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ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NA OBESIDADE E DOENÇAS CARDIOVASCULARES PROFESSORA DANIELLA MAZZAFERRO UNIDADE 2- BASES NUTRICIONAIS PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES AULA 3 – TRATAMENTO PARA AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES NUTRIENTES E ALIMENTOS ENVOLVIDOS NA PREVENÇÃO E NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES • Vitaminas e Ômega 3 • Até o presente momento, nenhum estudo encontrou benefício em consumir suplementos de vitaminas e ω3 para prevenir doenças cardiovasculares. • No entanto, o consumo de alimentos fontes de vitaminas e ω3 continua sendo altamente recomendado (SIMÃO et al., 2013). VITAMINAS • Vitamina A (carotenoides) • Vitamina E • Vitamina C • Vitamina D ÔMEGA 3 (Ω3) • Não se recomenda a suplementação de ω3 para a prevenção de doenças cardiovasculares. No entanto, é importante incluir alimentos fontes de ω3 vegetal e animal na alimentação regularmente, dentro de um conceito de alimentação saudável (SIMÃO et al., 2013). PROTEÍNA DE SOJA • O consumo diário de uma a duas porções de alimentos fontes de proteína de soja, está associado à redução de 5% de LDL, ao aumento de 3% de HDL e à redução de 11% nos triglicerídeos séricos (FALUDI et al., 2017). ALHO • Componentes bioativos: • alicina (encontrada no alho cru) • s-alil-cisteína (encontrada no alho processado). • Estudos têm observado discreta redução na pressão arterial com a suplementação do alho em suas várias formas (MALACHIAS et al., 2016). Os efeitos têm sido encontrados com 3,6 mg a 5,4 mg de alicinas ao dia FITOESTERÓIS • São encontrados apenas nos vegetais e desempenham função análoga ao colesterol. • reduzem a colesterolemia por competirem com a absorção intestinal de colesterol. FITOESTERÓIS • Podem ser adicionados em: • Margarinas, leite em pó, iogurtes e bebidas lácteas e também na forma de suplemento. • Para atingir a recomendação proposta para a redução de LDL são necessários consumo destas outras formas de fitoesteróis juntamente a uma alimentação rica em alimentos vegetais (COSTA et al., 2014 e FALUDI, et al. 2017). FIBRAS • Classificadas em solúveis e insolúveis. • SOLÚVEIS • Atuam na redução do colesterol por reduzirem a absorção intestinal de colesterol. • INSOLÚVEIS • Não têm papel direto no controle das dislipidemias • Saciedade • Redução da ingestão alimentar • Coadjuvantes no tratamento e prevenção das DCV AVEIA • Estudos com aveia têm mostrado efeito importante no tratamento das dislipidemias, com redução de 5,3 a 5,6% do LDL. No farelo de aveia encontramos os maiores teores de fibras solúveis (betaglucanas). Sugere-se o consumo de aproximadamente 3 g ao dia de betaglucana (FALUDI et al., 2017). CAFÉ E CHÁ VERDE • Ambos ricos em polifenóis e cafeína • CAFÉ • Recomenda-se que o consumo de café não ultrapasse a quantidade de aproximadamente três xicaras de 150 ml cada ao dia (COSTA et al., 2014, MALACHIAS et al., 2016). • CHÁ VERDE • Recomenda-se o consumo de baixas doses de chá verde (MALACHIAS et al., 2016). Vale ressaltar que o consumo desse chá pode ser hepatotóxico. Ainda falta consenso sobre o quanto seria uma dose ideal em que podemos aproveitar os benefícios sem os efeitos adversos possíveis. A sugestão de consumo é de cerca de uma xícara ao dia (150 ml). FLAVONOIDES • Compostos antioxidantes • Frutas (cereja, amora, uva, morango, jabuticaba), • castanhas, • condimentos e ervas, • vinho, suco de uva e chá. • Têm efeito protetor para as doenças cardiovasculares por reduzirem a oxidação da LDL, diminuindo assim, sua aterogenicidade (COSTA et al., 2014 e FALUDI, et al., 2017). CHOCOLATE • Cacau também contém flavonoides • também tem efeito cardioprotetor pela redução da oxidação da LDL. • Os polifenóis no cacau podem reduzir discretamente a pressão arterial. • Estes efeitos são observados com o consumo de chocolate com pelo menos 70% de cacau (COSTA et al., 2014 e FALUDI et al, 2017) • Recomendação 30g de cacau 70% SÓDIO • O consumo excessivo de sódio está relacionado ao aumento da pressão arterial. • Recomenda-se o consumo de 2 g de sódio ou 5 g de sal. • Brasil: • 12 a 14g/Na+/dia INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • Ocorrem alterações fisiológicas que levam à perda ponderal progressiva e à desnutrição • Tratamento necessita de uma abordagem multiprofissional e tem como objetivo aliviar os sintomas, melhorar a capacidade funcional e a qualidade de vida (COSTA et al., 2014). INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • Os pacientes têm menor ingestão alimentar • pode ser explicada pela sensação de plenitude precoce decorrente da compressão gástrica e congestão hepática. • dispneia e fadiga, comum nestes pacientes, também contribuem para a redução da ingestão alimentar. • Menor aproveitamento dos nutrientes ingeridos. • Os pacientes com IC também podem apresentar edema intestinal o que está associado à redução da capacidade absortiva (COSTA et al., 2014). INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • A avaliação nutricional é fundamental para o planejamento alimentar deste paciente • Fórmula de bolso: • 28 kcal/kg/dia – Eutróficos • 32 kcal/kg/dia - DEP. COSTA et al., 2014 e BOCCHI et al., 2012 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • Alimentos com maior densidade calórica (avaliar a necessidade de suplementação hiper/hiper) • Aumentar o fracionamento das refeições (8 a 10 s/n) • Diminuir volume em cada refeição • Adequar a consistência em virtude da fadiga COSTA et al., 2014 e BOCCHI et al., 2012 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • RESTRIÇÃO HÍDRICA • A necessidade ou não de restrição hídrica é estabelecida de acordo com o balanço hídrico do paciente. • IMPORTANTE: • Considerar todo o líquido ofertado na dieta para garantir que a restrição está seguindo o que é recomendado para o paciente COSTA et al., 2014 e BOCCHI et al., 2012 RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS 50 a 55% de carboidratos 30 a 35% de lipídeos 15 a 20% de proteínas 2 g de proteína/ kg/ dia em casos de DEP GRAVE COSTA et al., 2014 e BOCCHI et al., 2012 ATIVIDADE – VALOR 100 PONTOS • Paciente RSSM, sexo feminino, 38 anos, portadora de IC. P: 63kg, 1,68 m. • Relata: fadiga, inapetência, e saciedade precoce. • PERGUNTAS: • Quais sua necessidades nutricionais? • Qual a conduta dietoterápica mais adequada a essa paciente?