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Aula 7 - Traumatismo dentoalveolares na dentição decídua

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TRAUMATISMOS DENTOALVEOLARES NA DENTIÇÃO DECÍDUA
- Professora Lívia -
Aula 7 - 04 de abril de 2018
- Nasce, cresce, e morre (esfolia), é um tecido com uma evolução do jovem ao envelhecido em pouco tempo, tendo características diferentes dos permanentes.
- O que é um traumatismo dentário? Uma injúria nos tecidos de suporte ou fratura no elemento, sendo um traumatismo dentoalveolar.
- O correto atendimento é a chave para o sucesso. Condutas incorretas no atendimento de emergência podem levar a perda do dente.
Exame dos pacientes com lesões traumáticas
- Exame neurológico
- Exame externo
- Exame de tecidos moles (intra oral)
- Exame de tecidos duros (mobilidade anormal, deslocamento dentário e sensibilidade à percussão)
- Exame radiográfico (Fraturas radiculares,fraturas subgengivais da coroa, luxação do dente, fraturas ósseas e corpos estranhos)		
Crianças e Adolescentes	 
- Analisar bem a condição e explicar bem o que vai acontecer	
- Grupo mais vulnerável aos agravos determinados pelas doenças de etiologia comportamental
- Plano de tratamento é o mais complexo em função das constantes alterações dentofaciais associadas ao crescimento	
- Reconstrução definitiva ou a substituição protética só se é possível, muitas vezes, depois de anos da restauração provisória	
Traumas em Dentes Decíduos	
- Existe a falta de interesse do tratamento	
Importante :	
- Habilidade psicológica no trato com pais/pacientes	
- Conhecimentos técnicos e teóricos exigidos por estas situações de emergência	
- Segurança do cirurgião dentista	
“O dente decíduo tem uma intima relação com o germe do permanente, em trauma pode causar a parada da formação do elemento, pode levar uma sequela que não tem volta no permanente.”
REAÇÕES PULPARES DO DENTE DECÍDUO DEVIDO A UM TRAUMA:	 
- Hiperemia pulpar: fica avermelhado , transitório, esperar um pouco para voltar ao normal	
- Alterações de cor da polpa: fica acizentado, tem que somente acompanhar 	
- Hemorragia: fica avermelhado	
- Obliteração pulpar: por reação pulpar, há deposição de dentina gradual até fechar o canal, ficando mais escuro. Acompanhar caso não tenha lesão associada, caso tenha, indicar extração.
- Reabsorção radicular interna: estágio inicial. Acompanhar, fazer teste de vitalidade, seguir para uma endo caso necessário, se for grande, indicar extração.	
- Reabsorção radicular externa: estágio inicial. Acompanhar, fazer teste de vitalidade, seguir para uma endo caso necessário, se for grande indicar extração	
- Reabsorção substitutiva ou anquilose	
- Necrose pulpar: dente já apresenta fístula, e esse é o caso mais avançado que pode se encontrar.		
As sequelas poderão não ter mais volta, pode levar um trauma nele mesmo levando a alterações pulpares, como hiperemia pulpar, alterações de cor de coroa, hemorragia pulpar, obliteração pulpar, reabsorção radicular interna e externa, reação substitutiva e necrose pulpar, como também pode causar sequela no permanente
SEQUELAS NA DENTIÇÃO PERMANENTE	
- Danos na porção coronária: hipocalcificação do esmalte, defeitos de desenvolvimento do esmalte (opacidade e hipoplasia), e dilaceração coronária, esses são os piores danos	
- Danos na porção radicular: dilaceração radicular, duplicação radicular e suspensão da rizogenese	
- Danos ao germe dentário: distúrbio de erupção, malformações semelhantes ao odontomas e sequestro do germe dentário	
EPIDEMIOLOGIA
- Os aspectos epidemiológicos estão entre os principais problemas	
- Prevalência: de 1 a 3 anos	
- O dente mais acometido é o incisivo central superior	
- O tipo de trauma frequente é a luxação, o impacto do trauma se dissipa por isso que não fratura o dente, o dente decíduo é mais poroso e possui muitas lojas óssea. Já no permanente, o trauma mais comum é a fratura, ele não dissipa força por isso que fratura, o osso todo compacto e o trauma se concentra todo no dente.	
- Gênero: igualdade nos sexos	
FATORES PREDISPONENTES	
- Fatores anatômicos: sobressaliência acentuada, mordida aberta, lábio superior curto ou hipotônico, mordida cruzada anterior (nesse caso o trauma será pior por ter o dente mais projetado)	
- Fatores de saúde local: respirador bucal e obesidade	
- Fatores relacionado as estruturas dentárias: traumatismos prévios, restaurações externas, lesões cariosas, e tratamentos endodônticos 	
- Fatores socioeconômicos: numero de pessoas no domicilio, renda familiar, situação vulnerabilidade social e nível de escolaridade dos cuidadores	
PREVENÇÃO
- Educação em saúde: famílias, pediatras, cirurgiões dentistas e educadores	
- Intervenção na estrutura física: móveis protegidos e arredondados 	
- Equipamentos de segurança: carpete, cotoveleira, cadeira no carro	
PROTETOR BUCAL	
- Deve usar o protetor bucal	
- Não usam o protetor bucal por falta de informação	
Sugestões para o uso do protetor:	
- Evite protetores bucais tipo bowlandbite, faça um personalizado	
- Garanta que as crianças usem o protetor durante o jogo. Pode ajudar com uma conversa e o treinador incentivando	
- Atualizar o protetor bucal a cada 12 ou 18 meses (ou até menos) para garantir que ele se encaixe
- Visita regular ao dentista para fazer o desgaste	
- Manter o protetor bucal higienizado e evitar o calor	
- Quando não estiver em uso guardar em local adequado 	
DIAGNÓSTICO
1) Anamnese: saúde geral, irritabilidade, vômito, dor de cabeça, desmaio, quando, onde e como, o que já foi feito, traumas anteriores, hábitos deletérios.	
Sempre tentar remover o hábito, fazer alimentação líquida e pastosa para que a criança tenha uma boa regeneração			
2) Exame Clinico: Exame extraoral	 e Exame intraoral	
3) Exames Complementares	
- Exame radiográfico: é o mais importante exame na pediatria na radiografia pode ser visto o deslocamento ,avaliação de tecido mole , rizolise, trauma no interior e fratura radicular.	
Tomada periapical: filme periapical na oclusal
Tomada lateral: quando a raiz se movimenta, película periapical ou oclusal e coloca na lateral para ver o germe do permanente
Panorâmica: fraturas ósseas, côndilo
Método do paralelismo com o posicionador radiográfico
Lateral de nariz: em casos de luxação lateral e intrusiva de dentes, pegar uma película periapical de adulto e colocar paralelo ao rosto da pessoa, podendo ver a relação do germe do decíduo com o permanente.	
- Exames de testes de vitalidade: tomar cuidado para não descontrolar o comportamento da criança; percussão quando o dente intrui ao bater faz-se um som metálico, mobilidade esfoliação e cuidado com o suporte. Os testes de vitalidade são mais difíceis de obter uma resposta positiva de uma criança, pois ela não tem muita noção de uma resposta concreta.
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES TRAUMÁTICAS	 
Podem ocorrer em: dentes, periodonto, ossos e tecidos moles.	
- Lesões em tecidos dentários: trinca de esmalte, fratura de esmalte, fratura de esmalte e dentina (com e sem exposição pulpar), fratura coronorradicular (com e sem exposição pulpar), fratura radicular	
- Lesões aos tecidos moles: contusão, abrasão e laceração	
- Lesões em tecido de sustentação: concussão, subluxação, luxação lateral, luxação intrusiva, luxação extrusiva e avulsão	
- Lesões ao tecido ósseo: comunicação da cavidade alveolar, fratura da parede alveolar, fratura do processo alveolar e fratura maxilar	
Intervenção	
Protocolo da Guidiline 2012 Dental Traumatology	
traumatismo dento alveolar em decíduos e permanentes	
TRAUMATISMO EM TECIDOS MOLES	
ABRASÃO:
- Aspecto de ralado	
- Escoriação ou remoção circunscrita de uma camada superficial interna da mucosa provocada por grande agressão tecidual	
- Tratamento: limpeza do local, protetor labial/solar e acompanhamento	
LACERAÇÃO
- Corte no tecido em que se verifica solução de continuidade 	
- O tecido difusionou e precisa ser reposicionado	
- Tratamento: limpeza e sutura quando necessário, orientações de higienização e compressa de gelo, e avaliar a necessidade de prescrição de medicamentos	
CONTUSÃO
- Injuria mecânica geralmente causado por impacto e hemorragia e edema, ou hemorragia ou edema, pele e mucosa não ulcerada,não tem solução de continuidade.	
- Tratamento: compressa de gelo e acompanhamento	
TRAUMATISMOS ÓSSEOS 	
- Pouca incidência ou ocorrência em criança	
- Comunicação da cavidade alveolar: esmagamento e compressão da cavidade alveolar	
- Fratura do Processo Alveolar mandibular ou maxilar: fratura do processo alveolar que pode ou não pode envolver a cavidade alveolar, vários dentes.	
- Fratura de Maxilar ou Mandibula: fratura envolvendo a base da mandibular ou maxila e muitas vezes o processo alveolar (fratura de mandíbula), sendo horizontal	
- Fratura da Parede Alveolar mandibular ou maxilar: fratura limitada a tomada de parede facial ou bucal, e apenas um dente 	
Tratamento:
- Fratura Parede ou Processo Alveolar: Anestesia local, reposicionar o dente e splint (contenão rígida), estabilização por 4 semanas, monitoramento do traço da fratura. 
- Fratura grave com grande deslocamento ósseo: exodontia dos dentes decíduos
- Proservação: 1 semana acompanhamento clinico, 3-4 semanas splintagem, radiográfica e acompanhamento clinico, 6-8 semanas acompanhamento clinico e radiográfico e 1 ano acompanhamento clinico e radiográfico	
TRAUMATISMO DENTO ALVEOLAR	
Dente e tecido de suporte	
TRINCA DE ESMALTE	
- Sem perda de estrutura dentária	
- Tratamento: desgastes das bordas cortantes acentuadas, restauração com CIV (provisório), colagem de fragmento e restauração com resina	
FRATURA DE ESMALTE	
- Perda de estrutura dentária limitada ao esmalte	
- Tratamento: desgastes das bordas cortantes acentuadas, restauração com CIV (provisório), colagem de fragmento e restauração com resina	
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA SEM EXPOSIÇÃO PULPAR	
- Perda de estrutura dentária limitada ao esmalte e dentina sem exposição pulpar
- Tratamento: desgastes das bordas cortantes acentuadas, restauração com CIV (provisório), colagem de fragmento e restauração com resina	
- Proservação: 3-4 semanas acompanhamento clinico	
FRATURA DE ESMALTE E DENITNA COM EXPOSIÇÃO PULPAR	
- Perda de estrutura dentária limitada ao esmalte e dentina com exposição pulpar	
- Tratamento: 
Rizogênese incompleta - Polpa viva: Fazer capeamento pulpar direto com hidróxido de cálcio ou pulpotomia apicogênese tratamento endodôntico.
 - Polpa necrosada: Pulpectomia apicificação tratamento endodôntico
Rizogênese completa - Polpa viva: Capeamento direto ou tratamento endodôntico
 - Polpa necrosada: Tratamento endodôntico 
 Se não for possível, fazer a exodontia (maturidade e habilidade de cooperar)	
- Proservação: 1 semana acompanhamento clincio, 6-8 semanas radiografia mais o acompanhamento clinico, 1 ano acompanhamento clinico e radiográfico
“O grau de reações encontradas sugere que a força de impacto que resultou na fratura coronária, embora tenha dissipado no momento da fratura, pode reverberar no periodonto de sustentação e pode gerar não apenas ligeiras alterações histológicas um rápido restabelecimento dos tecidos, mas também uma condição inflamatória intensa que requer um período de tempo superior a 7 dias”	
FRATURA CORONORRADICULAR SEM EXPOSIÇÃO PULPAR	
- Fratura no sentindodo longo eixo do dente, com solução de continuidade que vai do esmalte, dentina e cemento sem expor a polpa	
- Tratamento: Tratamento endodôntico, se necessário, e restauração com resina ou confecção de coroa
- Proservação: 1 semana acompanhamento clinico, 6-8 semanas radiografia mais o acompanhamento clinico e 1 ano acompanhamento clinico e radiográfico	
FRATURA CORONORRADICULAR COM EXPOSIÇÃO PULPAR	
- Fratura no sentindo V do longo eixo do dente, com solução de continuidade que vai do esmalte, dentina e cemento com exposição da polpa	
- Tratamento: Tratamento endodôntico e restauração com resina ou confecção de coroa
- Proservação: 1 semana acompanhamento clinico, 6-8 semanas radiografia mais o acompanhamento clinico e 1 ano acompanhamento clinico e radiográfico
FRATURA RADICULAR	
- Terço cervical, médio ou apical.	
- Tratamento: Redução e imobilização rígida por 3 meses
 - Necrose da porção coronária: Tratamento endodôntico até a linha de fratura
 - Necrose também da porção apical (rara): Tratamento endodôntico da porção coronária e remoção cirúrgica da porção apical
- Proservação sem deslocamento: 1 semana acompanhamento clinico, 6-8 semanas acompanhamento clinico e radiográfico e 1 ano radiográfica mais acompanhamento clinico; exodontia: 1 ano acompanhamento clinico e radiografico	
TRAUMATISMO EM TECIDOS DE SUSTENTAÇÃO	
CONCUSSÃO 
- Traumatismo de pequena intensidade sobre os tecidos de sustentação, sem determinar mudança de posição ou mobilidade, é mais brando dos traumatismo. Sensibilidade a percussão.
- Tratamento: observação clinica e radiográfica, no primeiro dia radiografar e avaliar, a comida deve ser liquida ou pastosa e remover os hábitos. Ajuste oclusal.
- Proservação: 1, 3, 6 e 12 meses	
SUBLUXAÇÃO
- Traumatismo de intensidade baixa a moderada nos tecidos de sustentação que determina mobilidade dentária e sem mudança de posição, normalmente exibe pequeno sangramento no sulco gengival. Sensibilidade a percussão.	
- Tratamento: orientações e observação clinica e radiográfica, no primeiro dia radiografar e avaliar, a comida deve ser liquida ou pastosa e remover os hábitos. Ajuste oclusal. Pode ser necessário contenção	
- Proservação: 1, 3, 6 e 12 meses	
LUXAÇÃO LATERAL	
- Rompimento do ligamento periodontal, rompimento do feixe vásculo-nervoso, compressão do ligamento periodontal e pode ocorrer fratura de tábua óssea.	
- Deslocamento do dente para a palatina, vestibular, mesial e distal, que pode gerar lesão de fratura óssea	
- Tratamento: Reposicionamento do dente; Imobilização semi-rígida 7 a 14 dias; se houver fratura da tábua óssea, imobilização rígida por 30 dias; controle radiográfico e teste de sensibilidade; havendo comprometimento pulpar, terapia com hidróxido de cálcio. 
- Proservação: 1 semana acompanhamento clinico, 2-3 semanas acompanhamento clinico e radiográfico, 6-8 semanas acompanhamento clinico e radiográfico, 1 ano acompanhamento clinico	
EXTRUSÃO
- O tempo é crítico e o reposicionamento deve ser imediato
- Transcorrido muito tempo do acidente o reposicionamento será ortodôntico
- Tratamento: Reposicionamento do dente, contenção semi-rígida 7 a 14 dias, controle radiográfico e teste de sensibilidade. Havendo comprometimento pulpar: terapia com hidróxido de cálcio.
	
LUXAÇÃO INTRUSIVA
- Luxação para o interior da cavidade alveolar, não apresentando mobilidade	
- Deslocamento da raiz no sentido labial, dente vai aparentar encurtamento	
- Deslocamento da raiz no sentido do germe do permanente, dente parenta estar alongado
- Rizogênese incompleta: aguardar erupção (2 a 4 meses), controle radiográfico e teste de sensibilidade, comprovado envolvimento endodôntico e/ou periodontal: terapia com hidróxido de cálcio.
- Rizogênese completa: Tracionamento cirúrgico ou ortodôntico e terapia com hidróxido de cálcio, assim que possível - ideal 7 dias após o trauama.
- Tratamento: interpretação radiográfica e complementar com radiografia lateral	
- Proservação: 1 semana acompanhamento clinico, 3-4 semanas acompanhamento clinico e radiográfico, 6-8 semanas acompanhamento clinico, 6 meses acompanhamento clinico e radiográfico, 1 ano acompanhamento clinico e radiográfico
“O reposicionamento do dente por extrusão ortodôntico, praticado logo após a luxação intrusiva, concomitante ao tratamento endodôntico, originou uma menor frequência de reabsorção. O tratamento endodôntico foi primordial nas primeiras 2 semanas após luxação intrusiva pois a necrose pulpar ocorreu em todos os dentes e pode acabar levando a patologias graves nos tecidos de sustentação do periodonto”
AVULSÃO
- Deslocamento total do dente , quando ele sai todo do alvéolo	
- Reimplante imediato. A medida que o tempo passa, piora o prognóstico.
- Meios para transportar o dente: Alvéolo, dentro da boca, soro fisiológco, leite, solução salina balanceada de Hanks	
- Caso haja formaçãode coágulo, não curetar, apenas lavar o alvéolo com soro fisiológico.	
- Tratamento: fixação semi-rígida de 7 a 14 dias, antibióticoterapia, anti-tetânica (depende do local do acidente)	
- Reimplante do dente com rizogênese completa: Abertura endodôntica após 7 dias do reimplante. Iniciar terapia com hidróxido de cálcio e efetuar trocas 7, 14, 30 e 90 dias. Comprovada radiográfica e clinicamente a normalidade dos tecidos de sustentação, obturar os canais radiculares.	
- Proservação: 1 semana acompanhemento clinico, 6 meses acompanhamento clinico e radiográfico, e 1 ano acompanhamento radiográfico.

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