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Celso Ricardo Ribeiro PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (T.P.M.) NA INDÚSTRIA BRASILEIRA Taubaté - SP 2003 CELSO RICARDO RIBEIRO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (T.P.M.) NA INDÚSTRIA BRASILEIRA Monografia apresentada ao Departamento de Economia, Contabilidade, Administração da Universidade de Taubaté como parte dos requisitos para obtenção da aprovação no curso de MBA em Gerência de Produção e Tecnologia. Orientador: Prof. Dr. Francisco Cristóvão Lourenço de Melo Taubaté – SP 2003 Ribeiro, Celso Ricardo Processo de implementação da Manutenção Produtiva Total (T.P.M.) na Indústria Brasileira / Celso Ricardo Ribeiro. Taubaté: UNITAU / Departamento de Economia, Contabilidade e Administração, 2003. 68 p.:il. Orientador: Francisco C. Lourenço de Melo Monografia (especialização) – Universidade de Taubaté Departamento de Economia, Contabilidade e Administração, 2003. 1. T.P.M. 2. Produtividade Total 3. Competitividade 4. Gerência e Produção e Tecnologia – Monografia. 1. Universidade de Taubaté Departamento de Economia, Contabilidade e Administração. . CELSO RICARDO RIBEIRO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (T.P.M.) NA INDÚSTRIA BRASILEIRA UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ – SP Data: ______/______/__________ Resultado: _______________________ COMISSÃO JULGADORA Prof. Dr.: Francisco Cristóvão Lourenço de Melo Assinatura: __________________________________________ Prof. Dr.: José Luis Gomes da Silva Assinatura: __________________________________________ Prof. .: Paulo César Correa Lindgren Assinatura: __________________________________________ DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha esposa Celi e ao meu filho Celso Junior, pela compreensão e apoio, para que eu pudesse alcançar com êxito mais uma etapa importante em nossas vidas. AGRADECIMENTOS Ao prof. Dr. Francisco Cristóvão Lourenço de Melo, pelo apoio e orientação recebidos. Aos amigos B. J. Gonçalves e S.K. Idalgo, que, de maneira direta ou indireta, contribuíram para este trabalho. Aos professores e todos os membros do corpo docente do M.B.A. – Gerência de Produção e Tecnologia. RESUMO Para atender às necessidades de um mercado cada vez mais globalizado e exigente, as empresas precisam adotar estratégias que resultem em aumento de produtividade, melhoria da qualidade e redução dos custos a níveis competitivos. Hoje em dia, muitas indústrias aplicam programas de qualidade que tiveram sua origem no Japão como o Just in Time e o Controle de Qualidade Total que, há mais de trinta anos vem mostrando bons resultados. Também surgido no Japão, o TPM (Manutenção Produtiva Total) apresenta como grande novidade a ênfase dada aos recursos humanos da empresa. Por meio da mudança de comportamento dos funcionários da empresa, o TPM é uma ferramenta que permite a redução das perdas do processo produtivo, a diminuição do número de horas paradas dos equipamentos e, conseqüentemente, melhoria no ambiente de trabalho e qualidade do produto. Neste trabalho, apresenta-se as principais características e os fundamentos teóricos do TPM. ABSTRACT In order to attend the needs of a globalized and demanding market, companies need to adopt strategies resulting in productivity increase, quality improvement and reduction of costs to competitive levels. Currently, several companies apply quality programs originated in Japan, such as JUST in TIME and Total Quality Control which, over the last thirty years have been demonstrating good results. Also, their has been arised the so-called TPM (Total Productive Maintenance) that presents as major newness the emphasis for human resources of the company. Through employee’s behavior changes, TPM is a tool that allows reduction on productive process losses; idle hours decrease of the equipments, and thus improvement in work environment and product quality. In this job, it is presented the main features and theoretical foundations for TPM. ÍNDICE Capítulo 1 – Introdução.................................................................................................... 01 1.1 - Histórico............................................................................................................... 01 1.1.1 - Manutenção preventiva – 1950................................................................ 01 1.1.2 - Manutenção com introdução de melhorias – 1957.................................. 01 1.1.3 - Prevenção de manutenção – 1960.......................................................... 02 1.1.4 - TPM - Manutenção Produtiva Total - 1970............................................ 02 1.2 - Definição da TPM – Manutenção Produtiva Total................................................. 02 1.3 - Porquê implantar a TPM ...................................................................................... 04 1.4 – Objetivo................................................................................................................ 04 Capítulo 2 – Manutenção................................................................................................. 06 2.1 - Importância da manutenção.................................................................................. 06 2.2 -Tipos de manutenção............................................................................................. 06 2.2.1 - Manutenção corretiva............................................................................... 07 2.2.2 - Manutenção preventiva............................................................................ 08 2.2.3 - Manutenção preditiva............................................................................... 09 2.2.4 - Manutenção detectiva.............................................................................. 10 2.2.5 - Engenharia de manutenção..................................................................... 11 Capítulo 3 – Perdas.......................................................................................................... 12 3.1 - As seis grandes perdas do equipamento.............................................................. 12 3.1.1 - Perda por quebra / falha........................................................................... 12 3.1.2 - Perda por mudança de linha e regulagens (setup).................................. 3.1.3 - Perda por pequenas paradas................................................................... 13 13 3.1.4 - Perda por queda de velocidade............................................................... 13 3.1.5 - Perda por produto defeituoso e retrabalho............................................... 13 3.1.6 - Perda no início da operação e queda dorendimento.............................. 13 3.2 - Método de cálculo das perdas.............................................................................. 14 3.2.1 - Índice de tempo operacional.................................................................... 14 3.2.2 - Índice de desempenho operacional......................................................... 14 3.2.3 - Índice de produtos aprovados................................................................. 15 3.2.4 - Eficiência global....................................................................................... 15 3.3 - Desafio a “quebra/falha zero”................................................................................ 16 3.3.1 - Os dois tipos de quebra/falha................................................................... 16 3.3.2 - Raciocínio básico da “quebra/falha zero”................................................. 16 3.3.3 - Princípio para atingir “quebra/falha zero”................................................. 17 3.3.4 - Cinco medidas para atingir a “quebra/falha zero”.................................... 17 Capítulo 4 - Ferramentas da TPM.................................................................................... 19 4.1 – 5S......................................................................................................................... 19 4.1.1 – Introdução................................................................................................ 19 4.1.2 - Os sensos................................................................................................ 19 4.1.3 - Implantação dos 5S.................................................................................. 24 4.2 – Just in time……………………………………………………………………………… 24 4.2.1 - O que é just in time ………………………………………………………….. 25 4.2.2 - Como funciona o sistema just in time...................................................... 25 4.2.3 - Objetivo do just in time………………………………………………………. 25 4.2.4 - O que requer............................................................................................ 26 4.3 - Lição ponto-a-ponto ( LPP)................................................................................... 26 Capítulo 5 - TPM – Manutenção produtiva total............................................................. 28 5.1 - Os pilares do TPM................................................................................................. 5.1.1 - Pilar melhorias individualizadas............................................................... 28 29 5.1.2 - Pilar manutenção planejada..................................................................... 29 5.1.3 - Pilar para controle inicial.......................................................................... 29 5.1.4 - Pilar educação e treinamento................................................................... 29 5.1.5 - Pilar manutenção autônoma.................................................................... 30 5.1.6 - Pilar manutenção da qualidade................................................................ 31 5.1.7 - Pilar administração e escritório................................................................ 31 5.1.8 - Pilar de segurança, higiene e meio ambiente.......................................... 31 5.2– As 12 etapas para implementação da TPM.................................................... 31 5.2.1 – Primeira etapa – Declaração da alta direção ............................................... 33 5.2.1.1 – Objetivo....................................................................................................... 33 5.2.1.2 – Pontos a destacar.......................................................................................... 33 5.2.1.3 – Papel da alta direção..................................................................................... 34 5.2.2 – Segunda etapa – Divulgação e treinamento ................................................ 35 5.2.2.1 – Objetivo......................................................................................................... 35 5.2.2.2 – Pontos a destacar.......................................................................................... 35 5.2.2.3 – O papel do elemento de direção................................................................... 36 5.2.3 – Terceira etapa – Estrutura para implementação........................................... 37 5.2.3.1 – Objetivo......................................................................................................... 37 5.2.3.2 – Pontos a destacar.......................................................................................... 37 5.2.3.3 – O papel dos elementos de direção................................................................ 38 5.2.4 – Quarta etapa – Definição da diretriz e objetivos............................................ 40 5.2.4.1 – Objetivo......................................................................................................... 40 5.2.4.2 – Pontos a destacar.......................................................................................... 40 5.2.4.3 – O papel da alta direção................................................................................. 40 5.2.5 – Quinta etapa – Plano diretor.......................................................................... 42 5.2.5.1 – Objetivo......................................................................................................... 42 5.2.5.2 – Pontos a destacar.......................................................................................... 42 5.2.5.3 – O papel da alta direção................................................................................. 43 5.2.6 – Sexta etapa – Decolagem do TPM................................................................ 44 5.2.6.1 – Objetivo......................................................................................................... 44 5.2.6.2 – Pontos a destacar.......................................................................................... 44 5.2.6.3 – Papel da alta direção..................................................................................... 45 5.2.7 – Sétima etapa – Introdução de melhorias....................................................... 46 5.2.7.1 – Objetivo........................................................................................................ 46 5.2.7.2 – Pontos a destacar.......................................................................................... 47 5.2.7.3 – Papel da alta direção.................................................................................... 47 5.2.8 – Oitava etapa – Manutenção espontânea...................................................... 51 5.2.8.1 – Objetivo......................................................................................................... 51 5.2.8.2 – Pontos a destacar.......................................................................................... 52 5.2.8.3 – Papel da alta direção.....................................................................................53 5.2.9 – Nona etapa – Manutenção programada........................................................ 56 5.2.9.1 – Objetivo......................................................................................................... 56 5.2.9.2 – Pontos a destacar.......................................................................................... 57 5.2.9.3 – Papel da alta direção..................................................................................... 57 5.2.10 – Décima etapa – Educação e treinamento da manutenção............................ 60 5.2.10.1 – Objetivo....................................................................................................... 60 5.2.10.2 – Papel da alta direção.................................................................................. 61 5.2.11 – Décima primeira etapa – Gestão dos equipamentos.................................. 62 5.2.11.1 – Objetivo....................................................................................................... 62 5.2.11. 2 – Pontos a destacar....................................................................................... 63 5.2.11.3 – Papel da alta direção................................................................................... 63 5.2.12 – Décima segunda etapa – Implementação efetiva....................................... 64 5.2.12.1 – Objetivo...................................................................................................... 64 5.2.12.2 – Pontos a destacar........................................................................................ 65 5.2.12.3 – Papel da alta direção................................................................................... 65 7 – Comentários e Conclusão......................................................................................... 66 8 – Referências Bibliográficas........................................................................................ 67 LISTA DE ABREVIATURAS TPM – Manutenção Produtiva Total (Total Productive Maintenance) CCQ – Círculo de Controle de Qualidade ZD – Zero Defeito RCM – Manutenção Centrada na Confiabilidade (Reliability Centered Maintenance) RBM – Manutenção Baseada na Confiabilidade (Reliability Based Maintenance) JIS – Japanese Industry Standards LPP – Lição Ponto-a-Ponto MP – Manutenção Produtiva PM – Prêmio Manutenção (Excelência em Manutenção) JIPM – Japan Institute of Plant Maintenace INDICE DE FIGURAS Figura 2.1 – Evolução da Manutenção.............................................................................. 11 Figura 4.1 – Senso de Classificação................................................................................. 20 Figura 4.2 – Senso de Arrumação..................................................................................... 21 Figura 4.3 – Senso de Limpeza......................................................................................... 22 Figura 4.4 – Senso de Sistematização.............................................................................. 23 Figura 4.5 – Senso de Compromisso e Persistência......................................................... 24 Figura 5.1 – Os pilares do TPM......................................................................................... 28 Figura 5.2 – Educação e Treinamento.............................................................................. 30 Figura 5.3 – As 12 etapas para implementação do TPM.................................................. 32 Figura 5.4 – Estrutura para implementação do TPM......................................................... 39 Figura 5.5 – Definição da diretriz básica e dos objetivos.................................................. 41 Figura 5.6 – Eliminação das 6 grandes perdas................................................................. 48 Figura 5.7 – Passos para análise PM................................................................................ 49 Figura 5.8 – Análise PM.................................................................................................... 50 Figura 5.9 – Passo para implementação e Manutenção Espontânea............................... 53 Figura 5.10 – Fluxograma de Manutenção Espontânea.................................................... 54 Figura 5.11 – Critérios para diagnósticos de Manutenção Espontânea............................ 55 Figura 5.12 – Implementação da Manutenção Planejada................................................. 58 Figura 5.13 – As sete etapas para condução de Manutenção Planejada......................... 59 EQUAÇÃO Equação 3.1 – Índice de tempo operacional..................................................................... 14 Equação 3.2 – Índice de velocidade operacional.............................................................. 14 Equação 3.3 – Índice operacional efetivo.......................................................................... 15 Equação 3.4 – Índice de desempenho operacional........................................................... 15 Equação 3.5 – Índice de produtos aprovados................................................................... 15 Equação 3.6 – Índice de eficiência global do equipamento............................................... 15 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1.1 - HISTÓRICO O TPM (Manutenção Produtiva Total) teve início no Japão, por meio da empresa Nippon Denso KK, integrante do grupo Toyota, que recebeu em 1971 o Prêmio PM concedido à empresas que se destacaram na condução desse programa. No Brasil foi apresentado pela primeira vez em 1986. Considera-se que o TPM deriva-se da Manutenção Preventiva, concebida originalmente nos Estados Unidos, e a evolução do processo até a sua concretização, como conhecido atualmente, foi a seguinte (Japan Institute of Plant Maintenance – 1999 ). 1.1.1 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA – 1950 Inicialmente adotada dentro do conceito de que intervenções adequadas evitariam falhas e apresentariam melhor desempenho e maior vida útil nas máquinas e equipamentos. Podemos dizer que o controle do equipamento é o controle de sua “saúde”, e que manutenção preventiva é a medicina preventiva. Assim como pelo desenvolvimento da medicina preventiva o homem pode prevenir a doença e prolongar sua vida, também por meio da manutenção preventiva consegue-se prevenir a quebra/falha (doença)da máquina, prolongando a vida útil do equipamento. 1.1.2 - MANUTENÇÃO COM INTRODUÇÃO DE MELHORIAS – 1957 Criação de facilidades nas máquinas e equipamentos objetivando facilitar as intervenções da Manutenção Preventiva e aumentar a confiabilidade. A mentalidade de se prevenir a quebra/falha do equipamento foi ainda mais desenvolvida. A manutenção por melhoria é a realização de melhorias no equipamento a fim de se evitar a quebra/falha ( aumento da confiabilidade ) ou facilitar a manutenção. 2 1.1.3 - PREVENÇÃO DE MANUTENÇÃO – 1960 Significa incorporar ao projeto das máquinas e equipamentos a não- necessidade da manutenção. Aqui está a quebra de paradigma; a premissa básica para os projetistas é totalmente diferente das exigências vigentes. Um exemplo extremamente simples, mas de conhecimento geral, é a adoção de articulações com lubrificação permanente na indústria automobilística. Até 1970 os carros e caminhões tinham vários pinos de lubrificação, nos quaisdevia ser injetada graxa nova a intervalos regulares. A mudança não é facilitar a colocação do pino ou melhorar a sistemática de lubrificação e sim eliminar a necessidade de intervenções. 1.1.4 - TPM - MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL - 1970 Vários fatores econômicos-sociais imprimem ao mercado exigências cada vez mais rigorosas, o que obriga às empresas a serem cada vez mais competitivas para sobreviver. Com isso as empresas foram obrigadas a (Alan Kardec – 1999): - Eliminar desperdícios; - Obter o melhor desempenho dos equipamentos; - Reduzir interrupções/paradas de produção por quebras ou intervenções; - Redefinir o perfil de conhecimento e habilidades dos empregados da produção e manutenção; - Modificar a sistemática de trabalho. Utilizando a sistemática de grupos de trabalho conhecidos como CCQ – Círculo de Controle de Qualidade ou ZD – Defeito Zero (Zero Deffect), foram disseminados os seguintes conceitos, base do TPM (Alan Kardec – 1999): - Cada um deve exercer o autocontrole; - A máquina do operador deve ser protegida por ele (pelo operador); - Homem, máquina e empresa devem estar integrados; - A manutenção dos meios de produção deve ser preocupação de todos. 1.2 - DEFINIÇÃO DO TPM – MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL TPM é um sistema de gestão que tem proporcionado excelentes resultados às empresas que o adotaram. Vem do inglês “Total Productive Maintenance”, que significa Manutenção Produtiva Total. 3 A “Manutenção Produtiva” compreende um abrangente conjunto de atividades de manutenção que visa melhorar o desempenho e a produtividade dos equipamentos de uma fábrica. TPM é uma forma de gerenciamento que transforma os modelos tradicionais de administração e busca a eliminação contínua das perdas, obtendo a evolução permanente da estrutura empresarial pelo constante aperfeiçoamento das pessoas, dos meios de produção e da qualidade dos produtos e serviços. Em harmonia com essa definição do TPM, cada uma das letras ( T, P e M ) possui o seguinte significado: T = “Total” “Total” no sentido de “eficiência global”, que tem como objetivo a constituição de uma estrutura empresarial que vise a máxima eficiência do sistema de produção,“Total” no sentido de “ciclo total de vida útil do sistema de produção”, ou seja, criar no próprio local de trabalho mecanismo para prevenir as diversas perdas, atingindo “zero defeito, zero acidente e zero quebra” e “Total” no sentido de “todos os departamentos”, ou seja, contar com a participação de todos, desde a alta administração, até os operários de primeira linha. P = “Productive” ( Produtiva ) “P” significa a busca do limite máximo da eficiência do sistema de produção, atingindo zero acidente, zero defeito e zero quebra/falha, ou seja, a eliminação de todos os tipos de perdas. Em outras palavras, não significa simplesmente a busca da produtividade, mas alcançar a verdadeira eficiência por meio do zero acidente e zero defeito. M = “Maintenance” ( Manutenção ) “M” significa manutenção no sentido amplo, considerando-se o ciclo total de vida útil do sistema de produção, e define a manutenção que tem o enfoque no sistema de produção de processo único na fábrica e no sistema administrativo de produção. Manutenção do sistema de administração da produção significa a preservação deste sistema em sua condição ideal, mediante a formação contínua de uma estrutura empresarial capaz de sobreviver aos novos tempos, por meio de uma busca constante do limite de eficiência, num esforço para se adequar às mudanças da conjuntura. 4 1.3 - PORQUÊ IMPLANTAR O TPM As empresas devem implantar o TPM porque, no mercado de hoje, muito competitivo, elas devem renovar seus produtos e reduzir custos para lucrar cada vez mais e, principalmente, se manter no mercado, pois na era da competitividade não é o mais forte que vence, e sim o mais veloz em responder às rápidas mudanças na demanda e nas expectativas do cliente. É imprescindível melhorar os resultados da empresa por meio da eliminação por completo das grandes perdas, da busca até o limite máximo da eficiência dos equipamentos. Com a implantação do TPM essas perdas podem chegar a zero. As empresas que implantam o TPM tem obtido resultados como (Japan Institute of Plant Maintenance – 1999): - Aumento da produtividade em termos de valor agregado, redução no número de ocorrências de quebra/falha repentinas e aumento do índice operacional do equipamento; - Redução do índice de defeito no processo e redução das reclamações por parte do cliente; - Redução no custo de fabricação; - Acidentes com afastamento e poluição igual a zero. 1.4 – OBJETIVO Este trabalho tem como objetivo apresentar as principais características do TPM (Manutenção Produtiva Total ) e os resultados que uma indústria poderá alcançar em relação a eliminação total das perdas, aumento de lucratividade, aumento na qualidade do produto e, conseqüentemente, manter-se no mercado globalizado. No Capítulo 2 serão mostradas os diferentes tipos de manutenção, as vantagens ou desvantagens de cada uma e o que é necessário fazer para praticar um determinado tipo de manutenção. O Capítulo 3 mostra os tipos de perdas dos equipamentos, os métodos de cálculos das perdas e o que fazer para atingir a tão esperada quebra/falha zero. No Capítulo 4, serão mostrados algumas ferramentas utilizadas na Manutenção Produtiva Total como o 5S, o Just-in-Time e Lição Ponto-a-Ponto. 5 O Capítulo 5 apresenta os conceitos básicos do TPM, os pilares de sustentação do sistema, bem como as etapas de implantação e as vantagens para uma empresa que aplica o TPM em seus equipamentos e departamentos. Após esses capítulos iniciais que mostram e explicam o que é o TPM, as perdas nos equipamentos, as ferramentas utilizadas e os pilares de sustentação, será mostrada a implantação do TPM em uma indústria, onde primeiramente será mostrada, por meio de gráficos e tabelas as perdas e as paradas para a manutenção corretiva antes da aplicação do TPM. Em seguida será mostrada a implantação do TPM passo-a-passo durante o ano de 1999 e os dados obtidos após a implantação. 6 CAPÍTULO 2 MANUTENÇÃO 2.1 - IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO Com a globalização dos mercados a concorrência tornou-se mais acirrada, exigindo das empresas um desempenho de classe mundial, o qual deve ser dedicado a atender o cliente. Em decorrência, as grandes companhias tiveram que adequar sua qualidade à altura dos novos e exigentes padrões mundiais. Na atualidade, diante do fenômeno da globalização, a manutenção passa a ser enfocada sob a visão da Gestão da Qualidade e Produtividade. O departamento de manutenção tem importância vital no funcionamento de uma indústria. Pouco adianta o administrador de produção procurar ganho de produtividade se os equipamentos não dispõem de manutenção adequada. 2.2 -TIPOS DE MANUTENÇÃO A maneira pela qual é feita a intervenção nos equipamentos, sistemas ou instalações caracteriza os vários tipos de manutenção existentes. Há uma variedade muito grande de denominações para classificar a atuação da manutenção sendo que, não raramente, essa variedade provoca uma certa confusão na caracterização dos tipos de manutenção. Por isso, é importante uma caracterização mais objetiva dos diversos tipos de manutenção, independentemente das denominações. Algumas práticas básicas definem os tipos principais de manutenção que são: (Alan Kardec – 1999)- Manutenção Corretiva não-Planejada; - Manutenção Corretiva Planejada; - Manutenção Preventiva; - Manutenção Preditiva; - Manutenção Detectiva; - Engenharia de Manutenção. Os diversos tipos de manutenção podem ser também considerados como política de manutenção, desde que a sua aplicação seja o resultado de uma definição gerencial ou política global da instalação, baseada em dados técnico- econômicos. Várias ferramentas disponíveis adotadas hoje em dia têm, em seu nome, a palavra Manutenção. É importante observar que não são novos tipos de 7 manutenção, mas ferramentas que permitem a aplicação dos seis tipos principais de manutenção. Dentre elas, destacam-se: ( Alan Kardec – 1999 ) - Manutenção Produtiva Total ( TPM ) ou Total Productive Maintenance; - Manutenção Centrada na Confiabilidade (RCM) ou Reliability Centered Maintenance; - Manutenção Baseada na Confiabilidade (RBM) ou Reliability Based Maintenance. 2.2.1 - MANUTENÇÃO CORRETIVA Manutenção corretiva é atuação para a correção da falha ou do desempenho menor do que o esperado. Ao atuar em um equipamento que apresenta um defeito ou um desempenho diferente do esperado, estamos fazendo manutenção corretiva. Assim, a manutenção corretiva não é necessariamente, a manutenção de emergência. Convém observar que existem duas condições específicas que levam à manutenção corretiva: ( Alan Kardec – 1999 ) - Desempenho deficiente apontado pelo acompanhamento das variáveis operacionais; - Ocorrência da falha. Desse modo, a ação principal na manutenção corretiva é corrigir ou restaurar as condições de funcionamento do equipamento ou sistema. A manutenção corretiva pode ser dividida em duas classes: - Manutenção Corretiva Não-Planejada; - Manutenção Corretiva Planejada. “Manutenção Corretiva Não-Planejada é a correção da FALHA de maneira ALEATÓRIA.” Caracteriza-se pela atuação da manutenção em fato já ocorrido, seja este uma falha ou um desempenho menor do que o esperado. Não há tempo para preparação do serviço. Infelizmente, ainda é mais praticada do que deveria ( Alan Kardec – 1999 ). Normalmente, a manutenção corretiva não-planejada implica altos custos, pois a quebra inesperada pode acarretar perdas da qualidade do produto e elevados custos indiretos de manutenção. Além disso, as quebras aleatórias podem ter conseqüências bastante graves para o equipamento, isto é, a extensão dos danos pode ser bem maior. 8 Quando uma empresa tem a maior parte de sua manutenção corretiva não- planejada, seu departamento de manutenção é comandado pelos equipamentos e o desempenho empresarial da organização, certamente, não está adequado às necessidades de competitividade atuais. “Manutenção Corretiva Planejada é a correção do desempenho menor do que o esperado ou da falha, por DECISÃO GERENCIAL, isto é, pela atuação em função de acompanhamento preditivo ou pela decisão de operar até a quebra.” Um trabalho planejado é sempre mais barato, mais rápido e mais seguro do que um trabalho não-planejado. E será sempre de melhor qualidade. A eficácia da manutenção corretiva planejada é função da qualidade da informação fornecida pelo acompanhamento do equipamento. Mesmo que a decisão gerencial seja de deixar o equipamento funcionando até a quebra, essa é a uma decisão conhecida e algum planejamento pode ser feito quando a falha ocorrer. Por exemplo, substituir o equipamento por outro idêntico, ter um kit para reparo rápido, preparar o posto de trabalho com dispositivos e facilidades, etc. A adoção de uma política de manutenção corretiva planejada pode advir de vários fatores: ( Alan Kardec – 1999 ) - Possibilidade de compartilhar a necessidade da intervenção com os interesses da produção; - Aspectos relacionados com a segurança – a falha não provoca qualquer situação de risco para o pessoal ou para a instalação; - Melhor planejamento de serviços; - Garantia de existência de sobressalentes, equipamentos e ferramental; - Existência de recursos humanos com a tecnologia necessária para a execução dos serviços e em quantidade suficiente, que podem, inclusive, ser buscados externamente à organização. 2.2.2 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA “Manutenção preventiva é a atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no desempenho, obedecendo a um plano previamente elaborado, baseado em INTERVALOS definidos de TEMPO.” Inversamente à política de manutenção corretiva, a manutenção preventiva procura obstinadamente evitar a ocorrência de falhas, ou seja, procura prevenir. Em 9 determinados setores, como na aviação, a adoção de manutenção preventiva é imperativa para determinados sistemas ou componentes, pois o fator de segurança se sobrepõe aos demais. Como nem sempre os fabricantes fornecem dados precisos para a adoção nos planos de manutenção preventiva, além de as condições operacionais e ambientais influírem de modo significativo na expectativa de degradação dos equipamentos, a definição de periodicidade e substituição deve ser estipulada para cada instalação ou, no máximo, plantas similares operando em condições também similares. Os seguintes fatores devem ser levados em consideração para a adoção de uma política de manutenção preventiva ( Alan Kardec – 1999 ): - Quando não é possível a manutenção preditiva; - Aspéctos relacionados com a segurança pessoal ou da instalação que tornam mandatária a intervenção, normalmente para substituição de componentes; - Por falta de oportunidades em equipamentos críticos de difícil liberação operacional; - Riscos de agressões ao meio ambiente. A manutenção preventiva será tanto mais conveniente quanto maior for a simplicidade na reposição; quanto mais altos forem os custos de falhas; quanto mais as falhas prejudicarem a produção e quanto maiores forem as implicações das falhas na segurança pessoal e operacional. Se por um lado a manutenção preventiva proporciona um conhecimento prévio das ações, permitindo uma boa condição de gerenciamento das atividades e nivelamento de recursos, por outro lado promove a retirada do equipamento ou sistema de operação para execução dos serviços programados, apesar de estar operando relativamente bem. 2.2.3 - MANUTENÇÃO PREDITIVA “A manutenção preditiva é a atuação realizada com base em modificações de parâmetro de CONDIÇÃO ou DESEMPENHO, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática.” A manutenção preditiva é a primeira grande quebra de paradigma na manutenção, e tanto mais se intensifica quanto mais o conhecimento tecnológico desenvolve equipamentos que permitam avaliação confiável das instalações e sistemas operacionais em funcionamento. Seu objetivo é prevenir falhas nos equipamentos ou sistemas por meio de acompanhamentos de parâmetros diversos, permitindo a operação contínua do 10 equipamento pelo maior tempo possível. Na realidade o termo associado à manutenção preditiva é o de predizer as condições do equipamento. Ou seja, a manutenção preditiva privilegia a disponibilidade, à medida que não promove a intervenção nos equipamentos ou sistemas, pois as medições e verificações são efetuadas com o equipamento produzindo. Quando o grau de degradação se aproxima ou atinge o limite previamente estabelecido é tomada a decisão de intervenção. Normalmente esse tipo de acompanhamento permite a preparação prévia do serviço, além de outras decisões e alternativas relacionadas com a produção. De forma mais direta, podemos dizer que a manutenção preditiva prediz as condições dos equipamentos, e, quando a intervenção é decidida, oque faz na realidade é uma manutenção corretiva planejada. As condições básicas para se adotar a manutenção preditiva são as seguintes: ( Alan Kardec – 1999 ) - O equipamento, o sistema ou a instalação devem permitir alguns tipos de monitoramento/medição; - O equipamento, o sistema ou a instalação devem merecer esse tipo de ação, em função dos custos envolvidos; - As falhas devem ser oriundas de causas que possam ser monitoradas e ter sua progressão monitorada; - Seja estabelecido um programa de acompanhamento, análise e diagnóstico. 2.2.4 - MANUTENÇÃO DETECTIVA “A manutenção detectiva é a atuação efetuada em sistema de proteção buscando detectar FALHAS OCULTAS ou não perceptíveis ao pessoal de operação e manutenção.” Desse modo, tarefas executadas para verificar se um sistema de proteção ainda está funcionando representam manutenção detectiva. Um exemplo simples e objetivo é o botão de teste da lâmpada de sinalização e alarme em painéis. A identificação de falhas ocultas é primordial para garantir a confiabilidade. Em sistemas complexos, essas ações só devem ser levadas a efeito por pessoal da área da manutenção, com treinamento e habilitação para tal, assessorado pelo pessoal da operação. 11 2.2.5 - ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO É a segunda quebra de paradigma na manutenção. Praticar a engenharia de manutenção significa uma mudança cultural. É deixar de ficar consertando continuadamente, para procurar as causas básicas, modificar situações permanentes de mal desempenho, deixar de conviver com problemas crônicos, melhorar padrões e sistemáticas, desenvolver a manutenibilidade, dar feedback ao projeto, interferir tecnicamente nas compras. Engenharia de manutenção significa aplicar técnicas modernas, estar nivelado com a manutenção de Primeiro Mundo. ( Alan Kardec – 1999 ) A Figura 2.1 mostra uma evolução, uma melhoria nos resultados à medida que melhores técnicas vão sendo introduzidas. Convém notar que entre a corretiva e a preventiva ocorre uma melhoria contínua, mas discreta, ou seja, a inclinação da reta não varia. Entretanto, quando se muda da preventiva para a preditiva, ocorre um salto positivo nos resultados, função da 1ª quebra de paradigma. Salto mais significativo ocorreu quando se adota a engenharia de manutenção. Figura 2.1 – Evolução da manutenção .br/disserta98/jerzy Fonte: (http://www.eps.ufsc ) Este capítulo mostrou as diversas manutenções, que, sendo ferramentas espe cíficas do departamento técnico e de engenheiros de manutenção, auxiliam na confecção do objetivo estudar e reduzir as paradas de equipamentos. 12 CAPÍTULO 3 PERDAS .1 - AS SEIS GRANDES PERDAS DOS EQUIPAMENTOS Para obter a máxima eficiência dos equipamentos é necessário fazer com que os m icam a eficiência do equip -) Quebra/falha. ha e regulagens ( início e fim ). retrabalho. ndimento. É imprescindível melhorar os resultados da empresa por meio da eliminação por c .1.1 - PERDA POR QUEBRA / FALHA O maior fator que prejudica a eficiência é a perda por quebra/falha. de modo repen da à perda da função estipulada do equip 3 esmos desenvolvam suas funções e capacidades ao máximo. Sob outro aspecto, se as perdas que prejudicam a eficiência forem eliminadas por completo, isto significa que a eficiência dos equipamentos vai se elevar. O TPM divide as perdas em seis fatores que prejud amento designados como as “seis grandes perdas”, são elas: (Japan Institute of Plant Maintenance – 1999 ). 1 2-) Mudança de lin 3-) Pequenas paradas. 4-) Queda de velocidade. 5-) Produtos defeituosos e 6-) No início da operação e queda de re ompleto das seis grandes perdas e da busca até o máximo da eficiência do equipamento. 3 A quebra/falha do tipo “parada de função” é aquela ocasionada tino e a do tipo “quebra de função” é aquela que reduz a função do equipamento em relação ao estado original. Esta perda está diretamente relaciona amento. Ocorre devido tanto a falhas crônicas quanto esporádicas e tem como conseqüência a perda de tempo e de produção pela ocorrência de defeitos. 13 3.1.2 - PERDA POR MUDANÇA DE LINHA E REGULAGENS (SET-UP ) dança de linha. .1.3 - PERDA POR PEQUENAS PARADAS As pequenas paradas diferem da quebra/falha normal, ou seja, devido a um probl .1.4 - PERDA POR QUEDA DE VELOCIDADE perda por queda de velocidade é aquela gerada pela diferença entre a veloc .1.5 - PERDA POR PRODUTO DEFEITUOSO E RETRABALHO Esta é a perda relativa ao produto defeituoso e ao retrabalho. Quando se refere .1.6 - PERDA NO INÍCIO DA OPERAÇÃO E QUEDA DO RENDIMENTO A perda no início da operação é a perda gerada entre o início da produção e a estab abilidade das condições do processo; a deficiência na manu Esta perda se refere àquela provocada por parada associada à mu O tempo de mudança de linha representa o tempo desde a parada do produto que vinha sendo produzido, até a preparação do outro que será produzido, sendo que a “regulagem” do equipamento é a fase que torna mais tempo. 3 ema momentâneo o equipamento pára ou opera em vazio (também denominado de “pequeno problema”). 3 A idade nominal e a real do equipamento. 3 ao produto defeituoso de um modo em geral, a tendência é considerá-lo como produto descartado, porém, o produto com retrabalho (produto restaurado) deve ser considerado também como produto defeituoso, visto que é preciso um tempo desnecessário para a sua recuperação. 3 ilização do processo. De acordo com a inst tenção dos gabaritos e das matrizes, a perda gerada pelos protótipos, a capacitação técnica dos operadores, etc. Todas estas incidências podem variar, mas estas perdas são bastante significativas. Além disso, essas perdas tendem a ficar ocultas. 14 3.2 - MÉTODO DE CÁLCULO DAS PERDAS .2.1 - ÍNDICE DE TEMPO OPERACIONAL O índice de tempo operacional significa a proporção entre a operação efetiva em re dice de tempo = Tempo de carga - Tempo de parada 3 lação ao tempo de carga ( tempo necessário para operar o equipamento ) Ín X 100 Equação 3.1 – Índice de tempo operacional (Japan Institute of Plant Maintenance) Aqui o tempo de carga refere-se ao tempo deduzindo-se do tempo de opera .2.2 - INDICE DE DESEMPENHO OPERACIONAL O índice de desempenho operacional é composto pelo índice de velocidade opera re-se à diferença de velocidade, ou seja, s palavras, o índice de desempenho operacional serve para verificar se o operacional Tempo de carga ção de um dia (ou de um mês ), o tempo de parada refere-se às paradas ocasionadas por quebra/falha, mudança de linha/regulagens, troca de ferramentas, etc. 3 cional e pelo índice operacional efetivo. O índice de velocidade operacional refe é a proporção da velocidade efetiva em relação à capacidade original do equipamento. Em outra equipamento está operando realmente com a velocidade determinada ( velocidade teórica/tempo de ciclo ). Caso o equipamento esteja operando com queda de velocidade, detecta-se o grau desta perda por meio da seguinte fórmula: Índice de velocidade = Tempo de ciclo teórico X 100 operacional Tempo de ciclo efetivo Equação 3.2 – Índice de velocidade operacional (Japan Institute of plant or outro lado, o índice operacional efetivo serve para verificar se o equip Maintenance) Pamento está operando numa velocidade fixa dentro de uma unidade de tempo. Por meio deste índice pode-se calcular as perdas decorrentes das 15 pequenas paradas e dos pequenos problemas que não aparecem nos relatórios diários. Este índice pode ser calculado pela seguinte forma: Índice operacional = Volume de produção x Tempo de ciclo efetivo X 100 efetivo Tempo de carga – Tempo de parada Equação 3.3 – Índice operacional efetivo (Japan Institute of Plant Maintenance) O índice de desempenho operacional pode ser calculado segundo a fórmula: Índice de desempenho = Índice de velocidade X Índice operacional operacional operacional efetivo Equação 3.4 – Índice de desempenho operacional (Japan Institute of Plant Maintenance) 3.2.3 - ÍNDICE DE PRODUTOS APROVADOS O índice de produtos aprovados refere-se à proporção da quantidade efetiva de produtos aprovados em relação à quantidade total produzida (matéria prima, material, etc). Índice de produtos = quantidade total produzida – quantidade com defeito X 100 aprovados quantidade total produzida Equação 3.5 – Índice de produtos aprovados (Japan Institute of plant maintenance) Dentre as peças defeituosas, além das descartáveis, devem ser incluídas as peças com retrabalho (peças restauradas). 3.2.4 - EFICIÊNCIA GLOBAL Desta forma, as perdas do equipamento podem ser calculadas sob diversos aspectos, mas deve-se efetuar a medição da condição operacional englobando todos esses aspectos de maneira a determinar o nível de aproveitamento do equipamento, sendo que este índice pode ser calculado segundo a fórmula: Índice de eficiência global do equipto = Índice de tempo X Índice de X Índice de operacional desempenho produtos operacional aprovados Equação 3.6 – Índice de eficiência global do equipamento (Japan Institute of Plant Maintenance) 16 De um modo geral, se o índice for obtido por meio deste cálculo, é comum encontrarmos um nível entre 50 a 60% . 3.3 - DESAFIO A “QUEBRA/FALHA ZERO” A definição de quebra/falha segundo a norma JIS – Japanese Industry Standards é dada da seguinte forma: “ quebra/falha significa a perda da função definida do equipamento”; segundo o ideograma japonês, a palavra “quebra/falha” significa “danos provocados intencionalmente pelo homem”, ou seja, a quebra/falha ocorre devido a erros cometidos pelo homem no seu raciocínio e comportamento. (Japan Institute of Plant Maintenance – 1999 ). 3.3.1 - OS DOIS TIPOS DE QUEBRA/FALHA Uma vez que a quebra falha é a perda da função definida do equipamento, então, de acordo com a forma pela qual ocorre esta perda da função, podemos dividí-la em dois tipos: A-) QUEBRA/FALHA DO TIPO “PARADA DE FUNÇÃO” Este tipo de quebra/falha refere-se à parada total das funções do equipamento (o equipamento não funciona mais ou todas as peças produzidas tornam-se defeituosas). Geralmente, este tipo é denominado de “quebra/falha repentina”. B-) QUEBRA/FALHA DO TIPO “REDUÇÃO DE FUNÇÃO” O equipamento está em funcionamento, mas são casos em que ocorrem perdas como produtos defeituosos, pequenas paradas, queda de velocidade, queda de rendimento, etc. São quebra/falhas que ocorrem quando as funções do equipamento não são totalmente desenvolvidas, apresentando falhas parciais. 3.3.2 - RACIOCÍNIO BÁSICO DA QUEBRA/FALHA ZERO Como exposto anteriormente, a quebra/falha é provocada intencionalmente pelo homem. Assim, se todas as pessoas relacionadas com equipamento não mudarem o raciocínio e o comportamento não será possível eliminar a quebra. O ponto de partida para se atingir a quebra/falha zero é mudar o raciocínio de que o 17 “equipamento é algo que quebra/falha” para o raciocínio de “não permitir a quebra/falha do equipamento”, e ainda, que “é possível chegar à quebra/falha zero”. 3.3.3 – O PRINCÍPIO PARA ATINGIR “QUEBRA/FALHA ZERO” Ao raciocinarmos sobre “por que acontecem quebras/falhas”, concluímos que isto ocorre por não percebermos a falha ou a quebra até o momento da sua ocorrência. Estas “sementes” da quebra que não percebemos são denominada de “falhas latentes”. O princípio para atingir a quebra/falha zero é fazer aflorar estas falhas latentes, ou seja, percebemos a quebra/falha antes que ela aconteça, assim, sanando estas falhas antes mesmo que a quebra ocorra podemos escapar do problema. De forma geral as falhas latentes referem-se à sujeira, desgaste, trepidação, folga, vazamento, corrosão, deformação, estrago, rachadura, etc. Na maioria dos casos, por ser pequena a falha, a tendência é pensarmos que nada acontecerá mesmo deixando-a neste estado, ou ainda ignorá-la por ser demasiadamente pequena. 3.3.4 - CINCO MEDIDAS PARA ATINGIR A “QUEBRA/FALHA ZERO” As causas da quebra/falha podem ser divididas nos cinco itens seguintes. Desta forma existe a necessidade de se atacar estas cinco causas para eliminar a quebra/falha. (Japan Institute of Plant Maintenance – 1999 ) A-) ESTRUTURAÇÃO DAS CONDIÇÕES BÁSICAS As condições básicas referem-se à limpeza, à lubrificação e ao reaperto. A quebra/falha é provocada pela deterioração (à medida que vai funcionando com o decorrer do tempo, a função do equipamento pouco a pouco vai diminuindo), mas muitos são os casos em que a deterioração ocorre devido a falha de estruturação dos três fatores importantes que compõem as condições básicas. B-) CUMPRIMENTO DAS CONDIÇÕES DE USO As máquinas e os equipamentos no estágio do projeto possuem as condições de uso definidas (se estas condições não estiverem definidas, não há possibilidade de se elaborar um projeto). As máquinas e os equipamentos projetados com base em determinada condição de uso, quando utilizados respeitando-se estas condições, dificilmente quebram/falham (máxima vida útil). 18 C-) RESTAURAÇÃO DA DETERIORAÇÃO Mesmo cumprindo as condições básicas e as condições de uso, o equipamento vai se deteriorando, ocasionando a quebra/falha. Desta forma, torna- se uma condição necessária fazer transparecer a deterioração, restaurá-la corretamente, impedindo antecipadamente a ocorrência da quebra/falha. Isto significa executar corretamente a inspeção e a avaliação, realizando a manutenção de prevenção de forma a retornar o equipamento à sua forma original. D-) MELHORIA DOS PONTOS DEFICIENTES DOS PROJETOS A quebra/falha dificilmente será eliminada caso sejam executadas somente as três medidas de combate descritas anteriormente. Além disso, caso a execução seja restrita somente a estas medidas, haverá casos em que se refletirá na elevação de custos. Este tipo de equipamento possui, na maioria das vezes, pontos deficientes decorrentes das deficiências técnicas e erros nos estágios de projeto, fabricação e operação. Desta forma, se não realizar uma análise profunda da quebra/falha melhorando estes pontos fracos, o problema não será resolvido. E-) INCREMENTO DA CAPACIDADE TÉCNICA Como foi exposto, as medidas de combate do item A ao D são todas executadas pelo homem. Assim sendo, se não houver a capacitação técnica do homem, a melhoria não será possível. O principal problema é que mesmo executando-se as medidas de combate de A à D, o equipamento acaba quebrando por falhas na operação ou na manutenção. Este tipo de quebra/falha não pode ser evitado a não ser pelo incremento da capacitaçãotécnica especializada, tanto dos elementos de operação como de manutenção. Desta forma, estas cinco medidas de combate devem ser executadas com a cooperação mútua entre as áreas de produção e de manutenção. Em outras palavras, a área de produção deve trabalhar centralizando sua atenção na estruturação das condições básicas, cumprimento rigoroso das condições de uso, restauração de deterioração e incremento da capacidade técnica. A área de manutenção deve cumprir rigorosamente as condições de uso, restauração da deterioração, medidas contra pontos deficientes dos projetos e incrementos da capacitação técnica. Este capítulo mostrou os tipos de perdas de um equipamento para eventualmente poder analisar as causas dos defeitos e encontrar os consertos apropriados. 19 CAPÍTULO 4 FERRAMENTAS DO TPM Este capitulo mostra três ferramentas importantes para o sucesso da implementação do TPM: 5S, Just-in-Time e Lição Ponto-a-Ponto. 4.1- 5S O 5S é uma prática originária do Japão que é aplicada como base para o desenvolvimento do sistema de qualidade. (Alan Kardec – 1999) 4.1.1 - INTRODUÇÃO O 5S são cinco sensos que se encontram radicados na cultura Japonesa e que são base para muitos dos programas de Qualidade Total por evidenciarem o porque devemos nos preocupar com a qualidade. O foco principal do 5S é o ser humano e muito embora muitos só vejam aplicações no chamado mundo mecânico ou mundo das coisas e utensílios, os cinco sensos têm aplicação no mundo intelectual, ou no mundo dos métodos e no mundo espiritual, ou no mundo das relações humanas. O principal objetivo dos 5S é a melhoria da qualidade no local de trabalho, trazendo benefícios tanto para a empresa quanto para o funcionário, ou seja, é um conjunto de ações que tem por objetivo estimular as pessoas a desenvolver e manter hábitos e comportamentos voltados à melhoria da qualidade do local de trabalho. (Implementação do TPM – Johnson & Johnson 1999) 4.1.2 - OS SENSOS - SEIRI – Classificação; - SEITON - Arrumação; - SEISOU – Limpeza; - SEIKETSU – Sistematização; - SHITSUKE - Persistência. Direta ou indiretamente o 5S promove: melhoria da qualidade, prevenção de acidentes, melhoria de produtividade, redução de custos, conservação de energia, melhoria do meio ambiente, melhoria do moral dos empregados, incentivo à criatividade, modificação da cultura, melhoria da disciplina, desenvolvimento do 20 senso de equipe e maior participação em todos os níveis. (5S – Qualidade no local do trabalho – GMB 1995) A-) O SEIRI – SENSO DE CLASSIFICAÇÃO Entendemos SEI por colocar em ordem o que está desarrumado e RI, governar com regras, dentro da lógica e da razão. Preservar no local de trabalho somente o que for estritamente necessário para a operacionalidade da atividade, conforme mostra a Figura 4.1. ANTES DEPOIS Figura 4.1 – Senso de Classificação (5S – Qualidade no local do trabalho – GMB 1995) Para praticar o senso de classificação é necessário: (5S – Qualidade no local do trabalho – GMB 1995) - Manter apenas o necessário no local de trabalho; - Promover a seleção em função da freqüência da utilização do material: -uso freqüente, perto das máquinas; -pouco uso, no almoxarifado; -nenhum uso, descartar. - Utilizar ao máximo o espaço de trabalho; - Eliminar os excesso de materiais, móveis, ferramentas, armários, etc; - Melhorar o acompanhamento, eliminando o desperdício. 21 B-) O SEITON- SENSO DE ARRUMAÇÃO Entendemos SEI por colocar em ordem o que está desarrumado e TON por assentar-se, estabilizar, tranqüilizar-se de uma só vez. “Definir um lugar certo para cada objeto/material que for necessário no local de trabalho. A arrumação consiste em garantir que os recursos estejam próximos do local de trabalho e que seu acesso seja simples e rápido, sem perda de tempo e realização de esforços desnecessário; conforme Figura 4.2. Para praticar o senso de arrumação é necessário: (5S – Qualidade no local do trabalho – GMB 1995) - Manter ferramentas, materiais, dispositivos e equipamentos em condições de fácil utilização; - Usar a mesma nomenclatura, determinando onde estocar, onde localizar, utilizando etiquetas coloridas de fácil visualização. Recursos alocados ao acaso dificultam sua localização e, conseqüentemente, retardam o processo produtivo. ANTES DEPOIS Figura 4.2 – Senso de Arrumação (5S – Qualidade no local do trabalho – GMB 1995) C-) O SEISOU – SENSO DE LIMPEZA Aqui SEI tem outra interpretação significa limpo, límpido, funcional e SOU significa varrer com a mão, utilizando-se de vassoura. 22 “Eliminar as fontes de sujeira, mantendo o equipamento em condições de uso”, conforme Figura 4.3. Para praticar o senso de limpeza é necessário: (5S – Qualidade no local do trabalho – GMB 1995) - Manter o local de trabalho, máquinas, instrumentos e ferramentas limpos; - Identificar as causas de sujeiras e eliminá-las. A falta de limpeza, além de ser um indicador do desleixo e da falta de cuidado com o local de trabalho, dificulta a visualização de outros problemas. ANTES DEPOIS Figura 4.3 – Senso de Limpeza (5S – Qualidade no local do trabalho – GMB 1995) D-) O SEIKETSU – SENSO DE SISTEMATIZAÇÃO Entendemos SEI por limpo, límpido e KETSU por bravo, sem mácula, sem impureza nos sentimentos ou atos. “Manter uma atitude apropriada, observando todos os procedimentos adotados anteriormente. Manter a disciplina de praticar constantemente este conjunto, mesmo se for inconsciente”, conforme Figura 4.4. A organização do ambiente de trabalho, por meio da classificação, arrumação e limpeza, constitui apenas parte do processo de Qualidade do Local de Trabalho; na realidade o esforço mais difícil é manter o ambiente organizado, uma vez que temos a tendência de “relaxar” após o cumprimento de nossas tarefas. 23 ENQUANTO NÃO HOUVER MUDANÇAS NO COMPORTAMENTO DAS PESSOAS, E ENQUANTO NÃO FOREM MELHORADAS AS INSTALAÇÕES QUE SÃO FONTES DE SUJEIRA, O RETORNO AO AMBIENTE ANTERIOR. É APENAS UMA QUESTÃO DE TEMPO. Figura 4.4 – Senso de Sistematização (5S – Qualidade no local do trabalho – GMB 1995) Para praticar o senso de sistematização é necessário: - Disponibilizar mecanismos para facilitar e estimular a manutenção da ordem. E-) O SHITSUKE - SENSO DE PERSISTÊNCIA E COMPROMISSO “Não quebrar regra sem que haja um motivo importante e manter-se motivado para sempre melhorar a qualidade no local de trabalho”, conforme Figura 4.5. Para praticar o senso de persistência e compromisso é necessário: - Manter a disciplina ao executar as atividades cotidianas; - Cumprir as normas da empresa; - Lembrar sempre que a maioria das ações necessárias para viabilização do 5S depende apenas da vontade pessoal. 24 SER UM INSATISFEITO. ACREDITAR QUE A QUALIDADE NO LOCAL DE TRABALHO PODE SER CADA VEZ MAIS MELHORADO DE TRABALHO PODE SER MELHORADA CADA VEZ MAIS. Figura 4.5 – Senso de Compromisso e Persistência (5S – Qualidade no local do trabalho – GMB 1995) 4.1.3 - IMPLANTAÇÃO DO 5S A implantaçãodo 5S deve partir da alta administração da organização. A experiência indica que por maiores que sejam os esforços desenvolvidos nos escalões inferiores, quando o programa não é abraçado pela alta administração suas chances de sucesso e perenidades são baixas. Para implantação definitiva do 5S é necessário que todos os empregados participem. Etapas de implantação: (5S – Qualidade no local do trabalho – GMB 1995) - Preparar a organização. - Treinar e educar no 5S. - Levantar problemas e soluções no 5S. - Acompanhar a Implementação. - Promover o 5S. 4.2 - JUST IN TIME O conceito surgiu no Japão no principio dos anos 50. Depois da Segunda Guerra Mundial a Toyota decidiu entrar no plano de fabricação de carros. Com poucas variedades de modelos era necessário bastante flexibilidade para fabricar pequenos lotes com níveis de qualidade comparáveis aos conseguidos pelos 25 fabricantes norte-americanos. A técnica de produzir apenas o que o mercado pedia passou a ser adotada pelos restantes fabricantes japoneses e, a partir dos anos 70 e 80, os veículos por eles produzidos assumiram uma posição bastante competitiva. (http://top.certi.ufsc.br/gts/qualidade/publicacoes/just_in_time.htm) 4.2.1 - O QUE É JUST-IN-TIME A filosofia de produção just-in-time consiste em que a cada etapa do processo se produza somente as peças necessárias para a fase posterior, na quantidade e no momento exatos. O objetivo final é a eliminação total de estoque ao mesmo tempo em que se atinge um nível de qualidade superior. Só assim será possível eliminar todos os custos de armazenagem. (http://top.certi.ufsc.br/gts/qualidade/publicacoes/just_in_time.htm) 4.2.2 - COMO FUNCIONA O SISTEMA JUST-IN-TIME Tradicionalmente estoques são considerados úteis por protegerem o sistema produtivo de problemas que podem ocasionar a interrupção de fluxos de produção ( falta de produtos ), mas acarretam em custos de manutenção desnecessários. Se o conceito de just in time for aplicado em todas as etapas do processo não existirão estoques nem espaços para armazenagem, eliminando os custos de inventário. Serão de esperar, também, ganhos de produtividade, aumento da qualidade e maior capacidade de adaptação a novas condições. (http://top.certi.ufsc.br/gts/qualidade/publicacoes/just_in_time.htm) 4.2.3 - OBJETIVO DO JUST-IN-TIME Um fato fundamental para o sucesso das empresas nos dias de hoje é que a alta administração deve estar completamente comprometida e envolvida com o objetivo da empresa, seja ele qual for. Sem o envolvimento do principal interessado no sucesso do novo sistema, ou seja, a administração, não há como convencer os funcionários a perseguí-lo. Os principais objetivos do just-in-time são: eliminação dos estoques, garantia da qualidade do produto, garantia do processo, produção em pequenos lotes e produção puxada. 26 4.2.4 - O QUE REQUER O just-in-time exige alguns alicerces. A produção deverá basear-se em células de produção, onde operários multifuncionais iniciam e terminam um ou mais tipos de peças, que serão utilizadas pelas células seguintes. Para que o sistema funcione é indispensável que todas as peças que fluem de uma célula para outra sejam perfeitas. E os erros são mais facilmente detectados quando se trabalha com pequenas quantidades. (http://top.certi.ufsc.br/gts/qualidade/publicacoes/just_in_time.htm) Assim, a responsabilidade pela qualidade está na fonte de produção. Para que as diversas células de produção se mantenham conectadas é necessário um sistema de informação. Este sistema é denominado “Kanban” (produção puxada) e corresponde ao nome dado às tarefas necessárias para a produção do movimento de peças ao longo do processo. A produção torna-se “puxada” ao invés de “empurrada” como numa indústria tradicional. Outro requisito básico é a produção equilibrada, isto é, a distribuição homogênea das necessidades do dia-a-dia ao longo do mês. Se o processo posterior solicita material de forma incerta, a etapa anterior deverá estar preparada para esta variação de pedidos. O just-in-time possui também alguns requisitos de caráter social relacionados com a valorização do fator humano. Os grandes responsáveis pelo êxito ou pelo fracasso da implementação do just-in-time são sempre os diretores. A eles cabe a missão de reduzir hierarquias e criar um clima de participação de todos, assegurando o cumprimento dos objetivos em causas. (http://top.certi.ufsc.br/gts/qualidade/publicacoes/just_in_time.htm) 4.3 – LIÇÃO PONTO-A-PONTO ( LPP ) A LPP é um formulário onde é aplicado um método de treinamento, visando ensinar um determinado tema de maneira objetiva, em pouco tempo, e deve se aplicado para: ampliar o conhecimento de forma prática e descontraída, a qualquer período do dia; possibilitar a compreensão de maneira fácil a qualquer pessoa e num curto tempo; possibilitar o auto-aprendizado, por ser elaborado pela própria pessoa, permitir o desenvolvimento conjunto do treinando e do treinador, e elevar a competência do grupo. Existem três tipos básicos de LPP’s, são elas: caso de melhorias, casos de problemas, e conhecimento básico. (Votorantin Celulose e Papel – TPM) 27 A-) CASO DE MELHORIAS É um tema baseado numa melhoria implementada. Essa LPP é utilizada para demonstrar os resultados por intermédio de melhorias e motivar o grupo a buscar melhorias contínuas. B-) CASOS DE PROBLEMAS É um tema baseado em exemplos de problemas ocorridos (defeitos/quebras/falhas). Essa LPP é utilizada para previnir sua reincidência. C-) CONHECIMENTO BÁSICO É um tema sobre o que se deve ser conhecido para o desenvolvimento das atividades de TPM, da produção no dia-a-dia e qualquer assunto técnico ou de segurança ao nível que deseja atingir. Essa LPP é utilizada para evitar a ocorrência de problemas. D-) APLICAÇÃO As LPP’s são aplicadas ao longo das sete etapas da Manutenção Autônoma, principalmente na primeira etapa, para difundir conhecimentos e evitar reincidências de problemas. Este capitulo mostrou a importância das ferramentas do TPM junto aos resultados a alcançar. Com elas iremos obter a melhoria em questão de qualidade, melhoria no ambiente do trabalho, melhora a autoconfiança e o compromisso dos empregados, melhora o conhecimento dos funcionários com as trocas de experiências. Com isso teremos facilidade na implementação do novo sistema que é o TPM. 28 CAPÍTULO 5 TPM – MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL É uma estratégia de gestão do trabalho que visa a máxima eficiência do sistema produtivo por meio da eliminação das perdas e do desenvolvimento do Homem e sua relação com o equipamento. Para que isto seja possível, existe uma metodologia do TPM baseada em oito princípios conhecidos como os oito pilares do TPM, como mostra a Figura 5.1. (http://www.geocities.com/Eureka/Promenade/1783/concei.htm) 5.1 - OS PILARES DO TPM P L A N E J A D A F A S E I N I C I A L T R E I N A M E N T O D A Q U A L I D A D E S E G U R A N Ç A H I G I E N E E M E I O A M B I E N T E A D M I N I S T R A T I V A S Á R E A S M A N U T E N Ç Ã O E D U C A Ç Ã O E G E S T Ã O D A M A N U T E N Ç Ã O I N D I V I D U A L I Z A D A S M E L H O R I A S A U T Ô N O M A MA N U T E N Ç Ã O TPM Figura 5.1- Os pilares do TPM Fonte: TPM Treinamento GMB – 1995 29 5.1.1 - PILAR MELHORIAS INDIVIDUALIZADAS Melhorias individualizadas é o conjunto de atividades que busca obter a eficiência máxima dos equipamentos pela utilização plena de suas respectivas funções e capacidades. O aumento da eficiência dos equipamentos é a conseqüência da eliminação criteriosa das perdas. Além do controle geral das perdas, este pilar é o responsável pelo gerenciamento das modificações que ocorrem pelas propostas de melhorias feitas pelos operadores, manutentores e demais funcionários. A modificação se não for cuidadosamente estudada pode levar a resultados catastróficos. 5.1.2 - PILAR MANUTENÇÃO PLANEJADA A Manutenção Planejada desenvolve os mantenedores de forma que os mesmos possam estabelecer um sistema de manutenção mais efetivo e, juntamente com o pessoal da operação, possam eliminar as perdas relativas às quebras e falhas, retrabalhos de manutenção, falhas de operação, produtos defeituosos e pequenas paradas. As empresas que conduzem a Manutenção Planejada de forma correta conseguem resultados realmente animadores. Podemos garantir que a obtenção da tão esperada quebra zero é uma real possibilidade. 5.1.3 - PILAR CONTROLE INICIAL Identificar todas as melhorias implantadas nos equipamentos / produtos existentes, visando a aquisição de novos equipamentos e/ou projetos com o máximo de eficiência. 5.1.4 - PILAR EDUCAÇÃO E TREINAMENTO O TPM impõe uma mudança cultural muito forte, que gera a necessidade de capacitar as pessoas aos seus novos papéis. O objetivo deste pilar é promover um sistema de desenvolvimento de todas as pessoas, tornando-as aptas para o pleno desempenho de suas atividades e responsabilidades dentro um clima transparente e motivador. 30 Para melhorar o desempenho das pessoas é necessário estimular o desenvolvimento de três aspectos: conhecimento, habilidade e atitude, como mostra a Figura 5.2. Ao detectar um fenômeno E agir prontamente A pessoa é capaz de entender e julgar Percepção 5 sentidos Conhecimento Julgamento Atitude Habilidade Figura 5.2 - Educação e Treinamento. Fonte: (http://www.advanced-eng.com.br) 5.1.5 - PILAR MANUTENÇÃO AUTÔNOMA Neste pilar o objetivo é autocapacitar a operação quanto à limpeza, inspeção e pequenos reparos (lubrificação e reapertos) no equipamento. Sua implantação dá-se em sete etapas sucessivas, passo-passo, proporcionando um aumento gradativo da capacitação dos operadores, habilitando-os a realizar pequenas tarefas de manutenção, a conhecer profundamente seus equipamentos e processos com o autocontrole do setor. O desenvolvimento da manutenção autônoma implica em mudanças nos papéis da operação e da manutenção e conseqüentemente, mudanças nos equipamentos. A mudança de papéis implica na necessidade de um plano de capacitação da operação. A mudança dos equipamentos implica na implementação de um sistema de controle de perda e suporte às melhorias que serão implantadas nos equipamentos. Quebras e defeitos crônicos ocorrem devido a vários fatores, um deles é o fator humano. Os erros de operação e as quebras repetitivas são comuns no dia-a- dia, sendo encarados como ocorrências normais. O conceito de “eu opero, você conserta” tomou conta dos ambientes fabris e o pessoal da operação acredita que as falhas são de total responsabilidade do pessoal da manutenção. Muitas falhas poderiam ser evitadas se os operadores desempenhassem tarefas muito simples 31 como limpeza, reapertos de parafusos, lubrificação e detecção de anomalias. O TPM busca a cooperação mútua entre os diversos setores e, por intermédio da manutenção autônoma, procura reverter esse quadro. 5.1.6 - PILAR MANUTENÇÃO DA QUALIDADE O objetivo deste pilar é atuar na eliminação das perdas relativas à qualidade do equipamento, que estejam afetando diretamente o produto. 5.1.7 - PILAR ADMINISTRAÇÃO E ESCRITÓRIO Neste pilar o objetivo é atuar na eliminação das perdas que tenham suas origens na geração de informações, tendo como objetivo a otimização e eficiência do processo administrativo. 5.1.8 - PILAR DE SEGURANÇA, HIGIENE E MEIO AMBIENTE O objetivo deste pilar é atingir acidente “ZERO”, eliminar e prevenir toda condição que afete a segurança. Higiene e o meio ambiente, preservando a máxima qualidade de vida das pessoas e também garantindo a integridade dos ativos industriais. 5.2. AS 12 ETAPAS PARA A IMPLANTAÇÃO DO TPM Muitos dirigentes afoitos para adoção e implementação do TPM julgam que os cinco Pilares Básicos podem ser viabilizados instantaneamente. Conforme assinalado no quadro subseqüente, as etapas da implantação deverão ser conduzidas de forma concisa. Para tal foram divididas em 12 etapas a serem galgadas, sendo que as de número 1 a 5, catalogadas como de preparação, são de importância capital, pois englobam a educação de todas as pessoas da organização, desde a alta direção até os operários, preparando-os para a implantação e desenvolvimento efetivo do TPM, como mostra a Figura 5.3. As 12 etapas do programa para introdução do TPM são: 32 Fase Etapa Elementos básicos 1-Declaração de alta direção acerca da decisão de adotar o TPM Realização de seminários Internos de apresentação e anúncio no jornal interno 2- Campanha para divulgação treinamento inicial Média e alta gerência: seminários dirigidos e específicos e demais funcionários: programa expositivo 3- Secretaria para implementação do TPM Criação do conselho diretivo e Técnico secretaria 4-Diretriz básica do TPM Objetivo e sua demarcação Previsão dos resultados FA SE P R EP A R A TÓ R IA P A R A IN TR O D U Ç Ã O D O T PM 5-Plano diretor para implementação do TPM Delineamento dos planos de cada etapa, desde a introdução até a consagração INTRODUÇÂO 6-Decolagem do TPM Convite aos fornecedores, as empresas compradoras. 7-melhoria individualizada do rendimento de cada máquina Seleção de equipamentos alvos Estruturação do grupo de trabalho 8-Estruturação da auto manutenção Técnica seqüencial auditoria e confirmação da aprovação 9- Estruturação para planejamento da manutenção Manutenção sistemática Manutenção preliminar Gestão da infra-estrutura, peças de reserva, ferramentas, desenhos técnicos 10-Treinamento operacional, de manutenção e de habilitação Treinamento coletivo dos líderes Treinamento dos membros e criação de elos de comunicação FASE DE ASSENTAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DO TPM 11- Estrutura para controle e gestão dos equipamentos numa fase da operação Projeto MP Gestão do fluxo inicial Custo do ciclo de vida (LCC) CONSOLIDAÇÃO 12- Realização do TPM e seu aperfeiçoamento Candidatura ao prêmio PM Busca de objetivos mais ambiciosos Figura 5.3 – As 12 etapas para implementação do TPM Fonte: Japan Institute of Plant Maintenace 33 5.2.1. PRIMEIRA ETAPA DECLARAÇÃO DA ALTA DIREÇÃO ACERCA DA DECISÃO DE ADOÇÃO DO TPM 5.2.1.1- Objetivo A decisão da alta direção do TPM deverá ser comunicada a todos os funcionários, pois todos deverão psicologicamente
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