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Depleção de ATP. Lesões de membrana. Distúrbios do metabolismo celular. Lesões genéticas. Degeneração hidrópica ou tumefação celular: caracteriza-se pelo aumento de volume e do tamanho celular, o aumento da entrada de água e a falha na manutenção da homeostase. Alterações nas organelas celulares como mitocôndrias e retículo endoplasmático liso. Etiologia: alteração na membrana e diminuição do ATP, hipóxia, anóxia, vírus, bactérias. O controle normal da volemia celular é feito pela bomba de Na+ e K+, onde a água move-se passivamente pelas membranas celulares em resposta a pressão osmótica gerada pelo Na+ e proteínas. Causa - hipóxia: oriunda de isquemia, anemia, pneumonia, sufocamento, choque, lesão na circulação e interferências nas enzima mitocondriais, a deficiência de oxigênio afeta as mitocôndrias, diminui a fosforilação oxidativa e a produção de ATP, falha na bomba de Na+ e K+, influxo de Na+, Ca++ e H2O e perda de K+ e magnésio, causa tumefação das organelas e ruptura das membranas, o que aumenta o influxo de Ca++. Causa - lesão na membrana: ocasiona influxo de sódio, cálcio e água e perda de potássio e magnésio, causando tumefação das organelas e ruptura das membranas e aumento do influxo de cálcio. Degeneração gordurosa: ocorre pelo aumento da mobilização de gorduras devido o aumento da demanda de energia em um curto período de tempo, comum em animais prenhes (terço final) ou no período de lactação. Comum também em casos de toxemia da prenhes (ovinos e caprinos), cetose, obesidade e lipidose hepática felina de origem idiopática (gato obeso que para de comer). Lesão reversível: ocorre quando a célula agredida pelo estímulo nocivo sofre alterações funcionais e morfológicas, porém mantém-se viva, recuperando-se quando o estímulo nocivo é retirado ou cessa. Privação de oxigênio, agentes físicos, agentes químicos, agentes infecciosos, reações imunológicas, defeitos genéticos e alterações nutricionais podem levar a uma lesão reversível da célula, dependendo do tipo de agente, extensão, duração e tipo celular. Mecanismos gerais das lesões: Degeneração celular (lesão não letal) do tipo hidrópica: Degeneração celular (lesão não letal) do tipo degeneração gordurosa: Carolina Maschmann | @carolmedvet Agressão Celular - Lesão Reversível A esteatose está associada a desnutrição, obesidade, DM e intoxicações. Ocorre por excesso de oferta de ácidos graxos ao fígado ou deficiência na produção de lipoproteínas. Macroscopicamente o órgão tem aspecto amarelado, aumentado de tamanho (impressão digital da costela), friável e observa-se gordura na faca ao corte, no fígado nota-se embebição biliar. Microscopicamente as células apresentam-se vacuolizadas (não cora no HE), muitas vezes em formato de anel de sinete. Carolina Maschmann | @carolmedvet Agressão Celular - Lesão Irreversível Carolina Maschmann | @carolmedvet Grande tumefação mitocondrial. Perda das cristas. Bolhas. Solução de incontinuidade da membrana. Nem sempre a morte celular é precedida de lesões degenerativas. Apoptose: morte celular programada de células indesejadas seletivamente, sem extravasamento celular (membrana permanece intacta) e agressão a tecidos adjacentes ou resposta inflamatória. Forma corpos apoptóticos que sofrem fagocitose. Pode ter origem patológica ou fisiológica. Necrose: necrose é a morte celular após a lesão irreversível por hipóxia, isquemia e lesão direta da membrana celular. Não é programada, causa extravasamento celular de lisossomos e agressão de tecidos adjacentes e resposta inflamatória. Necrose de coagulação: desnaturação das proteínas citoplasmáticas. A estrutura celular é mantida. Geralmente está relacionada a lesão por hipóxia, isquemia ou tóxica. O tecido necrótico permanece no corpo por um longo período até ser removido por leucócitos. Ocorre em todos os órgãos sólidos com exceção do cérebro. Macroscopicamente, as áreas afetadas são brancacentas, acinzentadas ou amareladas, com perda de resistência, aspecto de carne cozida, área de demarcação em relação ao tecido normal e pode ser avermelhado se houver extravasamento de sangue. Microscopicamente, há aumento de acidofilia, aspecto granuloso com a evolução da necrose e formação de massas amorfas, decorrentes do rompimento das membranas e mistura do material autolisado. Necrose caseosa: ocorre a perda completa da arquitetura celular e tecidual. O tecido necrosado é convertido em uma coleção de células fragmentadas em meio a debris amorfos com halo de células inflamatórias, que se assemelham a queijo cottage. Necrose crônica, etiológica de tuberculose. Macroscopicamente a área necrosada é amorfa, granular, friável, branco-acinzentada, lembra queijo cottage e está circundada por tecido conjuntivo. Microscopicamente, o tecido necrótico é amorfo, granular, circundado por infiltrado inflamatório granulomatoso e tecido conjuntivo, calcificação pode ser observada nas áreas necróticas. Lesão reversível: ocorre quando a célula agredida pelo estímulo nocivo sofre alterações funcionais e morfológicas ocasionando apoptose ou necrose. Sinais morfológicos que indicam irreversibilidade: Apoptose x Necrose: Tipos de necrose: Carolina Maschmann | @carolmedvet Necrose de liquefação: na necrose liquefativa as células se rompem e o tecido necrótico fica líquido. Os tecidos do SNC não possuem interstício fibroso e as células são ricas em lipídeos e enzimas, assim o aspecto macroscópico da necrose de liquefação é mais evidente, e é denominada malácia. Fora do SNC, é associada a infecção por bactérias piogênicas com inflamação supurativa (centro de abscessos). Ocorre geralmente em infecções bacterianas, bactérias estimulam o acúmulo de células inflamatórias e as enzimas dos leucócitos digerem o tecido. Empiema: acúmulo de pus nas cavidades do corpo. Microscopicamente há perda de arquitetura celular e cavidade contendo células inflamatórias mortas, bactérias e debris celulares na área necrótica. Necrose de gordura: necrose do tecido adiposo, pode ser classificada quanto a etiologia: Necrose enzimática: necrose da gordura abdominal adjacente ao pâncreas por lipases pancreáticas ativadas que escapam do ducto pancreático. Comum em pancreatites. Macroscopicamente tem aspecto esbranquiçado e amarelado, com aspecto de pingo de vela. Microscopicamente os adipócitos ficam eosinofílicos ou basofílicos se os ácidos graxos livres reagem com Ca++. Necrose traumática: é observada quando ocorre o esmagamento do tecido adiposo. A isquemia do tecido adiposo parece estar envolvida na patogênese. Bovinos que pressionam o tecido adiposo subcutâneo contra o esterno (animais caídos) apresentam esse tipo de necrose. Necrose idiopática: necrose da gordura abdominal em bovinos. São grandes massas de gorudra necrosada no mesentério e no omento, não possuem causa definida e pode interferir na passagem de alimento.
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