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Terapia Nutricional na Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) Nutricionista: MSc. Jenifer d´El- Rei jeniferdelrei@gmail.com CONCEITUAÇÃO ❖ Hipertensão arterial sistêmica (HAS) – Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. ❖ Pré - Hipertensão – Caracterizada por PA sistólica (PAS) entre 121 e 139 mmHg e /ou PA diastólica (PAD) entre 81 e 89 mmHg VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 Fisiologia – Regulação da PA FISIOPATOLOGIA Krause, 14a edição, 2018 Vasodilatação NO, PGI2, EDHF, BK, C-NP Trombólise Desagregação Plaquetária NO, PGI2 Antiproliferativa NO, PGI2, TGF-, Hep Lipólise tPA, Protein C, TF-I, vonWF LPL Funções do Endotélio Normal Vasoconstricção ROS, ET-1, TxA2, A- II, PGH2 Trombose Adesão Molecular CAMs, Selectins Fatores de crescimento ET-1, A-II, PDGF, bFGF, ILGF, Interleukins Inflamação ROS, NF-B PAI-1, TF, Tx-A2 Vogel R Disfunção Hipertensão Diabetes Hipercolesterolemia Tabagismo Aterosclerose Aumento da Rigidez Arterial Disfunção Endotelial HAS e Doença Cardiovascular • HAS → importante fator de risco para o desenvolvimento de DCV • Mortalidade cardiovascular aumenta com o ↑ PAS e PAD • Mudanças nas propriedades elásticas das artérias de grande calibre ↑ mortalidade DCV Lewington et al, Lancet 2002 Fatores de Risco - HAS VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 HAS Idade Gênero e Etnia Ingestão de Sal Ingestão de Álcool Sedentarismo Peso Corporal Genética Hipertensão Arterial Fator de Risco para DCV VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 Prevalência de HAS no Brasil Baixas taxas de controle: 10 a 35% Inquéritos populacionais > 30% EPIDEMIOLOGIA Prevalência de PRÉ HIPERTENSÃO Mundial VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 EPIDEMIOLOGIA Prevalência de PRÉ HIPERTENSÃO Mundial VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 Taxa de Mortalidade por DCV - Brasil VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 DIAGNÓSTICO VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 DIAGNÓSTICO VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg) Normal ≤ 120 ≤ 80 Pré hipertensão 121- 139 81- 89 Hipertensão estágio 1 140 - 159 90- 99 Hipertensão estágio 2 160- 179 100- 109 Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥110 Obs: Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para a classificação da PA DIAGNÓSTICO Valores de Referência para a Definição de Hipertensão pelas medidas de consultório, MAPA e MRPA VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 Estratificação de Risco Cardiovascular VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 Metas Terapêuticas VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 Tratamento Medicamentoso VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 ❖ Princípios Gerais: - Reduzir a morbimortalidade cardiovascular - Ser eficaz por via oral - Ser bem tolerado - Poder ser usado no menor número de tomadas por dia - Ser iniciado nas menores doses efetivas - Poder ser usado em associação - Ser utilizado por um período mínimo de quatro semanas, antes de modificações, salvo em situações especiais - Ter controle de qualidade em sua produção Tratamento Medicamentoso VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 ✓ Diuréticos: Hipocalemia, Int. à glicose e Hipomagnesemia. ✓ Beta – Bloqueador: Int. à glicose, Hipertrigliceridemia, Elevação de LDL col e redução de HDL Alterações metabólicas Tratamento Não Medicamentoso VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 Tratamento Não Medicamentoso VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 Álcool ✓ N= 3957 ✓20- 84 anos ✓ Voluntários – Consumidores de bebida alcoólica ✓ Critérios de exclusão: Hipertensão ou em uso de medicação anti hipertensiva , Doença cardiovascular e Gestação Relação do consumo de etanol com a Pressão arterial Conclusão ✓O consumo habitual de álcool eleva a PA de fora linear e o consumo excessivo associa- se com aumento na incidência de HAS. ✓ Consumo elevado de etanol entre indivíduos pré hipertensos. ATENÇÃO!! Revisão Sistemática e Meta análise de 84 estudos: Consumo de 2,5 a 14,9g de etanol (≤ 1 dose/ dia) X Abstêmios Menor mortalidade por DAC (RR = 0,79) AVC (RR= 0,86) e DCV (RR= 0,77) Consumo de álcool > 60g / dia X Abstêmios: Maior Risco de AVC (RR= 1,62) BMJ. 2011 Consumo moderado de álcool (OMS) ✓ 1 dose/dia para ♀ (10 a 15g etanol) ✓ 2 doses/dia para ♂ (20 a 30g etanol) Vinho tinto Vinho branco Cerveja Destilados 90 ml 125 ml 350 ml 50 ml 1 dose WHO. International Guide for Monitoring Alcohol Consumption and Related Harm, 2000 10 a 20 % de etanol 2 a 6% de etanol 40% de etanol Para refletir... ❖ Evidências apresentam benefícios no consumo de bebidas alcoólicas, na dependência do tipo e da quantidade ingerida. ❖ Se abstêmio, não é recomendado encorajar o indivíduo a consumir visando a promoção da saúde. ❖ A ingestão moderada, especialmente de vinho tinto, tem efeito protetor no sistema cardiovascular. ❖ O consumo de vinho tinto não deve substituir e sim acompanhar hábitos saudáveis de vida no que se refere à alimentação e à atividade física. ❖ Bebidas alcoólicas alto teor calórico, o que pode dificultar a manutenção de peso adequado. Magnésio Fontes Alimentares: Abacate, banana, beterraba, grão-de-bico, figo seco, feijão ervilha, lentilhas, quiabo, figo (seco), uva passa, algas marinhas, soja, espinafres, couve. Magnésio e Função Vascular Doses utilizadas nos estudos: 120 – 970 mg/dia 8 a 24 semanas Não há recomendação, sem comprovação de deficiência, para suplementação de rotina no tratamento e/ ou prevenção de hipertensão. Grober et al. Nutrients 2015, 7, 8199-8226 Joris et al. Am J Clin Nutr 2016;103:1260–6. n=35 mulheres, hipertensas (40 a 65 anos) Suplementação de 600mg de quelato de Mg (6 meses) Cunha et al. J Hypertension 2017, 35:89–97 Efeitos da suplementação de Mg na função endotelial e carótidas Cálcio Fontes dietéticas: Leite, queijo, iogurte, verduras verde escura. Ingestão de Cálcio Mundial Shin & Kim. Endocrinol Metab. 2015;30:27-34. Cálcio e Pressão arterial Célula muscular lisa vascular Kris-Etherton et al. J Am Coll Nutr. 2009;28103-119 Cálcio – Efeito na Pressão Arterial Suplemento de Cálcio e RCV Suplementos de cálcio ↑ agudo cálcio sérico Ligação com receptores sensíveis ao cálcio ↑ calcificação vascular Formação de complexos com o pirofosfato Li et al. Heart 2012;98:920-925. Mao et al. Int J Cardiol. 2013; 169(2):106-11. Risco X Benefício da Ingestão de Cálcio Shin & Kim. Endocrinol Metab. 2015;30:27-34. Vitamina D Prevalência da deficiência Hossein-nezhad & Holick. Mayo Clin Proc. 2013 Plitz e cols, 2016 Efeitos Cardiovasculares da Vitamina D ✓ 46 trials = 4541 participantes ✓ Sup. de vit. D por pelo menos 4 semanas. ✓ PA casual – Início e pós intervenção. JAMA, 2015 ✓Suplementação de vitamina D é ineficaz como um agente para reduzir pressão arterial. ✓ Portanto, não deve ser empregada como um agente antihipertensivo. Conclusão • ↓ 25- hidroxivitamina D sem associação com > risco de HAS • Mais estudos são necessários. • Determinar associação causal com HAS. • Terapia com vit. D – Não deve ser recomendada como forma prevenção ou tratamento da HAS. Plos One, 2017 Ômega 3 e Óleo de Peixe Interesse→ esquimós: ↑ consumo de lipídios e ↓ incidência de DCV Alfa-linolênico (AG n3) é precursor do EPA e DHA AG n-3 responsáveis pela formação: Tromboxanos Prostaglandinas 3 Leucotrienos da série 5 VasodilatadoresAntiagregadores plaquetários Anti-inflamatórios Ácidos Graxos Essenciais Ômega 3 Ácidos Graxos Poliinsaturados (PUFA) ❑ Estudos epidemiológicos: ingestão de peixe regularmente promove: - Redução dos níveis de triglicerídeo; - Redução de pressão sanguínea; - Redução da agregação plaquetária; - Prevenção do câncer (mama, cólon e próstata). Proporção ideal de 5:1 (ômega 6: ômega 3) (Moraes e Colla, 2006) Teor de AGn3 em pescados e óleos vegetais Alimento Quantidade em EPA (20:5) DHA (22:6) ALA (18:3) Atum fresco cru* g/ 100g de parte comestível < 0,01 0,01 0,01 Bacalhau salgado cru* g/ 100g de parte comestível 0,02 0,06 0,08 Filé de merluza cru* g/ 100g de parte comestível 0,03 0,11 0,05 File de pescada cru* g/ 100g de parte comestível 0,06 0,13 0,04 Sardinha inteira crua* g/ 100g de parte comestível 0,03 0,06 0,02 Salmão cru* g/100g de parte comestível 0,43 0,22 0,03 Óleo de canola** g/ 10g - - 0,93 Óleo de linhaça** g/ 10g - - 5,3 Óleo de soja** g/ 10g - - 0,68 *TACO, 2006, ** USDA, 2006 ➢ Avaliar a influência da quantidade e qualidade da gordura dietética na PA, complacência arterial e na função endotelial. ➢ Dietas ricas em gordura saturada: Redução pós prandial da vasodilatação dependente do endotélio. EPA e DHA Pressão arterial Melhorar complacência arterial Melhora rigidez arterial, DM e Dislipidemia Função endotelial Ácidos graxos insaturados (n-3) ≥ 2g de EPA + DHA – reduz PA Monoinsaturados, tb teriam efeito hipotensor. ➢ Objetivo: Examinar o efeito do EPA + DHA, proveniente de ingestão alimentar e de doses de suplementação não muito elevadas. ➢ 17 trials ➢ Intervenção X Placebo ➢ Critérios de exclusão: HAS com tto medicamentoso, intervenção com menos de 3 semanas e crossover com menos de 4 semanas ➢ Média de EPA + DHA: 3,8g/dia por 70 dias. Conclusão ➢ Doses maiores de 2g/dia de EPA+ DHA pode reduzir PAS e PAD Benefícios maiores entre os hipertensos sem tratamento medicamentoso. ➢ Baixas doses entre 1 e 2g/dia podem reduzir PAS, mas não PAD. ➢ Avaliar o impacto das recomendações de EPA + DHA provenientes da dieta na pressão arterial e função microvascular de adultos do Reino Unido. ➢ Análise Retrospectiva. ➢ Doses de 0,7g e 1,8g de EPA + DHA/ dia por 8 semanas. ➢ Adultos “saudáveis” (20- 70 anos). Resposta Vascular e Bioquímica Efeitos do OP na Pressão arterial Dose resposta do OP na Pressão arterial Conclusão ➢ Indivíduos com hipertensão sistólica isolada doses de EPA+ DHA em pequenas doses como 0,7g/dia – reduziu significativamente PA. ➢ Nível populacional – associação com menor risco cardiovascular. ➢Mais estudos são necessários, para confirmar estes resultados. Café Espécies de Café ❖ Coffea arábica – Originária do Oriente Médio ❖ Coffea canephora, genericamente chamada de robusta – Originária da África ❖ Podem ser consumidos isolados ou associados ❖ Brasil – Forma associada é a mais comercializada Lima et al. Rev. Nutr., Campinas, 23(6):1063-1073, nov./dez., 2010 Principais componentes ❖Cafeína ❖Ácido clorogênico ❖Cafestol ❖Kawheol Lima et al. Rev. Nutr., Campinas, 23(6):1063-1073, nov./dez., 2010 Espécies de Café Componentes do Café e seus efeitos Lima et al. Rev. Nutr., Campinas, 23(6):1063-1073, nov./dez., 2010 Formas de Preparo ❖ Café fervido (sem filtração do pó) ❖ Filtrado (filtro de papel) ❖ Café à brasileira (filtro de pano) ❖ Café expresso ❖ Café instantâneo ou solúvel Modo de preparo pode interferir no perfil de lipídio sérico Lima et al. Rev. Nutr., Campinas, 23(6):1063-1073, nov./dez., 2010 Cafeína e Pressão Arterial ❖ Antagonista competitivo de receptores da adenosina A1 e A2 ❖ No SNC ↑ noradrenalina ↑dopamina ❖ Aumenta resistência vascular ❖ Reduz resistência à insulina ❖ Tolerância ?? Cafeína Fígado – CYPA1A2 Paraxantina Teobromina Teofilina Chrysan. Expert of Cardiovascular Therapy. 2017 Van Dam RM et al Lancet 2002 -306: 1477-78 Efeitos Cardiovasculares do Café Rodríguez- Artalejo and López- García. J. Agric. Food. Chem.; 2018, 66 (21), pp5257- 5263 Teor de Cafeína nos diferentes tipos de Café Tipos de Café Cafeína (mg/ 150ml) Infusão 66 a 99 Instantâneo ou solúvel 66 a 81 Fervido 48 a 86 Expresso 58 a 76 Descafeinado 1,3 a 1,7 Energéticos (supl. Esportivo) 100mg/ comprimido Analgésico com cafeína 32- 65 mg / comprimido Lima et al. Rev. Nutr., Campinas, 23(6):1063-1073, nov./dez., 2010 Ingestão de Café e Pressão arterial Lima et al. Rev. Nutr., Campinas, 23(6):1063-1073, nov./dez., 2010 ❖ Indivíduos saudáveis: ✓ 3 a 5 xícaras de café por dia - redução de 15% no risco de DCV ✓ Consumidores de 1 a 5 xícaras por dia – mortalidade menor. ❖ Prevenção secundária - o consumo de café não aumenta o risco de recorrência ou óbito. ❖ Hipertensos não controlados – Evitar o consumo em grandes doses de cafeína. ❖ Hipertensos controlados - Consumo parece seguro ❖ Mais estudos são necessários. Chocolate (Cacau) e Flavonóides • 1ª evidência epidemiológica sobre efeito protetor do cacau • População com alto consumo de sal • Envelhecimento→ Baixa incidência de DCV e de HAS • Proteção: Fator ambiental x Fator genético População com alto consumo de cacau. Corti et al. Circulation, 2009 Mecanismo de ação dos flavonóides na função endotelial Ludovici et al. Front Nutr. 2017. Aug 2; 4:36. Chocolate amargo • Estudo transversal, agudo • Objetivo: identificar parâmetros clínicos e vasculares de hipertensos que apresentaram benefícios após consumo de chocolate amargo por 1 semana • n= 21 pacientes hipertensos tratados. • 75g/dia de chocolate amargo com 70% de cacau, 1 semana • 3200 mg de polifenol/dia Pacientes hipertensos (40-65 anos) com função endotelial comprometida, apesar de apresentar menor risco CV, apresentaram melhora significativa na função endotelial e ↓ da pressão arterial Teor de Flavonóides Teor de Cacau dos Chocolates: - Chocolate Branco – aprox. 4% - Chocolate ao leite – 30% - Chocolate Meio- Amargo – 41% - Chocolate Amargo Rico em Flavonóides – 70%. Obs: O chocolate branco não leva massa de cacau. Nitrato inorgânico (Beterraba) Fontes dietéticas de Nitrato Hord e cols, 2009 Dose nos estudos: 120 mg/dia a 1450 mg /dia Metabolismo do Nitrato 1- Nitrato (NO3) ingerido da dieta é deglutido e completamente absorvido no trato gastrointestinal superior. 2 - ±25% da quantidade concentra nas glândulas salivares 3 - dentro da boca, é reduzido a nitrito por bactérias anaeróbias presentes na língua e será deglutido novamente 4- no estômago, o nitrito sofre redução ácida e é convertido a NO que terá ação vasodilatadora nos vasos sanguíneos NO3 NO3 NO3 NO3 NO Resumindo d’ El-Rei et al. Int J Hypertens 2016 Benefícios do Nitrato- Saúde Cardiovascular Adaptado de Weitzberg e Lundberg, 2013 Função Vascular Aumento da DMF Previne isquemia induzida por DE Aumenta complacência vascular Função Plaquetária Reduz agregação Pressão Arterial Reduz PA sistólica e diastólica Função Mitocondrial Aumenta eficiência Fluxo sanguíneo cerebral Aumenta perfusão no lobo frontal Resposta à hipóxia Aumenta oxigenação muscular ↑ performance na apnéia Exercício Físico < custo de O durante o exercício Aumenta performance, Medula Óssea/Mobilização das células angiogênicas circulantes Doença Arterial Periférica Melhora performance do exercício Ensaios clínicos – Nitrato inorgânico e DCV d’ El-Rei et al. Int J Hypertens 2016 Resveratrol ➢ Polifenol, não flavonóide, o principal da uva. ➢ Produzido por plantas (mecanismo de defesa) contra radiação solar, infecção, fungos. ➢ É rapidamente absorvido após ingestão oral de pequena dose, cerca de 30 minutos. ➢ Concentração na uva varia com a tipo, solo, fatores agronômicos, região geográfica, clima, práticas enológicas. Resveratrol Alimentos Concentração de Resveratrol Uva 0,16 – 3,54 µg/g Casca da uva 24,1 µg/g Suco de uva vermelha 0,5 mg/L Sucode uva branca 0,005 mg/L Vinho tinto 0,1 – 14,5 mg/L Vinho branco 0,1 – 2,1 mg/L Resveratrol Prasad, 2012 Modulação da síntese de NO: EFEITO VASODILATADOR Modulação da síntese de eicosanóides: EFEITO ANTIINFLAMATÓRIO Inibição da síntese de tromboxanos: EFEITO ANTI-COAGULANTEAção antioxidante: PREVINE OXIDAÇÃO DA LDL Resveratrol e Sistema Cardiovascular H. Berrougui et al, Atherosclerosis, 207:420–427, 2009; H. Ghanim et al, J. Clin. Endocrinol. Metab., 95: 1–8, 2010, N. Gurusamy et al, Cardiovasc. Res., 86: 103–112, 2010, J. H. Holthoff et al, Biochem. Pharmacol., 80: 1260–1265, 2010 ➢Aumenta HDL ➢ Inibe a endotelina ➢ Impede a agregação plaquetária ➢ Reduz espécies reativas de oxigênio (ROS) ➢ Reduz concentração de Angio II Resveratrol: outras funções S. Fulda, Drug Discov. Today, 15: 757–765, 2010; C. Rius et al, J. Immunol., 185: 3718–3727, 2010; K. Prasad, Int. J. Angiol., 21: 7–17, 2012; R. H. Wong et al, J. Hypertens., 31: 1819–27, 2013; K. Fujitaka et al, Nutr. Res., 31: 842–847, 2011; J. Lekakis et al, Eur. J. Cardiovasc. Prev. Rehabil., 12: 596–600, 2005. 7ª diretriz Brasil. Hipertensão Arterial,2016; ADA, J Am Diet Assoc. 2004 Alegação funcional associada à redução do risco de DCV, ↑HDL- col, ↓ estresse oxidativo e da agregação plaquetária! Estudos clínicos: suplementação de 100mg Moderação no consumo de álcool ↓ 3,31/2,04 mmHg (redução de 3-6 para 1-2 doses/dia) Limitar o consumo de álcool: ♀ 1 dose e ♂ 2 doses Resveratrol: outras funções ➢ Avaliar quantitativamente o efeito do resveratrol na pressão arterial. ➢ Seis estudos , N= 247 Características dos Ensaios Efeitos na PAS Efeitos na PAD Efeitos na PAS Dose dependente Efeitos na PAS Tempo dependente Conclusão ✓O consumo de resveratrol diminuiu significativamente a PAS em altas doses (> 150mg/ dia). ✓PAD – sem efeito ✓Mais estudos são necessários, com melhores desenhos metodológicos Probióticos Probióticos e HAS ❖ Probióticos- Microorganismos vivos , que quando administrados em quantidade adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. ❖ Fontes : Leites, Iogurtes, Produtos fermentados e suplementos alimentares. ❖ Espécies: Lactobacillus sp., Bifidobacterium sp., Enterococcus sp., Streptococcus sp. Variável composição nos produtos! Robles- Vera et al. Curr Hypertensiv Rep. (2017). 19: 26 Probióticos e HAS Composição da microbiota do hospedeiro Efeitos na saúde intestinal , obesidade, inflamação Efeitos na Saúde Cardiovascular: Aterosclerose, Dislipidemia, Hipertrofia miocárdica, ICC e Infarto e HAS Robles- Vera et al. Curr Hypertensiv Rep. (2017). 19: 26 Intestino e HAS Probióticos Peptídeos bioativos / Produção de AGCC Peptídeos inibitórios do SRAA / Redução de inflamação Redução da PA Administração de probióticos: > 8 semanas Consumo diário de > 1011 UFC Múltiplas espécies Robles- Vera et al. Curr Hypertensiv Rep. (2017). 19: 26 TGI: Sistemas Regulatórios LA. Dave et al. Peptides 76 (2016) 30- 44 Peptídeos bioativos e SRAA LA. Dave et al. Peptides 76 (2016) 30- 44 ❖Elucidar os efeitos dos probióticos na pressão arterial ❖ 9 ensaios ❖ 543 participantes Características dos Ensaios Efeito dos Probióticos na PA Conclusão ➢ O consumo de probióticos pode melhorar a pressão arterial modestamente. ➢ Efeitos mais potentes – Níveis pressóricos basais mais elevados. ➢ Benefício de consumo com mais de 8 semanas ou com consumo diário de doses > 1011 UFC. PADRÃO ALIMENTAR Journal of Hypertension 2016, 34:2164–2171 Journal of Hypertension 2016, 34:2164–2171 ✓ Alimentos frescos in natura, locais, da safra, não industrializados ✓ Peixes (pescada, tilápia, sardinha e salmão), exceto frito. Alto consumo de FLV, azeite extravirgem, nozes, castanhas e amêndoas, grãos integrais e proteínas vegetais, iogurte, leite e queijos sim, mas preferência ao queijo branco, leite semi desnatado e iogurte natural. ✓ Destaque para o vinho tinto ✓ Carne vermelha e frango esporadicamente ✓ Evitar alimentos industrializados Dieta Mediterrânea ❑ PREDIMED (Prevenção com Dieta do Mediterrâneo) – Multicêntrico, randomizado, ensaio de prevenção primária. ❑ Objetivos: Avaliar em longo prazo os efeitos da Dieta do Mediterrâneo nos eventos clínicos de DCVs em pacientes de alto risco cardiovascular. Desfecho secundários: total de mortalidade, desenvolvimento de DM, SM, doenças neurodegenerativas, câncer. ❑ Follow up: 4.8 anos (n= 7447). ❑ Média de idade: 67 anos / IMC: 30Kg/ m² ❑ Intervenção: - Dieta Mediterrâneo + Azeite de Oliva (50ml/dia) - Dieta Mediterrâneo + Nuts (30g/dia : 15g de nozes , 7,5g amêndoas, 7,5g de avelãs) - Dieta com baixo teor de lipídios ❑ Resultados: - Aderência: Dosagem de hidroxitirosol urinário e de alfa linolênico plasmático. - Grupos pareados no momento baseline. 124 ❑ Resultados: - Síndrome metabólica : - D Med + Azeite – HR 1,35 (1,15 – 1,58) - D Med + Nuts - HR 1,28 (1,08- 1,51) - Redução de PA. - Evolução de aterosclerose subclínica – Mais lenta (USG carótida) Versus Controle ❑Mecanismos de proteção: - Alto potencial antioxidante e antiinflamatório (ômega 3, polifenóis, zinco, selênio, magnésio). - Modulação genética e expressão protéica Metabólitos ❑ Genômica X Dieta Mediterrâneo: - Interação gene-dieta e fenótipos para DCVs. - MC4R rs 17782313 ou o FTO rs 9939609 X DM tipo 2. - X Adesão à D Med: Risco de desenvolvimento de DM para presença de alelos variantes (polimorfismo). - Adesão à dieta – TCF7l2 -rs 7903146 (C>T) – polimorfismo relacionado à glicemia e lipídios séricos - mRNA polimorfismos: relação com triglicerídeos e AVE - Dieta do Mediterrâneo oferece uma alternativa viável, atrativa e importante na prevenção de DCVs. - Idade avançada – Presença de benefícios Conclusão Efeito sinérgico x isolado DASH Diet DIETARY APPROACH to STOP HYPERTENSION Características ✓ ↓ gorduras saturada e total e colesterol ✓ Laticínios com baixo teor de gordura ✓ ↑ frutas e vegetais ✓ Inclui: grãos, carnes brancas, oleaginosas ✓ < carne vermelha, doces, açúcares e álcool ✓ > K, Mg, Ca, proteína e fibras Dados do estudo ➢ Multicêntrico ➢ Randomizado ➢ n = 459; 27% hipertensos ➢ Idade 22 anos (média 44,6 anos) ➢ Mulheres ± 50%, Afro-americanos ± 60% ➢ PAS < 160 mmHg e PAD: 80 a 95 mmHg ➢ 3 semanas de controle dietético ➢ Randomizados em 3 dietas: - Control Diet (dieta dos americanos) - F and V Diet (FV- frutas e vegetais) - Combination Diet ( F/V, gordura total, gordura saturada e colesterol) 3000 mg de sódio ≈ 7,5g sal/dia Dados do estudo Resultados Início: PAS: 131 mmHg / PAD: 85 mmHg Final – dieta DASH: - PAS: 5,5 mmHg a mais que o Controle * - PAD: 3,0 mmHg a mais que o Controle * * p<0.001 Maior adequação à dieta DASH e AHEI-2010 associada à menor risco de DCV e AVC. Alimentação saudável pode prevenir doenças vasculares e contribui para a saúde da população . JAMA April 18, 2017 Volume 317, Number 15 Alimentos e padrões alimentares x Nutrientes isolados Efeitos dos alimentos no peso a longo prazo x contar calorias ↑ FLV, nozes, legumes, peixes, óleos vegetais, iogurte e grãos integrais minimamente processados ↓ Carnes processadas, refinados, açúcares, sal e trans FLV ↑ K+ e ↓ Na + Ultraprocessados ↓ K+ e ↑ Na + A Relação entre ingestão de Na+ e K+ - Relação ideal 1:1 Alimentação Saudável – Na versus K Adrogue & Matias. N Engl J Med 2007;356:1966-78 Aburto et. al. BMJ.2013. 3; 346: f1378 Ingestão de K Mundial Van Mierlo et al. Arch Intern Med. 2010;170:1501-1502 Brasil ± 2500mg/dia ↓ recomendação Hypertension, 2018 ✓ N= 4680 ✓ Multicêntrico ✓ 40- 59 anos ✓ 4 visitas (2/2) ✓ PA de consultório ✓ Urina de 24h ✓ Recordatório alimentar Relação do Na urinário de 24h e PA Relação da NA/K urinário e PA ➢ INTERMAP confirma a relação adversa entre sódio e relação de NA/ K epressão arterial. ➢ Outros constituintes dietéticos influenciam muito pouco no efeito da sal na PA. ➢ Redução do conteúdo de sal presente nos alimentos é necessário para a prevenção e manejo da pré hipertensão e hipertensão arterial Conclusão Sal Rosa do Himalaia Produto 100% natural, contém até 84 minerais e livre de toxinas. Sal Rosa do Himalaia ✓ Sem evidências científicas sobre composição e benefícios ✓ Alto custo (± R$30/1kg) ✓Mesmo teor de sódio do sal refinado ✓ Outros minerais → quantidades não significativas Sal Light Sal Light ✓ 1g → 196mg Na (± 50% a menos que o refinado) ✓ 1g → 242mg K ✓ Atenção aos pacientes com risco de hipercalemia ✓ Pouco palatável ✓ Custo (± R$15/1kg) Sal de Ervas Temperos Naturais Temperos Onde Usar Alecrim Massas, legumes, frango Manjericão Saladas, massas Gengibre Frutas, peixes Hortelã Saladas, sucos, grelhados Louro Feijão, legumes, carnes Orégano Massas, carnes, queijos Sálvia Legumes, carnes Curry Frango, peixe, massas Noz-moscada Verduras, carnes, massas Caldo de Legumes Caseiro Cozinhar salsão, alho poró, salsinha, cebolinha, cenoura, cebola, tomate e alecrim em 2 litros de água e em fogo baixo. 2016 ❑ Aplicações clínicas da interação gene – dieta Associação com DCV / Fenótipos intermediários (HAS, DM, Dislipidemia) ❑ Efeitos dos nutrientes na expressão do RNA Efeitos biológicos da dieta Mudanças na expressão gênica ❑ Genes candidatos à estudo genético PPARs ❑ Epigenética - Composição da dieta X Alteração de risco cardiometabólico (função endotelial, função plaquetária, fluxo sanguíneo, inflamação) - Doadores de grupamento metil: colina, folato, betaína, vit. B12, metionina, zinco – Deficiência / Suplementação ❑ Epigenética: Desenvolvimento pós natal e transgeracional - Status materno – Afeta diretamente a prole no período intrauterino - Dieta paterna – Papel importante no status epigenético da prole – Controvérsias?? - Status nutricional de avós – Poderiam afetar gerações subsequentes, por modificações epigenéticas de células germinativas. ❑ Epigenética - Mudanças podem ser impressas durante a vida fetal, pós natal e durante o envelhecimento X Fase embrionária = Futuros desfechos epigenéticos -Dieta materna – Desfechos fetais (desenvolvimeto do tubo neural), infantis (obesidade) e na vida adulta (doenças crônicas) - Risco e progressão de doenças cardiometabólicas ao longo da vida - Dieta materna pós natal – Pode compensar algum mecanismo epigenético, ocorrido durante a vida fetal ❑Microbioma -Microbioma intestinal – Potencial fator de risco para o desenvolvimento de doenças metabólicas crônicas - Disbiose Inflamação sistêmica (aumento de permeabilidade intestinal – Altos níveis circulantes de LPLs (potente gatilho de resposta imune) AHA, 2016 Nutrigenética – Nutrigenômica X Doença Cardiovascular Resumindo Nutracêutico Potenciais mecanismos no controle da PA Beterraba (Nitrato inorgânico) Maior biodisponibilidade de ON Probióticos Inibição da ECA Cacau (flavonóides) Antioxidante Melhora: Produção de ON e Função endotelial, Reduz: Inflamação e EROS Ômega 3 Melhora: Vasodilatação e Atividade da NOS, Reduz: Resistência à insulina e Inflamação, Magnésio Bloqueio dos canais de cálcio Aumento de PGE e da produção de ON Potássio Aumenta: Natriurese, Atividade da Na- K- ATPase e Sensibilidade à insulina Reduz: ATII, Sensibilidade à catecolaminas e Stress oxidativo Resveratrol Maior produção de ON Reduz: Inflamação vascular e agregação plaquetária NICE PDG 2009. CVD causal pathways simplified Padrão da Dieta Obesidade Inatividade Física Hipertensão Diabetes Fumo Dislipidemia Inflamação Disfunção Endotelial EMI Carótida Rigidez Arterial Risco Cardiovascular Evento Cardiovascular Mensagem Clínica
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