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ARTHUR BITTENCOURT SEPSE Sepse = resposta inflamatória desregulada a uma infecção, promovendo disfunção orgânica EPIDEMIO Aumento da incidência, por envelhecimento ocupacional, aumento dos imunodeprimidos, maior prevalência de germe MDR, maior conscientização de profissional de saúde sobre sepse o que aumenta o dx. 60-85% dos pctes tem ≥ 65 anos, com pico no inverno, devido aumento da PNM. ETIOLOGIA Bactérias são as principais, mas também há por fungos em contextos específicos, como imunodeprimidos Atualmente predomina-se as gram-positivos (EUA). Gram-negativos no BR (estatística não confiável) DEFINIÇÃO SEPSE Novas definições (2016) Infecção + SOFA ≥ 2 SOFA ≤ 2 o pcte não está séptico, com menor chance de morte (<3%). Se SOFA ≥ 2 mortalidade ≥ 10% SIRS e sepse grave saíram das definições SIRS nem sempre precisa de atb, pois nem sempre é por uma bactéria, pode ser por um PO p. ex. Sepse grave perdeu conceito devido gravidade da doença CHOQUE SÉPTICO Sepse com anomalias circulatórias, celulares e metabólicas que acarretam elevado risco de morte. Mortalidade ≥ 40% Definição: Sepse + necessidade de manter drogas vasopressoras para manter PAM ≥ 65 mmHg + lactato arterial > 2mmol/l (>18 mg/dl) (mesmo com ressuscitação volêmica) qSOFA (Quick SOFA) – versão simplificada. Sua aplicação tem boa acurácia para detectar sepse inicial em pcte fora da UTI, servindo como uma triagem (não validado em pctes de UTI, que deve ser aplicado SOFA, principalmente pcte oriundo da comunidade) qSOFA ≥ 2 já configura sepse inicial: FR ≥ 22 PAS ≤ 100 Alterações de sensório FR PNM comunitária, admissão em UTI, bacteremia, idade ≥ 65 anos, imunossupressão, DM, CA, hospitalização nos últimos 90 anos (principalmente se fez uso de ATB), fatores genéticos ARTHUR BITTENCOURT FISIOPATO Infecção: germe invasor em tecido estéril desencadeando resposta do hospedeiro para conter o agente infeccioso e impedir disseminação. Libera citocinas pró inflamatórias, mas também anti-inflamatórias para conter o processo. Na sepse, o germe invade e a resposta imune inicial já começa mais exacerbada, gerando resposta inflamatória intravascular maligna, afetando órgãos e tecidos à distância, mesmo que sem foco infeccioso. Quando germe invade tecido estéril a primeira resposta vem da imunidade inata (pois não requer contato prévio com o agente para ter resposta), principalmente com macrófagos (residentes que circulam pelo tecido à reconhece padrões moleculares, ou seja, reconhece assinatura de diferentes grupos de micro-organismos à peptidioglicanos, LPS, alarminas à estímulo de receptores libera NF-kb que vai no núcleo da célula e começa a liberar citocinas pró-inflamatórias, que, inicialmente agem localmente à citocinas atrai leucócitos PMN (imunidade inata) que é um potente fagócito, fazendo fagocitose e também liberando NF-kb que libera mais citocinas, exacerbando mais ainda o processo à junto a isso, NF-kb também recruta imunidade adaptativa (TCD4, TCD8...) TRANSIÇÃO DE UMA RESPOSTA LOCAL PARA SISTÊMICA Ainda não se sabe a explicação exata, mas, é um fenômeno multifatorial, que depende: tamanho do inóculo, superantígenos (constituintes do patógeno que ao serem reconhecidos pelos receptores de reconhecimento de padrões geram resposta mais intensa que outros padrões, como, por exemplo, LPS dos gram-negativos, exotoxinas, ácido acetilmurâmico...), ativação do complemento (subproduto afeta leitos vasculares de órgãos e tecidos à distância, a exemplo PNM pneumocócica e meningococcemia), predisposição genética. EFEITO SISTÊMICO DA SEPSE Ocorre por lesão celular. Os mesmos efeitos flogísticos ocorre em locais à distância em que não foram acometidos, isso gera uma hipovolemia relativa (aumenta o leito vascular mas não aumenta o volume) e pcte não consegue sustentar hemodinâmica. Ocorre isquemia tecidual por lesão microvascular (inflamação intravascular maligna), lesão citopática direta (mitocôndrias), apoptose, imunodepressão secundária (excesso de citocinas anti-inflamatórias também existente, por isso px tão ruim, mesmo que com boa resposta inicial à ressuscitação volêmica) TTO Emergência médica, requer ABC da ressuscitação Acesso venoso periférico, com 2 acessos calibrosos Em até 45 minutos: labs de rotina, GasoA, lactato arterial, 2 hemoculturas (periférico e cateter caso tenha implantado. Retirado 20ml de sangue e distribuído em 2 amostras, uma para aeróbico e uma para anaeróbico, formando 4 amostras, e se cateter segue mesma recomendação de 20ml com 2 amostras, ficando ao todo 6 amostras), culturas específicas (a depender da suspeita clínica do sítio, p. ex. escarro, urina...), imagem (a depender da suspeita clínica do sítio, p. ex. Rx de tórax, TC de abd...) ARTHUR BITTENCOURT Atb precoce e controle do foco (se for o caso, feito em até 6-12h). Quando mais cedo iniciar o atb melhor o desfecho do pcte (em até 1h). A escolha do atb depende da suspeita clínica. Duração do atb de 7-10 dias Ressuscitação volêmica com solução cristaloide isotônica (SF, RL). Coloides sintéticos não devem ser usados devido aumento de mortalidade, principalmente por maior frequente de IRA (fragmentos de coloides sintéticos que prejudicam microcirculação renal? Discrasia sanguínea, favorecendo CIVD) Pctes com hipoalbuminemia grave parece ter vantagem em ressuscitação com albumina humana IV Feito em bolus IV 500-1000ml (máx. 30-50 ml/kg em 3h), alguns autores recomendam 30ml kg para iniciar as aminas vasoativas mais precocemente. Alguns autores também defendem bolus de 250-500 ml, devido excesso de volume. Se pcte melhorar, não precisa fazer um balanço muito positivo de líquido Meta: PAM ≥ 65, DU >0,5 ml/kg/h, normalizar lactato Pcte refratário (não atingiu meta, fez dose máxima da ressuscitação, sem melhora...): faz amina vasoativas, sendo a droga de escolha a noradrenalina (é um alfa-1- adrenérgico, com menos efeitos colaterais, mais barata, mais disponível, mais estudada e com benefício comprado). Mesmo que se opte por iniciar mais precocemente a nora, nunca deve ser iniciado a amina vasopressora sem antes a ressuscitação volêmica, pois, ao fazer vasoconstricção periférica em um pcte hipovolêmica gera menos fluxo sanguíneo, gerando isquemia e necrose de extremidades. Não responsivo à nora, fazer adrenalina ± vasopressina. Adrenalina aumento lactato, devido anaerobiose, mesmo com boa perfusão. Avaliar inotrópico (precisa ter disfunção miocárdica documentada, seja por monitorização invasiva seja por Eco) e corticoide. Transfusão: não recomendada de rotina. Fazer de Hb <7. Pcte cardiopata/pneumopata se <10
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