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Situações especiais no trauma

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Karenn Cruz | Urgência e Emergência [P8]
SITUAÇÕES ESPECIAIS NO TRAUMA
GESTANTES
EPIDEMIOLOGIA
60% acidentes automobilísticos
22% quedas
17% agressões
PONTOS IMPORTANTES:
↳ Saber se ela tá grávida:
Pedir BHCG em toda paciente em idade fértil
Questionar a paciente
Avaliar aumento de volume uterino
→ Útero na bacia até a 12ª
→ Útero palpável no abdome a partir da 13ª
→ Nível da cicatriz umbilical na 20ª
→ Nível dos arcos costais na 36ª
↳ Alterações importantes na gestação:
↑DC, ↑PA, ↑FC
Via aérea: edema, dificuldade de IOT, risco de broncoaspiração
Anemia fisiológica e leucocitose sem desvio
Anemia fisiológica e leucocitose sem desvio
Enchimento capilar >2s + palidez = hemorragia
OBS: quanto maior o tempo de gestação maior a exposição a traumas diretos
↳ Riscos do trauma na gestante:
OBS: DPP maior causa de morte fetal
OBS: isoimunização, risco de hemorragia materno fetal se mãe Rh -
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
Karenn Cruz | Urgência e Emergência [P8]
Peculiaridades
Após descartar lesão da coluna cervical, manter a gestante em decúbito lateral
esquerdo
Se suspeita de lesão cervical: posição supina com elevação do quadril direito
(6-10cm) com coxim, útero deslocado manualmente para a esquerda
Iniciar suplementação de 02
Via aérea difícil: risco de aspiração
Hipovolemia relativa para evitar choque fetal (NÃO usar vasopressores)
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
SAMPLE
Exame físico e antecedentes
Monitorização fetal
Altura uterina: correlacionar com IG
Irritabilidade e sensibilidade uterinas
BCF e movimentos fetais
SINAIS DE ALARME
Irritabilidade uterina
Diminuição da altura uterina (inconsistente com a idade gestacional)
Sangramento vaginal
Presença de líquido amniótico na vagina – pH alcalino (7,0 -7,5) - que diagnostica ruptura da membrana amniótica
Acelerações do BCF em resposta a movimentos fetais e/ou desacelerações persistentes ou tardias, em resposta a
contrações uterinas: hipóxia fetal?
PCR NA GESTANTE
Usar mesmo protocolo
Antes de 24° semana não há viabilidade fetal: esforços dirigidos apenas para a MÃE
32-34° semana: Cesárea de emergência nos primeiros 5min de atendimento
EXAMES COMPLEMENTARES
Tipo sanguíneo, hemograma
Eletrólitos, uréia, creatinina, coagulograma
Exames toxicológicos
RX de tórax e coluna
→Quando necessárias não devem ser evitadas
→Proteger útero com avental de chumbo
USG: BCF e localização da placenta
Lavado peritoneal diagnóstico
→Gestação não contraindica
→Incisão na linha média acima do fundo do útero
→Não consegue avaliar órgãos retroperitoniais, nem lesões intra-uterinas
Karenn Cruz | Urgência e Emergência [P8]
RECONHECIMENTO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
↳ Indícios de violência doméstica
Gravidade das lesões inconsistentes com a história relatada
Depressão, diminuição da autoestima e tentativa de suicidio
Procura frequente por atendimento médico de emergência
Sintomas sugestivos de abuso de drogas
Maridos ou companheiros que insistem em estar presentes na anamnese ou exame físico, além de tentar
monopolizar a discussão
Insistência em assumir culpa pelas lesões sofridas
OBS: cinto de segurança na gestante deve ser de 3 pontas aumenta superfície de contato e dissipa energia
Fixar parte abdominal abaixo das cristas ilíacas
CRIANÇAS
PRINCIPAIS RISCOS
PARTICULARIDADES
Padrão respiratório, aparência da criança e circulação = triângulo
Lesões multissistêmicas
Menor massa corporal - maior absorção de energia
Menor tecido conjuntivo e gordura - maior
proximidade de órgãos
Cabeça > corpo - maior incidência de trauma
Esqueleto mais flexível
Relação superfície/volume corporal maior ao nascente
e diminui com crescimento = maior risco de
hipotermia
Instabilidade psicológica
Radiação aumenta o risco de neoplasias
Desarranjo da estrutura familiar
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
Karenn Cruz | Urgência e Emergência [P8]
A: VIA AÉREA E COLUNA CERVICAL .
A ponta do tubo deve progredir por um comprimento correspondente a três vezes o seu número (tubo 4.0 deve
ser posicionado de tal forma que a marca de 12 fique no nível da gengiva)
Tubo com cuff
Tubo (mm) = idade +4/4
Usar lâmina reta do laringoscópio
OBS: ao tentar manipular via aérea criança deve estar pré oxigenada
B: RESPIRAÇÃO .
Hipóxia é a causa mais comum de parada cardíaca em crianças
C: CIRCULAÇÃO .
Sinais precoces: TAQUICARDIA e MÁ PERFUSÃO PERIFÉRICA
↳ Acessos venosos:
→ Trauma grave: 2 acessos venosos periféricos (calibre 20 ou 22)
→ Acesso intra-ósseo (< 6 anos)
→ Via intratraqueal
Determinação precisa do peso
→ Estimativa: peso em Kg = [(2 xidade) + 10]
Na suspeita de choque administrar um bolus de 20 mL./kg de solução cristaloide isotônica aquecida
→ Ausência de melhora: repetir bolus
→ Regra 3:1
→ Concentrados de hemácias 10 mL/kg, em bolus.
Locais preferenciais para acesos em crianças
→ Periférico (duas tentativas): Fossa antecubital, veias safenas no tornozelo
→ Intraósseo: (1) Tíbia anteromedial, (2) fêmur distal
→ Dissecção venosa: safena magna no tornozelo, veia basílica no cotovelo, veia cefálica principal mais alta no
braço e veia jugular externa
OBS: Evitar veia femoral (risco de trombose)
Sinais de boa resposta à ressuscitação volêmica:
Diminuição da frequência cardíaca (< 130 bpm)
Karenn Cruz | Urgência e Emergência [P8]
Melhora do nível de consciência
Retorno dos pulsos periféricos
Normalização da coloração da pele
Reaquecimento das extremidades
Aumento da pressão arterial sistólica (normal: 90 mm Hg mais duas vezes a idade
em anos)
D: NEUROLÓGICO .
E: EXPOSIÇÃO .
Transportar em prancha
KED
Risco de hipotermia
SINAIS DE ABUSO FÍSICO
Discrepância entre história e grau de lesões
Intervalo prolongado entre tempo de lesão e consulta
História de traumas repetidos tratados em locais diferentes
País que respondem inapropriadamente ou que não seguem as recomendações médicas
História de lesões diferentes ou alteradas entre pais e familiares
Múltiplos hematomas subdurais sem história significativa de trauma
Hemorragia retiniana
Lesões periorais
Karenn Cruz | Urgência e Emergência [P8]
IDOSOS
Mecanismos de lesão mais frequentes:
→ Quedas (40%)
→ Acidente automobilístico (28%)
→ Atropelamento (10%)
→ Ferimento por arma de fogo e arma branca (8,0%)
Aspectos fisiopatológicos do envelhecimento:
Fatores predisponentes para queda:
→ Hipotensão postural
→ Lesão neurológica
→ Comorbidades
→ Idade avançada
→ Uso de fármacos (BZD)
→ Déficit auditivo e visual
Suicidio
Maior risco entre homens idosos
Depressão
Ciclo paranoico
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
A abordagem deve ser mais agressiva.
A: VIA AÉREA E COLUNA CERVICAL .
Perviedade
→ Dificuldade de abrir a boca
→ Dentição
→ Macroglossia
→ Artrite cervical
Karenn Cruz | Urgência e Emergência [P8]
→ Considerar intubação nasofaríngea ou crico
→ Fragilidade do tecido nasofaríngeo
→ Alterações degenerativas da cartilagem laríngea
Cuidados com a coluna cervical
Intubação precoce pode ser necessária
Oxigênio suplementar precoce
B: RESPIRAÇÃO .
Atentar para a perda de reserva respiratória pelas doenças crônicas e pelo envelhecimento
C: CIRCULAÇÃO .
Turgor cutâneo naturalmente diminuído no idoso pode ocasionar erro de avaliação sugerindo hipovolemia
Choque: 1ª hipótese → hipovolêmico
Expansão inicial com cristaloides
Transfusão de concentrado de hemácias e controle do foco de sangramento
Parâmetros: PVC, débito urinário
A aterosclerose, comum no idoso, pode agravar o comprometimento da condição circulatória
Monitorização invasiva precoce se trauma moderado a grave
D: NEUROLÓGICO .
Glasgow + pupilas
E: EXPOSIÇÃO .
Retirar roupas
Evitar hipotermia (cuidado no controle de temperatura)
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
SAMPLA
Importante: Suporte terapêutico adequado às doenças associadas preexistentes
Exames: RX coluna cervical, bacia e etc
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES
→ Pneumonia
→ ITU
→ Flebite
→ Sepse
→ Infecção de ferimento
→ Tétano
→ TVP e TEP
→ Úlcera de decúbito

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