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Liana Ribeiro Doença� parasitária� e� felin� ● Estilo de vida? animais com acesso a rua ficam mais susceptíveis com a infecção; ● Diferenciais para diversas outras afecções; ● Sinais clínicos são inespecíficos; ● Zoonoses: sempre perguntar se o tutor também apresenta lesão; ● Padrão lesional não é diagnóstico, as dermatopatias parasitárias são diagnósticos diferenciais para todos os padrões lesionais; ● Sempre descartar ou diagnosticar antes de pensar em doença alérgica; ● Sempre descartar dor: região lombosacra; ○ Animal pode ronronar por dor; ● Quando não encontrar ectoparasito, realizar abordagem terapêutica, com medicação ectoparasiticida e observar se há melhora terapêutica; 1. Pulgas ● PULÍASE OU PULICIOSE: Infestação da pele de cães e gatos por C. felis; ● É considerada uma zoonose - Condição dermatológica mais comum em pequenos animais - Dermatite alérgica à picada de pulga / hipersensibilidade à picada de pulga - Ctenocephalides felis felis a mais comum com prevalência de 92% em cães, e 97% em gatos; ● A saliva da pulga pode conter substâncias irritantes ou alergênicas PRURIDO; ● Os sinais em decorrência do repasto sanguíneo são variáveis e dependem do número de pulgas e da tolerância do hospedeiro (reação de hipersensibilidade); ● Reação de hipersensibilidade tipo I (tipo imediato) e/ou tipo IV (tipo tardia); ● Uma única picada de pulga não é suficiente para causar DAAP; ● As pulgas se alimentam em 5 min (não há produto que possa matar todas nesse período); ● Depende do grau de hipersensibilidade do hospedeiro, da carga total de pulgas e da quantidade de antígeno da pulga injetado durante a alimentação; ● Portanto, reduzir rapidamente o número total de pulgas e diminuir o tempo de alimentação são as chaves para controlar os sinais clínicos de DAPP; ● Ctenocephalides felis; ● Mais importante diferencial da FASS ● Em 20-30% dos casos, cães e gatos têm doenças alérgicas concomitantes (atopia/dermatite alérgica a pulgas/alergia alimentar) (Roudebush et al. 2000); ● Pode apresentar os 4 maiores padrões reacionais: ○ Alopecia auto-induzida; ○ Prurido cérvico-facial; Liana Ribeiro ○ Dermatose eosinofílica; ○ Dermatite miliar; ● Manobra de mackenzie: teste do papel ou algodão molhados revelará cor avermelhada/marrom, pois as fezes dos parasitas possuem hemoglobina não digerida; ● Não ver a pulga não significa que animal não tem DAAP, animal pode aumentar a auto higiene; ● Teste intradérmico? pode haver falsos negativos; ○ O desafio com pulgas vivas é mais eficaz de detectar gatos com hipersensibilidade; ○ Realizar controle de pulgas!! Tratamento, controle e prevenção ● Eliminação da pulga; ● Glicocorticoide no início, em casos de prurido exacerbado (desconforto, auto-mutilação) - prednisolona 1mg/kg - 5 a 7 dias; ● Tratar piodermite bacteriana associada - citologia! ● Em animais com doenças imunossupressoras: pode usar anti-histamínico; ● Fipronil (Spray 0,25% ou Spot-on 10%); ○ A partir de 2 dias de vida (spray) ou 8 semanas (spot-on) / fêmeas lactante; ○ A cada 30 dias ○ Evite dar banho no animal 48 horas antes e após a aplicação; ● Spinosad (comprimidos a cada 30 dias); ● Nitempiram (comprimidos – ação rápida em 30 min, mas só dura 2 dias); ● A partir das 4 semanas de idade e pode ser utilizado em gestantes e lactantes; ● Isoxazolina (Fluralaner a cada 12 semanas); ● Imidacloprida + moxidectina (Spot-on a cada 30 dias); ● Imidacloprida + Flumetrina (Coleiras repelentes a cada 8 meses); ● Selamectina (Spot on a cada 30 dias) - milbemax - muito eficaz! ● Piriproxifeno + dinotefuran (Spot-on a cada 30 dias); ● A partir de 4 semanas de idade; ● Mata pulgas em até 6 horas, em todos os estágios; ● O que não usar em felinos? permetrina - pode gerar intoxicação!! ● Tratamento deve ser feito por pelo menos 12 semanas; ● Animal pode ter melhora clínica em 3 semanas com redução do prurido; ● Controle deve ser feito a longo prazo - diminuir limiar alergênico; Falhas terapêuticas ● Uso incorreto e inadequado dos ectoparasiticidas (qual medicamento, frequência); ● Manutenção? ● Tratamento dos contactantes? Liana Ribeiro ● Falha no tratamento ambiental? ● Variação genética na susceptibilidade das populações de pulgas (resistência); Gatos indoor X outdoor ● Pulga fica mais no ambiente do que no gato: limpeza e manejo do ambiente (ovo, larva e pupa) - 95% da população de pulgas estão no ambiente; ● Tratar todos os animais da casa; ● No gato, trata a pulga adulta; ● Uso contínuo de antipulgas; 2. Escabiose felina ● Notoedres cati; ● Sarna notoédrica; ● Ácaro escavadores; ● Altamente contagiosa por contato direto entre animais; ● Zoonose; ● Animais jovens, imunossuprimidos; ● Os ácaros fêmeas cavam galerias na camada córnea da epiderme entre os folículos pilosos com postura de ovos nos “túneis”; ● Preferência por peles glabras - orelhas, cotovelos, abdômen e jarretes; ● Animal pode não apresentar prurido; ● Tratar TODOS OS ANIMAIS, mesmo assintomáticos; Sinais clínicos: ● 1º - borda proximal medial do pavilhão auricular. Eles se espalham rapidamente para a orelha superior, face, pálpebras e pescoço, membros e períneo; ● Eritema e pápulas; ● Prurido INTENSO e descamação; ● Exsudação linfática; ● Crostas, alopecia, sinal de plissamento, animal com prurido pode induzir úlcera de córnea ● Linfadenopatia periférica; ● Caso generalize, suspeitar de doenças que causem imunossupressão (FIV e Felv); ● Anamnese: tem contato com outros gatos? banho e tosa? ○ Localização das cabeças: cabeça; ○ Reflexo otopodal presente; ○ Tem potencial zoonótico - não completam ciclo - lesões transitória em humanos; ○ Presença do ácaro, ovos ou ninfas; ● As reações em humanos ocorrem dentro de 24 horas após breve exposição direta e são caracterizadas por pápulas pruriginosas no tronco e braços - mais intensa no calor; Liana Ribeiro Diagnóstico: ● Material para coleta: lâmina de bisturi nº 15, espátula ou lâmina de vidro, fita de acetato (ácaro fica na lâmina), óleo mineral; ● Hidróxido de potássio para clarear o raspado quando tem muita crosta; Fita ou raspado?? ● Forma adulta (fita de acetato); ● Ovos (fita de acetato); ● Ninfa (raspado); ● Ovos (raspado); ● Fita de acetato é tão sensível quanto o raspado; ● Dica: região entre a inserção da orelha com a cabeça - óleo mineral na pele e fazer escarificação ou com fita de acetato; Tratamento: ● Selamectina (revolution) 6 a 12 mg/kg - 2 doses de 15 em 15 dias; ● Moxidectina + imidacloprid (advocate) spot on 30 em 30 dias, ou 15; ● Fluralaner - tópico transdermal, - A partir de 11 semanas idade na bula, com peso maior que 1,2 Kg; 3. Otoacaríase: ● Otodectes cynotis; ● Sarna otodécica; ● Vive sobre a pele, com cerdas e maiores, não são escavadores; ● Prurido na orelha e corpo; ● 70% dos casos de otite; ● Realiza toda sua biologia dentro dos condutos auditivos; ● Se reproduz rapidamente em 15 dias completa o ciclo; ● Os ácaros se alimentos de dendritos epidérmicos e fluido tecidual da epiderme superficial; ● A medida que os ácaros se alimentam, o epitélio do canal auditivo fica irritado e o canal se enche de cerume, sangue e detritos de ácaros - “Borra de café”; Sinais clínicos: ● Prurido na região de cabeça e pescoço - cervicofacial; ● Translocação de ácaros para outros locais; ● Eritema, exsudativo ceruminoso, seco, de coloração acastanhada ou enegrecida, frequentemente bilateral; ● Otorréia borra de café; ● Alopecia; ● Dermatite miliar e lesões de cabeça e pescoço; ● Reflexo otopodal positivo; Liana Ribeiro ● Otohematoma (precisa drenar); ● O animal pode não ter sinal clínico!! fazer lâmina e olhar antes de corar; ● Prurido ótico intenso com corrimento mínimo X Cerúmen em excesso e ausência de prurido; ● Otoscopia (visualização direta): nem sempre o ácaro será encontrado na otoscopia, então sempre fazer o parasitológico de cerúmen, e não esquecer que a pele também pode ser alvo dele, mesmo o local de predileção ser a orelha; Diagnóstico: ● Coleta parasitológico direto; ●Otoscopia + curetagem: 100% do diagnóstico; ● Otoscopia + swab: 86% ● Swab isolado: 57%; ● Otoscopia isolado: 67%; ● Curetagem: 93%; Tratamento: ● Ceruminolítico em casos de cerúmen em excesso (surosolve, otodem); ● Poderá haver infecções secundárias - citologia sempre!! - primeiro tratar a sarna, depois a infecção secundária e monitorar, mas pode-se tratar a infecção secundária antes; ● Se no retorno o animal ainda apresentar infecção secundária, inicia-se o tratamento; ● Bravecto transdermal ou revolution e ceruminolítico associado; ● Presença de erosão: ceruminolítico mais fisiológica; ● Sem erosão: ceruminolítico mais ácido; ● Selamectina (revolution): duas aplicações em 15 ou 30 dias; ● Moxidectina + imidacloprid (advocate): 30 em 30 dias; ● Fipronil (frontline): 2 a 4 gotas/orelha e restante na cernelha; ● Fipronil spray: animais com menos de 30 dias de idade; 4. Linxacariose: ● Alimentam-e dos pelos, estão mais distantes da pele, e podem sobreviver nos pelos que caem no ambiente; ● Específicos dos felinos; ● Predisposição em felinos de pelo longo (mais substrato para o crescimento); ● Transmissão: contato direto ou indireto; Sinais clínicos: ● Pelamen com aspecto sal e pimenta; ● Prurido presente; ● Alopecia auto induzida; ● Intensidade dos sintomas é proporcional ao grau da infestação; ● Êmese/tricobezoar; ● Escoriações; ● Pelagem opaca; ● Alguns animais podem não ter sinais clínicos; Liana Ribeiro ● Lynxacarosis é um diagnóstico diferencial importante na alopecia auto-induzida com orientação caudal; Diagnóstico: ● Exame direto com lupa, fita de acetato, pelame direto na lâmina; ● Ninfas, larvas e formas adultas já fecha o diagnóstico; ● Vedar em caso de encaminhamento; ● Ácaro ágil; Tratamento: ● Fipronil (frontline) borrifando nas orelhas e pelo corpo - 2 aplicações 15 em 15 dias; ● Selamectina (28 dias de intervalo); ● Ácaro superficial de haste de pelo, então a terapia tópica é mais eficiente do que a sistêmica; ● Tratar todos os contactantes; 5. Queiletielose: ● AGENTE ETIOLÓGICO: Cheyletiella spp; ● Contagiosa e zoonose; ● Realizam toda sua biologia sobre o hospedeiro; ● Parasitam a camada mais superficial da pele, se alimentando dela; ● São espécies não específicas, podem parasitar vários hospedeiros; ● Agentes etiológicos não específicos: Cheyletiella yasguri (cães), Cheyletiella blakei (gatos), Cheyletiella parasitivorax (coelhos); ● Ácaro superficial e não escavador ; ● Não associado ao folículo piloso; ● Possui garras nos palpos (estruturas na cabeça dos ácaros que equivalem as antenas nos insetos) e essas garras que provocam prurido e inflamação (sem exsudação) no hospedeiro parasitado, com formação de caspas grandes (micáceas); ● Sobrevivem até 2 semanas fora do hospedeiro, preocupar-se com ambiente nesse caso; ● Sarna das caspas andantes (movimentam as caspas); Sinais clínicos: ● Descamação intensa (caspas), disqueratinização; ● Prurido intenso dorsal; ● Alopecia auto-induzida por arrancamento; ● Dermatite miliar; ● Áreas alopécicas e eritematosas; ● Podem ser assintomáticos - tratar todos os animais; Liana Ribeiro Diagnóstico: ● Parasitológico direto; ● Lupa; ● Pente fino: coletar o produto da descamação (onde estão os ácaros), colher o material e levar para a lâmina de vidro com óleo mineral ou soro fisiológico, ou usar fita de acetato; ● EPF (animal se lambe e pode ingerir); ● Diagnóstico terapêutico; Tratamento: ● Selamectina; ● Moxidectina - imidacloprida; ● Fipronil; 6. Sarna demodécica: ● Faz parte da flora natural; ● Demodex Gatoi: mais curto e pequeno; ● Fica no extrato córneo, na superfície da epiderme e não no folículo; ● Prurido; ● Altamente contagioso; ● Resistência aos glicocorticóides (65%); ● Padrão lesional pode ser uma alopecia simétrica; ● Sinais clínicos de prurido, alopecia e escoriações no abdômen ventral, coxas, flancos, cabeça e pescoço; ● Demodex cati: mais longo; ● Não contagiosa; ● Influência imunológica; ● Encontrado nos folículos capilares e nas orelhas; ● Doença pode ser localizada ou generalizada; ● Associada a imunossupressão: HAC, diabetes, neoplasias, fiv e felv, toxoplasmose, LES; ● Prurido intenso (por reações de hipersensibilidade); ● Alopecia por auto traumatismo (região abdominal ventral e flancos); ● Escoriações; Liana Ribeiro ● Descamação, eritema e dermatite miliar; ● Otite externa ceruminosa; Diagnóstico: ● EPRC (superficial para d gatoi); ● Tricograma, fita adesiva; ● EPF; ● Exame histopatológico; ● Exames complementares; Tratamento: ● Evitar corticóides devido a imunossupressão; ● Moxidectina e imidacloprida com aplicações semanais - 8 a 10 aplicações no total; ● Bravecto transdermal; 7. Pediculose felina: ● Piolho; ● Hospedeiro obrigatório - sobrevivem alguns dias se separados do hospedeiro; ● Prurido leve a moderado; ● Pode ser assintomática; ● Face, pina, região dorsal é mais relatado, mas pode ter no corpo todo; ● Pode cursar com alopecia, escoriações e infecções secundárias; ● ANEMIA; ● Superlotação e condições precárias de higiene; Tratamento: ● Individual; ● Tratamento de todos os contactantes; ● Fipronil, selamectina, moxi com imidacloprida; ● Tosa dos animais; Diagnóstico terapêutico?? ● Pode e deve ser feito em casos de suspeita; ● Variação dos sinais clínicos - padrão lesional não é diagnóstico; ● É importante identificar e tratar as complicações secundárias do prurido, incluindo ectoparasitas e infecções; ● O diagnóstico das doenças pruriginosas é clínico e requer exames complementares; ● O melhor tratamento depende de um diagnóstico correto;
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