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2022/2 Isabella Rocha Baihense @isabellabaihense.psi Psicopatologia II Resumo 1 Bim Livro: Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais Resumo do Capítulo 31 – Síndromes ansiosas e síndromes com importante componente de ansiedade As síndromes ansiosas “puras” são ordenadas inicialmente em dois grandes grupos: - quadros em que a ansiedade é constante e permanente (ansiedade generalizada, livre e flutuante). - quadros em que há crises de ansiedade abruptas e mais ou menos intensas. Crises de ansiedade, crises de pânico Algumas crises de pânico são crises marcantes de ansiedade nas quais ocorre importante descarga do sistema nervoso autônomo. Nelas ocorrem sintomas como “batedeira” ou taquicardia, suor frio, tremores, desconforto respiratório ou sensação de asfixia, náuseas, formigamento em membros, dedos e/ou lábios. São chamadas crises de pânico, que podem configurar, se ocorrerem de modo repetitivo, o transtorno de pânico. O quadro abaixo resume os principais elementos desses dois transtornos segundo o DSM-5 e CID-11: Critérios diagnósticos para os transtornos de ansiedade segundo o DSM-5 e a CID-11 TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG) ATAQUE DE PÂNICO E TRANSTORNO DE PÂNICO Ansiedade, apreensão e preocupações excessivas na maioria dos dias, por muitos meses (no DSM-5, por pelo menos 6 meses), em diferentes atividade e eventos da vida. Além disso, a pessoa considera difícil controlar a preocupação e a ansiedade. A ansiedade e a preocupação estão em pelo menos mais três dos seguintes sintomas: o Inquietação ou sensação de estar “com os nervos à flor da pele” o Cansaço fácil, fatigabilidade o Dificuldade de concentrar-se o Irritabilidade, “pavio curto” o Tensão muscular, dificuldade de relaxar o Alteração do sono (dificuldade de pegar no sono ou mantê-lo) O foco da ansiedade ou preocupação não é decorrente de outro transtorno mental (como medo de ter crises de pânico, ser contaminado – no caso de TOC –, ganhar peso – no caso da anorexia) Ataque de pânico Crises de ansiedade, de intenso desconforto ou de sensação de medo que alcançaram um pico em minutos (geralmente não duram mais que meia ou uma hora), com pelo menos quatro dos seguintes critérios: o Palpitações ou taquicardia o Sensação de falta de ar, desconforto respiratório o Sensação de asfixia ou de estar sufocando o Suor de mãos, pés, face, geralmente frio o Medo de perder o controle ou enlouquecer o Medo de morrer, de ter um ataque cardíaco o Tremores ou abalos o Formigamentos ou anestesias nos dedos e nos lábios o Ondas de calor ou calafrios 2022/2 Isabella Rocha Baihense @isabellabaihense.psi Ansiedade, preocupação ou sintomas físicos causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social o Desrealização (sensação de que o ambiente está estranho) ou despersonalização (sensação de estranheza quanto a si mesmo) o Tontura, instabilidade o Dor ou desconforto toráxico o Náusea ou desconforto abdominal Transtorno de pânico Ter ataques de pânico de forma repetitiva e inesperada Pelo menos um dos ataques foi seguido por período mínimo de um mês com os seguintes critérios: o Preocupação persistente com a possibilidade de ter novos ataques o Preocupação com implicações ou consequências dos ataques, como perder o controle, enlouquecer ou ter um infarto o Alterações do comportamento relacionadas aos ataques (evitar aglomerações, evitar sair de casa) o Presença ou não de agorafobia associada *O transtorno não é devido a efeitos fisiológicos diretos de uma substância (medicamento, uso de substâncias) ou a uma condição médica ou doenças (como hipertiroedismo, lúpus, diabetes, entre outras). TAG: Transtorno de ansiedade generalizada Caracteriza-se pela presença de sintomas ansiosos excessivos, na maior parte dos dias, por vários meses. A pessoa vive angustiada, tensa, preocupada, permanentemente nervosa ou irritada. SINTOMAS Sintomas frequentes Sintomas físicos - insônia - cefaleias - dificuldade em relaxar - dores musculares - angústia constante - dores ou queimação no estômago - irritabilidade aumentada - taquicardia - dificuldade em se concentrar - tontura - formigamento - sudorese fria Transtorno de pânico Denomina-se o quadro de transtorno de pânico caso as crises sejam recorrentes, com desenvolvimento de medo de ter novas crises, preocupações com possíveis implicações da crise (perder o controle, ter um ataque cardíaco ou enlouquecer) e sofrimento subjetivo significativo. O TP pode ou não ser acompanhado de agorafobia (muito desconforto e fobia de lugares amplos e aglomerações). 2022/2 Isabella Rocha Baihense @isabellabaihense.psi Transtorno de ansiedade de separação (CID-11 e DSM-5) Sobretudo em crianças, pode haver medo e ansiedade importantes relacionados a separar-se de pessoas significativas, percebidas como protetoras (mãe, avós, pais, entre outras). Tipicamente, a criança tem muito medo e ansiedade para ir à escola, separar-se da mãe ou de outros membros da família. Isso também pode ocorrer com adultos, quando separam-se do companheiro romântico. Para o diagnóstico, os sintomas devem durar muitos meses e ser suficientemente graves, prejudicando o desenvolvimento escolar, pessoal e social da criança, adolescente e adulto. Síndromes ansiosas de base orgânica Os quadros de ansiedade podem ser de origem orgânica, isto é, pode ocorrer uma síndrome ansiosa (em crises de pânico ou ansiedade generalizada) que é claramente resultante de uma doença física, uso de fármacos, substâncias ou de outra condição orgânica. As síndromes ansiosas também são comuns nos quadros psicopatológicos associados ao período pré- menstrual e ao puerpério e relacionados a grandes cirurgias (como transplante cardíaco). Na ansiedade de base orgânica, é particularmente frequente a presença de irritabilidade e da labilidade do humor. Principais doenças físicas, condições médicas e substâncias associadas aos quadros de ansiedade orgânica: DOENÇAS FÍSICAS FREQUÊNCIA (%) Hipertireoidismo 60% Hipotireoidismo 30-40% Esclerose múltipla 32% Câncer Fases iniciais 15-23% Fases terminais 69-79% Doença pulmonar Fases iniciais 32 – 57% Fases terminais 51 – 75% Acidente vascular cerebral 18 – 25% Síndrome do ovário policístico 20% Doenças cardiovasculares 11 – 49% Diabetes 1 – 16% Insuficiência cardíaca congestiva 2 – 49% Doença coronariana 10 – 50% Substâncias que produzem ou desencadeiam quadros ansiosos Cortiocosteriodes, simpatomiméticos (ou outros broncodilatadores), cafeínas, hormônios tereoidianos, etc. SÍNDROMES COM IMPORTANTE COMPONENTE DE ANSIEDADE (fobias e ansiedade social, dissociações, conversões, somatizações, transtorno de estresse pós-traumático e transtornos obsessivo-compulsivos) -> No passado, os principais quadros psicopatológicos com predomínio de ansiedade eram, de modo geral, considerados formas de neuroses. Dessa forma: - o TAG e TP constituíam a “neurose da angústia” - os transtornos fóbicos (fobia social, agorafobia e fobia simples) eram considerados “neurose fóbica” 2022/2 Isabella Rocha Baihense @isabellabaihense.psi - quadros dissociativos e conversivos eram “neurose histérica ou histeria” - quadros hipocondríacos ou somatoformes (fibromialgia, síndrome da fadiga crônica – neurastenia) eram “neurose hipocondríaca” - TOC era a “neurose obsessiva-compulsiva” - TEPT (transtorno de estresse pós-traumático) era nomeado “neuroses traumáticas ou neuroses de guerra” Transtornos fóbicos Caracterizam-se por medos intensos e irracionais, desproporcionais, desencadeados por situações, objetos ou animais que objetivamente não oferecem ao indivíduo perigo real e proporcional à intensidade de tal medo. - Agorafobia: o medo e a angústia relacionam-se a um conglomerado de pessoasou espaços amplos, onde a pessoa não se sinta segura e a presença de pessoas próximas ou o acesso a um local de segurança para ela não seja rapidamente ou facilmente acessível. Indivíduos com esse transtorno tem frequentemente crises de medo que chegam ao pânico, impossibilitando os mesmos a viverem situações sociais frequentar locais públicos, fazer compras no supermercado ou até mesmo sair de casa. - Fobia simples: caracteriza-se por medo intenso, persistente, desproporcional e irracional, como medo de animais (barata, sapo, cobra, passarinho), medo de ver objetos cortantes como seringas, faca, vidros quebrados, ou até mesmo sangue. A exposição a esses objetos ou animais fobígenos geralmente deflagra um estado de angústia que pode chegar a uma crise de pânico. - Ansiedade social e fobia social: caracterizam-se por medo intenso e persistente de situações sociais que envolvam se expor ao contato interpessoal, demonstrar capacidade de desempenho ou participar de situações competitivas e de cobrança. A fobia social normalmente é um quadro mais grave do que a ansiedade social, apesar de ambos os termos serem usados muitas vezes como sinônimos. O indivíduo que sofre desse transtorno sente intensa angústia ao ter que falar em público, apresentar um seminário, fazer uma palestra, chegando a apresentar dificuldade até em usar banheiros públicos, alimentar-se em refeitórios ou assinar cheques na frente de pessoas desconhecidas. Transtornos dissociativos e transtornos conversivos: histeria - A CID-11 mantém, de certa forma, o construto “histeria”, ao agrupar todas ou quase todas as condições dissociativas e conversivas em uma rubrica única, denominando-a “transtornos dissociativos”. - O transtorno de personalidade histriônica (não mais presente no CID-11) é mantido separado desses construtos no DSM-5 e na CID-11. CONVERSÃO E DISSOCIAÇÃO Na conversão, ocorrem tipicamente alterações das funções sensoriais ou das funções motoras, que lembram sintomas neurológicos, mas que são, na realidade, claramente distintos das condições neurológicas. Há, assim, a conversão de um conflito psíquico 2022/2 Isabella Rocha Baihense @isabellabaihense.psi inconsciente (desejos, temores inconscientes e inaceitáveis para o indivíduo) para o corpo. Conversão aqui significa portanto “salto” do plano psíquico para o plano de sintomas corporais. Isso quer dizer que conversão diz respeito ao salto do psiquismo para o corpo que acomete o sujeito principalmente na sua forma de se comunicar com o mundo (sensibilidade, percepção, movimento, entre outros). Sintomas conversivos são, portanto, sintomas psicogênicos -> de origem psíquica. - Em relação às funções sensoriais, pode haver anestesias de partes do corpo, perda da visão, do olfato ou da audição. Em relação às funções motoras, pode haver fraqueza ou paralisias, contraturas, movimentos anormais, perturbações do andar e no ficar de pé (astasia-abastasia) e rouquidão psicogênicas ou perda total da voz (afonia conversiva). Por serem psicogênicas (de causa predominantemente psicológica), as alterações sensoriais, como perda da visão ou audição, perda da voz, anestesia das mãos ou de um braço, ou as motoras, como paralisia dos membros, correspondem à representação mental e simbólica do corpo, e não à neuroanatomia objetiva ou à função neurológica. o Exemplo: As paralisia de braços ou das pernas nos quadros conversivos, não tem padrão neurológico, ou seja, no exame neurológico da região, não correspondem a nenhuma síndrome neurológica (como síndrome hemiplégica piramidal – paralisia decorrente de lesão medular ou de nervo periférico). Ps: No DSM-5, os transtornos conversivos também são chamados de “transtornos de sintomas neurológicos funcionais”, o que é uma denominação infeliz, pois não são de fato sintomas neurológicos. La belle indifférence des hystériques (a bela indiferença das histéricas): Em muitos pacientes, ao notarem seus distúrbios corporais aparentemente muito graves (como paralisias, cegueiras, anestesias, entre outros), reagem com certa indiferença. Essa indiferença seria devida talvez à noção (mesmo que inconsciente) de que tal alteração é, na realidade, transitória e passageira. Na dissociação, ocorre a perturbação, a separação e o isolamento de aspectos da mente e da personalidade. Aqui, a dissociação significa “separação”, “rechaço”, de uma parte da mente inaceitável para o indivíduo. Pode ocorrer por meio de crises em que se perde parcialmente a consciência (a pessoa se “desliga” do ambiente e de si mesma, com desmaio parcial e abalos musculares), ou em episódios em que parte da memória é momentaneamente apagada, como a memória retrógrada de eventos traumáticos do passado. Pensamentos, desejos e experiências vividas, conflitantes com os valores do paciente, são isolados e suprimidos do campo da consciência e da memória. *Todos os transtornos casos clínicos sem causa orgânica com perda de consciência são dissociativos. Os transtornos conversivos e os dissociativos são denominados e agrupados de formas diferentes no DSM-5 e na CID-11 DSM-5 CID-11 Separados e situados em dois capítulos diferentes: o de transtornos dissociativos, de um lado, e o de transtornos de sintomas Coloca todos os transtornos conversivos e dissociativos em um capítulo único, denominado “transtornos dissociativos” 2022/2 Isabella Rocha Baihense @isabellabaihense.psi somáticos e transtornos relacionados, de outro, estando neste último alojados os transtornos conversivos Transtornos conversivos: são quadros em que um ou mais sintomas de alteração de função motora ou sensorial psicogênica estão presentes. Os sintomas devem causar sofrimento e/ou disfunção e não são explicados por causas neurológicas ou médicas somáticas. o Fraqueza ou paralisia (das pernas, de um braço, de uma mão); o Movimentos anormais, como tremores, distonias, mioclonias, distúrbios da marcha; o Dificuldades ou impossibilidade de deglutição; o Alterações da fala, como afonia ou disfonia, rouquidão ou fala arrastada; o Ataques semelhantes a uma convulsão epiléptica (crise histérica); o Anestesia ou perda sensorial (cegueira ou visão em túnel, perda auditiva ou olfativa); o Sintomas mistos Transtornos dissociativos: se caracterizam por perda na continuidade da experiência subjetiva e perturbação da integração normal (por isso, dissociação), da consciência, da memória, da identidade, das emoções, das percepções, da representação corporal, do controle motor e/ou do comportamento. - Amnésia dissociativa - Fuga dissociativa - Transtorno dissociativo de identidade - Transtorno de despersonalização/desrealização - Estupor dissociativo - Transtorno de transe e de possessão Amnésia dissociativa (DSM-5 e CID-11): em geral, o indivíduo esquece elementos seletivos e significativos do ponto de vista psicológico (amnésia psicologicamente seletiva). Do ponto de vista temporal, trata-se geralmente de uma amnésia retrógrada, com o indivíduo esquecendo ou apagando todos ou alguns aspectos seletivos do passado ou de um evento passado particular (em geral traumático ou inaceitável psicologicamente). Fuga dissociativa: indivíduo perambula sem rumo, por horas ou dias, em estado parcialmente alterado de consciência (pode apresentar o chamado “estado crepuscular da consciência). 2022/2 Isabella Rocha Baihense @isabellabaihense.psi Transtorno dissociativo de identidade: há ruptura da identidade e presença de dois ou mais estados de personalidade distintos (identidades dissociadas). O comportamento é observado por outras pessoas ou é relatado pelo indivíduo. Transtorno de despersonalização/desrealização: despersonalização é definida como estranhamento e sensação de irrealidade em relação ao próprio Eu. A pessoa percebe seu self como algo estranho ou irreal, sente-se “distantede si mesma”, como se fosse um observador externo de si, de seus sentimentos, ações corporais, sensações, etc. Já a desrealização é caracterizada por perceber o mundo ao redor, pessoas e objetos conhecidos e familiares como se fossem irreais ou estranhos, como se estivessem em um sonho, em cenas distantes ou nubladas, sem cor ou visualmente distorcidas. Para o diagnóstico desse transtorno, é necessário que o indivíduo tenha seu senso de realidade bem preservado. Assim, não deve estar psicótico ou apresentar sintomas psicóticos associados (delírios e/ou alucinações). Transtorno de transe: o indivíduo apresenta estados de transe nos quais há alteração de seu estado de consciência, e o senso de identidade pessoal é alterado. No transe com possessão, a consciência e identidade da pessoa é substituída por uma instancia ou identidade externa “possuidora”, o indivíduo se comporta com a sensação de estar sendo controlado por essa entidade ou agente “possuidor”. Esses quadros são recorrentes e se o diagnóstico for feito em um episódio único, deve durar vários dias, se diferenciando de transes religiosos culturais e outras práticas religiosas. Crises histéricas: transtorno conversivo com ataques semelhantes a uma convulsão epiléptica (DSM-5) *Essa denominação é, de certa forma, inexata, pois se trata de mecanismo de dissociação da consciência, e não de conversão. - Trata-se de crises de curta duração (minutos a poucas horas), com turvação mais ou menos profunda da consciência, espasmos, tremores, abalos, hipertonia ou atonia muscular. O paciente range os dentes, saliva pela boca, às vezes geme ou grita. Normalmente as crises são desencadeadas por situações estressantes. É raro durarem mais do que algumas horas e praticamente nunca surgem durante o sono e quase nunca ocorrem sem a presença de outras pessoas. Diferenças entre crises dissociativas e crises epilépticas Crise dissociativa ou conversiva semelhante a convulsão (antiga “crise histérica) Crise epiléptica Mais comum entre mulheres. Distribuição equilibrada entre os sexos. Antecedentes pessoais de personalidade histriônica, quadros conversivos ou dissociativos ou conflitos psicológicos importantes. Pode ou não haver alterações psiquiátricas prévias; pode haver dificuldades emocionais relacionadas a ter uma doença crônica e aos estigmas preconceituosos relacionados à epilepsia. Predominam manifestações motoras, que tendem a ser mais bizarras. Segue os padrões dos diferentes tipos de crises epilépticas, como crises tônico-clônicas (as crises parciais complexas, com seus automatismos, também podem apresentar aspecto aparentemente bizarro). 2022/2 Isabella Rocha Baihense @isabellabaihense.psi Uma fase tônica que precede a clônica é mais rara. A fase tônica (contrações musculares típicas mantidas por segundos) precede a clônica (abalos musculares dos membros e do tronco) no tipo grande mal. O paciente quase sempre fica com os olhos fechados durante a crise. O paciente pode ter a crise com os olhos abertos. Quando o indivíduo prende a respiração, as extremidades quase sempre se apresentam relaxadas. Hipertonia generalizada. Atividade motora bilateral com preservação da consciência indica pseudocrise. Quando há atividade motora bilateral, a consciência deve estar alterada (exceção: espasmos mioclônicos ou flexores). Tende a surgir na presença de outras pessoas, durante o dia, após discussões ou brigas familiares, raramente surge durante o sono. Pode surgir durante o sono ou quando o indivíduo está sozinho. A instalação costuma ser mais lenta que abrupta. Instalação geralmente abrupta. A duração tende a ser mais linga que a de uma crise epiléptica. Duração mais cura, geralmente de segundos a poucos minutos. Geralmente não há confusão mental, obnubilação, tontura, cefaleia intensa ou hipotonia muscular após a pseudocrise. Após a crise, podem ocorrer confusão mental e obnubilação, tontura, cefaleia intensa e hipotonia muscular. Raramente há liberação de esfíncteres e perda de urina durante a crise. Pode haver liberação de esfíncteres, com perda de urina durante a crise. EEG não demonstra alterações durante a crise; tende a ser normal nos períodos intercríticos. O EEG pode demonstrar manifestações do tipo epiléptico na fase interictal (espículas, pontas, espícula-onda); na fase ictal, há traçado típico de crise generalizada no EEG. Transtorno obsessivo-compulsivo: se caracterizam por ideias, fantasias e imagens obsessivas e por atos, rituais ou comportamentos compulsivos. Esses quadros são vividos como uma pressão sobre o indivíduo, como algo que o obriga e a que se submete. - Se dividem em dois subtipos básicos: aqueles nos quais predominam as ideias obsessivas e aqueles nos quais predominam os atos e os comportamentos compulsivos. Muito frequentemente se observam também formas mistas. CONDIÇÕES PSICOPATOLÓGICAS VIVENCIADAS SOBRETUDO NO CORPO O termo “somatização” tem significado amplo, referente ao processo pelo qual um indivíduo padece em seu corpo sintomas físicos, que não tem origem exclusiva em uma doença física, mas se relacionam bem mais a dificuldade psicológicas, psicossociais ou interpessoais. Sintomas comuns: - Dores difusas: cefaleias, lombalgias, dores abdominais, entre outras. - Sintomas gastrointestinais: náusea, diarreia, dispepsia. - Fadiga - Sono ruim - Sintomas psicopatológicos inespecíficos como ansiedade, depressão e irritabilidade. 2022/2 Isabella Rocha Baihense @isabellabaihense.psi Pode ocorrer a partir do desejo (consciente ou inconsciente) de estar no papel de doente físico, a fim de obter de alguma forma ganhos primários (nesse caso, tentativa inconsciente de se reequilibrar psicologicamente), ou ganhos secundários (benefícios sociais ou interpessoais concretos, como licenças médicas e aposentadoria). Também pode servir como um meio de comunicação quando a expressão verbal mais direta está bloqueada ou representar uma forma de expressão de sofrimento e desconforto em pessoas que não conseguem reconhecer e verbalizar seus sentimentos.
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