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Plano-mestre de produção Apresentação O cenário do planejamento e controle da produção inclui o planejamento-mestre da produção, e este, por sua vez, faz uso do plano-mestre de produção (PMP). O emprego do PMP permite a análise e a validação da capacidade produtiva, viabilizando a conexão entre o planejamento estratégico de longo prazo e as atividades operacionais da produção. Além disso, é possível realizar o nivelamento do PMP à demanda, promovendo o alinhamento entre plano de vendas e o plano- mestre, o que viabiliza o melhor atendimento da demanda e a geração de melhores resultados para a organização. Por isso, é importante conhecer o conceito do PMP, como ele é elaborado, como se faz o uso de suas informações e o que são os itens e os prazos que compõem o plano. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o plano-mestre de produção (PMP), iniciando pela verificação de seu conceito, passando para compreensão de como ele é composto e terminando com a demonstração da elaboração do PMP. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir plano-mestre de produção (PMP).• Descrever a composição do PMP.• Elaborar um PMP.• Desafio A elaboração do PMP envolve diversas informações, o que inclui variáveis como previsão de demanda, pedidos confirmados, estoques e recebimentos programados. Para viabilizar o tratamento das informações e os cálculos necessários, costuma-se fazer uso de tabelas de dados com informações detalhadas, período a período, para cada um dos itens que serão planejados pelo PMP. Essas tabelas, também chamadas de registro básico ou matriz PMP, oferecem suporte informacional à tomada de decisão, sendo que a ênfase do PMP está no processo decisório sobre quais produtos serão acabados, em que quantidades e em que períodos produzir. Tendo em vista que a matriz PMP é um elemento muito presente e necessário à aplicação do PMP, é importante que você saiba como preenchê-la. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Então, com base nas informações e modelo fornecidos, você deve proceder com o preenchimento da matriz PMP, realizando os cálculos e as análises necessários para seu completo preenchimento, para que depois esse documento seja apresentado a Patrícia como demonstração. Maycon Carbone Carimbo Infográfico O PMP é um importante elemento no contexto do planejamento e controle da produção (PCP), que trata essencialmente da operacionalização dos planos de produção. A partir do emprego do PMP, é possível analisar e validar a capacidade produtiva, o que colabora para nivelar produção e demanda, viabilizando tanto o melhor atendimento da demanda quanto a geração de melhores resultados para a organização. Por isso, é importante conhecer o conceito do PMP, bem como compreender a forma como ele é elaborado e como se faz uso de suas informações. Veja, no Infográfico, o que é o PMP e do que ele é composto. Conteúdo do livro O PMP é um importante integrante do cenário do PCP, cujo emprego permite a análise e a validação da capacidade produtiva, viabilizando a conexão entre o planejamento estratégico de longo prazo e as atividades operacionais da produção. Além disso, quando nivelado à demanda, o PMP promove o alinhamento entre plano de vendas e o plano-mestre, viabilizando o melhor atendimento da demanda e gerando melhores resultados para a organização. Por isso, é importante conhecer o conceito do PMP, como ele é elaborado e como se faz uso de suas informações. No capítulo Plano-mestre de produção, da obra Planejamento e controle de produção, você vai estudar sobre esse cenário, com especial ênfase em três tópicos relevantes: definição do PMP, composição do PMP e elaboração do PMP. Boa leitura. PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO Gisele Lozada Plano-mestre de produção Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir plano-mestre de produção. Descrever a composição do plano-mestre de produção. Elaborar um plano-mestre de produção. Introdução No contexto das atividades de planejamento e controle da produção, o planejamento-mestre da produção estabelece a conexão entre o pla- nejamento estratégico de longo prazo e as atividades operacionais da produção. Assim, o emprego de um plano-mestre de produção (PMP) permite a análise e a validação da capacidade produtiva. Além disso, quando estabelecido o nivelamento do plano-mestre à demanda, ocorre a interação e passagem das informações de demanda do plano de ven- das para o plano-mestre, promovendo o alinhamento entre eles, o que viabiliza o melhor atendimento da demanda, ao mesmo tempo que gera melhores resultados para a organização. Por isso, é importante conhecer esses conceito e a forma como são elaborados. Neste capítulo, você vai estudar o plano-mestre de produção, a co- meçar pela verificação de seu conceito, passando para compreensão de como ele é composto e terminando com a demonstração da sua elaboração. 1 O que é o PMP? O PMP é um importante elemento no contexto do planejamento e con- trole da produção (PCP), que trata essencialmente da operacionalização dos planos de produção a curto e médio prazos. Nesse sentido, o PMP é responsável por desmembrar os planos produtivos estratégicos de longo prazo em planos específi cos de produtos acabados (bens ou serviços) para o médio prazo, a fi m de direcionar as etapas de programação e execução das atividades operacionais da empresa (montagem, fabricação e compras) (TUBINO, 2017). No contexto do PCP, o PMP tem por objetivo estruturar o sistema produtivo para atender da forma mais eficaz possível o plano de vendas (previsão de médio prazo e pedidos em carteira) para os períodos futuros. A elaboração do PMP se inicia com a transformação das informações desse plano de vendas em informações úteis à produção. Nesse contexto, uma das funções do PMP é traduzir a linguagem de mercado para a linguagem de produção. Podemos exemplificar resumidamente essa “tradução da linguagem do mercado” com o seguinte caso: um mesmo produto acabado pode ser tanto exportado quanto colocado no mercado interno, e, com isso, terá duas especificações diferentes (dois código no banco de dados) em função das diferentes embalagens, ou até de dife- rentes volumes. Porém, na realidade, para planejar e disparar as programações da produção, as quantidades precisarão ser consolidadas em um mesmo lote, questão que é tratada no PMP. A partir do PMP, a empresa assume compromissos de montagem dos produtos acabados e fabricação das partes manufaturadas internamente, bem como compromissos de compra dos itens e matérias-primas que são produzidos/ fornecidos por agentes externos, como fornecedores e parceiros. Como resul- tado, o PMP formaliza as decisões tomadas quanto à necessidade de produtos acabados para cada período analisado. Assim, o PMP faz a conexão entre o planejamento estratégico (plano de produção) e as atividades operacionais da produção, conforme ilustrado na Figura 1. Plano-mestre de produção2 Figura 1. Visão geral do PMP. Fonte: Tubino (2017, p. 83). A partir de um PMP inicial, verifica-se a disponibilidade de recursos para sua execução e, caso o PMP seja viável, autoriza-se o plano. Se forem encontrados problemas, o PMP é refeito, podendo inclusive chegar ao ponto de ter que retornar ao nível do plano de produção e reconsiderar as questões estratégicas. Em termos de prazos, o PMP exerce duas funções básicas dentro da lógica de PCP: Conectar o longo e o médio prazos: consiste na análise e validação da capacidade de médio prazo do sistema produtivo em atender à demanda futura, que desmembra a estratégia de produção em táticas de uso para o sistema produtivo montado. 3Plano-mestre de produção Conectar o médio e o curto prazos: consiste em implementar a tática escolhida para o próximo período, identificando as quantidades de produtos acabados que deverão serproduzidas de forma a iniciar o processo de programação da produção. Outro aspecto que cabe destacar é o fato de que o PMP e o plano de produção estratégico são coisas distintas, especialmente em função de dois aspectos: Nível de agregação dos produtos: enquanto o plano de produção estratégico trata de famílias de produtos, o PMP é voltado para a ope- racionalização da produção, tratando dos produtos de forma individual. Unidade de tempo analisada: enquanto o plano de produção emprega meses, trimestres e anos, o PMP emprega uma unidade de planejamento mais curta, normalmente semanas, ou no máximo meses, para produtos com ciclos produtivos longos. Então, em síntese, pode-se dizer que no PMP são analisados e direciona- dos os recursos (máquinas, pessoas, matérias-primas) no tempo certo a fim de produzir a quantidade necessária para suprir a demanda de determinado período. Nessa etapa, há uma definição mais precisa dos itens e quantidades de produção e estoques, com um grau de detalhamento maior que o utilizado em outras etapas, incluindo não apenas previsões de demanda, como também pedidos firmados e ordens abertas de produção e compras. O PMP é operacional, sendo parte de um contexto mais amplo e abrangente, que inclui o plano de vendas e operações, às vezes chamado de plano agregado de produção. O PMP é o plano antecipado de produção, que representa uma série de decisões de planejamento que dirigem o planejamento de necessidade de materiais (PNM, do inglês material requirements planning — MRP). Ou seja, o PMP representa o que a empresa pretende produzir expresso em confi- gurações, quantidades e datas específicas. Cabe ressaltar que o PMP não é uma previsão de vendas que representa uma declaração de demanda. O PMP leva a previsão de demanda em consideração, mas também o plano de produção e outras importantes considerações, como solicitações pendentes, disponibilidade de material, disponibilidade de capacidade, políticas e metas gerenciais, entre outras. Assim, o PMP é o resultado do processo de programação-mestre, uma representação combinada de fatores como previsões de demanda, pendências, estoque projetado disponível e quantidade disponível para promessa. Desse modo, quando elaborado, implementado e gerenciado de forma adequada, o PMP po- tencializa ganhos competitivos para a organização (CORRÊA; CORRÊA, 2017) Plano-mestre de produção4 Participando do contexto do planejamento e controle da produção, o PMP colabora para que os mecanismos essenciais do PCP sejam desempenhados, entre os quais estão a programação e o controle da produção. A programação da produção se encarrega de determinar o momento em que cada uma das atividades deve ser iniciada e concluída, gerando um cronograma completo. Isso pode ser uma tarefa complexa, em função da simultaneidade que as tarefas podem apresentar, muitas vezes disputando recursos dos mais variados tipos, com capacidades e competências distintas. Tais variáveis podem ser combinadas de diferentes formas, resultando em um cenário de inúmeras possibilidades de configuração da programação, mesmo para tarefas relativamente pequenas (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018) Abrangendo o curto prazo, a programação da produção está mais ligada à execução do que ao planejamento. Divide o horizonte de programação em intervalos, como horas, dias ou semanas, podendo chegar ao ponto de programar o exato instante (a hora e o minuto) de início e fim das atividades por recurso. Expressa também a quantidade e o momento em que cada material é necessário e, a partir dessas informações, um programa de compras pode ser montado. Desse modo, a programação da produção tem como objetivo definir quando e onde (ou por quem) cada tarefa será realizada, estipulando quando a execução de um produto ou serviço deve ser iniciado e concluído. Para tanto, busca garantir que as atividades ocorram no menor tempo possível, com reduzidos estoques em processo e baixa ociosidade de recursos, viabilizando entregas no tempo acertado e, consequentemente, mantendo a credibilidade e compe- titividade da empresa (LUSTOSA et al., 2008). Um fator importante para a programação são as ordens de compra, pois é a partir da emissão de ordens que a programação começa a tomar forma. Essas ordens podem ser de dois tipos: ordens de produção (fabricação e montagem) e ordens de compra. Nelas, estarão contidas informações como especificações dos itens a serem produzidos ou comprados, quantidade e prazo de entrega ou conclusão da produção. Com isso, os diversos setores da organização receberão as coordenadas necessárias para que operem no sentido de cumprir o PMP. O controle da produção, por sua vez, é responsável por monitorar todas as demais atividades, visando assegurar que estejam se desenvolvendo conforme planejado. Assim, pode detectar possíveis desvios com relação ao plano inicial, oportunizando intervenções e correções pontuais ou o replanejamento de cada atividade (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Ou seja, a atividade de controle da produção inclui também o monitora- mento da produção, sendo que as ações de controle podem envolver monito- 5Plano-mestre de produção ramento, controle e elaboração de planos de contingência. Isso permite que qualquer desvio identificado durante o processo produtivo possa ser corrigido rapidamente, e não meramente analisado depois que a programação se torna produção. Afinal, na ocorrência de algum desvio, é necessário replanejar ou reprogramar a operação, tomando medidas que permitam sua correção, sem que isso implique necessariamente em alterações nos planos e programas. Tais desvios muitas vezes estão relacionados à existência de gargalos na produção, conforme proposto pela Teoria das Restrições (SLACK et al., 2013). A Teoria das Restrições (Theory of Constraints — TOC) corresponde a um importante conceito do contexto do planejamento e controle de recursos, revelando e enfatizando o papel dos gargalos da operação, bem como a consciência de que os recursos não são infinitos e, por isso, implicam em limitações à produção. Em produção, um gargalo significa um ponto de estreitamento da capacidade produtiva, correspondendo à sua restrição principal, que limita a produção de todo o processo, impedindo, muitas vezes, que determinadas partes operem em sua capa- cidade total (se assim o fizessem, estariam gerando superprodução). No gargalo, em teoria, o trabalho deve ser mantido em funcionamento o tempo todo para garantir a maior produtividade possível. Assim, é possível resumir que a atividade de controle tem como objetivo essencial acompanhar a execução das tarefas, verificando se estão sendo realizadas conforme o programado, além de determinar a necessidade de eventuais intervenções ou replanejamentos. Programação da produção: estabelece o momento em que as tarefas serão realizadas na operação. Controle da produção: verifica se a execução da produção está sendo realizada conforme planejado, indicando possíveis erros ou desvios e definindo ações para sua correção. Plano-mestre de produção6 Para que o PMP possa realmente cumprir seu importante papel no contexto do PCP e assim colaborar para atividades como planejamento e controle, ele precisa ser adequadamente elaborado. E, para que seja possível elaborar um bom PMP, é importante conhecer os itens que devem ser considerados em sua composição, assunto da próxima seção. 2 Composição do PMP Como mencionado anteriormente, o PMP é responsável por desmembrar os planos produtivos estratégicos de longo prazo em planos específi cos de pro- dutos acabados (bens ou serviços) para o médio prazo. Sendo assim, o PMP deve abordar os produtos acabados que a empresa oferece ao seus clientes e que fazem parte do plano de vendas. Assim, o PMP corresponde a um plano macro, que engloba todos os produtos, para que se possa observar e tomar decisões sobre o todo (TUBINO, 2017). Além de informações relativas à demanda, a elaboraçãodo PMP também envolve outras variáveis, como estoques e recebimentos programados. Para viabilizar o tratamento das informações e informatizar o sistema de cálculo das operações referentes à elaboração do PMP, costuma-se fazer uso de tabelas de dados com informações detalhadas, período a período, por item que será planejado. Nessas tabelas, constam informações sobre demanda prevista, recebimento programado, estoques em mãos e projetados, necessidade líquida e o PMP de cada item por período futuro analisado. Para isso, o PMP utiliza um registro básico que oferece suporte informacional à tomada de decisão, enfatizando quais produtos acabados devem ser produzidos, em quais quan- tidades e em dentro de quais prazos (CORRÊA; CORRÊA, 2017). A principal função do PMP é coordenar a produção de tal modo que permita equilibrar suprimento e demanda dos produtos acabados, período a período, com um horizonte de médio prazo (geralmente de um a seis meses). Para isso, é preciso definir programas detalhados de produção de produtos acabados, de forma a suportar os planos agregados desenvolvidos na etapa de planeja- mento de vendas e operações (PVO). Isso significa ter uma visão de futuro da demanda, considerando todas as suas diferentes fontes, período a período, e entender quais recursos serão necessários para satisfazer essa demanda. Embora existam vários formatos de registro básico (também chamado de “ma- triz”) do PMP, todos são conceitualmente similares ao apresentado na Figura 2. 7Plano-mestre de produção Figura 2. Registro básico do PMP. Fonte: Corrêa e Corrêa (2017, p. 426). Cada coluna do registro básico contém todas as atividades referentes ao planejamento-mestre esperadas para acontecer num período específico. Os períodos 1, 2, 3, 4, ... N representam os períodos futuros de planejamento- -mestre e estendem-se até o final do horizonte especificado para o PMP. O número de períodos depende do horizonte e do período de planejamento escolhidos pela operação em questão. Embora cada período tecnicamente possa representar um dia, uma semana, uma quinzena ou mesmo um mês, na prática costumam corresponder a semanas e são representados por datas específicas (dia, mês, ano). Por convenção, o período corrente é o período 1, e assim permanece con- forme passa o tempo, ou seja, transcorrido certo período, todos os períodos se deslocam para a esquerda, sendo que o período 2 passa a ser o período 1, o período 3 passa a ser o período 2 e assim sucessivamente, levando consigo os dados que constam na respectiva coluna. A coluna imediatamente à esquerda do período 1 é a coluna de “Atrasos”, e refere-se a ocorrências que deveriam ter acontecido (ou esperava-se que acontecessem) em períodos passados, mas que não aconteceram. Tudo que se considerar quanto ao PMP, seja relação à demanda, seja em relação aos suprimentos, não é definido de forma totalmente livre pelo pla- nejador-mestre. Todas essas decisões subordinam-se, tanto quanto possível, às decisões previamente tomadas no nível de PVO. A natureza das atividades envolvidas com o registro básico do PMP se relacionam a suprimento ou demanda, e tal natureza é indicada pela linha do registro básico, sendo que as quatro primeiras linhas referem-se à demanda futura. Cada uma delas e também as demais são descritas a seguir. Plano-mestre de produção8 A linha previsão de demanda independente identifica a previsão de demanda esperada para este item de PMP, sendo que a demanda independente é aquela relativa às condições de mercado e que está fora do controle imediato da empresa. Tais itens são vendidos diretamente ao cliente e a quantidade final demandada dependerá do mercado. Os itens da demanda independente podem abarcar tanto produtos acabados quanto semiacabados (como peças e outros materiais para reposição utilizados em atividades de serviço pós-venda). Um item pode, obviamente, ter parte de sua demanda independente e parte dependente. Quando parte da demanda de um item é independente, ele passa a ser considerado um item de PMP. A linha demanda dependente representa aquela demanda relativamente previsível, mas que depende de alguns fatores para acontecer, já que os itens de demanda dependente são aqueles usados na produção interna de outros itens. Ou seja, identifica as quantidades do item em questão que serão vendidas no futuro como parte de algum outro produto ou que pode ser calculado como função de alguma decisão sob controle da operação ou da organização em que se insere. Com isso, seu consumo pode ser programado internamente, sendo que a quantidade programada para consumo depende das expectativas da empresa em relação ao comportamento do mercado, ou seja, previsão de demanda de um ou mais itens de demanda independente. A linha pedidos em carteira refere-se a ordens de clientes de produtos que já foram vendidos, mas ainda não foram despachados. Ou seja, um cliente colocou um pedido de compra de um item mas, por algum motivo (indispo- nibilidade imediata do material, indisponibilidade de capacidade produtiva, ou mesmo desejo do consumidor), esse item deverá ser entregue em algum momento futuro. A linha demanda total representa a combinação das três anteriores. Con- tudo, como os pedidos colocados entram contra as previsões feitas, esses registros, à medida que os pedidos vão entrando e aparecendo na linha de pedidos em carteira, vão deduzindo as quantidades correspondentes da linha de previsão de demanda independente. A linha estoque projetado disponível representa a quantidade que vai estar disponível em estoque do item de PMP em questão em determinado momento futuro. É também nesse item que a lógica do algoritmo computacional do PMP, quando automatizado, baseia suas sugestões, visando equilibrar suprimento e demanda. A menos que a empresa tenha definido manter determinado nível de estoque de segurança para um item (baseada nos níveis dimensionados de incertezas de suas previsões), o balanço perfeito buscado pelo PMP é o de manter o estoque disponível projetado em zero. Quando a empresa decide 9Plano-mestre de produção definir estoque de segurança para um item de PMP de 100 unidades, o balanço perfeito visado pelo cálculo passa a ser, então, de estoque projetado dispo- nível de 100 unidades. Contudo, na prática, o balanço perfeito dificilmente é conquistado. Uma quantidade maior que o balanço perfeito (seja ele zero ou o nível de estoque de segurança definido) sugere uma quantidade maior que a necessária de estoques, assim como uma quantidade menor de balanço perfeito sugere a “falta” de certo item. A linha disponível para promessa é usada para embasar o processo de promessa de datas e quantidades para entrega a clientes. Ela projeta aproximadamente o suprimento de produtos, deduzidos os pedidos em carteira (ou seja, a demanda real já efetivada). O resultado dessa projeção informa aos setores comerciais da empresa sobre quais quantidades, período a período, podem ser prometidas aos clientes sem que o PMP tenha de ser alterado. Essa informação pode ser de grande importância quando a empresa deseja garantir um processo honesto de promessas de entrega, contribuindo substancialmente para seu desempenho em confiabilidade de entregas prometidas e para a melhoria/manutenção de sua imagem como fornecedor confiável e íntegro. A linha programa-mestre de produção (PMP) é onde o programador- -mestre (seja de forma manual ou automatizada) define as ordens de produção (ou de compra, no caso de operações que compram para revender) para que a demanda seja adequadamente satisfeita, período a período. Cada quantidade que aparece na linha do PMP representa uma quantidade definida de um determinado item que precisa estar pronto, disponível num certo prazo. A liberação das ordens de produção e compras deverá evidentemente ser feita com antecedência, respeitando os correspondentes lead times, ou seja, seus tempos de ressuprimento. A questão sobre os itens que integram o PMP será melhordemonstrada ao final da seção seguinte, com a apresentação de um exemplo prático. 3 O PMP na prática A elaboração e implantação do PMP requer o envolvimento de todas as áreas que têm um contato mais direto com a manufatura, seja por fornecer subsídios para a tomada de decisões, seja por fazer uso das informações do PMP. Tal envolvimento costuma ser colocado em prática de forma periódica, durante a realização de reuniões para defi nição da estratégia a ser adotada na produção dos próximos períodos (normalmente semanas), decisões estas Plano-mestre de produção10 que devem ser tomadas antes do início de um novo ciclo de programação de curto prazo, permitindo que as programações futuras se mantenham viáveis (TUBINO, 2017). Veja alguns exemplos de como ocorre a participação das diversas áreas organizacionais na elaboração do PMP: Finanças: coordena os gastos com compras, estoques, horas extras, manutenção das instalações e equipamentos, etc. Marketing: passa seu plano de vendas e a previsão da demanda para os períodos analisados. Engenharia: fornece os padrões atuais de prazos e consumos de materiais para execução das tarefas. Produção: apresenta suas limitações de capacidade e instalações. Compras: informa suas necessidades referentes à logística de fornecimento externo. Recursos humanos: apresenta seu plano de contratação e treinamento de pes- soal, etc. Desse modo, a elaboração do PMP revela-se um processo interativo que, após elaborado, representa os anseios das diversas áreas da empresa não somente no que diz respeito à programação da produção da semana a ser iniciada, mas também quanto ao planejamento tático de médio prazo para as próximas semanas. Ou seja, as áreas fornecem suas informações para a elaboração do PMP e este oferece como retorno subsídios para que cada área possa montar seus planos individuais de maneira a entrarem em sintonia com o conjunto, representado pelo PMP. Com base no PMP, cada área pode montar seu plano específico, como: Finanças: terá seu plano de necessidades de capital. Marketing: terá seu plano de vendas com datas prováveis de entregas. Compras: poderá negociar seus contratos com os fornecedores. Recursos humanos: terá seu plano de contratação e treinamento de pessoal. Produção: terá seu PMP liberado para programar suas atividades na próxima semana e planejar seus recursos nas semanas seguintes. 11Plano-mestre de produção Um aspecto relevante no contexto da elaboração do PMP diz respeito aos prazos. Em termos de prazos, o PMP exerce duas funções básicas dentro da lógica de PCP: direcionar a programação da produção para atender os pedidos dos clientes a curto prazo e permitir a análise e validação da capacidade do sistema produtivo em atender à demanda futura. Para isso, o PCP requer in- formações de vendas confiáveis de curto prazo (grande parte delas de pedidos já em carteira) para fazer a programação da produção e acionar o sistema produtivo, bem como informações de vendas baseadas em previsões de médio prazo para fazer a análise e validação da capacidade produtiva futura, ainda que, à medida que o tempo passa, possa ser necessário adequar o sistema produtivo à demanda esperada (TUBINO, 2017). Assim, a determinação dos intervalos de tempo que compõem o planeja- mento-mestre é uma questão bastante relevante, que está associada à velo- cidade de fabricação dos itens incluídos no PMP e à possibilidade prática de alterar tal plano. Logo, a definição desses intervalos é questão fundamental para a montagem do PMP. Contudo, cabe ressaltar que, para a determinação desses intervalos, não se costuma usar os lead times reais, e sim intervalos de semanas, ainda que na maioria das vezes o lote dos itens seja produzido em períodos mais curtos. Essa convenção geral só não se aplica a processos que tenham lead times muito grandes (como a fabricação de navios ou grandes turbinas), em que geralmente são empregados intervalos maiores, como meses ou até trimestres. Essa convenção em relação aos prazos tem como principal razão o fato de que um sistema produtivo, para trabalhar de forma organizada, precisa de um período de programação “congelado” para que todos dentro do sistema possam, nesse período, trabalhar para atender a um plano comum. Caso esse plano fosse alterado a cada hora, muito provavelmente não seria possível sin- cronizar os diferentes processos. Por isso, a solução é estabelecer planos com períodos semanais para produtos acabados, ainda que dentro de cada semana se aplique uma programação de produção com lotes menores sequenciados de acordo com o lead time real. Assim, é possível manter uma organização macrossemanal no sistema produtivo e, ao mesmo tempo, buscar otimizações setoriais para atender a esse plano quando programado. Uma forma de tornar mais eficaz essa dinâmica de passagem do plane- jamento de capacidade para o congelamento do período de curto prazo do PMP é melhorar o relacionamento com os clientes, desenvolvendo políticas de parcerias de longo prazo que garantam maior visão da demanda futura para planejamento da capacidade, bem como certeza na demanda atual para programação da parte congelada do PMP. Além disso, a implantação de técni- Plano-mestre de produção12 cas de chão de fábrica que aumentem a flexibilidade do sistema produtivo na produção de pequenos lotes, incrementando a rapidez de resposta ao mercado, também favorece essa dinâmica do PMP. Adotando-se certa dose de flexibilidade, é possível explorar um conceito de planejamento de médio prazo associado à estratégia da manufatura enxuta, chamado de nivelamento do plano-mestre à demanda. Em sistemas con- vencionais, devido aos altos custos de preparação de linhas, busca-se emitir lotes únicos no PMP para o período congelado. Se, por exemplo, a demanda semanal a ser atendida por uma linha de montagem for de 2.000 unidades do item A, 3.000 do item B e 5.000 do item C, muito provavelmente essas serão as quantidades das três ordens de montagem emitidas para a semana, de forma que, como ilustrado na Figura 3, a linha começará montando 2.000 itens A, então passará para a produção de 3.000 itens B e, finalmente, já na segunda metade da semana, entrará com os 5.000 itens C. Figura 3. Nivelamento do PMP à demanda. Fonte: Tubino (2017, p. 86). Contudo, uma programação da produção enxuta visará nivelar seu PMP de montagem semanal o máximo possível com a demanda do cliente, gerando uma sequência mista de lotes-padrão de montagens (por exemplo, 1.000 itens), de forma que o cliente seja atendido, na medida do possível, com os itens que estão saindo diretamente da linha, e não com os estoques acumulados na semana passada. Como pode ser visto na Figura 3, com o PMP nivelado, até o meio da semana todos os itens estarão disponíveis para entrega ao cliente. Porém, a programação nivelada do PMP apresenta uma grande e óbvia limitação: onde tínhamos três paradas para preparação de linha, agora tere- 13Plano-mestre de produção mos 10 preparações, uma para cada um dos dez lotes-padrão de 1.000 itens. Contudo, essa limitação pode ser superada com a implantação de técnicas da estratégia da manufatura enxuta voltadas para o aumento de flexibilidade e da produção em fluxo. A partir disso, pelo menos quatro relevantes ganhos podem ser atingidos: Entregas just-in-time para os clientes (tanto internos quanto externos); redução dos níveis de estoque; lotes-padrão de produção; potencial de uso do sistema puxado no abastecimento da linha. Dentro da estratégia da manufatura enxuta, é importante destacar que, além do nivelamento dos lotes de produção à demanda no horizonte de programação da parte congelada, a parte variável do PMP que é responsável pela análise e validação da capacidade do sistema produtivo para atender à demanda fu- tura será utilizada também para planejar os níveis de estoques no sistema de programação puxada. Além disso, os tempos de ciclos acabarão regulandoo fluxo nas linhas de montagem e células de fabricação, de forma que quando as demandas de fato ocorrerem (curto prazo), elas poderão ser atendidas de forma organizada com a programação puxada da produção. Com o planejamento de médio prazo do sistema de produção voltado para a manufatura enxuta, cria-se em um ciclo virtuoso, em que, nivelando o PMP à demanda confirmada de curto prazo, geram-se programações de fabricação e montagens com lotes mais frequentes sendo solicitados, tornando-se possível implantar a programação puxada da produção, com atendimento (lead time) das ordens de forma imediata e independente (flexibilidade) do item solicitado. Assim, com o aumento da flexibilidade e a redução dos lead times, é possível nivelar o PMP à demanda de curto prazo, fechando o ciclo. Ainda que todas essas considerações mais conceituais sobre o PMP sejam de extrema relevância, a demonstração da aplicação prática do conceito também se faz necessária, sendo fundamental para um aprendizado mais sólido. Em função disso, a seguir você verá um exemplo prático de elaboração do PMP, tomando por base o registro básico demonstrado na seção anterior do texto (CORRÊA; CORRÊA, 2017). Imagine o uso do registro básico do PMP como uma ferramenta de programa- ção do produto “lapiseira modelo P207”. Para simplificar, vamos considerar que a estrutura do produto é composta por apenas um primeiro nível de componentes, e que para a produção de uma unidade do produto, a última atividade produtiva é uma montagem, que exige os componentes representados na Figura 4. Plano-mestre de produção14 Figura 4. Estrutura da lapiseira P207 em apenas um nível. Fonte: Corrêa e Corrêa (2017, p. 428). Vamos considerar também as seguintes premissas: a lapiseira P207 é produ- zida exclusivamente para estoque, ou seja, não serão considerados pedidos em carteira; a quantidade “em mãos” disponível hoje em estoque do item é de 240 unidades; o lead time da montagem final é de uma semana; e a montagem final é feita em lotes de no mínimo 400 peças, por questões de dificuldade de preparação da linha. Além disso, vamos assumir uma previsão de demanda uniforme de 200 lapiseiras por período a partir de agora, ao longo dos oito períodos, e que não existem pedidos anteriores não atendidos. Quando essas informações são levadas para a matriz do PMP, temos o resultado exposto na Figura 5. Figura 5. Registro básico do PMP do item lapiseira P207. Fonte: Corrêa e Corrêa (2017, p. 428). Na coluna de Atraso, a linha de Previsão de demanda independente em branco indica que não há previsões passadas não consumadas. Se houvesse uma previsão em atraso, ela deveria ser transferida para a frente ou eliminada, dependendo da política da empresa. A quantidade de 240 unidades da linha Estoque projetado disponível da coluna Atraso não significa que essa quan- tidade está atrasada, mas que a quantidade disponível em mãos hoje é 240 unidades. Com base nessa informação, inicia-se então os cálculos do estoque disponível projetado para os períodos futuros. 15Plano-mestre de produção No período 1, são consumidas 200 unidades das 240 unidades que se tinha em mãos, conforme sinalizado na linha Estoque projetado disponível, tendo em vista a demanda uniforme indicada na apresentação do caso, informada na linha Previsão de demanda independente e também na Demanda total, sendo estas duas linhas iguais porque não há Demanda dependente nem Pedidos em carteira. Com isso, temos um balanço positivo de 40 unidades, que é o estoque projetado para o final do período 1, conforme informado na linha de Estoque projetado disponível. No período 2, o cálculo é similar: 40 unidades disponíveis ao final do período anterior (linha Estoque projetado disponível, coluna 1), mais um suprimento de 400, que é o lote mínimo de montagem final informado no enunciado (linha PMP, coluna 2), menos a demanda total durante o período 2, de 200 unidades, resultando num balanço positivo, ao final do período 2, de 240 unidades (linha Estoque projetado disponível, coluna 2). A lógica se repete até o período 7, com suprimentos dados pela linha de PMP atendendo às necessidades dadas pela demanda prevista em meses alternados, em função de que o lote mínimo é o dobro da demanda de cada período. Já no período 8, a situação muda um pouco. O período 7 se encerrou com um estoque projetado de 40 unidades. Isso, como das outras vezes, representa o disponível em mãos para o início do período seguinte (período 8). A demanda prevista para o período 8 é, de novo, de 200 unidades, mas esse é o último período da demanda. Sendo assim, se mais um lote fosse adicionado na linha do PMP, resultaria em uma “sobra” ao final do período, o que contraria o balanço perfeito buscado pelo PMP, que é manter o estoque disponível projetado em zero. Com isso, num primeiro momento, nenhuma unidade, está programada para ser recebida pronta no período 8 (como pode ser visto na linha de PMP zerada no período 8). Dada essa situação, o sistema corretamente projeta uma disponibilidade negativa de 160 unidades ao final do período 8, pois, se nada for feito a esse respeito e a demanda ocorrer de acordo com o previsto, este será o resultado. Porém, como o objetivo do PMP é garantir o atendimento à demanda, então o cálculo (normalmente automatizado) identificará esse balanço negativo e imediatamente colocará uma ordem de produção no período 8 para corrigir a situação desse balanço. Essa ordem, pela lógica estrita do PMP, deveria ser de 160 unidades, mas, como o sistema foi parametrizado para tamanho de ordem mínimo de 400, a ordem será de 400 unidades. O balanço negativo de 160 unidades será então convertido em balanço positivo de 240 (estoque de ciclo), conforme demonstrado na Figura 6. Plano-mestre de produção16 Figura 6. Registro básico do PMP do item lapiseira P207 com balanço positivo recuperado. Fonte: Corrêa e Corrêa (2017, p. 429). Após compreender o que o Plano Mestre de Produção (PMP) faz e a sua eficiência em determinados produtos, segundo Slack et al. (2018), o PMP depende da boa gestão da informação, precisando de um software capaz de trabalhar com a maioria dos produtos, uma vez que se deve dar prioridade ao máximo ajuste, inclusive do PCP, aos produtos eleitos prioritários, estratégicos e buscar alinhar o leiaute da fábrica para melhor atender os inúmeros fluxos de materiais e produtos. O estudo dos processos e dos fluxos de trabalho deve ser praticado na empresa como um todo. Buscando atender à melhoria contínua, o PMP deve ser periodicamente revisado, utilizando melhor a hora máquina, evitando o tempo livre e demoras no set-ups. É importante alinhar o Plano Mestre de Compras (PMC) com o PMP, aplicando os conceitos de agrupamentos de produtos, as famílias e a árvore de produtos, almejando a produção enxuta. O sucesso do PMP depende do suporte da qualidade total, abarcando a gestão dos imprevistos, por isso o plano de investimentos e a manutenção no parque fabril não podem ser deixados de lado. Além disso, também é necessário observar os pontos nevrálgicos e silenciosos do sistema, como, por exemplo, o apagar de incêndio indicado nos números elevados de manutenções corretivas, que vão na contramão da eficiência e eficácia do PMP. 17Plano-mestre de produção CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços — uma abordagem estratégica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. LUSTOSA, L. et al. Planejamento e controle da produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. SLACK, N. et al. Gerenciamento de operações e processos: princípios e práticas de impacto estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. SLACK, N.; BRANDON-JONES, A.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2018. TUBINO, D. F. Planejamento e controle da produção: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2017. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovadono momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Plano-mestre de produção18 Dica do professor O PMP pode ser definido como o plano antecipado de produção, que representa o que a empresa pretende produzir expresso em configurações, quantidades e datas específicas, servindo como ponto de partida para uma série de decisões relativas ao planejamento e ao controle da produção, com vistas a garantir o adequado atendimento da demanda. Contudo, para que o PMP possa desempenhar seus propósitos, é importante conhecer e tratar outros relevantes aspectos que integram o contexto, como é o caso da capacidade dos recursos (produtivos e de produção) e o planejamento dos materiais necessários à produção. Veja, na Dica do Professor, informações relevantes sobre esses aspectos, que são apresentados por meio de dois importantes elementos do contexto: a TOC (Theory of Constraints) – Teoria das Restrições — e o MRP (Material Requirements Planning), que consiste no planejamento das necessidades de materiais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/ffa88179fbf5c9a69beb3489d4d8e2c1 Exercícios 1) O PMP é um importante elemento no contexto do PCP, executando importantes funções que conectam diversas funções organizacionais, colaborando de forma expressiva para que a produção possa desempenhar seu importante papel no atingimento dos objetivos estratégicos da organização. Sobre o PMP, é verdadeiro afirmar: A) O PCP faz parte do PMP. B) O PMP faz parte do PCP. C) O PMP trata de planos de longo prazo. D) O PMP é o mesmo que o plano de vendas. E) A elaboração do plano de vendas se inicia no PMP. 2) Entre as importantes responsabilidades desempenhadas pelo PMP está a missão de promover a conexão entre os diferentes horizontes de tempo envolvidos no planejamento e no controle da produção, que incluem aspectos relativos a curto, médio e longo prazos. Nesse sentido, considera-se que o PMP exerce duas funções básicas em termos de prazos, dentro da lógica de PCP, sendo que uma delas consiste em “implementar a tática escolhida para o próximo período, identificando as quantidades de produtos acabados que deverão ser produzidas de forma a iniciar o processo de programação da produção”. A frase entre aspas corresponde à conexão entre dois horizontes de tempo. Quais são eles? A) Dias e semanas. B) Semanas e meses. C) Curto e médio prazos. D) Médio e longo prazos. E) Curto e longo prazos. 3) Participando do contexto do planejamento e controle da produção, o PMP colabora para que os mecanismos essenciais do PCP sejam desempenhados, entre os quais a programação e o controle da produção. Sobre esses dois mecanismos, é verdadeiro afirmar: Maycon Carbone Realce Maycon Carbone Realce A) O controle da produção tem como objetivo central definir quando e onde (ou por quem) cada tarefa será realizada. B) A programação determina o momento em que cada uma das atividades deve ser iniciada e concluída. C) O controle divide o horizonte de atividades em intervalos, como horas, dias ou semanas. D) A programação tem como objetivo central a responsabilidade de monitorar todas as demais atividades. E) A programação busca detectar possíveis desvios com relação ao plano inicial e promover sua correção. 4) O PMP considera diversas informações relativas aos produtos que serão fabricados, oriundas de diferentes fontes dentro da organização. Para que o PMP possa cumprir com suas atribuições, essas informações precisam ser organizadas e consolidadas, o que costuma ser feito por meio do que se chama de registro básico ou matriz do PMP, que apresenta um formato básico convencionalmente aceito, tanto em relação aos itens que a compõem quanto em relação à ordem em que são apresentados. As duas primeiras linhas da matriz costumam apresentar informações sobre a demanda em duas categorias, que são a independente e a dependente, sobre as quais é verdadeiro afirmar: A) A demanda dependente é aquela diretamente relativa às condições de mercado. B) A demanda independente é aquela que está sob o controle imediato da empresa. C) A demanda dependente é aquela cuja quantidade demandada é totalmente imprevisível. D) Itens de demanda independente dizem respeito apenas a produtos acabados. E) A demanda de um item dependente está condicionada à demanda do item independente que ele integra. 5) Ainda no que tange ao registro básico, ou matriz do PMP, e a seu formato convencionalmente aceito, tanto em relação aos itens que a compõem quanto à ordem em que são apresentados, além das duas primeiras linhas que tratam sobre a demanda, costumam existir também outras cinco linhas. Uma dessas linhas é onde o programador mestre define as ordens de produção ou de compra para que a demanda seja adequadamente satisfeita, período a período. Que linha é essa? A) Pedidos em carteira. Maycon Carbone Realce Maycon Carbone Realce B) Demanda total. C) Estoque projetado disponível. D) Disponível para promessa. E) PMP. Maycon Carbone Realce Na prática Atender à demanda, ser competitiva, gerar bons resultados. Estes são desejos de toda e qualquer empresa que pretenda prosperar e se manter no mercado. Mas estes não são apenas objetivos isolados: eles representam reflexos de diversas ações que precisam ser conduzidas de forma coordenada, por meio de ações como planejamento e controle das operações. Para isso, a empresa precisa saber onde deseja chegar, traçar objetivos e metas, trabalhar para atingi-los e monitorar seus resultados, cenário no qual a área de produção desempenha um importante papel, precisando desempenhar suas atividades diárias de forma coordenada com as outras áreas e também com os objetivos macro da organização, tomando decisões embasadas em informações para determinar o que produzir e em que quantidade e tempo. E todo esse contexto é o pano de fundo onde se desenvolve o planejamento e o controle da produção, com todos os seus instrumentos, entre os quais está o PMP, que desempenha importante papel nesse cenário. Veja, Na Prática, um exemplo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Programa-mestre de produção O plano-mestre de produção, também conhecido como programa-mestre de produção, e geralmente representado por siglas como PMP ou MPS, é uma importante fase do planejamento e controle de uma organização produtiva, seja ela destinada a manufatura ou serviços. O vídeo a seguir traz exemplos de como essa ferramenta é utilizada nesses diferentes contextos, além de considerações relevantes sobre quais são as fontes de informação para o PMP. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. Preenchendo tabela MPS (programa-mestre da produção) A aplicação prática do PMP requer o preenchimento da matriz PMP, que corresponde a uma tabela na qual as informações necessárias para ao PMP são consolidadas. O vídeo a seguir mostra passo a passo o preenchimento dessa matriz, detalhando o desenvolvimento dos cálculos envolvidos. Confira. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. Plano-mestre para definição e nivelamento da demanda fábril Entre os objetivos perseguidos pelo PMP está a busca pelo nivelamento entre produção e demanda, como forma de otimizar a utilização dos recursos e promover o adequado atendimento à demanda, gerando melhores resultados para a organização. O artigo a seguir traz um exemplo prático de aplicação do PMP com vistas a promover o atingimento de tais objetivos. https://www.youtube.com/embed/pcs0YotFfx0https://www.youtube.com/embed/Auy9TlH_O_g Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. https://revistas.ufpr.br/relainep/article/view/65595�
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