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Thaiane Barros – Medicina P2 1 Ciclo Cardíaco Problema: Coração Partido Tutor: Hicla Relator: Laura Coordenador: Thaiane Barros PASSO 5- LISTANDO OS OBJETIVOS: ♡ Conhecer o ciclo, as fases e o funcionamento do ciclo cardíaco - ♡ Compreender os fatores que alteram o ciclo cardíaco* ♡ Conhecer a dinâmica de contração excitação do músculo cardíaco ♡ Explicar o bombeamento cardíaco ♡ Entender o funcionamento da regulação da pressão arterial ♡ Curiosidade: definição e dinâmica: hipóxia, infarto e isquemia* ♡ Explicar causas e consequências do infarto ♡ Explicar fatores de risco relacionado a hipertensão e os parâmetros de diagnóstico no brasil e no mundo PASSO 6- DESCREVENDO OS OBJETIVOS: 1: Ciclo, fases e o funcionamento do ciclo cardíaco: *****O CICLO CARDÍACO: é nada mais que o funcionamento do coração, onde se tem um período que decorre entre o início de um batimento cardíaco até o início do batimento seguinte, esse ciclo funciona desde a parte mecânica até a elétrica, interligados através das células musculares e do marca passo juntamente com as inervações cardíacas. Isso acontece justamente porque o coração exerce e funciona como uma bomba hidráulica, por conta do seu sistema de regulação de abertura e fechamento das válvulas através da diferença de pressão (maior pressão para o de menor pressão). Ai pensando nesse sistema mecânico do ciclo, o coração é um órgão que possui duas bombas e duas circulações que impedem a comunicação direta entre o sangue oxigenado e o desoxigenado. O coração direito (lado direito) é a bomba responsável pela pequena circulação ou circulação pulmonar, e o coração esquerdo (lado esquerdo) é a bomba sistêmica, aórtica ou maior. A primeira circulação possui menor pressão e também menor teor de endocárdio do ventrículo, pois o sangue será levado apenas aos pulmões para a realização da hematose e retornar ao coração com o sangue oxigenado. Por outro lado, a circulação sistêmica possui maior pressão e de endocárdio do ventrículo porque a força deve ser suficiente para enviar o sangue para todo o corpo. 3 ETAPAS: ● SÍSTOLE VENTRICULAR: A sístole primeiramente é a contração da musculatura cardíaca e é nessa contração chamada sístole que o coração faz a ejeção sanguínea, que dura em torno 0,15s. Na sístole ventricular temos o momento em que ambos os ventrículos estão completamente cheios de sangue e começam a sofrer a contração, e para que não haja refluxo de sangue para os átrios, ocorre FECHAMENTO DAS VÁLVULAS MITRAL E TRICÚSPIDE, GERANDO A PRIMEIRA BULHA (B1). Nesse pequeno tempo, a pressão ventricular já foi levemente alterada a ponto de contrair os músculos papilares e as cordas tendíneas das valvas mitral e tricúspide, mas essa alteração ainda não foi grande o suficiente para causar a abertura das valvas semilunares, portanto elas ainda estão fechadas, Esse início de contração (contração sistólica ventricular que ainda não abriu as valvas semilunares) é chamado de contração isovolumétrica porque não teve alteração no nível sanguíneo dentro da câmara. Com a persistência da contração, assim como da pressão, É FINALMENTE ABERTO AS SEMILUNARES, o que permite a passagem de 70% do sangue através da ejeção rápida., dando início a diástole. ● DIÁSTOLE VENTRICULAR: Primeiramente, a Diástole consiste no período de relaxamento da musculatura cardíaca, é por meio desse relaxamento que o coração se enche sangue e dura em torno de 0,30s. No momento inicial da diástole, temos o fechamento das válvulas semi- Thaiane Barros – Medicina P2 2 lunares (aórtica e pulmonar) para evitar o refluxo de sangue para os ventrículos, com isso gerando a SEGUNDA BULHA CARDÍACA – B2 (FECHAMENTO DAS VÁLVULAS SEMI-LUNARES). A lei da inércia é aplicada ao fluxo sanguíneo, mas com outro nome: Efeito Windkessel → onde o acontece, o sangue que é bombeado tende a continuar em movimento. Isto é, o sangue que não entrou diretamente nas artérias (30% restante) será movimentado nessa fase, a ejeção lenta. Durante essa movimentação, os ventrículos vão relaxando e perdendo pressão, e os vasos, agora com sangue, com maior pressão. Contudo, devido a essa diferença de pressão e a posição superior dos vasos, o retorno sanguíneo (pouco) para os ventrículos é comum e também é necessário para o fechamento das valvas semilunares, sendo chamado de relaxamento isovolumétrico. Enquanto isso está acontecendo nos ventrículos, os átrios estão recebendo sangue das veias e aumentando as suas pressões. Na fase final da diástole, com as válvulas mitral e tricúspide ainda abertas, ocorre contração atrial para encher ao máximo os ventrículos, atingindo então a pressão de enchimento ventricular ou pressão diastólica final. ● ENCHIMENTO RÁPIDO VENTRICULAR: Quando as valvas são abertas (mitral e tricúspide), o enchimento dos ventrículos é mais rápido e isso acontece graças às posições de ambas as câmaras, uma superior e outra inferior, permitindo que 80% do sangue passe de uma câmara para a outra sem que haja contração. Já o enchimento lento acontece antes e durante a sístole atrial (enchimento de 20%), que consiste na passagem do sangue oriundo das veias para os ventrículos sem que sejam armazenados nos átrios. Após o fechamento da mitral e tricúspide, a pressão dentro dos ventrículos vence a pressão nos leitos arteriais (aórtico e pulmonar), abrindo as válvulas aórtica e pulmonar, fazendo a ejeção do sangue e iniciando o esvaziamento ventricular. Nesse esvaziamento ventricular, a pressão intracavitária vai caindo gradativamente, até o ponto em que fica menor que a pressão dos vasos (Aorta e A. Pulmonar), causando novamente o fechamento das válvulas semi-lunares, reiniciando o ciclo. Em resumo, temos: Sístole – fechamento das válvulas mitral e tricúspide (B1) e abertura das semi-lunares. Diástole – fechamento das válvulas semi- lunares (B2) e abertura da mitral e tricúspide. 2: FATORES QUE ALTERAM O CICLO CARDÍACO: Alguns fatores fisiológicos podem influenciar diretamente no desempenho e funcionamento do ciclo cardíaco, porém para detalhes mais específicos das fases é necessário exames complementares para sua análise. *****ALGUMAS DAS ALTERAÇÕES SÃO: 1) Bradicardia e taquicardia: Que são alterações na frequência de ciclos cardíacos que ocorrem em numa fração de tempo. Onde a bradicardia é quando a frequência menor que 60 batimentos por minuto, e a taquicardia é uma frequência maior do que 100 bpm. Ambos podem ser fisiológicos (como a bradicardia de repouso em atletas e a taquicardia após levar um susto) ou também podem indicar patologias como hipo/hipertireoidismo ou disfunção do nó sinoatrial. 2) Arritmias: Também são alterações no ritmo do ciclo cardíaco secundárias a um defeito de formação ou de condução elétrica. Quando se realiza um exame pode- se notar uma assincronia entre as bulhas cardíacas e o pulso carotídeo, alterações de intensidade de bulhas, intervalo irregular entre os ciclos, tempo prolongado de uma das fases ou sintomas que denotam alterações de débito cardíaco. 3) Desdobramento de bulhas: Fisiologicamente, uma das valvas se fecha pouco antes de outra (a mitral antes Thaiane Barros – Medicina P2 3 da tricúspide e a aórtica antes da pulmonar), mas com uma diferença tão pequena que é imperceptível à nossa audição. 4) B4: É uma bulha extra, que pode estar presente em casos patológicos, logo antes de B1. É formada pela contração atrial vigorosa, no final da diástole ventricular e está relacionada à hipertrofia atrial ou a obstruçõesà passagem de sangue do átrio para o ventrículo (hipertrofia ventricular, hipertensão). 5) Parada cardiorrespiratória (PCR): Causa uma falha completa na função de bomba do coração. Mas, nem sempre essa parada é resultado de uma cessação completa de movimentos cardíacos, porque na verdade, existem quatro ritmos de PCR, onde em três desses o coração ainda recebe impulsos elétricos. Porém causa uma falha brusca no ciclo cardíaco. 3: Conhecer a dinâmica de contração excitação do músculo cardíaco: ****Dentro da dinâmica cardíaca, de contração e excitação muscular, o ciclo cardíaco inicia-se com a geração espontânea de um potencial de ação no nodo sinoatrial. Esse estímulo acaba se propagando para os átrios (através das junções abertas) e também para o novo atrioventricular por meio das vias internodais. Os átrios logo se contraem, enquanto no nodo atrioventricular acontece um breve atraso na transmissão do estímulo para os ventrículos. Com isso, após essa contração atrial, o estímulo propaga-se do nodo atrioventricular para os ventrículos através do feixe atrioventricular e das fibras de Purkinje, fazendo com que haja a contração ventricular, que é a sístole. Depois da sístole, o coração relaxa e inicia-se o enchimento dos ventrículos com a diástole. No desenvolvimento embrionário, 1% das células musculares cardíacas são transformadas em células auto rítmicas, cuja função é gerar as contrações. Difere dos nervos exatamente por isso, enquanto essas células estimulam os batimentos, os nervos fornecem a frequência desses batimentos. Tais células formam o marca- passo natural e o complexo, que é a via de propagação dos potenciais de ação contínuos por todo o órgão para assegurar o estímulo às câmaras.O conjunto dessas células formam as estruturas elétricas autônomas do coração. Isto é, o coração possui a vontade natural de bater/contrair, mas recebem impulsos elétricos que fornecem a frequência dos batimentos. Dessa forma, todas as estruturas possuem a capacidade de estimular os batimentos e disseminar a informação da frequência, porém apenas o primeiro conjunto celular é o que possui maior eficácia sem que haja prejuízo da capacidade cardíaca, como bradicardia: o nó sinoatrial. 1. Nó sinoatrial: Localizado lateral e inferiormente à veia cava superior conjunto de células energéticas mais fortes; 2. Nó atrioventricular: Por meio das fibras internodais (fibras musculares atriais modificadas), o potencial de ação chega ao nó atrioventricular (AV) no septo interatrial. Todavia, devido às diferenças estruturais das células, causam um atraso na propagação da informação de modo a permitir que haja a contração ventricular com as valvas fechadas. Quando se inicia o relaxamento ventricular, o impulso volta a circular; 3. Feixe de His: O potencial pode passar, unicamente, para os ventrículos visto que o esqueleto fibroso impede a propagação elétrica. Esse fascículo é ramificado no septo interventricular em D e E que direcionam-se para o ápice do coração; 4. Células de Purkinje: Elas possuem um ou dois núcleos centrais e são ricas em Mitocôndrias e glicogênio. Após espalharem-se pelo subendocárdio, os ramos infiltram os ventrículos e passam a Thaiane Barros – Medicina P2 4 se concentrar na região intramiocárdica. Essa atuação é importante por poder conduzir o estímulo para as partes mais internas dos ventrículos, especialmente no ápice do coração por ser o local de início da contração. A geração do impulso acontece nas células do sinoatrial ao serem despolarizadas pelos canais lentos de sódio, mas logo são depolarizadas pelos canais rápidos de cálcio e potássio. A condução do impulso gerado é distribuída pelas junções comunicantes/GAP que abrem os canais lentos de cálcio e os rápidos de Na e K. ♡ FASES de 1-4: ● 0: Íons de Na chegam; ● 1: Aberturados canais de K; ● 2:Estabilização do PA; ● 3: Canais de Ca se fecham; ● 4:Restauração das concentrações. O eletrocardiograma (ECG) revela a passagem das ondas durante a passagem do impulso. No ECG abaixo, o ponto P revela o início da despolarização atrial enquanto T, a depolarização. O complexo QRS é caracterizado pela despolarização do ventrículo. Na onda P, há a estimulação dos dois nós. Na parte ascendente, os átrios estão sendo preenchidos e as válvulas estão fechadas. Já na parte descendente, há a contração atrial, abertura das valvas por atuação do nó AV, e a transmissão do impulso para os ventrículos é feita enquanto os átrios vão relaxando, atingindo seu ápice no final do Q No complexo QRS ocorre a distribuição do sinal elétrico em todos os pontos dos ventrículos. No ponto Q ocorre o enchimento ventricular enquanto a corrente elétrica é enviada para as células de Purkinje, marcado pela parte ascendente do R. Na descendente, ocorre a contração ventricular por todas as paredes. A ejeção sanguínea é característica do pico S. Por fim, o relaxamento ventricular está entre S e T, sendo esse a passagem do sangue pelas semilunares. ****FASES DO CICLO CARDÍACO (GUYTON, ET AL 2006) 1. BOMBA DE ESCOVA (PRIMER PUMP) OU ENCHIMENTO VENTRICULAR LENTO (DIÁSTASE) Geralmente, cerca de 80% do sangue que está no átrio escoa diretamente para o ventrículo sem o auxílio da contração, ficando apenas 20% com ela para terminar de encher os ventrículos. Thaiane Barros – Medicina P2 5 2. ENCHIMENTO VENTRICULAR RÁPIDO O sangue vai se acumulando nos átrios durante a sístole ventricular. Quando termina essa fase e o ventrículo volta para a fase de diástole, que é o relaxamento, o volume sanguíneo que ficou nos átrios exerce pressão nas valvas atrioventriculares (direita: tricúspide; esquerda: mitral ou bicúspide) e, então, passa rapidamente para os ventrículos. Isso ocorre no primeiro momento da diástole. No segundo momento, pouco sangue escoa diretamente para os ventrículos, e o sangue vindo das veias continua a chegar nos átrios. Esses dois momentos correspondem aos 80% do enchimento ventricular. E, por último, no momento final da diástole ventricular, ocorre a sístole atrial (contração do átrio) para terminar de encher o ventrículo, essa parte se refere aos 20% do enchimento dos ventrículos. 3. CONTRAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA OU ISOMÉTRICA Logo após o início da contração ventricular, ocorre o aumento da pressão ventricular e as valvas atrioventriculares se fecham. Então, o ventrículo começa a se contrair, mas o sangue ainda não é ejetado, pois, para que isso ocorra, é preciso até 0,03 segundos a mais para que tenha a pressão necessária para que as valvas semilunares (direita: pulmonar; esquerda: aórtica) se abram e o sangue seja ejetado de encontro à pressão nas artérias correspondentes, pulmonar ou aorta. 4. EJEÇÃO RÁPIDA As valvas semilunares abrem quando a pressão no interior do ventrículo direito está por volta dos 8mmHg e do ventrículo esquerdo aos 80mmHg; logo o sangue é ejetado para as respectivas artérias. No primeiro momento da ejeção, 70% do sangue é expelido, esse período é chamado de ejeção rápida. 5. EJEÇÃO LENTA Como 70% do sangue já foi ejetado, agora restam os 30%, que serão lançados no segundo e terceiro momento, logo após o período de ejeção rápida. Destes, 30% correspondem ao período de ejeção lenta. 6. RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO (ISOMÉTRICO) Quando acaba o período de contração dos ventrículos, o relaxamento deles começa a ocorrer, e as pressões em seu interior começam a diminuir. As valvas semilunares se fecham quando as artérias começam a empurrar o sangue de volta para os ventrículos. Neste momento, o ventrículo continua a relaxar,mas o volume não altera, sendo o período de relaxamento isovolumétrico. Depois disso, as pressões dos ventrículos diminuem e voltam ao momento de diástole. Assim, as valvas atrioventriculares se abrem dando início a um novo ciclo. ● MECANISMO DE FRANK-STARLING: Todo sangue que chegar ao coração será ejetado totalmente desde que seja dentro dos limites fisiológicos. Associa-se ao funcionamento de uma mola, se esticar demais haverá consequências; O mecanismo de Frank-Starling é uma importante resposta fisiológica de curto prazo, baseada na relação comprimento-tensão do músculo cardíaco. Esta relação atua sobre a força de contração muscular, permitindo que o miocárdio saudável seja capaz de bombear qualquer quantidade de sangue que chegue ao coração, sendo necessário, para seu funcionamento: que a contração das células cardíacas seja forte, ocorrendo em intervalos regulares e sincronizados; que as valvas se abram completamente e não regurgitem o sangue; e que o ventrículo se encha corretamente durante a diástole. Enchimento do ventrículo é o gatilho para todo o processo de aumento da força de contração cardíaca. Primeiro, por causa da tensão passiva do músculo cardíaco, depois, pela maior entrada de cálcio nas células musculares devido ao aumento da sensibilidade ao íon Ca++. Por fim, ainda eleva a possibilidade de interações entre actina e miosina no espaço interfibrilar, reduzido pelo estiramento. Com isso, o coração não precisa de um controle nervoso nem hormonal constante para bombear o sangue. Todo esse processo fisiológico do mecanismo de Frank-Starling resulta na ampliação do volume sistólico em resposta ao aumento do volume diastólico final. Conceitos importantes • Volume diastólico final (VDF): É denominado através do enchimento dos Thaiane Barros – Medicina P2 6 ventrículos durante seu relaxamento, a diástole, e atinge por volta dos 110 ou 120ml. • Volume sistólico final (VSF): É a quantidade de sangue que resta ao final da ejeção, por volta dos 40 a 60ml. • Fração de ejeção (FE): É a fração do volume sanguíneo expelido do volume diastólico final. É por volta dos 60%. Fórmula: FE = VDF – VSF É responsável por calcular a eficiência do coração • Débito sistólico (volume sistólico ou VS): Quando os ventrículos esvaziam durante a contração, que é a sístole, o volume diminui por volta dos 70ml. • Frequência Cardíaca (FC): É o número de batimentos cardíacos que ocorre dentro de 1 minuto. • Débito Cardíaco (DC): Caracterizado pelo volume sanguíneo bombeado pelo coração em 1 minuto. DC = FC x VS. • Pré-carga: É a pressão que o sangue faz no ventrículo quando está cheio antes da contração, ou seja, antes da sístole. Quanto maior ou menor a tensão, maior ou menor é a pré-carga. Energia potencial elástica usada, a partir da contração muscular, para impulsionar o sangue • Pós-Carga: É a resistência enfrentada durante a ejeção do ventrículo; o sangue enfrenta dificuldades de seguir no momento em que ele é expelido para as respectivas artérias. 4: Explicar o bombeamento cardíaco: ****♡ BOMBEAMENTO: Quando a pessoa se encontra em repouso, o coração bombeia apenas 4 a 6 litros de sangue por minuto. Durante o exercício intenso, pode ser necessário que esse coração bombeie de 4 a 7 vezes essa quantidade. Os meios básicos de regulação do volume bombeado são (1°) regulação cardíaca intrínseca, em resposta às variações no aporte do volume sanguíneo em direção ao coração; e (2°) controle da frequência cardíaca e da força de bombeamento pelo sistema nervoso autonômico. Ou seja, O coração bombeia sangue para os pulmões e para todas as partes do corpo por uma sequência de contrações altamente organizadas de suas quatro câmaras. Para o coração funcionar corretamente, as quatro câmaras devem bater de uma maneira organizada. Este batimento é coordenado por impulsos elétricos. Uma câmara do coração contrai quando um impulso elétrico ou sinal move-se através dela. Este sinal começa num pequeno feixe de células altamente especializadas localizadas no átrio direito - o nodo sino-atrial (nodo SA). O impulso elétrico que aí surge dirige-se aos átrios, determinando a sua contração e também se dirige a outro grupo de células, o nodo átrio-ventricular (nodo AV), onde um segundo impulso é levado aos ventrículos, por um feixe de fibras - o feixe de Hiss- , provocando então as contrações. Reações emocionais e fatores hormonais podem afetar a velocidade de disparo. Da mesma forma, quando corremos, o coração bombeia mais rapidamente. Quando dormimos, ele bombeia mais lentamente. ♡ A REGULAÇÃO é realidade de modo externo ao coração (extrínseco) e interno a ele (intrínseco), ou seja, gerado por ele mesmo. A forma extrínseca é a atuação direta do SNA, especificamente o SN parassimpático e simpático com a liberação antagônica de 3 efeitos (totalizando 6 efeitos). ● PARASSIMPÁTICO: - Efeito cronotrópico: Atua na redução da frequência do coração; - Efeito inotrópico: Reduz a força contrátil das fibras cardíacas. -Efeito dromotrópico negativo: Não atua especificamente no órgão cardíaco, mas sim nos nervos que levam as informações a ele. A função desse efeito é reduzir a velocidade de condução elétrica (PA) até o coração. Thaiane Barros – Medicina P2 7 ● Simpático: - Efeito cronotrópico: Aumenta a frequência cardíaca; - Efeito inotrópico: Aumenta a força contrátil das fibras cardíacas; - Efeito dromotrópico positivo: Aumenta a propagação do impulso elétrico até o coração. Já o intrínseco são: o sistema de condução elétrico do coração, o mecanismo de Frank-Starling e o Polipeptídeo natriurético atrial (PNA), atua na alteração da volemia ao vaso dilatar os vasos, devido ao aumento de sangue chegando aos átrios, e ao estimular a eliminação de sódio e, consequentemente, água pelos rins. ***5: Funcionamento da regulação da pressão arterial: A pressão arterial é regulada pelo conjunto de alguns mecanismos que são o barorreflexo, os reflexos cardiopulmonares, o quimiorreflexo e o reflexo renorrenal. O controle hormonal abrange, principalmente, o sistema renina- angiotensina. Mas em geral A pressão arterial média é regulada principalmente pelo: – Reflexo Barorreceptor (neuromediado): tenta restaurar a Pressão arterial para seu valor prefixado em questão de segundos. – Sistema Renina-angiotensina-aldosterona: regula a Pressão arterial mais lentamente, agindo principalmente sobre o volume sanguíneo. O centro de controle cardiovascular bulbar localiza-se no bulbo e possui a função de manter o fluxo sanguíneo adequado para o cérebro e para o coração por meio de vários receptores sensoriais periféricos que levam a informação: os barorreceptores aórticos e carotídeos. Os aórticos controlam a pressão arterial corporal e os carotídeos, a pressão cerebral. Os barorreceptores estão localizados nas paredes desses vasos e são sensíveis ao estiramento dos vasos, o que leva ao reflexo barorreceptor (barorreflexo)- quando a pressão é aumentada, os baros aumentam a frequência de disparos do receptor e vice-versa. Quando estamos deitados por muito tempo, o sangue está distribuído uniformemente, e ao levantarmos, o sangue é acumulado nas partes periféricas a ponto de reduzir o débito cardíaco ( 5L/min para 3L/min) e, consequentemente, a pressão. Esse desnível especial na pressão é chamado de hipotensão ortostática. Para reverter o quadro, o reflexo barorreceptor dispara menos sinais a fim de estimular o centro de controle de modo a aumentar a atuação do simpático ereduzir o parassimpático. Com o aumento do simpático, há o aumento da frequência e da força contrátil, e contração de veias e arteríolas para que tenha mais sangue nas artérias, além do auxílio dos músculos abdominais que enviam mais sangue venoso para o coração com a mudança de posição. REFLEXO BARORRECEPTOR Os barorreceptores são sensores de pressão, localizados nas paredes do seio carotídeo e do arco aórtico. Eles transmitem informações sobre a pressão arterial aos centros vasomotores cardiovasculares no tronco encefálico. Os barorreceptores do seio carotídeo são reativos aos aumentos ou diminuições da pressão arterial, enquanto os barorreceptores do arco aórtico são principalmente sensíveis aos aumentos da pressão arterial. Eles funcionam como mecanorreceptores, que percebem a variação da pressão arterial por meio do estiramento. O aumento da pressão arterial causa aumento do estiramento dos barorreceptores e também um aumento da frequência de disparo dos nervos aferentes. O contrário disso acontece com a redução Thaiane Barros – Medicina P2 8 da pressão arterial. O ESTÍMULO MAIS FORTE PARA O BARORRECEPTOR É A MUDANÇA RÁPIDA NA PRESSÃO ARTERIAL. Dessa forma, por meio do reflexo barorreceptor, o nosso corpo consegue atuar nas variações agudas da pressão arterial. SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA: O Rim produz um hormônio chamado renina, e é o rim quem filtra o sangue por pressão. Quando a pressão está baixa, o rim produz a renina que ativa a angiotensina, que por sua vez promove uma vaso constrição que aumenta a pressão arterial e estimula as suprarrenais a liberarem a aldosterona, que faz o indivíduo reter sal e agua, o que também consequentemente aumenta a pressão. Esse sistema renina-angiotensina- aldosterona trata-se de uma série de reações concebidas para ajudar a regular a pressão arterial. ETAPAS RA REGULAÇÃO RENINA- ANGIOTENSINA: 1. quando a pressão arterial cai (no caso da pressão sistólica, para 100 mm Hg ou menos), os rins liberam a enzima renina na corrente sanguínea. 2. A renina se divide o angiotensinogênio, uma grande proteína que circula na corrente sanguínea, em partes. Uma parte é a angiotensina I. 3. A angiotensina I, que se mantém relativamente inativa, é dividida em partes pela enzima de conversão da angiotensina (ECA). Uma parte é a angiotensina II, um hormônio que é muito ativo. 4. A angiotensina II faz com que as paredes musculares das pequenas artérias (arteríolas) se contraiam, aumentando a pressão arterial. A angiotensina II também provoca a liberação do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais e da vasopressina (hormônio antidiurético) pela hipófise. 5. A aldosterona e a vasopressina fazem com que os rins retenham sódio (sal). A aldosterona também faz com que os rins excretem potássio. O aumento de sódio faz com que a água seja retida, aumentando, assim, o volume de sangue e a pressão arterial. 6: HIPÓXIA, INFARTO E ISQUEMIA: ♡ HIPÓXIA: quando a quantidade de oxigênio transportada para os tecidos do corpo é insuficiente ♡ INFARTO: É a morte das células de uma região do músculo do coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa. ♡ ISQUEMIA: Isquemia cardíaca, ou angina se dá quando o fluxo de sangue que deveria ir para o coração é reduzido e, consequentemente, o oxigênio não chega no órgão em quantidade suficiente. ***7: Causas e consequências do infarto: ♡ CONCEITO: O infarto agudo do miocárdio e a angina instável são considerados síndromes coronarianas agudas por resultarem da obstrução de alguma artéria coronária. O infarto do miocárdio é definido como necrose miocárdica em uma condição clínica consistente com isquemia miocárdica, redução do fluxo sanguíneo (consequentemente há redução de O2 e nutrientes). O infarto pode ocorrer em diversas partes do coração, dependendo de qual artéria foi obstruída. ♡ FUNCIONAMENTO DO IAM: o coração, assim como os demais órgãos do corpo, precisa de sangue arterial, rico em oxigênio, para funcionar normalmente. A interrupção do fornecimento de sangue acontece quando há obstrução em uma das artérias que nutre os músculos cardíacos, ocorrendo assim o infarto. Thaiane Barros – Medicina P2 9 Em casos raros o infarto pode acontecer por contração da artéria, interrompendo o fluxo de sangue ou por desprendimento de um coágulo originado dentro do coração e que se aloja no interior dos vasos. OBS: O IAM também costuma ser mais comum em homens ou em mulheres que estão na pós-menopausa. No entanto, o número de infarto fulminante em jovens e adultos com menos de 40 anos tem crescido e chamado a atenção. Um dos motivos pelo qual isso acontece é porque nessa fase da vida o corpo ainda não formou a chamada “circulação colateral”, que é uma proteção extra graças ao surgimento de pequenos vasos sanguíneos que suprem a falta de irrigação no órgão quando há o entupimento das artérias. ♡ TIPOS DE INFARTOS: 1. Tipo 1: IAM espontâneo causado por isquemia devido a um evento coronário primário (p. ex., ruptura, erosão ou fissuras na placa; dissecção coronária); 2. Tipo 2: isquemia (insuficiência) devido a aumento da demanda de oxigênio (p. ex.,hipertensão), ou diminuição do fornecimento (p. ex., espasmo ou embolia arterial coronariana, arritmia, hipotensão); 3. Tipo 3: relacionado com a morte cardíaca inesperada e súbita (infarto fulminante); 4. Tipo 4a: é o que ocorre após uma angioplastia (reparo arterial com uso de cateter balão, para aumentar o fluxo de sangue para o coração). Tanto pode ocorrer como consequência imediata do procedimento (IAM tipo 4a) 4. Tipo 4b: associado com trombose do stent documentada; 4. Tipo 4c: ligado à reestenose intrastent. 5. Tipo 5: é o que ocorre após uma cirurgia de revascularização do miocárdio (sinais e sintomas de infarto do miocárdio com valores cTn > 10 × 99º percentil do LSR). *****♡ CAUSAS/FATORES DE RISCO: ● Hipertensão arterial sistêmica (HAS): a pressão alta agride a parede das artérias e pode dilatar o coração, fazendo com que ele tenha que trabalhar mais. A hipertensão pode ser causada por fatores genéticos e também por consumo excessivo de sódio presente no sal de cozinha e nos alimentos industrializados; ● Dislipidemia (colesterol alto/ excesso: Isso porque em dietas desbalanceadas e ricas em carboidratos e lipídios, a gordura trans diminui o HDL, elevando o LDL se elevar, e o excesso desses açúcares levam ao acúmulo de gordura abdominal, levando ao comprometimento do funcionamento de muitos órgãos.); ● Aterosclerose ● Diabetes mellitus (DM); ● Drogas ilícitas: substâncias como a cocaína podem provocar infartos, inclusive em jovens, já que geram aumento da pressão e enrijecimento das artérias. ● Sobrepeso e obesidade (a obesidade contribui para que o coração tenha que se esforçar mais para funcionar. Além de elevar o risco de outras condições associadas à doença coronariana, o tecido adiposo contribui para a produção de substâncias inflamatórias); ● Ingestão de bebida alcóolica ≥ 3x por semana; ● Sedentarismo (a prática de exercícios permite que o coração trabalhe com menor esforço, reduzindo o risco de hipertensão, obesidade, colesterol alto, estresse e hiperglicemia, todos fatores de risco cardiovascular); ● Tabagismo (as substâncias tóxicas contidas no tabaco agravam a aterosclerose, fazem as artérias se contraírem e endurecerem, além de exigir maior esforço do coração); ● Histórico familiar; ● Estresse (a descarga de adrenalina resultante de uma situação de estresse agudo pode fazer asartérias se contraírem, o que prejudica o coração e pode levar ao infarto). ● Anticoncepcional: associado a outros fatores de risco, como o tabagismo, pode aumentar consideravelmente o risco de infarto e trombose. Os diabéticos têm duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto. *****♡ CONSEQUÊNCIAS DO IAM: -arritmias cardíacas: Algumas destas arritmias são bastante graves e podem ser fatais já no início do infarto e são elas que costumam matar o paciente subitamente após a ocorrência do infarto. Thaiane Barros – Medicina P2 1 0 -Alterações nas válvulas do coração/Insuficiência Mitral: Um infarto mais grave pode provocar um distúrbio no funcionamento da valva mitral e provocar séria insuficiência mitral, mas neste caso, seria uma insuficiência mitral moderada ou importante. - Morte súbita= fulminante: tanto o caso de uma pessoa que morre no momento em que o infarto acontece quanto o daquela que morre até 24 horas depois são considerados mortes súbitas. 8: Fatores de risco relacionado a hipertensão e os parâmetros de diagnóstico no brasil e no mundo: -Fatores: : idade, sexo, antecedentes familiares, raça, obesidade, estresse, vida sedentária, álcool, tabaco, anticoncepcionais, alimentação rica em sódio e gorduras. Os fatores socioeconômicos também podem estar associados ao controle dos níveis pressóricos e podem ser entendidos como nível de escolaridade e renda. Por incrível que isso pareça, o nível de escolaridade é inversamente proporcional à hipertensão, ou seja, quanto maior o grau de instrução, menores os índices de hipertensão. -Diagnóstico: Após a realização de um eletrocardiograma, pode fazer um monitoramento para acompanhar a frequência cardíaca do paciente a fim de confirmar uma hipertensão. Para essa confirmação, alguns exames são indicados para o fechamento do diagnóstico e também para conduzir o paciente com a melhor estratégia terapêutica: ●Tomografia cardíaca computadorizada: teste de imagem indolor que usa raios-X para obter imagens detalhadas do coração e seus vasos sanguíneos. Os computadores são capazes de combinar essas imagens para criar um modelo tridimensional do coração e detectar ou avaliar doenças coronárias, acúmulo de cálcio nas artérias, problemas com a aorta, com a função cardíaca ou outras alterações que podem estar relacionadas ao aumento da pressão arterial. ●Ultrassom das carótidas: Avalia o interior das artérias carótidas, que transportam oxigênio ao cérebro e mostram os níveis de fluxo sanguíneo arterial. ● Proteína C reativa: A proteína C-reativa é encontrada no sangue quando existe alguma inflamação no corpo, o que pode contribuir para a elevação da pressão arterial, causando alterações nas células que revestem as paredes dos vasos sanguíneos. ● Dosagem de lipoproteína (a): A lipoproteína (a) é similar ao colesterol LDL, conhecido por ser o colesterol (bom ou ruim) e também pode causar o entupimento das artérias, quando encontrada em níveis maiores do que 30 mg/dl, sendo, portanto, um fator de risco importante para doenças cardiovasculares. ● MAPA: A monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) é um exame que mede a pressão a cada 20 minutos, durante 24 horas, e permite analisá-la não somente durante a vigília e o sono, mas também durante possíveis sintomas como tontura, dor no peito e desmaio. ● Holter: Teste que registra sua frequência cardíaca, enquanto você realiza suas atividades normais do dia a dia, usado principalmente para o diagnóstico da arritmia cardíaca.
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