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Conceito de Morte e Fenômenos Cadavéricos



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Tanatologia
CONCEITO DE MORTE
conceito geral:
Diminuição dos fenômenos vitais pela
parada das funções cerebral, respiratória e
circulatória 18. No entanto, essas funções
não cessam de uma só vez, daí a
dificuldade em determinar o momento
exato da morte. Dentre suas mais variadas
definições, as de maior relevância para o
profissional da saúde são as de morte
anatômica e histológica 4 .
★ Antes da era dos transplantes:
interrupção completa e definitiva
das funções vitais
★ Pós transplantes:
processo que se desencadeia
durante certo período, afetando
progressivamente os tecidos e
órgãos
★ Atualmente:
trabalha-se com a noção de morte
encefálica
A morte não é um evento instantâneo, mas
um processo.
BENFICA; VAZ, 2015
CRITÉRIOS MUNDIAIS
parada total e irreversível das funções
encefálicas
Determinação da morte encefálica:
★ Ausência de atividade motora
supra-espinal e apnéia
★ Intervalos mínimos de duas
avaliações
★ Exames complementares como:
- ausência de atividade elétrica
cerebral
- metabólica cerebral
- perfusão sanguínea
cerebral-entrada do fluxo
sanguíneo cerebral
QUANDO PREENCHER A DO
★ Em todos os óbitos ( natural ou
violentos)
★ Se a criança nascer viva e morrer
logo após o nascimento
★ Óbito fetal ( morte após de 20
semanas ou peso superior a 500g
ou estatura superior a 25cm)
CLASSIFICAÇÃO DA MORTE
★ Quanto à extensão:
- anatómica
- histológica (8h)
★ Quanto à reversibilidade:
- Aparente
- Relativa
- Definitiva
Benfica; Vaz, 2015
★ Quanto ao processamento
- Súbita
- Agônica
★ Quanto à causa jurídica
- Natural
- Violenta
- Suspeita
- Desconhecida
Benfica; Vaz, 2015
PERÍCIA DA MORTE: EXAME
NECROSCÓPICO
- Necropsia
- Autópsia
- Tanatoscopia
Código processo penal- decreto lei n 3.689
de 03 de outubro de 1941
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos
seis horas depois do óbito, salvo se os
peritos, pela evidência dos sinais de morte,
julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte
violenta, bastará o simples exame externo
do cadáver, quando não houver infração
penal que apurar, ou quando as lesões
externas permitirem precisar a causa da
morte e não houver necessidade de exame
interno para a verificação de alguma
circunstância relevante.
LAUDO DA NECROPSIA: QUESITOS
1. se houve morte
2. qual a causa da morte
3. qual instrumento ou meio produziu
a morte
4. se foi produzida por meio de
veneno, fogo explosivo, asfixia ou
por outro insidioso ou cruel
Benfica; Vaz, 2015
ESTRUTURA DAS PERÍCIAS EM ALAGOAS
PARA AFERIÇÃO DE CAUSA-MORTIS
TANATOGNOSE E FENÔMENOS
CADAVÉRICOS
estuda o diagnóstico da morte e os
fenômenos cadavéricos
★ Fenômenos Imediatos
★ Fenômenos Consecutivos
★ Fenômenos Transformadores
★ Fenômenos conservadores
Benfica; Vaz, 2015; França, 2017
1. Fenômenos Imediatos ( morte
clínica)
- Perda da consciência
- Perda da sensibilidade
- Imobilidade e perda do tônus
muscular
- Ausência de respiração
- Ausência de circulação
★ Rima palpebral ( O espaço entre as
pálpebras é chamado de rima palpebral)
★ Rima bucal ( O espaço entre os lábios)
★ Midríase ( dilatação da pupila)
★ Esfíncteres Anais
★ Musculatura lisa peniana
2. Fenômenos Consecutivos
- Evaporação tegumentar: perda de
peso, quada do globo ocular, brilho
da córnea)
- Resfriamento corporal: perda do
equilíbrio interno, perda de calor
para o ambiente)
- Rigidez cadavérica: contração
muscular pela falta de oxigênio ( 8 a
12h, se desfaz 24h). Começando pela
mandíbula, nuca, tronco, membros
sup. e inf.
NÃO SÃO ESPASMOS CADAVÉRICOS
- Livores de hipóstase: deslocamento
do sangue por ação da gravidade
para as partes mais inferiores
3. Fenômenos transformadores
Lise das células e corpo se
decompõem por fenômenos
destrutivos e conservadores
- Autólise: destruição pelas próprias
enzimas, ruptura da membrana
celular
- Putrefação: segue a autólise pela
ação dos microorganismos e suas
toxinas, há intensa produção de
gases com forte odor, metano, gás
sulfídrico, gás carbônico e amônia
● Fases da putrefação:
- Cromática: surgimento de mancha
verde no quadrante inferior direito
do abdômen, 18- 48h e estende por
uma semana.
- Gasosas: (começa em 24h e dura até
5 semanas). Tecido subcutâneo se
enche de gases sulfurados, dando
aspecto gigantesco ao corpo. A
língua se projeta para fora da
arcada, pele das mãos sofre
descolamento da epiderme ‘’luva’’.
- Fase coliquativa: a pele se liquefaz
- Fase de esqueletização: inicia-se
entre a terceira e quarta semana,
expondo os ossos.
- Maceração séptica: cadáver imerso
em meio líquido, penetração de
água por osmose, há deslocamento
da pele
4. Fenômenos conservadores
- Mumificação: desidratação dos
tecidos devido a altas
temperaturas, baixa umidade e boa
ventilação
- Saponificação: ocorre em solos
úmidos e ricos em sais de calcário,
onde as enzimas microbianas
transformam a gordura em cera
- Maceração Asséptica: cadáver em
meio líquido asséptico, ocorre por
exemplo, em fetos mortos após
cinco meses retidos na cavidade
uterina
Atlas de Medicina Legal,2014
PRINCIPAIS FATORES PARA DETERMINAR O
TEMPO DE MORTE
1. Rigidez cadavérica
2. Livores de hipóstase
3. Mancha verde abdominal
4. Conteúdo gástrico
5. Fauna cadavérica
1. Rigidez Cadavérica
2h- face, mandíbula e nuca
2-4h- músculo torácicos
4-6h membros superiores
6-8h membros inferiores
● Acaba progressivamente com o
início da putrefação ( 18-24h)
2. Livores de hipóstase
1-2h pós-morte, coloração máxima
entre 8-12h, fixando-se
permanentemente
3. Mancha verde abdominal
entre 18-24h, inicialmente do lado
direito, estendendo-se para todo
abdome, tórax e resto do corpo
4. Conteúdo gástrico
★ Presença de alimentos
reconhecíveis ( 1-2h)
★ Alimentos em fase final de digestão (
4-7h)
★ Estômago vazio ( mais de 7h)
5. Fauna cadavérica
★ mosca varejeiras: depositam ovos
nos orifícios: pálpebras, narinas,
boca, canais auditivos, traumas
★ outros insetos: besouros, mariposas,
borboletas, gafanhotos e formigas,
animais carnívoros
LESÕES IN VITAM E POST MORTEM
diferenciar se às lesão foi em vida ou post-
morte
1- Hemorragia
2- Retração dos tecidos ( apenas em vida)
3- Equimose e HEmatomas ( mudança d cor
apenas em vivos)
4- reações inflamatórias ( inflamação é a
defesa do organismo- vida)
5- Coagulação do sangue ( em vida se
adere ao sangue e não sai na lavagem)
6- Nos casos de asfixia por soterramento,
presença de substâncias sólidas na
traqueia e bronquios e presença de fuligem
nas vias respiratórias
7- Reflexo de piscar os olhos fortemente
antes da morte ( pé de corvo). O mesmo
ocorre nas dobras nasolabiais
8- Prova histopatológica
9- Diferenciar as lesões produzidas por
animais
10- Afogados (crustáceos, hélices de
embarcações)