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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO HOSPITALAR UNIVERSIDADE PAULISTA Edilelson Batista de Sena RA: 0587333 A UNIDADE SENTINELA COVID-19 Macapá- AP 2021 CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO HOSPITALAR UNIVERSIDADE PAULISTA Edilelson Batista de Sena RA: 0587333 A UNIDADE SENTINELA COVID-19 Projeto Integrado Multidisciplinar IV para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Hospitalar, apresentado a Universidade Paulista– UNIP Orientador: Prof.ª Valdice Neves Pólvora Macapá- AP 2021 RESUMO A Unidade Sentinela Covid-19 é constituído em um processo de caráter determinados e participativo, com uma dimensão técnica e política, compreende um conjunto de "ações" desenvolvidas com o objetivo de permitir a estruturação física e o desenvolvimento dos trabalhadores, através de uma alocação adequada dos recursos necessários para a prestação da assistência à saúde da comunidade. O Proposito deste trabalho acadêmico é a realização de um diagnostico na instituição municipal (Pessoa Jurídica), a identificação de práticas executadas na organização estabelecendo relações com as disciplinas praticadas no curso de Gestão Hospitalar, com base nas matérias Estrutura e Arquitetura Hospitalar, Comunicação e Expressão Interpessoais e Dinâmica das Relações Interpessoais, pois, objetiva-se compreender a satisfação dos usuários com acesso e acolhimento, direitos e deveres destes, fazendo uso das ferramentas disponibilizadas pela UNIP, para apresentação de técnicas que favoreçam excelência na tomada de decisão. Palavras chave: Hospitalar, Sentinela, Gestão. ABSTRACT The Covid-19 Sentinel Unit is constituted in a determined and participative process, with a technical and political dimension, comprising a set of "actions" developed with the objective of allowing the physical structuring and development of workers, through an allocation adequate resources for the provision of community health care. The purpose of this academic work is to carry out a diagnosis in the municipal institution (Legal Entity), to identify practices performed in the organization establishing relationships with the disciplines practiced in the Hospital Management course, based on the subjects of hospital structure and architecture, communication and expression interpersonal and dynamics of interpersonal relationships, therefore, the objective is to understand the satisfaction of users with access and reception, their rights and duties, using the tools provided by UNIP, to present techniques that favor excellence in decision making. Keywords: Hospital, Sentinel, Management. SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO................................................................................................06 2. DESCRIÇÃO ORGANIZACIONAL...............................................................08 2.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA............................................................08 2.2 DADOS RELEVANTES DA ORGANIZAÇÃO E SEUS FUNDAMENTOS...08 2.3 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS......................................................................09 2.4 COMPOSIÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO..............................................09 3. ESTRUTURA E ARQUITETURA HOSPITALAR...........................................10 3.1 O FUNCIONAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL....................................12 3.2 EDIFICAÇÃO HOSPITALAR NO BRASIL....................................................13 3.3 HOSPITAIS GERAIS X HOSPITAIS DE EMERGÊNCIA............................. 14 4. COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO INTERPESSOAIS.................................. 15 5. DINÂMICA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS..........................................16 5.1 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO.......................................................17 5.2 CLIMA E CULTURA ORGANIZACIONAL ...................................................18 5.3 SATISFAÇÃO LABORAL.............................................................................18 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................20 7. REFERÊNCIAS.............................................................................................21 6 1. INTRODUÇÃO Neste Projeto Integrado Multidisciplinar-PIM IV, referente ao 1º semestre de 2021, do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar, apresento um diagnóstico da empresa Unidade Sentinela Covid-19, identificando suas práticas de gestão baseadas nas disciplinas de: Estrutura e Arquitetura Hospitalar, Comunicação e Expressão Interpessoais e Dinâmica das Relações Interpessoais. Através de pesquisa e coleta de dados realizados em visita presencial na empresa, conhecendo os setores, as informações foram colhidas com o responsável técnico e funcionários da instituição. A Unidade de Pronto Atendimento da Zona Sul de Macapá é a porta de entrada dos atendimentos na comunidade que atua 24 horas, restruturada por decreto em 2021 pelo chefe do executivo municipal para atender exclusivamente pacientes com suspeitas de Covid-19. Após a consulta, o paciente é direcionado para coleta de material e realização dos exames e depois passa pela farmácia para receber os remédios receitados. A coleta para exames é enviada ao Laboratório Central do Estado (Lacen/AP) e os resultados saem em entre10 a 20 dias, se não houver imprevistos. O atendimento inicial na unidade municipal permite que os pacientes com sintomas claros possam ser identificados pelas equipes médicas e o protocolo de medicação possa ser iniciado sem perda de tempo e sem colocar em risco a vida dos munícipes. Ao todo, cerca de 300 pessoas são atendidas todos os dias, neste ano de 2021 a unidade já seu ao seu ápice ultrapassando os 300 pacientes. Esse protocolo é adotado para todos os pacientes que estão com suspeita ou já estão com o diagnóstico confirmado de covid-19. Atualmente a Unidade Sentinela conta com uma equipe de 10 pessoas por turno dentre os Servidores estão: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, Biomédicos, Psicólogos, Farmacêuticos, Assistente Social, Técnicos em Enfermagem, Técnicos em Laboratório, Condutores de veículo de emergência, 7 assistentes administrativos e serviços gerais. O responsável pelo COE é um Médico que também veste a camisa atendendo os pacientes. 8 2. DESCRIÇÃO ORGANIZACIONAL A Unidade Sentinela Covid-19 é uma unidade de saúde que presta atendimento no Município de Santana-AP, Situada na rua Juscelino Kubitschek, no bairro Paraíso S\N, totalizando no mês por volta de 9.000 atendimentos, atendendo público da zona urbana e rural e até população de outras localidades. Conta atualmente com 48 funcionários, incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, assistente social, técnico em enfermagem, Técnicos em Laboratório, Condutores de veículo de emergência, assistentes administrativos e serviços gerais. A unidade como referência exclusiva para os primeiros atendimentos aos casos suspeitos da covid-19 e implementa ações adequadas aos cenários da doença, para garantir a assistência primária necessária à população, em casos de infecção causada pelo Sars-CoV-2. 2.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA Figura 01- Foto Sentinela 2.2 DADOS RELEVANTES DA ORGANIZAÇÃO E SEUS FUNDAMENTOS O objetivo da administração, de forma geral, é de tomar decisões sobre a definição de objetivos e a atualização dos recursos organização. O administrador tem as seguintes etapas: 1. Planejamento; 9 2. Organização: determinar responsabilidades; 3. Direção: aptidão, treinamentos,liderança, disciplina e orientação; 4. Controle: com comparação de desempenho, analise, ações corretivas e determinar padrões aceitos. Na unidade básica, existe esta organização, com uma liderança transformacional, o líder busca constantemente uma mudança em busca de uma melhor qualidade do trabalho executado. Estes fundamentos são: Visão: torna-se referência como a melhor unidade básica de saúde municipal do baixo amazonas. Missão: proporcionar atendimento de alto nível de forma eficiente, de modo a contribuir para uma consulta precisa e um tratamento que garanta o bem-estar dos pacientes. Valores: respeito ao paciente, funcionários e médicos. Eficiência, confiabilidade e qualidade nos serviços prestados. 2.3 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A unidade atende 24 horas e dispõe de uma equipe multiprofissional. O atendimento ocorre com acolhimento simultâneo em duas salas de triagem. A unidade conta com sala de estabilização, equipada com dois leitos, monitor cardíaco, desfibrilador e respirador mecânico, além de salas de observação e regulação, com poltronas e leitos para acomodação de pacientes. A coleta de testes rápidos que identificam se o paciente já teve contato com o coronavírus (Sars-Cov-2) ou se já contraiu a doença. Com a oferta de teste rápido de antígeno, que pode ser feito a partir do primeiro dia de sintomas, e ainda, os exames RT-PCR, hemograma, troponina e PCR, necessários para a conclusão do diagnóstico da covid-19. 2.4 COMPOSIÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO No fluxograma dos serviços encontramos profissionais com escolaridade de todos os níveis, como nos serviços gerais, aos cursos técnicos, atuando como técnico em enfermagem. Os profissionais com maior escolaridade atuam realizando consultas e exames, no caso os médicos e enfermeiros dentre outros, nas atividades administrativas, diretor da unidade administrativa. 10 3. ESTRUTURA E ARQUITETURA HOSPITALAR Nos últimos tempos, desenvolveu-se novas concepções para estrutura e arquitetura de hospitais que esmiúça trazer para os seus espaços os valores que os pacientes encontram em suas casas, ou seja: os projetos arquitetônicos devem incorporar ao edifício a visão do paciente e suas representações cotidianas. Esses conceitos propõem também a integração dos ambientes de saúde com o espaço exterior e incorporam nos setores de diagnóstico e tratamento uma série de premissas que são consideradas como promotoras da cura. As pesquisas atuais sobre tempo de permanência e a qualidade da atenção destinada aos clientes apontam para a ênfase da humanização destes ambientes, no sentido de amenizar o sofrimento e a angustia durante a internação, agregando práticas de convivência familiar e de personalização aos espaços, envolvendo equipes de profissionais e de familiares nas terapias desenvolvidas para atingir a desejada cura. Apesar disso temos que voltar no tempo para que possamos entender como a importância da Estrutura e Arquitetura de Ambientes de hospitalares, foram sendo estabelecidos, tornando-se cada vez mais fundamentais para a implantação dos novos projetos bem elaborado para atenção à saúde. A assistência médico-hospitalar brasileira inicia-se no século XVIII, com a fundação das Santas Casas de Misericórdia, instituições ligadas à Igreja Católica que apresentavam finalidades caritativas e filantrópicas para a internação de pacientes em várias condições: alienados mentais, miseráveis sem habitação, doentes terminais das mais diversas afecções (exceto as infectocontagiosas, cujos pacientes eram totalmente isolados do convívio social). Essas instituições, seguindo a lógica de funcionamento de suas matrizes europeias, retiram da sociedade indivíduos que contrariam sua ordenação, servindo, ao final, como saneadoras da sociedade, cumprindo muito além da função terapêutica que se conhece modernamente (POLVORA, 2015). A história da Saúde Pública no Brasil começa, efetivamente, no final do século XIX e início do século XX. No entanto não podemos deixar de citar as Santas Casas de Misericórdia que são as mais típicas instituições brasileiras de assistência à saúde no estabelecimento do país como nação. As Santas Casas 11 chegaram ao Brasil com a vinda dos padres da Companhia de Jesus, no século XVI. A primeira Santa Casa foi fundada em Santos, em 1543, pelo colono Braz Cubas. As Santas Casas têm um papel preponderante na configuração da assistência à saúde, no Brasil e, até hoje, exercem grande influência na prestação de cuidados às populações, com suas instituições, geralmente erguidas em edifícios muito antigos, servindo como objeto de estudo e reflexão para a saúde pública e a arquitetura de ambientes de saúde. (COSTEIRA, 2014.) O desenvolvimento da implantação de hospitais brasileiros se confunde com o estabelecimento de ações governamentais de assistência à saúde através da nossa história. Destacamos, aí, as iniciativas de Oswaldo Cruz, buscando a erradicação da peste bubônica, febre amarela e varíola, estabelecendo a criação dos mata-mosquitos e a vacinação em massa da população, que culminou na “Revolta da Vacina”, no limiar do século XX. (COSTEIRA, 2014.) A partir daí tem início um período de construções de grandes edifícios públicos e de outros exemplares com programas bem mais complexos, caracterizando a chamada arquitetura moderna brasileira. Estas estruturas arquitetônicas utilizam os conceitos de modernidade e os pontos preconizados por Le Corbusier, que esteve três vezes no Brasil e se tornou uma referencia para os arquitetos dessa época, para a conformação de projetos hospitalares. Podemos citar exemplos brasileiros destes hospitais como a Maternidade Universitária de São Paulo (1944) de Rino Levi, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (1955) de Jorge Machado Moreira ou o Hospital Sul América, hoje Hospital da Lagoa (1952) de Oscar Niemeyer. (COSTEIRA, 2014.). A implantação e a consolidação de um sistema único de saúde dependiam da nova Constituição Federal, aprovada e promulgada em 1988. A concretização dos moldes do novo sistema- o Sistema Único de Saúde (SUS)- foi estabelecida a partir da chamada Lei Orgânica da Saúde, a Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990. Aí se aponta, de maneira irrefutável, a descentralização dos serviços de assistência à saúde. Suas diretrizes mais fortes, na indicação da municipalização da assistência, encontram-se no seu capítulo III, quando determina o papel de cada uma das esferas de governo para a atuação junto ao Sistema Único de Saúde. (COSTEIRA, 2014). A tão propalada humanização dos ambientes de saúde requer uma profunda reflexão dos arquitetos na concepção de hospitais que possam 12 oferecer mais do que apenas espaços tecnológicos, agregando às estruturas conceitos de conforto ambiental e sustentabilidade e empregando sistemas e técnicas construtivas que possam oferecer ambientes mais legíveis e acolhedores aos usuários. (COSTEIRA, 2014). 3.1 O FUNCIONAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL Antes da existência do SUS, a saúde pública era responsabilidade do Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social, o Inamps. Criado em 1977, o Inamps era ligado ao Ministério da Previdência e Assistência Social, e fornecia atendimento com uma ressalva: somente era atendida a população formada por aqueles que trabalhavam em empregos formais e contribuíam com a Previdência Social. Pessoas que não estavam em empregos formais não tinham acesso a serviços de saúde como temos hoje, por meio do SUS. (MINISTERIO DA SAÚDE, 2002, p.39) O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma referência em se tratando de políticas públicas no Brasil, estudado e replicado em diversas partes do mundo. Entre seus princípios estão a universalidade (direito de todos, sem discriminação), integralidade (atuação em diversas vertentes como prevenção, tratamento e reabilitação) e equidade (atendimento de acordocom as necessidades de cada paciente) no serviço público. (MINISTERIO DA SAÚDE, 2002, p.39) A Lei 8.080 de 1990 instituiu e formalizou o SUS no Brasil, que vinha sendo idealizado e discutido desde as definições sobre Saúde na Constituição Federal de 1988. No artigo 196 da Constituição consta: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. (MINISTERIO DA SAÚDE, 2002, p.38) A Política Nacional de Humanização deve se fazer presente e estar inserida em todas as políticas e programas do SUS. Humanizar se traduz, então, como inclusão das diferenças nos processos de gestão e de cuidado. Tais mudanças são construídas não por uma pessoa ou grupo isolado, mas de forma 13 coletiva e compartilhada. Incluir para estimular a produção de novos modos de cuidar e novas formas de organizar o trabalho. (MINISTERIO DA SAÚDE, 2004, p.09). 3.2 EDIFICAÇÃO HOSPITALAR NO BRASIL A arquitetura hospitalar é uma arquitetura que tem como preocupação com a adequação aos avanços tecnológicos da medicina, o cumprimento de normas que procuram regulamentar para garantir a qualidade dos ambientes projetados, a complexidade e flexibilidade exigidas do projeto e o alto custo das instalações, isso, muitas vezes, leva o projetista a esquecer ou não da à devida importância, aos princípios ambientais que este projeto deveria seguir. (LIMA, 2010). Na América Latina, a primeira edificação erguida para funcionar como hospital foi construída por Cortez, no México, e, na América do Sul, apenas o Peru precedeu o Brasil, construindo em 1538 um hospital em Lima (TOLEDO, 2008). Segundo Toledo (2008), o Brasil foi, portanto, o segundo país da américa do Sul a construir uma edificação destinada exclusivamente a receber enfermos: o Hospital da Santa Cruz da Misericórdia de Santos, criado por Braz Cubas em 1543. Hospital, para o Ministério da Saúde é: Parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médica integral, curativa e preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, inclusive o domiciliar, constituindo-se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como de encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente. GÓES (2004, p.7) Falando em arquitetura hospitalar brasileira, não se pode deixar de lembrar de João Filgueiras Lima, o Lelé. Para TOLEDO (2005), a obra de Lelé pode ser comparada às edificações hospitalares do final do século XVIII, quando o enfermo deixou de ser tratado como um indivíduo que ficava pacientemente aguardando a cura ou a morte, em ambientes insalubres, daí o nome paciente, para sofrer a intervenção do tratamento médico. Nessa fase, os hospitais 14 passaram a adotar a forma pavilhonar, os pátios com jardins internos, ventilação e iluminação natural. Em 21/02/2002, foi aprovada a Resolução da Diretoria Colegiada Nº 50, atualmente considerada o parâmetro mais confiável para projetos de ambientes hospitalares. A Nº 50 é um regulamento técnico para planejamento, programação elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde, documento que aprova o Regulamento Técnico destinado ao planejamento, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS), de construções novas, ampliações e reformas de estabelecimentos de saúde já existentes e os anteriormente não destinados à saúde. Por essa PORTARIA, a ANVISA passa a ser a responsável pela cooperação técnica e orientação às secretarias estaduais e municipais de saúde para o cumprimento do regulamento técnico, BRASIL (2002). 3.3 HOSPITAIS GERAIS X HOSPITAIS DE EMERGÊNCIA São unidades que têm por objetivo atender pacientes necessitados de assistência médica geral. Quando de alta resolubilidade, o hospital é dotado de um forte Apoio ao Diagnóstico, constituído pelas Unidades de Imagenologia (Raios X, Tomógrafo, Ressonância Magnética) de Métodos Gráficos, Endoscopia, Laboratórios de Análises Clínicas e Anatomopatologia etc.; e ao Tratamento, constituído por Centro Cirúrgico, Unidades de Tratamento Intensivo, Emergência/Pronto‑Atendimento, Internação Infantil, Obstetrícia, Cirurgia e Clínica Médica. (POLVORA, 2015). Esse tipo de hospital caracteriza-se pela ênfase dada às Unidades de Emergência, Centro Cirúrgico, Tratamento Intensivo e, em algumas unidades, Internação de Queimados. (POLVORA, 2015). Segundo Ferrer e Toledo (2011), ao se projetar uma Unidade de Urgência e Emergência, cabe ao arquiteto tomar o que se poderia chamar de aprimoramento do desenho dessas complexas áreas funcionais, que têm como principais objetivos atender às urgências e emergências e a todas as intercorrências que delas decorrem. 15 Dentre as diversas unidades funcionais que compõem o edifício hospitalar, as Emergências são as que mais necessitam de flexibilidade arquitetônica, já que seu modelo de funcionamento poderá sofrer constantes mudanças, tanto pela incorporação de novas tecnologias quanto pela orientação dada por diferentes equipes de saúde. Dessa forma, cabe ao arquiteto garantir essa flexibilidade por meio de soluções arquitetônicas, como a adoção de pavimentos técnicos, paredes removíveis e outros detalhes arquitetônicos que permitam alterar, com facilidade e menor custo, o layout e a infraestrutura da unidade. (POLVORA, 2015). 16 4. COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO INTERPESSOAIS Linguagem é um conjunto de signos verbais ou não verbais. Língua é um tipo de linguagem, composto por signos verbais (palavras). O código, por sua vez, é a linguagem. Para que a comunicação ocorra, é necessário que emissor e receptor tenham conhecimento do mesmo conjunto de signos. Por meio da linguagem, o ser humano representa o mundo, constrói a realidade, organiza e dá forma a suas vivências. A linguagem revela aspectos históricos, culturais e sociais. (SANDRONI, 2020). A linguagem é uma função mental superior que nos possibilita captar informações do meio ambiente por meio dos canais sensoriais e, em seguida, a pessoa pode processar esses estímulos recebidos nas diferentes regiões cerebrais. Após todo processo de entrada de informações, há um complexo intercâmbio com outras funções mentais, tais como atenção, percepção, memória e cognição, que permitem ampliar todo o conteúdo da linguagem de forma dinâmica (DELIBERATO, 2017). Quando a comunicação tem como foco o receptor, com o uso de pronomes como “você” e “seu” ou de verbos no imperativo, tem‑se a função apelativa ou conativa. Trata‑se de uma função muito frequente na publicidade: “Beba Coca‑Cola”, “Abuse e use”, “Você e sua família merecem”, entre muitos outros exemplos. Devemos observar que o uso da função apelativa é muito importante na construção da persuasão que caracteriza o texto publicitário, pois ela cria efeito de proximidade com o receptor, tornando‑o mais inclinado a absorver a mensagem. (SANDRONI, 2020). Comunicação é a capacidade que o ser humano tem de trocar informações aprendidas e pretendidas com diferentes pessoas. É um processo que envolve um receptor e um emissor, ou seja, uma pessoa emite uma mensagem, e a outra recebe a mensagem e a interpreta para responder com coesão e coerência. Durante o processo de comunicação, é importante o uso de um sistema linguístico compartilhado, ou seja, ambos os parceiros de comunicação devem utilizar o mesmo idioma para que possam transmitire compartilhar uma mensagem. A comunicação humana torna-se possível por meio da compreensão dos diferentes signos compartilhados pela comunidade, 17 ou seja, a comunicação será efetivada por meio do uso de um sistema de representação compartilhado no grupo. (DELIBERATO, 2017). 18 5. DINÂMICA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS A formação e afirmação de vínculos profissionais têm por finalidade o desenvolvimento de relações interpessoais em equipes de trabalho, compreendendo a sua realidade para promover o crescimento de cada um dos profissionais individualmente e do grupo de trabalho como um todo, facilitando a resolução dos conflitos. (MARTINS, 2010). Para a maioria das pessoas, o trabalho é um importante componente da vida, não apenas no sentido material (salário, benefícios), como também com relação ao desempenho das atividades e para o contato social. Hoje se sabe que o cotidiano do trabalho influi na vida e nas emoções das pessoas. Por exemplo, a realização de um projeto de trabalho importante resulta em sentimentos positivos, assim como uma discussão com o chefe pode acarretar sentimentos de preocupação. (BOM SUCESSO, 2002). Por isso, as organizações precisam, de alguma forma, proporcionar um ambiente de trabalho agradável, pois perceberam a influência do bom ambiente para a produtividade, e, por consequência, o andamento do trabalho. Assim, alguns fatores tornaram-se fundamentais para a realização do trabalho: o ambiente, o relacionamento, saber como as pessoas se sentem com relação às suas tarefas, enfim, uma visão mais global do trabalhador. (BOM SUCESSO, 2002). 5.1 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QTV) A QVT como ideias associadas às melhorias nas condições físicas, menor jornada de trabalho e maiores salários. Contudo, ainda afirma que o enfoque principal é a reformulação da relação do trabalho em si com o empregado, gerando mais eficácia, produtividade e satisfação das necessidades básicas. A autora ainda indica que QVT, é a gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sócio-psicológicos que afetam a cultura e renovam o clima organizacional, refletindo-se no bem-estar do trabalhador e na produtividade das empresas, onde a QVT é dinâmica uma vez que tanto as organizações como as pessoas são mutáveis e contingenciais, pois depende da realidade de cada empresa no contexto em que está inserida (FERNANDES, 1996). 19 Conforme Limongi-França (2008), os programas que envolvem a busca da Qualidade de Vida no Trabalho só apresentarão bons resultados quando passarem por um processo de valorização dos seus colaboradores, em relação a suas necessidades e expectativas, resultando como consequência em maior desenvolvimento de seu potencial, viabilizando maior qualidade de produtos e serviços, atendendo aos desejos dos clientes e criando vantagem competitiva para a organização. Assim conceituando a QVT, Limongi-França (2008) afirma que é o conjunto das ações de uma empresa que evolvem a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho e a partir do momento em que se olham as empresas e pessoas como um todo se constrói a QVT. Este conceito, mesmo tendo sido originado no setor privado, tornou-se também importante para o setor público, principalmente depois da década de 90 com a instalação de um novo modelo de gestão, onde o cidadão é visto como um consumidor/cliente. 5.2 CLIMA E CULTURA ORGANIZACIONAL A palavra clima origina-se do grego klima, que significa tendência, inclinação, conforme Coda (1997). A partir das teorias administrativas, a organização foi comparada a um organismo vivo e, como tal; teria necessidades e carências que precisariam ser atendidas. Nesta medida, o clima poderia ser compreendido como a tendência ou inclinação ao atendimento das necessidades organizacionais e pessoais, manifestando-se como um indicativo da eficácia organizacional. O clima organizacional seria composto por elementos extrínsecos ao trabalho (salário, benefícios, reconhecimento, chefia, colegas e outras condições que precisam ser atendidas) caracterizando-se, também, como um indicador do nível de satisfação dos empregados. A definição do conceito de clima organizacional é bastante complexa, envolve diversas variáveis de difícil mensuração. Essas variáveis estão divididas em três níveis: macro (fatores externos à empresa e que agem sobre ela e sobre cada um seus membro); micro (sistemas próprios da empresa); e individual (experiências de cada funcionário). Esses três níveis determinariam o modo pelo 20 qual a empresa seria percebida. O clima organizacional pode então ser definido como "(...) uma atmosfera resultante das percepções que os funcionários tem dos diferentes aspectos que influenciam seu bem-estar e sua satisfação no dia- a-dia de trabalho" (Barçante e Castro, 1995:16). 5.3 SATISFAÇÃO LABORAL Para Muchinsky (1994), a satisfação laboral é, como qualquer sentimento de satisfação, uma resposta ativa e emocional. O afeto faz referência às sensações de gosto ou desgosto. Assim, a satisfação laboral é a medida do prazer que uma pessoa alcança com seu trabalho. A satisfação no trabalho pode ser entendida como um conjunto de sentimentos favoráveis com os quais os empregados percebem seu labor, de acordo com a teoria de Davis e Newstrom (1996). A importância de alinhar as necessidades do empregador com as dos empregados para que se atinja a satisfação de ambas as partes é destacada por Barrier (1998). Além disso, quanto maior o senso de controle que o funcionário tem sobre a tarefa, maior seu comprometimento e envolvimento. A satisfação no trabalho vincula-se, então, ao desenvolvimento do indivíduo dentro da organização. Este desenvolvimento inclui as habilidades de pensar e resolver problemas, entusiasmo, criatividade, valorização do trabalho e conhecimento das habilidades necessárias para a execução da tarefa. Além disso, como todo trabalho inclui uma certa rotina, é preciso encontrar meios que despertem o interesse dos trabalhadores. 21 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este projeto integrado multidisciplinar tem como objetivo principal observar o quanto é importante a relação interpessoal dos funcionários, a estrutura hospitalar para o acolhimento dos pacientes que buscam atendimento no mesmo. A comunicação e relação entre os funcionários dentro da organização, a satisfação dos funcionários com fim ao desdobramento eficiente das normas e aprendizado sobre o atendimento hospitalar. O Unidade Sentinela Covid-19 uma instituição que foi restruturada, seus atendimentos de caráter emergencial em 2020 e 2021 com profissionais de saúde envolvidos no tratamento da população, especialmente aquela direcionada para os atendimentos exclusivos de pacientes suspeitos com Covid- 19, acerca da estrutura adequada, relações na organização e cultura da organização. Por fim, consideramos que o atendimento é bastante eficiente quando os funcionários tem uma estrutura hospitalar padrão, a satisfação da equipe com projetos motivadores para que se haja uma boa relação da equipe, é uma prática a ser seguida por todos (Pessoas, empresas entre outras).Todas as formas e situações descritas validaram os conceitos teóricos ensinados pela UNIP, inserindo-me para assimilação do conteúdo ensinado pelas disciplinas em questão. 22 6. REFERÊNCIAS BARÇANTE, L. C.; CASTRO, G. C. de. Ouvindo a voz do cliente interno.3 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1995. BARRIER, M. 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