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Prof. Dr. Rodnei Pereira UNIDADE II Psicologia do Desenvolvimento e Teorias de Aprendizagem Teorias Psicológicas do Desenvolvimento e a sua aplicação na construção de modelos pedagógicos de aprendizagem. Modelos Pedagógicos, Epistemológicos e Psicológicos em Educação. Abordagem Tradicional – Snyders e Herbart. Abordagem Comportamental – Skinner. Abordagem Humanista – Rogers e Neill. Abordagem Psicanalítica – Freud. Abordagem Histórico-Cultural – Paulo Freire. Abordagem Construtivista – Piaget. Inteligência Emocional e Inteligências Múltiplas. Conteúdo programático (1902-1987). Nasceu em Oak Pak, Illinois, nos Estados Unidos, no dia 08 de janeiro. Aos 12 anos, Rogers e a sua família mudaram-se para uma fazenda, onde ele passou a se interessar por agricultura e Ciências Naturais. Carl Rogers foi um psicólogo estadunidense. Desenvolveu a Psicologia Humanista, também chamada Terceira Força da Psicologia. Segundo o psicólogo Abraham Maslow, Carl Rogers foi um dos principais responsáveis pelo acesso e reconhecimento dos psicólogos ao universo clínico, antes dominado pela Psiquiatria Médica e pela Psicanálise. Sua postura esteve apoiada em pesquisas e observações clínicas. Carl Rogers A Teoria Humanista de Rogers deriva de sua prática em Psicoterapia. Para ele, o ser humano é essencialmente bom; em cada indivíduo há um núcleo positivo que caracteriza o valor pessoal e que tende a expressar-se. A pessoa é mais do que um organismo biológico; é um ser humano que pensa, sente, escolhe, decide; é um ser com a capacidade de mudança. A educação deve centrar o seu processo nas necessidades do aluno. Carl Rogers “Não pode ocorrer uma verdadeira aprendizagem, a não ser à medida em que o aluno trabalhe sobre os problemas que são reais para ele; tal aprendizagem não pode ser facilitada se quem ensina não for autêntico e sincero” (ROGERS, 1959, p. 232). Relações interpessoais são fundamentais! Para início de conversa... Estudo da personalidade de “dentro para fora”, enfatizando as experiências internas, os sentimentos, os pensamentos e o valor básico individual do ser humano. Há uma preocupação constante com a vida psicológica e emocional do indivíduo, com a sua orientação interna, com o autoconceito. Abordagem humanista Motivação: força que impulsiona na direção da autorrealização, envolvendo a complexa interação das capacidades de uma pessoa (aluno). A aprendizagem significativa, proporcionada pela motivação, favorece a conscientização de variadas experiências e conhecimentos, muito mais resistentes ao tempo. Abordagem humanista Fonte: https://br.deposit photos.com/294 60297/stock- photo-bird- cage.html Todo aluno tem a potencialidade para aprender. A aprendizagem significativa ocorre quando o conteúdo da aprendizagem é percebido como relevante para o aluno. A aprendizagem envolve a mudança na organização do “eu” na percepção de si mesmo. A autoavaliação é uma função da capacidade de cada um de valoração pessoal. A aprendizagem significativa é, em sua maior parte, adquirida através de atos. Abordagem humanista Fonte: https://br.deposit photos.com/294 60297/stock- photo-bird- cage.html “Por aprendizagem significativa entendo uma aprendizagem que é mais do que uma acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca uma modificação, quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação futura que escolhe, ou nas suas atitudes e personalidade. É uma aprendizagem penetrante, que não se limita a um assunto de conhecimentos, mas que penetra profundamente todas as parcelas da sua existência” (ROGERS, 1959). Abordagem humanista Fonte: https://br.deposit photos.com/294 60297/stock- photo-bird- cage.html Desta maneira, o professor não deve centralizar a transmissão nos moldes tradicionais apenas, cabe a ele criar as condições para que os alunos aprendam, com base nos seus interesses e por meio das suas próprias experiências. O professor atuará como facilitador da aprendizagem. Abordagem humanista Fonte: https://topptask.com/post/precisar- el-tema-de-exposicion/1961976 É função do professor ser facilitador da aprendizagem do aluno. Para facilitar o processo, é preciso desenvolver três qualidades especiais, que podem ser chamadas de condições facilitadoras da aprendizagem: congruência, empatia e respeito. Educação com ênfase no processo de crescimento Autenticidade ou caráter verdadeiro. Valorização, aceitação e confiança. Compreensão empática. Qualidades atitudinais positivas do facilitador Fonte: https://br.deposit photos.com/294 60297/stock- photo-bird- cage.html Para Rogers, o homem é o arquiteto de si mesmo, ou seja, é um ser em transformação e um agente transformador da realidade, ou seja, a ênfase está no processo e não nos estados finais de ser. A base para o desenvolvimento pleno de uma pessoa está baseada na qualidade de relacionamento interpessoal que ela irá experienciar e que possibilitará aos indivíduos a autorrealização. O foco está na pessoa como um todo (sentimentos, atitudes, pensamentos, relacionamentos) e não apenas nos comportamentos. Abordagem humanista Rogers afirmava que podemos e devemos acreditar em nossos próprios sentimentos internos, para nos guiar na direção da saúde mental e da nossa felicidade. Desta forma, deve-se considerar os aspectos internos e subjetivos de cada um, condenando a busca por referências e padrões determinados externamente. O autor compreendia o ser humano como capaz de traçar o seu próprio destino, considerando, obviamente, as implicações de suas escolhas. Educação com ênfase no processo de crescimento A primeira condição para uma relação pedagógica efetiva é a crença incondicional no aluno, na sua capacidade para aprender e na sua tendência para o crescimento. Rogers buscava justamente a simplicidade e as condições mais essenciais para entender os processos e os fenômenos humanos. A educação está diretamente relacionada a tudo aquilo que envolve o crescimento pessoal, interpessoal e intergrupal, por meio da autodescoberta. A educação deve visar à autoaprendizagem tanto intelectual quanto emocional, criando as condições para que o aluno se torne capaz de tomar a iniciativa, ter responsabilidade, autodeterminação e discernimento. Educação com ênfase no processo de crescimento Saiba aplicar os conhecimentos construídos, adaptar-se às novas situações, aos problemas, colaborar com os outros sem deixar de ser você mesmo. Para ajudar a criança a desenvolver o seu potencial máximo, os adultos precisam criar uma atmosfera de aceitação positiva incondicional. Uma situação em que a criança percebe que será aceita, não importa o que ela diga ou faça. Educação com ênfase no processo de crescimento Fonte: https://br.deposit photos.com/294 60297/stock- photo-bird- cage.html Alexander Neill (1883-1973): Nasceu em 1883, na pequena cidade escocesa de Forfar. Graduou-se na Universidade de Edimburgo com um grau de Master of Arts, especializado em Literatura Inglesa. Passou 12 anos ensinando em escolas estaduais, na Escócia, antes de abrir a Summerhill School, da qual foi responsável até a sua morte, em setembro de 1973. Nesta escola, Neill colocou em prática um sistema de educação completamente revolucionário para a época, baseado em muitas das ideias sobre a Psicologia que Freud havia proclamado; O princípio fundamental da escola era, embora ainda seja, a liberdade e que o que educa não é a sala de aula, mas todo o ambiente que respira e envolve os alunos. Abordagem humanista – Neill Escola Summerhill, pioneira dentro do movimento das chamadas “escolas democráticas”. A escola foi fundada em 1921, por Neill e a sua esposa, que tiveram como a ideia principal a de adaptar a escola à criança, e não a criança à escola, para que as crianças tivessem aliberdade de serem elas próprias. Abordagem humanista – Neill Fonte: https://br.deposit photos.com/294 60297/stock- photo-bird- cage.html A Summerhill School foi fundada em 1921 e está localizada na vila de Leiston, em Suffolk, Inglaterra. Os alunos frequentam-na entre os 5 e os 16 anos, e são alojados por faixas etárias, com um responsável por cada grupo. Seus principais princípios são: A liberdade; A igualdade; O amor; A vida. Abordagem humanista – Neill Seu objetivo é proporcionar à criança a felicidade, a coragem e a bondade; formar um adulto equilibrado que não esteja sob o que marca a demagogia (segundo o Dicionário da Real Academia Espanhola é a degeneração da democracia, consistindo em que os políticos, por meio de concessões e lisonjas, aos sentimentos elementares dos cidadãos, tentam alcançar ou manter o poder). Abordagem humanista – Neill Fonte: https://br.deposit photos.com/294 60297/stock- photo-bird- cage.html Os objetivos da escola consistiam e, ainda hoje, consistem em: Fornece a liberdade à criança para que esta possa crescer emocionalmente; Dar poder à criança para que esta consiga viver a sua própria vida; Abordagem humanista – Neill Fonte: https://br.deposit photos.com/294 60297/stock- photo-bird- cage.html Dar tempo à criança para que ela possa se desenvolver naturalmente; Possibilitar à criança uma infância mais feliz retirando os medos e a pressão por parte dos adultos, isto tudo com a finalidade de criar um pensador autônomo; Para isso, foi preciso renunciar a toda a disciplina, direção, sugestão, avaliação, moral e religião, assim como também à obrigação da criança comparecer às aulas; A escola está localizada na Inglaterra e tem, atualmente, por volta de 100 alunos, entre os 5 e os 16 anos; Hoje, existem mais de 200 escolas espalhadas pelo mundo. Abordagem humanista – Neill As crianças são divididas em três grupos etários: dos 5 aos 7 anos, dos 8 aos 10 anos e dos 11 aos 15 anos. As crianças dormem na escola durante o período letivo. As manhãs são destinadas para as lições e as tardes são livres para as atividades diversas. Apesar das regras de saúde e de segurança (que foram impostas pelo governo inglês), existem cerca de 200 regras que governam a escola e que foram criadas pelos alunos, professores e auxiliares em uma das reuniões semanais que tanto tornaram esta escola famosa. A escola de Summerhill surge, assim, como uma instituição educativa, cujo modelo pedagógico aplica muitas das diretivas da Teoria Humanista. Abordagem humanista – Neill É dada liberdade e autonomia à criança, não lhe impondo a assistência às aulas, seguindo, assim, uma das diretivas humanistas, confiar nas potencialidades humanas. A aprendizagem é participativa, a autoavaliação e a autocrítica, ou seja, é adaptada à livre escolha dos assuntos e do material de aprendizagem, bem como a profundidade. São realizadas as assembleias semanais em que todos opinam. As atividades são realizadas de forma coletiva, e a avaliação desempenha um papel secundário, sendo de principal importância o autoconhecimento por parte das crianças. Abordagem humanista – Neill Embora o próprio Neill afirme não ter se baseado em nenhuma teoria, são notórias as similaridades entre os seus princípios e os da Teoria Humanista, de Carl Rogers. Podemos constatar que a Summerhill emerge dos preceitos de liberdade da criança ser ela mesma, sem qualquer direção ou imposição do adulto, sendo autoconstrutora do processo de aprendizagem, crescendo e conhecendo-se como pessoa. Os efeitos desta abordagem podem ser de fundamental importância no processo de libertação dos indivíduos e as suas técnicas constituírem um valioso instrumento de consciencialização e de transformação individual e social. Abordagem humanista – Neill A pedagogia tradicional supõe que as crianças possuem uma tendência natural ao egoísmo, sendo necessária uma interferência autoritária por parte da família e da escola para desenvolver o altruísmo. Neill parte do princípio de que as crianças são egoístas, mas que crescendo sem medo, desenvolvem o altruísmo. As punições são definidas em assembleia. Em uma ocasião, um menino, que não tinha dinheiro para ter a sua própria bicicleta, pegou uma de outra criança para dar uma volta e acabou estragando-a. Abordagem humanista – Neill Método não diretivo: educação sem medo. Contra os alunos “presos” às carteiras. Educação intelectual e emocional: felicidade. Respeito mútuo. Grupos pequenos. Escola democrática: leis definidas em assembleias escolares. Crítica à sua proposta: projeto utópico. Abordagem humanista – Neill Com base em Carl Rogers, pode-se dizer que, para que o educador possa auxiliar no desenvolvimento de seus alunos, algumas atitudes essenciais são: a) Resiliência, autoritarismo e congruência. b) Empatia, determinismo e didática. c) Planejamento pedagógico, congruência e solidariedade. d) Consciência social e empatia. e) Aceitação incondicional positiva, empatia e congruência. Interatividade Com base em Carl Rogers, pode-se dizer que, para que o educador possa auxiliar no desenvolvimento de seus alunos, algumas atitudes essenciais são: a) Resiliência, autoritarismo e congruência. b) Empatia, determinismo e didática. c) Planejamento pedagógico, congruência e solidariedade. d) Consciência social e empatia. e) Aceitação incondicional positiva, empatia e congruência. Resposta Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista e “pai” da Psicanálise. Nasceu na Morávia (Áustria) e morreu em Londres. Afirmava que sofremos de reminiscências que se curam por meio da lembrança. Propõe a cura pelas palavras. Inicia os seus trabalhos fazendo o uso da hipnose. Abordagem psicanalítica Freud, com o tempo, abandona a hipnose, encorajando os seus pacientes a falarem livremente e a relatarem o que viessem ao seu pensamento: “associação livre”. 1896: Freud usa, pela primeira vez, o termo “psicanálise”, para descrever os seus métodos. Em um primeiro momento da sua teoria, Freud construiu um modelo teórico sobre o inconsciente, chamado de topológico. Ele tratava das relações entre os três níveis de consciência da mente: consciente, pré-consciente e inconsciente. Abordagem psicanalítica Consciente: fenômenos que podem ser percebidos conscientemente pelo sujeito (exemplo: o lugar onde estamos). Pré-consciente: fenômenos que não estão conscientes, mas que podem se tornar (exemplo: lembrar-se de um número telefônico). Inconsciente: fenômenos que não são conscientes e somente com um trabalho analítico podem tornar-se acessíveis (conteúdos e sentimentos mais profundos). Abordagem psicanalítica Abordagem psicanalítica Fonte: acervo pessoal. CONSCIENTE PRÉ-CONSCIENTE INCONSCIENTE SUPEREGO EGO ID Freud desenvolveu outro modelo para o inconsciente chamado de modelo dinâmico: id, ego e superego, que representam as instâncias e as dimensões do nosso mundo mental: Id: é a fonte de prazer (libido). É formado pelos instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes. Ele é regido pelo princípio do prazer; Ego: cuida de nossa vida cotidiana, dos relacionamentos sociais e é regido pelo princípio da realidade, ou seja, ele consegue retardar a possibilidade de prazer, visando à harmonia entre o id. As exigências do superego e os interesses do próprio ego; Superego: corresponde à parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade. Abordagem psicanalítica Quando há um conflito entre as instâncias, surge a ansiedade. Na sequência, o mecanismo de defesa do ego é acionado, com a finalidade de camuflar ou tirar da consciência os conteúdos que geram a dor psíquica. Os mecanismos de defesa do ego tem como função principal favorecer que os nossos desejos inconscientes possam ser expressos. Abordagem psicanalíticaAbordagem psicanalítica Habitualmente: Pressão (Superego) Frustação (Id) Conflito Id X Superego Tensão (Ego) “Escape”: Comportamento agressivo Álcool/Drogas Mecanismos de defesa do Ego (contenção das pulsões)Fonte: acervo pessoal. Mecanismos de defesa: manter a integridade do ego. A Teoria Freudiana busca sempre dois princípios que se opõem, lutam e movimentam, proporcionando o desenvolvimento do indivíduo. Para frente ou para trás, é o conflito e o movimento dele resultante que fazem o indivíduo sair do lugar. Caso contrário, estaria fadado à permanência e à imutabilidade. Quando esses conflitos são muito intensos ou a repressão é muito rígida, pode ocorrer o desenvolvimento de neuroses e psicoses. De modo sucinto, no primeiro caso, ocorrem os sintomas (como as crises de pânico, os comportamentos compulsivos e as ideias obsessivas), mas não há um rompimento da relação com a realidade. Já nas psicoses, essa ruptura ocorre, podendo haver, por exemplo, a produção de delírios e alucinações. Abordagem psicanalítica A libido (energia afetiva que mobiliza o sujeito na perseguição de seus objetivos) se apoia e busca a satisfação em diferentes partes do corpo ao longo do crescimento. Essas partes são chamadas de “zonas erógenas” e caracterizam cada fase de desenvolvimento infantil: fase oral, fase anal, fase fálica, período de latência e fase genital. Abordagem psicanalítica Abordagem psicanalítica Fonte: acervo pessoal. Estágios de desenvolvimento – Freud Estágio Idade Zona erógena Conflito Consequências Estágio Oral 0-18 meses Boca Desmame Dependência, agressividade verbal, gosto pela discussão e tendência exagerada pela satisfação oral Estágio Anal 18 meses - 3 anos Ânus Aprendizagem do controle da defecação Tendência para a crueldade, violência e rebeldia Estágio Fálico 3-6 anos Órgãos genitais Complexo de Édipo e Electra Personalidade bipolar e falta de maturidade no plano afetivo Estágio de Latência 6-11 anos Centra-se no mundo físico e social, e não no seu corpo Não existe nenhum conflito Não há fixação alguma Estágio Genital Após a puberdade Órgãos genitais Preocupação com o bem-estar sexual da pessoa amada Capacidade de amar e cuidar, e ultrapassagem da sexualidade autoerótica Freud utilizou o termo “erógeno” para se referir às partes do corpo; ele queria frisar que a elas se associavam às experiências de prazer e/ou desprazer, para além de um exercício apenas funcional e mecânico. A descoberta da diferença sexual anatômica da criança não depende de sua observação, mas da passagem pelo Complexo de Édipo (processo através do qual uma menina se “define” como mulher e o menino como homem), depois de terem extraído das relações com o pai e a mãe as referências necessárias a essa definição. A criança descobre as diferenças que a angustiam; é essa angústia que a faz querer saber. Abordagem psicanalítica Freud chamou a atenção da sociedade para que tal curiosidade das crianças não fosse sufocada por atitudes e valores moralistas, excessivamente repressores (por exemplo, ameaçando cruelmente as crianças quando mostravam a necessidade de conhecer e manipular o seu corpo, incluindo os órgãos genitais). Ele entendia que a mesma curiosidade sobre si, sobre o próprio corpo e sobre os corpos de outras pessoas (principalmente as diferenças entre os sexos) iria servir de motor para a curiosidade posterior diante de conteúdos escolares, de tal modo que se a criança fosse excessivamente tolhida no início, isso poderia refletir em um bloqueio no aprendizado futuro. Abordagem psicanalítica Para Freud, as primeiras investigações são sempre sexuais e não podem deixar de sê-lo; o que está em jogo é a necessidade que a criança tem de definir o seu lugar no mundo. E esse lugar é, a princípio, um lugar sexual. Esse lugar sexual é situado, a princípio, em relação aos pais, ou melhor, em relação àquilo que os pais esperam que ele seja. O “de onde viemos” equivale a “qual é a minha origem em relação ao desejo de vocês”? Por que me puseram no mundo, para atender a quais expectativas e esperando que eu me torne o quê? Abordagem psicanalítica Espera-se que, ao final da época do conflito edipiano (+ ou - por volta dos 7 anos) a investigação sexual caia sob o domínio da repressão, mas não em sua totalidade, parte dela “sublima-se” em “pulsão” de saber, associada às “pulsões de domínio” e às “pulsões de ver”. As investigações sexuais são reprimidas, e não é a educação a maior responsável por isso. As crianças deixam de lado a questão sexual por uma necessidade própria e inerente à sua constituição. Para Freud, a educação deveria auxiliar a criança a aprender a dominar os seus instintos, sendo capaz de reprimi-los e redirecioná-los. Ele acreditava que, para que um professor seja ouvido por seu aluno, ele precisa estar revestido de uma importância, de modo que a relação entre um professor e um aluno não esteja no valor dos conteúdos cognitivos transmitidos, mas sim no campo estabelecido entre os dois. Abordagem psicanalítica Esse campo é formado pelas relações afetivas entre ambos, semelhantes à relação afetiva primitivamente dirigida ao pai. É esse campo que estabelece as condições para o aprender, sejam quais forem os conteúdos transmitidos. Freud acreditava que um professor pode tornar-se a figura a quem serão endereçados os interesses de seu aluno, porque ele é o objeto de uma transferência, e o que se transfere são as experiências vividas primitivamente com os pais ou as figuras correlatas. O aluno transfere para o professor os sentimentos carinhosos ou agressivos da sua relação com os pais. Conscientemente ou não, o professor utiliza a ascendência que, assim, adquire sobre o aluno para transmitir os ensinamentos, os valores e as inquietações. Abordagem psicanalítica Esse lugar ocupado pelo professor é irreal, baseado em desejos e experiências inconscientes; ele precisa ser capaz de, aos poucos, desocupá‐lo, tornando o aluno capaz de ser o seu próprio mestre, de sair dessa posição de dependência inconsciente e necessária, para uma posição ativa, de senhor dos próprios desejos e das opiniões. Cabe ao professor renunciar a um modelo determinado por ele, aceitar o modelo que o aluno lhe confere ser investido pelo seu desejo e conduzi‐lo à conquista de uma real autonomia. Caso contrário, se subjugar o aluno impondo os(as) seus/suas próprios(as) valores e ideias, ou seja, impor‐lhe os seus próprios desejos, impedirá a possibilidade de aprendizagem do aluno. O aluno irá aprender os conteúdos, gravará e memorizará as informações, mas não será um sujeito pensante e autônomo. Abordagem psicanalítica Para Freud, a prevenção não se dá de forma definitiva, pois o conflito é parte da constituição do nosso psiquismo e da nossa personalidade. Cabe ao educador desenvolver um olhar diferenciado sobre a criança em constituição, mas também criar “uma abertura para fazer de sua prática uma interrogação permanente, capaz de provocar uma mudança de posição junto à criança que é atendida, cuidada e educada”. Abordagem psicanalítica Freud não tem escritos específicos, mas gostava de pensar nos determinantes psíquicos que levam alguém a ser um “desejante de saber”. A respeito da abordagem psicanalítica aplicada à aprendizagem, podem-se considerar corretas: I. No início do desenvolvimento, o conhecimento ocorre por meio das “investigações sexuais infantis”, ou seja, na busca da criança em compreender o seu lugar sexual no mundo (menino/menina; feminino/masculino); II. O ato de aprender pressupõe uma relação com outra pessoa, a que ensina. Para aprender é necessária a presença de um professor, colocado em determinada posição, que pode ou não propiciar a aprendizagem. Para que seja ouvido, deve estar revestido por seu aluno de uma importância especial;Interatividade III. A relação entre o professor e o aluno não está no valor dos conteúdos cognitivos transmitidos, e sim no campo que se estabelece entre o professor e o seu aluno, nas relações afetivas entre ambos, uma relação afetiva primitivamente dirigida ao pai. É nesse campo que se estabelecem as condições para o aprender, sejam quais forem os conteúdos transmitidos. Em Psicanálise, esse campo chama-se transferência. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): a) I e III. b) II e III. c) Apenas a I. d) Apenas a III. e) I, II e III. Interatividade Freud não tem escritos específicos, mas gostava de pensar nos determinantes psíquicos que levam alguém a ser um “desejante de saber”. A respeito da abordagem psicanalítica aplicada à aprendizagem, podem-se considerar corretas: I. No início do desenvolvimento, o conhecimento ocorre por meio das “investigações sexuais infantis”, ou seja, na busca da criança em compreender o seu lugar sexual no mundo (menino/menina; feminino/masculino); II. O ato de aprender pressupõe uma relação com outra pessoa, a que ensina. Para aprender é necessária a presença de um professor, colocado em determinada posição, que pode ou não propiciar a aprendizagem. Para que seja ouvido, deve estar revestido por seu aluno de uma importância especial; Resposta III. A relação entre o professor e o aluno não está no valor dos conteúdos cognitivos transmitidos, e sim no campo que se estabelece entre o professor e o seu aluno, nas relações afetivas entre ambos, uma relação afetiva primitivamente dirigida ao pai. É nesse campo que se estabelecem as condições para o aprender, sejam quais forem os conteúdos transmitidos. Em Psicanálise, esse campo chama-se transferência. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): a) I e III. b) II e III. c) Apenas, a I. d) Apenas, a III. e) I, II e III. Resposta MIZUKAMI, M. da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 2013. ROGERS, C. Tornar-se pessoa. São Paulo: EPU, 1959. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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