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CIRURGIA TRAUMA · Mortes por trauma ocorrem em 3 períodos de tempo distribuição trimodal · Dentro de segundos a minutos do evento (50%): laceração de aorta, trauma cardíaco, mesões de medula e tronco, TCE. Não possui tratamento, dependendo de prevenção para reduzir a mortalidade · De minutos a horas do evento (30%): hemorragia, hemopneumotórax, hematoma peri/subdural. Tratamento possível desde que rápido atendimento (golden hour) depende do sistema de saúde e do ATLS · De várias horas a semanas do evento (20%): morte por conta das complicações (sepse, disfunção sistêmica de múltiplos órgãos, TEP). Os cuidados tomados nas fases anteriores podem influenciar o prognóstico desses pacientes · Atendimento inicial: · A primeira coisa é sempre a segurança da cena! · A: coluna cervical (prancha rígida) + VA · B: respiração O2, exame físico, oximetria · C: circulação AV, reposição volêmica, controle da hemorragia · D: disfunção neurológica glasgow, pupilas, extremidades · E: exposição + controle do ambiente prevenção de hipotermia · A: · Estabilizar a coluna cervical (colar + prancha) · VA: está pérvia? · SIM: fonação preservada (perguntar o nome) oferecer O2 12 L/min · NÃO: afastar corpo estranho VA artificial indicações: apneia, proteção de VA, incapacidade de manter oxigenação com máscara, TCE grave (Glasgow ≤ 8) Obs.: VA definitiva x temporária VA definitiva VA temporária Protege a VA Balonete insuflado na traqueia Ex.: IOT, INT, crico cirúrgica, traqueostomia Não protege a VA Ex.: máscara laríngea, crico por punção, combitubo · A IOT é a mais utilizada, mas o PO irá depender da situação de cada paciente · Como saber se o tubo orotraqueal está bem colocado? Exame físico + CAPNOGRAFIA + RX tórax · Para uma intubação nasotraqueal é necessário um paciente cooperativo, nem sempre possível na situação de trauma. A crico cirúrgica não é feita por todos os médicos e por isso não é tão utilizada. A traqueostomia é deixada como um procedimento eletivo · A cricotireoidostomia deve ser cirúrgica, sendo contraindicada em < 12 anos. Neste caso, optar por cricotireoidostomia por punção, com jelco Y à 15 L/min, com relação I:E 4:1 por no máximo 30-45 min. Outras opções incluem o uso de máscara laríngea ou combitubo, porém lembrar que não são VA definitivas. · Indicações de crico: impossibilidade de visualizar VA Trauma maxilofacial extenso Distorção anatômica do pescoço · Traqueostomia: · Grande indicação: fratura de laringe presença de rouquidão, enfisema, palpação de instabilidade na região da laringe · Na fratura de laringe pode-se tentar a IOT. Não conseguindo, partir para a traqueostomia · B: · Oferecer O2 · Exame físico · Oximetria de pulso · Pneumotórax hipertensivo: · Trauma contuso com lesão em saco de papel (“bolota de ar no tórax do paciente”) · Desvio de traqueia, turgência jugular, timpanismo, MV abolido, hipotensão (choque obstrutivo) · Diagnostico clínico · Conduta IMEDIATA: toracocentese adultos: 5º EIC entre as linhas axilares anterior e média Crianças: 2º EIC LHC · Tratamento definitivo: toracostomia com selo d’água 5º EIC, entre as linhas axilares anterior e média · Se drenar e não melhorar checar técnica lesão de grande VA (brônquio fonte) dg: broncoscopia conduta imediata: IOT seletiva ou 2º dreno Conduta definitia: toracotomia · Pneumotórax aberto: · Trauma penetrante, com orifício > 2/3 do diâmetro da traqueia · Conduta: curativo em 3 pontas · Tratamento definitivo: toracostomia com drenagem em selo d’água drena e depois sutura · Se simples/pequeno (20-30% do hemitórax): não drenar, observar por 24hs · Se necessidade de transporte aéreo ou ventilação mecânica, drenar! · C: · Até que se prove o contrário, paciente vítima de trauma apresenta choque hemorrágico hipovolêmico · Focos de sangramento: tórax, abdome, pelve e ossos longos · 1º - acesso venoso: escolha acesso periférico (pegar 2 acessos) · Lei de Poiselle: quanto mais calibroso e curto o acesso, maior a velocidade de infusão do volume · Se periférico não for possível: acesso central, dissecção de safena, punção intraóssea · Crianças < 6 anos: 1ª escolha = AVP 2ª escolha = punção intraóssea · 2º - reposição com cristaloide (SF 0,9% ou RL – aquecido 37-40◦) · Volume: adulto 1L Criança 20 ml/kg · Avaliação da resposta: avaliação dos sinais vitais ou da diurese não respondeu: da sangue ESTIMATIVA DE PERDA VOLÊMICA I II III IV PA NORMAL DIMINUÍDA FC NORMAL ≥ 100 ≥ 120 > 140 Perda PEQUENA < 750ml ≥ 15% > 750ml ≥ 30% > 1500 ml ≥ 40% > 2000 ml · Diurese: adulto 0,5 ml/kg/hr Criança 1 ml/kg/hr < 1 ano 2 ml/kg/hr Obs.: até 3hs após o trauma deve-se fazer o ácido tranexâmico (transamin) – anti-fibrinolítico 1g EV + 1g ao longo de 8hs · Avaliar a diurese do paciente por SONDA VESICAL · Se sangue no meato, hematoma perineal, retenção urinária, fratura de pelve, deslocamento cefálico da próstata (ao toque próstata “flutuante”) pensar em lesão de uretra NÃO SONDAR · Neste caso, realizar cistostomia · Na suspeita de lesão uretral, antes de sondar, realizar URETROCISTOGRAFIA RETRÓGRADA · Controle da hemorragia: se sangramento externo compressão. O torniquete pode ser feito em alguns casos quando não se puder conter o sangramento apenas com a compressão, por até 6 horas · Vestimenta pneumática: contraindicada se lesão diafragmática · Fratura em livro aberto (open book): disjunção do anel pélvico · Sangramento venoso difuso na pelve · Fazer redução da pelve (com tiras especificas, lençol amarrado à pelve). Em alguns casos é necessária a fixação externa ao nível do grande trocânter do fêmur · D: · Escala de Glasgow · Avaliar pupilas · Movimento das extremidades · E: · Avaliar o paciente virar e retirar as roupas · Prevenir hipotermia · Tórax instável: · Fratura ≥ 2 arcos costais consecutivos, sendo que cada arco costal esteja fraturado em pelo menos 2 pontos · Dor intensa + respiração paradoxal · Conduta: analgesia + O2 · Contusão pulmonar: se PaO2 > 65 ou SatO2 < 90% IOT + VM · Hemotórax: · Trauma penetrante; geralmente ocorre um sangramento autolimitado · Desvio da traqueia, turgência jugular (raro), macicez, MV abolido, hipotensão (choque hipovolêmico) · Conduta: toracostomia com drenagem em selo d’água · Toracotomia se: sangramento intenso (< 1500 ml) Drenagem de 200 ml/h por 2-4hs Necessidade persistente de transfusão Obs.: toracotomia de reanimação indicada no trauma penetrante torácico com PCR em AESP com sinais de vida (pupilas reativas, movimentos espontâneos, atividade organizada no ECG) · Contusão miocárdica: · Insuficiência cardíaca (IVD), arritmias, bloqueio de ramo direito · Diagnóstico: ECOdoppler · Conduta: monitorização 24hs + dobutamina · Tamponamento cardíaco: · Tríade de Beck turgência jugular + hipotensão + bulhas abafadas (presente em 30-40% dos casos) · Pode haver pulso paradoxal (↓ > 10mmHg na PAS durante inspiração) e sinal de Kussmaul (↑ turgência jugular na inspiração) · Diagnóstico: clínica + FAST · Tratamento imediato: pericardiocentese (drenar 10-20ml) · Tratamento definitivo: toracotomia · Laceração de aorta: · Hematoma tampona em 20% dos casos (aorta permanece tamponada por até 24hs) · Lesão depois de subclávia E pulso normal em MS e diminuído em MI · RX: desvio do mediastino > 8cm, perda do contorno aórtico · TC (sensibilidade e especificidade 100%) quando positiva deve ser complementada com arteriografia· Trauma abdominal: · Órgão mais lesionado: trauma contuso baço Trauma penetrante fogo: delgado Branca: fígado · Investigação: TC com contraste classifica lesões e vê retroperitônio Exige estabilidade hemodinâmica LPD (lavado peritoneal diagnóstico) + sensível para sangue no abdome (+) = aspirado ≥ 10ml sangue ou restos alimentares Lavado: hemácias > 100.000 Leucócitos > 500 Amilase > 175 Bile USG FAST não vê retroperitônio Locais de análise: saco pericárdico, hepatorrenal, esplenorrenal, pelve/fundo saco E-FAST FAST + pleura pneumo/hemotórax Videolaparoscopia melhor para lesões na transição toracoabdominal (TC não vê diafragma) · Conduta conservadora: casos que não são “abdome cirúrgico” Estabilidade hemodinâmica Condições de internação/observação · Indicação de laparotomia: · Abdome cirúrgico: trauma penetrante + choque ou peritonite ou evisceração Trauma fechado + peritonite ou retro/pneumoperitônio Obs.: nestes casos nem precisa de exame · Abdome não-cirúrgico: trauma penetrante arma de fogo: face anterior = laparotomia Flanco/dorso = TC antes Arma branca: depende Trauma fechado estabilidade hemodinâmica: FAST e TC (avaliar grau da lesão) Instabilidade hemodinâmica: politrauma = FAST ou LPD Se (+) = laparot. Não politrauma = laparotomia · Arma branca em abdome não-cirúrgico: Exploração digital Negativa alta Positiva ou duvidosa Observação 24hs (exame físico seriado + hemograma 8/8hs): Sem alteração: reiniciar dieta e ALTA Alteração: LAPAROTOMIA se virou abdome cirúrgico Laparotomia/TC/LPD/FAST: leucocitose ou ↓Hb > 3 · Lesões orgânicas específicas: · Baço: · Quadro clínico: sinal de Kehr dor referida em ombro · Conduta cirúrgica: TC com lesão grau IV (> 25% desvascularização) ou V (baço pulverizado) · Cirurgias: rafia, esplenectomia parcial/total · Vacinar: pneumococo, haemophilus e meningococo · Fígado: · Quadro clínico: - · Conduta cirúrgica: TC com lesão grau VI (avulsão hepática) · Cirurgias: compressão, rafia, ressecção segmentar · Se sangramento difuso: MANOBRA DE PRINGLE clampeamento do ligamento hepatoduodenal (A. hepática e V. porta · Não parou: cava inferior (retrohepática), veias hepáticas muito grave · Duodeno: · Laceração: · Quadro: retropneumoperitônio escoliose antálgica, dor lombar até região escrotal, crepitação ao toque retal · Sinal radiológico: ar delineando rins · Conduta: laparotomia · Contusão: · Quadro: obstrução gástrica náusea, vômitos · Sinal radiológico: RX contrastado empilhamento de moedas ou mola em espiral Melhor exame = TC · Conduta: conservadora descompressão gástrica + NPT (dieta parenteral) Sem melhora em 2 semanas: LAPAROTOMIA · Intestino delgado: · Quadro: sinal do cinto de segurança (equimose abaixo do umbigo) · Cirurgias: rafia primária < 50% circunferência Ressecção + anastomose primária > 50% circunferência · Intestino grosso: · Segmento mais afetado: transverso · Cirurgias: rafia primária < 50% circunferência, cirurgia precoce (4-6hs), estabilidade hemodinâmica, sem lesão vascular, < 6 concentrados de hemácia ressecção + anastomose estabilidade hemodinâmica que não preenche os critérios acima Hartmann ou controle de danos instabilidade hemodinâmica · Reto: · Cirurgia: 1/3 distal, face lateral ou posterior colostomia de proteção + drenagem pré-sacral Empalamento sedação e tentativa de retirada Sem sucesso: anestesia + tentativa de retirada Sem sucesso ou ainda resta pedaço no interior cirurgia · Síndrome compartimental abdominal: · Pressão abdominal normal: 5-7 mmHg · Hipertensão abdominal: grau 3 21-25 mmHg Grau 4 > 25 mmHg · SCA = PIA 3 ou 4 + lesão de órgãos + pressão perfusão (PAM – PIA) <60 · Conduta: · Grau 3: inicial = conservadora posição supina, reposição volêmica cuidadosa, drenagem de coleções, paracentese · Não melhorou, abdome tenso, IR/IRA, TCE grave com HIC descompressão · Grau 4: descompressão Obs.: bolsa de Bogotá para acompanhar melhora antes de fechar · Cirurgia de controle de danos: · Evita tríade mortal: hipotermia + coagulopatia + acidose · Cirurgia inicial breve · Reanimação em UTI · Reoperação planejada · TCE:Glasgow (3-15): abertura ocular, resposta verbal e dor · GlasgowP (1-15): Glasgow – resposta pupilar 2 pupilas reagem: 0 1 pupila não reage: 1 ponto 2 pupilas não reagem: 2 pontos · Neurotrauma: · Choque neurogênico (acima de T3): hemodinâmico ↓ PA, ↓ FC, vasodilatação · Choque medular: neurológico flacidez, arreflexia · Fraturas de base de crânio: sinal de Battle (hematoma retroauricular), sinal do guaxinim, hemotímpano, rinorreia, otorreia não fazer: intubação nasogástrica, cat. nasogástrico · Lesões/fraturas de face · Lesões cerebrais difusas: · Concussão cerebral: desaceleração súbita Clínica: perda temporária da função neurológica Perda consciência < 6hs, amnésia, confusão, convulsão Conduta: TC (quando indicado) · Lesão axonal difusa: desaceleração súbita com cisalhamento Clínica: perda imediata e duradoura da consciência Coma > 6hs, Glasgow grave com TC “normal” Conduta: suporte · Lesão cerebral focal: · Subdural: veias porte FR: atrofia cortical idoso, alcoólatra Clínica: progressivo TC: imagem hiperdensa em crescente (meia lua) Cirurgia: desvio linha média ≥ 5mm · Extra/epidural: artéria meníngea FR: trauma grave no osso temporal Clínica: intervalolúcido TC: imagem hiperdensa biconvexa Cirurgia: desvio linha média ≥ 5mm PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO · Controlar fatores com impacto na evolução cirúrgica · Avaliação do risco cirúrgico: · Avaliação cardíaca: NÃO operar se cardiopatia ativa Angina instável, ICC descompensado, arritmia grave, valvopatia grave · IRCR (índice de risco cardíaco modificado): · Coronariopatia, insuficiência cardíaca, DRC (creat > 2), DM c/ insulina, doença cerebrovascular (AVC/AIT), cirurgia torácica/abdominal/vascular · < 2: cirurgia · ≥ 2: capacidade funcional ≥ 4 METs Cirurgia Capacidade < 4 METs Teste cardíaco não invasivo Obs.: capacidade funcional Gasto energético diário do coração · < 4 METs: comer, vestir, andar em volta da casa Aumento do risco CV (anestesia/cirurgia demandam 4 METs) · 4-10 METs: subir, 1 lance de escadas, andar rápido, trabalho doméstico · 10 METs: natação, tênis, futebol, etc. · Estado clínico: · ASA 1: saudável · ASA 2: doença sistêmica sem limitação HAS/DM controlada · ASA 3: limita, mas não incapacita HAS/DM descontrolada, IAM prévio · ASA 4: limitar incapacita ICC descompensado · ASA 5: moribundo (expectativa de óbito) AVCH com aumento da PIC, rupturas aneurisma de aorta · ASA 6: morte cerebral · Emergência: ASA + -E · Exames pré-operatórios: · Com relação ao paciente: · 45-54 anos: ECG para homens · 55-70 anos: ECG + hemograma · > 70 anos: ECG + hemograma + eletrólitos + glicemia + função renal · Com relação à cirurgia: · Coagulograma: estimativa de perda > 2L, neurocirurgia, cirurgia cardíaca/torácica · RX tórax: cirurgias cardíaca e torácica · Medicação de uso crônico: · Manter: inclusive · Corticoide Dar além do habitual: HIDROCORTISONA IV (ajuda na resposta ao trauma) · Anti-hipertensivo · Insulina NPH: 2/3 da dose Glargina: ½ da dose · Suspender: · Antidiabético oral: no dia Metformina: 24-48hs · AINES: 1-3 dias · Antiagregante: 7-10 dias Coronariopatia: manter AAS (exceto neurocirurgia e cirurgia da próstata) · Novos anticoagulantes: 24-48 hs · Warfarina: 4-5 dias Operar se INR: ≤ 1,5 Substituir por HEPARINA Suspender: HNF – 6hs HBPM – 24hs · Profilaxia antibiótica: · Evitar infecção de ferida operatória (S. Aureus) LIMPA Não penetra tratos biliar/respiratório/GI/urinário Ex.: ortopédicas, cardíacas, neurocirurgia, tireoidectomia Se osso ou prótese LIMPA-CONTAMINADA Penetra de forma controlada (s/ extravasamento) Ex.: colelitíase Direcionar Em geral: CEFAZOLINA (cefalosporina 1ª) – exceto cólon/reto CONTAMINADA Penetra sem controle, “ite” sem pus, trauma recente Direcionar Em geral: CEFAZOLINA (cefalosporina 1ª) – exceto cólon/reto INFECTADA “Ite” supurada, trauma antigo (osteomielite), contaminação fecal ATB terapia · Quando fazer: 30-60 minutos antes da 1ª incisão · Complicações em cirurgia: · Febre no contexto operatório: · Per-operatório: · Infecção pré-existente · Reação a droga ou transfusão · Hipertermia maligna: · Síndrome muscular hereditária farmacoinduzida Anestésico inalatório; SUCCINILCOLINA · ↑ Ca muscular, hipermetabolismo muscular, hipercapnia, rabdomiólise (↑ K), hipertermia · Tratamento: DANTROLENE, cessar exposição, resfriamento, HCO3 · 24-72hs pós-operatório: · Atelectasia Principalmente cirurgia torácica/abdominal · Infecção necrosante da ferida Streptococcus pyogenes/ Clostridium p. · > 72hs pós-operatório: · Infecção ferida operatório S.aureus · ITU, pneumonia · Parotidite supurativa S. Aureus · TVP · Infecção de ferida operatória: · Até 30 dias (ou 1 ano se prótese) após procedimento · Superficial: · Pele + SC · Febre + dor + flogose + pus · Tratamento: retirar pontos, drenar e lavar Não dar ATB agora · Profunda: · Fáscia/músculo · Sintomas: = · Tto: + ATB HÉRNIAS DE PAREDE ABDOMINAL · Umbilical: · Não fechamento do anel umbilical · Ligeiramente + comum em meninas · Criança: defeito congênito · Tratamento: conservador tendência de fechamento espontâneo até 2 anos · Cirurgia: se concomitante a hérnia inguinal > 2 cm Associada à DVP (derivação ventrículo-peritoneal) Não fechamento com 4/6 anos · Adulto: defeito adquirido · Tratamento conservador · Cirurgia: sintomático ou ascite volumosa · Epigástrica: · Linha alba (média) entre a cicatriz umbilical e xifoide · Incisional: · Em área de incisão cirúrgica prévia · FR: técnica incorreta, ISC (infecção sítio cirúrgico), hematoma, seroma, desnutrição, ↑ idade, corticoide, ↑ PIA, obesidade · Spiegel: · Entre a borda lateral do m. reto abdominal e a linha de Spiegel (semilunar) · Sobre ou abaixo da linha arqueada de Douglas (ao nível da cicatriz umbilical) · Avaliar imagem para o diagnóstico · Lombares: · Triângulos lombares: · Superior: hérnia de GRYNFELT (abaixo da 12ª costela) · Inferior: hérnia de PETIT (acima da crista ilíaca) · Inguinal: · Anatomia: alças intestinais Parede anterior do canal inguinal Anel inguinal externo (final do CI) Ligamento inguinal (Poupart) Parede posterior do canal inguinal Anel inguinal interno (início do canal inguinal) Canal femoral · Canal inguinal: anel inguinal interno anel inguinal externo · Estruturas: homem funículo espermático (m. cremaster, vv. deferentes, etc.) Conduto peritônio-vaginal obliterado Mulher ligamento redondo do útero · Indireta: · + comum de todas · Se anuncia através do anel inguinal interno + risco de encarcerar · Causa: defeito congênito não fechamento do conduto peritônio-vaginal · Típica da infância · Direta: · Causa: defeito adquirido enfraquecimento da parede posterior Triangulo de Hesselbach: ligamento inguinal + vv epigástricos inferiores + borda lateral do m. reto abdominal · Indireta x direta: · Vasos epigástricos inferiores: medial DIRETA lateral INDIRETA · Exame físico: polpa direta ponta indireta · Femoral (crural): · Se anuncia abaixo do ligamento inguinal · + comum em mulheres (10:1) · + comum à direita · Maior risco de encarceramento · Classificação de NYHUS: I. Indireta com anel inguinal interno normal crianças II. Indireta com anel inguinal interno dilatado III. Defeito na parede posterior a. direta b. indireta c. femoral IV. Recidivante a. direta b. indireta c. femoral d. mista · Tratamento de hérnia inguino-femoral: · Redutível: cirurgia eletiva · Encarcerada: redução manual manobra de TAXE Quando não reduzir = sofrimento isquêmico tempo > 6-8hs Obstrução intestinal Irritação peritoneal, hiperemia, hipotensão · Estrangulada: isquemia cirurgia de emergência (inguinotomia) Se redução espontânea laparotomia · Técnicas operatórias: · Abordagem anterior: herniorrafia anterior + reforço posterior · Shouldice: imbricação de músculos · Lichtenstein: tela livre de tensão escolha Sutura contínua ao longo do ligamento inguinal · McVay: boa para hérnia femoral ligamento de Cooper · Abordagem posterior: acesso pré-peritoneal · Indicações: recidivas, bilaterais · Técnicas: STOPPA tela bilateral Videolaparoscopia Abordagem inicial (escolhaem mulheres) TAPP (transabdominal pré-peritoneal) - penetra cavidade abdominal TEP (totalmente extraperitoneal) – não penetra cavidade abdominal Obs.: hérnia de RICHTER pinçamento da borda antimesentérica Isquemia sem obstrução Hérnia de LITTRÉ divertículo de Meckel Hérnia de AMYAND apêndice na hérnia inguinal Hérnia de GARENGLOT apêndice na hérnia femoral CIRURGIA VASCULAR · ANEURISMA AORTA ABDOMINAL: · Conceitos gerais: · Aneurisma dilatação > 50% do diâmetro (> 3cm) se menor, chamamos de ectasia · Classificação: anatomia fusiforme, sacular verdadeiro todas as camadas do vaso formando o aneurisma pseudoaneurisma hematoma pulsátil não contido por todas as camadas etiologia aorta: degenerativos (aterosclerose) · Classificação: · Tipo I: infrarrenais mais comum segmento livre abaixo das artérias renais permite abordagem endovascular · Tipo II: justarrenais imediatamente após a emergência das renais · Tipo III: englobam a emergência das renais · Tipo IV: toracoabdominais acima e abaixo da emergência das renais · FR: tabagismo (8:1), sexo masculino, idade avançada, raça branca, HF, hipercolesterolemia, HAS, DPOC · Fatores de proteção: DM, sexo feminino e negros · Clínica: assintomático massa pulsátil em linha média (pacientes mais magros/longilíneos) dor abdominal vaga e inespecífica · Diagnóstico: USG diâmetro transverso e longitudinal rastreio, diagnóstico e seguimento não avalia a ruptura em 50% dos casos TC/angio-TC delineamento preciso do AAA e diâmetro do lúmen relação com vasos renais e ilíacos avalia trombos e calcificações angioRM ausência de radiação e sem contraste iodado não identifica calcificações arteriografia avalia a relação com outros vasos não identifica trombos · Seguimento USG: · 2,6-2,9 cm repete a cada 5 anos · 3-3,4 cm repete a cada 3 anos · 3,5-4,4 cm repete a cada 12 meses · 4,4-5,4 cm repete a cada 6 meses · ≥ 5,5 cm cirurgia eletiva · Tratamento clínico: seguimento USG suspender o tabagismo + importante controle da HAS e dislipidemia ↓ risco cardiovascular e não a taxa de expansão · Cirurgia eletiva: indicações diâmetro ≥ 5,5 cm crescimento > 0,5cm em 6 meses ou > 1cm em 1 ano sintomático complicações: infecção, embolização periférica formação sacular reparo aberto complicações: IAM e IRA reparo endovascular comorbidades e risco cirúrgico ↑ anatomia favorável vantagens no pós-operatório imediato resultados semelhantes no médio e longo prazo complicações: sítio de punção sangramento, hematoma, pseudoaneurima ENDOLEAK principal causa de falha ENDOLEAK Tipo I Falha na vedação proximal (IA) ou distal (IB) Tratamento imediato Tipo II + comum Enchimento retrógrado (lombares ou AMI) Tratamento se dilatação embolização Tipo III Falha de 1 componente ou na vedação entre eles Tratamento imediato Tipo IV Vazamento pelos poros da prótese Autolimitado, resolve após fim da anticoagulação Tipo V Dilatação na ausência de vazamento visível Autolimitado, resolve após fim da anticoagulação · Ruptura do AAA: · FR: tabagismo (8:1), sexo feminino, diâmetro inicial, crescimento rápido, HAS, transplante renal ou cardíaco, VEF1 ↓, aneurisma sacular · Clínica: massa pulsátil + dor abdominal + hipotensão presente em 1/3 dos casos · Diagnóstico: se estável angio-TC · Tratamento: intervenção imediata estável e anatomia favorável endovascular instável balão intra-aórtico se favorável: endovascular cirurgia convencional se: não controle do sangramento, anatomia desfavorável, sangramento após endoprótese · DISSECÇÃO DE AORTA TORÁCICA: · Rasgo na íntima, formando um falso lúmen na camada média · FR: HAS (70%), aterosclerose (30%), uso de cocaína/crack, atividade física extenuante (levantamento de peso), doenças do tecido conjuntivo (Marfan, Ehlers-Danlos), valva aórtica bicúspide, coarctação de aorta e Sd. de Turner, gestação · Classificação: · Stanford: A acomete aorta ascendente B não acomete aorta ascendente · DeBakey: I origem na ascendente e se estende por toda a aorta II limitada a aorta ascendente III origem distal a subclávia E podendo ou não se estender para aorta abdominal IIIa = não ultrapassa o tronco celíaco IIIb = ultrapassa o tronco celíaco · Clínica: dor A: dor torácica, náusea, sudorese B: dor região dorsal ou toracodorsal · Diagnóstico: arteriografia PO, pouco utilizada ECOTT, ECO transesofágico ideal para pacientes instáveis angio-TC 2 luzes · Tratamento: suporte em terapia intensiva + analgesia com opioide controle da FC e PAS FC < 60 bpm e PAS < 120 mmHg β-bloqueador ± nitroprussiato sódio Stanford A tratamento cirúrgico imediato risco de tamponamento cardíaco e ruptura de aorta Starford B se estável: terapia medicamentosa cirurgia: dor persistente ou dilatação aneurismática da aorta, isquemia órgãos, propagação distal, dissecção retrograda até aorta ascendente · DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA: · FR: aterosclerose, tabagismo, hipercolesterolemia, HAS, DM, dislipidemia, hiper-homocisteinemia, raça negra · Clínica: claudicação intermitente dor na panturrilha após alguns minutos de caminhada que alivia após 2- 5 minutos de repouso Síndrome de Leriche oclusão bilateral ao nível do segmento aorto-ilíaco claudicação na panturrilha, coxa e nádegas história de impotência isquemia crítica dor em repouso úlcera isquêmica, pele seca,brilhante e sem pelos ↓ pulsos MMII · Diagnóstico: história + FR + exame físico Índice tornozelo braquial (ITB) PAS tornozelo : PAS braço Normal = 1,1 +/- 0,1 Claudicação = 0,5-0,9 Isquemia crítica = < 0,4 USG doppler presença de estenose Angio-TC e angiografia (PO) avaliação pré-operatória · Tratamento: · Medidas gerais: interromper tabagismo, controle do DM e dislipidemia (estatinas – LDL < 100-70 mg/dl), antiagregantes plaquetários (↓ eventos cerebrovasculares), controle da PA · Claudicação intermitente: exercício supervisionado, Cilostasol (antiagregante e vasodilatador) · Intervenção: sintomas significativos mesmo com as medidas conservadoras isquemia ameaçadora isquemia crítica, úlcera que não cicatriza Endovascular angioplastia ± stent Revascularização by-pass Amputação terapia de exceção · OCLUSÃO ARTERIAL AGUDA DOS MMII: · Causas: embolia fonte emboligênica: coração (FA) locais: bifurcação femoral > bifurcação ilíacas > aorta > poplíteo tende a ser catastrófica com quadro mais exuberante trombose doença aterosclerótica evolução da DAP quadro mais brando (colaterais) · Clínica: 6Ps dor, palidez, ausência de pulso (a presença não afasta), parestesia, paralisia, poiquilotermia · Tratamento e classificação: · Proteção térmica: algodão ortopédico · Heparinização I Viável e sem ameaça Trombose ARTERIOGRAFIA + TROMBOLÍTICO IIa Ameaça reversível com tratamento IIIb Ameaça reversível com tratamento IMEDIATO Êmbolo ARTERIOTOMIA + EMBOLECTOMIA III Irreversível, RIGIDEZ AMPUTAÇÃO PROCTOLOGIAHemorroida interna · Linha pectínea divide a mucosa (acima) da anoderme (pele do ânus – abaixo) · Marco anatômico de divisão de 2 epitélios · Também conhecida como “linha denteada” · Mucosa: não tem inervação somática não tem dor · O que se origina abaixo da linha pectínea (anoderme) dói · Criptas anais: glândulas de Chiari produzem muco que lubrificam o canal anal e auxiliam a passagem das fezes · Doença hemorroidária (hemorroida): · Causa: constipação, hipertensão porta · Plexo hemorroidário interno função na continência fecal · Clínica: · Interna: sangramento indolor + prolapso (pode causar incômodo)Hemorroida externa · Externa: dor perianal · Diagnóstico: clínico + anuscopia · Tratamento: · Interna: TIPOS TRATAMENTO 1º grau (sem prolapso) Dieta (fibras e ingesta hídrica) 2º grau (prolapso com redução espontânea) Ligadura 3º grau (prolapso com redução manual) Ligadura ± cirurgia 4º grau (prolapso irredutível) Cirurgia · Cirurgia: aberta Milligan-Morgan (não dá ponto) fechada Ferguson (dá ponto) · Externa: ≤ 72hs excisão ≥ 72hs banho de assento · Fissura anal: · Fissura (dor) hipertonia isquemia (ciclo vicioso) · Aguda: · Clínica: dor ao evacuar, sangramento discreto (“sangue no papel”), mucosa avermelhada · Duração: < 6 semanas · Tratamento: dieta com fibras, tópico (pomadas lidocaína, diltiazem, corticoide) · Crônica: · Clínica: dor ao evacuar, plicoma sentinela, papilite hipertrófica (aspecto esbranquiçado) · Duração: > 6 semanas · Tratamento: esfincterotomia lateral interna (só faz em paciente com hipertonia – alteração na manometria) · Abcessos anorretais: · Infecção das glândulas de Chiari · Clínica: dor perianal + abaulamento · Classificação: supraelevador (pelvirretal) isquiorretal (nádega) interesfincteriano (origem) perianal + comum · Diagnóstico: clínico ± RM · Tratamento: drenagem imediata (em todos os casos) ± ATB · Complicação pós-drenagem: fístula anorretal · Fístulas anorretais: · Clínica: dor + secreção purulenta · Classificação: interesfincteriana SIMPLES transesfincteriana supra-esfincterianaCOMPLEXAS extra-esfincteriana · Diagnóstico: clínico ± RM · Tratamento: simples fistulotomia/fistulectomia complexa drenagem com sedenho · Simples: orifício externo próximo · Regra de Goodsall-Salmon: anterior trajeto retilíneo até o orifício interno posterior trajeto curvilíneo Obs.: fístula + comum = interesfincteriana · Carcinoma epidermoide de canal anal: · Fatores de risco: tabagismo, HPV, imunodeficiência · Estadiamento: · Avaliar linfonodos inguinais · TC tórax (avaliar metástase pulmonar) + TC abdome (metástase hepática) + RM pelve · Tratamento: ESQUEMA NIGRO (QT + RT exclusivas) Se falha cirurgia de Miles CIRURGIA BARIÁTRICA (CIRURGIA DA OBESIDADE) · Fisiologia: · Adipócito cheio ↑ LEPTINA (anorexígeno – saciedade) · Intestino cheio ↑ CCK, GLP-1, PYY (anorexígenos) · Estômago cheio ↓ GRELINA (orexígeno – fome) · Obesidade: dificuldade de induzir à saciedade ↑ GRELINA, ↓ hormônios anorexígenos · Classificação: IMC Sobrepeso 25 – 29,9 Obesidade I 30 – 34,9 Obesidade II 35 – 39,9 Obesidade III ≥ 40 Superobeso ≥ 50 Super-superobeso ≥ 60 · Indicações: · Obesidade IMC > 40 ou IMC > 35 + comorbidades ou IMC ≥ 30 com DM2 grave (idade mínima 30 anos) · Idade: > 18 anos ou > 16 anos com autorização dos responsáveis · Refratário a 2 anos de terapia clínica · Precauções: drogas e etilismo, distúrbios psiquiátricos, não compreensão do paciente · Técnicas: · Banda gástrica: · Técnica restritiva · Anel regulável na junção esôfago-gástrica (JEG) · Complicações: deslocamento do anel, reganho de pesoHIS · Sleeve: · Técnica restritiva · Reduz a produção de GRELINA (produzida na grande curvatura retirada) · Gastrectomia vertical · Complicações: fístula do ângulo de HIS, DRGE · BYPASS gástrico:Secreção biliosa pós derivação gástrica em Y de Roux fístula na anastomose jejunojejunal · Técnica mista restritiva · Pouch gástrico (neoestômago – 30ml) + Y de Roux (75-150cm) · Complicações: deiscência anastomose, hérnia de Petersen · Scopinaro: · Técnica mista disarbsortiva · Gatrectomia horizontal + canal comum (50cm) + colecistectomia · Complicações: = BYPASS Desnutrição proteica ESCOLHA DA TÉCNICA: Sleeve: deficiência nutricional prévia Bypass: DRGE e/ou DM2 · Switch duodenal: · Técnica mista disarbsortiva · Gastrectomia vertical + canal comum (100cm) + colecistectomia + apendicectomia · Complicações: = BYPASS desnutrição proteica CIRURGIA PLÁSTICA · ENXERTOS: · Não possui vascularização própria pedaço de pele oriundo de outro local do corpo · Nutrição: embebição até 48hs neovascularização > 48hs · Origem: auto oriundo do próprio paciente homo outro ser da mesma espécie heteroenxertos outro ser de espécie diferente · Espessura: total, parcial · Causa + comum de falha da integração: formação de hematoma · RETALHO: · Definição: · Tecido pediculado · Vascularização própria · Indicação: regiões de grande perda tecidual (ex.: grande queimado, ferimento complexo) · Classificações: composição transferência vascular · Mathes e Nahai: · Técnica de fechamento: · Enxerto: sem pedículo, embebição, total x parcial · Retalho: pedículo, vascularização, simples x composto Obs.: ZETAPLASTIA técnica que consiste no avanço de 2 retalhos sobre a área cicatricial, c/ relaxamento da tensão O eixocentral da marcação é posicionado de forma oblíqua à cicatriz, não transversal Quanto menor o ângulo, menor o grau de alongamento após a transposição normalmente utilizam-se ângulos de 60 graus, entre os eixos laterais e o central, na marcação · ÚLCERAS DE PRESSÃO: · Fisiopatologia: · Fatores de risco: idoso, acamado, imobilidade, etc. · Pressão > 32 mmHg por 2hs · Alterações teciduais irreversíveis · Tratamento: · Prevenção · Desbridamento ± ATB ± retalho · Classificação de SHEA: · Grau I: eritema da pele · Grau II: úlcera superficial (pele parcial) · Grau III: úlcera profunda (pele + gordura) · Grau IV: úlcera complexa (músculo e osso) · Observações: · Profundidade suspeita pele intacta, mas com equimoses (realizar desbridamento e classificar) · Sem estágio ferida com tecido necrótico SUPORTE NUTRICIONAL · Necessidades: · Proteínas: repouso 0,8 g/kg/dia jejum 1,5-2 g/kg/dia queimado/politrauma/sepse 3 g/kg/dia · Carboidratos: 60-70% do GEB (gasto energético basal) · Lipídeos: 30-40% do GEB maior em paciente DPOC · Eletrólitos: Na 2-4 g/dia K 50-100 mEq/dia ou 2-4 g/dia · Água: 35-40 ml/kg/dia + perdas · Vitaminas: A, D, E, K, C e complexo B (hipovitaminoses) · Avaliação nutricional: não há marcador ideal · Composição corporal: · Medidas antropométricas: IMC, prega cutânea, circunferência do braço · Proteínas séricas: pré-albumina (meia-vida de 3 dias) mais usada, sensível transferrina (10 dias) albumina (18-20 dias) mais específica proteína ligadora do retinol (12-24 horas) menor meia-vida · Função imunológica: testes cutâneos, linfocitopenia (< 1000) · Função muscular: avalia força e recuperação muscular · Gasto energético basal (GEB): · Equação de Harris-Benedict: homem GEB = 66,5 + (13,75 x peso) + (5,003 x altura) – (6,775 x idade) mulher GEB = 65,5 + (9,563 x peso) + (1,85 x altura) – (4,676 x idade) · Calorimetria indireta mede eliminação de CO2 · Catabolismo proteico: · Balanço nitrogenado · 6,25g de proteína = 1g N · BN = N (ingerido) – N (perdido) N (ing) = proteínas (ing)/6,25 BN = P (ing)/6,25 – UR - 4 N (perd) = UREIA + 4 (outras perdas) · Avalia a terapia nutricional · Indicações de suporte: · Perda 10% peso em 6 meses · Perda 5% peso em 1 mês · Previsão de jejum prolongado (7-10 dias) · Nutrição artificial: ENTERAL PARENTERAL VANTAGENS Garantir trofismo da mucosa Funcionamento hepático Tônus imunológico FÓRMULAS Completa Incompleta (só o que o pct precisa) Poli/oligo/monomérica VIAS Oral suplementação oral SNG melhor custo-benefício SNE gastroparesia, repouso gástrico Gastrostomia suporte prolongado (4 sem) Jejunostomia evitar, muita complicação INDICAÇÃO Fístulas digestivas de alto débito Íleo paralítico prolongado Diarreia ou vômitos intratáveis Obstrução do TGI Síndrome do intestino curto COMPLICAÇÕES Sepse Colecistite alitiásica Hiperglicemia Hipertrigliceridemia Esteatose hepática Atrofia intestinal · Medida indicada para prevenção de broncoaspiração no paciente com nutrição enteral: posicionar sonda após o ângulo de Treitz · GTT endoscópica: · Contraindicação absoluta: impossibilidade de acesso EDA, coagulopatia grave, obstrução gástrica distal, sobrevida < 4 semanas, impossibilidade de aproximação do estômago · Contraindicação relativa: impossibilidade de transiluminação, varizes gástricas, câncer gástrico difuso · Síndrome de realimentação: · Falência da bomba Na/K · ↓ PO4 e K no extracelular · Hemólise e morte · Administração cautelosa de nutrientes 150 kcal/dia ANESTESIOLOGIA · Objetivos: consciência Inconsciência: hipnose + amnésia Analgesia: dor + resposta autonômica Relaxamento muscular: bloqueio dor drogas movimento · Anestésicos de INDUÇÃO GERAL: · Inalatórios: efeito isolado, altas doses, + risco · Óxido nitroso · Halotano + potente (induz os 3 objetivos) + efeitos colaterais hipertermia maligna · Isoflurano (+ usado, possui odor desagradável), enoflurano · Sevoflurano + caro · Intravenosos: efeito combinado, doses menores, menor risco · Tiopental faz boa hipnose, mas ruim para amnésia · Midazolam ótimo para amnésia (sedação) · Opioides bom para dor · Propofol efeito cardiotóxico importante · Etomidato · Quetamina hipnose + analgesia causa pesadelos anestesia dissociativa · Curares: relaxamento muscular, flacidez, imobilidade · Succinilcolina causa HM · Rocurônio · Atracúrio · Anestésicos LOCAIS: · Lidocaína: intermediária duração 1-2hs sem adrenalina: dose tóxica = 4-5 mg/kg com adrenalina: 7mg/kg · Bupivacaína: ação alta duração 2-8hs sem adrenalina: 2 mg/kg com adrenalina: 3 mg/kg · Ropivacaína: alta 2-8hs sem adrenalina: 2 mg/kg com adrenalina: 3 mg/kg menos cardiotoxicidade efeito vasoconstrictor · Técnicas anestésicas: · Anestesia local: · Infiltração local com anestésicos locais · Cirurgia ambulatorial com sedação consciente Midazolam · Lidocaína + Propofol baixas doses · Bloqueios regionais: · Raquianestesia anestésico no espaço SUBARACNOIDE · Peridural espaço EPIDURAL · Bloqueio de nervos periféricos/plexos · Anestesia geral: · Indução: · Pré-oxigenação · Indução sequência rápida se necessário · Ventilação com máscara · Bloqueio muscular · IOT · Manutenção: repique de dores manter o “plano” · Recuperação: observação na RPA · Avaliação anestésica: · Visita pré-anestésica: · Anamnese, dúvidas do paciente · Cirurgias prévias, comorbidades · Alergias · Solicitar exames complementares · Via aérea: Mallampati classe I: vê até pilares amigdalianos classe II: vê até ponta da úvula classe III: base da úvula IOT difícil classe IV: só vê palato duro · Exame físico: ASA · Jejum: líquidos claros 2hs sólidos e líquidos não-claros 6-8hs Obs.: ASA I Sem distúrbio orgânico, psiquiátrico, fisiológico II Condição sistêmica leve sem limitação HAS bem controlada, DM sem complicações, anemia, obesidade, tabagismo, consumo elevado de álcool III Doença sistêmica moderada/grave com limitação sem incapacidade IV Doença grave com incapacidade ou ameaça à vida V Paciente moribundo VI Morte cerebral · Monitorização: PA, ECG, CO2/O2, FR, temperatura, BIS (profundidade da anestesia) · Complicações: · Hipertermia maligna: · Doença do músculo esquelético · Herança autossômica dominante · Succinilcolina e inalatórios halotano · Espasmo do masseter, TAX até 42o · 30 minutos a 24hs do início da indução · Antídoto: DANTROLENE 2,5 mg/kg · Bloqueio residual neuromuscular: · Retorno lento da consciência · Hipoventilação/hipercapnia · Fraqueza muscular · Excreção dificultada das drogas · Manter ventilação mecânica · Antídoto: Neostigmine, Atropina RESPOSTA ENDÓCRINA/METABÓLICA/IMUNOLÓGICA AO TRAUMA (REMIT) · Metabolismo intermediário: · Pós-prandial: ↑ glicemia Insulina inicia o ANABOLISMO Sobrou glicose? ↑ insulina · Anabolismo: construção de estoque ↑ glicogênio gliconeogênese ↑ gorduralipogênese · Jejum/trauma: ↓ glicemia Hormônios contra-insulínicos iniciam o CATABOLISMO ↓ insulina · Catabolismo: destruição do estoque glicogenólise mantém glicemia por 12-24hs gliconeogênese proteólise, lipólise · Proteólise glutamina alanina · Lipólise glicerol FÍGADO glut, alan, glicerol, lactato ácidos graxos ácido graxo corpos cetônicos + lactato Obs.: alanina glicose = CLICO DE FELIG lactato glicose = CICLO DE CORI · Adaptações do jejum/trauma: ↓ proteólise poupa músculo prioriza lipólise cérebro começa a consumir corpos cetônicos Obs.: na prática para sustentar este processo em jejum, fornecer 400 kcal = 100g glicose = 2000ml SG 5% · Hormônios catabólicos (contrainsulínicos): resposta endócrina · Adrenal: CORTISOL gliconeogênese permite ação das catecolaminas CATECOLAMINAS broncodilatação ↑ FC, vasoconstrição atonia intestinal ALDOSTERONA retém Na e H2O, libera K e H · Hipotálamo: ADH oligúria · Pâncreas: ↓ insulina ↑ glucagon · Resposta imunológica: · IL-1IL-4 IL-10 anti-inflamatórias IL-13 · IL-2 pró-inflamatórias, ↑ temperatura, anorexia · TNF-α · Como modular a REMIT: · Catabolismo no trauma iniciado por dor e lesão · Dor: anestesia epidural ↓ resposta endócrina · Lesão: cirurgia laparoscópica ↓ resposta imune · Cicatrização de feridas: · Fases: 1. INFLAMAÇÃO: exsudato na ferida · Vasoconstrição e início da hemostasia · ↑ permeabilidade vascular causa: HISTAMINA · Chegada dos neutrófilos + prevalente na fase inicial “limpeza” local por 24-48hs · Depois chega o “maestro” macrófago libera fator de crescimento e transformação (TGF-β) · Chegada do linfócito T libera INF-γ para estimular o fibroblasto 2. PROLIFERAÇÃO: tecido de granulação · Principal célula: FIBROBLASTO · Fibroplasia: deposição de colágeno inicial: tipo 3 · Angiogênese · Epitelização 3. MATURAÇÃO: · Bordas “contraindo” · Célula principal: MIOFIBROBLASTO · ↑ troca do colágeno tipo 3 pelo tipo 1 · Fatores que prejudicam a cicatrização: · Infecção mais comum · Idade avançada · Hipóxia doença vascular, tabagismo, Ht < 15% · DM prejudica todas as fases · Hipoalbuminemia < 2g/dL · ↓ vitaminas e minerais vitamina A, C, K, zinco · Cicatrização anormal: excesso de colágeno ↑ produção local fibronectina elastina e proteoglicanos · QUELOIDE: · Ultrapassa os limites da cicatriz · Aparecimento > 3 meses · Local: acima clavículas e dorso · Clínica: dor e prurido · Regressão: rara, refratária ao tratamento · CICATRIZ HIPERTRÓFICA: · Não ultrapassa os limites da cicatriz · Aparecimento precoce · Local: áreas de tensão, superfícies flexoras · Clínica: pode ter dor e prurido · Regressão espontânea, passível de tratamento · QUEIMADURAS: · Pré-hospitalar: · Segurança da cena · Afastar o paciente da fonte de calor retirar roupas e joias · Resfriar a lesão água até 15-30 min após o trauma temperatura ambiente ou ≥ 12oC se queimadura química = água morna · Prevenção de hipotermia envolver o paciente em lençóis ou cobertores secos · Decidir necessidade de CTQ: estimar a SCQ · Adultos: “regra dos 9” (Wallace) · Crianças: Berkow (tabela) · Grande queimado: · Segundo grau > 10% SCQ · 3º grau qualquer % · Face, mão/pé, grandes articulações · Olhos, períneo/genitália · Química ou elétrica graves · Comorbidade que pode piorar pela queimadura · Hospitalar: ABCDE (trauma) · A: coluna e via aérea · B: complicações respiratórias · Cenário 1: queimadura em face e pescoço · Lesão térmica das VAS: inalação de fumaça quente · Clínica: hiperemia orofaringe, rouquidão, estridor pode evoluir com insuficiência respiratória imediata · Diagnóstico: clínica, laringoscopia · Tratamento: suporte ventilatório O2 IOT precoce · Lesão pulmonar por inalação: “sujeira” da fumaça · Clínica: sibilos, escarro carbonáceo insuficiência respiratória ± 24hs · Diagnóstico: broncoscopia, cintilografia com Xe133 · Tratamento: NBZ com broncodilatadores NBZ com heparina Broncoscopia · Cenário 2: incêndio em ambiente fechado · Intoxicação por monóxido de carbono (CO): · Clínica: cefaleia, ↓ consciência · Diagnóstico: dosar carboxihemoglobina · Tratamento: ↑ FiO2, medicina hiperbárica · Intoxicação por cianeto: · Impede a respiração celular · Clínica: ↓ consciência · Diagnóstico: ↑ lactato e ↑ cianeto · Tratamento: hidroxicobalamina ± tiossulfato de sódio · C: acesso e reanimação volêmica · Primeiras 24hs: Parkland 4ml Ringer x peso x SCQ ATLS 2010 2ml Ringer x peso x SCQ · ½ do volume nas 1as 8hs e ½ nas próximas 16hs · Avaliação: diurese ≥ 0,5 ml/kg/h · D: disfunção neurológica · E: exposição · Analgesia: opioide IV · Profilaxias: tétano/TVP · Classificando as queimaduras: · 1º grau: · Profundidade: epidermeNão entra no cálculo da SCQ · Coloração: eritema · Sensibilidade: dor/ardência · Tratamento: limpeza, analgesia, hidratantes · 2º grau: · Profundidade: derme superficial: papilas dérmicas profunda: reticular · Coloração: BOLHAS superficial: eritema profunda: rósea · Sensibilidade superficial: muito dolorosa profunda: dor moderada · Tratamento: limpeza, curativo + ATB tópico sulfadiazina de prata se profunda: enxerto · 3º grau: · Profundidade: gordura subcutânea · Coloração: marrom · Sensibilidade: dor ao redor · Tratamento: enxertia precoce Obs.: retração da “pele dura” (escara) escarotomia · Queimadura elétrica grave: · Queima músculo: · Rabdomiólise: forçar diurese > 2ml/kg/hr manitol alcalinização (bicarbonato de sódio) · Síndrome compartimental: dor ao estiramento passivo perda do pulso fasciotomia · Queimadura química: · Álcali (base) é pior que ácido · Não neutralizar · Irrigação com água morna sob baixa pressão 15-20ml ou ± 30 minutos manter até pH da pele = 7-7,5 · Complicação das queimaduras: · Gastrointestinal: HDA por úlcera de Curling · Cutânea: 3º grau degenera para carcinoma escamoso lesão de Marjolin CIRURGIA PEDIÁTRICA · CERVICAL: · CISTO TIREOGLOSSO: · Causas: persistência do forame cego · Diagnóstico diferencial: higroma cístico, cisto dermoide · Clínica: massa indolor, móvel à deglutição e protusão da língua; linha média, crescimento gradual · Imagem: TC cervical com contraste, USG cervical · Tratamento: CIRURGIA DE SISTRUNK · PAREDE ABDOMINAL: · ONFALOCELE: · Onfalo = umbigo · Membrana (peritônio parietal) · Relacionada a outras malformações · Indicação de PARTO CESÁREO · GASTROSQUISE: · À direita do umbigo · Sem membrana eviscerado · Associada com atresia intestinal · Indicação de PARTO CESÁREO · Tratamento: SNG + ATB + proteger conteúdo + CIRURGIA (redução + fechamento) · DIGESTÓRIO: · ATRESIA DE ESÔFAGO: · História familiar + malformações (VACTREL) vertebrais, anal, coração, traqueia, rim, esôfago, membros · Clínica: sialorreia + engasgo + distensão abdominal + SNG com resistência para passar ao nascer · Tipos: · A (7%): somente atresia, sem fístula · B (2%): fístulaproximal · C (86%): fístula DISTAL · D (1%): fístula distal e proximal e atresia de ambos os lados · E (4%): fístula em H · Conduta: · Imediata: gastrostomia urgência · Definitiva: anastomose ou esofagocoloplastia · ESTENOSE HIPERTRÓFICA DE PILORO e ATRESIA DUODENAL: EHP ATRESIA DUODENAL 2ª-8ª semana Primeiro dia de vida Vômitos não biliosos (“em jato”) Vômitos biliosos (sem distensão) Desidratação + alcalose metabólica Síndrome de Down/polidramnia OLIVA PALPÁVEL Sinal da dupla bolha gástrica (RX) Sinal do alvo RX-USG Investigar malformações PILOROTOMIA EXTRAMUCOSA FREDET-RAMSTEDT Duodenoduodenostomia (by-pass da obstrução) · VIAS BILIARES: · ATRESIA VIAS BILIARES: · Vias biliares substituídas por fibrose · Diagnóstico diferencial: cisto de colédoco · Clínica: ICTERÍCIA 2-3ª semana + ACOLIA FECAL e COLÚRIA (tardios) · Imagem: USG afasta outros diagnósticos · Diagnóstico: CLÍNICA + USG + BIÓPSIA · Tratamento: cirurgia de KASAI (até 8-10ª semana) ou TRANSPLANTE · RESPIRATÓRIO: · HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA: MORGANI BOUCHDALEK Direita Esquerda Rara Mais comum (85%) Clínica: dispneia + ↓ MV + abdome escavado Diagnóstico: USG pré-natal ou RX após nascimento Tratamento: LAPAROTOMIA OBLÍQUA SUBCOSTAL · GENITOURINÁRIO: · CRIPTORQUIDIA: · Não descida testicular (50% direito) · Quando preocupa: a partir dos 9 meses ainda não desceu · Ao exame: · Palpável: retrátil, ectópico ou inguinal · Não palpável: intra-abdominal ou ausente · Diagnóstico: exame físico + laparoscopia + cariótipo · Tratamento: HCG IM ou GnRH IN retráteis ORQUIDOPEXIA (9-15 meses) · ESCROTO AGUDO: TORÇÃO ORQUITE Twist + isquemia Infecção viral Dor abrupta Dor gradual Phren (-) Phren (+) – dor melhora com elevação da bolsa Reflexo cremastérico (-) Reflexo cremastérico (+) Doppler sem fluxo Doppler normal Orquidopexia bilateral (T < 6h) Cultura + BX · FIMOSE: · Prepúcio sem retração manual · Causa: aderências fisiológicas até 3 anos · Diagnóstico: exame físico · Tratamento: Betametasona 0,1% 6 semanas POSTECTOMIA (3-10 anos) pode fazer depois que abandona as fraldas · Indicação: fimose cerrada, ITU/balanite repetição · PARAFIMOSE: · Redução manual IMEDIATA urgência urológica OFTALMOLOGIA ANATOMIA OLHO · Camada fibrosa: mais externa córnea e esclera · Córnea: transparente e avascular permear a entrada de luz · Úvea: camada intermediária vascular pigmentada íris, corpo ciliar e coroide · Retina: camada mais interna · Fundo de olho: · Permite a visualização de vasos e demais estruturas disco óptico, retina, vasos retinianos, mácula e fóvea · Cones e bastonetes: células fotorreceptoras · Células ganglionares camada de fibras nervosas da retina nervo óptico · Câmara anterior: preenchida por humor aquoso (produzido pelos corpos ciliares) Obs.: medida do ângulo irido-corneado trabeculado gonioscopia · Cristalino: lente que se posiciona logo atrás da íris · Catarata: opacificação do cristalino, perda visual senil, congênita, corticoide, uveítes (inflamações), trauma/choque elétrico, DM, síndromes (Down, Marfan) · Tratamento: facoemulsificação (cirurgia) retira o cristalino e coloca lente no lugar · Descolamento de retina: · Clínica: “moscas volantes”, escotomas cintilantes · Profilaxia/tratamento: laser, vitrectomia posterior VÍCIOS REFRACIONAIS AMETROPIAS · Astigmatismo: · Vício de refração no qual as estruturas que compõem as partes anteriores do olho, principalmente a córnea, têm suas proporções esféricas alteradas · Tratamento: lentes esfero-cilíndricas · Ceratocone: · Ectasia da córnea · Malformação córnea fina e protrusa · Início da adolescência · Perda visual progressiva, alto astigmatismo e miopia · Óculos ou lentes de contato, transplante de córnea · CI absoluta para cirurgia refrativa · Relação direta com coçadura pacientes alérgicos · Hipermetropia: · Dificuldade de enxergar perto · No olho hipermetrope o foco está atrás da retina · Tratamento: lentes convergentes biconvexas · Miopia: · Dificuldade de enxergar longe · Globo ocular com distância anteroposterior mais longa ponto de projeção antes da retina · Tratamento: lentes divergentes bicôncavas · Presbiopia: · Alteração na acomodação o cristalino processo de envelhecimento · Tratamento: lentes convergentes biconvexas · Ambliopia: · Diminuição da acuidade visual sem outras doenças do olho ou via óptica que a justifique · Defeito funcional · Ocorre na infância até os 7 anos de idade · Causas: privação visual dos 0-7 anos estrabismo, anisometropia (diferença refracional entre os olhos), altos erros refracionais, privação de estímulos luminosos (catarata, ptose) · Tratamento: deve ser feito até os 7 anos refração óculos oclusão do olho “normal” para estimular o olho amblíope (“tampão”) · Estrabismo: · Adquiridos na infância: · Não são paréticos · Levam a ambliopia · Sem causas sistêmicas · Adquiridos na fase adulta: · Paralisia de nervos cranianos · Não causam ambliopia · Diplopia · Causas sistêmicas · Tratamento: depende da causa e da faixa etária refração adequada óculos, oclusão do olho dominante prescrição de prismas cirurgia · Estrabismo convergente horizontal paralisia do reto lateral Estrabismo divergente horizontal paralisia do reto medial Hipotropia/estrabismo vertical paralisia do reto inferior/superior · Paralisia do III par craniano estrabismo adquirido · Oftalmoplegia, ptose palpebral e midríase · Causas: aneurisma de artéria comunicante posterior, etc. LEUCOCORIAS · Reflexo pupilar esbranquiçado · Causas: qualquer doença que possa alterar o reflexo vermelho originado pela retina · Retinoblastoma: · Tumor intra-ocular maligno primário mais comum da infância · Pode ser hereditário ou não · Gene predisponente = RPE1 · Raro após os 3 anos · Leucocoria (60%), estrabismo · Catarata congênita: · Associada a rubéola, sífilis e toxoplasmose OLHO VERMELHO · Conjuntivite: · Viral, bacteriana, alérgica, química · Viral: · + comum · Epidêmica, história de IVAS ou contato · Um olho primeiro e alguns dias depois o outro · Autolimitada 10-20 dias · Clínica: secreção mucosa (clara) acentuada, folículos na conjuntiva, adenopatia pré-auricular · Tratamento: lágrimas artificiais, compressas frias · Complicações: infiltrados corneanos, pseudomembranas colírios de corticoide Obs.: colírios de corticoide efeitos colaterais: ↑ pressão ocular – glaucoma, catarata, úlcera de córnea – ceratites · Bacteriana: · Secreção purulenta · Papilas conjuntivais · Sem adenopatia pré-auricular · Staphylococcus aureus · Tratamento: colírios com ATB · Conjuntivites neonatais · Canal de parto · Gonocócica: Neisseria gonorrhoeae agente invasivo Secreção purulenta grave, aparecimento hiperagudo (12-24hs) Hospitalização, Gram e cultura Cefalosporina 3ª geração Profilaxia com nitrato de prata Risco de perfurar a córnea · Clamídia: mais comum 5-19 dias após o parto Pneumonia e otite · Alérgica: · Rinite, asma, dermatite atópica · Prurido, hiperemia conjuntival, lacrimejamento, fotofobia · Hipersensibilidade tipo I: IgE, mastócitos, histamina, eosinófilos · Associação com ceratocone coçadura · Esclerite: · Dor intensa, irradiação para face, insidioso, recorrente, baixa visual, esclera envolvida · Tratamento: AINE, corticoides · Causa mais comum: artrite reumatoide · Úlcera de córnea: · Dor ocular, fotofobia, baixa visual, hiperemia · Staphylococcus aureus · Pseudomonas: risco de perfuração + frequente · Acanthamoeba: piscina, mar, lagos, água de torneira, usuário de lente de contato + grave · Herpes tipo 1: reativações estresse · Principal FR: uso de lente de contato· Uveíte: · Irites ou iridociclites · Dor ocular, fotofobia e baixa visual, hiperemia · Células na câmara anterior · Miose, hipotonia · Jovem: colagenoses e artrites · Adultos: artrites e herpes · Tratamento: colírios de corticoide e midriáticos · Glaucoma agudo: · Dificuldade de drenagem do humor aquoso · Idosos, hipermetrope, orientais · Ângulo oclusivo e câmara rasa · Causas: midriáticos, agentes colinérgicos (atropina, brometo de ipratrópio), ambientes escuros, estresse · Clínica: dor ocular intensa e súbita, baixa visual, halos ao redor das luzes, náusea/vômito, hiperemia, edema de córnea, pupila em médio-midríase · ↑ pressão intraocular: 50-60 mmHg · Tratamento: Manitol, Acetozolamida, colírios hipotensores, Pilocarpina Iridotomia a laser Tratar o olho contralateral RETINOPATIA DIABÉTICA · Complicação + comum do DM · O DM é a maior causa de cegueira entre 20-60 anos em todo o mundo · Diagnóstico precoce e controle glicêmico · Perfil da RD no Brasil: · 6-7% da população brasileira · 40% dos diabéticos retinopatia · Não insulinodependentes · 5% são legalmente cegos · FR: duração do DM, controle glicêmico, HAS, doença renal (microalbuminúria), gravidez, obesidade, hiperlipidemia, fumo, anemia · Fisiopatologia:Perda de pericitos Espessamento membrana basal capilares ↑ permeabilidade vascular Fechamento vasclar (hipóxia) ↑ atividade trombótica ↓ fatores fibrinolíticos Acúmulo sorbitol no cristalino e capilares retinianos · Hiperglicemia crônica · Achados clínicos: microaneurismas (primeiro sinal), hemorragias retinianas profundas/superficiais, exsudatos duros (edema macular), manchas algodonosas (infarto da camada de fibras nervosas), dilatação venosa (vênulas em conta de rosário), anormalidades vasculares intra-retinianas (IRMA), neovasos · Não proliferativa: microaneurismas, microhemorragias, exsudatos duros, edema Proliferativa: + neovasos mais grave Hemorragia vítrea, descolamento tracional da retina, neovasos de íris · Tratamento: fotocoagulação a laser da retina reduz o risco de perda visual nos casos de retinopatia proliferativa em 50% vitrectomia posterior RETINOPATIA HIPERTENSIVA · Estreitamento vascular + aumento do reflexo arteriolar + cruzamento AV patológico · Fundo de olho em HAS: · HAS crônica: obstruções vasculares, ↑ tortuosidade e irregularidade de calibre, ligeira compressão venosa nos cruzamentos · HAS aguda: estreitamento arteriolar segmentar ou difuso, hemorragias e manchas algodonosas, edema de papila e de mácula OUTRAS RETINOPATIAS · Oclusão de artéria central da retina: embólica carótida, cardíaca · Oclusão de veia central da retina: aterosclerose, HAS, DM, vasculites, trombofilias, indeterminada · Retinopatia da prematuridade: · FR: prematuridade (<32 semanas), peso ao nascimento < 1500g O2 complementar, hipoxemia, hipercapnia, doença concomitante · Retina periférica avascular hipóxia · Neovasos hemorragia vítrea, descolamento tracional retina · Tratamento: fotocoagulação a laser · Retinopatia falciforme: · Hemoglobinopatia SC: assintomáticos · Sistemicamente: oclusões vasculares periféricas, anastomoses arteriovenosas, neovascularização de retina periférica, hemorragias e descolamento tracional de retina · Tratamento: fotocoagulação a laser, crioterapia e vitrectomia posterior UVEÍTES ANTERIORES · Uveíte relacionada HLA-B27: · Inflamação ocular associada HLA-B27 · Uveíte anterior aguda recorrente · Fotofobia e olho vermelho, células inflamatórias na câmara anterior, miose · PIO diminuída · Espondiloartropatias espondilite anquilosante, Síndrome de Reiter, artrite psoriásica, retocolite ulcerativa e doença de Crohn · Uveíte na artrite idiopática juvenil: · Causa mais frequente de uveíte anterior em crianças · Uveíte bilateral anterior crônica · Pouco sintomático · Complicações: catarata, glaucoma inflamatório, ceratopatia em faixa · Formas: · Pauciarticular: ≤ 4 articulações 80-90% · Poliarticular: ≥ 5 articulações 7-14% · Doença de Still: < 5 anos, febre, rash, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, artrite mínima ou ausente, envolvimento ocular raro · Doença de Behçet: · Vasculite oclusiva generalizada · Uveíte anterior com hipópio recorrente · Úlceras orais e genitais, eritema nodoso · Adultos jovens, Mediterrâneo e Japão · Vasculite e panuveíte · HLA-B51 UVEÍTES POSTERIORES · AIDS: · Herpes zoster oftálmico pode ser manifestação inicial do HIV · Sarcoma de Kaposi · Microangiopatia retiniana não infecciosa manifestação ocular + comum · Retinite por CMV infecção ocular oportunista + comum CD4 < 50 células/mm3 Prevalência = 34% · Toxoplasmose: · Causa mais comum de uveíte posterior no Brasil · Retinocoroidite · Trofozoítas pela água contaminada, carne crua ou mal passada contaminada, contato com gatos · Toxoplasmose congênita: · Coriorretinite macular bilateral · Catarata · Calcificações intracranianas · LES: · 50% envolvimento ocular · Ceratite, esclerite, uveíte (raro) · Retina (mais comum): manchas algodonosas (infarto), vasculite retiniana, vasculite do SNC EDEMA DE PAPILA · Papiledema: · Edema do nervo óptico secundário a HIC · Acuidade visual preservada nas fases iniciais · Reflexos pupilares normais, edema bilateral · Náuseas e vômitos · Processos expansivos intracranianos · TC ou RNM crânio obrigatório · Neurite óptica: · Baixa acuidade visual horas ou dias · Leve ou grave, unilateral · Dor ocular em mais de 90% casos · 18-45 anos · Redução cores e luz, reflexo pupilar diminuído · Edema de nervo óptico 1/3 dos casos neurite retrobulbar: sem edema, 2/3 dos casos papilite: com edema, 1/3 dos casos · Associação com esclerose múltipla (50% casos) · Tratamento: pulsoterapia Metilprednisolona 1g EV 3 dias + Prednisona VO 11 dias · Neuropatia óptica isquêmica anterior: · Principal causa de confusão com neurite · Representa o infarto do nervo óptico · Pacientes idosos ou de meia idade com baixa visual aguda e indolor · Uni ou bilateral (raramente simultânea) · Formas: · Arterítica (NOIA-A): artrite oclusiva das ciliares posteriores curtas, associação com polimialgia reumática · Arterite de células gigantes/arterite temporal: perda visual súbita unilateral acometimento olho contralateral cefaleia e dor no couro cabeludo, artéria temporal palpável claudicação mandíbula, polimialgia reumática febre, astenia, emagrecimento, depressão, fraqueza membros, anemia urgência médica perda visual irreversível exames: VHS, PCR tratamento: corticoides altas dosesPrednisona 80mg VO biópsia de artéria temporal · Não arterítica (NOIA-NA): hipoperfusão arterial PAPILEDEMA NEURITE ÓPTICA NEURITE ÓPTICA ISQUÊMICA Bilateral Boa visão Cefaleia Reflexos pupilares normais HIC Unilateral Baixa visual Dor ocular ↓ reflexo pupilar Mulheres jovens Esclerose múltipla Unilateral Posteriormente 2 olhos Baixa visual ↓ reflexo pupilar Idosos Arterite temporal alças intestinais m. transverso e m. oblíquo interno aponeurose do m. oblíquo externo peritônio gordura pré-peritoneal fáscia transversalis subcutâneo pele