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3 ITUs e nefrolitíase

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INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO 
 Infecções em qualquer região do urotélio, 
presente na uretra, na bexiga, na próstata e no 
rim. 
 Principal: ascensão uretral de enterobactérias. 
 Patógeno mais comum: Escherichia coli 
 Outras bactérias causadoras de ITU: Klebsiella 
pneumoniae, proteus mirabilis, staphylococus 
saprophyticus, Enterococus faecalis, 
streptococus agalactiae, pseudomonas 
aeruginosa, Enterobacter aerogenes, 
Enterobacter cloacae. 
 É mais comum em mulheres. 
 Rara no sexo masculino antes dos 50 anos; 
 Mulheres em idade fértil, em média, tem quase 
um episodio de cistite por ano; 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
De acordo com a localização: 
 Bexiga – bexiga; 
 Alta – rim (pielonefrite); 
De acordo com a gravidade: 
 Complicada – presença de alterações anatômicas 
ou funcionais; ou condições associadas a um 
pior prognóstico. 
 Não complicada – infecções do trato urinário 
sem alterações morfofuncionais ou associada a 
comorbidades. 
ANAMNESE: 
 Sintomas como disúria, polaciúria, dor em BAV 
(se apresentar esses três sintomas, for mulher e 
em idade fértil, não é necessário exame para 
iniciar o tratamento). 
 Outros sintomas comuns são febre, calafrios e 
corrimentos. 
EXAME FÍSICO: 
 Raramente com alterações; 
 Pode apresentar dor em região suprapúbica; 
 Dor a percussão do ângulo costovertebral – 
sinal de Giordano. Identifica nefrolitíase e 
pielonefrite. 
 Verificar temperatura; 
 Avaliação ginecológica – cor, odor e volume do 
corrimento. 
 Ausculta pulmonar – alguns pacientes com 
infecção do trato respiratório baixo podem 
apresentar dor semelhante à pielonefrite, por 
isso a ausculta é importante para excluir 
hipóteses. 
→ Sinal de Giordano: 
 Pesquisa de pielonefrite ou litíase renal. 
 Para ser detectado, deve ser realizado uma 
percussão com a mão em forma de punho no 
dorso do paciente no nível da 11° e 12° costela, 
com uma mão realizando o amortecimento. 
 Caso o paciente apresente uma infecção renal, 
ao ser realizado o teste, ele irá rapidamente se 
deslocar para frente sentindo muita dor. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES: mulheres 
adultas com alta probabilidade de cistite não 
complicada deve-se considerar tratamento empírico 
sem necessidade de exame complementar. 
 Na presença de corrimento vaginal, reduz 
bastante a probabilidade de ITU. 
 Nas ITUs complicadas, homens ou crianças, 
deve-se solicitar Exame comum de Urina. 
 Mulheres na menopausa, idosos em geral, 
gestantes e crianças obrigatoriamente deve-se 
solicitar exame. 
EXAME COMUM DE URINA – EQU: 
 Esterase leucocitária + nitrito = alta 
probabilidade de ITU. 
 Primeira urina de manhã; jato intermediário; 
pelo menos 4h da última micção. 
UROCULTURA: 
 Solicitada para o restante dos adultos com 
suspeita de ITU (mulheres com ITU complicada 
ou pielonefrite, homens); 
 É o único exame que confirma ou exclui com 
certeza ITU. 
 Apenas uma dose de antimicrobiano já é capaz 
de inibir o crescimento bacteriano; coletar antes 
do tratamento empírico. 
 Não deve ser solicitado para assintomáticos, 
com exceção de gestantes em pré operatório de 
procedimentos urológicos. 
 Positiva se houver crescimento de 10^5 UFC 
por ml (100.000). 
 Piúria (leucócitos na urina) positiva com 
urocultura negativa = contaminação, DST, 
vaginose. 
 É O ÚNICO EXAME QUE CONFIRMA OU 
EXCLUI A DOENÇA. 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
 Exames de imagem não costumam acrescentar 
informação para diagnóstico de ITU. 
 Exames de imagem podem auxiliar a 
diagnósticos diferenciais. 
 2 em menos de 6 meses ou 3 em um ano = 
ITU recorrente. 
CONDUTA PROPOSTA: 
 Cistite não complicada – tratamento empírico; 
 A seleção de medicamentos se baseia na eficácia 
clínica e sensibilidade da E. coli. 
 Nitrofurantoína é o fármaco de escolha para 
tratamento empírico em mulheres com cistite 
não complicada. Alternativa: fosfomicina (dose 
única – por isso mto usado em gestantes). 
 As quinolonas são importante classe para tto de 
ITU complicada – quinolonas. 
 O tratamento em homens deve ser realizado 
com SMX-TMP ou quinolonas – como não 
costumam ter infecções, geralmente não 
apresentam resistência. 
 Na pielonefrite em pessoas em bom estado geral 
podem ser tratadas embulatorialmente. 
 Se pielonefrite com mal estado geral ou 
complicado, iniciar tratamento empírico 
parenteral até resultado de antibiograma. 
 QUINOLONAS NUNCA DEVEM SER 
UTILIZADAS EM GESTANTES. 
QUANDO REFERENCIAR? 
 Mau estado geral. 
 Risco de sepse ou intolerância VO 
 Indivíduos com sinais sugestivos de obstrução 
do trato urinário 
 Pessoas com suspeita de anormalidades 
estruturais ou funcionais. 
 Pessoas com pielonefrite que após 3 dias de 
tratamento com antimicrobiano sensível ao 
agente etilógico, persistir com febre e sem 
melhora dos sintomas. 
 ITU’s complicadas ou em homens e alguns 
casos recorrentes em mulheres. 
ERROS MAIS COMUNS: 
 Solicitar urocultura para pessoas assintomáticas 
e tratar o resultado positivo, excetuando-se 
gestantes e aqueles que se submeterão a 
procedimentos urológicos invasivos. 
 Tratar empiricamente para cistite mulheres com 
leucocitúria que, na verdade, apresentam uretrite 
ou cervicite ou IST. 
 Usar fluorquinolona para tratamento empírico 
de cistite não complicada em mulheres. 
PROGNÓSTICO E COMPLICAÇÕES: 
 Prognóstico de ITU não complicada em adultos 
previamente sadios é muito bom. 
 Na pielonefrite os sintomas costumam melhorar 
em 48h a 72h de tratamento. 
 Complicação grave e rara é a urosepse que 
apresenta mortalidade de 40 %. 
 ITU recorrente é classificada como 2 ou mais 
em 6 meses ou 3 ou mais em 12 meses. 
 
NEFROLITÍASE 
 Presença ou formação de cálculos renais; 
 Cólica renal: dor resultante da obstrução e da 
distensão das vias urinárias superiores, quase 
sempre devido à litíase urinária. 
 Mais comum em locais de clima quente e seco 
devido a menor concentração de solutos na 
urina. 
 Comum ter histórico familiar. 
 Mais comum em homens, em brancos. 
 Ingesta aumentada de proteínas, sódio e 
carboidratos e diminuição da ingesta hídrica 
O QUE FAZER? 
 Ao atender uma pessoal com cólica renal aguda, 
o MFC deve dirigir sua anamnese e exame físico 
para o diagnóstico diferencial. 
 Iniciar analgesia imediata quando diagnosticar. 
ANAMNESE: 
 Dor lombar de forte intensidade, de inicio 
agudo, irradiado para flanco, virilha e genitália. 
 O local da dor varia com a posição do cálculo 
 Dor + hematúria reforça suspeita do 
diagnóstico. 
 Dor + febre sugere pielonefrite. 
EXAME FÍSICO: 
 Sinal de Giordano (15% das pessoas). 
 Abdome: geralmente sem alterações. 
 Palpar testículos e útero dependendo da 
anamnese. 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
 EQU sempre que possível – hematúria 
microscópica. 
 Fita reagente para urina dx diferencial de ITU 
 Investigação etiológica: coleta do cálculo. 
 Na suspeita sempre solicitar exame de imagem. 
 Usg de vias urinárias é o mais recomendado 
 TC de vias urinárias ( urotomografia): padrão 
ouro 
 Rx simples ( alguns cálculos radiopacos). 
CONDUTA PROPOSTA: 
 Analgesia: AINES, analgésicos são mais 
eficazes. 
 Calor local 
 Se mantiver a dor após analgesia, encaminhar a 
serviço de urgência. 
TERAPIA EXPULSIVA: 
 Bloqueadores alfa-adrenérgicos são a única 
classe medicamentosa eficaz para esse fim 
(tansulosina, doxasozina). Para cálculos entre 5-
10 mm. Geram dilatação do canal permitindo a 
passagem da pedra. O paciente tem até 6 
semanas para eliminar o cálculo. 
 No momento da dor a ingestão de líquidos não 
auxilia na expulsão. 
 A maioria dos cálculos é expelida 
espontaneamente. 
QUANDO REFERENCIAR 
 Analgesia refratária ao tratamento proposto 
 Suspeita de que não seja apenas calculo renal 
 Cólica renal em crianças 
 O MS recomenda que no SUS, o médico da 
APS referenciepessoas com cólica renal que 
tenham hidronefrose em exame. 
 Calculo uretral maior que 10 mm 
 Calculo uretral não expelido após 6 semanas 
 Cálculo vesical 
 Cálculo vesical sintomático ( dor, hematúria ou 
infecção urinária) 
 Cálculo renal assintomático maior que 10 mm. 
PROGNÓSTICO; 
 O tempo para expelir o cálculo é sempre menor 
que 28-42 dias. 
 O mais preocupante é o agravamento da ITU 
 ITU + nefrolitíase = hospital – INDICAÇÃO 
ABSOLUTA DE CIRURGIA. 
 Conduta expectante é segura por pelo menos 4- 
6 semanas 
 É uma doença recorrente

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