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3 1 - Plano-mestre de produção

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Plano-mestre de produção
Apresentação
O cenário do planejamento e controle da produção inclui o planejamento-mestre da produção, e 
este, por sua vez, faz uso do plano-mestre de produção (PMP). O emprego do PMP permite a 
análise e a validação da capacidade produtiva, viabilizando a conexão entre o planejamento 
estratégico de longo prazo e as atividades operacionais da produção. Além disso, é possível realizar 
o nivelamento do PMP à demanda, promovendo o alinhamento entre plano de vendas e o plano-
mestre, o que viabiliza o melhor atendimento da demanda e a geração de melhores resultados para 
a organização. Por isso, é importante conhecer o conceito do PMP, como ele é elaborado, como se 
faz o uso de suas informações e o que são os itens e os prazos que compõem o plano.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o plano-mestre de produção (PMP), iniciando 
pela verificação de seu conceito, passando para compreensão de como ele é composto e 
terminando com a demonstração da elaboração do PMP.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir plano-mestre de produção (PMP).•
Descrever a composição do PMP.•
Elaborar um PMP.•
Desafio
A elaboração do PMP envolve diversas informações, o que inclui variáveis como previsão de 
demanda, pedidos confirmados, estoques e recebimentos programados. Para viabilizar o 
tratamento das informações e os cálculos necessários, costuma-se fazer uso de tabelas de dados 
com informações detalhadas, período a período, para cada um dos itens que serão planejados pelo 
PMP.
Essas tabelas, também chamadas de registro básico ou matriz PMP, oferecem suporte informacional 
à tomada de decisão, sendo que a ênfase do PMP está no processo decisório sobre quais produtos 
serão acabados, em que quantidades e em que períodos produzir. Tendo em vista que a matriz 
PMP é um elemento muito presente e necessário à aplicação do PMP, é importante que você saiba 
como preenchê-la.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Então, com base nas informações e modelo fornecidos, você deve proceder com o preenchimento 
da matriz PMP, realizando os cálculos e as análises necessários para seu completo preenchimento, 
para que depois esse documento seja apresentado a Patrícia como demonstração. 
Maycon Carbone
Carimbo
Infográfico
O PMP é um importante elemento no contexto do planejamento e controle da produção (PCP), que 
trata essencialmente da operacionalização dos planos de produção. A partir do emprego do PMP, é 
possível analisar e validar a capacidade produtiva, o que colabora para nivelar produção e demanda, 
viabilizando tanto o melhor atendimento da demanda quanto a geração de melhores resultados 
para a organização.
Por isso, é importante conhecer o conceito do PMP, bem como compreender a forma como ele é 
elaborado e como se faz uso de suas informações. Veja, no Infográfico, o que é o PMP e do que ele 
é composto.
Conteúdo do livro
O PMP é um importante integrante do cenário do PCP, cujo emprego permite a análise e a 
validação da capacidade produtiva, viabilizando a conexão entre o planejamento estratégico de 
longo prazo e as atividades operacionais da produção. Além disso, quando nivelado à demanda, o 
PMP promove o alinhamento entre plano de vendas e o plano-mestre, viabilizando o melhor 
atendimento da demanda e gerando melhores resultados para a organização. Por isso, é importante 
conhecer o conceito do PMP, como ele é elaborado e como se faz uso de suas informações.
No capítulo Plano-mestre de produção, da obra Planejamento e controle de produção, você vai 
estudar sobre esse cenário, com especial ênfase em três tópicos relevantes: definição do PMP, 
composição do PMP e elaboração do PMP.
Boa leitura.
PLANEJAMENTO 
E CONTROLE 
DE PRODUÇÃO
Gisele Lozada
Plano-mestre de produção
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir plano-mestre de produção.
  Descrever a composição do plano-mestre de produção.
  Elaborar um plano-mestre de produção.
Introdução
No contexto das atividades de planejamento e controle da produção, o 
planejamento-mestre da produção estabelece a conexão entre o pla-
nejamento estratégico de longo prazo e as atividades operacionais da 
produção. Assim, o emprego de um plano-mestre de produção (PMP) 
permite a análise e a validação da capacidade produtiva. Além disso, 
quando estabelecido o nivelamento do plano-mestre à demanda, ocorre 
a interação e passagem das informações de demanda do plano de ven-
das para o plano-mestre, promovendo o alinhamento entre eles, o que 
viabiliza o melhor atendimento da demanda, ao mesmo tempo que gera 
melhores resultados para a organização. Por isso, é importante conhecer 
esses conceito e a forma como são elaborados. 
Neste capítulo, você vai estudar o plano-mestre de produção, a co-
meçar pela verificação de seu conceito, passando para compreensão 
de como ele é composto e terminando com a demonstração da sua 
elaboração.
1 O que é o PMP?
O PMP é um importante elemento no contexto do planejamento e con-
trole da produção (PCP), que trata essencialmente da operacionalização 
dos planos de produção a curto e médio prazos. Nesse sentido, o PMP é 
responsável por desmembrar os planos produtivos estratégicos de longo 
prazo em planos específi cos de produtos acabados (bens ou serviços) para 
o médio prazo, a fi m de direcionar as etapas de programação e execução 
das atividades operacionais da empresa (montagem, fabricação e compras) 
(TUBINO, 2017).
No contexto do PCP, o PMP tem por objetivo estruturar o sistema 
produtivo para atender da forma mais eficaz possível o plano de vendas 
(previsão de médio prazo e pedidos em carteira) para os períodos futuros. 
A elaboração do PMP se inicia com a transformação das informações desse 
plano de vendas em informações úteis à produção. Nesse contexto, uma 
das funções do PMP é traduzir a linguagem de mercado para a linguagem 
de produção. 
Podemos exemplificar resumidamente essa “tradução da linguagem do mercado” 
com o seguinte caso: um mesmo produto acabado pode ser tanto exportado quanto 
colocado no mercado interno, e, com isso, terá duas especificações diferentes (dois 
código no banco de dados) em função das diferentes embalagens, ou até de dife-
rentes volumes. Porém, na realidade, para planejar e disparar as programações da 
produção, as quantidades precisarão ser consolidadas em um mesmo lote, questão 
que é tratada no PMP.
A partir do PMP, a empresa assume compromissos de montagem dos 
produtos acabados e fabricação das partes manufaturadas internamente, bem 
como compromissos de compra dos itens e matérias-primas que são produzidos/
fornecidos por agentes externos, como fornecedores e parceiros. Como resul-
tado, o PMP formaliza as decisões tomadas quanto à necessidade de produtos 
acabados para cada período analisado. Assim, o PMP faz a conexão entre o 
planejamento estratégico (plano de produção) e as atividades operacionais da 
produção, conforme ilustrado na Figura 1. 
Plano-mestre de produção2
Figura 1. Visão geral do PMP.
Fonte: Tubino (2017, p. 83).
A partir de um PMP inicial, verifica-se a disponibilidade de recursos 
para sua execução e, caso o PMP seja viável, autoriza-se o plano. Se forem 
encontrados problemas, o PMP é refeito, podendo inclusive chegar ao ponto 
de ter que retornar ao nível do plano de produção e reconsiderar as questões 
estratégicas. Em termos de prazos, o PMP exerce duas funções básicas dentro 
da lógica de PCP: 
  Conectar o longo e o médio prazos: consiste na análise e validação da 
capacidade de médio prazo do sistema produtivo em atender à demanda 
futura, que desmembra a estratégia de produção em táticas de uso para 
o sistema produtivo montado. 
3Plano-mestre de produção
  Conectar o médio e o curto prazos: consiste em implementar a tática 
escolhida para o próximo período, identificando as quantidades de 
produtos acabados que deverão serproduzidas de forma a iniciar o 
processo de programação da produção.
Outro aspecto que cabe destacar é o fato de que o PMP e o plano de produção 
estratégico são coisas distintas, especialmente em função de dois aspectos:
  Nível de agregação dos produtos: enquanto o plano de produção 
estratégico trata de famílias de produtos, o PMP é voltado para a ope-
racionalização da produção, tratando dos produtos de forma individual.
  Unidade de tempo analisada: enquanto o plano de produção emprega 
meses, trimestres e anos, o PMP emprega uma unidade de planejamento 
mais curta, normalmente semanas, ou no máximo meses, para produtos 
com ciclos produtivos longos.
Então, em síntese, pode-se dizer que no PMP são analisados e direciona-
dos os recursos (máquinas, pessoas, matérias-primas) no tempo certo a fim 
de produzir a quantidade necessária para suprir a demanda de determinado 
período. Nessa etapa, há uma definição mais precisa dos itens e quantidades 
de produção e estoques, com um grau de detalhamento maior que o utilizado 
em outras etapas, incluindo não apenas previsões de demanda, como também 
pedidos firmados e ordens abertas de produção e compras.
O PMP é operacional, sendo parte de um contexto mais amplo e abrangente, 
que inclui o plano de vendas e operações, às vezes chamado de plano agregado 
de produção. O PMP é o plano antecipado de produção, que representa uma 
série de decisões de planejamento que dirigem o planejamento de necessidade 
de materiais (PNM, do inglês material requirements planning — MRP). Ou 
seja, o PMP representa o que a empresa pretende produzir expresso em confi-
gurações, quantidades e datas específicas. Cabe ressaltar que o PMP não é uma 
previsão de vendas que representa uma declaração de demanda. O PMP leva 
a previsão de demanda em consideração, mas também o plano de produção e 
outras importantes considerações, como solicitações pendentes, disponibilidade 
de material, disponibilidade de capacidade, políticas e metas gerenciais, entre 
outras. Assim, o PMP é o resultado do processo de programação-mestre, uma 
representação combinada de fatores como previsões de demanda, pendências, 
estoque projetado disponível e quantidade disponível para promessa. Desse modo, 
quando elaborado, implementado e gerenciado de forma adequada, o PMP po-
tencializa ganhos competitivos para a organização (CORRÊA; CORRÊA, 2017)
Plano-mestre de produção4
Participando do contexto do planejamento e controle da produção, o PMP 
colabora para que os mecanismos essenciais do PCP sejam desempenhados, 
entre os quais estão a programação e o controle da produção. 
A programação da produção se encarrega de determinar o momento 
em que cada uma das atividades deve ser iniciada e concluída, gerando um 
cronograma completo. Isso pode ser uma tarefa complexa, em função da 
simultaneidade que as tarefas podem apresentar, muitas vezes disputando 
recursos dos mais variados tipos, com capacidades e competências distintas. 
Tais variáveis podem ser combinadas de diferentes formas, resultando em 
um cenário de inúmeras possibilidades de configuração da programação, 
mesmo para tarefas relativamente pequenas (SLACK; BRANDON-JONES; 
JOHNSTON, 2018)
Abrangendo o curto prazo, a programação da produção está mais ligada 
à execução do que ao planejamento. Divide o horizonte de programação em 
intervalos, como horas, dias ou semanas, podendo chegar ao ponto de programar 
o exato instante (a hora e o minuto) de início e fim das atividades por recurso. 
Expressa também a quantidade e o momento em que cada material é necessário 
e, a partir dessas informações, um programa de compras pode ser montado.
Desse modo, a programação da produção tem como objetivo definir quando 
e onde (ou por quem) cada tarefa será realizada, estipulando quando a execução 
de um produto ou serviço deve ser iniciado e concluído. Para tanto, busca 
garantir que as atividades ocorram no menor tempo possível, com reduzidos 
estoques em processo e baixa ociosidade de recursos, viabilizando entregas 
no tempo acertado e, consequentemente, mantendo a credibilidade e compe-
titividade da empresa (LUSTOSA et al., 2008).
Um fator importante para a programação são as ordens de compra, pois é a 
partir da emissão de ordens que a programação começa a tomar forma. Essas 
ordens podem ser de dois tipos: ordens de produção (fabricação e montagem) 
e ordens de compra. Nelas, estarão contidas informações como especificações 
dos itens a serem produzidos ou comprados, quantidade e prazo de entrega ou 
conclusão da produção. Com isso, os diversos setores da organização receberão 
as coordenadas necessárias para que operem no sentido de cumprir o PMP.
O controle da produção, por sua vez, é responsável por monitorar todas as 
demais atividades, visando assegurar que estejam se desenvolvendo conforme 
planejado. Assim, pode detectar possíveis desvios com relação ao plano inicial, 
oportunizando intervenções e correções pontuais ou o replanejamento de cada 
atividade (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018).
Ou seja, a atividade de controle da produção inclui também o monitora-
mento da produção, sendo que as ações de controle podem envolver monito-
5Plano-mestre de produção
ramento, controle e elaboração de planos de contingência. Isso permite que 
qualquer desvio identificado durante o processo produtivo possa ser corrigido 
rapidamente, e não meramente analisado depois que a programação se torna 
produção. Afinal, na ocorrência de algum desvio, é necessário replanejar ou 
reprogramar a operação, tomando medidas que permitam sua correção, sem 
que isso implique necessariamente em alterações nos planos e programas. Tais 
desvios muitas vezes estão relacionados à existência de gargalos na produção, 
conforme proposto pela Teoria das Restrições (SLACK et al., 2013).
A Teoria das Restrições (Theory of Constraints — TOC) corresponde a um importante 
conceito do contexto do planejamento e controle de recursos, revelando e enfatizando 
o papel dos gargalos da operação, bem como a consciência de que os recursos não 
são infinitos e, por isso, implicam em limitações à produção.
Em produção, um gargalo significa um ponto de estreitamento da capacidade 
produtiva, correspondendo à sua restrição principal, que limita a produção de todo 
o processo, impedindo, muitas vezes, que determinadas partes operem em sua capa-
cidade total (se assim o fizessem, estariam gerando superprodução). No gargalo, em 
teoria, o trabalho deve ser mantido em funcionamento o tempo todo para garantir a 
maior produtividade possível.
Assim, é possível resumir que a atividade de controle tem como objetivo 
essencial acompanhar a execução das tarefas, verificando se estão sendo 
realizadas conforme o programado, além de determinar a necessidade de 
eventuais intervenções ou replanejamentos.
  Programação da produção: estabelece o momento em que as tarefas serão 
realizadas na operação.
  Controle da produção: verifica se a execução da produção está sendo realizada 
conforme planejado, indicando possíveis erros ou desvios e definindo ações para 
sua correção.
Plano-mestre de produção6
Para que o PMP possa realmente cumprir seu importante papel no contexto 
do PCP e assim colaborar para atividades como planejamento e controle, ele 
precisa ser adequadamente elaborado. E, para que seja possível elaborar um 
bom PMP, é importante conhecer os itens que devem ser considerados em sua 
composição, assunto da próxima seção.
2 Composição do PMP 
Como mencionado anteriormente, o PMP é responsável por desmembrar os 
planos produtivos estratégicos de longo prazo em planos específi cos de pro-
dutos acabados (bens ou serviços) para o médio prazo. Sendo assim, o PMP 
deve abordar os produtos acabados que a empresa oferece ao seus clientes e 
que fazem parte do plano de vendas. Assim, o PMP corresponde a um plano 
macro, que engloba todos os produtos, para que se possa observar e tomar 
decisões sobre o todo (TUBINO, 2017).
Além de informações relativas à demanda, a elaboraçãodo PMP também 
envolve outras variáveis, como estoques e recebimentos programados. Para 
viabilizar o tratamento das informações e informatizar o sistema de cálculo 
das operações referentes à elaboração do PMP, costuma-se fazer uso de tabelas 
de dados com informações detalhadas, período a período, por item que será 
planejado. Nessas tabelas, constam informações sobre demanda prevista, 
recebimento programado, estoques em mãos e projetados, necessidade líquida 
e o PMP de cada item por período futuro analisado. Para isso, o PMP utiliza 
um registro básico que oferece suporte informacional à tomada de decisão, 
enfatizando quais produtos acabados devem ser produzidos, em quais quan-
tidades e em dentro de quais prazos (CORRÊA; CORRÊA, 2017).
A principal função do PMP é coordenar a produção de tal modo que permita 
equilibrar suprimento e demanda dos produtos acabados, período a período, 
com um horizonte de médio prazo (geralmente de um a seis meses). Para isso, 
é preciso definir programas detalhados de produção de produtos acabados, 
de forma a suportar os planos agregados desenvolvidos na etapa de planeja-
mento de vendas e operações (PVO). Isso significa ter uma visão de futuro 
da demanda, considerando todas as suas diferentes fontes, período a período, 
e entender quais recursos serão necessários para satisfazer essa demanda. 
Embora existam vários formatos de registro básico (também chamado de “ma-
triz”) do PMP, todos são conceitualmente similares ao apresentado na Figura 2.
7Plano-mestre de produção
Figura 2. Registro básico do PMP.
Fonte: Corrêa e Corrêa (2017, p. 426).
Cada coluna do registro básico contém todas as atividades referentes ao 
planejamento-mestre esperadas para acontecer num período específico. Os 
períodos 1, 2, 3, 4, ... N representam os períodos futuros de planejamento-
-mestre e estendem-se até o final do horizonte especificado para o PMP. O 
número de períodos depende do horizonte e do período de planejamento 
escolhidos pela operação em questão. Embora cada período tecnicamente 
possa representar um dia, uma semana, uma quinzena ou mesmo um mês, 
na prática costumam corresponder a semanas e são representados por datas 
específicas (dia, mês, ano).
Por convenção, o período corrente é o período 1, e assim permanece con-
forme passa o tempo, ou seja, transcorrido certo período, todos os períodos 
se deslocam para a esquerda, sendo que o período 2 passa a ser o período 1, o 
período 3 passa a ser o período 2 e assim sucessivamente, levando consigo os 
dados que constam na respectiva coluna. A coluna imediatamente à esquerda 
do período 1 é a coluna de “Atrasos”, e refere-se a ocorrências que deveriam 
ter acontecido (ou esperava-se que acontecessem) em períodos passados, mas 
que não aconteceram.
Tudo que se considerar quanto ao PMP, seja relação à demanda, seja em 
relação aos suprimentos, não é definido de forma totalmente livre pelo pla-
nejador-mestre. Todas essas decisões subordinam-se, tanto quanto possível, 
às decisões previamente tomadas no nível de PVO.
A natureza das atividades envolvidas com o registro básico do PMP se 
relacionam a suprimento ou demanda, e tal natureza é indicada pela linha do 
registro básico, sendo que as quatro primeiras linhas referem-se à demanda 
futura. Cada uma delas e também as demais são descritas a seguir.
Plano-mestre de produção8
A linha previsão de demanda independente identifica a previsão de 
demanda esperada para este item de PMP, sendo que a demanda independente 
é aquela relativa às condições de mercado e que está fora do controle imediato 
da empresa. Tais itens são vendidos diretamente ao cliente e a quantidade 
final demandada dependerá do mercado. Os itens da demanda independente 
podem abarcar tanto produtos acabados quanto semiacabados (como peças e 
outros materiais para reposição utilizados em atividades de serviço pós-venda). 
Um item pode, obviamente, ter parte de sua demanda independente e parte 
dependente. Quando parte da demanda de um item é independente, ele passa 
a ser considerado um item de PMP.
A linha demanda dependente representa aquela demanda relativamente 
previsível, mas que depende de alguns fatores para acontecer, já que os itens de 
demanda dependente são aqueles usados na produção interna de outros itens. 
Ou seja, identifica as quantidades do item em questão que serão vendidas no 
futuro como parte de algum outro produto ou que pode ser calculado como 
função de alguma decisão sob controle da operação ou da organização em 
que se insere. Com isso, seu consumo pode ser programado internamente, 
sendo que a quantidade programada para consumo depende das expectativas 
da empresa em relação ao comportamento do mercado, ou seja, previsão de 
demanda de um ou mais itens de demanda independente.
A linha pedidos em carteira refere-se a ordens de clientes de produtos 
que já foram vendidos, mas ainda não foram despachados. Ou seja, um cliente 
colocou um pedido de compra de um item mas, por algum motivo (indispo-
nibilidade imediata do material, indisponibilidade de capacidade produtiva, 
ou mesmo desejo do consumidor), esse item deverá ser entregue em algum 
momento futuro.
A linha demanda total representa a combinação das três anteriores. Con-
tudo, como os pedidos colocados entram contra as previsões feitas, esses 
registros, à medida que os pedidos vão entrando e aparecendo na linha de 
pedidos em carteira, vão deduzindo as quantidades correspondentes da linha 
de previsão de demanda independente.
A linha estoque projetado disponível representa a quantidade que vai estar 
disponível em estoque do item de PMP em questão em determinado momento 
futuro. É também nesse item que a lógica do algoritmo computacional do PMP, 
quando automatizado, baseia suas sugestões, visando equilibrar suprimento e 
demanda. A menos que a empresa tenha definido manter determinado nível 
de estoque de segurança para um item (baseada nos níveis dimensionados 
de incertezas de suas previsões), o balanço perfeito buscado pelo PMP é o 
de manter o estoque disponível projetado em zero. Quando a empresa decide 
9Plano-mestre de produção
definir estoque de segurança para um item de PMP de 100 unidades, o balanço 
perfeito visado pelo cálculo passa a ser, então, de estoque projetado dispo-
nível de 100 unidades. Contudo, na prática, o balanço perfeito dificilmente 
é conquistado. Uma quantidade maior que o balanço perfeito (seja ele zero 
ou o nível de estoque de segurança definido) sugere uma quantidade maior 
que a necessária de estoques, assim como uma quantidade menor de balanço 
perfeito sugere a “falta” de certo item.
A linha disponível para promessa é usada para embasar o processo 
de promessa de datas e quantidades para entrega a clientes. Ela projeta 
aproximadamente o suprimento de produtos, deduzidos os pedidos em 
carteira (ou seja, a demanda real já efetivada). O resultado dessa projeção 
informa aos setores comerciais da empresa sobre quais quantidades, período 
a período, podem ser prometidas aos clientes sem que o PMP tenha de ser 
alterado. Essa informação pode ser de grande importância quando a empresa 
deseja garantir um processo honesto de promessas de entrega, contribuindo 
substancialmente para seu desempenho em confiabilidade de entregas 
prometidas e para a melhoria/manutenção de sua imagem como fornecedor 
confiável e íntegro.
A linha programa-mestre de produção (PMP) é onde o programador-
-mestre (seja de forma manual ou automatizada) define as ordens de produção 
(ou de compra, no caso de operações que compram para revender) para que a 
demanda seja adequadamente satisfeita, período a período. Cada quantidade 
que aparece na linha do PMP representa uma quantidade definida de um 
determinado item que precisa estar pronto, disponível num certo prazo. A 
liberação das ordens de produção e compras deverá evidentemente ser feita 
com antecedência, respeitando os correspondentes lead times, ou seja, seus 
tempos de ressuprimento.
A questão sobre os itens que integram o PMP será melhordemonstrada ao 
final da seção seguinte, com a apresentação de um exemplo prático.
3 O PMP na prática 
A elaboração e implantação do PMP requer o envolvimento de todas as 
áreas que têm um contato mais direto com a manufatura, seja por fornecer 
subsídios para a tomada de decisões, seja por fazer uso das informações do 
PMP. Tal envolvimento costuma ser colocado em prática de forma periódica, 
durante a realização de reuniões para defi nição da estratégia a ser adotada 
na produção dos próximos períodos (normalmente semanas), decisões estas 
Plano-mestre de produção10
que devem ser tomadas antes do início de um novo ciclo de programação de 
curto prazo, permitindo que as programações futuras se mantenham viáveis 
(TUBINO, 2017).
Veja alguns exemplos de como ocorre a participação das diversas áreas organizacionais 
na elaboração do PMP:
  Finanças: coordena os gastos com compras, estoques, horas extras, manutenção 
das instalações e equipamentos, etc.
  Marketing: passa seu plano de vendas e a previsão da demanda para os períodos 
analisados.
  Engenharia: fornece os padrões atuais de prazos e consumos de materiais para 
execução das tarefas. 
  Produção: apresenta suas limitações de capacidade e instalações.
  Compras: informa suas necessidades referentes à logística de fornecimento externo.
  Recursos humanos: apresenta seu plano de contratação e treinamento de pes-
soal, etc.
Desse modo, a elaboração do PMP revela-se um processo interativo que, após 
elaborado, representa os anseios das diversas áreas da empresa não somente no que 
diz respeito à programação da produção da semana a ser iniciada, mas também 
quanto ao planejamento tático de médio prazo para as próximas semanas. Ou 
seja, as áreas fornecem suas informações para a elaboração do PMP e este oferece 
como retorno subsídios para que cada área possa montar seus planos individuais 
de maneira a entrarem em sintonia com o conjunto, representado pelo PMP.
Com base no PMP, cada área pode montar seu plano específico, como:
  Finanças: terá seu plano de necessidades de capital.
  Marketing: terá seu plano de vendas com datas prováveis de entregas.
  Compras: poderá negociar seus contratos com os fornecedores.
  Recursos humanos: terá seu plano de contratação e treinamento de pessoal.
  Produção: terá seu PMP liberado para programar suas atividades na próxima 
semana e planejar seus recursos nas semanas seguintes.
11Plano-mestre de produção
Um aspecto relevante no contexto da elaboração do PMP diz respeito aos 
prazos. Em termos de prazos, o PMP exerce duas funções básicas dentro da 
lógica de PCP: direcionar a programação da produção para atender os pedidos 
dos clientes a curto prazo e permitir a análise e validação da capacidade do 
sistema produtivo em atender à demanda futura. Para isso, o PCP requer in-
formações de vendas confiáveis de curto prazo (grande parte delas de pedidos 
já em carteira) para fazer a programação da produção e acionar o sistema 
produtivo, bem como informações de vendas baseadas em previsões de médio 
prazo para fazer a análise e validação da capacidade produtiva futura, ainda 
que, à medida que o tempo passa, possa ser necessário adequar o sistema 
produtivo à demanda esperada (TUBINO, 2017).
Assim, a determinação dos intervalos de tempo que compõem o planeja-
mento-mestre é uma questão bastante relevante, que está associada à velo-
cidade de fabricação dos itens incluídos no PMP e à possibilidade prática de 
alterar tal plano. Logo, a definição desses intervalos é questão fundamental 
para a montagem do PMP. Contudo, cabe ressaltar que, para a determinação 
desses intervalos, não se costuma usar os lead times reais, e sim intervalos de 
semanas, ainda que na maioria das vezes o lote dos itens seja produzido em 
períodos mais curtos. Essa convenção geral só não se aplica a processos que 
tenham lead times muito grandes (como a fabricação de navios ou grandes 
turbinas), em que geralmente são empregados intervalos maiores, como meses 
ou até trimestres. 
Essa convenção em relação aos prazos tem como principal razão o fato 
de que um sistema produtivo, para trabalhar de forma organizada, precisa de 
um período de programação “congelado” para que todos dentro do sistema 
possam, nesse período, trabalhar para atender a um plano comum. Caso esse 
plano fosse alterado a cada hora, muito provavelmente não seria possível sin-
cronizar os diferentes processos. Por isso, a solução é estabelecer planos com 
períodos semanais para produtos acabados, ainda que dentro de cada semana 
se aplique uma programação de produção com lotes menores sequenciados 
de acordo com o lead time real. Assim, é possível manter uma organização 
macrossemanal no sistema produtivo e, ao mesmo tempo, buscar otimizações 
setoriais para atender a esse plano quando programado.
Uma forma de tornar mais eficaz essa dinâmica de passagem do plane-
jamento de capacidade para o congelamento do período de curto prazo do 
PMP é melhorar o relacionamento com os clientes, desenvolvendo políticas 
de parcerias de longo prazo que garantam maior visão da demanda futura 
para planejamento da capacidade, bem como certeza na demanda atual para 
programação da parte congelada do PMP. Além disso, a implantação de técni-
Plano-mestre de produção12
cas de chão de fábrica que aumentem a flexibilidade do sistema produtivo na 
produção de pequenos lotes, incrementando a rapidez de resposta ao mercado, 
também favorece essa dinâmica do PMP.
Adotando-se certa dose de flexibilidade, é possível explorar um conceito 
de planejamento de médio prazo associado à estratégia da manufatura enxuta, 
chamado de nivelamento do plano-mestre à demanda. Em sistemas con-
vencionais, devido aos altos custos de preparação de linhas, busca-se emitir 
lotes únicos no PMP para o período congelado. Se, por exemplo, a demanda 
semanal a ser atendida por uma linha de montagem for de 2.000 unidades do 
item A, 3.000 do item B e 5.000 do item C, muito provavelmente essas serão 
as quantidades das três ordens de montagem emitidas para a semana, de forma 
que, como ilustrado na Figura 3, a linha começará montando 2.000 itens A, 
então passará para a produção de 3.000 itens B e, finalmente, já na segunda 
metade da semana, entrará com os 5.000 itens C.
Figura 3. Nivelamento do PMP à demanda.
Fonte: Tubino (2017, p. 86).
Contudo, uma programação da produção enxuta visará nivelar seu PMP 
de montagem semanal o máximo possível com a demanda do cliente, gerando 
uma sequência mista de lotes-padrão de montagens (por exemplo, 1.000 itens), 
de forma que o cliente seja atendido, na medida do possível, com os itens que 
estão saindo diretamente da linha, e não com os estoques acumulados na 
semana passada. Como pode ser visto na Figura 3, com o PMP nivelado, até 
o meio da semana todos os itens estarão disponíveis para entrega ao cliente.
Porém, a programação nivelada do PMP apresenta uma grande e óbvia 
limitação: onde tínhamos três paradas para preparação de linha, agora tere-
13Plano-mestre de produção
mos 10 preparações, uma para cada um dos dez lotes-padrão de 1.000 itens. 
Contudo, essa limitação pode ser superada com a implantação de técnicas da 
estratégia da manufatura enxuta voltadas para o aumento de flexibilidade e 
da produção em fluxo. A partir disso, pelo menos quatro relevantes ganhos 
podem ser atingidos:
  Entregas just-in-time para os clientes (tanto internos quanto externos);
  redução dos níveis de estoque;
  lotes-padrão de produção;
  potencial de uso do sistema puxado no abastecimento da linha.
Dentro da estratégia da manufatura enxuta, é importante destacar que, além 
do nivelamento dos lotes de produção à demanda no horizonte de programação 
da parte congelada, a parte variável do PMP que é responsável pela análise 
e validação da capacidade do sistema produtivo para atender à demanda fu-
tura será utilizada também para planejar os níveis de estoques no sistema de 
programação puxada. Além disso, os tempos de ciclos acabarão regulandoo 
fluxo nas linhas de montagem e células de fabricação, de forma que quando 
as demandas de fato ocorrerem (curto prazo), elas poderão ser atendidas de 
forma organizada com a programação puxada da produção.
Com o planejamento de médio prazo do sistema de produção voltado para 
a manufatura enxuta, cria-se em um ciclo virtuoso, em que, nivelando o PMP 
à demanda confirmada de curto prazo, geram-se programações de fabricação 
e montagens com lotes mais frequentes sendo solicitados, tornando-se possível 
implantar a programação puxada da produção, com atendimento (lead time) 
das ordens de forma imediata e independente (flexibilidade) do item solicitado. 
Assim, com o aumento da flexibilidade e a redução dos lead times, é possível 
nivelar o PMP à demanda de curto prazo, fechando o ciclo.
Ainda que todas essas considerações mais conceituais sobre o PMP sejam 
de extrema relevância, a demonstração da aplicação prática do conceito também 
se faz necessária, sendo fundamental para um aprendizado mais sólido. Em 
função disso, a seguir você verá um exemplo prático de elaboração do PMP, 
tomando por base o registro básico demonstrado na seção anterior do texto 
(CORRÊA; CORRÊA, 2017).
Imagine o uso do registro básico do PMP como uma ferramenta de programa-
ção do produto “lapiseira modelo P207”. Para simplificar, vamos considerar que a 
estrutura do produto é composta por apenas um primeiro nível de componentes, 
e que para a produção de uma unidade do produto, a última atividade produtiva 
é uma montagem, que exige os componentes representados na Figura 4.
Plano-mestre de produção14
Figura 4. Estrutura da lapiseira P207 em apenas um nível.
Fonte: Corrêa e Corrêa (2017, p. 428).
Vamos considerar também as seguintes premissas: a lapiseira P207 é produ-
zida exclusivamente para estoque, ou seja, não serão considerados pedidos em 
carteira; a quantidade “em mãos” disponível hoje em estoque do item é de 240 
unidades; o lead time da montagem final é de uma semana; e a montagem final é 
feita em lotes de no mínimo 400 peças, por questões de dificuldade de preparação 
da linha. Além disso, vamos assumir uma previsão de demanda uniforme de 
200 lapiseiras por período a partir de agora, ao longo dos oito períodos, e que 
não existem pedidos anteriores não atendidos. Quando essas informações são 
levadas para a matriz do PMP, temos o resultado exposto na Figura 5. 
Figura 5. Registro básico do PMP do item lapiseira P207.
Fonte: Corrêa e Corrêa (2017, p. 428).
Na coluna de Atraso, a linha de Previsão de demanda independente em 
branco indica que não há previsões passadas não consumadas. Se houvesse 
uma previsão em atraso, ela deveria ser transferida para a frente ou eliminada, 
dependendo da política da empresa. A quantidade de 240 unidades da linha 
Estoque projetado disponível da coluna Atraso não significa que essa quan-
tidade está atrasada, mas que a quantidade disponível em mãos hoje é 240 
unidades. Com base nessa informação, inicia-se então os cálculos do estoque 
disponível projetado para os períodos futuros.
15Plano-mestre de produção
No período 1, são consumidas 200 unidades das 240 unidades que se tinha 
em mãos, conforme sinalizado na linha Estoque projetado disponível, tendo 
em vista a demanda uniforme indicada na apresentação do caso, informada na 
linha Previsão de demanda independente e também na Demanda total, sendo 
estas duas linhas iguais porque não há Demanda dependente nem Pedidos 
em carteira. Com isso, temos um balanço positivo de 40 unidades, que é o 
estoque projetado para o final do período 1, conforme informado na linha de 
Estoque projetado disponível.
No período 2, o cálculo é similar: 40 unidades disponíveis ao final do 
período anterior (linha Estoque projetado disponível, coluna 1), mais um 
suprimento de 400, que é o lote mínimo de montagem final informado no 
enunciado (linha PMP, coluna 2), menos a demanda total durante o período 
2, de 200 unidades, resultando num balanço positivo, ao final do período 2, 
de 240 unidades (linha Estoque projetado disponível, coluna 2). A lógica se 
repete até o período 7, com suprimentos dados pela linha de PMP atendendo 
às necessidades dadas pela demanda prevista em meses alternados, em função 
de que o lote mínimo é o dobro da demanda de cada período.
Já no período 8, a situação muda um pouco. O período 7 se encerrou com 
um estoque projetado de 40 unidades. Isso, como das outras vezes, representa o 
disponível em mãos para o início do período seguinte (período 8). A demanda 
prevista para o período 8 é, de novo, de 200 unidades, mas esse é o último 
período da demanda. Sendo assim, se mais um lote fosse adicionado na linha do 
PMP, resultaria em uma “sobra” ao final do período, o que contraria o balanço 
perfeito buscado pelo PMP, que é manter o estoque disponível projetado em 
zero. Com isso, num primeiro momento, nenhuma unidade, está programada 
para ser recebida pronta no período 8 (como pode ser visto na linha de PMP 
zerada no período 8). Dada essa situação, o sistema corretamente projeta uma 
disponibilidade negativa de 160 unidades ao final do período 8, pois, se nada 
for feito a esse respeito e a demanda ocorrer de acordo com o previsto, este 
será o resultado.
Porém, como o objetivo do PMP é garantir o atendimento à demanda, então 
o cálculo (normalmente automatizado) identificará esse balanço negativo e 
imediatamente colocará uma ordem de produção no período 8 para corrigir 
a situação desse balanço. Essa ordem, pela lógica estrita do PMP, deveria ser 
de 160 unidades, mas, como o sistema foi parametrizado para tamanho de 
ordem mínimo de 400, a ordem será de 400 unidades. O balanço negativo de 
160 unidades será então convertido em balanço positivo de 240 (estoque de 
ciclo), conforme demonstrado na Figura 6.
Plano-mestre de produção16
Figura 6. Registro básico do PMP do item lapiseira P207 com balanço positivo recuperado.
Fonte: Corrêa e Corrêa (2017, p. 429).
Após compreender o que o Plano Mestre de Produção (PMP) faz e a sua 
eficiência em determinados produtos, segundo Slack et al. (2018), o PMP 
depende da boa gestão da informação, precisando de um software capaz de 
trabalhar com a maioria dos produtos, uma vez que se deve dar prioridade ao 
máximo ajuste, inclusive do PCP, aos produtos eleitos prioritários, estratégicos 
e buscar alinhar o leiaute da fábrica para melhor atender os inúmeros fluxos 
de materiais e produtos. O estudo dos processos e dos fluxos de trabalho deve 
ser praticado na empresa como um todo.
Buscando atender à melhoria contínua, o PMP deve ser periodicamente 
revisado, utilizando melhor a hora máquina, evitando o tempo livre e demoras 
no set-ups. É importante alinhar o Plano Mestre de Compras (PMC) com o 
PMP, aplicando os conceitos de agrupamentos de produtos, as famílias e a 
árvore de produtos, almejando a produção enxuta.
O sucesso do PMP depende do suporte da qualidade total, abarcando a 
gestão dos imprevistos, por isso o plano de investimentos e a manutenção no 
parque fabril não podem ser deixados de lado. Além disso, também é necessário 
observar os pontos nevrálgicos e silenciosos do sistema, como, por exemplo, o 
apagar de incêndio indicado nos números elevados de manutenções corretivas, 
que vão na contramão da eficiência e eficácia do PMP.
17Plano-mestre de produção
CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações: manufatura e 
serviços — uma abordagem estratégica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
LUSTOSA, L. et al. Planejamento e controle da produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 
SLACK, N. et al. Gerenciamento de operações e processos: princípios e práticas de impacto 
estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
SLACK, N.; BRANDON-JONES, A.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 8. ed. São 
Paulo: Atlas, 2018. 
TUBINO, D. F. Planejamento e controle da produção: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: 
Atlas, 2017. 
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovadono momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Plano-mestre de produção18
 
Dica do professor
O PMP pode ser definido como o plano antecipado de produção, que representa o que a empresa 
pretende produzir expresso em configurações, quantidades e datas específicas, servindo como 
ponto de partida para uma série de decisões relativas ao planejamento e ao controle da produção, 
com vistas a garantir o adequado atendimento da demanda. Contudo, para que o PMP possa 
desempenhar seus propósitos, é importante conhecer e tratar outros relevantes aspectos que 
integram o contexto, como é o caso da capacidade dos recursos (produtivos e de produção) e 
o planejamento dos materiais necessários à produção.
Veja, na Dica do Professor, informações relevantes sobre esses aspectos, que são apresentados por 
meio de dois importantes elementos do contexto: a TOC (Theory of Constraints) – Teoria das 
Restrições — e o MRP (Material Requirements Planning), que consiste no planejamento das 
necessidades de materiais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
 
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/ffa88179fbf5c9a69beb3489d4d8e2c1
Exercícios
1) O PMP é um importante elemento no contexto do PCP, executando importantes funções 
que conectam diversas funções organizacionais, colaborando de forma expressiva para que a 
produção possa desempenhar seu importante papel no atingimento dos objetivos 
estratégicos da organização. Sobre o PMP, é verdadeiro afirmar:
A) O PCP faz parte do PMP.
B) O PMP faz parte do PCP.
C) O PMP trata de planos de longo prazo.
D) O PMP é o mesmo que o plano de vendas.
E) A elaboração do plano de vendas se inicia no PMP.
2) Entre as importantes responsabilidades desempenhadas pelo PMP está a missão de 
promover a conexão entre os diferentes horizontes de tempo envolvidos no planejamento e 
no controle da produção, que incluem aspectos relativos a curto, médio e longo prazos. 
Nesse sentido, considera-se que o PMP exerce duas funções básicas em termos de prazos, 
dentro da lógica de PCP, sendo que uma delas consiste em “implementar a tática escolhida 
para o próximo período, identificando as quantidades de produtos acabados que deverão ser 
produzidas de forma a iniciar o processo de programação da produção”. A frase entre aspas 
corresponde à conexão entre dois horizontes de tempo. Quais são eles?
A) Dias e semanas.
B) Semanas e meses.
C) Curto e médio prazos.
D) Médio e longo prazos.
E) Curto e longo prazos.
3) Participando do contexto do planejamento e controle da produção, o PMP colabora para 
que os mecanismos essenciais do PCP sejam desempenhados, entre os quais a programação 
e o controle da produção. Sobre esses dois mecanismos, é verdadeiro afirmar:
Maycon Carbone
Realce
Maycon Carbone
Realce
A) O controle da produção tem como objetivo central definir quando e onde (ou por quem) cada 
tarefa será realizada.
B) A programação determina o momento em que cada uma das atividades deve ser iniciada e 
concluída.
C) O controle divide o horizonte de atividades em intervalos, como horas, dias ou semanas.
D) A programação tem como objetivo central a responsabilidade de monitorar todas as demais 
atividades.
E) A programação busca detectar possíveis desvios com relação ao plano inicial e promover sua 
correção.
4) O PMP considera diversas informações relativas aos produtos que serão fabricados, 
oriundas de diferentes fontes dentro da organização. Para que o PMP possa cumprir com 
suas atribuições, essas informações precisam ser organizadas e consolidadas, o que costuma 
ser feito por meio do que se chama de registro básico ou matriz do PMP, que apresenta um 
formato básico convencionalmente aceito, tanto em relação aos itens que a compõem 
quanto em relação à ordem em que são apresentados. As duas primeiras linhas da matriz 
costumam apresentar informações sobre a demanda em duas categorias, que são 
a independente e a dependente, sobre as quais é verdadeiro afirmar:
A) A demanda dependente é aquela diretamente relativa às condições de mercado.
B) A demanda independente é aquela que está sob o controle imediato da empresa.
C) A demanda dependente é aquela cuja quantidade demandada é totalmente imprevisível.
D) Itens de demanda independente dizem respeito apenas a produtos acabados.
E) A demanda de um item dependente está condicionada à demanda do item independente que 
ele integra.
5) Ainda no que tange ao registro básico, ou matriz do PMP, e a seu formato 
convencionalmente aceito, tanto em relação aos itens que a compõem quanto à ordem em 
que são apresentados, além das duas primeiras linhas que tratam sobre a demanda, 
costumam existir também outras cinco linhas. Uma dessas linhas é onde o programador 
mestre define as ordens de produção ou de compra para que a demanda seja 
adequadamente satisfeita, período a período. Que linha é essa?
A) Pedidos em carteira.
Maycon Carbone
Realce
Maycon Carbone
Realce
B) Demanda total.
C) Estoque projetado disponível.
D) Disponível para promessa.
E) PMP.
Maycon Carbone
Realce
Na prática
Atender à demanda, ser competitiva, gerar bons resultados. Estes são desejos de toda e qualquer 
empresa que pretenda prosperar e se manter no mercado. Mas estes não são apenas objetivos 
isolados: eles representam reflexos de diversas ações que precisam ser conduzidas de forma 
coordenada, por meio de ações como planejamento e controle das operações.
Para isso, a empresa precisa saber onde deseja chegar, traçar objetivos e metas, trabalhar para 
atingi-los e monitorar seus resultados, cenário no qual a área de produção desempenha um 
importante papel, precisando desempenhar suas atividades diárias de forma coordenada com as 
outras áreas e também com os objetivos macro da organização, tomando decisões embasadas em 
informações para determinar o que produzir e em que quantidade e tempo.
E todo esse contexto é o pano de fundo onde se desenvolve o planejamento e o controle da 
produção, com todos os seus instrumentos, entre os quais está o PMP, que desempenha 
importante papel nesse cenário. Veja, Na Prática, um exemplo.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Programa-mestre de produção
O plano-mestre de produção, também conhecido como programa-mestre de produção, e 
geralmente representado por siglas como PMP ou MPS, é uma importante fase do planejamento e 
controle de uma organização produtiva, seja ela destinada a manufatura ou serviços. O vídeo a 
seguir traz exemplos de como essa ferramenta é utilizada nesses diferentes contextos, além de 
considerações relevantes sobre quais são as fontes de informação para o PMP.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
Preenchendo tabela MPS (programa-mestre da produção)
A aplicação prática do PMP requer o preenchimento da matriz PMP, que corresponde a uma tabela 
na qual as informações necessárias para ao PMP são consolidadas. O vídeo a seguir mostra passo a 
passo o preenchimento dessa matriz, detalhando o desenvolvimento dos cálculos envolvidos. 
Confira.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
Plano-mestre para definição e nivelamento da demanda fábril
Entre os objetivos perseguidos pelo PMP está a busca pelo nivelamento entre produção e 
demanda, como forma de otimizar a utilização dos recursos e promover o adequado atendimento à 
demanda, gerando melhores resultados para a organização. O artigo a seguir traz um exemplo 
prático de aplicação do PMP com vistas a promover o atingimento de tais objetivos.
https://www.youtube.com/embed/pcs0YotFfx0https://www.youtube.com/embed/Auy9TlH_O_g
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
https://revistas.ufpr.br/relainep/article/view/65595�

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