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SEPSE E CHOQUE SÉPTICO Inflamação intensa causada por uma resposta desregulada do paciente à uma infecção Originária de uma bactéria, vírus ou fungos Principais órgãos: pulmão (pneumonia), rim (infecção urinária), abdome (infecção abdominal) Fatores relacionados à alta mortalidade: limitação de recursos básicos, gravidade do paciente, atraso na primeira administração do primeiro antibiótico Fisiopatologia: Inflamação libera citocinas (desde o sistema complemento até prostaglandinas, entre outras, cada uma com uma função). Precisa saber a citocina que está mais evidente para começar o tratamento. A citocina é liberada na circulação sistêmica e uma vez que ocorre há uma vasoplegia que ocorre de forma desenfreada, pois ocorre estímulos e o mesmo libera citocinas. Na circulação há uma disfunção endotelial, que através da via de de coagulação ocorre trombina e forma trombose microvascular e há disfunção de múltiplos órgãos. Diminui perfusão, diminui O2, aumenta anaerobiose e aumenta lactato. Manifestações clínicas: - Hipotensão arterial - Hipóxia tecidual - Disfunções pulmonares e renais são reconhecidas precocemente - Disfunções neurológicas, hepáticas e gastrointestinais são reconhecidas mais tardiamente Achados na sepse: Crânio → alteração da consciência, confusão, psicose Pulmão → taquipneia, PaO2 <70 mmHg, SaO2 <90%, PaOz/FiO2 <300 Pâncreas → icterícia, aumento de enzima e TP, queda da pressão oncótica (diminui albumina) Coração → taquicardia, hipotensão, aumento PVC, aumento PAOP Rim → oliguria, anuria, aumento de creatinina Óssea → diminuição de plaquetas, aumenta TP/TTPA Diagnóstico: Infecção, sepse ou choque séptico Sepse → síndrome clínica definida pela presença de infecção a SIRS - disfunção orgânica ameaçadora à vida secundária a resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção, mas a triagem permanece. - SOFA score >2 Choque → infecção sem disfunção ou com disfunção cardiovascular e celular associado com alto risco de óbito - uso de vasopressor para PAM >65 mmHg - lactato >18mg/dL persistente após ressuscitação volêmica adequada Tratamento: 1. ressuscitação inicial 2. diagnóstico 3. antibiótico 4. controle do foco 5. reposição volêmica 6. inotrópicos Pacote de 3 horas - coleta de lactato sérico - coleta da hemocultura antes do início da antibioticoterapia - início do ATB na 1h após o diagnóstico - reposição volêmica agressiva precoce nos pacientes com hipotensão ou lactato 2 vezes o valor normal Se tiver como fazer a hemocultura antes de 3 horas, faça ! Se tiver o antibiótico em mãos e está atrasado, faz o ATB primeiro. Pacote de 6 horas - uso de vasopressores para manter a PAM acima de 65 mmHg - reavaliação do status volêmico e da perfusão tecidual, usando por exemplo, mensuração da pressão venosa central ou da saturação venosa de oxigênio - nova mensuração de lactato para pacientes com hiperlactatemia inicial Ressuscitação inicial Passar cateter de acesso central - fazer reposição volêmica agressiva e repetitiva na presença de hipotensão e/ou lactato elevado >4 mmol/L induzidos pelo quadro séptico Antibióticos - escolha do ATB - via endovenosa - na primeira hora (após cultura) - esquema empírico inicial amplo - reavaliação 48-72 horas - monoterapia ou terapia combinada - controle do foco ● A cultura deve ter 2 ou mais pares e pode ser coletada pelo mesmo cateter Reposição volêmica - endovenosa → ringer lactato Cristalóides = 30 ml/kg Ringer Lactato (130 mEq/L de NaCl) Soro Fisiológico 0,9% (154 mEq/L NaCl) ● cuidado com o SF, por causa do cloro, porque pode dar acidose ● oferecer o mais barato, porém tomar cuidado para não oferecer muito Ressucitação volêmica - inicialmente 30ml/Kg - uso preferencial de cristaloides e entre eles não têm preferência - não usar amidos sintéticos (HES) Inotrópicos Noradrenalina é a droga de escolha por ser vasopressora Se aumentar a dose e não melhora, pode associar a uma vasopressina quando noradrenalina atingir 0,5 ucg/kg/min e não atingir PAM 65 mmHg Paciente cabe mais volume = manuseia a droga vasoativa Saturação venosa baixa = associa a Dobutamina ● Usa Esteróides / corticóide em uma sepse persistente ● hidrocortisona intravenosa 200 mg/dia por 7 dias Ressuscitação inicial na sepse 1. Sepse e choque séptico são emergências médicas! Inicie o tratamento e a ressuscitação de forma imediata 2. Expansão volêmica de, no mínimo, 30 ml/kg de cristaloides nas primeiras 3 horas de ressuscitação, em pacientes com evidência de hipoperfusão pela sepse ou choque séptico 3. Visando guiar a ressuscitação volêmica, dê preferência ao uso de medidas dinâmicas de fluido responsividade em detrimento à somente exame físico ou parâmetros estáticos 4. Utilize a redução do lactato como meta para guiar a ressuscitação em pacientes com lactato elevado 5. Utilize o tempo de enchimento capilar para guiar a ressuscitação, como adjuvante a outras medidas de perfusão! 6. Choque séptico em uso de vasopressores - o alvo inicial de pressão arterial média (PAM) de 65 mmHg 7. Adultos com suspeita de sepse ou choque séptico sem confirmação de infecção, reavaliação contínua e pesquisa de diagnósticos alternativos e a interrupção de antibioticoterapia empírica se causas alternativas forem identificadas 8. Recomenda-se uma rotina microbiológica diagnóstica antes de iniciar antibioticoterapia se isso não resultar em atraso significativo na administração de antibióticos 9. A rotina microbiológica inclui pelo menos dois sets de hemoculturas
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