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Exmo. Sr. Dr. Desembargador Presidente do E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Origem: São Gonçalo/ RJ Vara de Família da Comarca de São Gonçalo Processo XXX.XXX.XXX Procedimento comum Rescisão / Resolução Autor (agravante): (...) Réus (agravados): (...) Avó materna, já qualificada nos autos da ação de guarda, processo em epígrafe, que promove em face de (...), por seus advogados, vem, respeitosamente, requerer a distribuição do presente AGRAVO DE INSTRUMENTO O que faz com fundamento no artigo 1.015, do Código de Processo Civil. I – Nome e endereço completo dos advogados (CPC, art. 1.016, IV) Os advogados que funcionam no mesmo são os seguintes: 1 – Pelo agravante:Juliana Rodrigues Szekhelyi, Endereço: (...) 2 – Pelos agravados:(...), Endereço: (...) II – Juntada das peças obrigatórias e facultativas (CPC, art. 1.017) Junta-se, desde logo, cópia integral dos autos, declarada autêntica pelo advogado subscritor da presente nos termos do art. 425, IV, do Código de Processo Civil e, entre elas, as seguintes peças obrigatórias: a) Cópia da r. decisão agravada (fls. XXX dos autos integralmente reproduzidos); b) Cópia da certidão da intimação da r. decisão agravada (fls. XXX, dos autos integralmente reproduzidos); c) Cópia da procuração e substabelecimento outorgado aos advogados (fls. XXX dos autos integralmente reproduzidos). Termos em que, requerendo o recebimento das inclusas razões, instruídas com as peças obrigatórias e facultativas retro apontadas. Pede deferimento. Data. Advogado (OAB) Processo (...) – Procedimento Comum – Resolução Partes (CPC, art. 1.016, I): (...) Razões do recurso Egrégio tribunal Colenda Câmara I – EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO (CPC, ART. 1.016, II) E RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO (CPC, ART. 1.016, III) FATOS A presente demanda funda-se, portanto, no parecer técnico desfavorável à concessão da guarda provisória das netas que são menores à avó materna, fato inequívoco e devidamente comprovado em razão do vínculo parental entre a avó materna e sua neta. Dessa maneira, na exordial, a agravante requereu a guarda provisória das netas, visto o curso do processo, evitando maiores danos que certamente serão de difícil, senão impossível reparação. Nada obstante, sobreveio a decisão agravada. DECISÃO AGRAVADA: “(...) – Vistos. Recebo petição como aditamento da inicial. Anote-se a alteração do valor da causa. Em que pese a relevância dos fundamentos jurídicos invocados, INDEFIRO o pedido de concessão da guarda provisória das três netas menores, havendo risco de irreparabilidade da medida caso seja deferida desde o início (...)” Direito e razões do pedido de reforma É inquestionável que a agravante Por conseguinte, (Fundamentar os motivos para deferimento de acordo com a narrativa da peça de ingresso) A necessidade de antecipação da guarda provisória é medida que se impõe, notadamente em razão da A Constituição Federal, em seu artigo 227, prevê que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 33, determina que a guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança e ao adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive os pais. Demonstrado, portando, o periculum in mora e a probabilidade do direito, mister se faz a tutela de urgência com supedâneo art. 300 do Código de Processo Civil. Em casos de disputa pela guarda e/ou impossibilidade dos pais em suprir as necessidades básicas da criança, o parágrafo 2º do art. 33 do ECA Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a prática de atos determinados. Autoriza o estabelecimento da “guarda peculiar”, fora dos casos de adoção e tutela, em que, preservando-se o poder de família dos pais, a guarda do menor será concedida a “terceiro”, geralmente o familiar que apresente melhores condições de assumi-la, quando essa medida se mostrar necessária e recomendada para a criação, sustento e bem estar do menor. A prova que instruiu a inicial é robusta. Verifique Vossa Excelência a jurisprudência pátria, que tem admitido remansosamente a antecipação de tutela nesses casos: 0058541-31.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1ª Ementa Des(a). INÊS DA TRINDADE CHAVES DE MELO - Julgamento: 18/07/2018 - SEXTA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. GUARDA. DISPUTA ENTRE TIOS MATERNOS, AVÓ MATERNA E TIA PATERNA. DECISÃO AGRAVADA (INDEX Nº 07 DO ANEXO Nº 1) QUE DEFERIU A GUARDA PROVISÓRIA DO ADOLESCENTE A SUA AVÓ MATERNA, ORA PRIMEIRA-AGRAVADA. AGRAVANTE QUE ADUZ QUE, ALÉM DE SER TIA PATERNA DA CRIANÇA, É A PESSOA QUE DISPÕE DAS MELHORES CONDIÇÕES PARA EXERCER A SUA GUARDA; QUE SEMPRE ESTEVE PRESENTE NA VIDA DO INFANTE; QUE PRESTA ASSISTÊNCIA MATERIAL E AFETIVA. OS AGRAVADOS, POR SEU TURNO, ARGUMENTAM QUE A PRIMEIRA AGRAVADA SEMPRE CUIDOU DA CRIANÇA COMO SE FOSSE SEU FILHO; QUE O MENOR POSSUI DEFICIÊNCIA MOTORA E INTELECTUAL, DEMONSTRANDO A AGRAVADA TER CONDIÇÕES DE PRESTAR-LHE OS CUIDADOS NECESSÁRIOS; QUE O PEDIDO DE GUARDA OFERTADO PELA AUTORA É MOVIDO APENAS POR INTERESSES FINANCEIROS; QUE A AUTORA NÃO TEM CONDIÇÕES DE CUIDAR DO SOBRINHO DE FORMA DEVIDA; QUE O INTERESSE EM OBTER A GUARDA É REPENTINO; QUE A AGRAVANTE TRABALHA E ESTUDA NO TURNO NOTURNO, O QUE IMPOSSIBILITA DE EXERCER A GUARDA DIRETA POR CERTO PERÍODO DE TEMPO, DEIXANDO-O SOB OS CUIDADOS DE UM DE SEUS FILHOS; QUE HÁ, EM DESFAVOR DA AGRAVANTE, DENÚNCIAS AO CONSELHO TUTELAR SOBRE TRATAMENTO DESABONADOR DISPENSADO AO SOBRINHO DURANTE O PERÍODO EM QUE COABITARAM. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. REQUISITOS DO ART.300 DO CPC. ENTREVISTA PESSOAL REALIZADA, EM 07/12/2016, COM A AGRAVANTE (JANE) E COM A TERCEIRA AGRAVADA (ADRIANA) EM QUE SE EVIDENCIOU UM POLARIZAÇÃO ENTRE AS FAMÍLIAS MATERNA E PATERNA, REPRESENTADAS PELOS AGRAVADOS E AGRAVANTE, RESPECTIVAMENTE. TAMBÉM RESTOU IDENTIFICADO QUE A AVÓ MATERNA, ORA AGRAVADA, POSSUÍA VÍNCULOS PROFUNDOS COM O ADOLESCENTE, DESDE O FALECIMENTO DE SUA GENITORA, OCORRIDO 05 (CINCO ANOS) ANTES DO FALECIMENTO DO GENITOR; QUE O LOCAL ONDE RESIDEM FOI ADAPTADO PARA COMPORTAR O GRAU DE MOBILIDADE REDUZIDO DO INCAPAZ. DECISÃO RECORRIDA, AO DEFERIR A GUARDA PROVISÓRIA À AVÓ MATERNA QUE ESTÁ EM CONSONÂNCIA COM O PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE. PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO, EM AMBOS OS GRAUS, NO MESMO SENTIDO. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 59 DO TJ/RJ. DESPROVIMENTO DO RECURSO. Íntegra do Acórdão em Segredo de Justiça - Data de Julgamento: 18/07/2018 Inúmeros outros julgados alinham-se no mesmo sentido: 0027337-03.2016.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1ª Ementa Des(a). VALÉRIA DACHEUX NASCIMENTO - Julgamento: 05/06/2018 - DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMILIA. INVERSÃO DE GUARDA. GUARDA MANTIDA COM A AVÓ MATERNA. MENOR EM SITUAÇÃO IRREGULAR. COMPORTAMENTO DOS GENITORES QUE COMPROMETE A FORMAÇÃO DA CRIANÇA. DECISÃO AGRAVADA QUE ATENDE AO MELHOR INTERESSE DO MENOR. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL DA CRIANÇA. APLICAÇÃO DE ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ECA. ART. 98 ECA. NECESSIDADE DE MAIORES ESTUDOS SOBRE A SITUAÇÃO DO MENOR. DECISÃO DO JUÍZO QUE SE MANTÉM. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO. A medida que se pleiteia, no que tange à antecipação da tutela de matrícula do Autor no curso de ensino superior dainstituição-Ré de diferentemente do que sustenta a decisão agravada, não é irreversível, posto que a posse provisoriamente concedida pode ser revogada a qualquer tempo conforme já decidiu este Tribunal: II – PEDIDO Tendo em vista o inquestionável direito de a agravante obter a guarda provisória das três netas requer a antecipação da pretensão recursal. Ao final, requer o agravante o provimento deste recurso, com a reforma da decisão agravada, determinando-se ou confirmando-se a imediata concessão da guarda provisória. III – REQUERIMENTO Isto posto, serve a presente para requerer ao Insigne Relator que determine a intimação dos agravados (CPC, art. 1.019, II) para responder no prazo legal. Ou (na hipótese de os agravados ainda não terem sido citados): ...determine a intimação dos agravados (CPC, art. 1.019, II), por carta com aviso de recebimento, no endereço constante do preâmbulo deste recurso, ou seja (...) para responder no prazo legal. Termos em que, cumpridas as necessárias formalidades legais, pede e espera deferimento como medida de inteira JUSTIÇA. Data Advogado (OAB)
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