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Puericultura, Monitorização e Acompanhamento do Crescimento

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A puericultura diz respeito ao acompanhamento do 
crescimento e desenvolvimento da criança e tem como 
objetivo a promoção de saúde e prevenção de agravos 
através da identificação de fatores de risco. 
Nos primeiros 2 anos as visitas são mais frequentes devido ao 
processo de crescimento e desenvolvimento serem mais 
intensos 
 
A PRIMEIRA CONSULTA: 
Deve ocorrer na primeira semana de vida 
Tem como objetivo auxiliar a família em questões como: 
❖ aleitamento materno exclusivo 
❖ orientação e realização de imunização 
❖ verificação e realização da triagem neonatal (teste 
do pezinho) 
❖ estabelecer e reforçar a rede de apoio a família 
é fundamental a utilização e o adequado preenchimento da 
caderneta da saúde da criança 
Anamnese: 
A partir dela procura-se avaliar as condições de nascimento, 
tais como: 
❖ Local de parto 
❖ Tipo de parto 
❖ Peso ao nascer 
❖ Idade gestacional 
❖ Índice de APGAR 
❖ Intercorrências na gestação, parto e período 
neonatal, além de procedimentos realizados 
O que é o APGAR? 
É popularmente conhecido como a nota que se da ao bebe 
logo após ele nascer 
 
Exame Físico: 
Importante avaliar: 
❖ Estado geral e fáscies 
❖ Medidas antropometricas: peso, comprimento, perimetro 
cefalico (PC) 
❖ Dados vitais: FC, FR, temperatura, PA 
❖ Cabeca e pescoço: palpação de fontanelas e suturas, 
olhos, implantacao das orelhas, otoscopia, exame da 
orofaringe, palpação de pescoço 
❖ Aparelho respiratorio e cardíaco 
❖ Examinar abdomen e palpar rins 
❖ Avaliar extremidades (pulsos braquiais e femorais), 
presenca de ganglios, avaliacao de perfusao e simetria de 
pregas anteriores e posteriores de MMII 
❖ Avaliacao de genitalia 
❖ Desenvolvimento neuropsicomotor 
❖ Realizar teste para avaliar reflexos primitivos 
❖ Realizar manobras de Ortolani e Barlow 
(avaliar displasia de desenvolvimento do 
quadril) 
PUERICULTURA 
Ferramenta de Avaliação Ampliada da Saúde da Criança 
 
 
 
Situações de Risco e Vulnerabilidade para o RN: 
• Residente em área de risco 
• Baixo peso ao nascer (<2.500g) 
• Prematuridade (<37 semanas) 
• Asfixia grave ou apgar <7 no 5º min 
• Mãe com menos de 18 anos 
• Mae com baixa escolaridade 
• História familiar de morte de criança <5 anos 
Alimentação: 
Aleitamento materno exclusivo até 6º mês de vida 
A partir do 6º mês introduzir alimentos de forma gradual, 
intercalando com aleitamento até o 2º ano de vida 
Oferecer variedade de alimentos, estimulando o consumo de 
frutas, legumes e verduras 
Evitar açúcares, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas 
Crescimento: 
A monitorização do crescimento é feita por meio do registro 
dos dados antropométricos de peso, comprimento, IMC e PC 
(perímetro cefálico) na caderneta da criança. 
Existe uma curva que indica o crescimento adequado 
 
Vacinação: 
 
MONITORIZAÇÃO DO CRESCIMENTO: 
O crescimento deriva de fatores genéticos e ambientais, nos 
quais se destacam alimentação, higiene, habitação e cuidados 
ferais que podem acelerar ou restringir o processo. 
O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho 
de peso permite a identificação de crianças com maior risco 
de morbimortalidade por meio da sinalização precoce da 
subnutrição e da obesidade 
O melhor método de acompanhamento do crescimento 
infantil é o registro periódico do peso, da estatura e do IMC 
da criança na Caderneta de Saúde da Criança 
A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros 
para avaliação do crescimento de crianças (menores de 10 
anos) os seguintes gráficos: 
❖ perímetro cefálico (de zero a 2 anos) 
❖ peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos 
e de 5 a 10 anos) 
❖ comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 
anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos) 
❖ índice de massa corporal (IMC) para a idade (de zero 
a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos). 
 
Sobrepeso ou obesidade: 
• Verificar a existência de erros alimentares, identificar a 
dieta da família e orientar a mãe e cuidadores a 
administrar uma alimentação adequada para a criança 
• Verificar as atividades de lazer (tempo em frente a 
televisão e videogame, estimular a passeios, caminhadas, 
andar de bicicleta, praticar jogos com bola e outras 
brincadeiras que exijam esforço físico 
• Encaminhar para equipe multi se necessário 
• Realizar avaliação clínica da criança 
Magreza ou baixo peso para idade: 
Para crianças <2 anos: 
• Investigar possíveis causas; atenção especial para o 
desmame 
• Orientar a mãe sobre alimentação complementar 
adequada 
• Caso a criança continue sem ganhar peso, solicitar 
acompanhamento pela equipe multi, se tal estiver 
disponível 
• Orientar retorno da criança em no máximo 15 dias 
Para crianças >2 anos: 
• Investigar possíveis causas, com atenção especial para 
alimentação, infecções, cuidados com a criança, afeto e 
higiene 
• Tratar intercorrências clinicas se houver 
• Solicitar acompanhamento pela equipe multi 
• Encaminha a criança para serviço social se necessário 
• Orientar retorno com intervalo máximo de 15 dias 
Magreza acentuada ou peso muito baixo: 
• Investigue possíveis causas, com atenção especial para o 
desmame (especialmente para os menores de 2 anos), a 
alimentação, as intercorrências infecciosas, os cuidados 
com a criança, o afeto e a higiene. 
• Trate as intercorrências clínicas, se houver. 
• Encaminhe a criança para atendimento com equipe multi 
• Encaminhe a criança para o serviço social, se este estiver 
disponível. 
• Oriente a família para que a criança realize nova consulta 
com intervalo máximo de 15 dias. 
PARTICULARIDADE DE CRIANÇAS PREMATURAS 
OU COM RESTRIÇÂO DE CRESCIMENTO 
INTRAUTERINO: 
O acompanhamento de crianças pré-termo ou com baixo 
peso para idade exige cuidado maior, pois não tiveram seu 
crescimento intrauterino adequado 
O acompanhamento exige curvas específicas, ou que se 
corrija a idade cronologia ate que completem 2 anos de idade 
para a utilização da curva padrão 
A idade corrigida (idade pós-concepção) traduz o ajuste da 
idade cronológica em função do grau de prematuridade 
Considerando-se que o ideal seria nascer com 40 semanas, 
deve-se descontar o numero de semanas que faltaram para 
atingir essa idade gestacional. Exemplo: para uma criança com 
36 semanas, o peso de 2 meses será registrado na idade de 
1 mês. 
A correção pela idade gestacional (IG) permite detectar de 
maneira mais especifica um período de crescimento 
compensatório, (catch up) que é caracterizado pela velocidade 
acelerada no crescimento, que ocorre após um período de 
crescimento lento ou ausente, fazendo com que crianças pré-
termo que apresentam peso, comprimento e PC abaixo do 
percentil mínimo nas curvas de crescimento pós-natal possam 
equiparar seu crescimento ao de lactentes a termo nos 
primeiros anos de vida. Em geral ocorre primeiro com o PC 
seguido do comprimento e peso 
Toda criança com história de baixo peso ao nascer 
deve ser considerada criança de risco nutricional 
e deve ser acompanhada com maior assiduidade 
pelos serviços de saúde, principalmente no 
primeiro ano de vida 
O peso ao nascer, que é reflexo do desenvolvimento 
intrauterino, está inversamente ligado à suspeita de atraso no 
desenvolvimento neuropsicomotor aos 12 meses 
As crianças com baixa estatura para a idade tendem a ter 
menor rendimento escolar no futuro, redução da 
produtividade econômica, menor altura e, no caso das 
mulheres, descendentes com menor peso ao nascer 
• Crianças que, além de prematuras, apresentaram 
restrição de crescimento intrauterino têm médias 
inferiores de peso, comprimento e perímetro cefálico aos 
2 anos de idade corrigida, quando comparadas com 
crianças-controle da mesma idade gestacional. A restrição 
do crescimento pós-natal, mais especificamente o menor 
perímetro cefálico, por sua vez, relaciona-se com atraso 
no desenvolvimento neuropsicomotor aos 2 anos de 
idade corrigidos: toda criança com peso <.2.500g é 
considerada de risco• bebês pré-termo (nascidos com menos de 37 semanas 
de gestação) com peso adequado para a idade 
gestacional têm melhor prognóstico (excetuando-se os 
de menos de 1.000g) 
ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO: 
• O conceito de desenvolvimento é amplo e refere-se a 
uma transformação complexa, contínua, dinâmica e 
progressiva, que inclui, além do crescimento, maturação, 
aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais 
• Tudo em um ser humano depende da sua interação com 
o meio social onde vive 
• A interação da criança com os membros da família e com 
sua rede de proteção assegura sua sobrevivência e sua 
relação com o mundo, contribuindo para o 
desenvolvimento psicossocial 
• Durante os dois primeiros anos, um aspecto 
importantíssimo do seu desenvolvimento é o 
desenvolvimento afetivo, caracterizado no apego, que é 
o vínculo afetivo básico 
• Nos anos pré-escolares, diferentes dimensões e estilos 
paternos têm efeitos sobre diferentes aspectos do 
desenvolvimento social e das personalidades das crianças: 
autoestima, desenvolvimento moral, conduta pró-social, 
autocontrole etc. Além da família, não podemos nos 
esquecer da escola, que se transforma rapidamente em 
um importante contexto de socialização, que se 
encarrega, principalmente, da transmissão do saber 
organizado, que é o produto do desenvolvimento cultural. 
• A identificação de problemas (tais como: atraso no 
desenvolvimento da fala, alterações relacionais, tendência 
ao isolamento social, dificuldade no aprendizado, 
agressividade, entre outros) é fundamental para o 
desenvolvimento e a intervenção precoce para o 
prognóstico dessas crianças 
• As avaliações do desenvolvimento infantil devem sempre 
levar em consideração as informações e opiniões dos pais 
e da escola sobre a criança 
 
 
Distúrbios no desenvolvimento: 
Os fatores de risco para problemas de desenvolvimento 
podem ser classificados em: 
• genéticos (por exemplo: síndrome de Down) 
• biológicos (por exemplo: prematuridade, hipóxia 
neonatal, meningites) 
• ambientais (fatores familiares, de ambiente físico, 
fatores sociais) 
• No entanto, a maior parte dos traços de 
desenvolvimento da criança é de origem multifatorial 
e representa a interação entre a herança genética e 
os fatores ambientais 
• É de extrema relevância o diagnostico sendo que os 
principais protocolos priorizam a avaliação objetiva de 
habilidades motoras de comunicação, interação social 
e cognitiva nas consultas de supervisão de saúde 
 
Controle dos Esfíncteres: 
O controle esfincteriano é reconhecido como um marco do 
desenvolvimento infantil 
Considera-se um início precoce o processo educativo 
realizado a partir de idade em torno dos 18 meses; aumenta 
o risco para o aparecimento de disfunções, como enurese, 
encoprese, constipação e recusa em ir ao banheiro 
É considerado um treinamento tardio após os 36 meses 
O importante é identificar quando a criança está 
pronta para esta etapa e, então, auxiliá-la sem 
cobrança de resultados, isto é, sem estresse. 
O treinamento vai exigir muita paciência e determinação dos 
pais e de quem mais cuidar da criança. Para as crianças que 
estão na escola, é importante orientar os pais para que 
repitam em casa a mesma rotina escolar 
Padrão de Sono e Dificuldade para Dormir: 
Em torno dos 6 meses de vida, os bebês começam a ter 
padrões de sono, embora isso varie muito entre eles. 
A quantidade total de horas de sono de que os bebês 
precisam e o número de sonecas diurnas diminuem ao longo 
dos primeiros anos de vida, tendo uma média de 13 horas de 
sono por dia aos 2 anos de idade, com variações individuais. 
Bebês que não desenvolvem uma regularidade evidente de 
sono e vigília podem estar demonstrando algum problema, 
como uso de droga pela mãe durante a gravidez ou dano 
cerebral 
Avaliam-se questões como a idade de início do problema, em 
que circunstâncias ele ocorre, o prejuízo que causa à criança 
e a seus cuidadores, a persistência do problema e os fatores 
associados com a melhora e a piora dos sintomas 
Também é útil avaliar as expectativas da família relacionadas 
com o sono, a história familiar de transtorno de sono e a 
descrição das práticas habituais de sono da família 
Realiza-se um diário do sono, ou seja, uma descrição temporal 
do sono da criança em 24 horas, durante uma ou duas 
semanas, e compara-se o resultado com o esperado para a 
sua idade. 
É importante discutir com os pais as condutas e os manejos 
gerais diante desses transtornos: em primeiro lugar, 
ambos os pais devem estar de comum acordo em 
relação à rotina para a hora de dormir; caso 
contrário, a criança percebe a ambivalência. Uma 
rotina coerente é importante e permite o estabelecimento de 
um ciclo sono-vigília adequado 
A rotina para um sono tranquilo deve ser estabelecida para as 
crianças o mais cedo possível. É importante que, ao anoitecer, 
o movimento da casa seja modificado. 
Menos barulho e menos iluminação são fundamentais para 
manter um ambiente mais sereno. Pode-se introduzir também 
o que chamamos de “ritual para uma boa noite de sono”, que 
deve ser ocorrer diariamente. Primeiro, a criança deve ser 
alimentada; em seguida, deve tomar um banho (esta ordem 
pode ser alterada de acordo com a própria rotina da família). 
Depois, ela é encaminhada para a sua cama. Neste momento, 
é importante que os pais expliquem para a criança (sem 
pressão, porém, às vezes, com firmeza) que chegou a hora 
de dormir. Os hábitos de contar uma história, ouvir uma música 
de suave melodia ou fazer uma massagem podem ajudar a 
criança a dormir mais relaxada. 
Devem ser evitados estímulos com televisão, computador ou 
luz acesa, o que pode reduzir a qualidade do sono da criança. 
Comportamento: 
A partir dos 2 anos, a criança desenvolve seu senso de 
identidade, reconhecendo-se como uma pessoa, atribuindo 
conceitos a si mesma. 
É um momento em que a criança começa a reivindicar maior 
autonomia, quando os pais devem ajudá-la a fixar os limites e, 
ao mesmo tempo, encontrar sua autonomia e ter maior 
independência. 
Ao encararem as expressões de vontade própria da criança 
como um esforço normal e saudável por independência, e 
não como teimosia, os pais e cuidadores podem ajudá-la a 
adquirir o autocontrole, contribuir para seu senso de 
competência e evitar conflitos excessivos. 
É importante apontar também que nessa idade as crianças 
aprendem muito pela observação, de forma que o exemplo 
dos pais se torna uma fonte importante para a criança 
identificar comportamentos aceitáveis e inaceitáveis 
BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO: 
Para o bebê: 
• Diminuição da morbidade principalmente relacionada a 
infecções como meningites, bacteremia, diarreia, infecção 
respiratória, enterocolite necrosante, otite media, sepse 
• Diminuição de taxa de morte súbita em RN 
• Redução de hospitalizações 
• Redução de alergias 
• Melhor desenvolvimento da cavidade bucal 
• Efeito positivo no desenvolvimento intelectual 
Benefícios para a mãe: 
• Involução uterina mais rápida (liberação de ocitocina) e 
redução da hemorragia uterina pós-parto 
• Perda mais rápida do peso acumulado na gestação 
• Maior interação mãe-bebe 
• Benefícios econômicos (leite não tem custo) 
• Praticidade 
• Diminuição do risco de câncer de mama e ovário 
CONTRAINDICAÇÃO PARA O ALEITAMENTO 
MATERNO: 
• A amamentação é contraindicada apenas para mães 
infectadas por HIV, HTLV1 e 2 (vírus linfotrópico humano 
de linfócitos T) 
• Mães usuárias de drogas ilícitas (maconha, crack, 
anfetamina, ecstasy) 
Referências: 
• BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de 
Atenção à Saúde. Departamento de atenção 
básica. Saúde da Criança: Crescimento e 
desenvolvimento Brasília, 2012. Cap. 7 e 8.

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