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@veterinariando_ Botulismo Agente etiológico: Clostridium botulinum São bastonetes GRAM positivo, anaeróbicos fermentativos São móveis devido a presença de flagelos perotríqueos Fatores de virulência – esporulação (altamente resistentes, podendo sobreviver por até 30 anos) e presença dos flagelos Os agentes esporulados com esporos ovais em localização subterminal, possuem geralmente formato de colher ou de raquete de tênis É uma bactéria que normalmente é encontrada na microbiota intestinal e nas fezes dos animais Podem contaminar o solo, fontes de água e alimentos Em condições favoráveis para seu desenvolvimento, como: matéria orgânica em anaerobiose (de origem animal ou vegetal) em putrefação, temperatura adequada e umidade, o esporo passa para a forma vegetativa iniciando a produção da toxina botulínica Essa toxina é capaz de causar toxinfecção e intoxicação Existem 8 tipos de toxinas botulínicas (A, B, C1, C2, D, E, F e G) A toxina produzida por essas bactérias é uma exotoxina ativa e possui ação neutotrópica Essa toxina é termolábil, podendo ser destruída a temperaturas de 65 a 80ºC por 30min ou a 100ºC por 5min • Essa toxina age sobre as terminações nervosas colinérgicas dos sistemas periféricos e autônomo • Após a ingestão, a toxina é absorvida pelo estômago e chaga ao intestino delgado, onde é absorvida intacta e logo chega à circulação sanguínea pelo sistema porta-hepático • A toxina alcança as placas motoras do sistema nervoso (possui cadeia leve com ação neurotrópica e uma cadeia pesada que tem ação nas placas motoras) • Essa cadeia pesada se liga aos receptores pré-sinápticos e a cadeia leve se invagina nas terminações nervosas e interage com vesículas contendo acetilcolina, ou seja, impede sua liberação o que acaba provocando paralisia flácida do músculo • Essa toxina não penetra no sistema nervoso central, por conta da presença da barreira hematoencefálica. O indivíduo afetado permanece consciente durante a evolução do quadro • A doença evolui provocando paralisia progressiva dos nervos motores e lesões nervosas irreversíveis Absorção da toxina até chegar à placa motora Ação da neurotoxina, impedindo a liberação de acetilcolina A maioria dos animais, como: ruminantes, equinos, suínos, aves e cães são suscetíveis a intoxicação pela toxina botulínica É considerada uma causa importante de mortalidade bovina devido aos hábitos de osteofagia, deficiência de fósforo, veiculação em água ou alimentos (feno, milho ou silagem), uso de cama de frango na suplementação A toxina pode ser produzida em carcaças, pois o C. botulinum que faz parte da microbiota intestinal, começa a migrar para outras partes do organismo após a morte Na carcaça esse microrganismos encontra ótimas condições de anaerobiose para germinar e produzir toxinas, que se concentram geralmente em: ossos, cartilagens e tendões e permanecem viáveis por anos É uma doença de aspecto sazonal, e as manifestações clínicas ocorrem no verão durante os períodos chuvosos (temperatura e pH acima de 4 são fatores importantes para a formação da toxina) Grande parte dos casos é decorrente da ingestão de alimentos deteriorados, vegetais enlatados, carnes, embutidos e peixes utilizados sob forma de conserva caseira (mantidos em meio líquido em pH próximo a neutralidade) Pode ocorrer botulismo por ferimento, em que há contaminação de feridas profundas com esporos, que podem germinar e produzir toxinas se encontram condições propícias Colonização do trata intestinal imaturo por esporos de C. botulinum (botulismo em bebês com até 1 ano, após a ingestão de mel) • Estado mental preservado • Respiração bifásica • Paralisia flácida (paralisia progressiva começando pelos membros posteriores) • Animal em decúbito • Em casos agudos há sialorreia • Bradicardia • Estase ruminal • Cronicamente o animal passa a ter dificuldades de locomoção (intolerância ao exercício) • Estado mental preservado • Fraqueza musculares generalizada • Tremores devido a redução de tônus muscular • Há redução de tônus dos músculos anais, palpebrais, cauda e mandíbula • Animal pode apresentar cólica e midríase • Estado mental preservado • Paralisia de membros posteriores e anteriores (não há paralisia de cauda) • Pouca salivação • Lacrimejamento • Midríase • Constipação intestinal Depende da quantidade de toxina que foi ingerida, podendo durar entre 12h e 18 dias 1. Deficiência de fósforo nas pastagens, solo ácido, cultivo de plantas com baixa absorção de fósforo, presença de ferro e alumínio do solo 2. Falta de suplementação 3. Permanência de carcaças no pasto 4. Confinamento e intensificação da produção 5. Superlotação 6. Falta de higienização 7. Suplementação com cama de frango 8. Mudança abrupta na alimentação (muito raro acontecer) 9. Para cães um dos principais fatores de risco é o acesso a rua e a ingestão de lixo/carme estragada • A confirmação é realizada por meio da detecção da toxina no trato gastrointestinal do animal ou do alimento suspeito de ser a fonte de infecção • A técnica padrão é a soroneutralização em camundongos • Vale lembrar que um resultado laboratorial positivo confirma o diagnóstico, porém um resultado negativo não exclui a possibilidade da intoxicação. • Utiliza-se o conteúdo gástrico ou fezes para a detecção da toxina que ainda não se fixou às terminações nervosas • Diagnósticos diferenciais – raiva, enterotoxemia, poliencefalomalácia, Aujeszky, miastenia gravis, encefalites • Pode realizar a pesquisa da toxina no soro sanguíneo, pois há maior chance de encontrá-la na circulação sendo essencial a colheita de 3ml de soro para o procedimento laboratorial • Diagnósticos diferenciais – cinomose, miastenia gravis, encefalites Vacinação – toxóides contra sorotipos C e D (vacinar ruminantes com 4 meses, reforço após 30 dias e revacinação anual) A eficácia da vacinação irá depender da carga de toxina ingerida Não há tratamento específico, devendo ser feito um tratamento de suporte para que ocorra a eliminação da toxina ainda circulante Pode ser realizado enemas, uso de catárticos, antibióticos para infecções secundárias, troca de decúbito Eliminação das principais fontes de contaminação e suplementação mineral Vacinação sistemática em época de seca Em regiões em que a perversão de apetite dos animais é constante, é importante realizar a suplementação mineral Cadáveres devem ser rapidamente retirados do campo e serem queimados e enterrados profundamente em local em que outros animais não possuam aceso Inspeção periódica de bebedouros e pastos Fornecimento de silagem e feno de boa qualidade Enterotoxemia Agente etiológico: Clostridium perfringens Bactéria GRAM + São microaerófilos facultativos Saprofíticas e telúricas (solo) Podem colonizar o trato gastrointestinal do hospedeiro Fatores de virulência – presença de cápsula, esporulam fora do hospedeiro, não possui flagelos perotríqueos (são imóveis) e sua toxinas são termolábeis Produzem 4 tipos de toxinas: A, B, C, D e E A base de classificação dos C. perfringens está na produção dessas 4 toxinas principais (alfa, beta, épsilon e lota) • Promove a hidrólise de lecitina (produção de prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos via cascata do ácido araquidônico) • Efeitos – hemólise, vasoconstrição arterial e aumento de permeabilidade vascular • Promove a formação de poros na membrana celular do hospedeiro • Efeitos – vasoconstrição arterial e necrose hemorrágica da mucosa intestinal • Formação de poros na membrana celular do hospedeiro e é endoteliotóxica• Efeito – edema e necrose • Promove a formação de poros e entrada da toxina na causando obstrução dos filamentos de actina • Efeito – permite a entrada da toxina na célula Em condições ideais as bactérias do trato gastrointestinal promovem a produção e proliferação de toxinas Essas toxinas se aderem ao epitélio intestinal, levando a um quadro de citotoxidade Essa citotoxidade causa lesões de microvilosidade, degeneração e necrose de enterócitos e vasos da lâmina própria Além disso, há necrose de submucosa e trombose de vasos sanguíneos de submucosa Em decorrência ocorre absorção de toxinas sistêmicas e toxemia, choque podendo levar o animal a óbito A toxina épsilon se liga ao receptores de superfície do endotélio vascular do cérebro e da células renais da alça de Henle, túbulos contorcidos distais e sinusóides hepáticos A degeneração das células do endotélio vascular permite que ocorra alterações na dinâmica dos fluidos e perda das proteínas plasmáticas A doença do rim polposo é um tipo de autólise post mortem que ocorre rapidamente nos tecidos lesionados (é ocasionada pela toxina do tipo D) Convulsão e morte súbita Diarreia, tenesmo, Opistótono, hiperestesia, convulsão e coma Diarreia + sinais neurológicos (cegueira, atresia, bruxismo, head press, perda de reflexo pupilar, hipersalivação, convulsão) Mudança abrupta na dieta Dieta rica em concentrados Dados epidemiológicos Achados clínicos Achados em necrepsia → microangiopatia cerebral e edema perivascular (proteináceo eosinófilíco)
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