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Sin����ação Q�ími�� A comunicação entre as células ocorre através da sinalização química Células respondem a moléculas sinalizadoras como hormônios ou fatores de crescimento. Uma célula pode receber vários sinais diferentes e a integração de alguns sinais pode levar a respostas diferentes. Sem sinal há apoptose de uma célula. Mecanismos de sinalização: 1 - SINALIZAÇÃO DEPENDENTE DE CONTATO De um citoplasma diretamente para o citoplasma da outra célula; Contato pela membrana da célula-alvo. Ex: junções comunicantes ou tipo GAP ● Tipo GAP 2 conéxons m canais se unem para formar o GAP (cada conéxon em uma membrana de uma célula), formando poros nas membranas e permitindo a travessia direta de citoplasma para citoplasma. 1 conéxon é formado por 6 proteínas conexinas (proteínas transmembranas). OBS: o conéxon pode ser formado por conexinas do mesmo tipo ou de tipos diferentes. - heterotípicas - homotípicas Isso fornece seletividade do que passa por esse canal. Algumas situações fazem a junção do tipo GAP fechar como a alteração brusca de ph ou quando é detectado alto nível de cálcio no meio intracelular, pois essa alta quantidade de cálcio ativa as caspases que iniciam a apoptose de uma célula, então é necessário que ocorra o fechamento dessa ligação para que não estimule a morte de células a sua volta também. ● Adesão celular Necessária para a formação de tecidos ou para diapedese. Ex: tecido muscular esquelético e leucócitos. Inflamação de um tecido sinaliza às células endoteliais para que sinalizem aos leucócitos. Células endoteliais expõem suas proteínas de membrana que atraem leucócitos. Leucócitos começam a se aproximar das paredes do vaso com esse sinal, e com as tentativas de conexão com as membranas das células endoteliais começam a fazer rolamento e desacelerar. Assim que chega a uma velocidade boa, consegue fazer a conexão com as proteínas das membranas das células endoteliais, possibilitando a saída desse leucócitos dos vasos sanguíneos. 2 - SINALIZAÇÃO POR MOLÉCULA SECRETADA Temos 4 tipos: ● Autócrina: sinal liberado atua na própria célula. Útil para grupos de células iguais que vão fazer a mesma função. Ex: tumores - sinais que induzem à sobrevivência ou até à migração. ● Parácrina: sinalização para uma célula-alvo que fica próxima (células vizinhas). Sinal de meia- vida curta. Enzimas clivam esse sinal em algum momento. Serve como um mediador local. Ex: sinalização por óxido nítrico na vasodilatação (células endoteliais produzem óxido nítrico que é captado pelas células musculares na camada de cima e faz o relaxamento - dilatando o vaso) Acetil-colina vai até as células endoteliais e seus receptores ativam a Gq que ativa a fosfolipase c. A fosfolipase C vai até o PIP2 da membrana e a divide em IP3 e DAG. IP3 vai abrir os canais de cálcio e libera cálcio. Cálcio se liga a calmodulina e o complexo cálcio-calmodulina ativa a NO sintase. A No sintase + arginina produz citrulina e óxido nítrico. Esse é um gás que sai livremente para fora da célula e chega nas células musculares em volta do endotélio. Ele ativa Guanilil ciclase que, com ajuda de GTP, faz a ativação de GMPc. O GMPc ativa PKG, que é uma kinase e fosforila canais de cálcio, fechando-os e impedindo a saída desse íon, impedindo a contração. Faz o relaxamento do músculo em volta dos vasos, fazendo a vasodilatação. ● Endócrina: glândulas endócrinas secretam moléculas secretoras (nesse caso, hormônios) que são transportadas pela corrente sanguínea. Ex: eixo HPA (hipotálamo - hipófise - adrenal) que produz os hormônios da loto fuga - hipotálamo produz CRH que atua nas células da hipófise, estimulando a produção de ACTH que, por sua vez, estimula a glândula adrenal a produzir cortisol. ● Sináptica: neurônio passando o estímulo para outro neurônio por meio de neurotransmissores. Ex: junção neuromuscular - sinapse entre os neurônios e a célula muscular (neurotransmissor nessa caso é a acetilcolina) obs: neurotransmissores são liberados pelo terminal pré-sináptico, onde possuem vesículas que armazenam essas substâncias. Receptores Independente do sinal, a célula-alvo responde por meio de um receptor, ao qual a molécula se liga, iniciando uma resposta na célula-alvo. Na maioria dos casos, os receptores são proteínas transmembranas expostas na superfície da membrana. Assim que o sinal se liga a essa proteína, esses receptores são ativados e geram uma cascata de sinalização intracelular, que altera o comportamento da célula. Possuem dois diferentes tipos de receptores: ● Intracelular - quando o sinal é pequeno e hidrofóbico consegue passar pela membrana e chegar a esse receptor - atua como fator de transcrição - sempre envolvido na síntese proteica. O receptor é localizado no citosol ou no núcleo. ● Receptor de membrana - quando o sinal é hidrofílico. Propriedades da sinalização: seletivo para uma determinada molécula sinalizadora e capacidade de ADAPTAÇÃO: ADAPTAÇÃO Capacidade de diminuir a resposta a um sinal de formas diferentes. ● Receptor sequestrador - receptor é removido e trazido para o lado de dentro por um período de tempo (internalizado e armazenado nos endossomos) e depois é reinserido. ● Receptor Down Regulator - retirado da membrana, degradado e substituído por outro. ● Receptor inativado - receptor muda sua conformação e o sinal não consegue se ligar a ele. ● Inativação da proteína da via de transdução - mudança de conformação de uma dessas proteínas. ● Proteína inibitória - síntese pela via de sinalização de uma proteína inibitória que para a própria via. Quando essa via está ativa por muito tempo ela produz essa proteína causando um feedback negativo. RECEPTORES DE MEMBRANA 1. Receptor ionotrópico ou por canal iônico dependente de ligante. 2. Receptor metabotrópico - receptores acoplados à proteína G. Essa via ativa a via de transdução. 3. Receptor catalítico - se associam a uma enzima. Se a enzima for ativada, ativa a via de transdução do sinal.. RECEPTORES IONOTRÓPICOS Receptores ionotrópicos são compostos por 4 ou 5 subunidades. Combinações diferentes de subunidades dão passagem para moléculas diferentes ou até mesmo modificam a velocidade de sua abertura, ou seja, variedade de subunidades influenciam as características desse canal. Exemplos de receptores desse tipo: ● Receptor Nicotínico - tem como ligante a acetilcolina nas junções neuromusculares. Ex: receptor com subunidades alfa, beta, gama e fi faz o influxo de sódio e efluxo de potássio. Outro ex: receptor com só subunidades alfa faz só o influxo de sódio. (receptores de glutamato) ● Receptor NMDA - além de ser dependente de ligante é dependente de voltagem. Libera o magnésio quando a voltagem da membrana é alterada, permitindo a passagem de íons (magnésio na posição inicial bloqueia passagem de íons para dentro e fora da célula) ● Receptor AMPA - Ele permite a passagem de sódio (que tem carga positiva) para dentro da célula, alterando a voltagem da camada interna da membrana (que antes era negativa). Essa mudança de voltagem permite o funcionamento do receptor NMDA, por isso sempre se encontra perto do outro receptor. (receptores de gaba) ● Receptor GabaA e GabaC - fazem inibição da passagem de impulsos nervosos através da entrada de cloreto, que diminui a voltagem. Apenas o Gaba consegue ativar o receptor gabaA. Rivotril, Diazepam e outros calmantes potencializam a ação do neurotransmissor gaba, aumentando a frequência de abertura do canal. RECEPTORES METABOTRÓPICOS Acoplados à proteína G quando ativados. Todos tem 7 gominhos transmembrana - receptor multipasso, ou seja, atravessa várias vezes a bicamada lipídica (nesse caso, 7x). Porção N-terminal - possui o sítio de ligação da molécula sinalizadora e se localiza no meio extracelular. Porção C-terminal - voltada para dentro. Cada volta que os gominhos fazem é chamada de alça e nela ou na porção carboxi terminal a proteína G se acopla. Como ocorre o processo? O sinal se liga à porção N-terminal e estimula a liberação da porção escondida onde a proteína G se liga.A proteína G é uma proteína trimérica (3 subunidade: ⲁ, 𝜷, ,(ܓ quando a p. G está inativa, as subunidades estão juntas e sua porção alfa ligada a um GDP. O acoplamento da proteína G ao receptor faz com que a sua conformação seja alterada e perde a atração por GDP, se desligando dessa molécula. A partir daí ela passa a ter afinidade pela molécula de GTP, se associando a subunidade alfa. Quando há essa ligação, a proteína se separa em suas subunidades. A porção alfa ligada ao GTP e o complexo Beta-Gama (ambas podendo ativar a via de transdução). Subunidade alfa é uma GTPase, ou seja, uma enzima que hidrolisa GTP. Depois de um tempo ativa, a subunidade alfa é ativada para hidrolisar o GTP em GDP, voltando a ter a afinidade com o complexo beta-gama e voltando a sua conformação original de proteína G inativada. Enquanto houver o sinal estará sendo realizado esse processo de ativação e inativação Diferentes tipos de proteína G: ● Gs/ G estimulatória - ativa a adenil ciclase ● Golf Odor é um sinal que se liga a um receptor e vai ativar uma via através da ativação de Gs ou Golf(olfatório). ● Gi ● G0 ● Gt (transducina) - percepção da informação visual ● Gq ● G12/13 Proteína G pode se ligar diretamente a canais iônicos, abrindo-os, ou enzimas, ativando ou inibindo, que estão responsáveis por produzir segundos mensageiros. SEGUNDOS MENSAGEIROS O primeiro mensageiro sempre será o sinal mas ele não consegue entrar na célula, então transmite a informação ativando receptores que produzem outras moléculas que fazem esse transporte de informação. Proteína G na regulação da contração A acetilcolina ativa um receptor metabotrópico da célula muscular - RECEPTOR MUSCARÍNICO - induzindo a contração muscular. Segundos mensageiros: AMP cíclico - molécula sinalizadora se liga ao receptor metabotrópico e o ativa. Esse receptor se acopla à proteína Gs (estimulatória) que ativa a enzima adenil ciclase. Essa ativada produz um segundo mensageiro chamado de AMPc usando ATP. A AMPc se liga a uma proteína chamada de PKA (proteína kinase dependente de ampc), produzindo uma resposta na célula, fosforilando outras proteínas (pela kinase). Como ela para? As fosfodiesterases são responsáveis por degradar a AMPc. Para as fosfodiesterases agirem de forma eficiente o sinal deve sair do seu lugar, parando a adenil ciclase de ativar AMPc. No entanto, mesmo ao parar a cadeia, várias proteínas já foram fosforiladas e estão realizando suas funções. Então, fosfatases desfosforilam essas proteínas, fazendo a parada da via por completo. O PKA é composto por 2 subunidades regulatórias e duas catalíticas. Cada unidade tem dois sítios de ligação do AMPc. Quando PKA está inativo, suas duas subunidades estão juntas, inativando as catalíticas. Quando 4 unidades de AMPc entram no sítios das regulatórias, o catalítico é liberado, tornando-se livre para fosforilar enzimas, canais iônicos e fatores de transcrição. CREB é um fator de transcrição que é fosforilado por PKA e está localizado no núcleo das células (PKA se desloca até o núcleo para fazer sua fosforilação). Ao ser ativado, o CREB se liga ao DNA e ativa a transcrição de um determinado gene que terminará na produção de uma proteína que desencadeará a resposta da célula. (faz diferenciação celular, sobrevivência celular, desenvolvimento de dendritos e etc). Processo importante para estudo. A proteína Gi vai inibir a adenil ciclase. Sinal ativa o receptor metabotrópico que se liga e ativa a proteína Gi. GMP cíclico - segundo mensageiro que não é dependente de receptor metabotrópico. É produzido pela Guanilil ciclase (enzima) através de GTP. GMPc pode se ligar diretamente a canais iônicos ou se ligar ao PKG(kinase) e o ativar. Mas quem ativa o guanil ciclase? receptor catalítico (uma porção do receptor é a própria enzima) ou através do óxido nítrico - sintetizado na célula endotelial pela arginina + NO sintase (óxido nítrico) produzindo NO + citrulina. Quando aumenta o GMPc nas células musculares, impede a formação de pontes cruzadas (que precisa para a contração), então ela fica relaxada. Nos fotorreceptores - No escuro, o GMPc está em grandes quantidades no meio intracelular e se ligam e abrem os canais de cátions dependentes de GMPc, permitindo a passagem de cálcio e sódio. A entrada faz com que haja a liberação de glutamato para o neurônio, que faz sinapse com neurônios da retina. Na luz - a luz gera degradação do GMPc. Com a diminuição desse segundo mensageiro, os canais de cátion se fecham. rodopsina DAG/IP3 - Ativa a proteína Gq que ativa a enzima fosfolipase C. Enzima hidrolisa a PIP2 (fosfolipídio que está na monocamada interna da membrana). Vai separar a cabeça polar da cauda apolar do PIP2, liberando a porção hidrofílica correspondente ao IP3. DAG é o que permanece na membrana. No RE tem um receptor de IP3, no qual ele se liga e ativa. Esse receptor se abre porque é um canal iônico. Quando é aberto, o cálcio que está no RE é liberado para o citosol. O cálcio vai se ligar ao PKC (kinase dependente de cálcio) induzindo o transporte deles para a membrana e se associa ao DAG, havendo, então, a completa ativação de PKC. Então, ele se dissocia do DAG e começa a fosforilar outras proteínas. Cálcio - Quando há aumento de cálcio ele se liga à calmodulina, formando o complexo cálcio calmodulina – esse se liga ativa o complexo CAM kinase, fosforilando proteínas. Ao abaixar os níveis de cálcio, separa o complexo novamente. Temos 4 tipos de CAM kinase, CAM kinase 2 consegue ficar ativa mesmo com ausência de cálcio e é a única que se autofosforila. Para voltar a sua conformação original é necessária uma fosfatase que desfosforile a CAM kinase 2. Os níveis de cálcio podem ser aumentados através de canais de membrana que vão permitir o influxo (entrada) de cálcio, através de canais iônicos dependentes de voltagem. Os níveis retornam aos normais pelo sistema de transporte de cálcio, bomba de cálcio atpase, proteínas tamponadoras (se ligam e impedem a ação do cálcio) e trocador NACA. Conceito - Agonista - que ativa um receptor que se liga. Pode ser endógeno (que o nosso próprio corpo produz) ou exógeno (feitos em laboratório). RECEPTORES CATALÍTICOS Ou são enzimas ou se associam a enzimas. As enzimas possuem região com domínio catalítico (intracelular). Quando não são enzimas não apresentam na estrutura um domínio catalítico mas se associa e ativa uma enzima. São 6 tipos: recept tirosina kinase, recept associado à tirosina kinase, recept serina/ treonina kinase, recept histidina kinase, recept Guanilil ciclase, recept tirosina fosfatase. Sendo todos enzimas menos a segunda. Receptor tirosina kinase Tem domínio receptor de EGF, insulina, NGF, PDGF, FGF, VEGF. Respostas produzidas por esse receptor: sobrevivência, diferenciação, estimula a formação de novos vasos sanguíneos (VEGF). Como ocorre a ativação da via de sinalização por esse receptor? Sinal se liga a 2 receptores ao mesmo tempo, fazendo com que se aproximem e se dimerizem (se pareiam), ativando esses receptores tirosina kinase. Ao se ativar, suas porções intracelulares que têm um domínio de tirosina kinase fazem uma fosforilação cruzada (um domínio fosforila o outro). Em seguida, essa tirosina kinase ativa sai fosforilando as tirosinas de toda a porção intracelular (dessa vez autofosforilação). Isso deve ocorrer para que proteínas intracelulares consigam se associar ao receptor. Essas proteínas precisam ter um domínio SH2 para conseguirem se ligar ao receptor. Proteínas que não têm esse domínio se ligam por proteínas adaptadoras que têm esse domínio. Através desse mecanismo de fosforilação que são ativadas as vias de sinalização. Todo recept tirosina kinase consegue ativar 3 vias de sinalização: PI3 Kinase/AKT (PKB); MAP kinase (ERK); PLC/ PKc. PLC → fosfolipase c tem domínio SH2 - então se liga diretamente através da tirosina fosforilada no receptor. Essa ligação ativa a fosfolipase que faz a hidrólise do PIP2 e etc. ERK → A proteína adaptadora GRD2 se associa ao receptor. A proteína Ras se liga ao receptor atravésdo GRD2 e é ativada. RAS é uma proteína G monomérica, então não se dissocia (é ativada pela dissociação do GDP e associação ao GTP). RAS ativa vai ativar a RAF através de ligação. RAF vai fosforilar e ativar uma proteína também kinase chamada MEK. Essa fosforila e ativa, em seguida, a proteína ERK (MAP kinase) que fosforila outras proteínas que gera a resposta na célula ou ativa fatores de transcrição. AKT → Pi-3 Kinase se associa ao receptor tirosina kinase pois tem domínio SH2. Ela ativada vai fosforilar o PIP2, virando PIP3. PDK1 e AKT vão se associar ao PIP3 da membrana e PDK1 e Mtor ao mesmo tempo fosforilam AKT. Akt fosforilada sai da membrana e vai fosforilar outras proteínas, uma delas a Bad (proteína pró-apoptótica), inativando ela. A Bad ativa está associada e inativando uma proteína inibidora de apoptose. Ao ser fosforilada libera a proteína para fazer seu trabalho. NEUROTROFINAS Grupo de moléculas sinalizadoras importantes no desenvolvimento. Atuam como fatores de crescimento. Ativa tirosina kinase e se liga ao receptor tirosina kinase A, B e C. Sinais como BDNF, NGF e NT vão ativar os receptores de tirosina kinase - cada um com mais afinidade a uma tirosina kinase. Receptor associado à tirosina kinase se associam à tirosina kinase molécula sinalizadora → citocina ex: JAK - sinal se associa a 2 receptores que se dimeriza, fosforila cruzado a JAK que está associada à porção interna, em seguida, fosforila as tirosinas ao longo da porção intracelular (autofosforilação). STAT se associa ao receptor após a fosforilação (possui domínio SH2). 1 Stat para cada receptor. A JAK fosforila a STAT. STATs se dissociam e se dimerizam no citosol. Elas migram para o núcleo e vão ativar a transcrição gênica (pois são fatores de transcrição). Respostas celulares produzidas pela ativação da via JAK/ STAT: receptores intracelulares sempre vai envolver síntese de novas proteínas, tornando o processo mais lento. OBS: Conjuntos de fatores de crescimento diferentes influenciam na diferenciação de células progenitoras. PATOLOGIAS 1. Charcot-Made-Tooth acontece a desmielinização ao longo do tempo, pois há alteração das conexinas que conectam o material que se enovela em volta do axônio e forma a bainha de mielina. Essa perda gera lentidão na propagação do impulso. 2. Myasthenia Gravis produção de anticorpos contra o receptor nicotínico nas junções neuromusculares. Desse jeito, a acetilcolina não consegue se ligar e não há contração. 3. Esquizofrenia alteração da sinalização glutamatérgica por diminuição de NMDA ?? Bi��le���gêne�� Capacidade de gerar e alterar a diferença de potencial elétrico através da membrana. Nos neurônios é utilizada para conduzir e transmitir informações. SN é composto por dois tipos de células: neurônios e Glia; Alteração de potencial elétrico na região dos dendritos gera o impulso que é carregado pelo axônio e chega na outra porção, passando pelo terminal pré-sináptico, que liberam seus neurotransmissores. → NEURÔNIOS dendritos podem ser longos ou pequenos com várias ramificações ou não. O Axônio pode ser curto (locais) ou extenso (passando por várias regiões). → GLIAIS (mais abundante no SN) Astrócitos/ oligodendrócitos/ microglia/ célula Schwan (SN periférico). - Astrócitos Libera fatores para os neurônios, retira neurotransmissores da fenda sináptica para dentro do astrócito. Em sinapses tripartidas ele participa da transmissão sináptica, regulando a quantidade de vesículas que vão se liberadas. Regula também a resposta do neurônio pós-sináptico. Além disso, agem na formação da barreira hematoencefálica. Astrócitos emitem projeções como pés (podócitos), auxiliando na barreira, mantendo toda a sua estrutura. - Oligodendrócitos Formam a mielina e se enovelam ao redor dos axônios do neurônio do SNC. - Célula de Schwann Faz o mesmo enovelamento mas no SNP. Regiões não-mielinizadas são chamadas de Nodos de Ranvier. - Microglia Atua como um macrófago - participa dos processos inflamatórios no SNC. Retira restos celulares. Na inflamação, libera citocinas. Geralmente, atua incentivando a sobrevivência mas, se houver desregulação, pode causar sua morte. POTENCIAL DE MEMBRANA diferença de voltagem na membrana das células, Quando está em repouso é chamado de A) potencial de repouso → sem interação com sinais/ estímulos do meio extracelular. Potencial de repouso do neurônio = - 65 mV. Exemplos de alteração de valor do potencial de membrana: estímulo de toque ou pressão no dedo - disparo do potencial de receptor (acontece com neurônios sensoriais) - faz uma modificação dos neurônios sensoriais, mudando seu potencial de membrana. Depois volta gradativamente ao normal de novo. B) Potencial pós-sinaptico → neurônios pré-sinápticos são estimulados, levando a liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica, que interagem com os receptores dos dendritos do neurônio pré-sináptico, gerando uma diferença de potencial. Quando o sinal vai se desassociando a ddp vai diminuindo. C) Potencial de ação (receptor) → extremamente importante para a transmissão sináptica pois vai levar a liberação de neurotransmissores. Mas o que gera essas alterações? fluxos de íons através da membrana. E como atravessam? Por serem carregados não conseguem passar por difusão simples. Atravessam por transportadores ou canais iônicos. CANAIS IÔNICOS Dependentes de ligante Necessitam de um sinal interagindo com um sítio de ligação presente nesse canal iônico e ele se abre. Podem ser ligantes extracelulares e intracelulares (ex: canais iônicos que são dependentes de GMPc e AMPc. Dependentes de ligante e voltagem São sensíveis a variações do potencial de membrana. Quando há variação há a abertura desse canal. Há canais de sódio, potássio e cálcio. Dependentes de fosforilação Só permite o fluxo de íons quando fosforilado. Canais iônicos dependentes de estiramento Necessitam de estiramento na membrana. Ex: você toca a sua pele, realiza essa pressão (estiramentos). Muito presentes nos neurônios sensoriais relacionados ao tato. Canais vazantes Estão o tempo todo abertos, permitindo a passagem de íons. São importantes para a formação do potencial de repouso. Fatores que determinam o movimento dos íons através da membrana: - permeabilidade Canais iônicos tem que ser permeáveis para haver passagem de íon - Fluxo iônico e gradiente de concentração Número de moléculas que passam num determinado tempo = ds/dt Diferença de concentração do íon nos dois ambientes. (esses dois fatores se relacionam pela lei de Fick - fluxo iônico = constante difusional x gradiente de concentração – ou seja, quanto maior o gradiente maior o fluxo) - Mobilidade iônica Quanto o íon consegue se movimentar em uma solução. Quanto menor o íon, menor a mobilidade pois maior a sua camada de hidratação, atraindo mais moléculas de água. Canais iônicos são seletivos a 1 ou mais íons. - permeabilidade seletiva - É determinada pelo tamanho do poro do canal e do filtro de seletividade. Se o íon for maior do que o canal não consegue passar. Além disso, tem que passar pelo filtro de seletividade. O filtro de seletividade é uma região dentro do canal (sequência de aminoácidos) que vai interagir diretamente com o íon. Só o íon que consegue interagir passa. Quando o íon passa pelo filtro de seletividade, ele perde sua camada de hidratação para interagir com o filtro. Depois que passa, recupera essa camada de novo. Quando o íon não é compatível nem chega a perder sua camada de hidratação, é somente repelido. O canal iônico sempre faz difusão passiva (facilitada), íons sempre vão ao favor do gradiente eletroquímico. Para que isso aconteça, tem que haver uma diferença de concentração entre os ambientes. E quem faz e mantém o gradiente é o transporte ativo. Ex: bomba de sódio e potássio. É necessário ter diferença de concentração para gerar movimento através da membrana. Quando não há diferença de concentração, o fluxo é 0 e a ddp também. POTENCIAL DE EQUILÍBRIO Quando o potencial de gradiente de concentração se iguala ao gradiente elétricodaquele íon, tornando o fluxo resultante = 0. Exemplo: potássio passa da direita para esquerda, a favor do seu gradiente de concentração, logo há acúmulo de cargas positivas na esquerda e negativas na direita, atraindo o potássio novamente para a direita por ter atração pelo negativo (a favor do seu gradiente elétrico). Essas duas forças vão se alternando até chegar a um equilíbrio, tornando a força resultante = 0. O equilíbrio entre as forças ocorre no valor de um potencial de equilíbrio de um íon. Potencial de equilíbrio é onde o gradiente de concentração = gradiente elétrico. Cada íon tem seu valor de potencial de equilíbrio. Ex: potássio (-75mv), sódio (+55mv) Equação de Nerst calcula o potencial de equilíbrio de um íon. Como o íon é carregado, é gerado uma corrente elétrica quando ele atravessa a membrana. Quando o canal está fechado não há corrente elétrica. O tempo da corrente vai ser definido pelo tempo em que o canal estará aberto e a amplitude depende do número de canais que estarão abertos. Os estímulos interagem com o neurônio e essa interação tira o potencial de repouso. Esse estímulo é dividido em 2: despolarizantes e hiperpolarizantes. DESPOLARIZANTES Qualquer estímulo que torne o potencial de membrana menos negativo, elevando o valor de potencial de membrana. Isso ocorre quando um estímulo qualquer leva à entrada de cátions (cargas positivas) ou saída de ânions (cargas negativas). HIPERPOLARIZANTES Ocorre quando qualquer estímulo acarreta na diminuição do potencial de membrana, deixando-o mais negativo. Ex: saída de cátions e entrada de ânions. POTENCIAL DE REPOUSO GLIA: Quando está no repouso ela tem apenas os canais vazantes de potássio abertos (só há fluxo de potássio na membrana). O potássio está mais concentrado no meio interno então vai para o extracelular a favor do gradiente de concentração. Isso faz com que haja um acúmulo de cargas positivas na camada externa e negativas na camada interna. Depois de ter criado um gradiente elétrico, o potássio vai voltar para o meio intracelular, a favor do gradiente elétrico. Isso acontece até que haja um equilíbrio, que nesse caso é igual ao potencial de repouso, porque é o único que quando a glia está em repouso há movimento de potássio. NEURÔNIO: O neurônio quando em repouso tem 3 canais vazantes (potássio, cloreto e sódio). A permeabilidade ao cloreto no repouso é muito baixa (quase não influencia, então). O sódio está mais presente no meio extracelular, logo passa do meio extra para o intra, sofrendo influxo tanto a favor do gradiente de concentração quanto químico (já que o sódio é positivo e a camada interna é negativa), diminuindo a negatividade presente no meio interno. Quando o efluxo de potássio for igual ao influxo de sódio, ocorre o equilíbrio das forças. Esse equilíbrio ocorre em -65 mV. POTENCIAL DE AÇÃO Estímulos despolarizantes ou polarizantes. Como esses estímulos disparam o potencial de ação? Quando o neurônio não dispara o potencial de ação não há sinapse pois não há liberação de neurotransmissores. No gráfico, quando há um quadrado para baixo significa a entrada de corrente e para cima é a saída. A diferença de tamanho mostra a amplitude da corrente - indica a intensidade da corrente. Limiar de excitabilidade - presente em todas as células excitáveis (neurônios = -55 mV) Valor do potencial de membrana que precisa ser atingido para que o neurônio dispare o potencial de ação. -estímulos hiperpolarizantes nunca levam ao disparo de um potencial de ação- -respostas despolarizantes podem, desde que tenham amplitude suficiente para atingir o limiar de excitabilidade do neurônio- Potencial de ação tem sempre o mesmo tipo de resposta, não importa a intensidade do estímulo. Potencial de ação também pode ser chamado de “resposta tudo-ou-nada” - porque ou chega no limiar e há o disparo do potencial de ação e não há nada que impeça, ou não chega no limiar e não há o disparo. → Nos estímulos de maior intensidade há o aumento da frequência de disparo de potencial de ação (ou seja, mais disparos são feitos) - e vai se refletir na quantidade de neurotransmissores liberados. Potencial de ação também é chamado de resposta propagável porque tem capacidade de se propagar ao longo da membrana. Respostas que não atingem o limiar são chamados de respostas locais/ passivas/ eletrônicas pois não se propagam por toda a membrana, agindo localmente naquela região. → Ao ocorrer a propagação vai ter perda de amplitude de resposta. ● o estímulo abre canais de sódio, entrando sódio e aumentando o potencial de membrana. Parte do sódio se difunde para partes vizinhas da membrana e a outra parte é mandada para fora por bomba de sódio e ATP. Ao chegar nas partes vizinhas, ocorre o mesmo processo de liberação para fora pela bomba e difusão várias vezes, diminuindo a quantidade de sódio aos poucos e diminuindo a despolarização e amplitude da resposta aos poucos. Ao mesmo tempo, o potencial de ação é regenerativo - não diminui a sua resposta . Bases iônicas do potencial de ação Pesquisa que descobriu que potencial de ação tem corrente inicial de entrada e corrente tardia de saída. Nos testes, descobriram que o que causava a corrente inicial de entrada era a abertura de canais de sódio voltagem dependentes e o influxo desse íon. Toxina do Baiacu (TTX) fecha esses canais. Foi descoberto, também, que o que causava a corrente tardia de saída era a abertura de canais de potássio voltagem dependentes e o efluxo desse íon. → o limiar existe porque é o mínimo que precisa de estímulo para abrir os canais de sódio voltagem dependentes. Somente quando os canais de sódio VD são inativos que os canais de potássio se abrem. Ao -75mV os canais de potássio se fecham e gradativamente retorna ao repouso (ao potencial de eq do K+). cinética de canais são bem lentas, por isso demoram muito para se abrir e fechar. Potencial de ação não chega ao potencial de equilíbrio de sódio pois os canais se inativam ao +40 (tem cinética mais rápida). O potencial de ação é dividido em fases: ● Ascendentes: crescimento até 0mV - marcada pela abertura de canais de sódio VD e influxo de sódio. ● Pico de ultrapassagem: vai do 0 até +40 e depois voltando para o 0. Fechamento dos canais de sódio no +40 e do +40 até o 0 tem funcionamento de canais de potássio (efluxo de potássio). Inversão de cargas ● Fase descendente do potencial de ação. De 0 até -65mV ● Pós-hiperpolarização: membrana + negativa em relação ao potencial de repouso. Começa do -65, passa pelo -75 e depois volta ao repouso gradativamente. Zona de disparo - região onde o neurônio dispara o primeiro potencial de ação. Região inicial do axônio. Na região dos dendritos e corpo celular, o limiar de excitabilidade equivale a -35mV. No axônio se torna -55mV. Isso se dá pela densidade de canais de sódio VD em cada região. Axônios mielinizados ou não mielinizados Propagação do potencial de ação é diferente nessas duas ocasiões. Por que? Contexto: Estímulo intenso que ultrapassa o limiar e abre canais fazendo a despolarização e o disparo do potencial de ação. Parte do sódio que entra vai sair por bomba de sódio e ATP e a outra parte vai se difundir para regiões vizinhas. Sódio que chega nessas regiões é tão forte que despolariza e ultrapassa o limiar e acontece tudo de novo (por isso chamamos de regenerativo e propagável). No não mielinizado a propagação é chamada de ponto-a-ponto porque a cada região vizinha há a atração para a membrana e ocorre esse processo até chegar a outra extremidade do axônio (processo é mais lento pela quantidade de paradas pela membrana). No mielinizado, por não haver canais nas regiões das bainhas, só existindo canais nos nodos de Ranvier, quando vai migrar o sódio não fica preso nas áreas vizinhas por não ter mudança de carga nas partes com mielina, impedindo o sódio de sentir atração nessa membrana. Então, o sódio passa rapidamente para o próximo nodo de Ranvier. Processo chamado de propagação saltatória - muito rápido. outras características que aumentam a velocidade: aumentoda espessura do axônio (em axônios finos, os componentes celulares estão comprimidos, dificultando a passagem do sódio) Portanto, axônios de maior calibre passam mais rápido por ter mais espaço, menos resistência longitudinal. PERÍODO REFRATÁRIO Período que se inicia logo após o disparo de potencial de ação. Aquela região da membrana que acabou de disparar o p.a. entra no período refratário automaticamente. Período de menor excitabilidade da membrana, tornando mais difícil outros disparos de potencial de ação. É dividido em período refratário absoluto e relativo. Período R. Absoluto: impossível um segundo disparo de P.A, mesmo se a intensidade do estímulo for maior do que o último. Período R. Relativo: Possível um segundo disparo, desde que a intensidade do estímulo tenha sido maior do que o primeiro. O fim do período r. relativo acaba assim que acabar o potencial de ação daquela região. Por que isso acontece? Pois o canal de sódio VD tem comporta de inativação . Quando está fechado, a comporta está aberta. O canal aberto e a comporta aberta, os íons passam livremente. Na conformação inativada, o poro está aberto mas a comporta fechada. Depois, sai da inativada para fechada de novo. Nessa ordem sempre! → Quando atinge +40mV todos os canais VD estão na conformação inativada. Por isso, é impossível ter outro potencial de ação sendo disparado no período refratário absoluto, pois, independente da intensidade do impulso, o próximo estágio do canal é a conformação fechada. → No relativo, os canais estão fechados, então com impulsos muito fortes podem ser abertos (já que é a próxima conformação na ordem). Qual a importância disso? importante para a direção do potencial de ação - vai ser sempre unidirecional da região de disparo para o terminal pré-sináptico. Não consegue voltar porque os de antes estão no período refratário absoluto. Tra��m���ão si�áp�i�� Transmissão de informações entre neurônios e células-alvo por meio de sinapses. Existem 2 tipos de sinapses: química e elétrica. sinapses elétricas JUNÇÕES DO TIPO GAP Tipo de sinapse: retificadora - sensível a variação da voltagem. Moléculas transmissoras são íons, que quando passam pelos canais os poros se fecham. Quando volta para o potencial de repouso ele se abre novamente. As junções abertas em sinapses não-retificadoras ocorre a transmissão sináptica, levando uma resposta do neurônio pós-sináptico. Como sempre, a passagem de um íon de um lado para o outro muda o potencial de membrana - causando hiper ou despolarização. A mudança de polarização da membrana pode ser transmitido para a outra membrana também. → Quando o estímulo gera uma despolarização abaixo do limiar de excitabilidade, ele ainda se propaga, e pode ser transmitido para o neurônio pós-sináptico. Mas, para haver a passagem, o estímulo precisa ter amplitude suficiente de resposta quando chega na região da junção. Respostas hiperpolarizantes também se propagam, assim como o potencial de ação é propagável (esse sem perda de amplitude). Pode haver respostas passivas (locais) desde que ao chegar na região da sinapse elétrica tenha amplitude de resposta. O íon pode passar e voltar pelas junções do tipo gap sináptico (bidirecionais). Menos em sinapses retificadoras Retardo sináptico - o tempo que leva para acontecer a transmissão da informação. Sinapses elétricas tem retardo sináptico pequeno. Sinapses elétricas são importantes para o sincronismo celular. |Ex: tinta preta que a lula joga. -neurônios motores fazem sinapses entre si (conectados por sinapses). → Assim, todos os neurônios motores disparam potenciais juntos e há contração ao mesmo tempo. Hipocampo tem interneurônios conectados por sinapses. Astrócitos apresentam junções do tipo GAP. Eles elevam os níveis de cálcio e os outros astrócitos que estão conectados também aumentam. Sinapses químicas: → Sinapses químicas tem fenda sináptica A fenda sináptica é a distância da membrana do neurônio pré-sináptico e a membrana do neurônio pós-sináptico. Nesse caso a fenda é maior do que a elétrica. As sinapses elétricas eram sempre entre 2 neurônios. Já na sinapse química pode ser entre neurônios, células musculares e glândulas. Só vai acontecer a transmissão sináptica quando o neurônio pré disparar o potencial de ação, liberando os neurotransmissores que realizam a transmissão de informação para o pós. Potencial de ação induz a migração de vesículas para as zonas ativas do terminal pré-sináptico, onde se fundem na membrana dessa região para haver a liberação de neurotransmissores. Neurotransmissores se ligam e ativam receptores de membrana na célula pós-sináptica - que por sua vez, gera uma resposta (hiperpolarizante\ despolarizante) Percebe-se que a transmissão química é bem mais lenta. A transmissão é sempre unidirecional e a resposta pode ser a hiperpolarização, a despolarização abaixo do limiar ou o disparo de potencial de ação. Potencial de ação quando chega no terminal pré-sináptico abre canais de cálcio VD e há influxo de cálcio na região - estimulando a migração e fusão de vesículas nas membranas da zona ativa, liberando seus neurotransmissores. Logo depois, há a reciclagem de vesículas nos terminais pré-sinápticos para serem formadas outras vesículas e armazenar novos neurotransmissores. Há grandes quantidades de mitocôndrias no terminal pré-sináptico para fornecer energia necessária. JUNÇÃO NEUROMUSCULAR Sinapse química entre neurônio motor e fibra muscular esquelética (célula pós-sináptica). Sinapse periférica (fora do SNC) tem corpo celular na medula espinal. O axônio sai da medula em direção ao músculo, inervando uma fibra muscular. Cada fibra é inervada por 1 único neurônio motor, mas 1 neurônio motor inerva várias fibras. Quando o axônio se aproxima da fibra ele se ramifica e as pontas das suas ramificações tem formatos de botões (porção chamada de botões sinápticos). O que são botões sinápticos? É o terminal pré-sináptico do neurônio motor (carregando as vesículas contendo acetilcolina) e vai inervar uma região específica da fibra chamada de região de placa motora. Abaixo de cada botão - na fibra - tem invaginações da fibra chamada de dobras juncionais. As dobras juncionais aumentam a superfície de contato entre o neurônio motor e a fibra muscular esquelética. Cada zona ativa está localizada acima de cada dobra funcional. Ao longo da dobra tem receptores nicotínicos (mais ao topo da dobra) e canal de sódio VD no fundo. Essa dobra permite uma maior quantidade de receptores nicotínicos - aumentando sua eficiência. Toda vez que o neurônio motor dispara o potencial de ação, a fibra dispara junto e já ocorre a contração. Quando o receptor nicotínico é ativado há influxo de sódio e efluxo de potássio, sendo o influxo de sódio em maiores níveis por ser mais suscetível a entrar. Há uma despolarização pela acetilcolina na fibra muscular esquelética, chamado de potencial de placa motora. → a despolarização é sempre supralimiar nesses casos pela quantidade de receptor nicotínicos - levando ao disparo de PA. Mecanismo para retirada de acetilcolina: acetilcolinesterase - hidrolisa a acetilcolina - está na fenda sináptica que retira acetilcolina transformando-a em acetato + colina. Transportador de colina dependente de sódio retiram a colina da fenda sináptica e leva para o terminal pré-sináptico. lá, a colina acetiltransferase (enzima de síntese de acetilcolina) vai pegar a colina e sintetizar a acetilcolina com o Acetil CoA no citosol, que depois é mandada para o interior de vesículas novamente. Como é o desenvolvimento da junção neuromuscular? Neurônio motor quando imaturo forma o “cone de crescimento” que faz contato com a célula alvo (célula muscular). Mas quando é imaturo mais de uma fibra está se alongando para uma fibra e inervando-a. Antes da junção ser formada os neurônios já conseguem liberar acetilcolina e receptores conseguem captar e formar a corrente. Com a formação dessa sinapse, receptores nicotínicos se acumulam na região sináptica. Só os núcleos que estão próximos dessas regiões que se expressam eformam receptores nicotínicos. Núcleos distantes não se expressam. Isso acontece por causa da eletricidade na região sináptica na junção neuromuscular. Quando há a maturação, vai se perdendo as inervações excessivas através da remoção da atividade elétrica nas regiões de outros botões na fibra, morrendo todos e sobrando apenas 1. → Toxinas que afetam a transmissão neuromuscular: - organofosforados (gás sarin) Inibem a acetilcolinesterase - acetilcolina agindo por mais tempo. A acetilcolina age nos receptores nicotínicos das glândulas salivares, músculo cardíaco e etc. Realiza bradicardia, salivação, sudorese. Faz a contração prolongada, ocasionando fadiga (leva a parada respiratória); - Alfa-bungarotoxina Se liga de forma irreversível nos receptores nicotínicos na junção neuromuscular - causa paralisia. → Casos clínicos: Myasthenia Gravis: os anticorpos impedem a acetilcolina no receptor nicotínico por se ligar neles. Paredes das dobras juncionais, com a progressão da doença, diminuem a densidade de receptores nicotínicos naquela junção neuromuscular. A velocidade da degradação aumenta nessa doença - a internalização, degradação e substituição dos receptores nicotínicos velhos ocorre em 5-7 dias normalmente. Na doença são 2 dias. Além de degradar maior quantidade e não aumenta a síntese. SINAPSES CENTRAIS Sinapses mais complexas do que a neuromuscular. Vários neurônios pré-sinápticos fazem conexão com um neurônio pós-sináptico. Podem ser excitatórios ou inibitórios. Respostas de pequena amplitude é necessário vários neurônios disparando PA para que o neurônio pós-sináptico tenha resposta efetiva. Integra aferência em uma resposta através do processo denominado integração. → Reflexo patelar: neurônios sensoriais da coxa tem sensibilidade à vibração da batida. Neurônio dispara PA e vai até o corno dorsal da medula, onde se encaminha para o outro lado e passa a informação ao neurônio motor que estimula contração. Interneurônio, vindo da medula, inibe a contração de outro músculo de trás, impedindo a força contrária. Vários interneurônios fazendo conexão com um neurônio motor, despolarizando ou hiperpolarizando. conceitos: Despolarização do neurônio pós-sináptico: PEPS - potencial excitatório pós-sináptico. Hiperpolarização do neurônio pós-sináptico: PIPS - potencial inibitório pós-sináptico. Sinapses podem ser simétricos ou assimétricos - Simétricos: vesículas que tem no neurotransmissor no terminal pré sináptico são achatadas. Densidade da mesma espessura no pré e no pós. Sinapse inibitória. - Assimétricos: vesículas redondas. Densidade maior da pós-sináptica. Sinapse excitatória. TIPOS DE SINAPSES Axossomático - conexão com o corpo celular do neurônio pós-sináptico. - maioria simétrica (inibitória) Axodendrítico - sinapses com os dendritos do neurônio pós-sináptico - maioria assimétrico (excitatório) Axoaxônico - sinapses com o terminal pré-sináptico do neurônio pós. Zona de disparo no início do axônio. Axossomáticos e axodendríticos tem sinapses antes da zona de disparo, ou seja, influencia o disparo podendo inibir ou estimular o disparo de PA. Axoaxônico por estar em contato com o terminal pré-sináptico tem capacidade de regular a quantidade de neurotransmissores liberados. Se for excitatório aumenta a quantidade. Inibitório diminui. → Integração: soma dos dois potenciais oferecendo maior resposta (maior amplitude) que chega ao limiar e dispara o PA. Propriedades passivas e integração sináptica → somação temporal → Só vai ocorrer a somação se os potenciais se encontrarem, ou seja, uma maior resistência longitudinal pode ser necessária. Somação espacial → soma de potencial pós gerados em regiões diferentes do neurônio. Necessário maior propagação para se encontrar, ou seja, menor resistência longitudinal. NEUROTRANSMISSORES Neurotransmissores são moléculas que transmitem informações entre neurônios e suas células-alvo e sinapses químicas. Exemplos: acetilcolina, glutamato, aspartato, Gaba, ATP. Exemplos catecolaminas: dopamina, noradrenalina, serotonina, histamina. São sintetizados por transporte axonal lento. Síntese de enzima no corpo celular do neurônio. Ela é liberada no citosol e por difusão vai migrando ao longo do axônio em uma velocidade baixa. Ao chegar no terminal pré-sináptico, encontra o precursor do neurotransmissor. Enzima atua no precursor para sintetizar o neurotransmissor que, depois de sintetizado, vai ser transportado para as vesículas onde serão armazenados. Para colocar o neurotransmissor dentro da vesícula já cheia de neurotransmissores (contra seu gradiente), é necessária a saída do próton a favor do seu gradiente de concentração (transporte passivo), utilizando a energia de sua saída para a entrada do neurotransmissor – ou seja, um transporte ativo secundário. É importante que esse evento continue acontecendo para manter o gradiente. - Existem também os neuropeptídeos - São produzidos pelo transporte axonal rápido. Enzima é sintetizada no corpo e tanto ela quanto o precursor são colocadas na vesícula. A vesícula caminha até o terminal pré-sináptico e ao chegar lá os neuropeptídeos já foram formados. As vesículas que armazenam esses neuropeptídeos são grandes e eletrodensas. Receptores ionotrópicos que aceitam os neuropeptídeos no neurônio pós-sináptico. Em certos neurônios podem ser encontrados os dois. Nesse caso, o neurotransmissor que é liberado porque tem vesículas grandes e eletrodensas. Para que os dois sejam liberados, necessita de um estímulo de alta frequência. Liberação de neurotransmissores Liberação de neurotransmissores é necessária a abertura de canais de ca + VD. Cálcio entrando em poucas quantidades, ficando próximo da membrana do terminal pré-sináptico. Neurotransmissores ficam perto da membrana e logo são liberados pela proximidade. Neuropeptídeos são mais distantes e só com alto estímulo e maior atividade elétrica são liberados. ● mecanismo de fusão de vesículas e liberação de neurotransmissores → sinapsina: proteína na membrana da vesícula que faz uma associação com o citoesqueleto. Potencial de ação abre canais de cálcio e há influxo. Esse cálcio ativa CAM kinase 2 - vai fosforilar a sinapsina e ela ativa se desliga do citoesqueleto e se liberta. A vesícula solta pode migrar para a zona ativa. → Rab 3A: proteína que está na membrana - proteína G monomérica - troca GDP por GTP e vai se ativar. É responsável por migrar a vesícula para a zona ativa. Chegando na zona ativa tem atracamento da vesícula na zona através de fusão de snares. Snares envolvidas - Sinaptobrevina (VAMP) - Snap 25 - Sintaxina Vai haver a interação das 3, se entrelaçando e atracando a vesícula na zona ativa. Sinaptotagmina e neurexina também interagem – sendo sinaptotagmina dependente de cálcio (aquele que chega através do potencial de ação é utilizado aqui). finalmente… Após a fusão da membrana da vesícula com a membrana da zona ativa, são liberados os neurotransmissores. Depois há a reciclagem das vesículas. Processo de síntese e retirada dos neurotransmissores da fenda sináptica Glutamato → principal excitatório do SNC. Feito a partir da glutamina com ação da enzima glutaminase. – vai atuar em receptores pós sinápticos. – a partir do momento em que é liberado começa o processo da sua retirada da fenda sináptica feito pelos transportadores presentes nos astrócitos. Dentro desses astrócitos se encontra a glutamina sintetase - converte o glutamato em glutamina. A glutamina vai ser liberada do astrócito por outro tipo de transportador. No meio extracelular a glutamina vai ser colocada para dentro do neurônio no terminal pré-sináptico através de outros transportadores. Essa glutamina participa da produção de outros glutamatos (processo de reciclagem - ciclo glutamato-glutamina ). Plasticidade sináptica - propriedade de fortalecimento ou enfraquecimento de sinapses. Forma ou desfaz conexões de acordo com o melhor para o neurônio. - Potencial de longa duração (LTP) fortalecimento sináptico - Depressão de longa duração (LTD) enfraquecimento sináptico Sinapsessão fortalecidas quanto mais requeridas - ex: memória - hipocampo LTP → Neurônio pré-sináptico com alta frequência - maior liberação de glutamato e quanto mais receptores de glutamato no pós-sináptico, mais fortalecida a sinapse e sua memória. LTD → neurônio pós-sináptico com baixa frequência - menor liberação de glutamato. Aumento excessivo de glutamato = ativação de NMDA e muito cálcio entrando (em grandes quantidades estimula a apoptose - exemplo da isquemia) GABA Principal neurotransmissor inibitório do SNC. Seu precursor é o glutamato. O glutamato sofre ação da enzima glutamato descarboxilase, gerando gaba. Esse processo de síntese ocorre no citosol e em seguida será armazenado em vesículas. O gaba vai ser liberado na fenda sináptica e agirá sobre os receptores pós-sinápticos, realizando uma resposta hiperpolarizante pois é inibitória. Retirada do gaba: Tem transportadores que tiram ele da fenda sináptica no terminal pré-sináptico e leva de volta para as vesículas (mas vai perder uma parte dele). Astrócitos também podem fazer a sua retirada e degradação, mas em sua grande maioria é por vesículas dos neurônios. Processo: o gaba gera seu potencial inibitório através de receptores ionotrópicos gaba A e gaba C. Ele se liga ao receptor e permite a passagem de cloreto, gerando uma hiperpolarização da membrana e uma resposta inibitória. Além disso, o gaba tem um receptor metabotrópico também. Esse está conectado a uma proteína Gi (inibitória) - permite o efluxo de potássio e bloqueia o influxo de sódio e cálcio, realizando assim uma ação inibitória. O nome do neurônio que libera gaba é chamado de gabaérgico - quando estimulado gera potencial inibitório. O potencial inibitório impede o disparo de potencial de ação temporariamente. Receptores gaba A tem sítios de ligação para outras moléculas além do gaba, que se ligam e modificam a resposta, podendo intensificá-las. Exemplo: se tem mais cloreto entrando está potencializando a resposta (aumenta a amplitude do potencial inibitório). GLICINA Neurotransmissor inibitório mais presentes nas sinapses da medula espinal. Seu precursor é a serina e a enzima é a trans hidroximetilase. Tem o mesmo processo de liberação e também é removido da fenda sináptica. ACETILCOLINA Seu precursor é a colina que junto do acetil coa leva a formação de acetilcolina. Sua enzima é a colina acetiltransferase que leva a formação desse neurotransmissor. O receptor de acetilcolina é o receptor nicotínico da junção neuromuscular. Além disso, tem os receptores metabotrópicos muscarínicos, que diminui a frequência e a intensidade da contração. O sistema parassimpático libera a acetilcolina regulando a força da contração. O simpático manda adrenalina acelerando os batimentos cardíacos. Os neurônios pré-ganglionares reagem com o pós, regulando a atividade desses dois sistemas. CATECOLAMINA Inclui a dopamina, adrenalina e noradrenalina. Todos possuem um anel catecol em sua estrutura alfa. A síntese desse neurotransmissor é feita a partir da tirosina (aa), que sofre ação da tirosina hidroxilase. Essa enzima converte a tirosina em L-DOPA. Essa L-DOPA sofre ação da DOPA-descarboxilase, transformando-se em dopamina. Já a dopamina-beta-hidroxilase converte dopamina em noradrenalina. Temos a feniletanolamina-n-metiltransferase, que converte noradrenalina em adrenalina. O conjunto de enzimas que o neurônio tem diz quais neurotransmissores liberará. Se possuir todas as enzimas libera adrenalina. Retirada de catecolaminas: retiradas por transportadores do terminal pré-sináptico. Quando chega no terminal pré-sináptico, se não voltar para a vesícula imediatamente, será degradada pela MAO (monoamino-oxidase) COCAÍNA E DOPAMINA neurotransmissor do SNC. Atua nos terminais pré-sinápticos dopaminérgicos. Inibe os transportadores que retiram a dopamina, permitindo que fique lá (aumentando sua disponibilidade) aumentando a euforia. Isso ativa o sistema recompensa (VTA), formado por 2 regiões (nucleus e accumbus), aumenta o vício por causar mudanças morfológicas que podem ser irreversíveis. Exercício físico ajuda no combate ao vício pois libera endorfina que gera bem estar. A síntese e liberação de neurotransmissores consome muita energia, logo o processo de captação (reciclagem) é importante para não perder muito neurotransmissores e não perder muita energia produzindo mais. SEROTONINA Precursor é o triptofano (aa conseguido pela alimentação). A enzima é a triptofano hidroxilase, que produz o 5 hidroxitriptofano (5htp, que é o intermediário da síntese de serotonina). Esse 5htp sofre ação da enzima 5htp descarboxilase, virando serotonina. Sua retirada é feita por transportadores e tem o mesmo processo de reciclagem. A fluoxetina (antidepressivo) impede/ inibe a captação de serotonina pelos transportadores, impede a sua retirada. → ansiedade ← doença em que há uma preocupação patológica. Resposta anormal a situações ameaçadoras. Isso é dependente do eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal) - há uma liberação de hormônios devido ao estresse. Na ansiedade o indivíduo está o tempo todo produzindo cortisol, liberado pela ativação desse eixo. Esse eixo costuma ser regulado pela amígdala (ativa em situação de estresse)..