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1 INTRODUÇÃO AO MEIO AMBIENTE E A SUSTENTABILIDADE 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3 MEIO AMBIENTE ............................................................................................... 4 Meio Ambiente e sustentabilidade ...................................................................... 4 Os pilares da sustentabilidade ........................................................................... 5 Preservação ambiental ....................................................................................... 6 Meio Ambienta no Brasil..................................................................................... 7 SUSTENTABILIDADE ........................................................................................ 7 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............. 10 A legislação ambiental brasileira ...................................................................... 13 Relação entre a produção agrícola, sustentabilidade e meio ambiente ........... 15 Ações da comunidade para superar os desafios da sustentabilidade .............. 15 PROBLEMAS AMBIENTAIS ............................................................................ 16 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................ 16 Educação Ambiental nas escolas ..................................................................... 19 QUESTÕES AMBIENTAIS E SUA EVOLUÇÃO .............................................. 21 ACORDOS INTERNACIONAIS ........................................................................ 23 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DE AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE NAS EMPRESAS ..................................................................................................... 24 Economia de material como aliada na gestão financeira interna ..................... 24 Descarte de lixo e reciclagem de material no ambiente corporativo ................ 24 Técnicas de aproveitamento de recursos naturais ........................................... 25 Tecnologia a serviço do meio ambiente ........................................................... 25 REFERENCIAS ................................................................................................ 27 2 NOSSA HISTÓRIA A história do Instituto NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a NOSSA HISTÓRIA, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A NOSSA HISTÓRIA tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO O homem vivia uma relação harmônica com a natureza e dela dependia integralmente para sobreviver. Com o desenvolvimento das ciências, a capacidade de compreensão do homem se expandiu e daí surgiu a ideia de subjugar a natureza em benefício próprio. Porém, a evolução trouxe também o desenvolvimento de condutas inadequadas referentes ao meio ambiente, especificamente, por meio do desperdício e da degradação ambiental. A expressão Educação Ambiental surgiu no ano de 1965, com o termo Environmental Education, na Conferência em Educação na Universidade Keele, destacando a formação de todos os cidadãos relacionada a problemas ambientais que envolvem a humanidade. A Educação Ambiental estimula a conscientização do indivíduo acerca dos problemas ambientais, bem como define diretrizes para combatê-los, principalmente por meio da conservação das reservas naturais e de sugestões de práticas antipoluentes. É uma vertente da Educação direcionada a assuntos que envolvem a interação homem-ambiente, e visa despertar uma consciência crítica sobre os problemas ambientais. Estimula também o indivíduo a desenvolver um caráter mais complexo e realista, considerando o ambiente em sua totalidade. Facilita a compreensão do ambiente como conjunto de relações entre os seres vivos e os não vivos ao conduzir esse indivíduo à percepção de que os problemas ambientais não podem e não devem ser tratados com neutralidade, mas precisam ser resolvidos com a mudança da relação entre a sociedade com a natureza. Esse aprendizado e essa conscientização devem ser abordados na infância, na fase da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e Médio, pois os adultos já desenvolveram hábitos difíceis de mudar. A escola transforma-se, assim, no espaço mais eficaz para formar e preparar esses indivíduos para viver em sociedade e em seu ambiente físico. Entretanto, a transformação do modo de vida da sociedade, o aumento da violência e a explosão populacional impactaram, sobremaneira, a infância das crianças. O que antes era senso comum - brincadeiras nas ruas, andar de bicicleta, jogar futebol nos campinhos, hoje é considerado inviável, devido à violência nas cidades. As crianças afastaram-se do contato com a natureza e 4 muitos não conhecem os elementos naturais que compõem o meio que os cerca, somente pela televisão ou por meios eletrônicos. Diante dessa constatação, da escola assume um papel preponderante como recurso imprescindível para despertar na criança e nos jovens, futuro cidadão, o interesse e o conhecimento da diversidade ambiental ainda existente. Nesse sentido, a Educação Ambiental nas escolas atua como agente formador de cidadãos mais conscientes e os torna aptos a atuar na realidade socioambiental que os cerca. A escola, mais do que conceitos e informações, deve trabalhar com atitudes e ações práticas, de modo que o aluno possa aprender a praticar ações direcionadas à preservação e à conservação ambiental. No espaço escolar, o aluno complementa sua socialização, portanto, professores devem desenvolver a consciência de que não são os detentores do saber e procurar, junto a outros profissionais, subsídios para que a Educação Ambiental na instituição seja uma prática diária e constante e se torna um hábito a ser incorporado à vida cotidiana. Para isso, o professor precisa aprender e descobrir novas práticas pedagógicas visando despertar a consciência da necessidade de conservar o ambiente em que vivemos, estimulando também a sustentabilidade. MEIO AMBIENTE O meio ambiente é o local onde se desenvolve a vida na terra, ou seja, é a natureza com todos os seres vivos e não vivos que nela habitam e interagem. Em resumo, o meio ambiente engloba todos os elementos vivos e não- vivos que estão relacionados com a vida na Terra. É tudo aquilo que nos cerca, como a água, o solo, a vegetação, o clima, os animais, os seres humanos, dentre outros. Meio Ambiente e sustentabilidade Podemos dizer que sustentabilidade e meio ambiente sempre “andam de mãos dadas”. A sustentabilidade é basicamente a capacidade que o ser humano 5 possui de usufruir dos recursos naturais presentes no planeta sem compromete- los para as gerações futuras. Quando falamos de recursos naturais,estamos nos referindo basicamente ao meio ambiente, pois tudo que utilizamos no nosso dia- dia depende diretamente ou indiretamente dele. Preservar o meio ambiente, dessa forma, se torna um dos principais princípios da sustentabilidade. O significado de sustentabilidade é complexo e envolve uma série de variáveis independentes entre si. Porém, todos os processos e aspectos sociais, energéticos, econômicos e ambientais estão diretamente envolvidos nesse conceito. Atualmente, as questões ambientais envolvem a sustentabilidade. A sustentabilidade é um termo abrangente, que envolve também o planejamento da educação, economia e cultura para organização de uma sociedade forte, saudável e justa. A sustentabilidade econômica, social e ambiental é um dos grandes desafios da humanidade. O termo sustentabilidade surge da necessidade de aliar o crescimento econômico com a preservação ambiental. A essa nova forma de desenvolvimento, damos o nome de desenvolvimento sustentável. Ele tem como conceito clássico ser aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades. Para que o desenvolvimento sustentável seja uma realidade é necessário o envolvimento de todas as pessoas e nações do planeta. As ações vão desde atitudes individuais até acordos internacionais. Os pilares da sustentabilidade Se atentar a detalhes relacionados à sustentabilidade e meio ambiente é importante para qualquer atividade exercida pela sociedade. Esses princípios se aplicam para qualquer empreendimento. Na agricultura, os sistemas de produção agrícolas sustentáveis devem seguir os chamados quatro pilares da 6 sustentabilidade, sendo eles: Ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e tecnicamente aplicável. Dependendo do ponto de vista, esses princípios costumam variar um pouco. Há ponto de vistas que sugerem o culturalmente diverso e também aqueles que falam apenas de três pilares (econômico, ambiental e social). Preservação ambiental A preservação do meio ambiente faz parte dos temas transversais presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's). O seu objetivo é incitar nos estudantes a importância de preservar o meio ambiente e os problemas causados pela intervenção humana na natureza. Se tratando de preservação e conservação, os termos preservação e conservação ambiental são constantemente confundidos. Porém, cada um deles possui um significado e objetivos diferentes. . Preservação Ambiental - É a proteção sem a intervenção humana. Significa a natureza intocável, sem a presença do homem e sem considerar o valor utilitário e econômico que possa ter. . Conservação Ambiental - É a proteção com uso racional da natureza, através do manejo sustentável. Permite a presença do homem na natureza, porém, de maneira harmônica. Um exemplo de áreas de conservação ambiental são as unidades de conservação. Elas representam espaços instituídos por lei que objetivam proteger a biodiversidade, restaurar ecossistemas, resguardar espécies ameaçadas de extinção e promover o desenvolvimento sustentável. 7 Meio Ambienta no Brasil No Brasil, a Política Nacional do Meio Ambiente, Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, define os instrumentos para proteção do meio ambiente. É considerada o marco inicial das ações para conservação ambiental no Brasil. Através dela, o meio ambiente é definido como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. A Política Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida. Também visa assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. A Constituição Federal Brasileira também possui um artigo que trata exclusivamente do Meio Ambiente. O artigo 225 cita que: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida...”. Outras leis ambientais importantes que protegem os recursos naturais brasileiros e promovem ações voltadas à conservação e melhoria da qualidade de vida são: . Política Nacional da Educação Ambiental - Lei nº 9.795 de 1999. . Lei de Crimes Ambientais - Lei n.º 9.605 de 1998. . Política Nacional de Recursos Hídricos - Lei nº 9.433 de 1997. O órgão responsável pelas ações e políticas ambientais no Brasil é o Ministério do Meio Ambiente (MMA). SUSTENTABILIDADE O desenvolvimento econômico não representa mais uma opção aberta, com possibilidades amplas para o mundo. A aceitação geral da ideia de 8 desenvolvimento sustentável indica que se fixou voluntariamente um limite para o progresso material. Adotar a noção de desenvolvimento sustentável, por sua vez, corresponde a seguir uma prescrição política. O dever da ciência é explicar como, de que forma, ele pode ser alcançado, quais são os caminhos para a sustentabilidade. É preciso pensar de forma consciente em desenvolvimento econômico, em tecnologias, mas também em qualidade de vida e sustentabilidade ambiental. Nesse cenário, a sociedade precisa elaborar e implantar soluções concretas em que todas as esferas (econômica, política e social) por meio de esforços mútuos, na perspectiva de que o desenvolvimento seja sustentável. O meio ambiente não suporta mais tanta agressividade, nem a exploração desordenada de seus recursos para fins econômicos, tornando perceptíveis inúmeros problemas ambientais. Por décadas a humanidade vem usufruindo dos recursos naturais de forma imprudente e inconsciente, como se fossem infinitos, causando um grande impacto ambiental. Estudos são realizados visando solucionar os problemas decorrentes dessas ações, porém a sociedade precisa aprender a viver de maneira sustentável, aproveitando melhor os recursos naturais e com índices menores de degradação ambiental. Para isso, é preciso ir além dos conceitos existentes de sustentabilidade, é necessário estimular ações e posturas voltadas a repensar e refletir acerca das atitudes praticadas, bem como propor novas condutas que favoreçam o meio ambiente. Ao sensibilizar cada educando na escola por meio de uma Educação Ambiental consciente e, consequentemente, seu círculo familiar, estenderá o alcance dela a um maior número de possível de pessoas, além disso, o desenvolvimento sustentável é uma consequência do desenvolvimento social, econômico e da preservação ambiental. O desenvolvimento sustentável não refere especificamente a um problema limitado de adequação ecológica de um processo social, mas a uma estratégia ou modelo múltiplo para a sociedade, que deve levar em conta tanto a viabilidade econômica quanto ambiental. Num sentido abrangente, a noção de desenvolvimento sustentável remete à necessária mudança substancial do próprio processo civilizatório. Entretanto, a falta de especificidade e as pretensões totalizadoras tem tornado o conceito de desenvolvimento 9 sustentável, difícil de ser classificado em modelos concretos e operacionais e analiticamente precisos. Por isso, ainda é possível afirmar que não se constitui num paradigma no sentido clássico do conceito, mas uma orientação ou enfoque, ou ainda uma perspectiva que abrange princípios normativos. O futuro de várias espécies depende da ação humana no meio ambiente; a qualidade de vida da população é diferente de épocas anteriores; animais e algumas plantas estão extintos e o índice de poluição encontra-se em níveis altíssimos. Existe a incerteza de um lugar onde as gerações futuras possam viver com o mínimo de qualidade. O homem tornou-se incapaz de usufruir dos recursos naturais visando o bem comum. Nesse sentido, segundo a Carta da Terra Estamosdiante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher seu futuro. À medida que o mundo se torna cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações. Inúmeras são as ações que o homem pode efetivar para reverter a degradação ambiental, começando na própria casa, ao separar o lixo para a coleta seletiva, não jogar lixo no chão etc. Porém, isso não é o bastante, tendo em vista que vivemos em uma cultura capitalista-industrial; assim, urge estimular um desenvolvimento sustentável, com alguns parâmetros a serem seguidos. 10 O desenvolvimento sustentável permeia métodos de construção e recursos que não impactam no meio ambiente, visa proporcionar qualidade de vida, bem como garantir um futuro melhor para a geração atual e as gerações vindouras. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL Uma determinada sociedade só obtém o seu amplo desenvolvimento quando possui a capacidade de erradicar todos os impasses que dificultam o alcance aos bens e serviços básicos à vida humana. O homem, enquanto espécie humana inerente no meio social, tem necessidades básicas a serem atendidas, e para tal, este depende do sistema de interação entre os recursos econômicos com os elementos naturais provindos do meio ambiente para consecução de tal finalidade. Para que a sociedade possa ter suas necessidades básicas atendidas é necessário o desenvolvimento econômico, e para a obtenção deste objetivo foi desenvolvido na década de 80 um instituto denominado Desenvolvimento Sustentável, como sendo aquele que supri as necessidades da geração presente, de modo a não comprometer a possibilidade de atender às necessidades das gerações futuras. Porém, este conceito somente ganhou força a partir da Conferência Mundial de Desenvolvimento e Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro, em 1992. O processo de desenvolvimento é complexo e para sua realização deve ser analisado uma vertente histórica e as dimensões que evidenciam sua sustentabilidade social, econômica e ambiental. O processo de desenvolvimento consiste em compreender as necessidades inerentes ao meio social em seu espaço e tempo, de acordo com sua cultura, bem como sua situação naquele determinado momento histórico, e tratar de garanti-las, partindo do entendimento de que os recursos naturais que utilizamos para tal finalidade são passíveis de esgotamento e, portanto, deverão ser empregados da forma mais benéfica e eficaz para as gerações atuais e futuras. 11 Uma das concepções da sustentabilidade é o fato de que o desenvolvimento, ao objetivar-se com o engendro de riquezas, tenha por propósito distribuí-las para melhorar a qualidade de vida da população e por conseguinte a qualidade ambiental do planeta. Em um contexto moderno, pensar o desenvolvimento sustentável é compreender a correlação entre progresso econômico e meio ambiente e buscar métodos de equilíbrio entre ambos os institutos, para que o homem enquanto ser social, com liberdades mínimas, isto é, com condições suficientes para sobrevivência, desenvolva preceitos basilares à vida social perante o desenvolvimento econômico, sem degradar o meio ambiente. Considerando o desenvolvimento sustentável enquanto direito fundamental, é necessário a existência de uma tutela jurídica específica e eficaz, que determine e enquadre normas e procedimentos de aplicabilidade concreta, que possa vir a garantir a execução de tal direito, bem como o controle das atividades humanas voltadas a este. Para tal, o direito deve adotar práticas que melhor conciliem o ordenamento jurídico com as possibilidades de desenvolvimento sustentável. Ante exposto, resta claro que a sustentabilidade necessita de instrumentos para sua efetivação. A Constituição Federal da República, em seu artigo 225, deixa clara sua preocupação com o desenvolvimento sustentável, e a atribui a este caráter de princípio fundamental. O escopo maior do ordenamento jurídico jurisdicional face ao desenvolvimento sustentável, é estabelecer parâmetros normativos que garantam os objetivos almejados pela proposta trazida com tal desenvolvimento, e desta forma harmonizar em termos de aplicação e finalidade a preservação ambiental com o desenvolvimento econômico. Tal instrumento normativo tem o intuito de desenvolver o país econômica e socialmente, ao passo que, ressalvada a preservação, bem como a defesa do meio ambiente para a presente e futuras gerações. O proposito precípuo é encontrar o ponto de equilíbrio entre a utilização racional do meio ambiente e a atividade econômica, para a consecução do progresso econômico. Desta forma, a constituição conclui que o meio ambiente é de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, tornando além de princípio, um direito fundamental, de 12 obrigação, aplicação e garantia do Estado, tal como a sua proteção. Portanto, o meio ambiente é um bem indisponível, devendo o interesse público preservar e conservá-lo de modo ecologicamente equilibrado, proporcionando uma sadia qualidade de vida. Um projeto galgado no desenvolvimento sustentável para aplicação no país em âmbito nacional, deve partir de debates na esfera local, com total participação dos diversos setores existentes neste. Os agentes que participam de tal discussão devem representar o poder público, a sociedade civil e o setor produtivo, partindo da análise dos pressupostos das três dimensões supracitadas que norteiam o desenvolvimento sustentável, de modo a criar um vínculo entre os agentes que participam de tal processo. Deve-se intentar para a realização deste processo de modo uniforme, pois a iniciativa em âmbito local pode ensejar diferença no decorrer deste, em relação ao andamento de cada estado e em relação ao país como um todo, e consequentemente ocasionaria complicações funcionais, bem como a afetação do objetivo precípuo do projeto. Nesta vertente é fundamental mencionar a educação como fator de extrema importância para consecução do desenvolvimento sustentável enquanto mecanismo de crescimento social. A sociedade necessita de uma educação que seja capaz de se comprometer com o fazer-se humano, na qualidade de ser passível e responsável pelas suas escolhas, bem como solidário com seu círculo de convivência, e desta forma, a educação enquanto produto da sociedade, é ferramenta importante para consolidação da proposta almejada pelo desenvolvimento sustentável. Por meio da educação ambiental, é possível incorporar as dimensões sociais, políticas, econômicas, culturais, ecológicas e éticas, de modo a promover uma ação multidisciplinar em prol da sustentabilidade prevista na carta magna, que significa que ao tratar de qualquer problema ambiental, deve-se considerar todas as dimensões. Partindo destas premissas, a educação ambiental tem como propósito, portanto, construir uma consciência social voltada a preservação ambiental, e transformar-se em filosofia de vida de modo a levar a adoção de práticas ambientalmente plausíveis com o contexto social em que vivemos, investindo nos recursos e processos ecológicos do meio ambiente, e desta forma, proporcionar o desenvolvimento e a escolha de planos 13 de ação, que venham contribuir para a formação do processode desenvolvimento sustentável para a melhoria da qualidade de vida social. Assim, fundamentando-se no ideal proposto pela educação ambiental, os membros desta sociedade devem entender que o Direito do amanhã deve ser ético e legalmente protegido sendo um direito fundamental para as gerações futuras. Atualmente, há necessidade da sociedade posicionar-se de forma diferente com o meio ambiente e social, e com seus modelos de produção, tendo em vista a sustentabilidade que preleciona às maneiras de pensar o mundo, bem como as formas de exercício pessoal e social na qual os indivíduos tenham atitudes norteadas por princípios éticos e comunidades com comprometimento coletivo fundamentado na tolerância e igualdade, sistemas sociais e organizações participativas e técnicas ambientais que reconheçam e sustentem processos ecológicos de apoio à vida e aos princípios basilares da vida humana. Portanto, a sustentabilidade se consubstancia mais que qualidade de um modelo de desenvolvimento, ela vai além da preservação do meio ambiente. Sustentabilidade enseja uma relação equilibrada consigo mesmo e com o outro enquanto ser humano e com o ambiente. Diante disso, não se pode falar em desenvolvimento sustentável sem evidenciar a importância da educação nesta trama, mas para impulsioná-lo é necessário um dispêndio em várias frentes, levando em conta todas as circunstâncias da sustentabilidade. A legislação ambiental brasileira A maioria dos nossos problemas ambientais tem suas raízes em fatores culturais, políticos e socioeconômicos, não podendo ser resolvidos por meios puramente tecnológicos. Abordar esses problemas somente sob o aspecto ecológico é desconhecer, ingenuamente, a realidade desfavorável que precisa ser modificada. Assim, para que as questões ambientais sejam compreendidas e visando solucionar problemas decorrentes de práticas prejudiciais ao meio ambiente foram elaboradas leis que garantem a obrigatoriedade da preservação e da sustentabilidade do meio ambiente. 14 No Brasil, o marco inicial mais importante e abrangente é o Código Florestal - Lei nº 4.771, instituída em 15/09/1965, que determina como área de preservação permanente as matas ciliares em torno dos cursos d’água nas margens dos rios, lagoas e reservatórios, matas em topos de morro e proteção às matas nativas. A Constituição Federal Brasileira de 1988 traz um avanço significativo relacionado às leis que instituem a preservação e a proteção ambiental. A partir de então, o meio ambiente passou a ser assegurado como bem comum de toda a sociedade, atribuindo responsabilidades ao Estado e à população. A Constituição Federal de Brasil (1988, título VIII, Cap. VI), institui em seu art. 225 que: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo às presentes e futuras gerações. A Lei nº 6.938/81, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, é uma das mais importantes leis ambientais, pois define que o poluidor passa ser responsável por seus prejuízos e danos ambientais, tornando-se obrigatória a indenização, independentemente da culpa, por agressões ao meio ambiente; tal lei fomentou estudos e a criação de relatórios de impactos ambientais. Além dessas legislações mais amplas, a Política Nacional de Educação Ambiental institui a Educação Ambiental como um componente essencial e permanente da educação em caráter formal e não formal em todo o país, articulada e presente em todos os níveis e modalidades de ensino, inserido de forma interdisciplinar e transversal ao currículo escolar. A discussão sobre a relação educação e meio ambiente contextualiza- se em um cenário atual de crise em todas as dimensões (econômica, política, cultural, social, ética e ambiental). Para superá-la, tem sido apresentado em diversos fóruns o modelo de desenvolvimento sustentável, que propõe associar desenvolvimento econômico com preservação do meio ambiente. Nesse sentido, um dos temas apresentado nesses fóruns é a Educação Ambiental como instrumento para alcançar os objetivos propostos. 15 Relação entre a produção agrícola, sustentabilidade e meio ambiente A sustentabilidade e meio ambiente tem sido um dos principais enfoques na agricultura nas últimas décadas. A comunidade de pesquisadores, agricultores, agrônomos e demais profissionais tem buscado incessantemente sistemas de produção agrícola que possam aliar os quatro pilares da sustentabilidade e ao mesmo tempo garantir a boa produtividade agrícola e o lucro para o produtor. Em um mundo industrializado e competitivo, onde a demanda por alimentos e maiores produções cresce cada vez mais, o cuidado e preocupação com o meio ambiente acaba sendo deixado de lado e o lucro econômico acaba se tornando o único objetivo da produção agrícola. Por esse motivo, muitas práticas como utilização de monoculturas de soja, revolvimentos ocasionais do solo e uso excessivo de pesticidas tem se tornado comum na agricultura principalmente no Brasil onde o ataque de pragas e doenças é intenso devido ao clima favorável. Ações da comunidade para superar os desafios da sustentabilidade Grande parte dos problemas enfrentados na agricultura podem ser controlados através de práticas sustentáveis de produção agrícola como o sistema plantio direto. Sistemas integrados de produção, como integração lavoura-pecuária, lavoura-pecuária-floresta e sistemas de consórcio têm se destacado pela sua eficiência tanto no aumento da lucratividade do produtor como na promoção e preservação da sustentabilidade e meio ambiente. No entanto são poucas as áreas que fazem o uso das técnicas, e muitas das que utilizam não as fazem apropriadamente. O aquecimento global causado pelo aumento do efeito estufa tem se tornado uma das principais preocupações da humanidade. Dessa forma, a utilização te técnicas tanto na agricultura quanto em qualquer outro setor que 16 promova a preservação do meio ambiente tem se tornado cada vez mais necessário. No artigo Agricultura Brasileira no Aquecimento Global, falamos um pouco mais sobre como o Brasil tem contribuindo para a sustentabilidade da produção agrícola e no combate ao aquecimento global, além dos desafios e metas a serem alcançados. PROBLEMAS AMBIENTAIS Nas últimas décadas, o meio ambiente vem sofrendo cada vez mais com a ação humana, uma delas é a prática da queimada. Como essa intervenção nem sempre é harmônica e de forma sustentável, surgem os problemas ambientais. Os principais problemas ambientais da atualidade são: Mudanças Climáticas; Efeito Estufa; Aquecimento Global; Poluição da água; Poluição do ar; Destruição da Camada de Ozônio; Extinção de espécies; Chuva Ácida; Deflorestação; Desertificação; Poluição. EDUCAÇÃO AMBIENTAL Entende-se Educação Ambiental como o processo percorrido pelo educando em busca de conhecimento sobre questões ambientais, com a 17 finalidade de desenvolver uma nova percepção a respeito do conceito de meio ambiente, bem como se tornar também um agente transformador da conservação e da preservação dos recursos naturais. Para isso, a escola, por ser um espaço social e de constante aprendizagem, contribui para a formação de cidadãos conscientes, responsáveis e atentos à relação homem – ambiente. Nesse espaço, a Educação Ambiental tornou-se um componente essencial no processo de formação, visto que perpassa todos os segmentos e currículos escolares. Por se tratar de uma temática interdisciplinar, a EA precisa ser desenvolvida de forma contínua, permanente, sistemática e transversal, contextualizando tais conteúdos com a realidade integral do mundo contemporâneo. A prática de projetos e pesquisas, realizada por meio de temas geradorese estudados de maneira interdisciplinar precisa se consolidar na fundamentação teórica. Assim sendo, o desenvolvimento de programas de Educação Ambiental e a conscientização de seus conteúdos depende deste complexo processo de emergência e constituição de um saber ambiental, capaz de ser incorporado às práticas docentes e como guia de projetos de pesquisa. A sensibilização é um sentimento ou emoção que a escola pode provocar, uma vez que a EA destina-se a todos e é ofertada por meio da educação formal, da Educação Infantil até o Ensino Superior, inclusive na formação de professores e outros profissionais; e da não formal, que abrange todos os demais segmentos da população que dispõem de poder ou não nas áreas ambientais. No entanto, a conscientização vai além da sensibilização, ela provoca mudanças de comportamentos e concepções no indivíduo quando este aprende e compreende que cada ser humano integra o meio ambiente e que é necessário fazer sua parte em cuidar, respeitar e preservar o ambiente em que vive, de forma a garantir a sobrevivência para as gerações futuras. Com o intuito de estimular a formação de uma nova percepção individual e pessoal, a Carta de Belgrado considera como objetivos da Educação Ambiental: 18 Tomada de consciência: Ajudar às pessoas e aos grupos sociais a adquirir maior sensibilidade e consciência do meio ambiente em geral e dos problemas; Conhecimentos: Ajudar às pessoas e aos grupos sociais a adquirir uma compreensão básica do meio ambiente em sua totalidade, dos problemas associados e da presença e função da humanidade neles, o que necessita uma responsabilidade crítica; Atitudes: Ajudar às pessoas e aos grupos sociais a adquirir valores sociais e um profundo interesse pelo meio ambiente que os impulsione a participar ativamente na sua proteção e melhoria; Aptidões: Ajudar às pessoas e aos grupos a adquirir as aptidões necessárias para resolver os problemas ambientais; Capacidade de avaliação: Ajudar às pessoas e aos grupos sociais a avaliar as medidas e os programas de Educação Ambiental em função dos fatores ecológicos, políticos, sociais, estéticos e educativos; Participação: Ajudar às pessoas e aos grupos sociais a desenvolver seu sentido de responsabilidade e a tomar consciência da urgente necessidade de prestar atenção aos problemas ambientais, para assegurar que sejam adotadas medidas adequadas. Com essa perspectiva, na escola, espaço de formação e transformação, têm se a necessidade de assegurar que os objetivos da Carta de Belgrado sejam viabilizados e consolidados na prática cotidiana dos educandos, bem como discutidos com a comunidade. E também considerando que nesse espaço de vivência é necessário tratar de temas da atualidade aplicados à realidade cotidiana dos seus alunos, os Parâmetros Curriculares Nacionais, do tema transversal Meio Ambiente estabelecem que temas da atualidade, em contínuo desenvolvimento, exigem uma permanente atualização; e fazê-lo junto com os alunos é uma excelente oportunidade para que eles vivenciem o desenvolvimento de procedimentos elementares de pesquisa e construam, na prática, formas de sistematização da informação, medidas, considerações quantitativas, apresentação e discussão de resultados etc. O papel dos professores como orientadores desse processo é de fundamental importância. 19 Essa vivência permite aos alunos perceber que a construção e a produção dos conhecimentos são contínuas e que, para entender as questões ambientais, há necessidade de atualização constante. Os problemas ambientais são o resultado da exploração dos recursos naturais pela sociedade capitalista, bem como do consumismo e da industrialização, gerados pelo ser humano ao utilizá-los em seu benefício. O meio ambiente possui recursos finitos, até então explorados sem qualquer preocupação quanto à sua escassez, porém, apesar disso, o homem conseguiu perceber a crise ambiental, a qual efetivamente afeta toda a vida no planeta. Entretanto, desenvolver a criticidade é um meio para a formação dos alunos, oportunizando a construção do conhecimento cotidianamente. Educação Ambiental nas escolas Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) surgem com a proposta de se trabalhar nas escolas de todo o país conteúdos base, ou seja, um só currículo formal, o que garantiria uniformidade no processo de ensino aprendizagem dos alunos. Porém, em um país com tanta diversidade, e mesmo que os PCNs promovam a discussão da diversidade, há determinadas peculiaridades que os Parâmetros não conseguem abarcar. Os conteúdos de Meio Ambiente serão integrados ao currículo através da transversalidade, pois serão tratados nas diversas áreas do conhecimento, de modo a impregnar toda a prática educativa e, ao mesmo tempo, criar uma visão global e abrangente da questão ambiental. A tendência da educação ambiental escolar é tornar-se não só uma prática educativa, ou uma disciplina a mais no currículo, mais sim consolidar-se como uma filosofia de educação, presente em todas as disciplinas existentes e possibilitar uma concepção mais ampla do papel da escola no contexto ecológico local e planetário e contemporâneo. A educação constitui-se na mais poderosa de todas as ferramentas de intervenção no mundo para a construção de novos conceitos e consequente mudança de hábitos. É também o instrumento de construção do conhecimento e a forma com que todo o desenvolvimento intelectual conquistado é passado de 20 uma geração a outra, permitindo, assim, a máxima comprovada de cada geração que avança um passo em relação à anterior no campo do conhecimento científico e geral. A Educação Ambiental constitui-se como uma estratégia para que se alcancem as mudanças desejadas na atual educação. A Educação Ambiental tem assumido nos últimos anos o grande desafio de garantir a construção de uma sociedade sustentável, em que se promovam, na relação com o planeta e seus recursos, valores éticos como cooperação, solidariedade, generosidade, tolerância, dignidade e respeito à diversidade. A educação ambiental na escola não deve ser conservacionista, ou seja, aquela cujos ensinamentos conduzem ao uso racional dos recursos naturais e à manutenção de um nível ótimo de produtividade dos ecossistemas naturais ou gerenciados pelo homem, mas aquela educação voltada para o meio ambiente que implica uma profunda mudança de valores, em uma nova visão de mundo, o que ultrapassa bastante o estado conservacionista. Fazendo uma leitura do PCN – meio ambiente e saúde, cujas ideias refletem a relação homem/natureza, destaca-se que a escola deverá, ao longo das oito séries do ensino fundamental, oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fatos naturais e humanos a esse respeito, desenvolva suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais que lhe permitam viver numa relação construtiva consigo mesmo e com seu meio, colaborando para que a sociedade seja ambientalmente sustentável e socialmente justa; protegendo, preservando todas as manifestações de vida no planeta; e garantindo as condições para que ela prospere em toda a sua força, abundância e diversidade. O objetivo da Educação Ambiental não entra em conflito com os objetivos do sistema escolar, pelo contrário, ambos se direcionam para a formação integral do indivíduo, enquanto cidadão inserido na sociedade e no meio ambiente. A educação ambiental está inserida no âmbito escolar e social do indivíduo, por isso, torna-se necessário uma educação mais ampla com base nos problemas ambientais globais, mas voltada para o pensamento “inloco” na vivência e experiência das pessoas. 21 QUESTÕES AMBIENTAIS E SUA EVOLUÇÃO Desde o decorrer dos primeiros períodos da história a preocupação com a preservação ambiental já era nítida, e desta forma o conflito entre crescimento econômico eproteção ambiental esteve presente ao longo dos séculos. O aumento de bem-estar social proporcionado pelo vigoroso crescimento, bem como desenvolvimento econômico mundial ocorrido no século XX, é ameaçado pelas transformações ambientais ocorridas, em sua maioria, pela consequência das práticas deliberadas das ações humanas. No Brasil, desde o período colonial, já existiam instrumentos normativos que objetivavam proteger os recursos ambientais, no entanto, naquele momento a preocupação era de preservar em função de interesses econômicos provindos da exploração ambiental. Tal posicionamento perdurou até a década de 60, onde houveram mudanças drásticas na legislação ambiental com a criação do Estatuto da Terra em 1964, e posteriormente o novo Código de Defesa Florestal em 1965, o que demostrava uma preocupação ambiental com o impacto das atividades antrópicas em relação ao meio ambiente. A década de 70 trouxe consigo um propósito voltado a regulamentação e controle ambiental, sobretudo com a conferência de Estocolmo, que influenciou e viabilizou um posicionamento para que as nações começassem a estruturar seus órgãos ambientais e a estabelecer suas legislações, objetivando o controle da poluição ambiental. Tal conferência teve impacto na sociedade brasileira e resultou na criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), que assumiu a incumbência de fixar normas e modelos relativos à preservação do meio ambiente. Somente em 1981, tal posicionamento tornou-se mais concreto e efetivo com o estabelecimento da Política Nacional do Meio Ambiente, prevista na lei nº 6.938, que fora sancionada pelo Congresso Nacional, e continha em seu texto normativo preceitos estabelecendo a descentralização das ações, atribuindo aos Estados e Municípios a função de executores de medidas e providências para a proteção ambiental, bem como a conceituação de Estudos de Impacto Ambiental e de Relatório de Impacto Ambiental, institutos que posteriormente tiveram fundamental importância nas medidas de controle e preservação ambiental. 22 Ainda na década de 80, a proteção ambiental, que era vista sob uma perspectiva defensiva, baseadas apenas no estrito cumprimento das legislações até então desenvolvidas, estimulando soluções meramente corretivas, passou a ser considerada como uma necessidade do ponto de vista econômico, pois reduz o desperdício de matérias-primas e transmite uma boa imagem para a empresa que adere a proposta ambientalista. Desta forma a preocupação com preservação se globaliza no final daquele período, tendo como marco o Relatório de Brundtland, responsável pela disseminação do conceito de Desenvolvimento Sustentável, e agiu de modo a fazer uma alerta as nações para a busca de meios alternativos a consecução d e tal desenvolvimento. Com o advento da Constituição da República promulgada em 1988, a preocupação com a preservação ambiental ganhou um instrumento normativo especifico e com força hierárquica sobre as demais normas infraconstitucionais, sintetizado o artigo 225 deste diploma legal, e em seu texto é nítida a influência do conceito de Desenvolvimento Sustentável trazido pelo Relatório de Brundtland, vislumbrando a coletividade social direito fundamental ao meio ambiente equilibrado, e aderindo a este caráter de fundamentalidade, ao passo que ter direito ao meio ambiente equilibrado reside no fato de tal direito ser indispensável a uma qualidade de vida benéfica, ao qual, por sua vez, se torna um meio essencial para condições de uma vida digna. No ano de 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida Rio-92, foi realizada na cidade do Rio de Janeiro, e teve grande importância para o movimento de proteção ambiental, pois resultou na criação da Agenda 21 e a Carta da Terra, contudo, fora a partir deste movimento que surgiu uma nova forma de abordagem, o foco passou a ser o aperfeiçoamento de todo o processo produtivo, objetivando reduzir o impacto ambiental como um todo, exercendo de forma viável uma gestão ambiental. Neste prisma, é necessário voltar-se ao direito ao meio ambiente equilibrado, enquanto direito fundamental, garantido constitucionalmente e galgado sob perspectiva do desenvolvimento sustentável, direito este, categoricamente discutido no percurso histórico social, no que toca a sua 23 juridicidade e aplicabilidade, o que demonstra sua essencial importância nos campos de estudo, interpretação e aplicação no meio social. ACORDOS INTERNACIONAIS Dada a urgência e a preocupação mundial com os problemas ambientais e os impactos dele decorrentes, surgiram vários acordos e tratados internacionais. Eles propõem novos modelos de desenvolvimento, redução da emissão de gases poluentes e conservação ambiental. A preocupação ambiental vem sendo tratada no âmbito internacional desde a realização da Conferência de Estocolmo, em 1972. Após isso, ganhou novamente destaque na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (RIO-92 ou ECO-92), com a aprovação da Agenda 21. Outros importantes tratados e acordos internacionais voltados ao meio ambiente são: Protocolo de Montreal - objetivo de reduzir a emissão de produtos que causam danos à camada de ozônio; Protocolo de Kyoto - objetivo de mitigar o impacto dos problemas ambientais, por exemplo, das mudanças climáticas do planeta terra; Rio +10 - Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável: definição de ações voltadas para a preservação ambiental e aspectos sociais, especialmente de países mais pobres; Rio +20 - Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável: reafirmação do desenvolvimento sustentável aliado à preservação ambiental; Acordo de Paris - objetivo de conter o aquecimento global e reduzir as emissões de gases do efeito estufa; Agenda 2030 - objetiva orientar as nações do planeta rumo ao desenvolvimento sustentável, além de erradicar a pobreza extrema e reforçar a paz mundial. 24 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DE AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE NAS EMPRESAS Economia de material como aliada na gestão financeira interna Quando a empresa opta por uma gestão consciente de material de produção, está desenvolvendo não só uma ação sustentável, mas também um plano de redução de gastos que pode significar um aditivo no orçamento total. O uso consciente de materiais e insumos gera uma redução de sobras, o que, dentro do ambiente corporativo, é de grande importância. Para integrar tal ação, os responsáveis pela área devem investir em treinamento de mão de obra, com a qualificação dos funcionários das áreas atingidas e em tecnologia, que pode apresentar novas metodologias de utilização e controle. Essa ação colabora com a sustentabilidade ambiental e ajuda o empreendedor. Descarte de lixo e reciclagem de material no ambiente corporativo Em alguns casos, a sobra de material é inevitável, mas isso não deve significar um descarte irresponsável. A separação correta dos excessos e a condução adequada dos mesmos contribui para o desenvolvimento sustentável da empresa. Pontos de coleta e avaliação de itens que podem ser reutilizados ou reciclados devem estar no contexto das ações internas. Neste caso, os funcionários devem ser orientados para realizar a separação in locu. A reciclagem pode abranger desde copos descartáveis até materiais industriais e de escritório. Os copos plásticos também podem ser eliminados através da distribuição de canecas ou copos individuais. A empresa pode utilizar também de coletores 25 locais de reciclagem, dentro da própria comunidade inserida, o que faz com que cumpra de modo saudável seu papel social. Os itens que não forem recicláveis poderão ser direcionados para um sistema de compostagem, que poderá fomentar com insumos de base orgânica uma horta ou jardim da própria empresa. Isso é ser sustentávele colaborar com boas práticas. Técnicas de aproveitamento de recursos naturais Ainda no plano de sustentabilidade ambiental, uma empresa consciente deve buscar projetos que conduzam a um conceito onde possa se beneficiar da própria natureza, usufruindo do que ela oferece de melhor. A utilização, por exemplo, de energia solar como fonte de energia limpa é uma boa medida. Além de ser uma prática sustentável adotada em diversos países, essa fonte pode significar uma redução considerável de gastos com contas de energia elétrica. O sol, além da energia limpa, também pode estar presente em ambientes no espaço físico da empresa, como em salas de reunião e refeitórios, onde a claridade pode ser destacada com mudanças simples na arquitetura local, como a abertura de janelas maiores ou telhas de vidro, que favoreçam a iluminação natural. Ações simples de sustentabilidade transformam o âmbito corporativo, propiciando o desenvolvimento sustentável daqueles que adotam uma proposta de crescimento consciente, em conjunto com seus colaboradores. Tecnologia a serviço do meio ambiente As tendências tecnológicas acompanham as boas práticas. Ao pensar em contenção de resíduos, podemos incluir papéis de divulgação de produtos e uso interno. Uma tendência crescente é a criação de aplicativos que facilitem a comunicação entre as pessoas, no próprio computador ou painel de avisos, de maneira rápida e limpa. 26 Novas tecnologias que favoreçam a redução do consumo de água é uma grande aliada ao ambiente corporativo. Além da conscientização dos colaboradores, ajuda com a manutenção do meio, diminuindo impactos e os gastos excessivos. Uma outra tendência é a utilização de roupas de material com tecnologia biodegradável, que deve ser adotada no uniforme dos colaboradores. Estimular o conhecimento de novos materiais e a quebra de paradigmas é um grande passo para o sucesso de práticas de sustentabilidade ambiental. Vale lembrar que todas as ações devem ser promovidas e explicadas aos funcionários, para que o esclarecimento dos temas possa induzir à conscientização e interação ambiental. As empresas também podem ser importantes influenciadoras na vida de seus clientes. Ao produzirem produtos com ênfase em processos sustentáveis, materiais que não agridam o meio ambiente, e serem representadas por ações que colaborem para um desenvolvimento sustentável, podem induzir clientes e colaboradores às práticas colaborativas de consciência ambiental. É papel do governo e das empresas colaborarem para que a comunidade esteja envolvida em ações de educação ambiental e desenvolvimento sustentável, como forma de usufruir daquilo que a natureza nos oferece, sem extinguir recursos preciosos, que influenciam diretamente em nossa qualidade de vida. Toda a sociedade deve estar unida em busca de uma maior proteção do meio ambiente. Com ações simples, uma pessoa pode mudar sua realidade. Com atos em massa, todos podemos mudar o mundo. 27 REFERENCIAS FERREIRA, Leidryana. Educação Ambiental e Sustentabilidade na prática escolar. 2019. Revista brasileira educação, São Paulo, 2019. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Carta da Terra. Disponível em: < https://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/carta-da- terra >. Acesso em: 17 ago.2020. COC BY PEARSON. O que é o estatuto da terra? Disponível em: < https://www.coc.com.br/blog/soualuno/sala-de-aula/o-que-e-o-estatuto-da-terra >. Acesso em: 23 ago.2020. ECO. O que é o código de defesa florestal? Disponível em: < https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28574-o-que-e-o-codigo- florestal/#:~:text=O%20C%C3%B3digo%20Florestal%20%C3%A9%20a,diferen tes%20tipos%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20rural. >. Acesso em: 25 ago.2020. JUS. Meio ambiente e sustentabilidade. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/68390/meio-ambiente-e-sustentabilidade >. Acesso em: 26 ago.2020. TODA MATÉRIA. Meio ambiente. Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/tudo-sobre-meio-ambiente/ >.Acesso em: 27 ago.2020. https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28574-o-que-e-o-codigo-florestal/#:~:text=O%20C%C3%B3digo%20Florestal%20%C3%A9%20a,diferentes%20tipos%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20rural https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28574-o-que-e-o-codigo-florestal/#:~:text=O%20C%C3%B3digo%20Florestal%20%C3%A9%20a,diferentes%20tipos%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20rural https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28574-o-que-e-o-codigo-florestal/#:~:text=O%20C%C3%B3digo%20Florestal%20%C3%A9%20a,diferentes%20tipos%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20rural 28 AGRO PRO. Sustentabilidade e meio ambiente: entenda a relação. Disponível em: < http://blog.agropro.com.br/sustentabilidade-e-meio-ambiente/ >.Acesso em: 28 ago.2020 SITE SUTENTÁVEL. Sustentabilidade ambiental: o que é? Disponível em: < https://sitesustentavel.com.br/sustentabilidade-ambiental-o-que-e-tipos-e- exemplos/ >. Acesso em: 29 ago.2020.
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