro, rins, fígado ou nodos linfáticos (SILVEIRA, 2021).
Apesar de diversas citocinas inflamatórias apresentarem-se elevadas em pacientes graves, a
protagonista parece ser a interleucina-6 (IL-6), que tem diversas funções: promoção e
diferenciação de linfócitos, regulação do crescimento celular, manutenção dos ossos e sistema
nervoso central (SNC). Contudo, é conhecida principalmente por sua ação pró-inflamatória –
suas concentrações são elevadas em pacientes com doenças inflamatórias, autoimunes,
cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Ao atravessar as membranas mucosas, especialmente a nasal e laríngea, o vírus entra nos
pulmões por meio do trato respiratório. Daí, espalha-se pelo organismo e passa a atacar outros
órgãos-alvo que expressam a ECA2, como o coração, sistema renal, trato gastrointestinal e
SNC.
Durante infecções virais, o aumento na produção de citocinas pró-inflamatórias estimula a
expressão da ECA2, principal receptora do coronavírus (SILVEIRA, 2021). Isso pode acelerar a
sua replicação no organismo, comprometendo a resposta antiviral. Um maior estado
inflamatório associa-se à redução de linfócitos B, afetando a produção de anticorpos.
Outro impacto da covid-19 refere-se a problemas circulatórios e desordem na coagulação
sanguínea. Pacientes graves exibem risco de tromboembolismo venoso e coagulação
intravascular. A coagulação sanguínea consiste na barreira física mais rápida da imunidade
inata para conter infecções, evitando que migre para outros órgãos por meio da circulação.
A hiperativação do sistema imunológico, que ocorre em casos graves, produz um estado pró-
trombótico que favorece o aparecimento de coágulos intravasculares, concorrendo para a
falência dos órgãos atingidos. Assim, compreende-se que o coronavírus tem mais chance de
afetar pessoas com função imunológica baixa, como idosos ou doentes crônicos que
aumentam o estado inflamatório (hipertensos, obesos, diabéticos). Esses indivíduos também
exibem concentrações elevadas de proteína C-reativa, o que vem sendo apontado como fator
de risco para o agravamento, uma vez que predispõe à linfopenia.
 SAIBA MAIS
Independentemente desses fatores, a imunidade dos idosos caracteriza-se por maior
suscetibilidade a infecções, em virtude de deficiências dos estágios das respostas
imunológicas. Em idades avançadas, constata-se menor produção e atividade dos macrófagos
e linfócitos, além de maior produção de citocinas e interleucinas inflamatórias.
A expressão do gene ECA2 tende a ser maior, tornando-as mais suscetíveis à infecção e às
formas mais graves da covid-19. Naqueles que fazem uso de medicação anti-hipertensiva
como os inibidores da ECA, isso pode ser ainda pior. Como ECA e ECA2 têm efeitos
contrários, a inibição da primeira pode favorecer a manifestação da segunda, aumentando os
receptores aos quais se liga o coronavírus.
Por fim, o papel da imunidade ajudaria a explicar por que a doença seria mais prevalente em
homens que em mulheres. A ação do cromossoma X e hormônios sexuais femininos parecem
fortalecer o sistema imunológico aos ataques dos vírus tipo corona em geral
(CHANNAPPANAVAR, 2017).
A evolução da covid-19 depende da interação entre o SARS-CoV-2 e o sistema imunológico. A
resposta imune sofre a influência de diversos fatores, como a genética, idade, sexo, estado
nutricional e condição física.
As relações entre o sistema imunológico e a covid-19 levam autores a propor que intervenções
que aprimorem a imunidade ajudem a prevenir infecção e suas formas mais graves.
Entre os fatores que podem ser modificados, destacam-se a boa nutrição e atividade física. A
prática de atividade é reconhecida como moduladora do sistema imunológico e, apesar de
estudos serem necessários para o entendimento de suas relações com o SARS-CoV-2, há
evidências de que pode contribuir para a resistência à covid-19.
EXERCÍCIO FÍSICO NA PREVENÇÃO E
REABILITAÇÃO DA COVID-19
A prática regular de exercício promove modificações nas respostas imunológicas, reduzindo o
risco de inflamação sistêmica e infecções. As evidências indicam que exercícios aeróbios
moderados beneficiam o sistema imunológico, enquanto exercícios muito intensos ou
prolongados sem repouso adequado podem ter efeito contrário, predispondo a infecções.
Apesar da carência de estudos experimentais com covid-19, há evidências de que a incidência
e mortalidade devidas a infecções respiratórias seja menor em indivíduos ativos. Exercícios de
intensidade e volume moderados parecem provocar adaptações favoráveis na imunidade inata
e adquirida. Há relatos de aumento na atividade dos macrófagos, células NK, imunoglobulinas
(anticorpos) e citocinas anti-inflamatórias (SILVEIRA, 2021).
 SAIBA MAIS
Durante exercícios continuados, a secreção de hormônios como o cortisol e processos
inflamatórios diminuem; aumenta a produção de linfócitos e células NK – a repetição regular
desse estímulo melhora a imunovigilância e reduz os níveis de inflamação, dificultando a
ligação do SARS-CoV-2 com os receptores da ECA2.
Outro efeito de exercícios aeróbios contínuos é a redistribuição dos linfócitos por efeito
mediador das catecolaminas. Isso ajuda no transporte dessas células de defesa a órgãos
distantes de seus reservatórios principais (vasos sanguíneos, baço e medula óssea),
contribuindo com o reconhecimento e contenção de agressores.
A troca de leucócitos e linfócitos entre sangue e tecidos é estimulada pelo fato de a circulação
ser hipercinética – aumento de sangue durante o exercício (SILVEIRA, 2021). O exercício
pode, ainda, modular os mecanismos que regulam a atividade do interferon, glicoproteínas com
alta atividade antiviral que agem para controlar a replicação do coronavírus.
 ATENÇÃO
Devemos lembrar que efeitos contrários acontecem em resposta a atividades extenuantes,
levando a estados de imunossupressão, que dão oportunidade às infecções, particularmente
no trato respiratório. Por isso, atenção com as cargas de treinamento quando há preocupação
com os efeitos sobre o sistema imunológico. Esse é o caso das pessoas idosas, nas quais há
uma tendência para maior estado inflamatório sistêmico e menor imunidade, o que reduz a
velocidade e capacidade de resposta a agentes externos (imunossenescência).
Em idosos, o exercício faz-se essencial para a manutenção da vigilância imunológica, ainda
mais quando se pensa que exibem maior prevalência de comorbidades que aumentam a
suscetibilidade e agravamento da covid-19 (SILVEIRA, 2021).
A imunossenescência é menos pronunciada em idosos que mantêm um padrãoregular de
atividades físicas em comparação com os inativos, o que contribui para a prevenção de
complicações da doença.
O quadro a seguir sumariza os benefícios da prática de atividades físicas na prevenção da
covid-19.
Maior proteção contra
infecções respiratórias
Aumento da atividade antipatogênica, melhor
imunovigilância, redução de danos inflamatórios.
Melhoria de doenças
metabólicas (diabetes,
síndrome metabólica e
obesidade)
Diminuição do estado inflamatório, redução da gordura
visceral, melhoria no metabolismo glicídico, lipídico e
insulínico, redução das complicações decorrentes da
infecção.
Atenuação da
imunossenescência
Melhoria da competência imune inata e adaptativa,
redução de alterações celulares relacionadas à idade,
diminuição das comorbidades.
Redução de eventos isquêmicos, trombóticos e dos estados pró-aterogênico e pró-
trombótico.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Benefícios da atividade física regular com intensidade moderada em fatores de risco que
influenciam a resposta contra a covid-19. Adaptado de SILVEIRA, 2021.
Outra perspectiva discutida decorre dos efeitos do isolamento social. A restrição da mobilidade
levou a uma diminuição da prática de atividade física, predispondo a um comportamento
sedentário. As medidas restritivas levaram ao fechamento de espaços públicos e privados
como clubes, academias ou parques para evitar aglomerações. Logo, apesar de desejável para
o fortalecimento do sistema imunológico, a prática de atividades físicas viu-se dificultada
Estudos realizados ao longo da pandemia revelaram que em diversos países isso levou a um
aumento da prevalência de problemas fisiológicos e psicológicos como sobrepeso, obesidade,
perda de massa muscular, síndrome metabólica, distúrbios alimentares, estresse, ansiedade e
depressão (SILVEIRA, 2021). Isso é especialmente verdadeiro em pessoas idosas, conforme
demonstrado em revisão sistemática (SEPÚLVEDA-LOYOLA, 2020). As repercussões do
isolamento social sobre saúde mental parecem ser mais graves entre pessoas idosas que nos
jovens, pelas dificuldades que aqueles têm em estabelecer contatos pelas redes sociais.
Assim, quando possível, a prática de atividades físicas deve ser encorajada durante o
isolamento social.
O poder público precisa ter estratégias que as fomentem com segurança, particularmente entre
os indivíduos com maior predisposição ao desenvolvimento de complicações, como os idosos e
portadores de doenças crônicas. Nesse contexto, o American College of Sports Medicine
(ACSM) recomendou o engajamento regular em atividades físicas de intensidade moderada
mesmo em lugares onde havia quarentena, visando fortalecer o sistema imunológico contra o
coronavírus (DENAY, 2020).
A OMS recomendou que indivíduos assintomáticos ou saudáveis deveriam permanecer
exercitando-se por pelo menos 150 minutos por semana, distribuídos na maior parte dos dias
(WHO, 2020c).
Em períodos de isolamento social, exercícios físicos podem ser realizados no ambiente
doméstico, sejam eles analíticos, usando móveis, escadas e outros utensílios como cargas, ou
funcionais, por meio da realização das atividades cotidianas com maior velocidade e frequência
(faxina, organização dos ambientes).
O ACSM publicou um infográfico com alternativas para a realização de exercícios aeróbios e
de força com intensidade moderada durante a pandemia (ACSM, 2020), como caminhadas
rápidas em torno da casa, subir e descer escadas, jardinagem, dança e pular corda. Quando
autorizado pelos governos, passear de bicicleta ou correr seriam opções preferenciais.
 EXEMPLO
Exercícios de força são aconselhados, sugerindo-se um aplicativo que propõe alternativas que
prescindem de equipamentos (ACSM, 2020). Muitos podem ser feitos em casa, como
agachamentos, abdominais, flexões de braço ou ioga, valendo-se do próprio peso como carga
ou materiais alternativos como mochilas, livros, sacolas de supermercado ou garrafas de água.
Em todos os casos, a intensidade deverá ser moderada para evitar a imunossupressão. Caso
aumente a intensidade, um decréscimo correspondente deve ser feito no volume para evitar
fadiga extenuante, em especial nos idosos e portadores de doenças crônicas. Quando houver
condições econômicas e de tempo, sessões ministradas por via remota são interessantes e
motivadoras para manter a regularidade e um bom controle de cargas para a melhoria da
aptidão física e fortalecer o sistema imune, ao mesmo tempo que evitam a imunossupressão.
Resta discutir o papel do exercício na reabilitação pós-covid-19, principalmente em pacientes
sintomáticos que necessitaram de hospitalização. Um interessante documento é o Consenso
de Stanford, para o qual uma revisão foi conduzida e complementada pela opinião de um
painel de especialistas quanto às prioridades e estratégias identificadas (BARKER-DAVIES,
2020).
O documento indica que cerca de 50% dos pacientes hospitalizados necessitarão de algum
tipo de acompanhamento por equipe multidisciplinar após alta. Os programas de reabilitação
devem ser iniciados o mais brevemente possível, e as intervenções dependerão das sequelas
exibidas, mas podem incluir manejo das condições respiratórias, cardiovasculares,
musculoesqueléticas, neuromotoras e psicológicas.
Em casos de comprometimento respiratório severo e internação em UTI, o processo de
reabilitação pode durar mais de um ano e precisa levar em conta as comorbidades do paciente,
pois isso pode influenciar na sua capacidade de aderir e evoluir nos objetivos previstos.
 EXEMPLO
Por exemplo, as dificuldades de pacientes que passaram por UTI tendem a se assemelhar
independentemente das causas da internação, como dispneia, ansiedade, depressão, dor
crônica ou incapacidade física.
Em pacientes que passaram por internações prolongadas, sequelas relacionadas à função
pulmonar são comuns. Programas de reabilitação pulmonar buscam reduzir os sintomas e
aumentar a capacidade funcional, mesmo que a arquitetura dos pulmões se apresente
comprometida.
 ATENÇÃO
Deve-se atenção a morbidades secundárias, que podem incluir disfunção muscular periférica
resultante da perda de massa muscular, neuropatia, hipoxemia, disfunção da musculatura
respiratória, déficits na função cardíaca, problemas de ordem psicológica (ansiedade,
depressão, culpa, distúrbio do sono e sensação de dependência).
A reabilitação pulmonar pode começar ainda no hospital, continuando no domicílio. O exercício
foi considerado fundamental, estando presente em mais de 80% dos programas avaliados
internacionalmente. Exercícios de intensidade leve (≤3 METs) deveriam ser aplicados
inicialmente, principalmente quando os pacientes necessitam de terapia com oxigênio. A partir
daí, aumenta-se a intensidade e o volume com base nos sintomas exibidos, em especial a
saturação de oxigênio.
Complicações cardíacas são comuns em pacientes que tiveram evolução grave, notadamente
arritmias e lesões no miocárdio, mas também pela hipóxia, desregulação dos receptores ECA2,
elevado estado inflamatório e o efeito tóxico dos medicamentos utilizados.
 RECOMENDAÇÃO
Em casos de miocardite, um período de repouso antes de intervenção com exercício é
aconselhado para diminuir o risco de insuficiência cardíaca secundária, mesmo em indivíduos
jovens relativamente assintomáticos. No caso de atletas, recomenda-se repouso por três a seis
meses e acompanhamento clínico por dois anos. As características dos programas de
reabilitação cardíaca pós-covid assemelham-se àquelas recomendadas para a reabilitação
cardiopulmonar geral.
No que tange ao aumento no volume de exercício, são diversos os fatores determinantes. Os
efeitos da covid-19 sobre a musculatura ainda estão por definir. A perda de massa muscular e
força em pacientes que passaram por internação prolongada talvez decorra mais do período de
imobilização do que da infecção viral, principalmente em idosos. Isso consiste em fator
limitante de qualquer programade intervenção com exercícios.
Essas limitações para a realização de exercícios deverão ser paulatinamente compensadas,
para que se atinjam volumes e cargas de treinamento compatíveis com a reabilitação
cardiopulmonar. Além disso, o SARS-CoV-2 pode ligar-se a receptores ECA2 na medula
espinal, o que sugere ser o sistema nervoso central vulnerável à sua ação (BARKER-DAVIES,
2020). Isso pode acarretar complicações neurológicas, desde cefaleia ou vertigem até acidente
cerebrovascular, passando por sintomas neurológicos periféricos, como perda de olfato
(hiposmia), perda de paladar (hipogeusia), neuralgia ou mialgia.
Os seguintes pontos devem considerados pela equipe multidisciplinar antes de passar às
intervenções com exercícios na reabilitação pós-covid:
Pacientes que requerem oxigenioterapia ou que exibem linfopenia devem ser testados para a
função e condição pulmonar antes de iniciar programas de reabilitação.
No caso de sintomas neurológicos severos, uma avaliação multidisciplinar deve ser realizada
antes de começar um programa de reabilitação com exercícios. O acompanhamento periódico
dos sintomas pode ser necessário e recomendado para avaliar a evolução desses sintomas no
cotidiano.
Pacientes com sintomas agudos, mesmo leves, como dor de garganta, tosse, dor no corpo,
fadiga ou febre devem evitar exercícios físicos até duas a três semanas após a cessação.
Na presença de sintomas leves, que podem ou não se relacionar à covid-19, considera-se a
possibilidade de exercícios leves (≤3 METs) durante períodos curtos, para limitar o tempo de
inatividade. Exercícios prolongados ou exaustivos são contraindicados.
Pacientes assintomáticos podem continuar a exercitar-se com as cargas a que estão
habituados, monitorando os sintomas após as sessões de exercícios.
Após a recuperação de formas leves/moderadas da covid-19, deve-se aguardar pelo menos
uma semana antes exercitar-se com intensidade moderada. Atividades como alongamento ou
musculação com intensidade leve são possíveis, antes de passar a exercícios com maior
exigência cardiorrespiratória.
ATIVIDADE FÍSICA E COVID-19
O especialista Paulo de Tarso Veras Farinatti reflete sobre a etiologia, fisiopatologia,
características clínicas do covid-19 e os benefícios e características de programas de
exercícios para o seu tratamento.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Histórico da covid-19
Atividade física e covid-19
Etiologia e sintomas da covid-19
Exercício físico na prevenção e reabilitação da covid-19
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No primeiro módulo deste conteúdo, foi discutida a aplicação do exercício físico em pacientes
com HIV e foram apresentados dados sobre a evolução da doença. Outro importante conceito
abordado foi a prescrição de exercícios para a melhora da saúde e qualidade de vida desses
pacientes.
No segundo módulo, foram discutidos aspectos relacionados à covid-19 e a influência do vírus
sobre a saúde, além de apresentados os efeitos da atividade física sobre esses pacientes e
como deve ser realizada a prescrição dos exercícios.
 PODCAST
Agora, o especialista Paulo de Tarso Veras Farinatti finaliza falando sobre Atividade Física e
Doenças Agressoras ao Sistema Imunológico.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Staying active during the coronavirus
pandemic. Infographics, 2020. Consultado na internet em: 12 nov. 2021.
BARKER-DAVIES, R.M. et al. The Stanford Hall consensus statement for post-covid-19
rehabilitation. Br. J. Sports Med., v. 54, n. 16, 2020, p. 949-959.
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2021. Atualizado em 15 out. 2021.
EXPLORE+
Aprofunde-se sobre a temática da prática do exercício e HIV, consultando a cartilha da
Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS, intitulada Tudo em cima! Exercícios
físicos e qualidade de vida com HIV.
Consulte as Recomendações para a prática de atividades físicas para pessoas
vivendo com HIV e AIDS, do Ministério da Saúde brasileiro.
Busque no YouTube o webinário sobre o Papel do exercício físico no auxílio ao
tratamento do HIV/AIDS.
Assista ao vídeo da Fundação Oswaldo Cruz sobre covid-19: a importância da
atividade física.
CONTEUDISTA
Paulo de Tarso Veras Farinatti

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