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UCS – Universidade de Caxias do Sul Curso de bacharelado em Direito Disciplina: Direito Civil – Responsabilidade Civil Modalidade: EaD Profª. Ma. Michele Amaral Dill GABARITO TAREFA SEMANA 04 1) Ana atravessou movimentada via pública, fora da faixa de pedestre e, quando estava na pista central exclusiva para ônibus, foi atropelada pelo coletivo de uma empresa. O motorista conduzia o ônibus com velocidade compatível com a permitida para o local e observando o dever de cautela ordinário que lhe era exigível. Em decorrência do atropelamento, Ana faleceu e seus genitores ajuizaram ação indenizatória em face da sociedade empresária. Analisando as circunstâncias fáticas descritas, responda: a) se você fosse o(a) advogado(a) da sociedade empresária concessionária de serviço público de transporte coletivo, qual excludente de responsabilidade civil alegaria para defendê- la? b) por quê? c) colacione a ementa (não será aceito link) de um julgado em que foi reconhecida a mesma excludente de responsabilidade civil que você indicou na letra A. a) Como advogado(a) da sociedade empresária concessionária de serviço público de transporte coletivo alegaria a culpa exclusiva da vítima. b) No momento que Ana atravessa movimentada via pública, fora da faixa de pedestre, e na pista central exclusiva para ônibus é atropelada por coletivo cujo motorista conduzia com velocidade compatível com a permitida para o local e observando o dever de cautela ordinário que lhe era exigível, observa-se a ruptura do nexo de causalidade entre conduta do motorista e dano sofrido por Ana. Neste caso, o motorista foi mero instrumento para Ana atingir o resultar danoso. Por essa razão, a sociedade empresária concessionária de serviço público exime-se da responsabilidade civil. c) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRÂNSITO. ATROPELAMENTO MOTORISTA DE CAMINHÃO PARADO SOBRE O LEITO DA PISTA DE ROLAMENTO. AUSÊNCIA DA SINALIZAÇÃO COM TRIÂNGULO DE SEGURANÇA OU GALHOS DE ÁRVORE. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. SENTENÇA MANTIDA. As provas produzidas no local do acidente, as quais possuem presunção de veracidade iuris tantum, somadas aos depoimentos testemunhais, não foram elididas pelas alegações do recorrente, pois restou demonstrado sua posição irregular na pista, a falta de sinalização da parada do caminhão, bem como a ausência de cautela, atenção e cuidado ao entrar no caminhão. O motorista que estaciona seu veículo, utilizando-se da pista de rolamento e não sinaliza adequadamente o local onde se encontra parado, age com culpa, não podendo se responsabilizar aquele que não possui elemento subjetivo, no caso, o motorista do Uno, na causação do evento danoso. Segundo o Código de Trânsito, acostamento é a 'parte da via diferenciada da pista de rolamento destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houve local apropriado para esse fim'. No caso, tendo o fato ocorrido por culpa exclusiva do apelante, não há como condenar os recorridos ao pagamento das pretendidas indenizações por danos materiais e morais que alega ter sofrido, devendo ser mantida a sentença de improcedência da ação indenizatória e a procedência da reconvenção. APELAÇÃO DESPROVIDA.(Apelação Cível, Nº 50016785720208210016, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Ricardo dos Santos Costa, Julgado em: 23-08-2022). Data de Julgamento: 23-08-2022. Publicação: 30-08-2022. Disponível em: https://www.tjrs.jus.br/novo/buscas-solr/?aba=jurisprudencia Acesso em: 03 set. 2022. 2) Sérgio, buscando evitar um atropelamento, realiza uma manobra abrupta e atinge o muro de uma casa, causando um grave prejuízo. Em relação à situação descrita, responda: a) Sérgio deverá reparar o dano? b) por quê? c) colacione a ementa (não será aceito link) de um julgado que fundamente a sua resposta da letra B. a) Sim. b) Para remover perigo iminente (atropelamento), Sérgio causa danos ao patrimônio de outrem e, por essa razão, mesmo não tendo praticado um ato ilícito (estado de necessidade – art. 188, inciso II, C.C/2002), deverá reparar o prejuízo causado no muro da casa. Nos termos do art. 929 do C.C/2002: “se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhe-á indenização do prejuízo que sofreram.” Por isso, no caso em análise, o dono da casa que teve o muro destruído terá o direito de ser indenizado por Sérgio, uma vez que o evento não ocorreu por motivação sua. Dessa maneira, o motorista deverá pagar o conserto do muro e terá ação regressiva (art. 125, inciso II, CPC) contra o causador do perigo para ser ressarcido de todas as despesas suportadas, conforme o art. 930, do C.C/2002: “no caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I)”. https://www.tjrs.jus.br/novo/buscas-solr/?aba=jurisprudencia c)Ementa: APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. CULPA. DANOS MATERIAIS. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. Conjunto probatório contido nos autos que deixa claro que o responsável pelo evento foi o condutor réu, que, para evitar o atropelamento de ciclista, obstruiu a frente do condutor do veículo do autor, o qual rodopiou e colidiu em um poste, o que ocasionou avarias no veículo. Hipótese de estado de necessidade, em que o condutor adota conduta causadora de dano a outrem para resguardar a si ou terceiros de perigo iminente, e que, embora seja excludente de ilicitude, não afasta o dever de indenizar. Danos materiais causados ao veículo do autor comprovados mediante a apresentação de três orçamentos elaborados por empresas que se presumem idôneas. Reparação devida. Ação principal procedente. Procedência da denunciação da lide que decorre do julgamento de procedência da demanda principal, observados os limites da apólice. Valores contidos na apólice corrigidos desde a contratação, com base no IGP-M, sem incidência de juros moratórios, em razão da ausência de resistência da seguradora. Não tendo a denunciada ofertado qualquer espécie de resistência à denunciação da lide, descabe a sua condenação em honorários advocatícios em favor do patrono dos denunciantes. APELAÇÃO PROVIDA E RECURSO ADESIVO IMPROVIDO.(Apelação Cível, Nº 70051117067, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Roberto Imperatore de Assis Brasil, Julgado em: 20-02-2013). Data de Julgamento: 20-02-2013. Publicação: 27-02-2013. Disponível em: https://www.tjrs.jus.br/novo/buscas-solr/?aba=jurisprudencia Acesso em: 02 set. 2022. https://www.tjrs.jus.br/novo/buscas-solr/?aba=jurisprudencia
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