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Patogênese da gengivite Patogênese da periodontite Patogênese da gengivite INTRODUÇÃO: LÖE et al. (1965) Relação 1:1- desenvolvimento da placa dentária: desenvovimento da gengivite TROMBELLI et al. (2004,2008) Variações na manifestação da doença. Gengivite e periodontite – reação inflamatória e imune à placa dentária Reações de defesa são potencialmente nocivas ao hospedeiro. Extensão para o tecido conjuntivo além da junção cemento-esmalte – perda de inserção conjuntiva. FATOR ETIOLÓGICO; Susceptibilidade- fatores não totalmente compreendidos; Desenvolvimento da inflamação gengival Page e Schroeder (1976): Lesão Inicial Lesão Precoce Lesão Estabelecida Lesão Avançada Lesão Inicial: 2º e 4º dia de acúmulo de placa Subclínica Observada histologicamente Formação de edema: aumento do fluido crevicular gengival Acúmulo de neutrófilos PMN Perda de tecido conjuntivo Estreptococos: primeiros colonizadores da película adquirida; Produção de enzimas e metabólitos finais Maior permeabilidade do Epitélio Juncional Maior penetração de produtos bacterianos Efluxo de fluido crevicular gengival O FCG é essencialmente igual ao líquido intersticial, mas contém muitas proteínas séricas, incluindo todos os componentes necessários para a ativação do complemento. Ácido lipoteicoico e peptidoglicanos que compõem a parede celular. Capazes de ativar os complementos pela via alternativa. Lesão Inicial – Via Alternativa: 1. Produção de anafilotoxinas C3 e C5 2. Anafilotoxinas nos tecidos 3. Atuam a partir dos mastócitos liberando aminas vasoativas 4. Aumentam a permeabilidade vascular e formação de edema 5. INFLAMAÇÃO Estreptococos - parede celular Ativação do Complemento Mastócitos: Liberam citocinas pré-formadas (TNFα) Expressão de adesão molecular pelas céls. Endoteliais Aderência e migração de neutrófilos para os tecidos gengivais Lesão Inicial – Via Alternativa: Essencial para as respostas Vasculares Substâncias quimiotáticas derivadas de bactérias + anafilotoxina C5: Responsáveis pela migração de neutrófilos PMN para o sulco gengival Neutrófilos PMN: 1. Não conseguem fagocitar as bactérias do biofilme 2. Liberação do conteúdo lisossômico (fagocitose abortiva) 3. Enzimas lisossômicas retornam para os tecidos 4. Destruição local do tecido conjuntivo Liberam armadilhas extracelulares de neutrófilos (NET). Prendem e destroem os patógenos microbianos (1ª linha de defesa) Podem estar associados a grave dano tecidual Eosinófilos e mastócitos: Armadilhas extracelulares de mastócitos Liberadas em resposta aos mesmos fatores que leva à liberação da NET pelos PMN Ação nos tecidos: Limita o ingresso de bactérias e de vesículas bacterianas Contribuem para a destruição tecidual localizada PMN: produzem e liberam várias citocinas (IL-1, IL17, IL-8) IL-8: Fortíssimo quimiotáxico para os PMN. Forte estímulo para a formação de NET, estabelecendo uma alça de feedback positiva na tentativa de conter o desenvolvimento da infecção bacteriana. IL-17: Ação protetora: mantém a barreira de PMN no sulco gengival. A perda dessa barreira, em virtude da ausência de PMN (como na agranulocitose ou na neutropenia cíclica) ou de um defeito funcional (quimiotáxico ou fagocitário), leva à progressão grave e rápida da destruição periodontal. Lesão Inicial: Lesão não ocupa mais do que 5 A 10% do tecido conjuntivo Ainda não é evidente clinicamente Lesão Precoce 4 a 7 dias de acúmulo de placa Nesse estágio a lesão deixa de ser composta principalmente de PMN Linfócitos e macrófagos: maior número Alterações vasculares mais acentuadas 1. Abertura do leito dos capilares 2. Formação de vênulas pós-capilares 3. Aumento da Permeabilidade vascular 4. Desenvolvimento de infiltrados inflamatórios perivasculares 5. Aumento do fluxo dos líquidos nos tecidos gengivais 6. AUMENTO DO Fluxo FCG 7. Exsudato inflamatório (EDEMA) Alargamento dos espaços entre as células epiteliais- Aumento na permeabilidade do epitélio do sulco e do epitélio juncional - Aumento do ingresso de produtos bacterianos nos tecidos gengivais - PIOR RESPOSTA INFLAMATÓRIA Início Pequeno infiltrado perivascular; Aumenta de tamanho e coalesce; 21º dia: Linfócitos- 70% do infiltrado - Número de PMN 4x maior no epitélio juncional - PMN e plasmócitos constituem < 10% do infiltrado total. Lesão inicial: Mastócitos e PMN (NETose) - Liberação de citosinas (TNF-ɑ e IL-17) que lava ao aumento das moléculas de adesão celular e aumento da produção de IL-8 pelas células epiteliais - Rápido fluxo de PMN através do epitélio juncional e para o sulco gengival - Barreira contra microrganismos da placa. Área infiltrada localizada 60 a 70% do colágeno degradado. Presença de infiltrado inflamatório: Linfócitos T CD4:CD8 (2:1) Celúlas dentríticas apresentadoras de antígeno Macrófagos fagocíticos infiltrantes Células de Langerhans Conforme o antígeno solúvel entra nos tecidos, ele é aceito pelas células de langerhans residentes é levado para os linfonodos regionais nos quais os linfócitos T antígeno-específicos são sensibilizados. Apresentação adicional de antígeno pelas células dendríticas: ativação e Macrófagos fagocíticos infiltrantes. Controlam o ingresso de antígeno e alcançam equilíbrio com o biofilme da placa. A produção de interferona gama pelo linfócitos ativados TCD 4 ativa adicionalmente os PNM e os macrófagos. Não eliminam a ameaça bacteriana, ele, via produção de NET no sulco gengival e produção de citocinas nos tecidos, conseguem controlar a infecção. A gengivite pode ser considerada uma reação imunológica bem controlada Devido à persistência do biofilme da placa, a reação imunológica persiste ao invés de desaparecer Resposta inflamatória prolongada GENGIVITE CRÔNICA COMO RESOLVER? contendo a ameaça microbiana, é somente com a limpeza mecânica que a ameaça microbiana pode ser resolvida. Colágeno em uma lesão estável está degradado, mas sem perda de união. Quando a placa é removida ocorre regeneração dos tecidos gengivais e ausência de dano permanente e da arquitetura tecidual. Lesão Estabelecida Estágio final da gengivite Aumento das proporções de linfócitos B e plasmócitos Variações individuais no desenvolvimento da gengivite 2 grupos – 96 pacientes 0, 7, 14 e 21 dias de gengivite Avaliaram- quantidade de placa e tempo de exposição Resultado- gravidade significativamente diferente Diferenças na resposta inflamatória gengival, sob ameaças bacterianas quantitativa e/ou qualitativamente quase idênticas Variação normal ou são indicação precoce da capacidade de resposta individual às bactérias da placa? Necessidade de mais trabalhos Jovens: Linfócitos – Macrófagos. Desenvolvimento idêntico a hipersensibilidade do tipo tardio. Idosos: Plasmócitos tendem a dominar ✓Fatores microbiológicos ✓Fatores predisponentes ✓Fatores modificadores ✓Potencial de reparo. Fatores Microbiológicos Quantitativa- acúmulo de placa Qualitativa- espécies de bactérias presentes ACÚMULO RÁPIDO DE PLACA GRAVE INFLAMAÇÃO GENGIVAL: P. gingivalis • Treponema denticola • Parvimonas micra • Fusobacterium nucleatum • Prevotella intermedia CURSO NORMAL DE GENGIVITE: Tannerella forsythia • T. denticola • Campylobacter rectus • P. micra • P. intermédia • F. nucleatum Sangramento gengival – associado a mudança no perfil bacteriano da microbiota Fatores Predisponentes Conservam ou dificultam a remoção de placa Associação com manutenção e intensidade de inflamação gengival Maioria locais – cálculo Variações de desenvolvimento ou anatômicas dos dentes: Sulco palato gengival Pérolas do esmalte Condições patológicas dos dentes:Fratura – Cárie Condições anatômicas gengivais: ▪ Recessão ▪ Posição do freio lingual Apinhamento dental Fatores iatrogênicos: Margem de restauração subgengival ▪ Excesso de material restaurador Próteses parciais Aparelhos ortodônticos Variações anatômicas maxilofaciais: Cobertura do lábio superior inadequada Obstrução das vias aéreas superiores: Adenóide ▪ Desvio de septo ▪ Respiração oral: mudanças no acúmulo de placa e na gengivite, principalmente no segmento anterior superior da dentição Ingestão de sacarose: Nível local ▪ Aumento do acúmulo de placa ▪ Aumento da inflamação gengival FORMA DA COROA- BIÓTIPO PERIODONTAL: INCISIVOS-ALONGADOS E ESTREITOS: + sangramento INCISIVOS- CURTOS E LARGOS: -sangramento Independentemente da quantidade de placa acumulada Fatores Modificadores Alteram a natureza ou a evolução da resposta inflamatória INFLAMAÇÃO CRÔNICA: Resposta vascular Resposta celular Destruição e reparo Resposta Vascular: Hormônios sexuais: Gravidez (aumento da gengivite 2 e 3 trimestre) • Puberdade • Menstruação • Anovulatórios Diabetes melito Tabagismo Resposta Celular Discrasias sanguíneas: ▪ Neutropenia ▪ Leucemia ▪ Infecção por HIV ▪ Síndrome de Higashi ▪ Síndrome de Down Potencial de reparo: RESPOSTA INFLAMATÓRIA CRÔNICA: capacidade de regeneração de tecido. Tudo que afeta essa capacidade modificara a resposta gengival à placa e se manifestara como HIPERTROFIA (resposta excessiva) ou perda de T.C (comprometimento da resposta) e progressão para periodontite. Resposta excessiva: Medicamentos: • Anticonvulsivantes: fenitoína • Anti-hipertensivos (bloqueadores dos canais de cálcio): nifedipina • Imunossupressor: ciclosporina Efeito sobre o metabolismo do cálcio – hipertrofia gengival Comprometimento da Resposta: Deficiência de vitamina C: Comprometimento no metabolismo do colágeno Vitamina E, Riboflavina, Cálcio e frequência de ingestão de fibras: relação relatada com necessidade de mais estudos Patogênese da periodontite PERIODONTITE: Interação dos mecanismos de defesa do hospedeiro com biofilmes, contendo complexos bacetrianos incluindo Porphyromonas gingivalis, Tannerella forsythia e Treponema denticola Manutenção do equilíbrio de microrganismo e hospedeiro: SAÚDE Equilíbrio perturbado: DOENÇA. Influências ambientais Depressão dos mecanismos de defesa Desenvolvimento da periodontite: Transição de uma gengivite predominantemente com Linfócitos T para uma lesão envolvendo numerosos linfócitos B e plasmócitos. Desenvolvimento da inflamação gengival: Lesão Estabelecida: HISTOLOGIA: Principal característica: Predominância de plasmócitos no tecido conjuntivo Maioria Linfócitos B carreadores de imunoglobulina 30% Linfócitos T Formação de bolsa periodontal- migração apical do epitélio juncional. Migração dos PMN do epitélio de revestimento da bolsa para a bolsa periodontal. Formação de uma barreira entre os tecidos e o biofilme da placa Aumento da permeabilidade e ulceração do epitélio da bolsa: Ingresso de mais produtos microbianos. Contínua produção de citocinas inflamatórias (IL-1, TNF-ɑ, PGE²) DESTRUIÇÃO DO TECIDO CONJUNTIVO E ÓSSEO Lesão Avançada: Possui todas as características da lesão estabelecida Perda de inserção é evidente clínica e histologicamente Apenas 5% de macrófagos Diferenças da lesão estabelecida: Perda do osso alveolar Perda de inserção do tecido conjuntivo Perda extensa de fibras colágenas Mecanismo de destruição tecidual funciona por meio dos efeitos da resposta imune (não como consequência direta de bactérias) Os fibroblastos quando estimulados pelas citocinas inflamatórias pró-inflamatórias (IL-1, IL-6, TNFα e PGE2) Estimulam Fibroblastos Produzem MMP Degradação da matriz extracelular. As moléculas de colágeno são clivadas em fragmentos menores: Desnaturados no ambiente extracelular- Fagocitados pelos fibroblastos adjacentes Conforme a lesão avança, a perda do osso alveolar se torna aparente. Proteinases e MMP: Enzimas fundamentais na degradação tecidual. Produzidas por células residentes (fibroblastos, macrófagos e células epiteliais) Reguladas por inibidores teciduais das MMP Perda óssea: Regulada pela interação dos osteoblastos com a ativação dos osteoclastos Osteoclastos: Produzem ácidos e hidrolases ácidas que descalcificam o conteúdo mineral do osso e degradam matriz orgânica - Fagocitam a matriz orgânica degradada, reabsorvendo osso Conclusões: Vários fatores de susceptibilidade podem interagir e influenciar na resposta do hospedeiro. Interação de bactérias, hospedeiro e fatores ambientais. Os mecanismos exatos e o papel de muitos tipos de células permanecem um enigma.
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