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(
NR-33 – Curso de Espaço Confinado – 16h
)
NR-33
Espaço Confinado – 16h
NR-33
Espaço Confinado - 16h
Macaé/RJ
 (
NR-33 – Curso de Espaço Confinado – 16h
)
 (
Nome do Curso
Treinamento de Espaço Confinado 16h
Nome do Arquivo
20180427_AP_EC16h_PT_REV03
)
NR-33 – Curso de Espaço Confinado – 16h
ÍNDICE
 (
NR-33 – Curso de Espaço Confinado – 16h
)
 (
7.5 PURGA
 
/ INERTIZAÇÃO
37
)
NORMALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO	8
TERMOS E DEFINIÇÕES	9
DEFINIÇÕES	11
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHADORES EM ESPAÇOS CONFINADOS	17
CAPACITAÇÃO	18
EXAMES MÉDICOS ESPECÍFICOS	19
PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA	19
METODOLOGIA DE TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO	21
RECONHECIMENTO	21
AVALIAÇÃO	21
CONTROLE	21
PERMISSÃO DE ENTRADA DE TRABALHO – PET	21
DEVERES DOS TRABALHADORES AUTORIZADOS	23
DEVERES DOS VIGIAS	23
DEVERES DOS SUPERVISORES	23
IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE RISCOS	25
RISCOS FÍSICOS	25
RISCOS MECÂNICOS	25
RISCOS ATMOSFÉRICOS	26
FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS	26
RISCOS COMBINADOS	27
RISCOS BIOLÓGICOS	27
RISCOS ERGONÔMICOS	27
AVALIAÇÃO DOS RISCOS	28
MONITORAMENTO	28
TIPOS DE GASES	28
PROPRIEDADES DOS GASES E VAPORES	29
ATMOSFERAS DEFICIENTES EM OXIGÊNIO	31
ATMOSFERAS ENRIQUECIDAS EM OXIGÊNIO	32
FONTES DE IGNIÇÃO	32
ATMOSFERAS TÓXICAS	33
MONITORAMENTO DURANTE A ENTRADA	34
MEDIDAS DE ENGENHARIA PARA CONTROLE DE RISCOS	35
ISOLAMENTO / SINALIZAÇÃO	35
TRAVAMENTO / BLOQUEIO / LACRE	35
ETIQUETAGEM	36
DESLIGAMENTO DOS EQUIPAMENTOS	37
TIPOS DE VENTILAÇÃO	38
EQUIPAMENTO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA	39
VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA (VGD) - INSULFLAÇÃO	39
VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA (VGD) - EXAUSTÃO	41
VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA (VLE)	42
EQUIPAMENTOS PARA ESPAÇO CONFINADO	43
EQUIPAMENTO / FERRAMENTAL ESPECIAL	43
FERRAMENTA ANTIFAISCANTES	43
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)	43
DETECTOR DE GÁS	44
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA	44
SISTEMA DE COMUNICAÇÃO	45
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO	47
CINTO DE SEGURANÇA	48
MOVIMENTADORES	48
PRIMEIROS SOCORROS	50
SISTEMA RESPIRATÓRIO	50
SISTEMA CIRCULATÓRIO	51
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA	51
PARADA CARDIORESPIRATÓRIA (PCR)	51
HEMORRAGIAS	57
NOÇÕES DE RESGATES EM ESPAÇOS CONFINADOS	59
SERVIÇO DE EMERGÊNCIA E RESGATE	59
SURGIMENTO DE UMA EMERGÊNCIA	59
ANÁLISE DOS RISCOS	59
AVALIAÇÃO DOS RECURSOS E CONTROLE DE RISCOS	60
SEGURANÇA DOS PROCEDIMENTOS DE RESGATE DURANTE A OPERAÇÃO	60
SOLUÇÕES ALTERNATIVAS	60
ENTRADA PARA RESGATE	60
ANEXO II DA NR-33 – PERMISSÃO DE ENTRADA E TRABALHO (PET)	62
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA	64
DIRETRIZES GERAIS DO CURSO
· Quanto à estruturação do curso
A estruturação deste curso está em acordo com a Norma Regulamentadora 10 (NR-10) aprovada através da portaria do Ministério do Trabalho, MTE n°598, de 07/12/2004 e publicada no Diário Oficial da União de 08/12/2004.
· Quanto à frequência às aulas
A frequência às aulas e atividades práticas é obrigatória.
O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas ministradas no curso.
Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu desenvolvimento.
· Quanto à aprovação no curso
Será considerado aprovado o aluno que:
a) Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a 10 (zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito satisfatório nas atividades práticas;
b) Tiver a frequência mínima exigida (90%).
Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será considerado reprovado.
OBJETIVOS
Ao completar o treinamento o aluno estará habilitado a identificar os espaços confinados, executar as medidas de controle dos riscos existentes, de forma a garantir a segurança e a saúde da equipe de trabalho e participar de uma entrada para execução de serviços em espaços confinados.
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1. NORMALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO
Os cuidados com a prevenção e administração de incidentes fatais em espaços confinados construíram no mundo inteiro diversas normas e regulamentos técnicos alguns deles até dotados de força legal, outros, porém apenas recomendáveis. Dentre as principais destacamos:
· PORTARIA N° 202/2006 –NR33; SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS CONFINADOS.
Essa norma editada pelo ministério do trabalho e emprego tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaço confinado e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.
· ABNT NBR 14.606 DE OUTUBRO DE 2000: POSTOS DE SERVIÇOS – ENTRADA EM ESPAÇO CONFINADO
Essa norma editada pela ABNT – Associação de Normas Técnicas, fórum nacional de normalização, estabelece os procedimentos de segurança em entrada em espaço confinados em postos de serviço. Hoje se encontra restrita apenas para entradas e limpezas de tanques subterrâneos.
· ABNT NBR 16577:2017 DE 28 DE MARÇO DE 2017: ESPAÇO CONFINADO –
PREVENÇÃO DE ACIDENTES, PROCEDIMENTOS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO.
Esta norma estabelece os requisitos para identificar, caracterizar e reconhecer os espaços confinados, bem como para implantar o sistema de gestão de forma a garantir, permanentemente, a segurança e a saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente, nesses espaços durante a realização de trabalhos no seu interior.
· OSHAS	29	CRF	PARTE	1910.146:	OCUPATIONAL	SAFETY	AND	HEALTH STANDARD – PERMIT-REQUIRED CONFINED SPACES
Esta norma editada pela OSHA – Occupational Safety & Healt Administration (Administração de Segurança e Saúde Ocupacional) órgão do Department of Labour do governo dos EUA contém os requisitos para prática e procedimentos de proteção para os trabalhadores da indústria em geral contra os riscos de entrada permitida em espaços confinados.
· NIOSH PUBLICAÇÃO N° 80-106: CRITERIA FOR RECOMMENDED STANDARD –
WORKING IN CONFINED SPACES
Esta publicação editada pela NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health (Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional) do U.S department of Health Education and Welfare (Departamento Americano de Saúde, Educação e previdência Social) também edita critérios recomendados para procedimentos de trabalhos em espaços confinados.
2. TERMOS E DEFINIÇÕES
Diante das diversas normas apresentadas encontramos muitas definições para um local ser reconhecido como espaço confinado.
A NR-.33, no seu item 33.1.2, define espaço confinado como:
"qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio".
Quadro informativo elucidativo - Fonte: Guia técnico NR 33
A NBR 16.577 assim define os locais confinados:
"Qualquer área não projetada para ocupação humana contínua, a qual tem meios limitados de entrada e saída ou uma configuração interna que possa causar aprisionamento ou asfixia em um trabalhador e na qual a ventilação é inexistente ou insuficiente para remover contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio que possam existir ou se desenvolver ou conter um material com potencial para engolfar/afogar um trabalhador que entrar no espaço.";
Para a OSHA 1910.146 espaço confinado é definido como sendo "um espaço que: “Não está projetado para ocupação humana contínua."
Embora não seja uma norma especificada para trabalhos nas embarcações e instalações offshore em operações, a OSHA 1915, norma voltada para indústria de reparos e construção naval, define que:
"O Termo "espaço confinado" significa um compartimento de dimensões limitadas e acesso limitado tal como um tanque de fundo duplo, compartimento estanque, ou outro espaço o qual, devido suas dimensões limitadas e natureza confinada possa facilmente produzir ou agravaruma exposição a perigos".
Já a ANSI dispõe que um espaço confinado é:
· uma área fechada que possui as seguintes características:
Sua função primária é algo exceto a ocupação humana; possui entradas e saídas restritas; pode conter riscos conhecidos ou potenciais".
A NIOSH prescreve que espaço confinado se "Refere a um espaço o qual pelo projeto possui passagens limitadas para entrada e saída; ventilação natural desfavorável o qual
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poderá conter ou produzir contaminantes perigosos para o ar; e o qual não foi tencionado para ocupação contínua de empregados. Espaços confinados incluem, mas não se limitam a tanques de armazenamento, compartimentos de embarcações, vasos de processamento, poços, silos, tonéis, degreasers, reatores, caldeiras, dutos de ventilação e exaustão, esgotos, túneis, câmaras subterrâneas e oleodutos".
Sendo assim, diante das definições acima poderíamos resumir as características de um espaço confinado da seguinte forma:
· Todo e qualquer local não projetado para ocupação humana contínua, mas grande o suficiente para a permanência de trabalhadores durante a execução de serviços;
· Possui acesso limitado tanto para entrada como para saída
· Possui	pouca	ou	nenhuma	ventilação	que	assegure	a	remoção	de contaminantes ou garanta uma respiração normal;
· Apresenta uma atmosfera rica ou deficiente em oxigênio, contaminada ou explosiva;
· Pode expor o trabalhador a algum tipo de risco.
A importância de conhecer precisamente as características e condições que torna algum local um espaço confinado está na obrigação que a NR33 trouxe para as empresas de, previamente, identificar os espaços confinados existentes na empresa ou de sua responsabilidade e antecipar e reconhecer os riscos específicos em cada um deles.
Portanto, diante das definições apontadas podemos propor uma relação, não exaustiva, de exemplos de espaços confinados:
· Tanques de transporte;
· Vasos de pressão;
· Torres de destilação;
· Esferas;
· Colunas;
· Tubulações;
· Reatores;
o Tanques de carga; o Tanques de lastro; o Tanques de "slop"; o Fundo duplo;
· Reatores;
· Caldeiras;
· Fomos;
· Dutos de ventilação;
· Poços de elevadores;
· "Pontoon";
· Silos;
· Poços;
· Degreasers;
· Túneis;
· Redes de esgoto;
· Câmaras subterrâneas
· Caixas de passagem.
A NBR 16.677 traz duas condições distintas para espaços confinados. A saber:
	ESPAÇO CONFINADO NÃO
PERTURBADO
	ESPAÇO CONFINADO PERTURBADO
	Característica definida no cadastro com os riscos inerentes ao local, antes do trabalhador adentrar nesse espaço. As medidas de controle de risco são norteadas pela PET.
	Característica da alteração ocasionada pela(s) atividade(s) que será(ão) executada(s) no interior do Espaço Confinado, sua dinâmica de evolução de riscos associada aos riscos presentes no espaço confinado “Não perturbado”. Nesse caso, as medidas de controle de risco são
baseadas na Análise Preliminar de Risco
	· Antes do Trabalhador Entrar;
· Riscos já presentes;
· Riscos já conhecidos no cadastro dos espaços confinados;
	- Passa a ser denominado assim após a intervenção da atividade a ser executada;
· Riscos adicionados pelas atividades;
· Riscos identificados na APR;
Vejamos como funciona na prática:
Deverá ser feita uma inspeção visual da estrutura de um tanque onde é armazenado um produto conhecido. Esse tanque possui em seu cadastro todos os dados relativos aos potenciais riscos como Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos, Layout, dimensões entre outras. Foram implementadas medidas de controle para os possíveis riscos. Também, nesse cenário, a atividade não irá acrescentar quaisquer riscos aos já previamente existentes uma vez de se tratar de inspeção visual. Este local é um Espaço Confinado Não Perturbado.
Ao término dessa mesma inspeção foi elaborado um relatório onde foi apontado a necessidade de manutenção onde será empregado oxicorte, processos de solda e tratamento de superfície. Agora, com a adição dos riscos pela atividade esse mesmo ambiente passa a ser um Espaço Confinado Perturbado.
2.1 DEFINIÇÕES
Seguem algumas definições relacionadas a NR-33.
Entrada
O entendimento de nossa NBR 16577 é o mesmo seguido pela OSHA, ou seja, é a “ação pela qual o trabalhador adentra um espaço confinado, que se inicia quando qualquer parte do corpo ultrapassa o plano de uma abertura deste”.
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Ambas as normas acrescentam a definição de condição de entrada como sendo aquelas “condições do meio ambiente de trabalho que permitam a entrada em um espaço confinado onde haja critérios técnicos de proteção para riscos atmosféricos, físicos, químicos, biológicos ergonômicos e mecânicos, que garantam a segurança dos trabalhadores”, e de condição proibitiva de entrada como “qualquer condição de risco que não permita a entrada em um espaço confinado, para preservar a sua integridade física.”
Trabalhador autorizado
Para a NR-33 é o “trabalhador capacitado para entrar no espaço confinado, ciente dos seus direitos e deveres e com conhecimento dos riscos e das medidas de controle existentes”.
Vigia
Para a NR-33 é o “trabalhador designado para permanecer fora do espaço confinado e que é responsável pelo acompanhamento, comunicação e ordem de abandono para os trabalhadores”.
Supervisor de entrada
Para a NR-33 é a “pessoa capacitada para operar a permissão de entrada com responsabilidade para preencher e assinar a permissão de Entrada e Trabalho (PET) para o desenvolvimento de entrada e trabalho seguro no interior de espaços confinados”.
Equipe de SALVAMENTO
Segundo a definição da NBR 16577 é o “pessoal regularmente treinado para situações de emergência, capaz de prestar os primeiros socorros, com aptidão física e mental compatível com a atividade de salvamento de trabalhador acidentado, localizado no interior do espaço confinado”.
Responsável técnico
Na definição da NR-33 “é o profissional habilitado para identificar os espaços confinados existentes na empresa e elaborar as medidas de engenharia, administrativas, pessoais e de emergência e resgate”.
Gestão de segurança e saúde
Segundo a NR-33 é o “conjunto de medidas administrativas, pessoais e coletivas necessárias para garantir o trabalho seguro em espaços confinados”. A mesma norma ainda acrescenta que a gestão de segurança e saúde em espaços confinados “deve ser planejada, programada, implementada e avaliada, incluindo medidas de engenharia, medidas administrativas e medidas pessoais e capacitação para trabalho em espaço confinado”.
Base Técnica
Segundo a NR-33 é o “conjunto de normas, artigos, livros, procedimentos de segurança de trabalho, e demais documentos técnicos utilizados para implementar o sistema de permissão de entrada e trabalho em espaço confinado”.
Permissão de Entrada e Trabalho – PET
A NR-33 agora define a permissão de entrada como o “documento escrito contendo o conjunto de medidas de controle visando a entrada e desenvolvimento de trabalho seguro além de medidas de emergência e resgate em espaços confinados”.
Medidas especiais de controle
Como complemento à PET, a NR-33 define como sendo as “medidas adicionais de controle necessárias para permitir a entrada e o trabalho em espaços confinados em situação peculiares, tais como trabalhos a quente, atmosferas IPVS ou outra.”
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Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde
Também conhecida pela OSHA através da sigla em inglês IDLH, o que em português correspondente a IPVS, e definida pela segundo a NR-33 como “qualquer atmosfera que apresente risco imediato à vida ou produza imediato efeito debilitante à saúde”.
maior.
Condição Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde
Na visão de nosso legislador, o conceito de IPVS possui uma abrangência bem
Para a NR-33 é “qualquer condição que um risco imediato de morte ou que possa
resultar em dano ocular,irritação ou outras condições que possam impedir a saída de
um espaço confinado”.
Atmosfera de Risco
A NBR 16577 define como condição em que a atmosfera em um espaço confinado, possa oferecer riscos ao local e expor os trabalhadores ao perigo de morte, incapacitação, restrição da habilidade para autoresgate, lesão ou doença aguda causada por uma ou mais das seguintes situações:
a) Gás/Vapor ou névoa inflamável em concentrações superior a 10% do seu limite inferior de explosividade (LIE), do(s) material(ais) previamente identificados;
b) Poeira em uma concentração no ambiente de trabalho que exceda o limite inferior de explosividade (LIE);
NOTA 1: As misturas de poeiras combustíveis com ar podem sofrer ignição dentro de suas respectivas faixas de explosividade, as quais são definidas pelo limite inferior de explosividade (LIE) e o limite superior de explosividade (LSE). O LIE está geralmente situado entre 20 g/m³ e 60 g/m³ [em condições normais de temperatura e pressão (CNTP), ao passo que o LSE situa-se entre 2 kg/m³ e 6 kg/m³ (nas mesmas CNTP)]. Caso as concentrações de poeiras puderem ser mantidas fora dos seus limites de explosividade, as explosões serão evitadas.
NOTA 2: Os seguintes fatores influenciam o processo de combustão/explosão:
· partículas em suspensão no ar;
· partículas do tamanho conveniente ao processo de combustão;
· ar (oxigênio) presente no meio ambiente;
· fonte	de	ignição	de	potência	adequada	para	iniciar	o	processo	de combustão;
· umidade relativa do ar;
· geometria do espaço confinado.
NOTA 3: As camadas de poeira, diferentemente dos gases e dos vapores, não são diluídas por ventilação dilatadora geral após o vazamento ter cessado. O ar insuflante aumenta a dispersão do pó no meio ambiente, aumentando a suspensão do material e, consequentemente, propicia seu processo de combustão. NOTA 4: Camadas de poeiras podem sofrer turbulência inadvertida e se espalharem, pelo movimento de equipamentos de transporte, deslocamento de pessoas, insuflação de ar, funcionamento de máquinas etc.
NOTA 5: A ventilação local exaustora (VLE), para a remoção de contaminantes no interior do espaço confinado, é recomendada em atividades que possam gerar poeiras, névoas, gases vapores, fumos etc., e no ponto de origem, antes que estes atinjam a zona respiratória do trabalhador.
c) atmosfera pobre em oxigênio, em que a concentração de oxigênio está abaixo de 19,5% a 23% (v/v);
d) atmosfera rica em oxigênio em que a concentração de oxigênio está acima de 23% (v/v);
NOTA 6: O percentual de oxigênio aceitável em espaços confinados é de 19,5% a 23% de VOL, desde que a causa da redução ou enriquecimento de O2 seja conhecida. É importante observar que a presença de outros gases tóxicos ou inertes em baixas concentrações, porém perigosas, podem não alterar a leitura do sensor de oxigênio de modo significativo.
e) limite de tolerância – definido como a concentração atmosférica de qualquer substância cujo valor máximo está determinado na NR – 15 do Ministério do Trabalho ou em recomendação mais restritiva (ACGIH - Conferência Governamental Americana de Higienistas Industriais), e que possa resultar na exposição do trabalhador acima do limite de tolerância.
Analise Preliminar de Risco – APR
A ferramenta de estudos técnico da segurança industrial chamada Análise Preliminar de Riscos é definido pela NR-33 como a “Avaliação inicial dos riscos potenciais, suas causas, consequências e medidas de controle.”
Quase Acidente
Segundo a NR-33 é “qualquer evento não programado que possa indicar a
possibilidade de ocorrência de acidente.”
Área Classificada
A NR-33 é objetiva ao simplesmente definir como uma “área potencialmente explosiva ou com de explosão”. A NBR 16577 completa definindo como “Área na qual existe uma atmosfera explosiva, ou probabilidade de ocorrência desta, ocasionada pela presença de mistura de ar com materiais inflamáveis na forma de gás, vapor, névoa, poeira ou fibras, exigindo precauções especiais para construção, instalação, manutenção, inspeção e utilização de equipamentos, instrumentos e acessórios empregados em instalações elétricas”.
Emergência
A NBR 16577 explica que é um “evento não planejado que representa perigo aos trabalhadores ou à população e que pode causar danos significativos ao patrimônio e ao meio ambiente, gerando prejuízos econômicos, perdas de vidas humanas ou interrupção do processo produtivo”.
Numa situação de emergência duas medidas imediatas poderão ser adotadas pela supervisão. Ordem de Bloqueio que a NR-33 define como “ordem de suspensão de operação normal do espaço confinado”, e Ordem de Liberação que a mesma norma define como “ordem de reativação de operação normal do espaço confinado”.
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Salvamento
A NR-33 define como sendo o “procedimento operacional padronizado, realizado por equipe com conhecimento técnico especializado, para resgatar e prestar os primeiros socorros a trabalhadores em caso de emergência”.
Intrinsecamente Seguro
A NR-33 define como sendo a característica em que “situação em que o equipamento não pode liberar energia elétrica ou térmica suficientes para, em condições normais ou anormais, causar a ignição de uma dada atmosfera explosiva, conforme expresso no certificado de conformidade do equipamento”.
Abertura de Linha
Segundo a NR-33 é a “abertura intencional de um duto, tubo, linha, tubulação que está sendo utilizada ou foi utilizada para transportar materiais tóxicos, inflamáveis, corrosivos, gás, ou qualquer fluído em pressões ou temperaturas capazes de causar danos materiais ou pessoais visando a eliminar energias perigosas para o trabalho seguro em espaços confinados”.
Aprisionamento
A NBR 16577 define como a “condição de retenção do trabalhador no interior do espaço confinado, que impeça a sua saída do local por meios normais de escape podendo ocasionar lesões ou morte”.
Engolfamento
A definição da NR-33 é bem simples, “é o envolvimento e a captura de uma pessoa por líquidos ou sólidos finamente divididos”. Para a OSHA “ significa a captura efetiva e envolvente de uma pessoa por um líquido ou substância sólida finamente dividida (flutuante) que possa ser aspirada e causar a morte por enchimento ou obstrução do sistema respiratório ou que exerça força suficiente sobre o corpo para causar morte por estrangulamento, constrição ou esmagamento”.
Autoresgate
A definição da norma brasileira é de que se constitui na “Capacidade desenvolvida pelo trabalhador através do treinamento, que possibilita o seu escape com segurança de ambiente confinado em que entrou em IPVS”.
Equipamentos de proteção coletiva e individual
Os equipamentos de proteção coletiva e individual devem ser adequados ao meio ambiente de trabalho.
Uma vez avaliados que os riscos das atividades tenham sidos identificados e, por consequência, e estabelecidas as medidas de controle, os EPIs e EPCs deverão mitigar os riscos para garantir assim a segurança do trabalhador.
3. GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHADORES EM ESPAÇOS CONFINADOS
A empresa deverá disponibilizar procedimentos de trabalhos para todos os seus empregados e colaboradores de empresas contratadas envolvidos com operações em espaço confinado. É essencial que a empresa efetue análises que sirvam de suporte para elaborar e adotar procedimentos expressos, formais, obrigatórios e sempre revisados, para que sejam evitadas, minimizadas e controladas todas as situações de riscos identificadas nos serviços a serem desempenhados no interior desses espaços.
A NR-33 o procedimento de trabalho em espaço confinado que as empresas deverão desenvolver deverá contemplar, no mínimo: objetivo, campo de aplicação, base técnica, responsabilidades, competências, preparação, emissão, uso e cancelamento da Permissão de Entrada e Trabalho, capacitação para os trabalhadores, análise de risco e medidas de controle.
A esse conjunto de procedimentos sistematizados a norma chamou de Gestão de Segurança e Saúde nos Trabalhos em EspaçosConfinados que deverá ser planejada, programada, implementada e avaliada, incluindo medidas de engenharia, medidas administrativas e medidas pessoais e capacitação para trabalho em espaços confinados.
Uma importante inovação da norma é de que os procedimentos para trabalho em espaços confinados e a PET deverão ser avaliados no mínimo uma vez ao ano e revisados sempre que houver alteração dos riscos, agora a participação obrigatória do SESMT e da CIPA.
Dentre as principais medidas de engenharia, administrativas, pessoais e de capacitação exigidas por essa nova gestão de segurança para esses trabalhos exigidos pela NR-33, destacamos:
· Identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não autorizadas;
· Manter cadastros atualizados de todos os espaços confinados, inclusive dos desativados, e respectivos riscos;
· Antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;
· Proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos;
· Prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;
· Avaliar a atmosfera os espaços confinados para verificar se as condições de entrada são seguras;
· Manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos trabalhos, monitoramento, ventilado, purgando, lavando ou inertizando o espaço confinado;
· Monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas onde os trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as condições de acesso e permanência são seguras;
· Testar os equipamentos de medição antes de cada utilização;
· Utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de alarme, calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofrequência;
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· Os equipamentos fixos e portáteis, inclusive os de comunicação e de movimentação vertical ou horizontal, devem ser adequados aos riscos dos espaços confinados;
· Em áreas classificadas os equipamentos devem estar certificados ou possuir documento contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade – INMETRO;
· Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de incêndio ou explosão em trabalhos quente, tais como solda, aquecimento, esmerilhamento, corte ou outros que liberem chama aberta, faíscas ou calor;
· Manter sinalização permanente junto à entrada do espaço confinado, conforme o Anexo I da NR-33;
· Implementar procedimento para trabalho em espaço confinado;
· Adaptar o modelo de Permissão de Entrada e Trabalho previsto no Anexo II da NR, às peculiaridades da empresa e dos seus espaços confinados;
· Possuir um sistema de controle que permita a rastreabilidade da Permissão de Entrada e Trabalho;
· Disponibilizar os procedimentos e Permissão de Entrada e Trabalho para o conhecimento dos trabalhadores autorizados, seus representantes e fiscalização do trabalho;
· Designar as pessoas que participarão das operações de entrada, identificando os deveres de cada trabalhador e providenciando a capacitação requerida;
· Estabelecer procedimentos de supervisão dos trabalhos no exterior e no interior dos espaços confinados;
· Assegurar que o acesso ao espaço confinado somente seja iniciado com acompanhamento e autorização de supervisão capacitada;
· Garantir que todos os trabalhadores sejam informados dos riscos e medidas de controle existentes no local do trabalho;
· Implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo com a análise de risco, considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido.
Sobre as medidas pessoais nos aprofundaremos no assunto quando comentarmos sobre as responsabilidades e direitos da equipe de trabalho;
3.1 CAPACITAÇÃO
Conforme a NR-33 é vedada a designação de qualquer trabalhador sem a prévia capacitação para o desempenho de trabalhos em espaços confinados. As empresas estão obrigadas a estabelecer um programa de capacitação periódico de todo o seu pessoal para a aquisição de habilidades e conhecimentos técnicos para serviços de supervisão, entrada e de emergência, sempre que ocorrer qualquer das seguintes situações:
· Mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho; Algum evento que indique a necessidade de novo treinamento;
· Quando houver uma razão para acreditar que existam desvios na utilização ou nos procedimentos de entrada nos espaços confinados ou que os conhecimentos não sejam adequados.
Todos os trabalhadores autorizados e vigias obrigatoriamente deverão receber capacitação periodicamente, a cada doze meses, com carga horária de 16 horas. Já os supervisores de entrada também deverão receber capacitação específica, com carga horária mínima de 40 horas. Porém, no caso deles, não previsão de validade de seu treinamento.
Ao término do treinamento deve-se emitir um certificado contendo o nome do trabalhador, conteúdo programático, carga horária, a especificação do tipo de trabalho e espaço confinado, data e local de realização do treinamento com as assinaturas dos instrutores e do responsável técnico. Uma cópia do certificado deve ser entregue ao trabalhador e a outra cópia deve ser arquivada na empresa.
3.2 EXAMES MÉDICOS ESPECÍFICOS
Na falta de qualquer previsão normativa, recentemente era uma prática comum uma avaliação médica do trabalhador minuto antes do início de cada trabalho. Era feito um simples exame de medição de pressão que, ainda assim, revelava-se como a única medida de certa eficácia.
Em todas as empresas funciona o PCMSO, um programa de exames ocupacionais periódicos para todos os trabalhadores, independente de suas funções. Todavia para os trabalhadores que eram designados para adentrarem em espaços confinados sempre reservávamos uma atenção maior, pois em algumas situações, era necessário avaliar se os mesmos possuíam condições físicas ideais para acesso àqueles locais levando-se em conta o seu peso, a sua altura, fobias diversas e condições de saúde perfeitas para execução de serviços naqueles ambientes de riscos. Porém, da forma que eram realizados e o intervalo desses exames periódicos impediam que tivéssemos a certeza de que o trabalhador estaria devidamente preparado e saudável para enfrentar uma árdua tarefa de entrada em espaço confiando para execução de serviços especiais.
Hoje a NR-33 vai mais além. Todo trabalhador designado para trabalhos em espaços confinados deve ser submetido a exames médicos específicos para a função que irá desempenhar, conforme estabelecem as NR’s 07 e 31, incluindo os fatores de riscos psicossociais com a emissão do respectivo Atestado de Saúde Ocupacional (ASO).
Claustrofobia, aerofobia, fadiga e ruído são algumas das situações que podem gerar um estresse emocional ao qual o trabalhador ou resgatista poderá estar exposto durante entradas de longa duração em espaços confinados. Os trabalhadores deverão ser submetidos a avaliações psicológicas para que os supervisores de trabalhos em espaços confinados tenham a certeza de que possam contar com trabalhadores que possuem equilíbrio emocional para executarem serviços nesses locais extremamente perigosos. Lembre-se que até mesmo o uso de um equipamento de proteção respiratória poderá revelar uma adversidade ao seu uso pelo próprio trabalhador.
3.3 PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
Segundo a NR-33, atualmente é uma das novas obrigações das empresas relacionadas às entradas em espaços confinados. Aquelas empresas que já possuem o seu programa geral devem congregar também aos seus procedimentos já adotados os riscos respiratórios dos seus espaços confinados cadastrados, de acordo com a análise de risco considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido.
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A NR define esse programa como o conjunto de medidas práticas e administrativas necessárias para proteger a saúde do trabalhador pela seleção adequadae uso correto dos respiradores.
Quando se tratar de atmosferas IPVS, a NR-33 é enfática, o espaço confinado somente poderá ser adentrado com a utilização de máscara autônoma de demanda com pressão positiva ou com respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape.
Os equipamentos mais utilizados na proteção respiratória dos trabalhadores serão abordados mais adiante no capítulo referente a equipamentos para espaços confinados.
4. METODOLOGIA DE TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO
Uma entrada em espaço confinado pode ser resumida em 3 fases: entrada – trabalho –saída. Os procedimentos para um trabalho seguro giram em torno de um planejamento desenvolvido com fases no programa de gestão de trabalhos em espaço confinado. Esta metodologia também abrange 3 momentos preparatórios para se desenvolver uma entrada programada em espaço confinado: reconhecimento, Avaliação e Controle.
4.1 RECONHECIMENTO
Previamente, as empresas devem identificar os espaços confinados existentes em suas organizações, cadastrando-os e sinalizando-os. Deveriam ser reconhecidos todos os riscos existentes no local e como eles são produzidos antes da entrada para verificação das condições ambientais que possam permitir a entrada segura dos trabalhadores.
4.2 AVALIAÇÃO
Monitorar significa acompanhar e avaliar dados fornecidos por alguma aparelhagem ou método. Nesta fase analisamos as condições ambientais do espaço confinado. Todas as empresas deverão testar qualitativamente e quantitativamente as condições dentro do referido local quanto à presença e a gravidade dos riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos ou ergonômicos existentes, a fim de garantir que as condições de entrada estejam seguras. A atmosfera no interior do espaço confinado deverá ser avaliada quanto à presença de gases ou vapores tóxicos, concentração de oxigênio e presença de qualquer outro contaminante do ar potencialmente tóxico.
4.3 CONTROLE
O monitoramento não se limita ao momento da avaliação do local, ele se prolonga garantindo assim o controle de um ambiente seguro durante o trabalho. As empresas deverão adotar medidas visando eliminar ou minimizar os riscos encontrados em espaços confinados.
Inicialmente, o acesso a todo e qualquer ambiente que possa colocar em risco a integridade física do trabalhador deverá ser obrigatoriamente restrito. Mesmo o local estando devidamente sinalizado, isolado e liberado para trabalho, deverá, ainda, ser proibido a permanência de todas as pessoas não autorizadas. Os dados coletados durante a avaliação das condições existentes no local servirão de suporte no monitoramento do espaço confinado durante a execução dos serviços e serão registrados na PET e colocados à disposição dos trabalhadores autorizados prevendo medidas tais como, por exemplo, medição atmosférica constante, ventilação, iluminação, proteção respiratória, EPI, etc.
4.4 PERMISSÃO DE ENTRADA DE TRABALHO – PET
É um documento padronizado de cada empresa, construído de acordo com seus procedimentos gerais internos de permissão para trabalho. Trata-se de outra inovação da NR-33. No âmbito da NBR 14787 (cancelada em 20/07/2015), e substituída pela NBR 16577 (28/03/2017), tínhamos o formulário de Permissão de Entrada. A norma atual
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modernizou esse formulário ao chama-lo de PET – Permissão de Entrada e Trabalho, que deverá estar de acordo com os procedimentos constantes no programa de gestão de segurança e saúde próprios das empresas, tomando por base o modelo constante na norma. É um sistema de autorização por escrito para a execução de qualquer trabalho a ser realizado nas áreas industriais (terrestres ou marítimas), com o objetivo de oferecer as mais seguras condições de trabalho naquele local para os trabalhadores e preservando as melhores condições dos equipamentos, do meio ambiente e da continuidade das operações principais.
As empresas estão obrigadas a garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da PET. Ela deverá ser preenchida, assinada e datada, em três vias, sendo uma cópia para o emitente (supervisor da entrada), uma cópia para o vigia e uma cópia para os trabalhadores autorizados. Se a entrada envolver colaboradores de outras empresas contratadas ou subcontratadas, a empresa deverá disponibilizar os procedimentos de emissão da PET não só para os seus próprios empregados, como também para os demais.
A PET será específica para apenas um determinado trabalho e restrita a um único equipamento, sistema ou local, perfeitamente definido e limitado, identificando, ainda o trabalhador autorizado para execução do serviço.
As permissões devem ser requisitadas pelo supervisor da própria equipe que executará o trabalho ou próprio executante ou responsável da área, equipamento ou sistema onde será realizado o trabalho, devendo ser emitida por empregados previamente designados e instruídos quanto ao seu correto preenchimento e aplicação.
As informações mínimas constantes na PET são:
· O espaço confinado a ser adentrado (características físicas);
· O objetivo da entrada;
· Data e duração da permissão;
· Relação dos trabalhadores autorizados, vigia e equipe de resgate;
· Assinatura e identificação do supervisor que autorizou a entrada;
· Riscos no espaço confinado a ser adentrado;
· Medidas usadas para isolar, eliminar ou controlar os riscos antes da entrada.
Certas ocorrências durante as entradas em espaços confinados podem nos revelar algumas falhas existentes no sistema de permissão. A NR-33 menciona as circunstâncias que requerem a revisão da permissão, porém não se limitando a estas:
· Entrada não autorizada num espaço confinado;
· Identificação de riscos não descritos na PET;
· Acidente, incidente ou condição não prevista durante a entrada;
· Qualquer mudança na atividade desenvolvida ou na configuração do espaço confinado;
· Solicitação do SESMT ou da CIPA;
· Identificação de condição de trabalho mais segura.
O modelo de PET com suas informações mínimas necessárias propostas pela NR- 33 encontra-se disponível ao final de nossa apostila.
4.5 DEVERES DOS TRABALHADORES AUTORIZADOS
São responsabilidades de todos os trabalhadores autorizados:
· Colaborar com a empresa no cumprimento da NR;
· Utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela empresa;
· Comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações de risco para sua segurança e saúde ou de terceiros, que sejam do seu conhecimento;
· Cumprir os procedimentos e orientações recebidas nos treinamentos com relação aos espaços confinados.

4.6 DEVERES DOS VIGIAS
São responsabilidades do vigia:
· Manter continuidade a contagem precisa do número de trabalhadores autorizados no espaço confinado e assegurar que todos saiam ao término da atividade;
· Permanecer fora do espaço confinado, junto à entrada, em contato permanente com os trabalhadores autorizados;
· Adotar os procedimentos de emergência, acionando a equipe de salvamento, pública ou privada, quando necessário;
· Operar os movimentadores de pessoas;
· Não realizar outras tarefas que possam comprometer o dever principal que é o de monitorar e proteger os trabalhadores autorizados;
· Ordenar o abandono do espaço confinado sempre que reconhecer algum sinal de alarme, perigo, sintoma, queixal, condição proibida, acidente, situação não prevista ou quando não puder desempenhar efetivamente suas tarefas, nem ser substituído por outro vigia.
Cabe ainda ao vigia, na existência do trânsito de pessoas não autorizadas próximas do local onde está ocorrendo uma entrada ou de tentativas de adentrarem o local sem permissão, tomar as seguintes ações:
· Alertar as pessoas não autorizadas a permanecerem distantes do espaço confinado;
· Advertir as pessoas não autorizadas a saírem imediatamente do espaço confinado;
· Informar aos trabalhadores autorizados e aos supervisores de entrada se pessoas não autorizadas estão presentes no espaço confinado.
4.7 DEVERES DOS SUPERVISORES
Os procedimentos de supervisãodevem ser estabelecidos no exterior e no interior dos espaços confinados. A entrada somente começará com o acompanhamento e autorização de supervisão capacitada. São deveres dos supervisores:
· Emitir a PET antes no início das atividades ;
· Executar os testes, conferir os equipamentos e os procedimentos contidos na PET;
· Assegurar que os serviços de emergência e salvamento estejam disponíveis e que os meios para acioná-los estejam operantes;
· Cancelar os procedimentos de entrada e trabalho quando necessário;
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· Encerrar a PET após o término dos serviços.
Cabem ainda aos Supervisores as seguintes responsabilidades:
· Verificar que sejam realizadas entradas estritamente de acordo com o determinado pela PET e que todos os equipamentos sejam acionados no local antes de assinar a permissão;
· Determinar, no caso de troca de turno do vigia, que a responsabilidade pela continuidade da operação seja transferida para o próximo vigia; e
· Remover pessoas não autorizadas que estejam próximas ou que tentam entrar no espaço confinado durante as operações.
5. IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE RISCOS
Os principais riscos encontrados e analisados nos espaços confinados são:
· Riscos Físicos:
· Riscos Mecânicos;
· Riscos Químico;(Risco atmosférico)
· Riscos Biológicos;
· Riscos Ergonômicos;
· Riscos Psicológicos.
5.1 RISCOS FÍSICOS
Os riscos físicos estão relacionados a agentes que possuem a capacidade de alterar as características físicas existentes no ambiente. Portanto, o ruído provocado por um maquinário ou ferramenta (lixadeira) é capaz de produzir ondas sonoras que poderão provocar algum desgaste à integridade física do trabalhador. São exemplos comuns de riscos físicos:
· Calor ou frio extremo;
· Ruídos;
· Vibração;
· Fadiga;
· Pressão anormal;
· Iluminação; e
· Radiações ionizantes ou não ionizantes.
As lesões provocadas por esses agentes físicos poder ser: queimaduras, desidratação, instabilidade no sistema cardiocirculatório, bloqueio do sistema termo regular (hipotermia e hipertermia), perda auditiva, visão turva, perda do equilíbrio, etc.
5.2 RISCOS MECÂNICOS
Os riscos mecânicos estão relacionados com o contato físico direto com a vítima para produzir o mecanismo nocivo de lesão. Portanto, o trabalhador ao manusear uma ferramenta ou ficar exposto a algum sistema não protegido poderá ser vítima de lesões graves, incapacitantes ou que o leve até a morte. São exemplos de riscos mecânicos:
· Descarga de energia (equipamentos energizados, aquecidos, pneumáticos ou hidráulicos);
· Derramamento de líquidos;
· Materiais perfurantes ou cortantes;
· Equipamentos ou materiais (cargas) em movimento;
· Produtos químicos;
· Quedas, escorregões ou tropeções;
· Engolfamento;
· Aprisionamento;
· Soterramento;
· Partes Móveis;
· Condições IPVS.
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As lesões provocadas por esses agentes mecânicos podem ser: engolfamentos, choques, amputações, perfurações, esmagamento, etc.
5.3 RISCOS ATMOSFÉRICOS
A OSHA estima que 90% de danos e mortes em espaços confinados acontecem como resultado de uma atmosfera perigosa que possam expor os empregados a um risco de morte, incapacitação, perda de habilidade para autoresgate, dano ou doença aguda de um ou mais das causas seguintes:
· Deficiência ou enriquecimento de oxigênio;
· Atmosferas explosivas;
· Atmosferas tóxicas;
· Atmosferas IPVS.
FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS
A FISPQ é feita de acordo com a NBR14725 e contém uma série de informações para quem vai trabalhar com produtos químicos, manuseá-los ou transportá-los.
A FISPQ foi criada para fornecer informações sobre vários aspectos dos produtos químicos (substância ou preparados) quanto à proteção, à segurança, à saúde e meio ambiente. Em alguns países, essa ficha é chamada Material Safety Data Sheet, MSDS.
CONTEÚDO DE INFORMAÇÃO DA FISQP
Identificação do produto e da empresa Composição e informação sobre os ingredientes Identificação de perigos
Medidas de primeiros-socorros Medidas de combate a incêndio
Medidas de controle para derramamento ou vazamento Manuseio e armazenamento
Controle de exposição e proteção individual Propriedades físico-químicas
Estabilidade e reatividade Informações toxicológicas Informações ecológicas
Considerações sobre tratamento e disposição Informações sobre transporte Regulamentações
Outras informações
O fornecedor deve tornar disponível ao receptor/usuário uma FISPQ completa, na qual estão relatadas informações relevantes quanto à segurança, saúde e meio ambiente. O fornecedor tem o dever de manter a FISPQ sempre atualizada e tornar disponível ao usuário/receptor a edição mais recente.
O usuário da FISPQ é responsável por agir de acordo com uma avaliação de riscos, tendo em vista as condições de uso do produto, por tomar as medidas de precaução
necessárias numa dada situação de trabalho e por manter os trabalhadores informados quanto aos perigos relevantes no seu local individual de trabalho

As lesões provocadas por esses agentes mecânicos poder ser: asfixias, intoxicações ou explosões.
5.4 RISCOS COMBINADOS
Durante a análise prévia devemos identificar todos os riscos decorrentes do trabalho, bem como a possível combinação de riscos desenvolvidos. Essa combinação pode resultar em outro risco diverso e/ou não previsto, como por exemplo, um curto circuito que pode provocar um centelhamento e assim servir como fonte de ignição para uma explosão ou um grande incêndio que, por sua vez, pode provocar a deficiência de oxigênio no ambiente.
5.5 RISCOS BIOLÓGICOS
São aqueles decorrentes dos chamados agentes Biológicos introduzidos nos processos de trabalho como parte integrante do processo produtivo;
· Esgoto;
· Água contaminada;
· Animais;
· Vetores biológicos (mosquitos, besouros, moscas, etc).
As lesões provocadas por esses agentes mecânicos podem ser doenças ou contaminações diversas.
5.6 RISCOS ERGONÔMICOS
Os riscos ergonômicos são aqueles introduzidos nos ambientes de trabalho e inadequados às limitações dos seus usuários. Sua situação é caracterizada por atingirem exclusivamente os trabalhadores. Provocam lesões crônicas que podem ser de natureza psicofisiológica
São exemplos de riscos ergonômicos:
· Elipses estreitas;
· Acessos limitados;
Excesso de peso de equipamentos, ferramentas ou EPI’s.
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6. AVALIAÇÃO DOS RISCOS
Nunca devemos confiar somente em nossos sentidos para determinar a qualidade do ar em um espaço confinado. Muitos gases ou vapores tóxicos ou inflamáveis não possuem cor ou odor. Também é impossível alguém determinar o nível de oxigênio presente ou a temperatura do ambiente utilizando somente os seus sentidos.
6.1 MONITORAMENTO
Geralmente a segurança industrial será responsável pela condução dos testes devendo os resultados serem registrados e comparados com os limites estabelecidos pelas normas de saúde e segurança adotadas. Devem ser observados, no mínimo, os seguintes procedimentos:
· Selecionar os instrumentos mais apropriados;
· Checar e testar os instrumentos quanto a sua leitura de dados;
· Ao utilizar os instrumentos, assegurar que a atmosfera foi meticulosamente avaliada;
· Correta interpretação dos resultados medidos.
6.2 TIPOS DE GASES
O teste inicial é efetuado do lado de fora do espaço confinado. O avaliador deve aguardar pelo tempo necessário para permitir que o instrumento forneça a resposta. Se forem encontradas condições seguras, os resultados devem ser registrados na permissão de entrada para que a mesma possa ser autorizada. O local deve ser avaliado ao longo de seus pontos principais, no topo, no meio e no fundo, por causa da estratificação dos gases e vapores.
O espaço deve ser testado imediatamente antes de qualquer entrada e monitoramento ao longo da entrada para três possíveis perigos (nesta ordem):
· Deficiência de Oxigênio ou Enriquecimento;· Inflamabilidade;
· Atmosferas tóxicas (CO e H2S).
	Tipo
	Exemplo
	Efeito
	Asfixiante
	
Nitrogênio –N2 Dióxido de Carbono CO2 Argônio Ar
	Tomam o lugar do O2 tornando a atmosfera deficiente de oxigênio
	
Inflamáveis
	Metano- CH4 Hidrogênio
	Quando expostos e misturados com o ar, ao receber uma fonte de calor adequada poderá entrar em combustão.
	
	Carbono CO2 Argônio Ar
	
	
	
	
	
Tóxicos
	Monóxido de Carbono – CO
	Extremamente prejudiciais à saúde humana podendo causar inúmeros efeitos reversíveis ou irreversíveis ou até levar a morte dependendo da concentração do tempo de exposição.
	
	Gás Sulfídrico-H2S
	
	
	Amônia – Nh3 Gás
	
	
	Cianídrico-HCN Dióxido de enxofre-SO2 Cloro – CI2
	
6.3 PROPRIEDADES DOS GASES E VAPORES
Densidade
Quando falamos de densidade, em tese estamos falando do seu peso. A referência é o ar atmosférico e para ele atribuímos um valor igual a 1. Os gases com densidade maior do que 1 são mais pesados do que o ar, portanto tendem a descer, como exemplo, o Gás Sulfídrico (1,19), Propano (1,56), Butano (2,05).
Os gases com densidade menor do que 1 são mais leves do que o ar, portanto tendem a subir. São considerados menos perigosos, como por exemplo, Metano (0,55) Amônia (0,59) e Monóxido de Carbono (0,97).
Ponto de Fulgor
É a menor temperatura na qual um combustível libera vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável. Para efeitos de classificação são identificados os líquidos inflamáveis que possuem ponto de fulgor <60° C.
· Gasolina: - 38 °C;
· Álcool: + 22 °C;
 Diesel: + 43,3 °C.
Em geral, produtos que possuem um ponto de fulgor baixo têm um potencial para gerar uma atmosfera explosiva com maior facilidade.
Limite de Tolerância
A NR-15 Atividades e Operações Insalubres do TEM define o LT – Limite de Tolerância como sendo a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada
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com a natureza e o tempo de explosão ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
Faixa de Explosividade
Para que um incêndio ou uma explosão ocorra, três elementos devem estar presentes: oxigênio, combustível e uma fonte de ignição.
A mistura entre o oxigênio e os gases ou vapores combustíveis deve estar na proporção ideal. Essa mistura, diferente para cada substância, é expressa pelo Limite de Explosividade que mede a sua concentração mínima ou máxima ideal para criar uma atmosfera explosiva. Suprimindo um desses elementos o risco de incêndio estará eliminado.
A menor porcentagem que fará essa mistura se incendiar é chamada de LIE – Limite Inferior de Explosividade. A NBR 16577 classifica como uma atmosfera de risco a condição em que a atmosfera apresenta uma mistura de gás, vapor ou névoa inflamável em concentrações superiores a 10% do seu LIE, do (s) material (ais) previamente definidos, ou poeira em uma concentração no ambiente de trabalho que exceda o seu LIE.
A porcentagem mais alta de gases e vapores que uma mistura encontra-se concentrada, de modo que a quantidade de oxigênio é tão baixa que uma eventual ignição não consegue se propagar pelo espaço confinado é chamada de LSE – Limite Superior de Explosividade.
A OSHA e a NBR 16577 exigem que a leitura de um gás inflamável esteja abaixo de 10% do LIE para entrada, mas na verdade, o que deveremos obter é uma leitura de gás inflamável de 0% para permissões de entrada e trabalhos quentes em espaços confinados.
6.4 ATMOSFERAS DEFICIENTES EM OXIGÊNIO
Considerando o risco mais comum em espaços confinados, pois o normal é que tenhamos pouco ou nenhum conhecimento desse risco e seus efeitos poderão ser repentinos e irreversíveis. Existem três formas de tornar uma atmosfera deficiente em oxigênio:
· CONSUMO
· Oxidação de metal;
· Combustão (soldas);
· Secagem de pinturas e revestimentos;
· Decomposição de material orgânico (ferramentação);
· SUBSTITUIÇÃO
· Introdução de algum gás inerte (nitrogênio, dióxido de carbono, hélio, etc.). São classificados como Asfixiantes Simples e deixam a atmosfera com 0% de oxigênio;
· Emissão de vapores de alguma substância volátil;
· ADSORÇÃO
· Carvão ativado no interior de colunas, câmaras ou reatores;
O único método aceito para se determinar a quantidade de oxigênio existente em um espaço confinado é testar sua atmosfera com um detector de gases. A NBR 16577 considera uma atmosfera pobre em oxigênio aquela em que a concentração do mesmo está abaixo de 19,5% (v/v). Porém a NR-33 é mais rígida, considera uma atmosfera pobre em oxigênio aquela com menos de 20,9% de oxigênio. Todavia, a NR permite que sejam realizados trabalhos em atmosfera com menos de 20,9% de oxigênio, desde que a mesma seja constantemente monitorada e controlada.
	Nível de Oxigênio
	Efeitos no Ser Humano
	
	23%
	Risco Extremo de Incêndio
	20,90%
	Concentração normal
	19,50%
	Nível seguro mínimo de “ar normal”
	16%
	Desorientação, dificuldade de respirar e raciocínio deficiente.
	14%
	Fadiga, redução da capacidade motora.
	8%
	Colapso mental, desfalecimento.
	6%
	Extrema dificuldade de respirar, morte em poucos minutos.
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6.5 ATMOSFERAS ENRIQUECIDAS EM OXIGÊNIO
Materiais inflamáveis por ventura existentes nos espaços confinados poderão facilmente se inflamar em atmosferas enriquecidas de oxigênio, como por exemplo, vazamento de um cilindro ou uma linha de ar, ou uma ventilação inadequada do local. A NR-33 define uma atmosfera rica em oxigênio aquela que contém uma concentração acima de 23%.
Ao contrário do que poderíamos imaginar, o excesso de oxigênio em nosso organismo também é responsável por sérias lesões. A forma de se respirar oxigênio em excesso chama-se Hiperoxia. Seus efeitos são:
· Vaso de dilatação cerebral (edema);
· Bronco displasia (inflamação e espessamento no pulmão);
· Aumento de radicais livres de oxigênio no sangue tendo como consequência lesões no sistema nervos central agravando ainda mais o de um edema.
O risco de uma explosão deve levar em consideração as condições da atmosfera no interior do espaço confinado e a existência de resíduos (gases, vapores ou poeiras) que possam estar presentes ou terem sido produzidos pelo trabalho em execução. Algumas das condições mais conhecidas que poderão produzir uma atmosfera explosiva durante os trabalhos são:
· Carga remanescente no interior do espaço confinado;
· Escoamento de carga ou canalização de combustível;
· Revestimentos e preservantes de tanques;
· Vazamentos de materiais inflamáveis nas adjacências do espaço confinado;
· Decomposição de material orgânico no interior do espaço confinado;
· Materiais existentes no interior capazes de se inflamar na presença de trabalhos quentes (trapos, madeira, papel, cordas, etc.).
6.6 FONTES DE IGNIÇÃO
Quando existir uma atmosfera inflamável em um espaço confinado, poderemos encontrar diversas fontes de ignição possíveis de se provocar um incêndio ou uma explosão:
· Chama abertas – soldas, aquecedores;
· Arcos elétricos – fios partidos, terminais, relés, chaves;
· Centelhas – ferramentas de aço em fricção com metal.
A energia estativa é uma significativa fonte de ignição, especialmente em serviços de carregamento ou descarregamento, de pintura, de limpeza em espaços confinados. Quatro circunstâncias são necessárias para ocorrer uma ignição por descarga estática:
· É gerada por duas substâncias, de superfícies separadas, movendo-se uma em contato com a outra (atrito);
· Um acumulador ou coletor de estática dessa carga adequado para acumular energia suficiente para ignição;
· Um meio de descarregar a energia rapidamente e que consiga criar uma faísca;
· Deve haver uma mistura de vapor inflamável próximo da saída da centelha.
6.7 ATMOSFERAS TÓXICAS
Causam sérios problemas de saúde para os trabalhadores ou até mesmo a sua morte. Os efeitos físicos da intoxicação poderão ocorrer imediatamente ou mais adiante ao longo da vida laboral do trabalhador.
Os agentestóxicos podem se apresentar em estados distintos: sólidos, líquido ou gasoso.
Também se apresentam na forma de partículas suspensas no ar, sejam ela sólidas (poeiras e fumos) ou líquidas (neblina e névoas), que se constituem nos chamados aerodispersóides. A presença desses agentes quase sempre é resultante da sobra de substâncias que outrora estavam armazenadas nos espaços confinados, ou pelo uso de revestimentos, solventes ou preservantes nesses locais.
Também é possível que gases tóxicos estejam presentes durante uma entrada por causa de procedimentos de isolamento incorretos.
Se a substância presente durante a execução dos serviços for tóxica, é necessário o conhecimento de sua FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos.
Baseados nas informações constantes na ficha serão adotados os procedimentos adequados para assegurar a saúde e a segurança de seus empregados. As fichas devem ser adotadas principalmente quando o contaminante não é muito conhecido.
Os gases tóxicos mais comuns são apresentados a seguir:
Monóxido de carbono – CO
Sua presença em uma espaço confinado é resultada da combustão, solda, motores, ou proveniente de locais adjacentes ao espaço confinado. Não possui cor nem odor, correndo o risco ainda de não perceber sua presença iludindo, assim, a necessidade de se efetuar a ventilação do local.
	Limite
	Concentração
	LT
	39 pmm
	LIE
	12% (=12.000ppm)
	LSE
	75%
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Nosso organismo (pulmão) possui o comportamento de absorver o CO até 300
vezes mais rápido do que a “fonte da vida”, o O2.
	Exposição X Tempo
	Efeito
	200ppm x 3hs
	Ligeira dor de cabeça e desconforto.
	600ppm x 1h
	Dor de cabeça.
	1000ppm a 2000ppm x 2hs
	Confusão
	1000ppm a 2000ppm x 1,5hs
	Desorientação, tendência a tropeçar.
	1000ppm a 2000ppm x 30min
	Palpitação leve.
	2000 a 5000ppm
	Inconsciência
	10.000ppm
	Morte
Gás Sulfídrico – H2S
Considerada uma das substâncias mais agressivas ao ser humano. Sua presença em um espaço confinado é resultada de algum processo desenvolvido no espaço confinado como formação bacteriológica e esgoto ou proveniente de locais adjacentes ao local.
Não possui cor, e em pequenas concentrações apresenta cheiro de ovo podre, e em altas concentrações inibe o olfato após a exposição.
	Limite
	Concentração
	LT
	8 ppm
	LIE
	4,30%
	LSE
	46%
6.8 MONITORAMENTO DURANTE A ENTRADA
Embora a avaliação prévia indique que atmosfera no interior do espaço confinado esteja segura para autorizar a entrada, o mais importante é que a monitoração seja contínua, pois as concentrações poderão se alterar a qualquer instante como resultado das atividades que estão sendo executadas no interior ou nas proximidades do local. Uma entrada repentina de oxigênio enriquecendo a atmosfera ou um vazamento de gases inertes ou tóxicos são alguns motivos para que uma monitoração contínua ou periódica realizada durante os trabalhos.
7. MEDIDAS DE ENGENHARIA PARA CONTROLE DE RISCOS
Os procedimentos de controle não se limita a um controle administrativo, serão levadas em consideração as medidas adotadas pela engenharia, os instrumentos a serem utilizados e a seleção do EPI necessário para o trabalhador aplicável à condição avaliada. Para isso devemos ter o maior conhecimento possível da área de trabalho onde será realizada a entrada e dos processos desenvolvidos nessa unidade de trabalho para combina-los com uma supervisão de trabalho que providencie a seleção adequada de medidas de controle de riscos. A NR-33 prevê que sejam adotadas as medidas para eliminar ou controlar os riscos de inundação, soterramento, engolfamento, incêndio, choques elétricos, eletricidade estática, queimaduras, quedas, escorregamentos, impactos, esmagamentos, amputações e outros que possam afetar a segurança e saúde dos trabalhadores.
Também é da maior importância que todo e qualquer setor da unidade que possa ser afetado, direta ou indiretamente, pela execução de algum trabalho em espaço confinado seja comunicado. Por isso, as empresas contam com o sistema de PET. Alguns setores de serviços essenciais a serem comunicados são: Estabilidade, Perfuração, Exploração, Refino, Estocagem, Eletricidade, Mecânica.
7.1 ISOLAMENTO / SINALIZAÇÃO
Separação física do espaço confinado das outras atividades desenvolvidas com relação ao contato com alguma fonte de energia potencialmente perigosa ou com relação ao trânsito de pessoas não envolvidas com aquela área classificada. O local interditado estará seguro de qualquer perigo enquanto as medidas de isolamento forem mantidas. Uma vez isolado não deverá ser mais permitido a entrada de pessoas sem uma permissão específica.
7.2 TRAVAMENTO / BLOQUEIO / LACRE
Técnica aplicada para evitar uma descarga de energia perigosa ou abertura de válvulas.
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Garante a execução dos serviços em equipamentos intencionalmente interditados, mesmo que exista um descuido ou insistência no manuseio daquilo que foi isolado. Um cadeado ou uma trava especial é colocado em um interruptor, disjuntor, chave, válvula ou outro dispositivo de forma que o equipamento fique sempre impedido de ser operado.
7.3 ETIQUETAGEM
É a colocação de etiquetas nos equipamentos. Cartões personalizados são fixados junto às travas dos equipamentos ou locais que tiveram seus dispositivos de alimentação colocados na posição desejados para a realização daquele serviço programado em um espaço confinado.
Algumas empresas exigem que a interdição, o travamento e a etiquetagem sejam utilizados conjuntamente, correspondendo a um dos métodos mais eficazes de
controle.
Enq uan to a inte rdiç ão
dificulta a entrada de alguma pessoa, ao mesmo tempo as travas impedem o manuseio dos equipamentos e os avisos informam os trabalhadores envolvidos ou não naquelas atividades sobre os propósitos daquelas medidas de segurança.
7.4 DESLIGAMENTO DOS EQUIPAMENTOS
Poderá ocorrer a possibilidade de uma descarga elétrica ou mesmo a operação indevida de um equipamento bloqueado. Todos os operadores desses equipamentos são responsáveis pelo cumprimento dos procedimentos de isolamento, interdição e desligamento exigidos pela empresa, quando necessário para a execução de algum tipo de trabalho em espaços confinados. A seguir apresentamos algumas medidas que poderão ser adotadas:
· Preparar para a paralisação;
· Desligar o equipamento;
· Isolar o equipamento;
· Providenciar o travamento e a etiquetagem do equipamento;
· Controlar a energia armazenada;
· Verificar o isolamento do equipamento;
· Remoção das travas e dos avisos.
Quando os serviços tiverem se encerrado, deveremos ficar atentos ao seguinte:
· Informar a todos os envolvidos que as travas e etiquetas logo estarão sendo retiradas;
· Certificar-se de que todos já saíram daquela área;
· Remover as travas, fazendo com que cada trabalhador designado seja responsável pela retirada de suas próprias travas;
· Os avisos e as etiquetas também devem ser removidos juntos com a PET;
· Notificar a todos envolvidos direta ou indiretamente com o sistema de que a interdição está terminada;
· Com relação ao controle da produção de energia eletrostática apresentamos alguns procedimentos gerais;
· Remover os vapores inflamáveis do interior do espaço antes de iniciar os trabalhos;
· Remover objetos soltos no interior dos tanques;
· Aterrar os dispositivos metálicos mecânicos, elétricos ou pneumáticos para eliminar a produção de carga ou diferença de carga em objetos que podem descarregar quando um centelhamento é produzido;
· Esperar a avaliação atmosférica para introduzir objetos no interior dos tanques;
Inspecionar os coletores e dutos que poderão se tomar uma fonte de ignição por intermédio de uma descarga.
7.5 PURGA / INERTIZAÇÃO
É o processo de dispersar substâncias perigosas de um espaço confinado através do método de limpeza que toma atmosfera interior do espaço confinado isenta de gases, vapores e outras impurezasindesejáveis através de ventilação ou lavagem com água ou vapor.
Chamamos a atenção para o fato de que quando a purga está sendo realizada para reduzir os riscos associados à substância inflamável ou perigosa existente no local,
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ela também poderá produzir novos riscos, como por exemplo, a deficiência de oxigênio. É o caso da inertização que a NR-33 define como deslocamento da atmosfera existente em um espaço confinado por um gás inerte, resultando numa atmosfera não combustível e com deficiência de oxigênio. Por essa razão, deve ser seguida de uma ventilação. O gás inerte mais aplicado nesse processo é o nitrogênio.
8. TIPOS DE VENTILAÇÃO
Existem dois tipos de ventilação conhecidas: a ventilação natural e a Ventilação Mecânica. A ventilação natural utiliza o movimento natural das correntes de ar para o interior dos espaços confinados, sem o auxílio de equipamentos.
A ventilação natural não apresenta resultado satisfatório devido às seguintes características:
· intensa variação da vazão do ar;
· dificuldade de controle no direcionamento do ar;
· irregularidade do efeito dos ventos;
· deficiente circulação de ar pelo reduzido número e tamanho das aberturas presentes na maioria dos espaços confinados;
· inadequada diferença de altura entre as entradas e saídas do ar do espaço confinado.1
A ventilação mecânica utiliza-se de equipamentos mecânicos para introduzir e/ou
retirar o ar dos espaços confinados. Desta forma temos a Ventilação Geral Diluidora (VGD) que consiste no processo de renovação do ar de um espaço confinado por meio da insuflação e/ou exaustão de ar, cuja finalidade é de promover a renovação de ar, redução da concentração de contaminantes e conforto térmico quando é introduzido ar ao espaço confinado. E a Ventilação Local Exaustora (VLE) que tem a finalidade de exaurir o contaminante na fonte ou suas imediações para evitar que se espalhe no interior do espaço confinado.
Alguns cuidados especiais deverão ser tomados quando for necessária a utilização de Equipamentos de Ventilação Mecânica. Uma vez conhecidos e avaliados os riscos de explosão, contaminação e concentração de oxigênio, deverá ser determinada a necessidade de qual tipo de ventilação será adequada às condições presentes no espaço confinado.
Se uma condição insegura persistir e sendo a ventilação o procedimento adequado para estabilizar a situação, deveremos ventilar o espaço confinado. Depois de ventilado, o local deverá ser novamente avaliado, a fim de determinarmos se as condições inseguras ainda estão presentes, se a ventilação foi suficiente, se é preciso ventilar de uma forma contínua, se é necessária a adoção de outro método de controle entre outros. As causas que provocaram o surgimento de uma atmosfera perigosa ou a introdução de novas fontes de produção de gases ou vapores inflamáveis ou contaminantes deverão ser eliminadas no menor tempo possível. Quando se tratar de uma atmosfera explosiva, ainda após a ventilação, devem ser evitadas as causas que eventualmente poderiam provocar um incêndio. Ventiladores em áreas classificadas devem possuir marcação apropriada, de acordo com a
1 NBR 16577 item B1.
ABNT NBR IEC 60079-0 e a Portaria INMETRO nº 179/2010 bem como serem protegidos contra descargas eletrostáticas, incluindo aterramento dos equipamentos, conforme as subseções 12.14 e 12.15 da NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. 6
8.1 EQUIPAMENTO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA
A seleção do Equipamento de Ventilação Mecânica deve considerar a geometria, volume, número e tamanho das aberturas do espaço confinado, interferências estruturais e equipamentos existentes, bem como poluentes, suas propriedades toxicológicas, temperatura, pressão, vazão e ponto de geração.
Variáveis, como a vazão e a pressão de ar necessária, em função do diâmetro e comprimento dos mangotes, são importantíssimos para garantir uma adequada ventilação do espaço confinado.
Características construtivas do Equipamento de Ventilação Mecânica, como peso, mobilidade, alimentação, adequação ao risco e nível de pressão sonora também devem ser consideradas na escolha do tipo e modelo adequado. Além do conjunto motor-ventilador, o Equipamento de Ventilação Mecânica é composto por duto tipo mangote flexível, conexões e eventualmente peças de transição para bocas de entrada e/ou saída. O duto tipo mangote flexível mais comum é feito de material plástico, com espiral interna de aço para sustentar a sua estrutura. Deve possuir dimensões, peso, mobilidade e flexibilidade que possibilitem vazão e alcance adequados.
Para processos a quente, com risco de incêndio, o mangote deve ser isolado das fontes de ignição. As peças de transição e conexões tem por finalidade evitar a obstrução da entrada e da saída dos espaços confinados e reduzir as curvas dos mangotes, diminuindo as perdas de carga e, consequentemente, afetando menos a vazão de ar.
8.2 VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA (VGD) - INSULFLAÇÃO
A característica desta ventilação é que a entrada de ar possui maior vazão que a saída ocorrendo assim uma ventilação de pressão positiva que introduz o ar para o interior
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do espaço, forçando a expulsão do ar contaminado através de qualquer saída. É o método mais comum de ventilação. É muito eficiente nos casos de sobrecarga térmica, sendo utilizada para proporcionar um melhor conforto para os trabalhadores durante a execução de serviços.
Nos casos de atmosferas contaminadas por vapores difundidos em todo o espaço, o ar contaminado é diluído através da injeção de ar fresco, depois ele é expelido pela exaustão já em concentrações menos tóxicas. Nem sempre será um método totalmente eficiente no começo, pois quando for forçada a introdução do ar ela vai agitar os contaminantes e dispersá-los na atmosfera, sem que isso garanta a redução imediata da quantidade total do contaminante existente no espaço, podendo até aumentar a concentração de contaminante dispersa na atmosfera logo no início da ventilação. Se o agente químico não estiver em concentrações muito tóxicas poderá até funcionar.
Este método funciona melhor quando o risco principal é uma atmosfera deficiente de oxigênio.
Uma das recomendações mais importantes sobre ventilação em espaços confinados é a proibição do uso de oxigênio puro, seja com o propósito de fornecer uma ventilação geral ao local, promover um conforto térmico aos trabalhadores ou de limpeza de certas áreas. Além de facilitar o surgimento de uma atmosfera explosiva, o excesso de oxigênio como já vimos anteriormente, também provoca lesões em nosso organismo.
8.3 VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA (VGD) - EXAUSTÃO
Através desse método produzimos uma pressão negativa que é definida por qualquer pressão abaixo da pressão atmosférica e o ar contaminado é puxado para fora do espaço. O ar fresco que penetra naturalmente por uma abertura é arrastado pelo interior do espaço através da pressão negativa. Esse método pode ser mais eficiente do que a ventilação se for operada bem próximo de onde o contaminante está concentrado. É considerado o melhor processo para ventilar atmosferas explosivas ou tóxicas produzidas pelas atividades em operação no interior do espaço, devendo ser direcionada para evitar a contaminação do ar nas proximidades do espaço quando estiver sendo aplicada.
O ar contaminado que foi exaurido de um local confinado deverá sempre ser descarregado a céu aberto e distante do local de coleta de ar fresco do mesmo sistema instalado para aquele trabalho. Quando coletamos o próprio ar contaminado e mandamos para o espaço confinado damos o nome desse evento de curto circuito, outro tipo de curto circuito é o apresentado na figura abaixo. Devemos ter o cuidado para que todo o ar reaproveitado esteja totalmente limpo e respirável. Do ponto de vista ambiental, também é necessário que os contaminantes sejam tratados de forma a reduzir seus efeitos quando foremlançados a céu aberto. Se os gases exauridos se tratarem de gases inflamáveis, deveremos direcionar o seu descarregamento para áreas livres de qualquer fonte de ignição.
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8.4 VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA (VLE)
Poderemos encontrar situações em que o contaminante está localizado em um ou mais locais específicos. Nesse caso, um sistema de exaustão local especialmente posicionado próximo do ponto de concentração, poderá capturar quase ou todos os contaminantes, antes que eles sejam diluídos no interior do espaço. Recomenda-se que o sistema induza ao tratamento dos contaminantes que poderá ser uma simples retenção em malha de filtros manga, filtros adsorventes ou precipitador eletrostático.
É um excelente método para controlar materiais inflamáveis e tóxicos gerados dentro do espaço. Este método mencionado é muito usado para trabalhos quentes, operações de esmerilhamento ou limpeza com solventes.
9. EQUIPAMENTOS PARA ESPAÇO CONFINADO
Como já vimos anteriormente, a realização de uma atividade em espaço confinado, seja para trabalho, seja para resgate, acaba se tornando uma tarefa difícil devido as características especiais daquele espaço. Logo, tão especiais quanto aos locais confinados, os equipamentos a serem utilizados nessas atividades deverão possuir características específicas exigidas como também já vimos no capítulo anterior. A seguir, apresentaremos os equipamentos mais utilizados.
9.1 EQUIPAMENTO / FERRAMENTAL ESPECIAL
Devemos reconhecer que nem sempre será possível obter ou manter a atmosfera em que um nível seguro. Portanto, para a segurança dos trabalhadores, deverão estar disponíveis equipamentos adequados para áreas classificadas, bem como o devido treinamento para o seu manuseio correto.
9.2 FERRAMENTA ANTIFAISCANTES
São ferramentas especiais feitas de bronze ou berílio. Na verdade, essas ferramentas podem produzir faíscas quando utilizadas contra outras superfícies. Porém, a energia gerada pela faísca é tão pequena que não será capaz de produzir uma ignição.
Equipamentos Intrinsecamente Seguros – Exi
São projetados de tal maneira que no caso de alguma falha, a maior energia (faíscas ou calor) produzida internamente dos equipamentos não será suficiente para produzir ignições nas mais sensíveis concentrações de gases inflamáveis ou pó. A maioria dos detectores de gás portátil é desse tipo. São limitados por um circuito dotado de isoladores e barreiras.
Equipamentos à Prova de Explosão – Exd
São projetados para evitar o risco de explosão de duas maneiras. Primeiro, o equipamento é projetado para resistir à força de uma explosão resultada de qualquer ignição interna, assegurando que a chama não se propague para o lado de fora de seu invólucro.
Segundo o equipamento é projetado de que gases de combustão quentes são resfriados antes de eles serem expelidos de forma que não fiquem expostos a uma de ignição no espaço confinado. As luminárias, por exemplo, são projetadas para ser a prova de explosão.
9.3 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)
Quando os controles desempenhados pelos programas administrativos e pela engenharia não funcionarem, então o EPI deverá ser utilizado. Esse equipamento deverá ser utilizado unicamente se não houver outro meio seguro de executar o trabalho. O uso incorreto de EPI representa frequentemente um risco adicional para os trabalhadores em espaços confinado.
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9.4 DETECTOR DE GÁS
A NR-33 obriga que o detector de gases seja intrinsecamente seguro. Pode ser fixo ou portátil e pode detectar a presença de mais de um gás / vapor (multigás). Tratando-se de equipamentos portáteis, estes devem oferecer uma leitura direta em tempo real da concentração existente. O próprio instrumento coleta, analisa as substâncias e determina as características atmosféricas do espaço confinado.
A certificação do equipamento é obrigatória pela portaria n° 176 de 17/12/2000 do INMETRO. Deve ser certificado, testado quanto ao seu desempenho por órgão responsável e acompanhado de um Certificado de Conformidade.
TESTE DE RESPOSTA
O equipamento deve ter os seus sensores testados com um gás padrão que assegure a sua resposta devido à presença daquele gás. É única maneira segura de garantir que os seus sensores estão funcionando perfeitamente.
CALIBRAÇÃO
Através da calibração o equipamento é certificado quanto a precisão dos valores medidos pelo leitor, e se os mesmos estão em conformidade com o informado pelo fabricante.
Também deve ser emitido um certificado periódico para cada calibração. Normalmente os detectores multigás são preparados para a leitura quanto à presença do Oxigênio, do Gás Sulfídrico, do Monóxido de Carbono e de gases combustíveis.
9.5 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
Em todos os locais onde seja reconhecida a deficiência de oxigênio, bem como um estado impróprio do ar respirável deverá ser providenciado o fornecimento de proteção respiratória para aqueles que lá adentrarão, para evitar qualquer possibilidade de interferência na função respiratória, lesão ou morte. Uma atenção especial deve ser dada para a proteção respiratória, pois, frequentemente, ela é mal empregada. Sugerimos as seguintes exigências mínimas:
· Programa de proteção respiratória;
· Seleção do respirador mediante a realização de testes;
· Treinamento para o uso correto dos equipamentos;
· Limpeza e higienização periódica dos equipamentos e seu registro após a utilização;
· Guarda adequada dos equipamentos deve ser registrada quanto as suas condições;
· Inspeção e manutenção periódica dos equipamentos devem ser registradas;
· Avaliação	médica	periódica	dos	trabalhadores	que	utilizam	esses equipamentos;
· Registros da liberação de uso dos equipamentos na PET.
Máscara purificadora de ar:
Somente utilizadas quando:
· A atmosfera contém oxigênio suficiente;
· A concentração do contaminante é conhecida;
· Os níveis de concentração estão dentro das limitações dos filtros das máscaras;
Equipamento de Respiração por Ar de Linha
Possui as seguintes características:
· Independe da concentração do contaminante;
· Indicado também para ausência de oxigênio;
· Grande autonomia (sistema de cascata ou compressor com filtro de ar);
· Cilindro reserva para escape;
· Pressão positiva;
· Pouco peso;
· Limitações do tamanho da mangueira de ar.
Equipamento de Respiração Autônomo
Possui as seguintes características:
· Independe da concentração do contaminante;
· Indicado também para ausência de oxigênio;
· Proporciona maior mobilidade ao usuário;
· Suprimento independente de compressores (falta de energia);
· Pressão positiva;
· Alarme sonoro;
· Tempo limitado (cerca de 30 minutos);
· Peso incômodo.
Ventiladores / Exaustores
Equipamento utilizado para remover o ar contaminado ou suprir de ar fresco, possuindo dupla função, dependendo de qual extremidade estará conectado o duto de ventilação. As diferenças entre os modelos são medidas pelas informações técnicas de cada um como potência, vazão, velocidade de troca do ar. Etc. os dutos flexíveis são utilizados para direcionar o fluxo de ar do equipamento para o espaço confinado ou do espaço confinado para a atmosfera. Para áreas classificadas o modelo indicado deve ter motor à prova de explosão e os dutos não poderão produzir nenhuma estática.
9.6 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
O sistema de comunicação deve estar em perfeito estado de funcionamento, propiciando um diálogo adequado e eficaz entre o supervisor de entrada e o vigia, o vigia e o(s) trabalhador(es) e o vigia e a equipe de salvamento.
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Sistemas de comunicação com a utilização de rádios ou dispositivos elétricos/eletrônicos, em áreas classificadas, devem possuir marcação apropriada, de acordo com a ABNT NBR IEC 60079-0 e Portaria INMETRO nº 179/2010.2
A comunicação em espaços confinados é uma ferramenta importantíssima.

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