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MIC02_TEXTO APOIO _IV_EQUILIBRIO GERAL E EFICIENCIA DE ECONOMICA no

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Universidade Católica de Moçambique - Maputo 
Microeconomia II. 2º Ano. 1º Semestre. 2022 
O Docente: Remigio Silveira 
1 
 
 
 
 
 
 
 
Tópico 4: Equilíbrio Geral e Eficiência de Mercado 
 
Iniciamos o nosso curso de microeconomia analisando o modelo de procura e oferta, onde 
calculávamos o preço e as quantidades de equilibro de um mercado especifico, ou seja, 
analisávamos os mercados isoladamente. Mais as condições de um mercado não são 
independentes, são sim interdependentes e podem afectar o preço e níveis de produção de 
outros mercados. Tal interdependência pode ocorrer pelo facto de o produto ser um 
insumo para a produção de um outro bem, ou pelo facto de o produto ser complementar ou 
substituto de outro produto. No final deste tópico, equilíbrio geral e eficiência, você estará 
em condições de analisar as tais interacções existentes entre os vários mercados. 
 
4.1 Equilíbrio Geral 
 
 
Até ao momento, a nossa discussão sobre os comportamentos dos mercados tem sido 
baseada em analise parcial do equilibro. Em outras palavras, quando determinávamos os 
preços e as quantidades de equilíbrio do mercado na primeira parte, no modelo de procura 
e oferta, estávamos assumindo que este mercado não tinha ou tinha um efeito muito 
pequeno sobre os outros mercados. 
 
Mas, nem sempre a compreensão do equilíbrio parcial é suficiente para entender as inter-
relações existentes entre os vários mercados. Por isso, recorrendo a análise de equilíbrio 
geral, pode-se determinar os preços e as quantidades simultaneamente em todos os 
mercados, sendo que ela claramente tem em conta os efeitos feedback. Este efeito pode 
ser definido como sendo o ajuste do preço ou de quantidades em um 
 
Universidade Católica de Moçambique - Maputo 
Microeconomia II. 2º Ano. 1º Semestre. 2022 
O Docente: Remigio Silveira 
2 
determinado mercado causado pelos ajustes de preços ou quantidades em mercados 
correlacionados. 
 
4.1.1 FeedBack Entre Mercados 
 
 
Análise de Equilíbrio Parcial 
 
 
Para puder estudar a interdependência de mercado, vamos analisar os mercados 
competitivos de Coca-Cola e de Sumos Parmalat. Estes dois mercados estão intimamente 
ligados pelo facto de os consumidores terem a opção de consumir tanto um como o 
outro, pois são dois bens substitutos. Portanto, as políticas de preço de um mercado, 
automaticamente irão influenciar o outro mercado, o que por sua vez produzirá um efeito 
de feedback (retorno) no primeiro mercado. 
 
Na figura 1, os mercados de Coca-cola e de Sumo Parmalat estão em equilíbrio na 
intercessão das primeiras curvas de oferta e de procura. Para a Coca-Cola encontramos 
o equilíbrio na intercessão da DCoca , SCoca ao preço de 6Mt e para o Sumo o preço inicial 
é de 3Mt. 
 
Figura 1: Dois mercados interdependentes 
 
 
P (Mt) P(Mt) 
 
6,82 
6,75 
 
 
6,35 
 
 
6,00 
D’ 
 
 
3,58 
3,50 
3,00 
 
 
 
 
 
 
Qc’ Qc” Qc* QM Qs QS ’ QS* 
Universidade Católica de Moçambique - Maputo 
Microeconomia II. 2º Ano. 1º Semestre. 2022 
O Docente: Remigio Silveira 
3 
Se o governo decidir impor uma taxa especifica de 1Mt sobre cada unidade vendida de 
Coca-Cola, então o novo equilíbrio no mercada de Coca-Cola será encontrado deslocando 
a curva de oferta para cima na proporção de 1Mt. Aqui a nova curva de oferta desloca-
se de SCoca para S*Coca (painel a). Em consequência o preço da Coca-Cola aumentará para 
6,35Mt, e as quantidades diminuirão de QCoca para Q’Coca. Este seria a situação final para a 
análise de equilíbrio parcial. Mas nós poderíamos estender a nossa análise olhando para o 
equilíbrio geral 
 
Análise de Equilíbrio Geral 
 
 
No equilíbrio geral, poderemos: 
 
 
1. Examinar os efeitos do imposto sobre a Coca-Cola em relação ao mercado dos 
Sumos Parmalat; 
2. Verificar a ocorrência de eventuais efeitos feedback do mercado de Sumos 
Parmalat sobre o mercado de Coca-Cola. 
 
O imposto sobre cada garrafa de Coca-Cola consumida, afectaria o mercado de Sumos 
Pramalat uma vez que estes dois bens são tidos como dois bens substitutos. Um preço mais 
elevado da garrafa de Coca-Cola deslocaria a curva de demanda de Sumos Parmalat de 
DSumo para D’Sumo (figura 1, painel b). Em consequência, o preço do Sumo Parmalat aumenta 
de 3Mt para 3,5Mt. 
 
Observe que o imposto sobre um produto pode afectar os preços e as vendas de outros 
produtos - algo que deveria ser tomado em consideração pelos políticos quando estão 
a preparar as reformas ou políticas fiscais. 
 
Por outro lado, como é que ficaria o mercado da compra de Coca-Cola? No equilíbrio inicial 
do mercado de Coca-Cola, indicava que o preço do Sumo Parmalat permaneceria 
inalterado em 3Mt. Contudo, o preço do Sumo Parmalat também subiu de 3Mt para 3,5Mt 
e, portanto, a curva de demanda para a compra de Coca-Cola será deslocada para cima, 
passando de DCoca para D’Coca (figura 1, painel a). 
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Microeconomia II. 2º Ano. 1º Semestre. 2022 
O Docente: Remigio Silveira 
4 
O novo preço da garrafa de Coca-Cola é encontrado na intercessão das curvas de S*Coca 
e D’Coca ao preço de 6,75Mt ao invés de 6,35Mt, e a quantidade adquirida de Coca-Cola 
aumentou de Q’Coca para Q”Coca. 
 
Portanto, uma análise de equilíbrio parcial teria subestimando o efeito do imposto sobre 
o mercado de Coca-Cola. O mercado de Sumos Parmalat é tão intimamente relacionado 
com o mercado de Coca-Cola que, para uma determinação de pleno efeito do imposto, 
seria necessário que se executa-se uma análise de equilíbrio geral. 
 
4.1.2 Finalmente, o Equilíbrio Geral 
 
 
A alteração do preço de Coca-Cola gerará um efeito feedback sobre o preço dos Sumos 
Parmalat, que por sua vez afectará os preços das garrafas da Coca-Cola, e assim por diante. 
Os preços de equilíbrio geral serão do mercado de Coca-Cola será de 6,82Mt e para o 
mercado de Sumo Parmalat será de 3,58Mt. 
 
4.2 Salário Mínimo Para o Sector Publico e Privado 
 
 
 Equilíbrio Parcial 
 
 
O salário mínimo cria o desemprego (desemprego clássico). Esta análise será correcta se 
estivermos a analisar o equilíbrio parcial. O salário mínimo origina a que a quantidade 
demandada de mão-de-obra seja menor do que a quantidade de mão-de-obra oferecida. 
Portanto, os trabalhadores que não conseguem trabalhar, tornam-se desempregados. Até 
aqui daríamos por concluída a análise da imposição do salário mínimo. 
 
 Equilíbrio Geral 
 
 
O cenário anterior poderá mudar substancialmente se o salário mínimo puder suportar as 
despesas de salários existentes noutros sectores. Usando o exemplo do salário mínimo dos 
EUA que não conseguiu pagar a todos os trabalhadores de outros sectores. 
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Microeconomia II. 2º Ano. 1º Semestre. 2022 
O Docente: Remigio Silveira 
5 
Figura 2: Salário mínimo para o sector publico e privado 
 
 
 
 
Quando o governo fixa o salário mínimo no sector publico, o aumento do salário mínimo 
origina uma diminuição da quantidade demandada neste sector onde se verificou o 
aumento do salário. Os trabalhadores desempregados no sector publico, irão de imediato 
procurar trabalho no sector privado, o que origina a uma descida do salário mínimo nesse 
sector. 
 
A figura 2 mostra o efeito da situação do salário mínimo no EUA em1938 onde a cobertura 
do salário era incompleta. A demanda total D (painel c) é dada pelo somatório horizontal 
da demanda para a mão-de-obra no sector publico Dc(painel a), e a demanda do sector 
privado Du (painel b). 
 
Com a ausência do salário mínimo, o salário em ambos os sectores é de w1, que é 
determinado pela curva de procura e oferta de mercado (painel c). A esse salário, os 
trabalhadores por horas empregues no sector publico serão de Lc
1 e Lu
1 no sector privado 
e L1= Lc
1 +Lu
1 será o total de trabalhadores por hora. Quando o governo fixa o salário 
mínimo parao sector publico, o emprego baixa para Lc
2. Para determinar o nível de 
emprego e o salário a ser praticado no sector privado, é necessário antes de tudo 
determinar o montante da mão-de-obra disponível para este sector. Todos os 
trabalhadores que saíram do sector publico irão a procura de emprego no sector privado. 
 
 
Su(w) = S(w)-Dc(w) 
 
Su 
w1 w1 
w2 
w1 
Dc Du 
Lc Lc 
 L
u Lc 
1 2 L  L
c  Lu 1 1 
Lc, horas anuais (trabalhadores) Lc, horas anuais (trabalhadores) Lc, horas anuais (trabalhadores) 
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Portanto, a curva de oferta para o sector privado (painel b) é uma curva de oferta residual. 
Com o salário mínimo no sector publico, a curva de oferta residual no sector privado será 
dado por: 
Su(w)=S(w)-Dc(w) Eq:4.1 
 
A intercessão entre a Du e Su determina o novo salário w2 no sector privado e Lu
2 será o 
novo nível de emprego. 
Onde: Su(w)- É a oferta no sector privado (oferta residual) 
 S(w) – É a oferta no mercado de trabalho 
 Dc(w) – É a oferta no sector público 
 
Esta análise do equilíbrio geral mostra que o salário mínimo faz o emprego decrescer 
no sector publico e faz aumentar o emprego no sector privado, e o salário no sector privado 
desce para o nível competitivo inicial. 
 
4.3 Uma Economia de Escambo 
 
 
Suponha que Madinho e Tamim são dois consumidores que vivem no distrito do Mapai e 
eles estão isolados do resto mundo onde não existe produção mais existe uma dotação 
fixa inicial. Eles tem a possibilidade de realizar trocas entre eles ou de consumir somente 
os alimentos que eles tem - vestuário e alimento. Ambos tem um total de 50 unidades de 
alimentação e 80 unidades de vestuário. 
 
A dotação inicial (cabazes de dois bens na teoria do consumidor) de Madinho a sua alocação 
inicial dos bens, é de 30 unidades de alimentação e 20 unidades de vestuário. E a dotação 
inicial de Tamim será dada pelo remanescente tanto da alimentação bem como vestuário, 
ou seja, ele terá 20 unidades de alimentação (50-30) e 60 unidades de vestuário (80-20). 
Portanto, com a dotação inicial, Madinho possui mais alimentos do que o Tamim e no 
caso contrário o vestuário para Tamim em relação ao Madinho. 
 
As dotações inicias estão representadas pelas curvas de indiferença (teoria do consumidor), 
onde o eixo horizontal mostra o vestuário e no vertical a alimentação (figura 3). A 
alocação inicial de Madinho (painel a) é de eM (30 unidades de alimentação e 20 unidades 
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de vestuário) e para Tamim (painel b) é de eT (20 unidades de alimentação e 60 unidades 
de vestuário). 
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Uma vez que as dotações iniciais não são economicamente eficientes, iremos nas próximas 
subsecções seguintes mostrar como é que estes dois consumidores maximizam o seu bem 
estar realizando trocas mutuamente benéficas. 
 
 
Figura 3: Dotações de Madinho e Tamim 
 
 
 
 
4.4. Caixa de Trocas de Edgeworth 
 
 
As representações das dotações iniciais (na teoria do consumidor) para este dois 
consumidores seriam representados em dois diagramas diferentes, uma para mostrar os 
cabazes de Madinho e o outro para Tamim (figura 3, painel a e b). 
 
Mas, agora poderemos representar estas duas dotações iniciais num único rectângulo ponto 
e da figura 4. Este digarama rectangular, é denominada por caixa de trocas de Edgeworth, 
o nome do seu introdutor, o economista britânico Francis Y. Edgeworth. 
 
Nota que o comprimento do rectângulo representa as quantidades totais do vestuário, 80 
unidades e a largura representa o total de alimentação, 50 unidades. Partindo da origem 
do Madinho (0M), veremos que ele tem no ponto e, 30 unidades de alimentação e 20 
 
 
 
 
eM eT 
 
I 1 I 
1 
 
 
 
 
 
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9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
unidades de vestuário. Fazendo o mesmo procedimento para o Tamim veremos que 
neste ponto ele tem 20 unidades de alimentação e 60 unidades de vestuário. 
 
Figura 4: Caixa de trocas de Edgeworth 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I 1 
d 
Quantidade de alimentaç 
Tamim 
 
A 
 
E 
 
 
 
 
C 
alimentação de 
 
 
a 
 
 
f 
 
B 
 
 
I 1 
j 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.4.1 Benefícios Mútuos do Comércio 
 
 
Deverão Madinho e Tamim realizar trocas (comércio)? A resposta a esta pergunta depende 
de algumas suposições acerca das suas preferencias e acerca do seu comportamento: 
 
1. Maximização da utilidade: cada consumidor maximiza a sua utilidade. 
2. As curvas de indiferença devem ser convexas. 
3. Quanto mais melhor: cada consumidor tem uma utilidade marginal crescente 
para cada bem. 
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4. Não há interdependência: a utilidade do consumidor A não depende do consumo 
de B, ou seja, A não fica satisfeito ou insatisfeito pelo consumo realizado por B. 
 
A figura 4 espelha estas quatro suposições. As curvas de indiferença de ambos os 
consumidores são convexas na sua origem e eles preferem pontos que estejam distantes 
da origem. Neste caso, o cabaz preferido para a dotação de Madinho seriam nas áreas A 
ou B. Do mesmo modo, Tamim prefere que o cabaz da sua dotação estivesse n a s 
áreas B ou C (se a figura lhe estiver a quebrar a cabeça, aquando da sua leitura, vire o 
texto de apoio para visualizar a situação do Tamim). A intercessão é dada na área B, 
ou seja ambos preferem para que a sua dotação inicial esteja na área B. 
 
Contudo, o ponto e, na dotação inicial para Madinho e Tamim, ambos poderão beneficiar 
se fizerem o comércio. Pois vimos que o Madinho prefere os cabazes A e B e Tamim prefere 
os cabazes B e C. 
 
4.4.2 Trocas Eficientes e a Curva de Contrato 
 
Madinho e Tamim resolvem realizar trocas e eles deslocaram-se do ponto e para f. Madinho 
desiste de 10 unidades de alimentação para obter mais 20 unidades de vestuário enquanto 
que Tamim adquire mais 10 unidades de alimentação e desiste de 20 unidades de vestuário 
(veja a figura 5). Ambos ganham com o comércio, pois as suas curvas de indiferença 
movem-se para longe das suas origens. Agora que eles se encontram no ponto f, eles irão 
realizar mais alguma troca? Aqui não existirá mais trocas pois as curvas de indiferença 
são tangentes entre si. Madinho desejará fazer trocas e alcançar o ponto c, que se encontra 
na curva de indiferença mais distante. Mas, esta situação não será boa para Tamim. Do 
mesmo modo Tamim prefere b que é o ponto da curva de indiferença mais longe da sua 
origem. 
 
A razão de não ocorrer mais nenhuma troca no ponto “f” é de que a taxa marginal de 
substituição de alimentação em ralação ao vestuário de Madinho e Tamim, no ponto 
“ f” são iguais . A taxa marginal de substituição de Madinho, MRSMadinho=-1/2, ele está 
disposto a trocar 1 unidade de alimentação por uma unidade de vestuário. Então, a 
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dgeworth e a Curva de Contra 
MRSTamim deve ser igual a -1/2. Quando as taxas marginais de substituição igualam eles 
não poderão fazer novos acordos de troca, pois ambos estão satisfeitos. 
 
 
Figura 5: Trocas em uma caixa de E 
 
MRSMadinho=MRSTamim 
 
cto Eq: 4.2 
 
 
 
 
 
 
A tabela 1 mostra as combinações de Madinho e Tamim antes e depois de realizarem 
as trocas. 
 
 
Tabela 1: Benefícios mútuos do comercio 
Consumidores 
Dotação “e” Troca Negociada Alocação Final “f” 
Alimentação VestuárioAlimentação Vestuário Alimentação Vestuário 
Madinho 30 20 -10 +20 20 40 
Tamim 20 60 +10 -20 30 40 
 40 
 
 
 
 
 
I 0 
 
I 1 
 
I 4 
 
 
 
I2 
 
I 3 
 
 
 
 
 
I 3 
I 2 
 I 1 
 
0 
 
 
 
 
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4.4.3 Eficiência em Trocas (Alocações Eficientes). 
 
 
Para que se verifique uma alocação eficiente é necessário que se verifica uma das 4 
situações: 
 
4.4.3.1 As curvas de indiferença são tangentes no ponto “f”; 
4.4.3.2 As taxas marginais de substituição são iguais no ponto “f”; 
4.4.3.3 Nenhuma troca será possível depois do ponto “f”; 
4.4.3.4 A alocação em “f” é uma alocação eficiente de Pareto 
 
 
a. Alocação Eficiente de Pareto 
 
 
Alocação eficiente de Pareto: uma troca não pode ser realizada para tornar maior o bem 
estar de uma pessoa sem que haja diminuição do bem estar de outra. 
 
b. Curva de Contrato 
 
 
A curva de contrato é o lugar geométrico dos pontos de tangência entre as curvas de 
indiferença dos dois indivíduos na caixa de trocas de Edgeworth. Ela contém todas 
as alocações eficientes. 
 
4.5 Equilíbrio do Consumidor em Mercados Competitivos 
 
Numa troca entre duas pessoas, o desfecho poderá depender da capacidade de negociação 
entre as duas pessoas. Entretanto, os mercados competitivos tem muitos compradores e 
vendedores, de forma que se o compradores não ficarem satisfeitos com os termos da 
negociação, podem procurara um outro vendedor que venda sob condições mais aliciantes. 
Contudo, cada comprador e vendedor adoptam o preço fixo de mercado, decidindo 
quanto adquirirão ou venderão por este preço; os valores de mercado são determinados 
pelo conjunto de forças representadas pelos compradores que compõem a demanda e pelos 
vendedores que compõem o mercado. Aqui afirmávamos que o bem estar das sociedades 
era maximizado (quando analisamos o modelo de 
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procura e oferta). Usando o modelo de Equilíbrio Geral pode-se ver um mercado 
competitivo apresenta as seguintes propriedades: 
 
Teoremas do Welfare: 
 
 
1o Teorema do Bem Estar Económico; o equilíbrio competitivo é eficiente-
a competição resulta na alocação Eficiente de Pareto; 
2º Teorema do Bem Estar Económico; qualquer alocação eficiente pode ser 
obtida através da competição. 
 
Nota: Estas duas propriedades são asseguradas quando: 
 
 
 Todos conhecem as preferências dos outros; 
 O custos de transação são iguais a zero e, as 
 As curvas de indiferença são convexas em relação a origem. 
 
4.6 Eficiência na Produção 
 
 
Analisamos uma economia de escambo, passando para uma economia onde os produtos 
eram vendidos a um dado preço e deste modo vimos o equilíbrio competitivo. Agora 
veremos como os insumos deverão ser eficientemente usados no processo produtivo. 
 
4.6.1 Vantagem Comparativa 
 
Em 1817, David Ricardo demostrou que a especialização internacional beneficia um pais. 
Designou o resultado por “lei da vantagem comparativa”. Segundo o principio da vantagem 
comparativa, cada país beneficiará com a especialização na produção e exportação dos bens 
que pode produzir com um custo relativamente menor; inversamente, cada país beneficiará 
se importar os bens que produz com um custo relativamente maior. 
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4.7 Razões dos Desvio de Eficiência do Mercado 
 
 
A lista abaixo mostra algumas das formas que desviam a eficiência de mercado: 
 
 
 Poder de Mercado 
 Informação Incompleta 
 Externalidades 
 Bens Públicos 
 
 
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4.8 Literatura Usada: 
 
 
 Perloff, Jeffrey.Microeconomics.3rdEdition.Pearson. 2004 
 
 Pindyck, Robert. Microeconomia. .Macron Books.Brasil.1994 
 
 
 Robert, Frank. Microeconomia e Comportamento. Mc Graw-Hill. Edição 
Portuguesa.1994 
 
 Samuelson e Nordhaus. Economia. Mc Graw-Hill.16ª Edição. 1999

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