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INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO Infecções em qualquer região do urotélio, presente na uretra, na bexiga, na próstata e no rim. Principal: ascensão uretral de enterobactérias. Patógeno mais comum: Escherichia coli Outras bactérias causadoras de ITU: Klebsiella pneumoniae, proteus mirabilis, staphylococus saprophyticus, Enterococus faecalis, streptococus agalactiae, pseudomonas aeruginosa, Enterobacter aerogenes, Enterobacter cloacae. É mais comum em mulheres. Rara no sexo masculino antes dos 50 anos; Mulheres em idade fértil, em média, tem quase um episodio de cistite por ano; CLASSIFICAÇÃO: De acordo com a localização: Bexiga – bexiga; Alta – rim (pielonefrite); De acordo com a gravidade: Complicada – presença de alterações anatômicas ou funcionais; ou condições associadas a um pior prognóstico. Não complicada – infecções do trato urinário sem alterações morfofuncionais ou associada a comorbidades. ANAMNESE: Sintomas como disúria, polaciúria, dor em BAV (se apresentar esses três sintomas, for mulher e em idade fértil, não é necessário exame para iniciar o tratamento). Outros sintomas comuns são febre, calafrios e corrimentos. EXAME FÍSICO: Raramente com alterações; Pode apresentar dor em região suprapúbica; Dor a percussão do ângulo costovertebral – sinal de Giordano. Identifica nefrolitíase e pielonefrite. Verificar temperatura; Avaliação ginecológica – cor, odor e volume do corrimento. Ausculta pulmonar – alguns pacientes com infecção do trato respiratório baixo podem apresentar dor semelhante à pielonefrite, por isso a ausculta é importante para excluir hipóteses. → Sinal de Giordano: Pesquisa de pielonefrite ou litíase renal. Para ser detectado, deve ser realizado uma percussão com a mão em forma de punho no dorso do paciente no nível da 11° e 12° costela, com uma mão realizando o amortecimento. Caso o paciente apresente uma infecção renal, ao ser realizado o teste, ele irá rapidamente se deslocar para frente sentindo muita dor. EXAMES COMPLEMENTARES: mulheres adultas com alta probabilidade de cistite não complicada deve-se considerar tratamento empírico sem necessidade de exame complementar. Na presença de corrimento vaginal, reduz bastante a probabilidade de ITU. Nas ITUs complicadas, homens ou crianças, deve-se solicitar Exame comum de Urina. Mulheres na menopausa, idosos em geral, gestantes e crianças obrigatoriamente deve-se solicitar exame. EXAME COMUM DE URINA – EQU: Esterase leucocitária + nitrito = alta probabilidade de ITU. Primeira urina de manhã; jato intermediário; pelo menos 4h da última micção. UROCULTURA: Solicitada para o restante dos adultos com suspeita de ITU (mulheres com ITU complicada ou pielonefrite, homens); É o único exame que confirma ou exclui com certeza ITU. Apenas uma dose de antimicrobiano já é capaz de inibir o crescimento bacteriano; coletar antes do tratamento empírico. Não deve ser solicitado para assintomáticos, com exceção de gestantes em pré operatório de procedimentos urológicos. Positiva se houver crescimento de 10^5 UFC por ml (100.000). Piúria (leucócitos na urina) positiva com urocultura negativa = contaminação, DST, vaginose. É O ÚNICO EXAME QUE CONFIRMA OU EXCLUI A DOENÇA. EXAMES COMPLEMENTARES: Exames de imagem não costumam acrescentar informação para diagnóstico de ITU. Exames de imagem podem auxiliar a diagnósticos diferenciais. 2 em menos de 6 meses ou 3 em um ano = ITU recorrente. CONDUTA PROPOSTA: Cistite não complicada – tratamento empírico; A seleção de medicamentos se baseia na eficácia clínica e sensibilidade da E. coli. Nitrofurantoína é o fármaco de escolha para tratamento empírico em mulheres com cistite não complicada. Alternativa: fosfomicina (dose única – por isso mto usado em gestantes). As quinolonas são importante classe para tto de ITU complicada – quinolonas. O tratamento em homens deve ser realizado com SMX-TMP ou quinolonas – como não costumam ter infecções, geralmente não apresentam resistência. Na pielonefrite em pessoas em bom estado geral podem ser tratadas embulatorialmente. Se pielonefrite com mal estado geral ou complicado, iniciar tratamento empírico parenteral até resultado de antibiograma. QUINOLONAS NUNCA DEVEM SER UTILIZADAS EM GESTANTES. QUANDO REFERENCIAR? Mau estado geral. Risco de sepse ou intolerância VO Indivíduos com sinais sugestivos de obstrução do trato urinário Pessoas com suspeita de anormalidades estruturais ou funcionais. Pessoas com pielonefrite que após 3 dias de tratamento com antimicrobiano sensível ao agente etilógico, persistir com febre e sem melhora dos sintomas. ITU’s complicadas ou em homens e alguns casos recorrentes em mulheres. ERROS MAIS COMUNS: Solicitar urocultura para pessoas assintomáticas e tratar o resultado positivo, excetuando-se gestantes e aqueles que se submeterão a procedimentos urológicos invasivos. Tratar empiricamente para cistite mulheres com leucocitúria que, na verdade, apresentam uretrite ou cervicite ou IST. Usar fluorquinolona para tratamento empírico de cistite não complicada em mulheres. PROGNÓSTICO E COMPLICAÇÕES: Prognóstico de ITU não complicada em adultos previamente sadios é muito bom. Na pielonefrite os sintomas costumam melhorar em 48h a 72h de tratamento. Complicação grave e rara é a urosepse que apresenta mortalidade de 40 %. ITU recorrente é classificada como 2 ou mais em 6 meses ou 3 ou mais em 12 meses. NEFROLITÍASE Presença ou formação de cálculos renais; Cólica renal: dor resultante da obstrução e da distensão das vias urinárias superiores, quase sempre devido à litíase urinária. Mais comum em locais de clima quente e seco devido a menor concentração de solutos na urina. Comum ter histórico familiar. Mais comum em homens, em brancos. Ingesta aumentada de proteínas, sódio e carboidratos e diminuição da ingesta hídrica O QUE FAZER? Ao atender uma pessoal com cólica renal aguda, o MFC deve dirigir sua anamnese e exame físico para o diagnóstico diferencial. Iniciar analgesia imediata quando diagnosticar. ANAMNESE: Dor lombar de forte intensidade, de inicio agudo, irradiado para flanco, virilha e genitália. O local da dor varia com a posição do cálculo Dor + hematúria reforça suspeita do diagnóstico. Dor + febre sugere pielonefrite. EXAME FÍSICO: Sinal de Giordano (15% das pessoas). Abdome: geralmente sem alterações. Palpar testículos e útero dependendo da anamnese. EXAMES COMPLEMENTARES: EQU sempre que possível – hematúria microscópica. Fita reagente para urina dx diferencial de ITU Investigação etiológica: coleta do cálculo. Na suspeita sempre solicitar exame de imagem. Usg de vias urinárias é o mais recomendado TC de vias urinárias ( urotomografia): padrão ouro Rx simples ( alguns cálculos radiopacos). CONDUTA PROPOSTA: Analgesia: AINES, analgésicos são mais eficazes. Calor local Se mantiver a dor após analgesia, encaminhar a serviço de urgência. TERAPIA EXPULSIVA: Bloqueadores alfa-adrenérgicos são a única classe medicamentosa eficaz para esse fim (tansulosina, doxasozina). Para cálculos entre 5- 10 mm. Geram dilatação do canal permitindo a passagem da pedra. O paciente tem até 6 semanas para eliminar o cálculo. No momento da dor a ingestão de líquidos não auxilia na expulsão. A maioria dos cálculos é expelida espontaneamente. QUANDO REFERENCIAR Analgesia refratária ao tratamento proposto Suspeita de que não seja apenas calculo renal Cólica renal em crianças O MS recomenda que no SUS, o médico da APS referenciepessoas com cólica renal que tenham hidronefrose em exame. Calculo uretral maior que 10 mm Calculo uretral não expelido após 6 semanas Cálculo vesical Cálculo vesical sintomático ( dor, hematúria ou infecção urinária) Cálculo renal assintomático maior que 10 mm. PROGNÓSTICO; O tempo para expelir o cálculo é sempre menor que 28-42 dias. O mais preocupante é o agravamento da ITU ITU + nefrolitíase = hospital – INDICAÇÃO ABSOLUTA DE CIRURGIA. Conduta expectante é segura por pelo menos 4- 6 semanas É uma doença recorrente
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