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DIREITO DE EMPRESA - FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO E TÍTULOS DE CRÉDITOS PROFESSOR (a): CLEA MARA COUTINHO BENTO ALUNO(A)JOSÉ DE RIBAMAR MORAIS NETO VOTO Inicialmente, destaco que, o processo falimentar tem como intuito garantir aos seus credores que seus direitos estão protegidos independente da insolvência de seu devedor falido. O princípio que norteia, o funcionamento do processo é o princípio da igualdade entre os credores, legitimado na lei n °11.101 em seu artigo 83 que diz – todos os credores serão pagos da mesma maneira, mas segundo uma ordem legal de preferência. Tendo em vista, o que foi abordado acima, o processo trata-se de recurso especial com relação a legitimidade da fazenda pública em instaurar o processo falimentar em seus devedores. Ademais, impende salientar que a fazenda pública possui o FISCO - Parte da administração pública encarregada da cobrança dos impostos -, no qual lhe é assegurado uma série de vantagens que visam a realização da quitação do credito como por exemplo: Ex: Inscrição do débito em dívida ativa; o ajuizamento de execução fiscal, a qual possui regramento dado por uma lei própria, a Lei nº 6.830/80; as prioridades dos créditos fiscais previstas em lei, que ficam atrás apenas dos trabalhistas, os extraconcursais e os gravados com direito real, e ainda a utilização do protesto. Dentre, os recursos vantajosos, citados acima, entende-se que a existência dessas vantagens do fisco, inviabiliza a legitimidade da fazenda pública. Isto pois, o requerimento da falência por parte da Fazenda Pública ultrapassa certos limites, sendo o primeiro de ordem ética, não podendo o empresariado ser intimidado com ameaças de morte empresarial; e o segundo de ordem política, onde a ameaça seria apenas para atrair os devedores a um acordo. Ademais, impende salientar que , legitimar a Fazenda Pública a requerer falência das empresas inviabilizaria a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, não permitindo a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores, tampouco dos interesses dos credores, desestimulando a atividade econômico-capitalista. Dessarte, a Fazenda poder requerer a quebra da empresa implica incompatibilidade com a ratio essendi da Lei de Falências, mormente o princípio da conservação da empresa, embasador da norma falimentar. Diante de tudo que foi abordado, voto improcedente o recurso visto que a Fazenda Pública não possui legitimidade ou interesse de agir para requerer a falência do devedor empresário. Isso pois, ainda que o art. 97, inciso IV, não especifique a quem se refere quando confere legitimidade ativa a qualquer credor, o que abriria espaço para atuação do Fisco, este enquanto componente da Administração Pública, está sujeito ao princípio da legalidade estrita, previsto no art. 37 da Constituição Federal de 1988, o que faz com que sua legitimidade ativa esteja condicionada à previsão legislativa, que a reconhecesse expressamente.
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