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E S T U D O D O P A R T O E P A R T O G R A M A ANATOMIA DA PELVE O trajeto ou canal da parturição estende-se do útero à fenda vulvar, há 3 estreitamentos anulares: orifício cervical, diafragma pélvico (urogenital) e óstio vaginal (fenda vulvovaginal). Possui formações de diversas naturezas e é sustentado entre a porção superior, corpo do útero e porção inferior, perineovulvar, por cintura óssea (pequena pelve), pequena bacia ou escavação. O canal de parto é constituído por partes moles (segmento inferior do útero, cérvice, vagina e região vulvoperineal) e duras (2 ossos ilíacos, sacro e cóccix) que são responsáveis por facilitar ou dificultar a saída do feto. A pelve (ou bacia) constitui o canal ósseo, formado pelos 2 ilíacos – o sacro e o cóccix –, com as respectivas articulações (sínfise púbica, sacroilíacas, sacrococcígea). Entre o sacro e a 5a vértebra lombar, é possível acrescentar a articulação lombossacra, cujo vértice constitui o promontório (início do sacro). LAYANE SILVA ESTREITO MÉDIO: porção medial do sacro até a porção medial do púbis. Limites: anterior (borda inferior do osso púbico) / lateralmente (espinhas isquiáticas) / posterior (sacro). ESTREITO INFERIOR: ápice do cóccix até a borda inferior do púbis. Diâmetro anteroposterior: cóccix até a borda inferior do púbis (mede cerca de 9,5 cm). Começa no ápice do sacro, passa pelas apófises transversas da 5a vértebra sacra, borda inferior dos pequenos ligamentos sacrociáticos, espinhas ciáticas, arcos tendíneos do elevador do ânus e termina à frente de seus feixes pubococcígeos, na face posterior do púbis. Ele está ao nível das espinhas isquiáticas, medindo cerca de 10,5 cm, é o plano de menor diâmetro da pelve materna, onde acontece mais impacto na cabeça do bebê, podendo ocorrer dificuldade de descida. É identificado quando o médico faz o exame de toque e movimenta o dedo para achar 2 pontas de osso na lateral que seria a espinha isquiática (referência) - se o bebê não passar do estreito médio, ele vai ficar no estreito superior, isso é uma indicação de cesariana. Composto de borda inferior dos 2 púbis (revestidos pelo ligamento arcuatum), ramos isquiopúbicos (ramos descendentes do púbis e ascendentes do ísquio), tuberosidades isquiáticas, borda medial ou interna dos grandes ligamentos sacrociáticos e extremidade do cóccix (articulação sacrococcígea, depois da retropulsão do cóccix); é, portanto, ósseo e ligamentoso. Durante a expulsão fetal, acontece uma retropulsão do cóccix, aumentando cerca de 2-3 cm (conjugata exitus), por isso o estreito médio continua sendo menor. Em resumo, no estreito superior estão as conjugadas anatômica, obstétrica e diagonal, no estreito médio há o diâmetro ântero-posterior à nível da espinha isquiática, e o estreito inferior é a conjugada exitus. ESTREITO SUPERIOR: início do sacro até a borda superior do púbis. Conjugata anatômica: distância entre o promontório e borda superior da sínfise púbica, mede cerca de 11 cm. Conjugata obstétrica: distância entre promontório e borda interna da sínfise púbica, mede cerca de 10,5 cm. Conjugata diagonal: distância entre o promontório e a borda inferior da sínfise púbica, mede cerca de 12 cm. Ou escavação pélvica, limita-se, na parte de cima, pelo estreito superior, e, abaixo, pelo inferior, é dividida em 3 estreitos: estreito superior, médio e inferior, é o canal ósseo onde o feto passa, muito importante para o parto. Constituído (de trás para a frente) de saliência do promontório, borda anterior da asa do sacro, articulação sacroilíaca, linha inominada, eminência iliopectínea e borda superior do corpo do púbis e da sínfise púbica. Nesse estreito existem 3 conjugatas, que são linhas imaginárias: 1. 2. 3. PEQUENA BACIA A conjugata obstétrica mede em torno de 1,5 cm a menos que a diagonal, por isso, no exame físico (no toque), pode-se palpar a borda inferior da sínfise púbica e o promontório, para mensurar a conjugata diagonal. LAYANE SILVA Parto andróide evolui, mas é mais triangular então pode ocorrer distocia ou parada de trabalho de parto. Pelve antropóide é uma pelve que tem um diâmetro ântero-posterior muito longo e um diâmetro látero- lateral pequeno então é uma pelve ruim para o parto. Pelve platipelóide (5% casos) é uma pelve que tem um diâmetro látero-lateral muito longo e um diâmetro ântero-posterior curto. A anatomia da pelve pode ser ginecóide, andróide, antropoide e platipelóide, sendo que a melhor para o parto é a ginecóide porque tem o melhor diâmetro ântero-posterior, então geralmente o parto evolui sem intercorrências. O bebê longitudinal é o mais comum e ele pode ser pélvico ou cefálico; O bebê transverso só pode ser córmico, ou seja, no toque vaginal da mãe toca-se o ombro do bebê; O bebê oblíquo é uma situação de transição na qual o bebê vai para oblíquo ou para o transverso. O bebê pode ser longitudinal (90% dos casos), transverso (1% dos casos) ou oblíquo (situação de transição, o bebê irá decidir qual a sua posição) Não é possível saber o tipo de pelve através do exame físico, apenas por meio da pelvimetria que só é feita na Alemanha, através de uma série de exames de imagem que montam a imagem da pelve da paciente. No entanto, basta avaliar se o trabalho de parto vai evoluir ou não independentemente do tipo de pelve, se não evoluir é uma indicação de cesárea. TIPOS DE PELVE ESTÁTICA FETAL Modo como o feto se posiciona dentro do útero. Relação entre os grandes eixos longitudinais fetal e uterino, coincidentes os dois, a situação será longitudinal; quando perpendiculares, a situação é transversa, e, se cruzados, a situação será oblíqua ou inclinada. SITUAÇÃO FETAL O bebê não pode nascer transverso, apenas se ele rodar e ficar longitudinal, existem manobras que o médico pode fazer para girar o bebê, mas há risco de descolamento de placenta e torna-se uma cesárea de urgência, por isso só é feito após 37 semanas, porque se for induzido o parto o bebê já estaria no termo. No caso essa manobra é feita se é desejo da mãe ter um parto normal e ela deve ser informada sobre os riscos dos efeitos colaterais da manobra. Região fetal que se localiza na área do estreito superior, ocupando-a em seu todo, onde ocorre a insinuação. APRESENTAÇÃO FETAL Em decorrência dos fatores determinantes da acomodação fetal, pode-se observar transformação de uma apresentação por outra, fenômeno chamado mutação ou versão, e está ligado à rotação axial do feto. Até o 6o mês de gestação a cabeça é encontrada no fundo uterino e depois, graças a essa rotação axial, o feto, por "cambalhota", orienta o polo cefálico para as porções inferiores do órgão e aí se mantém. Duas apresentações podem ocorrer na situação longitudinal: polo cefálico e polo pélvico, e se denominam, respectivamente, apresentação cefálica e pélvica. Encontrando-se o polo pélvico no estreito superior, 2 apresentações podem ocorrer: a apresentação pélvica completa (pelvipodálica), se as coxas e as pernas estão fletidas, e a apresentação pélvica incompleta (pélvica simples), também chamada modo nádegas, quando, fletidas as coxas contra a bacia, as pernas se acham estendidas sobre a face anterior do tronco. LAYANE SILVA A apresentação pélvica incompleta de pés ou joelhos é a pior do tipo pélvica, sendo indicação relativa de cesárea, já que quando o bebê está com o pé para fora, com o tempo ele começa a ficar roxo pela falta de oxigênio. Nessa situação o médico pode puxar pelo pé que está solto, ele insere a mão na vagina puxa o outro pé que está na barriga da mãe e tenta fazer o parto, nasce perna e tronco, mas a cabeça pode ficar presa na pelve (o bebê não fica preso na vagina, pois a parte dura que impede a saída é o estreito da pelve). Nesse caso, o bebê já está todo para o lado de fora exceto a cabeça, e o médico pode (1) chamar um obstetra se tiver acesso rápido, ou (2) tirar o bebê, já que o bebê começa a ficar roxo e pode morrer por hipóxia,para tirar o bebê existem opções: (1) na primeira manobra, o médico puxa o tronco do bebê para cima para ver se a cabeça sai, se não saiu tem-se a (2) segunda manobra, na qual o médico bota o dedo na boca do bebê e puxa pela boca para ver se o bebê murcha a cabeça um pouco, faz a flexão e sai, se não saiu (3) deixa o bebê solto sem ninguém segurá-lo para ver se o peso dele desprende ele da pelve da mãe. Se não saiu, nesse momento, o bebê já está morto porque ele entrou em hipóxia, então (4) o médico corta a cabeça do bebê do corpo (degola o bebê), separa o corpo, coloca a cabeça para dentro, retira a cabeça pela barriga na cesárea e depois costura a cabeça e corpo para entregar aos familiares - esse processo é super raro, mas para evitar que aconteça em caso de bebê pélvico deve-se indicar cesárea por causa da cabeça derradeira. Outra opção é usar um fórceps para retirar a cabeça do bebê mas bebês com cabeça derradeira são muito difíceis de sair - se for um bebê de mãe multípara, em geral, quando nasce o primeiro, o segundo acaba escorregando - por isso, deve-se evitar parto normal em caso de bebê pélvico, na grande maioria das vezes é melhor rodar o bebê dentro da barriga do que deixar ele nascer pélvico. Quando o médico avalia a apresentação do bebê, é necessário saber o que ele está mostrando pelo toque vaginal, pode ser a fontanela anterior (bregmática) que tem formato de losango ou fontanela posterior que tem formato de triângulo e é menor. O ideal é tocar a fontanela posterior porque a posição que o bebê fica dentro do útero é de flexão generalizada (ele fica todo fletido), assim ele fica com o diâmetro da cabeça menor, que é chamado de diâmetro suboccipital bregmático que mede 9,5 cm, o tamanho ideal por causa do estreito superior e médio. MARCOS ANATÔMICOS DA CABEÇA FETAL Quando o bebê fica defletido, ele aumenta o tamanho da cabeça, assim sabe-se se o bebê está fletido ou defletido pelo toque vaginal, se tocar fontanela posterior significa que o menor diâmetro da cabeça dele está posicionado, se tocar fontanela anterior sabe-se que o bebê tem algum grau de flexão e não está com o menor diâmetro da cabeça - o que decide esse posicionamento é a forma como o bebê encaixa. A cabeça do bebê tem 2 ossos frontais, 2 parietais e 1 occipital e as fontanelas mais importantes são a anterior e a posterior, os ossos da cabeça são separados porque ele ajusta-se para passar o menor diâmetro da cabeça. Diâmetro occipitofrontal = 12 cm; Diâmetro occipitomentoniano = 13,5 cm; Diâmetro suboccioitobregmático = 9,5cm; Existem 3 diâmetros do polo cefálico: O polo cefálico pode apresentar-se fletido, com o mento (parte inferior e média da face) próximo à face anterior do tórax ou dele se afastar em graus diversos de extensão. LAYANE SILVA Assim, há apresentações cefálicas fletidas e defletidas: de 1o grau ou bregmáticas, de 2o grau ou de fronte, e na deflexão máxima, as de 3o grau ou apresentação de face. Relação entre o dorso fetal e o lado do abdome materno, assim, há a posição esquerda ou 1a posição, quando o dorso fetal se acha voltado para o lado esquerdo materno, e a posição direita ou 2a posição, quando o dorso se orienta para o lado direito. O bebê em uma posição longitudinal pode se classificar como: (1) longitudinal pélvico com dorso à direita da mãe, (2) longitudinal pélvico com dorso à esquerda da mãe, (3) longitudinal pélvico com dorso anterior a mãe, (4) longitudinal cefálico com dorso à direita da mãe, (5) longitudinal com dorso à esquerda da mãe, (6) longitudinal com dorso anterior a mãe, (7) longitudinal com dorso posterior a mãe. Em geral, o bebê primeiro fica longitudinal cefálico, e encaixa na pelve da mãe, logo após ele desce e sai, mas para isso acontecer ele faz algumas manobras. palpa o vértice / fletido; palpa o bregma / defletido 1o grau; palpa a fronte / defletido 2o grau; palpa a face / defletido 2o grau; O bebê está todo fletido, pois o diâmetro que queremos é o subocciptobregmático ( o nome se refere de onde está saindo para onde está chegando, ou seja, do occipto para o bregma do bebê). Ao toque vaginal só se sente a fontanela posterior, não é possível sentir a fontanela anterior. Ao toque à cabeça do bebê é possível sentir a fontanela anterior (lembre-se a fontanela anterior tem o formato de losango e a posterior tem um formato triangular). Nessa etapa, ao palpar o losango, o queixo do bebê está mais afastado do que o tronco dele, e assim podemos dar o nome de defletido de primeiro grau. O bebê pode nascer, mas acaba cursando com um parto mais arrastado. Ao toque vaginal tocamos a testa do bebê. Esse bebê dificilmente nasce, pois o diâmetro da cabeça está enorme para passar pela pelve. Ao toque vaginal é possível sentir o queixo do bebê. A ausência da flexão lateral, mantendo-se a sutura sagital equidistante do promontório e sínfise púbica, condiciona o sinclitismo. Considera-se assinclitismo posterior, quando a sutura sagital está próxima do púbis e o parietal posterior é o primeiro a penetrar na escavação. Já, o assinclitismo anterior é quando a sutura sagital está mais aproximada do sacro e o parietal anterior desce em primeiro lugar. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES POSIÇÃO FETAL Ou hábito fetal a relação das partes do feto entre si, graças à flexibilidade da coluna vertebral e à articulação occipitovertebral, o feto se aloja na cavidade uterina em atitude de flexão generalizada, isso é, a coluna vertebral encurvada no seu todo e a cabeça com o omento próximo da face anterior do tórax, o que dá ao concepto a forma ovóide, o ovóide fetal apresenta então 2 polos: cefálico e pélvico. ATITUDE FETAL Na atitude de flexão generalizada, o bebê diminui o ângulo, ele quer o ângulo subocciptobregmático que mede 9,5 cm. ALTURA FETAL PLANOS DE LEE Para expressar a altura da apresentação aconselha-se adotar os Planos de Lee: deve considerar o diâmetro biespinha ciática ou linha interespinhosa, como plano de referência "0" (zero), assim, quando a parte baixa da apresentação LAYANE SILVA estiver a 1 cm acima do plano "0”, a altura é expressa como "-1"; 2 cm acima, como "-2" e assim sucessivamente até "- 5”. Já, quando a parte mais baixa da apresentação ultrapassar de 1 cm do plano "0", sua altura será "+1"; quando ultrapassar de 2 cm, "+2”, nomeando-se assim até "+5" - esses planos são muito importantes na hora do toque vaginal. PLANOS DE HODGE O terceiro plano de Hodge corresponde ao zero de Lee. Na prática é pouco utilizado, utiliza-se mais os de Lee. O: Região occipital (fontanela posterior); B: Bregma (fontanela anterior); N: Glabela (nariz) M: Mento E: Toca-se nas nádegas, o bebê está pélvico. A: Acrômio (transverso) Relação dos pontos de referência maternos e fetais - quando toca-se o bebê pela vagia da mãe é interessante saber o que se está tocando e cada região tem uma letra. Quando o bebê encaixa na pelve pode ser direita, esquerda anterior ou posterior, mas ele so nasce quando a região occipital do bebê está no púbis da mãe. Ou seja, ele pode encaixar em qualquer posição na pelve da mãe, mas ao longo da descida ele tem que rodar para chegar com a sua região occipital ao púbis da mãe - a variedade de posição é importante para sabermos quanto o bebê vai rodar para chegar na posição adequada. VARIEDADE DE POSIÇÃO 1. púbis; 2. eminência ileopectínea (direita e esquerda anterior); 3. extremidade do diâmetro transverso; 4. articulação sacroilíaca (direita e esquerda posterior); 5. sacro PONTOS DE REFERÊNCIA NO FETO 1a LETRA: ponto de referência fetal; 2a LETRA: lado materno (direito ou esquerdo); 3a LETRA: anterior ou posterior; OEA: occipito esquerdo anterior (fontanela de frente para a púbis); ODA: occipito direito anterior; OET: occipito esquerdo transversal; ODT: occipito direito transversal; OEP: occipito esquerdo posterior; ODP: occipito direito anterior; 1. 2. 3. 4. 5. 6. ATIVIDADE UTERINA Em geral, é necessáriofazer a dinâmica uterina, que contabiliza as contrações, para isso o médico coloca a mão aberta na barriga da grávida e observa por 10 minutos, conta quantas contrações e a duração e anota: por exemplo, “gestante teve 1a contração durou 30 segundos, 2a contração 40 segundos,...”e depois “a dinâmica a paciente foram 3 contrações de 40 segundos em 10 minutos”. Nessa dinâmica uterina, essas contrações começam com 20 ou 30 segundos e quando o trabalho de parto vai avançando chega a 40 segundos e no período expulsivo chega a 60 segundos. LAYANE SILVA Essas modificações acontecem nas primíparas (que vão parir pela primeira vez), nas pacientes que já pariram e já tiveram modificação de colo (multípara), o colo apaga e dilata ao mesmo tempo. Até 28 semanas: não perceptíveis > 28 semanas: contrações de Braxton Hicks (sem alteração cervical) Até 30 semanas de gestação, a atividade uterina é muito pequena, inferior a 20 UM (Unidade Montevidéu), os registros de pressão amniótica evidenciam contrações reduzidas, frequentes, cerca de 1/minuto, que permanecem restritas a diminutas áreas do útero. Após 30 semanas, a atividade uterina aumenta vagarosa e progressivamente, e, nas últimas 4 semanas (pré-parto) tem-se um acréscimo acentuado, observando-se contrações mais intensas e frequentes, que melhoram sua coordenação e se difundem a áreas cada vez maiores da matriz (até 3 contrações/hora) - assim, as contrações aumentam a intensidade e a duração à medida que o parto vai acontecendo. As pequenas contrações diminuem em número, mas permanecem, em alguns casos, a transformação da atividade uterina no pré-parto se faz pelo aumento progressivo da intensidade das pequenas contrações, que se tornam mais expansivas, enquanto sua frequência diminui gradativamente. Clinicamente, o parto está associado ao desenvolvimento de contrações dolorosas e rítmicas, que condicionam a dilatação do colo uterino, arbitrariamente, considera-se o seu início quando a dilatação cervical atinge 2 cm, estando a atividade uterina entre 80 e 120 UM. As pequenas contrações localizadas tendem a desaparecer, estando ausentes nos partos normais, onde os registros exibem apenas metrossístoles fortes e regulares. Na dilatação, as contrações têm intensidade de 30 mmHg e frequência de 2 a 3/10 minutos (D), para alcançar, no final desse período, valores respectivos de 40 mmHg e 4/10 minutos (E) - já, no período expulsivo, a frequência atinge 5 contrações em 10 minutos e a intensidade 50 mmHg (F) Há um tríplice gradiente descendente, ou seja, a contração se inicia no fundo uterino e se direciona para colo, as metrossístoles começam primeiro, são de maior intensidade e duração nas partes altas da matriz do que nas baixas, essa pressão do fundo para o colo APAGAMENTO E DILATAÇÃO DO COLO gera apagamento do colo e a dilatação uterina. Quando essa contração vai do colo do útero para cima é chamada gradiente reverso, que dificulta o TP. Inicialmente, existe um colo, posteriormente tem um “desaparecimento” do colo e a vagina já aparece mais, assim o colo vai desaparecendo ainda mais e, quando não se tem mais colo, ele começa a abrir. Esse sumiço do colo é o apagamento, ou seja, primeiro some e depois dilata, isso acontece ao nível que as contrações também acontecem. A contração serve para o colo do útero abrir então o colo apaga (era grosso e começa a ficar fino) e começa a ficar dilatado (2, 3, 4, 5, 6 cm) - se cabem 2 dedos dentro do colo do útero da paciente em geral são 3 cm, é importante que o médico saiba quantos cm tem seus 2 dedos para saber quantos cm ele está medindo no toque vaginal. Para medir coloca-se os 2 dedos no colo da paciente e afasta-se para definir a abertura em centímetros - essa medida é muito subjetiva, por isso que ela só é esclarecida com a prática. Não se deve abrir os dedos de forma indefinida até achar o colo do útero, se tocou e não tem mais colo, significa que ela está com 10 cm, ou seja, procurou, não tem colo, está com 10 cm de dilatação, abre até um limite. Sequência de acontecimentos (tempos) que permite a passagem do feto pelo canal do parto, ocorrerá de acordo com o tipo da apresentação do feto, que, na maioria dos casos, se processa em apresentação cefálica fletida ou de vértice - existem 2 tempos no mecanismo de parto: tempo principal e tempo acessório. MECANISMO DE PARTO Em resumo, sob o ponto de vista do mecanismo do parto, há o ovóide fetal (atitude de flexão da cabeça sobre o tronco e de entrecruzamento dos membros), que é composto por 2 segmentos semidependentes: ovóide cefálico (cabeça) e córmico (tronco e membros). O canal da parturição estende- se do útero à fenda vulvar, sendo constituído por partes moles do canal do parto (segmento inferior, cérvice, vagina, região vulvoperineal), é sustentado por cintura óssea. LAYANE SILVA Descida: se processa desde a acomodação, terminando somente com a expulsão fetal; Flexão: a cabeça sofre flexão em relação ao corpo (o queixo aproxima-se do tórax) para haver redução dos diâmetros; Rotação interna: o feto gira, roda dentro da pelve óssea materna para adaptar seus maiores diâmetros aos da pelve materna; Deflexão: extensão que a cabeça sofre para ser desprendida dos genitais externos; Desprendimento da apresentação: exteriorização completa da apresentação; Rotação externa: realiza-se fora da bacia materna e consiste no giro que a cabeça realiza em torno de seu próprio eixo, fazendo com que o occipital se posicione ao lado da coluna vertebral (movimento de reconstrução); (apresentação de vértice) ou deflexão (apresentação de face), ou, na apresentação pélvica, é obtida aconchegando- se os membros inferiores sobre o tronco ou desdobrando-se os mesmos para baixo ou para cima. Ademais, é necessária redução dos diâmetros da cabeça, obtida pela orientação de diâmetros e por flexão, inicialmente, a cabeça fetal encontra-se acima do estreito superior da bacia, em flexão moderada, com a sutura sagital orientada no sentido do diâmetro oblíquo esquerdo ou do transverso e com a pequena fontanela (fontanela lambdóide) voltada para esquerda. A cabeça migra até as proximidades do assoalho pélvico, onde começa o cotovelo do canal, exagerando a flexão, e o ápice do ovóide cefálico atinge o assoalho pélvico, e a circunferência máxima está na altura do estreito médio da bacia. A descida ocorre desde o início do trabalho de parto e só termina com expulsão total do feto, o movimento da cabeça é turbinal: à medida que o polo cefálico gira, vai progredindo seu trajeto descendente (penetração rotativa). A extremidade cefálica distende e dilata, o conjunto musculoaponeurótico que compõem o diafragma pélvico sofre movimento de rotação que levará a sutura sagital a se orientar no sentido anteroposterior da saída do canal. Terminado a rotação, o suboccipital está sob a arcada púbica, a sutura sagital orienta-se em sentido anteroposterior, assim, o desprendimento ocorre pela deflexão, a nuca do feto apoia-se na arcada púbica e a cabeça oscila em torno desse ponto. A passagem da cabeça pelo anel vulvar deve ser feita pelos diâmetros anteroposteriores, de menores dimensões originados do suboccipital, que acomoda-se à arcada inferior da sínfise, em redor da qual a cabeça vai bascular para o desprendimento. Posteriormente, estando o suboccipital colocado sob a arcada púbica, liberta-se o diâmetro suboccipitobregmático, seguido pelo suboccipitofrontal, suboccipitonasal até o desprendimento. No transcurso através do canal parturitivo, impulsionado pela contratilidade uterina e pelos músculos da parede abdominal, o feto é compelido a executar movimento passivos para adaptar o feto às exiguidades e às diferenças de forma do canal, assim, os diâmetros fetais se reduzem e se acomodam aos pélvicos. Encaixamento ou acomodação: o polo cefálico penetra na pelve; Insinuação: passagem da maior circunferência da apresentação (polo cefálico) pelo estreitosuperior. Primeiramente, o bebê passa pelo processo de insinuação (encaixa), logo depois no tempo acessório, ele faz a flexão, depois que o bebê insinua, ele desce e faz a rotação interna do ombro. Em seguida, ele faz o desprendimento da cabeça e a deflexão, depois ele realiza a restituição (rotação externa) com o desprendimento dos ombros. Nessas condições, está o ponto mais baixo da apresentação à altura das espinhas ciáticas (plano “O” de DeLee), tem como tempo preliminar a redução dos diâmetros, na apresentação cefálica, é obtida através da flexão LAYANE SILVA Desprendimento/expulsão fetal: saída do resto do corpo. Após desvencilhar-se, livre agora no exterior, a cabeça sofre novo e ligeiro movimento de flexão, pelo seu próprio peso, e executa rotação de ¼ a ⅛ de circunferência, voltando o occipital para o lado onde se encontrava na bacia. da mãe, passa pelo estreito superior, ocorrem contrações uterinas irregulares mais intensas e há aumento do fluxo vaginal (perda do tampão mucoso). O tampão mucoso é uma secreção gosmenta que pode ser transparente, marrom, avermelhada ou amarelada, quando ocorre sua perda significa que teve modificação do colo do útero, mas não significa que ela vai ter o bebê, então ela pode perder o tampão mucoso e ter o parto depois de 24 horas ou depois de 3-4 semanas, por exemplo. FASE LATENTE: depois do período premonitório, vem a fase latente cuja diferença é que as contrações uterinas ficam mais intensas e dolorosas e pode haver modificação do colo uterino, porém essa mudança é bem lenta, fica em 2-3 cm, se mantém < 4 cm. Esse período pode durar em torno de 14h em multíparas e 20h em nulíparas e não há necessidade de intervenção, ou seja, o médico não faz nada. FASES CLÍNICAS DO PARTO O estudo do parto analisa 3 fases (dilatação, expulsão e secundamento), precedidas de estágio preliminar, o período premonitório (pré-parto), que constituem os fenômenos passivos do parto, que se completam com análise dos movimentos executados pelo feto, na sua penetração rotativa pelo canal parturitivo, impulsionado pelas contrações uterinas (mecanismo do parto). PERÍODO PREMONITÓRIO (pré-parto): descida do fundo uterino, a cúpula do útero gravídico baixa de 2-4 cm (maior amplitude à ventilação pulmonar), adaptação do polo proximal do feto ao estreito superior, excesso de secreções das glândulas cervicais, eliminação de muco e mesclado de sangue, encurta-se a porção vaginal do colo, inicia-se a percepção das metrossístoles, intensificam-se contrações, prenunciando deflagração. Ocorre amolecimento e apagamento do colo que caracteriza a maturidade da cérvice, orientação e abaixamento do colo, e o parto só inicia com essa porção da matriz no centro do eixo vaginal. São as contrações que tem início com 30 semanas, torna-se mais intensa após 36 semanas, nesse período ocorre a descida do fundo uterino (2-4 cm), o bebê encaixa na pelve ANTES: PERÍODO PREMONITÓRIO + FASE LATENTE É comum que as pacientes se queixem que estão com dor e contração e reclamem porque o médico pediu que ela voltasse para casa, mas em geral elas estão nessa fase latente, que tem contração, mas não tem dilatação do colo. Se internar uma paciente na fase latente, o médico vai acabar tendo que induzir o parto com um parto cesáreo ou ocitocina, porque não pode dar alta para essa paciente - esse é o problema de internar a paciente muito cedo, o trabalho de parto será considerado como arrastado e terá necessidade intervenção. Em geral, as pacientes que estão com 2-3 cm na fase latente, conseguem viver normalmente e depois o trabalho de parto evolui, mas se ela for internada nessa fase, seria realizada rotura de bolsa, episiotomia. Duração: Primíparas 8h/ Multíparas 5h Início do trabalho de parto: contrações dolorosas e rítmicas + dilatação cervical > 4 cm Depois dessas 2 fases, começa o trabalho de parto e nesse período a mulher tem que estar na maternidade e ser internada. Então a primeira fase do trabalho de parto, é aquela fase em que a mulher começa a dilatar de verdade, então ela já tem contrações rítmicas (exemplo: 1 contração a cada 2 minutos) e dolorosas e dilatação cervical acima de 4 cm. Essa mulher deve ser internada para dar continuidade ao trabalho de parto, que dura 8 horas nas primíparas e 5 horas nas multíparas. Esse período inicia-se com o início do trabalho de parto e termina com a dilatação total (10 cm), tem duração, nas primíparas, de 8h, enquanto que nas multíparas dura 5h, o início do trabalho de parto se dá com contrações dolorosas, rítmicas e uma dilatação cervical > 4cm - nesse momento, a ausculta fetal tem que ser feita a cada 30 minutos, pois é o início da fase ativa do parto. FASE DE DILATAÇÃO: inicia com contrações uterinas dolorosas (começam a modificar ativamente a cérvice) e termina quando a ampliação está completa (10 cm), ocorre dilatação do colo pela tração das fibras longitudinais do corpo, que se encurta nas contrações uterinas, e as dores praeparantes (preparatórias) sucedem dores praesagiantes (de sinalização). PRIMEIRO PERÍODO : FASE ATIVA LAYANE SILVA No 1o período, abre-se o diafragma cervicossegmentário e o canal do parto se forma (continuidade do trajeto uterovaginal), apagamento do colo e dilatação da cérvice, ampliação do orifício externo do colo para criar espaço para coletar líquido amniótico, tumefazendo as membranas ovulares (âmnio e cório), descoladas do istmo - a bolsa das águas é o polo inferior do óvulo e se insinua pelo orifício interno do colo, cujos lábios transmitem a onda contratural. Baudelocque-Schultze: saída da placenta (ela sai como se fosse um guarda-chuva), primeiro a placenta sai e depois o sangramento – hemorragia - placenta fúndica. Baudelocque-Duncan: hemorragia – saída da placenta - a placenta está mais lateralizada. Ocorre quando a placenta está grudada em um canto do útero e sai primeiro sangue e depois a placenta. Ausculta fetal a cada 5 minutos Inicia com dilatação total do colo (10 cm) e termina com expulsão do feto, em relação a duração, nas nulíparas dura até 2h e nas multíparas até 1h - se a mulher tiver feito analgesia pós-parto, esse período pode ser aumentado - a ausculta fetal deve acontecer a cada 5 minutos. No período expulsivo, há dilatação de 10 cm, com contrações uterinas que acontecem de 5-10 minutos durando 60-70 segundos, nessa situação, pode ocorrer o desejo da paciente evacuar, ter agitações e puxos maternos (vontade de fazer força). SEGUNDO PERÍODO: PERÍODO EXPULSIVO Assim, a fase de expulsão caracteriza-se pela associação sincrônica às metrossístoles, da força contrátil do diafragma e parede abdominal, cujas formações musculoaponeuróticas, ao se retesarem, formam cinta muscular forte, que comprime o útero. Ocorre sucessão das contrações uterinas, cada vez mais intensas e frequentes, com intervalos menores, até adquirirem o aspecto subintrante de 5 contrações em cada 10 min, assim, o feto é propelido pelo canal do parto, franqueia o colo dilatado e passa a distender a parede inferior do diafragma vulvoperineal, depois de palmilhar a vagina. Ao comprimir paredes vaginais, reto e bexiga, o polo inferior do feto provoca, por via reflexa, o aparecimento das contrações voluntárias da prensa abdominal, e o período expulsivo tem maior eficiência quando estão presentes 2 fatores: sístole involuntária do útero e contração voluntária da prensa abdominal. A parturiente imobiliza o tórax, firmando os braços em pontos de apoio no leito, interrompe a respiração e abaixa o diafragma como nos movimentos expiratórios violentos, executando forte contração da musculatura abdominal, assim, a apresentação desce pelo canal do parto e passa a pressionar o períneo, aos poucos, a vulva se entreabre e dilata-se lentamente. Período de descolamento e a expulsão da placenta até 30 minutos do período expulsivo (2o período) - entre o bebê nascer a placenta sair tem que ter um intervalo de até 30 minutos,se em 30 minutos, a placenta não sair, é necessário retirá-la - existem 2 tipos de expulsão da placenta: TERCEIRO PERÍODO: SECUNDAMENTO Uso de ocitocina: 10 UI, via intramuscular Clampeamento oportuno do cordão (> 1 minuto) Tração controlada de cordão Vigilância/massagem uterina após dequitação (a cada 15 minutos nas primeiras 2 horas) Contato pele a pele mãe-filho, estímulo ao aleitamento materno na primeira hora de vida. O secundamento consta de 3 tempos fundamentais: (1) descolamento - decorre da retração do músculo uterino, após o parto fetal, e em consequência das contrações, reduz- se a superfície interna do útero e pregueando-se a zona de inserção da placenta; (2) descida - as contrações uterinas e a ação da gravidade condicionam a migração da placenta, assim, do corpo uterino, a placenta passa ao segmento inferior, que então se distende, percorre a cérvice e cai na vagina; (3) expulsão ou desprendimento - no canal vaginal, a placenta provoca sensação de puxo, determinando esforços abdominais responsáveis pela expulsão do órgão. MANEJO ATIVO: depois do período de saída da placenta, é necessário fazer manejo ativo porque é o período de maior risco da paciente ter hemorragia pós-parto, consiste em: Essa dose de ocitocina é feita em 100% das pacientes, sem contraindicações, assim que nasceu o bebê faz-se 10 unidade de ocitocina intramuscular, a não ser que a paciente não aceite - mas o médico irá recomendar em 100% das vezes. O bebê nasceu, bota no colo da mãe e clampeia o cordão após 1 minuto, porque esse 1 minuto aumenta o aporte de sangue para o bebê, e quando aumenta esse aporte de sangue, aumenta a reserva de ferro dele. Se o bebê não nasceu adequadamente, o clampeamento será feito imediatamente e ele será levado para o pediatra reanimar, mas se nasceu bem deve-se fazer clampeamento oportuno. Após clampear o cordão, é realizada uma tração controlada de cordão, ou seja, o médico fica puxando o cordão para a placenta sair. Após a saída da placenta inicia a massagem uterina. Por fim, pede-se para a mãe colocar o bebê no peito, pois a amamentação libera ocitocina e promove contração uterina. Ocitocina 10 UI intramuscular Clampeamento oportuno do cordão Tração controlada do cordão Pressão suprapúbica Mãe amamentando MOMENTO REVISÃO - Manejo ativo 1. 2. 3. 4. 5. MOMENTO REVISÃO - Fases clínicas do parto Período premonitório : período antes do trabalho de parto, que começa com 38 semanas com contrações de treinamento. Fase latente : dilatação < 4 cm e contrações irregulares. Depois disso, começa o trabalho de parto de verdade, a paciente precisa estar internada. 1o período : fase ativa, tem dilatação de > 4 cm e contrações cíclicas. 2o período : começa com dilatação de 10 cm e continua até o período expulsivo. Ocitocina 10 UI intramuscular Clampeamento oportuno do cordão acima de 1 minuto Tração controlada do cordão Pressão suprapúbica Mãe amamentando 3o período : corresponde à saída da placenta que pode durar 30 minutos (secundamento), realizar manejo ativo (lembrar dos 5 itens). 1. 2. 3. 4. 5. 4o período : corresponde a 1 hora pós-parto que é o período de maior risco de hemorragia - paciente fica 01 hora em observação. LAYANE SILVA Resumindo, ao sair o bebê e clampear o cordão, ali embaixo o médico traciona a placenta e faz pressão suprapúbica para estabilizar o útero e ele não vir junto com a placenta, se o médico coloca a mão no fundo do útero, e vai empurrar o útero para baixo, aumentar a chance de pressão uterina e o útero desce, o que causa choque pelo reflexo vasovagal - então faz-se a tração da placenta e pressão suprapúbica para manter o útero e retirar a placenta. Contração uterina: ligaduras vivas de Pinard; Coagulação do sangue: trombotamponagem; Indiferença miouterina: contração e relaxamento do útero; Contração uterina “fixa”: maior tono uterino; Depois que a placenta sai no secundamento até 1 hora após o parto é o período de maior risco de hemorragia pós-parto (do final do secundamento até 01 hora após o parto) então é nesse momento que deve-se observar a paciente independente se o parto foi normal ou cesárea, é importante deixar ela 1 hora em observação. Para evitar esse processo existem diversos mecanismos para hemostasia, são eles: Assim, é composto por 4 fases típicas: (1) miotamponagem - imediatamente após a expulsão da placenta, o útero se contrai e é palpável em um ponto intermediário entre o púbis e o umbigo; (2) trombotamponagem - formação de trombos nos grandes vasos uteroplacentários, constituindo hematoma intrauterino que recobre, de modo contínuo, a ferida aberta no local placentário; (3) indiferença miouterina - o útero se torna “apático” e tem fases de contração e relaxamento; (4) contração uterina fixa - após 1 h, o útero adquire maior tônus. Esses mecanismos são feitos pela mulher para contrair o útero e ele ter um bom tônus para evitar hemorragia pós- parto, visto que a principal causa de hemorragia pós-parto é a atonia uterina, um útero que não contraiu bem - então o objetivo é o útero contrair, pode-se fazer ocitocina ou essas manobras para o útero contrair. QUARTO PERÍODO: PERÍODO DE GREENBERG PARTOGRAMA Representação gráfica do trabalho de parto, é um papel onde são colocado os acontecimentos do parto (dilatação, como estava o bebê, rompimento da bolsa), pode ser usado durante todos os trabalhos de parto conduzidos em ambiente hospitalar e, quando fora dele, apenas em casos de gestação de risco habitual, a termo e com início espontâneo - só deve ser iniciado na fase ativa do trabalho de parto. No partograma, há uma linha de alerta e uma de ação, se passar a de alerta, tem um sinal amarelo ligado e se passar a de ação tem um sinal vermelho ligado que significa que o parto não está acontecendo da melhor forma, devendo procurar o motivo. Na parte de baixo, devemos olhar se as contrações estão sendo efetivas ou não, então, passar da linha de ação não é igual a cesárea, é igual a avaliar o motivo do trabalho de parto estar acontecendo dessa forma. LAYANE SILVA Dilatação e altura do feto Batimentos fetais Contrações Uso (ou não) de ocitocina, aspecto do líquido amniótico e aspecto da bolsa Ainda na 2a parte, temos as contrações e uma legenda para caracterizar quantos segundos têm, além disso, em cada avaliação da altura da cabeça do bebê, deve-se olhar o tempo das contrações. Há espaço para as informações da bolsa amniótica, líquido amniótico e ocitocina, e também se coloca a frequência cardíaca fetal - em relação a taxa normal de dilatação do partograma, é de 1 a 1,5 cm/h. Faz-se o acompanhamento da dilatação e a altura do feto, duas informações que devem ser anotadas a cada toque vaginal que for realizado, da direita para a esquerda, anotando a hora real /ou hora de registro. Triângulo: referente a dilatação. Círculo: representa a altura do feto, respeitando os planos de De Lee ou de Hodge. Linha de alerta: o trabalho de parto deve acompanhar essa linha e não ultrapassá-la. Linha de ação: mostra a necessidade de intervenção, não necessariamente cesárea! Deve ser marcado apenas com um ponto na frequência que o feto apresenta no momento do exame. Para as contrações efetivas, deve-se preencher todo o quadrado, se elas não forem efetivas, mas durarem entre 20 e 39 segundos, pinta-se metade do quadrado, traçando uma linha na diagonal - o número de quadrados que pintar, representa a quantidade de contrações em 10 minutos. Bolsa: pode estar íntegra (I) ou rota (R) Líquido amniótico: pode ser claro (LC) ou meconial (LM) Ocitocina: marcar a dose que está sendo utilizada O partograma possibilita acompanhar evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a tomada de condutas para correção dos desvios, evitando intervenções desnecessárias. Na sua construção, (1) cada divisória corresponde a 1 h na abscissa (eixo X) e 1 cm de dilatação cervical e de descida da apresentação na ordenada(eixo Y); (2) inicia-se o registro gráfico na fase ativa do trabalho de parto (2-3 contrações generalizadas em 10 min, dilatação cervical mínima de 3-4 cm); (3) os toques vaginais são realizados a cada 2 h, anotando a dilatação cervical, altura da apresentação, variedade da posição, condições da bolsa das águas e líquido amniótico e dilatação cervical; (4) registrar padrão das contrações uterinas e dos bcf, a infusão de líquidos, fármacos e o uso de analgesia; e (5) marcar a dilatação cervical, traçando a linha de alerta e, em paralelo, 4 h após, sinala-se a linha de ação. As principais características do parto normal são: início espontâneo, apresentação cefálica de vértice, única, gravidez a termo (37-42 semanas), sem intervenção artificial e duração < 12 h em primíparas e < 8 h em multíparas.
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