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21/09/2022 21:25 A observação do cotidiano escolar
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7235118/temas/1/conteudos/1 1/27
A observação do cotidiano escolar
Descrição
Guia de observação da escola para os alunos de formação de professores em Estágio Supervisionado, com sinalização de cuidados e dinâmicas de
seu estágio.
Propósito
Aproximar o aluno da dinâmica teoria-prática, por meio de uma observação ideal comparativa e diretiva de sua vivência da observação escolar.
Objetivos
Módulo 1
A escola no mundo
Reconhecer os processos de inserção no cotidiano escolar.
Módulo 2
Observando a escola
Identificar os principais processos de observação do aluno no cotidiano escolar.
Você está prestes a iniciar uma das atividades mais importantes na sua formação profissional: a realização de um estágio supervisionado. O
estágio supervisionado é a oportunidade que você terá de entrar em contato com o ambiente escolar a partir de um novo olhar, não mais
como um aluno, mas como um futuro professor. A realização desse processo é indicada na segunda metade de seu curso e deve ser um
importante exercício de mediação entre teoria e prática.
A tônica das atividades de estágio supervisionado é fazer com que você, futuro professor, desenvolva um olhar antropológico sobre o
ambiente escolar, considerando-o um laboratório para a sua futura prática docente. A escola é, sobretudo, um espaço de formação não só
dos alunos que a frequentam, mas também dos professores que nela atuam.
A escola é um espaço educativo em seu sentido mais amplo, e nela estão presentes elementos tanto da educação formal quanto da
Introdução
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Caso concreto: chegando na escola
Assista agora a um vídeo que apresenta uma narrativa ilustrada sobre uma situação problema em uma escola.
1 - A escola no mundo
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os processos de inserção no cotidiano escolar.
Espaço escolar
Seja bem-vindo ao ambiente escolar! Esse espaço é privilegiado para o desenvolvimento da educação, mas precisamos falar um pouco sobre ele.
informal. Na escola, são ensinados tanto os conteúdos relativos à formação intelectual do aluno quanto os códigos de comportamento e
convívio social aos quais os alunos recorrerão para guiar sua interação nas diversas relações sociais.
A escola é um espaço vivo, cheio de relações que se estendem do campo administrativo, ao pessoal, passando pelo pedagógico. Ao observá-
lo, o estagiário deve estar atento a todas essas relações. Vamos caminhar pela escola, perceber o ambiente e ajudá-los a direcionar seu
olhar.

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A cultura escolar que se estabelece em cada escola é diferenciada. Nesse sentido, cada escola observada é um universo próprio, com demandas,
metas, componentes e estratégias diferenciadas, que só podem ser plenamente compreendidas por aqueles que estão atentos às peculiaridades
daquela cultura escolar.
Todos temos, em nossas mentes, uma escola modelo – aquela que imaginamos e almejamos para nossa sociedade e
mesmo aquela que as instâncias governamentais pretendem implantar. No entanto, esse ideal é um modelo que não
corresponde à realidade. Qualquer escola, mesmo aquela que mais se aproxima de uma concepção modelar, possui falhas
que precisam ser sanadas.
O estagiário que adentra um espaço escolar, portanto, precisa saber contrapor, em suas observações, aquilo que seria modelar e aquilo que se
realiza na prática cotidiana escolar. Isso inclui diagnosticar as possíveis falhas, ao mesmo tempo em que busca compreender o processo que leva
ao seu desenvolvimento e às estratégias que os membros da comunidade escolar empregam para solucionar tais falhas.
Aproveite os conteúdos e as reflexões que oferecemos aqui para se tornar um investigador da prática educativa na escola em que você escolheu
para estagiar. Use cada momento no ambiente escolar para observar os erros e os acertos daqueles que estão cotidianamente imersos no processo
de ensino e aprendizagem, desde a direção da escola até os alunos, passando pela equipe de professores e de profissionais da educação.
Aproveite para aprender, porque você deixará de ser um observador em breve e se tornará um protagonista de todo esse processo!
Observação escolar como estratégia para a formação dos futuros
professores
O estabelecimento da prática de estágio como instrumento obrigatório para a formação dos futuros docentes está prevista na legislação
educacional brasileira. Para tanto, a Lei Federal nº 5.692/71 provocou a definição de uma legislação específica para o estágio profissional
supervisionado, e a Lei Federal nº 6.497/77 regulamentou os estágios profissionais supervisionados na educação superior, no ensino de segundo
grau (técnico) e no ensino supletivo profissionalizante, estabelecida no Decreto Federal nº 87.497/82.
Os esforços de regulamentação da prática de estágio remetem-se à promulgação das Leis Orgânicas do Ensino Profissional, publicadas entre 1942
e 1946, que foram traçadas em acordo com as normas estabelecidas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Comentário
A base filosófico-educativa que fundamentou o instrumento pedagógico da prática de estágio supervisionado previa o entendimento da relação
prático-teórica e a devida preparação do futuro profissional para o mercado de trabalho. Tais objetivos continuam presentes na recente resolução,
de 2019, que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior de Professores para a Educação Básica.
A leitura das Diretrizes nos permite identificar o papel central que o estágio supervisionado alcança na formação do futuro docente e também as
competências que, espera-se, sejam desenvolvidas pelos alunos durante os seus cursos de Licenciatura.
Em consonância com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), os centros universitários devem oferecer aos licenciandos uma formação sólida que lhes
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permita, entre outras competências, associar teorias e práticas pedagógicas.
É extremamente necessário, para isso, o desenvolvimento de disciplinas de estágios que enfoquem o planejamento, a
regência e a avaliação de aula, sob a mentoria de professores ou coordenadores experientes da escola campo do estágio,
de acordo com o Projeto Pedagógico do Curso (PPC). (Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019)
A resolução deixa claro que a observação do ambiente escolar é o ponto crucial na formação do licenciando. É no espaço escolar, portanto, que ele
terá oportunidade de contrapor a teoria e a prática, experimentando a forma como esses dois campos se articulam no espaço escolar. Dessa forma,
será possível estreitar o diálogo entre o saber produzido na universidade e aquele que emana do espaço da educação básica, elaborado, por vezes,
de forma instintiva pelos docentes que atuam no cotidiano da sala de aula.
A seguir, refletiremos sobre a importância da observação como forma de aprendizagem.
Lugar da observação na aprendizagem acerca do ambiente escolar
Nós aprendemos por meio da observação desde que nascemos. O olhar é o primeiro instrumento que temos para perceber o mundo que nos cerca e
nos conectarmos com ele. É muito comum, para quem lida com crianças, observar que elas aprendem a falar e a se comportar inspirando-se nas
observações que fazem dos adultos que as cercam.
Mesmo quando crescemos, continuamos a aprender por meio do olhar. Um exemplo disso é que, quando somos expostos a um ambiente com o
qual não temos intimidade e cujos códigos de comportamento adequados não dominamos, a nossa primeira reação é observar aqueles que ali
estão para balizarmos a forma como nos comportaremos.
O mesmoacontece ao entrar no ambiente escolar como um estagiário. Nesse caso, o principal instrumento de que você dispõe para tornar a sua
aprendizagem produtiva é a observação. Madalena Weffort, em seu livro Metodologia e Prática de Ensino (1992), chama atenção para o fato de que
esse olhar deve ser “sensível e pensante”:
Olhar que envolve atenção e presença. Atenção que segundo Simone Weil é a mais alta forma de generosidade. Atenção
que envolve sintonia consigo mesmo, com o grupo. Concentração do olhar inclui escrita de silêncios e ruídos na
comunicação.
(WEFFORT, 1992, p. 1)
O olhar do licenciando, portanto, deve ser proativo. Mas o que é um olhar proativo?
Olhar proativo
O olhar proativo é aquele que utiliza a capacidade de observação de forma reflexiva a ponto de, a partir dos elementos que foram observados,
elaborar seu próprio conhecimento sobre a realidade e, consequentemente, sobre a prática educativa.
Atenção
Para que o olhar seja realmente proativo, é preciso que o observador esteja livre dos estereótipos que o acompanham. Estereótipos ligados a
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distinções socioeconômicas, étnicas e de gênero, por exemplo, podem comprometer o olhar do observador. Na verdade, livrar-se de estereótipos é
uma tarefa bastante difícil para o observador.
Há estereótipos que foram cultivados pelo indivíduo em virtude do próprio ambiente cultural em que ele se encontra inserido. Contudo, ao se
predispor a ser um professor, o licenciando também abraçou a ideia de se abrir para um entendimento diferenciado e mais amplo da sociedade.
Desse modo, as suas predisposições para o entendimento da realidade que o cerca serão inevitavelmente questionadas.
Estar aberto para entender o ponto de vista, as convicções e a compreensão da realidade do outro é uma habilidade vital para um futuro professor.
É muito comum, nas observações da prática de estágio, que o licenciando seja confrontado com uma realidade socioeconômica com a qual, por
vezes, não se encontra habituado. A partir desse contato, pode surgir uma forte sensação de estranhamento.
O sistema educacional brasileiro, dada a sua diversidade cultural e espacial, oferece ao licenciando o contato com realidades bastante
diferenciadas. As escolas rurais, as escolas urbanas, as escolas públicas, as escolas particulares etc. representam culturas escolares distintas que,
além dessas tipologias gerais, subdividem-se em categorias ainda mais específicas.
Outra característica que o licenciando deve desenvolver ao entrar no ambiente escolar é saber ouvir.
Escuta
O estagiário, ao frequentar o espaço escolar, estará cercado por inúmeras vozes – alunos, professores, equipe diretiva, funcionários e responsáveis.
Essas vozes são vitais para o bom andamento do processo educativo e, no cotidiano escolar, expressam suas angústias, alegrias, esperanças e
decepções com o ambiente que as cerca.
Saber ouvir um desabafo ocasional, intencional ou não, de qualquer um desses personagens, de forma ética e responsável, é um elemento
importante na jornada do estágio. Além disso, é primordial que o licenciando saiba ouvir as críticas que porventura a ele sejam dirigidas.
Re�exão
É comum termos certa resistência a receber críticas por considerarmos que elas estão imbuídas somente de um valor negativo. No entanto,
precisamos entender o valor positivo de uma crítica recebida. Uma crítica pode expressar uma observação que alguém fez sobre nós ou as nossas
atitudes a partir de uma perspectiva que desconhecemos.
É sempre válido refletirmos sobre a forma como agimos, já que esse tipo de reflexão pode nos ajudar a conhecer mais sobre nós mesmos. Melhor
ainda é quando a crítica vem acompanhada de um conselho e de uma orientação sobre como acertar naquilo que supostamente erramos.
O estágio, por ser uma situação essencialmente pedagógica, oferece ao licenciando a oportunidade de aprender, de receber conselhos e dicas de
quem já está imerso na vida escolar há tempos e possui a experiência necessária para ajudar na formação do futuro docente.
Com a sensibilidade que a experiência de observação invoca, Madalena Weffort alerta:
Observar uma situação pedagógica não é vigiá-la, mas sim fazer vigília por ela, isto é, estar e permanecer acordado por
ela, na cumplicidade da construção do projeto, na cumplicidade pedagógica.
(WEFFORT, 1992, p. 4)
Perspectiva analítica – etnogra�a
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O estagiário que adentra o ambiente escolar deve estar preparado para fazê-lo a partir de uma perspectiva analítica e movido pela curiosidade de
desvendar o complexo processo de ensino e aprendizagem que permeia a cultura escolar. O estágio supervisionado permitirá ao futuro docente
despir-se do seu papel de aluno e iniciar a sua preparação para o desenvolvimento da sua própria prática docente. Para tanto, é preciso que o
estagiário apure seu senso de observação e seu potencial de registro do que foi observado.
A etnografia é a base metodológica sobre a qual se dá a observação das práticas educativas. Nascida na Antropologia, a etnografia foi aplicada no
campo da educação por George e Louise Spindler (1990), fundadores da antropologia escolar. Os autores identificaram, no método etnográfico, o
instrumento eficaz para a observação da instituição escolar como um meio privilegiado de transmissão da cultura, e insistiram na observação
atenta e na descrição detalhada do que foi observado.
De acordo com Graciela López, o método etnográfico:
[...] supõe uma ampla combinação de técnicas e recursos metodológicos; que dá uma maior ênfase nas estratégias
interativas, observação participante, nas entrevistas formais e informais, no uso da variada tecnologia.
(LÓPEZ, 1999, p. 45)
Ao iniciar o estágio, você deve estar preparado para registrar tudo aquilo que for observado. O detalhamento dos registros ajudará bastante na
elaboração do relatório final de estágio e no preenchimento da documentação exigida.
Observação, escuta e registro são os passos a serem seguidos nesse primeiro momento em que você, futuro professor,
retornará ao espaço escolar para iniciar a sua formação docente. Nesse momento, a pergunta que se levanta é: o que
observar?
Vamos responder a essa pergunta no próximo módulo!
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Por que um estagiário precisa ir à escola? Num mundo tão cheio de “virtualizações”, profissões inimagináveis passam a ser “automatizadas” ou
“virtualizadas”. Entre os motivos pelos quais o aluno não pode, em nenhuma hipótese, fazer estágios de forma remota na formação de
professores, temos:
I. A legislação retrógrada, que ainda não consegue perceber os meios digitais.
II. O entendimento da especificidade do complexo escolar, marcando a aprendizagem do futuro docente na compreensão das variações de
situações em que o repertório teórico tem de ser utilizado e discutido.
III. Ajudar a treinar os adolescentes para serem melhores e, por isso, precisamos aumentar o contingente de profissionais na escola.
Estão corretas as afirmativas:
Parabéns! A alternativa B está correta.
A Apenas a I.
B Apenas a II.
C Apenas a III.
D Apenas I e II.
E Apenas II e III.
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Questão 2
“O ambiente escolar é marcado por sentimentos e está mergulhado de sociedade”. A frase de efeito tenta indicar o que o aluno vivencia quandoexperimenta o campo de observação. Nesse sentido, são marcas do cotidiano do estagiário:
I. Ao frequentar o espaço escolar, o estagiário está cercado por inúmeras vozes – as vozes dos alunos, dos professores, da equipe diretiva, dos
funcionários e dos responsáveis.
II. As diversas vozes da escola são vitais para o bom andamento do processo educativo e, no cotidiano escolar, expressam suas angústias,
alegrias, esperanças e decepções com o ambiente que as cerca.
III. Saber ouvir um desabafo ocasional, intencional ou não, de qualquer um desses personagens deve servir para que o estagiário perceba as
fragilidades da escola e as informe no relatório, mostrando que está atento aos profissionais e grupos mais frágeis.
IV. É primordial que o licenciando se posicione como profissional e não aceite críticas ao seu trabalho, uma vez que ele está aprendendo, e não
cabe ao professor orientador cobrá-lo.
Estão corretas as afirmativas:
Parabéns! A alternativa A está correta.
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A I e II apenas.
B I e III apenas.
C I e IV apenas.
D II e III apenas.
E III e IV apenas.
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2 - Observando a escola
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os principais processos de observação do aluno no cotidiano escolar.
Estudo de caso: o que eu faço na escola?
Assista agora a um vídeo que aborda o estágio supervisionado em seu aspecto de atividade de pesquisa.
Agora que você já entendeu a chegada e sua importância, notando a mediação entre teoria e prática, chegou a hora de testar os olhos. Vamos guiar
você pelo exercício da observação e organização de sua observação.
Lembre-se de que você não é fiscal, não é um crítico e não está ali para apontar como as pessoas fazem errado. Lembre-se também de que você
não é mais aluno, não está ali com a função de aprender o conteúdo, mas de pesquisar, cruzar dados e mediar aspectos do cotidiano.
Vamos lá?
O que observar?
O MEC lançou um documento, em 2004, intitulado Indicadores da Qualidade na Educação, que consiste em uma espécie de caderno a ser preenchido
com a participação de todos os membros da comunidade escolar. De acordo com o MEC, há algumas dimensões que marcam a qualidade da
educação e que devem servir como base para que as escolas brasileiras, em suas diversas modalidades, fundamentem a sua organização.
As sete dimensões de qualidade são: o ambiente educativo, a prática pedagógica, a avaliação, a gestão escolar democrática, a formação e as
condições de trabalhos dos profissionais da escola, o ambiente físico escolar e o acesso, permanência e sucesso na escola.
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Apesar de estabelecer os indicadores, o MEC esclarece, no documento Indicadores da Qualidade na Educação (2004), que a qualidade da escola
deve ser avaliada pela própria comunidade escolar.
Não existe um padrão ou uma receita única para uma escola de qualidade. Qualidade é um conceito dinâmico,
reconstruído constantemente. Cada escola tem autonomia para re�etir, propor e agir na busca da qualidade da
educação.
(BRASIL, 2004, p. 5)
Cada escola deve, portanto, em um esforço autoavaliativo, realizar um constante diagnóstico acerca das suas ações e caminhar para a resolução
das suas lacunas a partir de um esforço coletivo. Essa ação é reforçada pelo mesmo documento:
Os Indicadores da Qualidade na Educação foram criados para ajudar a comunidade escolar na avaliação e na melhoria da
qualidade da escola. Este é seu objeto principal. Compreendendo seus pontos fortes e fracos, a escola tem condições de
intervir para melhorar sua qualidade de acordo com os seus próprios critérios e propriedades.
(BRASIL, 2004, p. 5)
Os sete indicadores mencionados são aqueles que tanto a escola usa para se autoavaliar quanto o MEC utiliza como parâmetro para a sua
observação. Desse modo, será a partir deles que estabeleceremos, aqui, os pontos de observação que devem guiar o olhar e a escuta do licenciando
nesse primeiro momento de visita ao ambiente escolar.
Sabemos que o ambiente escolar é um palco de observação amplo e rico. No entanto, para que a observação ocorra de forma a gerar conhecimento
ao licenciando, é preciso direcioná-la. Sendo assim, é preciso definir os focos de observação.
A seguir, vamos examinar alguns elementos vitais à observação, como aspectos físicos, humanos e materiais da escola. Não perca o olhar sobre
essas questões!
Aspectos da escola – físico, humano e material
De acordo com os Indicadores da Qualidade na Educação: “A escola é um espaço de ensino, aprendizagem e vivência de valores. Nela, os indivíduos
se socializam, brincam e experimentam a convivência com a diversidade humana” (BRASIL, 2004, p. 19).
A escola não pode ser entendida somente a partir da sua estrutura física, uma vez que ela é um organismo vivo, cujos integrantes se complementam
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e dependem um do outro para alcançar sucesso em seus objetivos. Esse é o entendimento que o licenciando deve ter ao observar o espaço escolar,
atentando tanto para os aspectos físicos que compõem o prédio escolar, mas também para a forma como as relações humanas se desenrolam
nele.
O aspecto físico do ambiente escolar é fundamental para o pleno desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. O prédio escolar deve
ser fisicamente acolhedor e espacialmente adequado para viabilizar a execução das atividades pedagógicas.
Os Indicadores definem o espaço físico escolar ideal da seguinte forma:
Ambientes físicos escolares de qualidade são espaços educativos organizados, limpos, arejados, agradáveis, cuidados,
com �ores e árvores, móveis, equipamentos e materiais didáticos adequados à realidade da escola, com recursos que
permitam a prestação de serviços de qualidade aos alunos, aos pais e à comunidade, além de boas condições de
trabalho aos professores, diretores e funcionários em geral.
(BRASIL, 2004, p. 41)
Esses são, portanto, os pontos que o licenciando deverá observar acerca das condições físicas do espaço escolar. Um primeiro ponto a se observar
é a própria arquitetura do prédio que abriga a escola.
Arquitetura e seu contexto histórico
O Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, foi fundado em 1837.
A arquitetura é, assim como outros elementos presentes na sociedade, um produto cultural, e diz muito sobre como a sociedade entende a
ocupação do espaço físico. Os prédios escolares, portanto, têm uma história, fazem parte da memória coletiva e trazem consigo o simbolismo
próprio dos valores de uma época.
De acordo com o período histórico em que foram construídos, foram utilizadas tendências arquitetônicas diferenciadas. Os primeiros prédios
escolares no Brasil começaram a ser construídos no final do século XIX como resultado do projeto republicano de difundir o ensino formal para a
população brasileira. Tais esforços tiveram início com a construção das “escolas do imperador”. D. Pedro II mandou construir, com o dinheiro que
fora arrecadado para erigir uma estátua equestre em sua homenagem, prédios escolares no Rio de Janeiro – a capital do Brasil à época. Até então,
as escolas públicas funcionavam em prédios alugados.
A partir da parceria do imperador com a Câmara Municipal do Rio de Janeiro e com capitais particulares, as “escolas do imperador” foram
construídas. A primeira a ser construída foi a Escola da Freguesia de Sant'Anna – Escola São Sebastião. Alguns desses prédios construídos em
estilo neoclássico ainda estão presentes na paisagem urbana do Rio de Janeiro.
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O Colégio Estadual Amaro Cavalcanti foi construído entre 1874 e 1875.
Esses edifícios, construídos em importantes localidades da cidade, com proporções avantajadas, dentro de tendências
estéticas da época e com utilização de materiais nobres, ganhavam destaque em meio à paisagem urbana. Essa
monumentalidade e a propaganda que envolviam o lançamento da pedra fundamental e da inauguração desses prédios,
que contavam com a presença do próprio Imperador, re�etem o personalismo de D. Pedro II, sutil e encoberto sob a
imagem do governante protetor de uma grande causa, a “educação”, ainda que amasse sinceramente as artes e as
ciências. Era o “Imperador Mestre-Escola”.
(RIO DE JANEIRO, 2004)
O fim do Império e a ascensão do governo republicano tornou ainda mais necessária a difusão da escolarização para a sociedade brasileira. A ideia
que guiou alguns governos locais foi erigir prédios que tivessem a estrutura básica para abrigar professores e estudantes. Até aquele momento, as
escolas funcionavam, por vezes, nas casas ou em espaços mantidos pelos próprios professores e que, portanto, tinham um acesso restrito e
dificilmente contavam com o conforto básico para aqueles que os frequentavam.
Segundo Célia Dórea, que estudou as transformações dos prédios escolares, relacionando-as às mudanças na história política brasileira, o regime
republicano investiu na difusão de um ideal de cidadania. Esse ideal passava, sobretudo, pelo fomento do sistema educacional e,
consequentemente, pela construção de prédios escolares no território nacional.
Então, se a República era o lugar do homem novo, tornava-se necessário repensar esse ambiente, organizando-o,
higienizando-o, ou seja, ordenando o espaço físico da cidade e, por consequência, o espaço físico da escola. Os edifícios
escolares surgem, nesse momento, com uma �nalidade especí�ca – o lugar onde se processa a formação do cidadão –, e
o “modelo” grupo escolar institui-se, a partir de então, como representativo de uma época.
(DÓREA, 2013, p. 169)
Um dos principais educadores brasileiros, Anísio Teixeira, foi responsável por incluir, em seu projeto de reforma educacional, a construção de
prédios escolares planejados e adequados às necessidades do processo de ensino e aprendizagem. Em um texto publicado em um jornal, o
educador afirmou: “Pelos prédios e instalações escolares, e não pelas leis e regulamentos, é que se pode conhecer o verdadeiro programa de ensino
de uma localidade.” E ainda: “Prédios e instalações é que fixam os limites e marcam as diretrizes de um sistema escolar” (TEIXEIRA, 1934, p. 5-6).
Os prédios escolares e a sua localização, portanto, têm uma história e um papel na difusão de uma política educacional. Ao adentrar ao espaço
escolar, o licenciando deve procurar inteirar-se sobre os aspectos históricos dessa escola. Refletir sobre isso é uma boa forma de entender o espaço
físico e simbólico que essa escola ocupa na comunidade que a abriga. A partir daí, será muito mais fácil para o licenciando entender a forma como
a comunidade escolar lida com o seu prédio escolar.
Observação do prédio escolar
A observação do prédio escolar passa por responder a algumas questões iniciais, tais como:
O prédio foi construído para abrigar a escola ou foi adaptado para ela?
21/09/2022 21:25 A observação do cotidiano escolar
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É importante que o prédio escolar seja atraente para o aluno. A escola deve ser vista pelo educando como um local em que ele se sinta acolhido e
motivado para realizar o seu aprendizado.
Os muros da Escola Municipal Araucária, em Curitiba, foram transformados em um imenso e colorido painel que incentiva o respeito às diferenças entre os colegas.
As cores empregadas na pintura externa e interna do prédio, a presença de murais atualizados com informações relevantes e visualmente atraentes,
podendo conter a produção dos próprios alunos, tornam o ambiente mais propício para a aprendizagem. Isso não envolve, necessariamente, gastos
extremos, mas uma compreensão adequada do uso do espaço para fins pedagógicos.
Um dos espaços mais visitados pelos estudantes é o pátio da escola. Por essa razão, o pátio deve ser espaçoso e acolhedor. Os alunos, que
passam boa parte do seu dia no espaço escolar, precisam de um tempo e de um lugar onde possam relaxar, extravasar a sua energia e socializar
entre o período de aulas. É ideal que esse pátio seja construído em um espaço aberto, onde se possa ter contato com a luz solar, árvores e ar puro.
A importância da socialização é assinalada nos Indicadores:
[...] No ambiente educativo, o respeito, a alegria, a amizade e a solidariedade, a disciplina, o combate à discriminação e o
exercício dos direitos e deveres são práticas que garantem a socialização e a convivência, desenvolvem e fortalecem a
noção de cidadania e de igualdade entre todos.
(BRASIL, 2004, p. 19)
A socialização, portanto, é um fator primordial para o bom desempenho escolar do indivíduo, uma vez que favorece a construção da sua própria
identidade e lhe permite apropriar-se de estratégias a fim de aprimorar a sua convivência com os diferentes sujeitos que o cercam.
Escola e sociedade
A escola tem sido identificada, por muitos daqueles que a tomaram como objeto de estudo, especialmente no campo sociológico, como uma das
Se tiver sido adaptada, a adaptação foi satisfatória para o desempenho adequado das atividades escolares?
Os cômodos existentes no prédio são adequados para as funções a que se propõem?
Como é feita a conservação do espaço escolar?
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instituições fundamentais de uma sociedade. Nesse sentido, a escola ocupa um lugar especial na formação dos indivíduos e perde em importância
e função socializadora somente para a família.
Weber, por exemplo, identifica a escola como primordial no processo educativo de uma pessoa, mas também na reprodução e na transformação do
corpo social. Isso porque é por meio da escola que o indivíduo iniciará o seu processo de socialização com outros elementos além do seu próprio
grupo familiar.
ax Weber
Sociólogo e cientista social que valoriza o interesse dos indivíduos e a atratividade dos grupos, sinaliza como a educação assume a forma de um
mecanismo de status.
Os códigos comportamentais que regem as relações sociais serão introduzidos nos alunos por meio da orientação formal dada pelos professores,
mas também da informalidade decorrente do convívio escolar. Ao ter que dividir um espaço que é público, e não o particular que representa o seu
ambiente familiar, o aluno aprenderá a agir de forma adequada com os outros elementos da sociedade. Portanto, a escola não é somente um
espaço de educação formal, mas também de educação informal advinda, sobretudo, da socialização.
Durkheim, quando tratou do papel que a educação desempenhava na integração do indivíduo à sociedade, considerou que era por meio da
educação que as gerações adultas impunham às crianças a sua concepção de mundo, já que elas, espontaneamente, não a desenvolveriam.
Cerimônia cívica realizada em escola na cidade do Rio de Janeiro.
mile Durkheim
Considerado um dos pais da sociologia moderna, estuda a educação como Fato Social, mecanismo conceitual de sua filosofia que consolidava e
impunha as práticas do tecido social.
Fernanda Müller (2008), comentando o pensamento durkheimiano, assinala que ele se fundamenta em uma concepção passiva do indivíduo,
especialmente da criança: “[...] Dessa relação, ela assinalaria a moral e os costumes que conduzem ao convívio social e, aos poucos, incorporaria as
regas coletivas aos seus valores individuais, pois, do contrário, ela se tornaria excluída” (MÜLLER, 2008, p. 125).
Como alternativa à concepção passiva do indivíduo, a autora propôs o usodo conceito de “reprodução interpretativa” de William Corsaro. Para esse
autor, a socialização não é um processo somente adaptativo e de internalização, mas um “processo de apropriação e reinvenção”.
[...] Por meio do termo “reprodução”, Corsaro (1997, p. 18) explica que as crianças são constrangidas pela estrutura social
que impõe a internalização das regras sociais, mas, ao mesmo tempo, estão ativamente contribuindo para a produção e
mudança cultural. Enquanto “interpretativa”, captura os aspectos inovadores e criativos da participação da criança na
sociedade. O conceito de “reprodução interpretativa”, logo, compreende que as crianças contribuem para a preservação,
assim como para a transformação da sociedade.
(MÜLLER, 2008, p. 126)
A escola e, especialmente, o pátio escolar, é o lugar por excelência da socialização. É o espaço de troca de ideias, de conversas e de interação que
fazem com que o aluno reflita sobre o seu cotidiano escolar, sobre as regras que lhe são impostas, sobre as suas próprias demandas e proponha
alternativas e estratégias.
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Quando combinadas com a equipe diretiva da escola, tais alternativas podem tornar o processo educativo muito mais interessante e significativo
para o alunado. Além disso, permitem que o aluno desenvolva estratégias próprias e cotidianas para conviver com aqueles que são estranhos ao
seu grupo familiar.
A socialização que ocorre no espaço escolar também é fundamental para que o aluno entenda a escola como um local prazeroso. Sem dúvida, isso
torna mais leve e efetivo o seu processo de aprendizagem.
Vygotsky – uma das grandes referências para a educação atual – já defendia o lugar que as emoções têm no processo de aprendizagem, não
podendo ser um elemento desprezado por aqueles que estão envolvidos com um projeto educacional. Nesse sentido, o pedagogo afirmou que:
O pensamento não nasce de si mesmo, nem de outros pensamentos, mas sim da esfera motivacional de nossa
consciência que abrange nossas inclinações e necessidades, nossos interesses e impulsos, nossos afetos e emoções.
Por trás do pensamento, existe uma tendência afetivo-volitiva. Só ela pode dar a resposta ao último “por quê?” na análise
do processo de pensar. Se antes comparamos o pensamento com uma nuvem que derrama uma chuva de palavras,
deveríamos comparar a motivação do pensamento, continuando a metáfora, ao vento que põe em movimento as nuvens.
(VYGOTSKY, 2014, p. 314, tradução nossa)
O “vento” das emoções que alimenta o processo de socialização do alunado se move nos diversos ambientes escolares, além do pátio.
Espaços de alimentação
O refeitório é outro espaço da escola onde os alunos se reúnem para realizar um dos atos mais significativos de socialização e que os seres
humanos praticam desde os períodos históricos mais remotos: o ato de alimentar-se juntos.
Comer é um ato que vai além de uma necessidade biológica, pois nele estão imersos uma série de referências simbólicas próprias de uma cultura. O
tipo de alimento consumido, a forma como ele é preparado e até a maneira como ele é saboreado pelo indivíduo ou por um grupo são elementos
necessários de serem observados quando o ato de comer e as relações de socialização estão em jogo.
É na escola, muitas vezes, que os alunos enriquecem as suas experiências alimentares. Os lanches coletivos que as escolas promovem, a troca de
alimentos entre os estudantes no refeitório, por exemplo, propicia aos estudantes tanto o contato com novos sabores e formas de preparo, como
também o exercício de seu senso de generosidade.
As escolas, por vezes, especialmente as públicas, oferecem aos alunos a oportunidade de consumir alimentos variados, que são selecionados para
garantir uma dieta equilibrada. O resguardo da saúde do educando por meio de uma boa alimentação facilita, sem dúvida, o seu aprendizado. Por
isso, tem sido uma preocupação dos órgãos governamentais garantir ações que favoreçam o desenvolvimento de uma educação saudável nas
escolas brasileiras.
Desde a década de 1950, o governo brasileiro criou a Campanha da Merenda Escolar e, em 1979, fundou o Programa Nacional de Alimentação
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Escolar (PNAE), vigente até hoje. Estudiosos do sistema de planejamento, produção, distribuição e adequação da alimentação escolar nos informam
acerca da importância estratégica que a alimentação possui no processo educacional:
A alimentação escolar visa a fornecer aporte energético e nutricional capaz de contribuir para o crescimento
biopsicossocial e o pleno exercício das aptidões dos educandos, considerando-se o processo ensino-aprendizagem
durante o período de permanência na instituição educacional. Adicionalmente, a alimentação escolar desempenha papel
de relevância social, uma vez que, em muitos casos, é considerada como a refeição principal do dia e a única garantia de
alimentação da criança.
(ISSA et al., 2014, p. 97)
Atento a esses pontos, é importante que o licenciando, ao frequentar o espaço escolar, observe a cantina, o refeitório ou outras áreas de
alimentação para aferir elementos acerca da dieta alimentar dos alunos e identificar a forma como a comunidade escolar valoriza ou não os
aspectos referentes à saúde física do alunado.
Espaços de leitura
Além de um pátio amplo e de áreas específicas destinadas à alimentação, que ampliam o processo de socialização do alunado, é importante que a
escola tenha, pelo menos, um espaço dedicado à leitura – uma espécie de biblioteca escolar ou sala de leitura.
A leitura ocupa um papel decisivo na formação escolar de um aluno, sendo um dos instrumentos mais significativos que lhe garantirá a inserção no
mundo em que vive. O domínio da técnica da leitura e a ampliação da capacidade de interpretação textual garantirá ao aluno a autonomia
necessária para compreender a realidade que o cerca.
A leitura abre a mente do indivíduo, transporta-o para outras realidades, estimula a sua capacidade criativa, gera
prazer e amplia o desenvolvimento de um senso de empatia do indivíduo em relação a quem o cerca.
O domínio da língua é fundamental para que o indivíduo se sinta integrado à sociedade. O ato de ler implica o domínio de técnicas que envolvem
operações cerebrais complexas. Ler é muito mais do que juntar letrinhas, pois envolve a produção de sentido por parte do leitor, o que se dará a
partir de um exercício reflexivo.
Assim, a produção de leitura consiste no processo de interpretação desenvolvido por um sujeito-leitor que, defrontando-
se com um texto, analisa, questiona com o objetivo de processar seu signi�cado projetando sobre ele sua visão de
mundo para estabelecer uma interação crítica com o texto.
(INDURSKY; ZINN, 1985, p. 56)
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Cabe à escola, portanto, garantir ao aluno o acesso à leitura, não apenas no espaço da sala de aula. Por isso, é importante que a equipe diretiva da
escola invista na construção de um espaço leitor, uma biblioteca escolar ou uma sala de leitura. Nesse espaço, o aluno deve encontrar um acervo
variado e adequado ao seu estágio de desenvolvimento das técnicas de leitura.
A presença de um bibliotecário ou de um professor responsável exclusivamente por esse espaço é importante para garantir a escolha adequada do
acervo, a sua catalogação e disponibilização atraente para o público escolar, além da elaboração de atividades, como rodas de leitura, encontros
com autores, concursos literários etc.
Tais atividades estimularão os alunos a ampliarem o seu repertório de leitura e criarem o seu próprio gosto literário. Por isso, os Parâmetros
Curriculares Nacionais, publicados em 1998, já orientavam:
É preciso que a escola ofereça condições para queos alunos construam aprendizagens na leitura, além de conquistar o
educando de forma prazerosa, para que ele desenvolva o hábito de ler utilizando seus recursos e baseando-se num
planejamento que atenda não só aos alunos bem-sucedidos, mas que dê maior ênfase aos que apresentam di�culdades
como leitores, possibilitando um despertar para que as di�culdades transformem-se em facilidade, sensibilizando-os e
assegurando-os na apropriação de textos orais e escritos.
(BRASIL, 1998, p. 48)
A leitura, portanto, descortina o mundo real e enriquece o mundo interior, alimentando a alma do indivíduo e contribuindo para um exercício
autorreflexivo fundamental a qualquer ser humano. Como já dizia Paulo Freire:
O fato de me perceber no mundo com o mundo e com os outros me põe numa posição em face do mundo que não é de
quem nada tem a ver com ele. A�nal, minha presença no mundo não é a de quem a ele se adapta, mas a de quem nele se
insere.
(FREIRE, 1996, p. 60)
A escola, muitas vezes, é o único lugar onde o aluno terá a oportunidade de ter acesso a um acervo rico de leitura que lhe permita tomar ciência do
seu lugar no mundo e explorar o seu potencial criativo por meio do estímulo à sua imaginação.
O licenciando, ao frequentar o espaço escolar, deve estar atento à existência de um ambiente destinado especificamente à leitura, observando o seu
acervo, identificando quem é o membro da comunidade escolar responsável pela gestão desse espaço e verificando se ele promove ações de leitura
que envolvam o alunado.
Sala de aula
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Um dos espaços mais significativos do ambiente escolar é, sem dúvida, a sala de aula, onde alunos e professores se dedicam ao processo de
ensino e aprendizagem. Esse espaço, portanto, deve ser um ambiente funcional e confortável para aqueles que passam a maior parte do tempo
escolar.
Um dos pontos a serem observados em relação às salas de aula é a sua quantidade. As salas de aula da escola observada são suficientes, em
termos numéricos, para abrigar todas as turmas e alunos da escola? É importante que seja assim, uma vez que, por limitações sérias de espaços,
algumas escolas abrigam turmas diferentes em uma mesma sala. Isso pode comprometer o trabalho do professor e também confundir o alunado.
Não basta, no entanto, que cada turma tenha disponível para si uma sala de aula. Também é preciso que ela obedeça às normas técnicas
estabelecidas pelo MEC.
O número de mesas e cadeiras presentes na sala deve ser compatível com o número de alunos, contando com o docente. O mobiliário deve estar
em bom estado de conservação e limpeza, além de estar adequado ao tamanho do público que irá ocupá-lo. A disposição do mobiliário também é
um ponto importante a ser considerado pelo licenciando na sua observação. Veremos mais sobre isso em outro tópico.
Espaço escolar e seu papel disciplinador
Michel Foucault é um dos filósofos que tem influenciado boa parte dos estudos acerca do espaço escolar. Analisando o sistema escolar da França
no século XVIII, em sua obra Vigiar e Punir (2006), Foucault identificou a escola como um dos espaços utilizados pelo Estado para disciplinar os
indivíduos, enquadrando-os em normas comportamentais que resultam na docilização dos seus corpos e das suas vontades, a fim de garantir o
respeito à hierarquia social.
Comentário
A forma como as escolas foram arquitetonicamente construídas favoreceria, portanto, o controle e a disciplinarização de todos os personagens que
a ocupam, especialmente, o alunado. A disposição das cadeiras em fileiras separadas, com a mesa do professor à frente da sala, foi entendida por
alguns dos estudiosos do tema, inspirados nas teses foucaultianas, como uma maneira de fundamentar a hierarquia existente entre professores e
alunos. Contudo, é preciso relativizar essa observação.
Foucault analisou o sistema escolar do século XVIII, no qual a sociedade se pautava em uma hierarquia social rígida. Hoje, no século XXI, a
sociedade se transformou, e a escola é entendida como um espaço interativo. Nesse sentido, os membros da comunidade escolar, cientes da sua
função e do papel a ser desempenhado no processo educacional, não se veem mais a partir de suportes hierárquicos rígidos, mas entendem o valor
da interação para o sucesso da aprendizagem.
Mobiliário
O mobiliário da sala de aula deve ser, sobretudo, móvel, podendo ser disposto de acordo com as demandas da atividade a ser desenvolvida no
momento. Um trabalho em grupo só será bem executado se os estudantes puderem unir as suas carteiras e trocar ideias.
Critérios de aferição do MEC 
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O mesmo acontece no momento de um debate ou de uma roda de conversa, em que a formação de um círculo com o mobiliário permite uma maior
interação. Ao observar a disposição do mobiliário, o licenciando precisa estar atento para sua utilização em adequação à atividade pedagógica
proposta pelo professor.
Espaço das atividades físicas
Outro ambiente escolar importante que garante a qualidade da educação dada pela escola é a quadra escolar ou um espaço onde os alunos, sob a
orientação de professores especializados, possam desenvolver atividades físicas.
É importante que esse espaço esteja bem conservado, oferecendo as condições de segurança necessárias para os alunos e os docentes que o
utilizam. Portanto, é importante que o licenciando observe em que local da escola os alunos realizam as aulas que envolvem as atividades físicas.
Também é preciso observar a forma como esse espaço é ou pode ser utilizado para reunir a comunidade escolar em atividades que envolvem todos
os seus membros, como as festas e comemorações.
Espaços de reunião
É importante que a escola tenha um local em que possa reunir docentes, alunos, equipe diretiva, funcionários e os responsáveis para apresentar os
resultados das suas ações educativas.
Isso não só permite o estreitamento dos laços sociais entre os alunos, favorecendo as atitudes de respeito em relação ao trabalho desenvolvido
pelo outro, como também aproxima as famílias da dinâmica escolar. Essa proximidade é um fator facilitador do processo de ensino e
aprendizagem.
Salas de informática
Pátio, refeitório, salas de aula, quadra, salas de leitura e de informática são os aparatos físicos que envolvem o prédio escolar, mas também e,
sobretudo, são espaços de produção de conhecimento em um processo interativo que envolve professores e alunos.
Para que tudo funcione bem, no entanto, é preciso que a equipe diretiva esteja sempre atenta para a manutenção da segurança, da limpeza e o
cuidado do prédio escolar. É esse cuidado que também deve ser observado pelo licenciando nas suas visitações escolares.
Comunidades nada imaginadas
As escolas são comunidades nas quais discentes, docentes, funcionários e responsáveis se veem envolvidos no processo educacional. As
condições físicas da escola são instrumentos que favorecem a prática pedagógica, e a equipe diretiva é aquela que lidera o ambiente escolar,
criando estratégias facilitadoras para o bom andamento do processo educacional.
Uma equipe diretiva que desempenha bem a sua função o faz quando implementa uma gestão escolar democrática, que é um dos elementos
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previstos nos Indicadores da Qualidade na Educação:
Algumas características da gestão escolar democrática são: o compartilhamento de decisões e informações, a
preocupação com a qualidade da educação e com a relação custo-benefício, a transparência (capacidade de deixar claro
para a comunidade como são usados os recursos da escola, inclusive os �nanceiros).
(BRASIL, 2004, p. 31)
A gestão democrática está fundamentada no documento que reúne o histórico, operfil, as metas e os desafios que a escola se propõe a enfrentar: o
Projeto Político Pedagógico (PPP). Vamos conhecer o PPP no tópico a seguir.
Projeto Político Pedagógico
De acordo com o Dia de discussão do projeto pedagógico (2018), documento produzido pelo MEC e que teve como parâmetro a Base Nacional
Comum Curricular:
O Projeto Pedagógico é um documento que traz unidade em relação à intencionalidade educativa da escola, pois
fortalece a identidade da escola, esclarece sua organização, de�ne objetivos para a aprendizagem dos alunos e,
principalmente, de�ne como a escola irá trabalhar para atingi-los.
Também tem o potencial de ampliar o senso de pertencimento e o engajamento de toda a comunidade escolar (gestores,
professores, demais pro�ssionais da escola, pais, alunos e comunidade) em torno de um projeto educativo comum.
(BRASIL, 2018, p. 3)
O Projeto Político Pedagógico é um documento elaborado coletivamente, com a participação de toda a comunidade escolar. Os segmentos alunos,
professores, funcionários, os responsáveis e a equipe diretiva se reúnem para identificar os desafios que a escola precisa enfrentar e traçar
estratégias de resolução.
Cada PPP, portanto, é um documento único, próprio de cada escola e que precisa ser continuamente revisado pelos membros da comunidade
escolar. Dessa forma, o PPP estará de acordo com as demandas mais imediatas, sendo implementado no cotidiano escolar.
Três perguntas orientam a redação de um Projeto Político Pedagógico:
Onde estamos?
Diagnóstico atual sobre a situação da escola.
Para onde queremos ir?
Qual é a intencionalidade educativa da escola?
Como chegar lá?
Qual o plano de ação para alcançar a intencionalidade educativa?
Ao frequentar a sua escola de estágio, é importante que o licenciando pergunte à equipe diretiva da escola sobre o Projeto Político Pedagógico e
busque, se ele estiver disponível para a consulta, identificar os seus pontos principais, que são:
A contextualização histórica e a caracterização da escola;
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O diagnóstico de indicadores educacionais;
A missão, a visão e os princípios da escola;
A fundamentação teórica e as bases legais;
O plano de ação.
Atenção!
O licenciando deve buscar conhecer a equipe diretiva da escola e procurar saber quais os desafios e as estratégias que ela utiliza para a resolução
das suas situações-problema. Além disso, é a partir do Projeto Político Pedagógico que as ações educativas são pensadas e justificadas.
O projeto anual da escola, que deve funcionar como um fio condutor para a proposição das atividades escolares, é oriundo do Projeto Político
Pedagógico. Com base no Projeto Político Pedagógico, no projeto anual da escola e nas determinações curriculares previstas na Base Nacional
Comum Curricular, os professores de cada área de conhecimento fazem o planejamento das suas aulas.
Conexão com os alunos e as demandas da sociedade
Um planejamento, para que seja eficaz, deve se pautar no entendimento do público a que se destina. Desse modo, é preciso que o professor
identifique as dificuldades e o potencial dos seus alunos ao elaborar o seu planejamento. Os Indicadores da qualidade na educação reforçam:
Por meio de uma ação planejada e re�etida do professor no dia a dia da sala de aula, a escola realiza o seu maior
objetivo: fazer com que os alunos aprendam e adquiram o desejo de aprender cada vez mais e com autonomia. Para
atingir esse objetivo, é preciso focar a prática pedagógica no desenvolvimento dos alunos, o que signi�ca observá-los de
perto, conhecê-los, compreender suas diferenças, demonstrar interesse por eles, conhecer suas di�culdades e
incentivar sua potencialidade.
(BRASIL, 2004, p. 23)
Para que a educação formal oferecida pela escola, por meio da veiculação dos conteúdos didáticos, faça sentido, torna-se necessário que ela esteja
aliada àquilo que é socialmente significativo.
Os conteúdos apresentados só alcançam o sentido real se relacionados aos desafios cotidianos enfrentados pelos alunos. Daí a importância de o
professor estar atento ao mundo que o cerca e que também influencia o interesse dos seus alunos. A partir disso, o professor deve elaborar
maneiras de apresentar o conteúdo formal, estando ciente das habilidades que o seu aluno precisa desenvolver para entender e se relacionar com a
realidade em que vive.
A escola é, sobretudo, um espaço de produção de conhecimento, e não um local de transmissão de informações que estejam desconectadas das
demandas sociais.
Observar de forma prática
Fazer o conhecimento de algo ter sentido para o aluno é a tarefa do professor. É o professor que deve, em seu planejamento, prever formas de
ensinar que despertem, em sua turma, o desejo de aprender o conteúdo a ser ensinado.
Atenção
Uma aula sem planejamento prévio é uma viagem de carro sem o motorista. O carro sequer irá se movimentar. É preciso que o professor assuma a
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direção, trace um caminho que considere atraente para os seus companheiros de viagem. Desse modo, eles poderão, ao longo do trajeto, com as
referências que possuem e a sua curiosidade nata, enriquecer a viagem e sugerir possíveis atalhos, mas é o professor que deve saber onde quer
chegar.
Vejamos os elementos principais que compõem o planejamento de uma aula:
No link a seguir, disponibiliza-se um Modelo de Plano de Aula.
O licenciando, ao proceder as suas observações sobre a aula ministrada pelo professor, deve buscar reconhecer nela esses elementos. Não é
preciso que o professor compartilhe com o licenciando o seu plano de aula, mas que o licenciando reconheça na regência do professor esses
pontos fundamentais.
Atenção
É preciso lembrar que a aula é um momento dinâmico, e o planejamento previsto inicialmente pode ser alterado em função de inúmeras
circunstâncias. É isso o que torna a sala de aula um espaço tão interessante e vivo! Mas cabe ao professor entrar nesse ambiente escolar sabendo
o que pretende alcançar, naquele dia e naquelas circunstâncias, com o seu aluno.
Com isso, partimos para o quarto e último ponto de orientação em relação ao estágio: como o licenciando deve registrar o que ele observar.
C i ?
Tema da aula 
Ano de escolaridade 
Área de conhecimento (ou disciplina) 
Professor(a) 
Data 
Escola 
Conteúdo 
Objetivos (ou habilidades) 
Desenvolvimento 
Materiais, equipamentos e recursos 
Avaliação 
Duração 
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03084/doc/modelo-plano-aula.pdf
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Como registrar?
Começamos nossa conversa sobre a prática de estágio lembrando que ela é uma prática etnográfica. O licenciando deve preparar o seu olhar
antropológico ao entrar no espaço escolar. Para tal, ele deve renunciar às suas ideias preconcebidas sobre o ambiente escolar e estar pronto para
relacionar o que tem aprendido na teoria, com os seus professores, acerca da educação.
Além disso, o licenciando deve procurar diagnosticar o quanto o ambiente escolar que ele está observando se apropria desse conhecimento teórico
e o enriquece com a sua prática cotidiana, marcada por desafios e demandas com as quais, por vezes, os teóricos da educação ainda não lidaram.
Re�exão
A escola é um espaço vivo de pesquisa, e assim deve ser considerado pelos que a estudam teoricamente, pelos que nela trabalham cotidianamente
e por aqueles que nela estão para aprender como ser um futuro docente em um mundo real. Dessa forma, é preciso que o licenciando tenha,
sobretudo, respeito pelo espaço e pelas pessoas com as quais lida ao realizar o seu estágio. Esse respeito deve estar presente também na forma
como registra as suas observações de estágio.
É recomendávelque você separe um bloco de anotações físico ou virtual no qual registre tudo o que observar enquanto estiver na escola. Esse
material será muito importante no momento de elaborar o seu relatório final de estágio.
O professor orientador de estágio poderá, por meio da riqueza e profundidade das suas observações, conhecer a escola que você estagiou, além de
conseguir inferir a importância que a experiência de estágio teve na sua formação como futuro docente.
O relatório de estágio é a forma como o seu professor orientador terá condições de avaliar a sua prática, portanto,
capriche. Observe atentamente as regras de redação e os pontos de observação que o professor lhe informará para a
realização do relatório.
Caso queira, você pode incluir imagens da escola e das atividades realizadas, mas lembre-se de que elas só podem ser registradas e utilizadas com
a permissão dos que nela estão inseridos. Portanto, antes de tirar qualquer foto, pergunte ao professor regente e à equipe diretiva se pode fazê-lo e
se pode utilizá-la em seu relatório.
É importante que você também entenda que o seu papel, como licenciando, é fundamentalmente de observação. A sua participação mais efetiva no
cotidiano escolar será definida pela equipe diretiva da escola e pelo professor.
O aconselhável é que, ao se apresentar para o estágio em uma escola, você converse com a equipe diretiva sobre como deve se portar e entender
quais são as regras do ambiente escolar. Dessa forma, você não irá transgredir essas regras intencionalmente.
Aja na medida do que a equipe diretiva e o professor docente lhe derem permissão, buscando respeitar o que lhe foi informado e se esforçando para
não alterar a dinâmica escolar, especialmente a da sala de aula.
Relatório de estágio
Dispondo de um bloco de notas farto em observações, você já está pronto para preencher o seu relatório de estágio. Em geral, o relatório possui os
seguintes pontos:
Capa
Folha de rosto
1. INTRODUÇÃO
2. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA ESCOLA
1. Aspecto físico, humano e material da escola
2. Projeto Político Pedagógico
3. A escola como grupo social
4. Atividades docentes e discentes
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERÊNCIAS
ANEXOS
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ANEXOS
No link abaixo, disponibiliza-se uma versão em PDF das informações acima.
Relatório de estágio
Documentação o�cial
A documentação oficial de estágio consiste, basicamente, na carta de apresentação, na ficha de frequência e na ficha de avaliação do estagiário.
Aqui, vamos apontar alguns modelos dessa documentação, que podem ser alterados ao longo do tempo, mas cuja finalidade não é alterada.
O primeiro passo que o licenciando deve tomar antes de iniciar o seu estágio é providenciar, junto à escola de estágio e à universidade, uma carta de
apresentação e o termo de compromisso. A carta de apresentação é o documento que apresenta o licenciando à escola em que ele pretende
realizar o seu estágio. Dessa forma, trata-se do seu cartão de visitas, que lhe garantirá acesso à equipe diretiva da escola e ao ambiente escolar.
Posteriormente, com o aval da escola expresso por meio da assinatura da carta de apresentação, o licenciando deve se informar sobre como ter
acesso ao Termo de Compromisso. Por meio dele, a universidade, a escola e o licenciando se responsabilizam legalmente pelo tempo de estágio a
ser realizado.
Cumpridas essas etapas legais, com o estágio legalmente liberado, o licenciando adentra o espaço escolar e inicia
as suas observações. Como dito anteriormente, as observações devem ser registradas para fundamentar a feitura
do relatório e o preenchimento da documentação de estágio.
Vamos explicar, a seguir, cada um dos documentos e a forma adequada de preenchê-los.
Observe, no entanto, que não é sempre assim. Existem variações nas diversas unidades escolares. Apresentamos um modelo, um caminho que
acaba por servir de guia para você e seu cotidiano como estagiário.
Agora é hora de praticar!
Ficha de avaliação do estagiário – unidade escolar 
Declaração de prática de ensino e estágio supervisionado 
Ficha de registro de frequência 
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03084/doc/relatorio-estagio.pdf
21/09/2022 21:26 A observação do cotidiano escolar
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7235118/temas/1/conteudos/1 25/27
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
No processo de observação na unidade escolar, é função do aluno:
I. Ter autonomia e desenvolver suas atividades como fosse um funcionário da unidade.
II. Estabelecer um regime de residência pedagógica, em que ele experimenta todos os segmentos da escola.
III. Pesquisar e investigar sobre o funcionamento e cotidiano escolar visando mediar teoria e prática.
Estão corretas as afirmativas.
Parabéns! A alternativa C está correta.
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A Apenas a I.
B Apenas a II.
C Apenas a III.
D Apenas a I e II.
E Apenas a II e III.
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Considerações �nais
A prática de ensino na educação básica é o primeiro passo para entrar em um velho mundo percebendo-o de forma muito diversa. Todas as
legislações, da União aos municípios, apontam que o futuro da educação passa pela melhoria da prática.
Propomos um caminho, uma explicação sobre o que você deve ver na escola, como você precisa se inserir na comunidade, estando disposto a ouvir,
aprender, estar aberto à crítica e aos desafios mais complexos. Aqui não é hora de se alongar, é hora de lembrar: mãos à obra. A educação precisa
de você!
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Questão 2
Sobre a documentação do Estágio Supervisionado em Educação, podemos sublinhar que sua relação com a prática da observação da escola se
dá a partir de:
I. Organiza a observação da escola, de maneira investigativa a partir de pesquisa, para ter os dados, de forma ordenada, para construir os
relatos do que foi visto e possa gerar reflexão.
II. Dá veracidade às informações e ao cumprimento do tempo de observação e vivência do ambiente educacional, promovendo a vivência do
acordo celebrado formalmente entre a instituição de ensino e a escola.
III. Avalia o processo de ensino-aprendizagem desenvolvido pelo aluno, por uma autoavaliação, e comunica as experiências ao seu supervisor
de estágio na IES.
Estão corretas as afirmativas:
Parabéns! A alternativa A está correta.
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A Somente I e II.
B Somente I e III.
C Somente II e III.
D Somente a I.
E Somente a II.
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Podcast
Ouça agora a um podcast que apresenta os principais pontos da prática da observação escolar.
Referências
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Explore +
Pesquise e leia a Lei de Estágio – Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008 –, disponível na Legislação Federal.
Pesquise e leia a DCN de Formação de Professores – Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019 –, que define as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de
Professores da Educação Básica.
Acesse o sítio da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior na Internet.
Leia o livro Da relação do saber às práticas educativas, de Bernard Charlot.
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