Buscar

AULA 06- Agentes potencialmente lesivos agentes biológicos

Prévia do material em texto

Aula 06
Agentes potencialmente lesivos: agentes biológicos
- A Norma Regulamentadora Número Nove (NR 9) exemplifica que os agentes que geram riscos biológicos são as
bactérias, fungos, parasitas, protozoários e os vírus.
- A Norma Regulamentadora Número Trinta e Dois (NR 32) delimita a antecipação e reconhecimento de riscos
ambientais, inclusive os de risco biológico, em especial nos serviços de saúde:
I. Identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da localização geográfica e da
característica do serviço e seus setores, considerando: fontes de exposição e reservatórios; vias de
transmissão e de entrada; transmissibilidade, patogenicidade e virulência (capacidade de se
multiplicar causando doença) do agente; persistência do agente biológico no ambiente; estudos
epidemiológicos ou dados estatísticos; outras informações científicas.
II. Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando: a finalidade e descrição do local
de trabalho; a organização e procedimentos de trabalho; a possibilidade de exposição; a descrição das
atividades e funções de cada local de trabalho e medidas preventivas aplicáveis e seu
acompanhamento.
- Acidentes de trabalho com exposição a material biológico (ATEM) são caracterizados por contato direto de sangue
ou fluidos orgânicos por inoculação percutânea (agulhas e objetos cortantes) ou pelo contato direto com a pele e
mucosa não íntegras.
- Notificação compulsória por serviços de saúde (Portaria do MS 77/204).
- Registro no SINAN (Portaria do MS 104/2011) semanal (Portaria do MS 1.271/2014).
- Associada a violação dos princípios básicos dos controles de infecção.
- Destaque: vírus da hepatite tipo B (HBV), vírus da hepatite viral tipo C (HCV) e vírus da imunodeficiência humana
(HIV), que são os mais comuns.
-Fatores de risco: prevalência (“foto”; número total de casos em um dado momento), probabilidade de adquirir após
contato com sangue e a natureza e frequência do contato com o sangue ou outros fluidos corporais.
→ Classificação de risco biológicos
A Norma Regulamentadora Número Trinta e Dois (NR 32) classifica:
→ Formas e fontes de exposição
(A) FORMAS DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL:
- Com intenção deliberada: o objeto de trabalho é um agente biológico potencialmente perigoso, diretamente
relacionado ao trabalho, cujas características patogênicas são conhecidas.
- Exemplos: atividades de pesquisa e desenvolvimento, laboratórios de diagnóstico microbiológico.
- Sem exposição deliberada: o objeto de trabalho é um agente biológico possível, mas não obrigatório de exposição.
- Exemplos: consultórios médicos, setores de limpeza de unidades de saúde, enfermarias de hospitais.
(B) FONTES DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL:
- Fontes ambientais:
- Provocam surto por fonte única; há apenas um vetor (veículo) propagando.
- Exemplos: material orgânico, alimentos contaminados, fontes de água (caixa d’agua, vasos sanitários).
- Fontes não ambientais:
- Provocam surto por fonte propagada; há mais que um vetor (veículo) propagando.
- Exemplos: indivíduos propagando uma determinada virose (estando deles sintomáticos ou não).
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
1
Aula 06
→ Vias de transmissão e entrada
(C) VIA DE TRANSMISSÃO:
- Direta: não há intermediação de vetor. Exemplo: gotículas, aerossóis.
- Indireta: há intermediação de veículos ou vetores. Exemplo: lancetas, luvas, facas.
(D) VIA DE ENTRADA:
- Cutânea e percutânea.
- Parenteral (“para além do enteron”).
- Mucosa (oral, vaginal, anorretal).
- Respiratória.
A IDENTIFICAÇÃO DE VIAS DE TRANSMISSÃO E ENTRADA DETERMINA AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO A SEREM
ADOTADAS.
→ Acidentes de trabalho com material biológico
A preocupação com riscos biológicos para trabalhadores da área da saúde surgiu no início do século XX, especialmente
no que diz respeito ao advento das atividades laborais laboratoriais.
- Exemplo: pipetar com a boca, acidentes com seringas e agulhas.
Principais agentes infecciosos: vírus da hepatite tipo B (HBV), vírus da hepatite viral tipo C (HCV) e vírus da
imunodeficiência humana (HIV).
- Sistema imunológico: contenção da infecção.
- Desafio diagnóstico: longos períodos assintomáticos, associados a pródromos inespecíficos.
- Três milhões de acidentes de trabalho com material biológico anualmente no mundo, sendo cerca de dois milhões
com exposição ao HBV, novecentos mil com exposição ao HCV e cento e setenta mil com exposição ao HIV (OMS citada
por MENDES, 2013).
- A maioria dos casos publicados de infecções ocupacionais referem-se a países com sistema de vigilância bem
desenvolvidos; em alguns países, a prevalência de infecções ocupacionais é alta, mas os sistemas de monitoramento
são precários.
→ Fatores de risco (profissionais de saúde com registros de acidentes de trabalho com material biológico são):
adultos jovens (40-59 anos) do sexo feminino (45%); desta faixa etária e deste sexo, possuem ensino médio completo a
ensino superior incompleto (47%), brancas (49,1%), técnicas e auxiliares de enfermagem (58,1%), com menos de cinco
anos de atuação (63,6%) que usa parcialmente equipamentos de proteção individual (64%).
→ Aspectos epidemiológicos:
- Sistemas eficazes de vigilância para monitorar as práticas existentes são essenciais para que a segurança no ambiente
de trabalho seja alcançada, já que os fatores determinantes das exposições ocupacionais permitem a possibilidade de
melhorias nas estratégias de prevenção.
- Exposições cutâneas (“na pele”) e percutâneas (“por meio da pele”): agulhas hipodérmicas, agulhas de sutura, agulhas
de escalpes, lâminas de bisturi etc.
- Circunstâncias: injeções parenterais, inserção ou manipulação de acessos vasculares periféricos, coleta de sangue,
realização de procedimentos laboratoriais e processamento de amostras, descarte de material perfurocortante,
recapeamento de agulha.
- Circunstâncias comuns de exposição a material perfurocortante, são:
- Riscos de soroconversão (o intervalo de tempo durante o qual um anticorpo específico se desenvolve como
resposta a um antígeno e se torna detectável no soro):
- Fatores determinantes: fontes de exposição e reservatórios; vias de transmissão e de entrada; transmissibilidade,
patogenicidade e virulência (capacidade de se multiplicar causando doença) do agente; persistência do agente
biológico no ambiente.
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
2
Aula 06
A PREVENÇÃO DA EXPOSIÇÃO A SANGUE OU OUTROS MATERIAIS BIOLÓGICOS É A PRINCIPAL MEDIDA PARA
QUE NÃO OCORRA A TRANSMISSÃO OCUPACIONAL DOS PATÓGENOS VEICULADOS PELO SANGUE NOS
SERVIÇOS DE SAÚDE.
→ Precaução padrão
- São medidas de proteção que devem ser adotadas por todos os profissionais de saúde durante os cuidados
a qualquer paciente e em todos os níveis de atenção à saúde, independente da suspeita ou presença confirmada
de um agente infeccioso
- Recomendações:
- Higienizar as mãos, usar luvas quando houver risco de contato com sangue, secreções ou membranas
mucosas (neste caso calçar imediatamente antes do contato com o paciente e retirá-las logo após o uso,
higienizando as mãos em seguida). Em tempo: proibido o uso do mesmo par de luvas entre pacientes.
- Usar óculos, máscara e/ou avental quando houver risco de contato de sangue ou secreções, para
proteção da mucosa dos olhos, boca, nariz, roupa e superfícies corporais.
- Descartar, em recipientes apropriados, seringas e agulhas, sem desconectá-las ou reencapá-las.
→ Precaução expandida: de contato
- São medidas indicadas para infecção ou colonização por Pseudomonas e Acinetobacter resistentes a
carbapenêmicos, Staplylococcus aureus resistentes a oxacilina (MRSA), Enterococcus resistentes à vancomicina (VRE),
varicela, infecções de pele e tecidos moles com secreções não contidas no curativo, impetigo, herpes zoster
disseminado ou em imunossuprimido, entre outros.
- Recomendações:
- Precauções padrão.
- Dar preferência para quarto privativo em secreções não contidas, como traqueostomia, diarreia em
incontinente. Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, a distância mínima entre dois leitos deveser de um metro.
- Equipamentos como termômetro, esfigmomanômetro e estetoscópios devem ser de uso exclusivo
do paciente e higienizados após o uso.
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
3
Aula 06
- Evitar acúmulo de caixas de luvas e materiais ao lado do paciente, pelo risco de contaminação, levar
apenas o de uso, caso contrário, desprezar tudo na saída do paciente.
→ Precauções expandidas: respiratória (gotículas)
- São medidas recomendadas para impedir a transmissão de microrganismos por gotículas (partículas maiores
ou iguais a cinco micrômetros), no caso de contato com a mucosa oral, nasal ou conjuntiva, que ocorre com
frequência durante a tosse, espirro ou em procedimentos de aspiração de secreções em vias aéreas. Estas partículas
não permanecem em suspensão no ar, necessitando, portanto, de um contato mais íntimo e próximo da fonte
para ocorrer à transmissão. Ex: meningites bacterianas, coqueluche, difteria, caxumba, influenza, rubéola, etc.
- Recomendações:
- Precaução padrão.
- Utilizar máscara cirúrgica sempre que for prestar assistência.
- Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado com outros
infectados pelo mesmo microrganismo. A distância mínima entre os leitos deve ser de um metro.
- O transporte do paciente deve ser evitado, mas, quando necessário, ele deverá usar máscara cirúrgica
durante toda sua permanência fora do quarto.
→ Precauções expandidas: respiratória (aerossóis)
São medidas recomendadas para impedir a transmissão de microrganismos por aerossóis (partículas menores que
cinco micrômetros), que podem permanecer suspenso no ar por longos períodos de tempo, dispersando-se com
maior facilidade a grande distância, podendo ser inaladas e causar infecção em indivíduo susceptível. Ex: suspeita ou
confirmação de tuberculose pulmonar ou laríngea, varicela ou herpes zoster disseminado, sarampo.
- Recomendações:
- Precauções padrão.
- Usar máscara PFF2 ou KN95 (dentro e fora do quarto do paciente).
- Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado com outros
infectados pelo mesmo microrganismo.
- O transporte do paciente deve ser evitado, mas, quando necessário, ele deverá usar máscara cirúrgica
durante toda sua permanência.
- Estas medidas incluem o desligamento do ar condicionado da unidade nos casos suspeitos e
confirmados.
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
4
Aula 06
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
5
Aula 06
OBS - relembrando tópicos da aula
Questões
1) Qual a diferença técnica entre uma gotícula e um aerossol?
2) Pesquisa em livros de semiologia médica e descreva o exame físico de lesões elementares de pele correspondentes
ao diagnóstico de verrugas causadas por HPV 7.
3) Crie uma tabela em que uma coluna corresponda a doenças e outra com o tipo de isolamento expandido para o qual
é indicado.
4) Qual a diferença entre risco biológico classe três e classe quatro?
Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período
6

Continue navegando