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SEMIOLOGIA EM ENFERMAGEM PEDIÁTRICA UNIFENAS Curso de Enfermagem Cuidados Integrais Saúde da Criança I Profa. Dra. Cláudia U. B. Andrade Diretrizes para a realização de exame físico: -Local iluminado e aquecido; -Local deve proporcionar privacidade; -Examinador – tom de voz agradável; -Mãos e instrumentais previamente aquecidos; -Posicionar criança de modo confortável; -Realizar o exame físico respeitando a faixa etária da criança; -Examinar áreas sensíveis e dolorosas por último. ETAPAS DO EXAME FÍSICO INSPEÇÃO GERAL MEDIDAS ANTROPOMETRIAS SINAIS VITAIS INSPEÇÃO DE PELE E ANEXOS EXAME DOS VARIOS E SISTEMAS E ÓRGÃOS EXAME FÍSICO A sequência pode ser alterada para atender as necessidades da criança Materiais -Régua antropométrica; -Fita métrica; -Balança; -Estetoscópio; -Esfigmomanômetro; -Abaixador de língua; -Lanterna. Habilidades -Inspeção; -Percussão; -Palpação; -Ausculta. PRESENÇA DOS PAIS!!! EXAME FÍSICO -Avaliar alinhamento das pernas e dos pés enquanto a criança caminha; -Avaliar aquisição da fala, a visão, a capacidade auditiva e a interação social; -Mensurar peso e estatura. EXAME FÍSICO - CRIANÇA Observação do aspecto geral Capacidade de comunicar-se; Sua interação com os pais e o examinador; Habilidades motoras grossas e finas; Avaliar marcha, salto, postura sentada e em pé; PESO Nunca se deve pesar crianças com fraldas, roupas pesadas, segurando objetos, com pulseiras, presilhas ou adereços no cabelo e pescoço. Também é fundamental que a superfície onde a balança esteja apoiada seja a mais reta possível, e a balança seja tarada a cada medida. Pesando crianças menores de 2 anos ou com até 16 kg Peso Pesando crianças maiores de 02 anos... Peso IDADE GRAMAS/MÊS 1º trimestre 700 a 1000 2º trimestre 600 3º trimestre 500 4º trimestre 400 12 a 18 meses 200 18 a 24 meses 180 Peso IDADE KG/ANO 2 a 3 anos 1,8 a 2 3 a 4 anos 1,8 4 a 5 anos 1,65 5 a 7 anos 1,5 P= (nx2) + 9 [ n= idade em anos menos 1] DE 1 A 11 ANOS ... 15 Medindo crianças menores de 2 anos Estadiômetro ou Antropômetro Horizontal ESTATURA 1.A criança deve estar descalça, despida, sem touca, protetores ou enfeites de cabeça. O cabelo deve estar solto. 2. Deitar a criança mantendo seus ombros e cabeça apoiados na mesa ou superfície plana. Segurar os tornozelos da criança mantendo-se as pernas esticadas. 3.Encostar a cabeça da criança na extremidade fixa da régua ou mesa antropométrica. Deslizar a peça móvel até encostar nos calcanhares, mantendo os joelhos bem estendidos. Solicitar ajuda da mãe para manter a cabeça da criança na posição correta. 4.Proceder a leitura da medida. 5.Retirar a criança da mesa e orientar a mãe para vesti-la. 6.Avaliar a adequação do comprimento na tabela de percentis e informar a mãe sobre essa adequação. Medindo crianças maiores de 2 anos e adultos Posicionar a criança/adolescente descalço e com a cabeça livre de adereços no centro do equipamento. Mantê-lo de pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo, com a cabeça erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos. Encostar os calcanhares, ombros e nádegas na parede. Os ossos internos dos calcanhares devem se tocar, bem como a parte interna de ambos os joelhos. Unir os pés, fazendo um ângulo reto com as pernas. Baixar a parte móvel do equipamento, fixando-a contra a cabeça, com pressão suficiente para comprimir o cabelo. Retirar a criança/adolescente, quando tiver certeza de que o mesmo não se moveu. Realizar a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do equipamento. AUMENTO MÉDIO DA ESTATURA IDADE CRESCIMENTO Ao nascer Acima de 50 cm 1º trimestre Aumenta 15 cm 2º trimestre Aumenta 10 cm 2º ano Aumenta 10 cm 3º ano Aumenta 10 cm Maior de 3 anos até a puberdade Aumenta 6cm/ano Estatura estimada (cm)=idade(anos)x 6+ 77 Estatura estimada Avaliação Clínica Sistemática Necessidade de Oxigenação Padrão respiratório Frequência respiratória Esforço respiratório Ritmo respiratório Avaliação Clínica Sistemática Frequência respiratória Deve ser avaliada com criança em repouso ou dormindo Contagem por 1 minuto Lactente – 25 – 35 ipm Pré-escolar – 20 – 25 ipm Escolar – 18 – 20 ipm Adolescente – 16 – 18 ipm Necessidade de Oxigenação Avaliação Clínica Sistemática Esforço respiratório Avaliar se há presença de aumento do esforço durante ciclo respiratório Sinais de desconforto Retrações torácicas (tiragem) Uso musculatura acessória Batimento de asas do nariz Ortopneia Necessidade de Oxigenação Avaliação Clínica Sistemática Ritmo respiratório Normalmente não é regular Varia em profundidade e intervalos Pausas respiratórias < 6 segundos são comuns em crianças < 3 meses Necessidade de Oxigenação Avaliação Clínica Sistemática Frequência respiratória Inspeção Simetria caixa torácica Coloração da pele Expansibilidade torácica Ausculta Bilateral e comparativa Presença Murmúrios Vesiculares Presença Ruídos Adventícios Necessidade de Oxigenação Avaliação Clínica Sistemática Achados clínicos da criança com disfunção respiratória Taquipnéia (FR > 60) ou taquidispnéia Inspeção Esforço respiratório – musculatura acessória Batimento de asa de nariz/retrações Coloração da pele – acrocianose/palidez Expansibilidade – normal ou hiperpneia Ausculta – Ruídos Adventícios Necessidade de Oxigenação Avaliação Clínica Sistemática Necessidade de Oxigenação Avaliação Clínica Sistemática Cianose Coloração azulada da pele – principalmente locais fluxo sanguíneo + lento Nível hemoglobina e oxigênio sangue arterial Saturação oxigênio (92 – 98%) (SaO2) Periférica • Central Venosa (leve) Arterial (moderada a grave) Necessidade de Oxigenação Movimento tórax e abdome Retração costal inferior Retração esternal Batimento de asa nasal Gemido expiratório sincronizado Declínio respiratório balancim Ausente ou mínima Leve ou moderada Intensa Ausente ou mínima Leve ou moderada Intensa Ausente Discreto Intenso Ausente Audível c/ esteto Audível s/ esteto Boletim de Silverman-Andersen Avaliação Clínica Sistemática 0 = não há DR 1-3= DR leve 4-6= DR moderado 7-10 = DR grave Necessidade de Oxigenação Avaliação Clínica Sistemática Necessidade de Circulação Avaliação do ictus cardíaco é melhor realizada utilizando-se as pontas dos dedos, indicador e médio, entre esterno e mamilo esquerdo na linha hemiclavicular no 4º ou 5º espaço intercostal Pulso – radial (medida satisfatória em > 2 anos) Avaliação Clínica Sistemática Frequência cardíaca média (bpm) Lactente – 100 – 120 bpm Pré-escolar – 85 – 115 bpm Escolar – 65 – 100 bpm Adolescente – 60 – 100 bpm Estetoscópio sobre o tórax – 1 minuto completo Necessidade de Circulação Avaliação Clínica Sistemática Frequência cardíaca Bradicardia - Taquicardia Até 1 ano: < 80 bpm 1 a 8 anos: < 80 bpm > 8 anos: < 60 bpm > 180 bpm > 140 bpm > 120 bpm Necessidade de Circulação Avaliação Clínica Sistemática Pressão Arterial Seleção adequada do manguito Ambiente tranquilo Criança quieta e cooperativa Idade Sistólica Diastólica Lactente (6m) 98 - 104 53 - 58 Crianças (2a) 110-114 70-74 Idade Escolar 113-117 74-80 Adolescente 124-131 79-84 Necessidade de Circulação PA Sistólica: de 1 a 7 anos = idade em anos + 90 de 8 a 18 anos = duas vezes a idade em anos + 83 PA Diastólica: de 1 a 5 anos = 56 de 6 a 18 anos = idade em anos + 52 MEDIDAS DE PRESSÃO ARTERIAL Técnica recomendada: Criança na posição sentada, em repouso, braço direito, na altura do coração Tamanho do manguito Largura: 40% a 50% da circunferência do braço. Comprimento suficiente para circundar completamente o perímetro do membro Fatores que alteram os valores da PA: Não vou deixar tirar a minha pressão.... Avaliação Clínica Sistemática Temperatura Necessidade de Circulação Temperatura axilar (°C) Hipotérmico <35,0 Normotérmico 36,5-37,0 Febre intensidade Leve ou febrícula ≤37,5 Moderada> 37,5 ≤38,5 Alta ou elevada >38,5 Avaliação Clínica Sistemática Necessidade de Alimentação e Hidratação Avaliação Clínica Sistemática Semigloboso Globoso Escavado Plano Distendido Abdome Forma Necessidade de Alimentação e Hidratação Avaliação Clínica Sistemática Ausculta - Movimentos peristálticos (ruídos hidroaéreos: normais, hipoativos ou hiperativos) – 4 quadrantes. Palpação - superficial e profunda. Fígado: 1-2 cm abaixo RCD em lactentes e crianças pequenas. Geralmente, não palpável em crianças maiores. Normalmente desce com a inspiração (não considerar sinal de aumento) (Considerar aumentado com 3cm abaixo da margem costal D). Baço: às vezes, 1-2 cm abaixo do RCE em lactentes e crianças pequenas (Considerar aumentado com 2 cm abaixo da margem costal E). Percussão - Timpanismo sobre o estômago (no lado esquerdo e na maior parte do abdome, exceto pela submacicez imediatamente abaixo do rebordo costal direito (fígado). Necessidade de Alimentação e Hidratação Abdome Inspeção – Simetria, forma, condições da pele, presença de hérnias. Avaliação Clínica Sistemática Lactentes Perímetro cefálico Fita métrica protuberância do osso occipital e frontal circunferência máxima Avaliar fontanelas Necessidade de Alimentação e Hidratação AUMENTO DO PERÍMETRO CEFÁLICO POR MÊS IDADE cm Ao nascer 33 a 34 cm 1º trimestre Aumenta 2 cm 2º trimestre Aumenta 1 cm 9 a 12 meses Aumenta 0,5cm 1 a 3 anos Aumenta 0,25cm 4 a 6 anos Aumenta 1cm/ano 45 Avaliação Clínica Sistemática Fita métrica sobre mamilos Criança em decúbito dorsal Perímetro torácico Necessidade de Alimentação e Hidratação 1º ano: PC ultrapassa o PT (geralmente 2cm) 2º ano: PT ultrapassa o PC Avaliação Clínica Sistemática Necessidade de Alimentação e Hidratação Tórax Tamanho Forma Configuração da caixa torácica Avaliação Clínica Sistemática Ausculta Inspeção Palpação Percussão Necessidade de Alimentação e Hidratação Tórax Avaliação Clínica Sistemática altura da cicatriz umbilical Necessidade de Alimentação e Hidratação Abdome Circunferência abdominal Fita métrica Avaliação Clínica Sistemática Idade Volume urinário esperado < 1 ano 2 ml/kg/hora > 1 ano 1 ml/kg/hora Necessidade de Eliminação Débito urinário Pesar fraldas Avaliar eliminações Tipo (espontânea, espontânea em fralda, consistência, SVD, SVA, ureterostomia) Características (coloração, odor, sedimentos) Avaliação Clínica Sistemática Necessidade de Integridade Tecidual Pele e mucosas Avaliar: Integridade Cor Textura Turgor Presença de cicatriz/ lesões Avaliação Clínica Sistemática Intertrigo - placas vermelhas, úmidas e inflamadas, bordas delimitada. Suor/calor/fricção dermatite fralda - pode evoluir (candidíase) Impetigo - vesículas úmidas e crostas cor de mel. Infecção bacteriana contagiosa. Lesões iatrogênicas Monilíase Impetigo Intertrigo Necessidade de Integridade Tecidual Avaliação Clínica Sistemática Cor Textura Distribuição Unhas Cabelos Avaliar Necessidade de Integridade Tecidual Avaliação Clínica Sistemática Olhos Avaliar Simetria, Distância entre eles Forma Presença secreção Hiperemia Coloração conjuntiva e esclerótica Movimentação globo ocular Coloração das mucosas Necessidade de Integridade Tecidual Avaliação Clínica Sistemática Acuidade Auditiva Orelhas e ouvidos Avaliar Simetria em tamanho, forma e coloração Implantação na linha óculo-occipital Presença de secreção Hiperemia Necessidade de Integridade Tecidual Avaliação Clínica Sistemática Forma Tamanho (relação à face) Localização linha média Permeabilidade Presença secreção Avaliar Nariz Necessidade de Integridade Tecidual Avaliação Clínica Sistemática Boca Avaliar Localização linha média Aspecto e coloração lábios Saliva (fluida, espessa, ausente) Integridade mucosa Dentição Integridade palato Uso de espátula Avaliar boca e garganta Necessidade de Integridade Tecidual Avaliação Clínica Sistemática Pescoço Avaliar Mobilidade Controle cabeça Presença de massas Palpação gânglios Presença de secreção, hiperemia, lesão Necessidade de Integridade Tecidual Avaliação Clínica Sistemática Mamas Avaliar Simetria e distância intermamilar Desenvolvimento das mamas Necessidade de Integridade Tecidual Estadiamento puberal de Tanner Avaliação Clínica Sistemática Estado vigia e sono Sono e repouso Investigar Necessidade de Sono/Repouso Avaliação Clínica Sistemática Genitais Inspeção Integridade pele e mucosa Presença de edema, secreção Necessidade de Sexualidade Avaliação Clínica Sistemática Forma do pênis, Exposição da glande, Localização da uretra, Presença testículos na bolsa escrotal Avaliar Genitais - masculino Necessidade de Sexualidade Avaliação Clínica Sistemática Estadiamento puberal da genitália no sexo masculino Necessidade de Sexualidade Estadiamento puberal de Tanner Genitais - masculino Avaliar Avaliação Clínica Sistemática Genitais - feminino Inspeção Tamanho do clitóris, Pequenos e grandes lábios, Orifício uretral Hímen Necessidade de Sexualidade Avaliação Clínica Sistemática Necessidade de Segurança Presença mãe/pai toque/conversa Necessidade Psicossocial Avaliação Clínica Sistemática Necessidade Psicossocial Necessidade de amor e aceitação Amor – troca de energia emocional positiva Aceitação – ser importante para a pessoa significativa, aceita e desejada – pertencer a um grupo e a uma família Avaliação Clínica Sistemática Necessidade Psicossocial Necessidade gregária Necessidade de “pertencer a alguém” Necessidade de atenção Ser querida e valorizada – pessoa significativa que se importe com ela Cuidado materno X procedimentos hospital Sons do hospital X Sons dos pais Frio dos tecidos X aconchego, colo da mãe Avaliação Clínica Sistemática Necessidade Psicossocial Dados Complementares Presença da mãe (regular, eventual, esporádica) Visita da família Relação mãe e filho Realização de cuidados (segurança, participação) Participação da família em grupos de apoio Avaliação Clínica Sistemática Crença familiar Orações Família explora significado dos acontecimentos (doença, cirurgia, ...) Procuram apoio espiritual Trazem objetos religiosos para leito da criança Necessidade Psicoespiritual Avaliação Clínica Sistemática Avaliar: Necessidade de percepção sensorial Paladar Fala Audição Olfato Visão Tato Avaliação Clínica Sistemática Reflexos Reflexo de Preensão (palmar e plantar) –------------------------------------ com 2 meses Reflexo de Moro ----------------------------------------------------------------- de 4 a 6 meses Reflexo de Pontos Cardeais/Procura –------------------------ 3 m vigília e 6 m no sono Reflexo de Sucção –--------------------------------- com 2 meses passa a ser voluntário Reflexo de Marcha –------------------------------------------------------------ de 2 a 3 meses Reflexo de Babinski –--------------------------------------------------------- de 8 a 12 meses Desaparece Necessidade de percepção sensorial Avaliação Clínica Sistemática Necessidade de percepção sensorial Avaliação da dor Os instrumentos de mensuração da dor devem considerar as fases de crescimento e desenvolvimento da criança, bem como as características da experiência dolorosa. 0 1 2 3 4 Fronte saliente Olhos fechados e apertados Sulco nasolabial Pernas e Braços estendidos/tensos Criança fase pré-verbal: Escalas fisiológicas (FR, FC, SatO2) e comportamentais. Criança fase verbal: Escalas de faces, visuais analógicas, entrevistas estruturadas e semiestruturadas, diários da dor. O brinquedo no hospital Hospital Local de dor e sofrimento? Local de possibilidade de desenvolvimento? Local de possibilidade de desenvolvimento !!! O brinquedo no hospital O brincar para a criança Fase do desenvolvimento X habilidades esperadas Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Hockenberry MJ. Wong Fundamentos de Enfermagem. 8ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Editora Ltda, 2011. Jarvis C. Exame físico e avaliação de saúde. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. Rodrigues PPB. Semiologia pediátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 3ª ed. 2012. Puccini RF, Hilário MOE (org). Semiologia da Criança e do Adolescente. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. Martins MA et al. Semiologia da Criança e do Adolescente. Rio de Janeiro: Medbook, 2010. Referências
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