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Unidade de Estudos 8 - Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular


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Proposta teórico-metodológica da Base 
Nacional Comum Curricular
APRESENTAÇÃO
O desenvolvimento integral e harmonioso do ser humano requer uma visão da complexidade des
se desenvolvimento, buscando a singularidade das relações sociais e pessoais e afirmando que u
m indivíduo é constituído de diversas dimensões que os tornam humano.
Na escola, a organização do currículo se constitui em um elemento fundamental para o desenvol
vimento das competências e aprendizagens essenciais e necessárias para a formação integral dos 
alunos. Com isso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) garante, de maneira inequívoca, 
seu compromisso com a formação e o desenvolvimento humano integral (motor, cognitivo e soc
ioemocional) das crianças e jovens.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender as características da BNCC de uma forma a
mpla e, especificamente, os seus conceitos na Educação Física. Também vai ver as suas possibil
idades e limitações no intuito da elaboração das aulas de Educação Física no âmbito escolar.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Enumerar as características da abordagem pedagógica proposta pela BNCC.•
Discutir as possibilidades e limitações da abordagem pedagógica da BNCC aplicada à Edu
cação Física escolar.
•
Formular aulas a partir da abordagem pedagógica da BNCC para os diferentes níveis de Ed
ucação Física escolar.
•
DESAFIO
A escola em tempo integral é uma concepção que tem como objetivo garantir aos alunos o desen
volvimento deles nas dimensões cognitiva, física e socioemocional, alinhadas com as demandas 
do século XXI, com foco no pensamento crítico e na formação da sua autonomia.
Veja a seguinte situação:
 
Com base nesse contexto e pensando no protagonismo do aluno, como você poderia organizar o
s conteúdos? Além disso, nas aulas de Educação Física, quais atividades poderiam ser desenvolv
idas para transformar o papel de observador do aluno?
INFOGRÁFICO
Na BNCC, são identificados vários aspectos que moldam a construção e o desenvolvimento do c
urrículo, tais como: influências socioculturais e econômicas, aspectos político-administrativos, 
meios de produção didáticos, conhecimento historicamente acumulado, organização escolar, inte
rações biopsicossociais e atividades de ensino-aprendizagem.
No Infográfico a seguir, você vai aprender como esses diversos aspectos na construção da BNC
C fazem dela um currículo em ação.
CONTEÚDO DO LIVRO
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que privilegia a educação integra
l, visando à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Sendo assim, ela é orie
ntada por conhecimentos e princípios éticos, estéticos e políticos, cujas competências englobam 
aspectos cognitivos, motores e socioemocionais, pensamento crítico, criatividade, ações e valore
s para resolver os problemas do cotidiano e para o pleno exercício da cidadania com autonomia 
e no mundo do trabalho.
Com isso, espera-se que a fragmentação e a estruturação engessada do currículo tradicional seja
m substituídas por uma nova organização, entendida como um somatório de experiências vivida
s, em que o aluno estabelece uma relação ativa com o objeto do conhecimento em foco.
No capítulo Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular, da obra Abord
agens metodológicas do ensino da Educação Física, você vai ver os conceitos básicos na constr
ução da BNCC e as implicações e limitações da proposta pedagógica que está atrelada à Educaç
ão Física. Além disso, também vai formular planos de aulas a partir das concepções da abordage
m pedagógica da BNCC.
Boa leitura.
ABORDAGENS 
METODOLÓGICAS 
DO ENSINO DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
Carlos Rey Perez
Proposta teórico-
-metodológica da Base 
Nacional Comum Curricular
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Enumerar as características da abordagem pedagógica proposta 
pela BNCC.
  Discutir as possibilidades e limitações da abordagem pedagógica da 
BNCC aplicada à educação física escolar.
  Formular aulas a partir da abordagem pedagógica da BNCC para os 
diferentes níveis de educação física escolar.
Introdução
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define em seu documento 
orientador um conjunto de aprendizagens essenciais que todas as crianças 
e todos os jovens inseridos na escola possam desenvolver ao longo da 
educação básica. A BNCC é composta por conhecimentos, habilidades, 
atitudes e valores, que foram expressos por meio de competências, para 
que os estudantes encontrem soluções para as demandas da sua vida 
cotidiana, para a sua inserção no mundo do trabalho e para exercitar 
com plenitude a sua cidadania.
Portanto, a BNCC parte do pressuposto de que os estudantes tenham 
uma educação integral, não somente no sentido de tempo de permanên-
cia diária na escola. Ela vincula a educação ao pleno desenvolvimento dos 
estudantes, em suas múltiplas dimensões (intelectual, física, emocional, 
social e cultural). A BNCC se desvincula da visão curricular tradicionalista, 
com o foco no ensino, e muda o foco para o processo de aprendizagem 
dos estudantes, incorporando os seus interesses e os desafios do século 
XXI em sua perspectiva. 
Assim, neste capítulo, você vai estudar as características da abordagem 
pedagógica proposta pela BNCC, verificando também suas possibilidades 
e limitações, quando aplicada à educação física escolar. Por fim, você 
vai compreender como se pode formular aulas a partir da abordagem 
pedagógica da BNCC para os diferentes níveis de educação física escolar.
1 A abordagem pedagógica da Base Nacional 
Comum Curricular
A divulgação do relatório Delors (1998) foi um marco histórico da modifi -
cação do paradigma educacional. Isso porque esse documento sugeriu como 
fundamento para os diversos sistemas de ensino os chamados quatro pilares 
da educação, que são: 
1. aprender a conhecer;
2. aprender a fazer;
3. aprender a ser; e 
4. aprender a conviver. 
Tendo o ser humano como protagonista, esses pilares devem ser a estrutura 
de qualquer ação educativa, transformando de forma construtiva e duradoura 
as relações consigo mesmo e com o outro, nas dimensões pessoal, cultural, 
social, cognitiva e profissional.
Nesse contexto, a BNCC é um documento de caráter normativo que define 
o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os 
alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da educação 
básica, de modo que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e 
desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional 
de Educação (BRASIL, 2014). O BNCC assegura de maneira explícita seu 
compromisso com uma formação e um desenvolvimento humano integral 
(intelectual, físico, afetivo, social, ético, moral e simbólico) das crianças e 
jovens. Nesse contexto, a integração do currículo identifica uma comunhão 
com princípios e valores que norteiam a construção de uma sociedade justa, 
democrática e inclusiva (BRASIL, 2017).
Na BNCC, as aprendizagens essenciais devem assegurar ao aluno o desen-
volvimento de 10 competências gerais, que corporificam o direito à aprendi-
zagem e ao desenvolvimento integral do aluno.
Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular2
Figura 1. As 10 competências gerais da Base Nacional Comum Curricular.
Fonte: INEP (2017, documento on-line).
O papel da educação e do aluno pela BNCC
Amparada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº. 
9394, de 20 de dezembro de 1996) e pelas Diretrizes Curriculares Nacionais 
da Educação Básica, a BNCC é a referência nacional obrigatória para que 
as escolas desenvolvam suas propostas pedagógicas em consonância com 
as aprendizagens essenciais. Esse desenvolvimento deve ser norteado pelo 
princípio fundamental de propiciar a todos os alunos a formação necessária 
para o exercício da cidadania plena. Assim, a BNCC busca “[...] colocar em 
perspectivaas oportunidades de desenvolvimento do/a estudante e os meios 
para garantir-lhe a formação comum, imprescindível ao exercício da cidadania” 
(BRASIL, 2017, documento on-line).
Para isso, na BNCC, estão normatizados, a todos os alunos, os direitos à 
aprendizagem e ao desenvolvimento integral, que devem ocorrer com base 
nos princípios universais da ética, da política e da estética, em todas as etapas 
3Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular
da educação básica. Nesse sentido, os componentes curriculares têm o papel 
primordial de garantir essa formação e esse desenvolvimento. 
Os princípios éticos dizem respeito à solidariedade, no âmbito do fortale-
cimento de laços de amizade e da tolerância mútua na vida em sociedade, e 
ao respeito à diversidade e ao acolhimento, com a valorização das diferenças 
individuais, devendo o ensino ser participativo e inclusivo. No campo do 
desenvolvimento político, a BNCC atua em prol do pertencimento do aluno 
à sociedade, da formação do cidadão compromissado e responsável com o 
bem-estar comum. 
[…] Um cidadão que possa, na sua passagem pela escola, isto é, através do cur-
rículo, aprofundar os conhecimentos que adquiriu nas experiências da cultura 
e interagir com os saberes sistematizados, quer seja do campo da filosofia, da 
arte, da educação física, da matemática, das ciências, da língua portuguesa 
ou estrangeira, etc. Esse entrecruzamento cultural lhe proporcionará uma 
participação mais qualificada na esfera pública. Isso acontece não somente 
pelo aprimoramento da leitura e escrita, mas também mediante uma quantidade 
enorme de conhecimentos e saberes que viabilizam a compreensão, a crítica e 
a ação no mundo (NEIRA; ALVIANO; ALMEIDA, 2016, documento on-line).
No que tange à estética, a BNCC incentiva a compreensão e a apreensão 
da realidade pela sensibilidade, resultante não apenas da ação cognitiva, mas 
incluindo a imaginação, o prazer e a intuição, constituintes de um sujeito 
crítico e criativo. Nesse contexto, o aluno é um ser simbólico. Segundo Rios 
(2010; p. 98), “[…] a racionalidade não está descolada da sensibilidade, mas 
ao contrário, está articulada a outras tantas capacidades, que influenciam na 
realidade com potência para transformá-la”.
Na BNCC, o aluno tem papel preponderante na aprendizagem, passando de 
mero coadjuvante para protagonista no processo educacional. Há a valorização 
da experiência vivida e do conhecimento do cotidiano, que são fundamentais 
para elaborar novos conhecimentos, indicando a formação de um sentido 
crítico — com isso, o aluno assume um papel de investigador. Para que isso 
ocorra, o professor deve conduzir o conhecimento, que será aprendido de ma-
neira sistematizada e intencionalmente organizada; então, esse conhecimento 
poderá ser apropriado pelo aluno, que, assim, desenvolve suas potencialidades.
Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular4
Qual é a diferença entre as competências gerais e as competências socioemo-
cionais na BNCC? 
Há uma certa dúvida em relação aos tipos de competências propostas pela BNCC, 
muitas vezes entendidas como sinônimos. “Na BNCC, competência é definida como 
a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, 
cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da 
vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASIL, 2017, 
documento on-line). Na prática, é a utilização dos saberes dos diversos componentes 
curriculares em questões do cotidiano, pautada pelos princípios da ética, da política 
e da estética.
As competências socioemocionais, cujo entendimento teve início com os estudos 
no campo da psicologia na década de 1930, são competências que emergem da 
gestão das emoções e estão relacionadas à capacidade de mobilização e articulação. 
Trata-se de colocar em ação os valores e as atitudes éticas de uma forma responsável e 
intencional, cultivando a empatia e estabelecendo relações positivas consigo mesmo 
e com o outro.
Na realidade, uma competência é complemento da outra, uma vez que, na aborda-
gem pedagógica da BNCC, não existe uma hierarquia de competências. O aluno e o 
conhecimento não são fragmentados, e os conteúdos são trabalhados nas diversas 
dimensões (cognitiva, motora e sociocultural). 
2 Possibilidades e limitações 
Na BNCC, a educação física está inserida na área de linguagens, juntamente 
com outros componentes curriculares, como língua portuguesa, língua es-
trangeira moderna e arte. O documento explicita que:
A finalidade é possibilitar aos estudantes participar de práticas de linguagem 
diversificadas, que lhes permitam ampliar suas capacidades expressivas em 
manifestações artísticas, corporais e linguísticas, como também seus conhe-
cimentos sobre essas linguagens, em continuidade às experiências vividas na 
Educação Infantil (BRASIL, 2017, documento on-line).
A educação física tem como objetivo principal exercitar a subjetividade 
humana, ou seja, compreender a história e a dinâmica e experimentar as práticas 
sociais que formam a cultura corporal de movimento. Ela visa à utilização 
5Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular
desses recursos no cotidiano, em momentos de lazer, usufruindo de uma melhor 
qualidade de vida. Para isso, a BNCC concebe a educação física como “[...] 
um conjunto de práticas sociais centradas no movimento, realizadas fora das 
obrigações laborais, domésticas, higiênicas, religiosas, nas quais os sujeitos 
se envolvem, em função de propósitos específicos, sem caráter instrumental” 
(BRASIL, 2017, documento on-line). 
Em articulação com as competências gerais da BNCC, a educação física, 
inserida na área de linguagens, deve garantir aos alunos o desenvolvimento 
das competências específicas descritas a seguir (BRASIL, 2017, documento 
on-line):
1. Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus vínculos 
com a organização da vida coletiva e individual.
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as pos-
sibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no 
processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
3. Refletir, criticamente, sobre as relações entre a realização das práticas 
corporais e os processos de saúde/doença, inclusive no contexto das ativi-
dades laborais.
4. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho, saúde, beleza e 
estética corporal, analisando, criticamente, os modelos disseminados na mídia 
e discutir posturas consumistas e preconceituosas.
5. Identificar as formas de produção dos preconceitos, compreender seus 
efeitos e combater posicionamentos discriminatórios em relação às práticas 
corporais e aos seus participantes.
6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos às 
diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam.
7. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade 
cultural dos povos e grupos.
8. Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para potencializar o 
envolvimento em contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a 
promoção da saúde.
9. Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do cidadão, pro-
pondo e produzindo alternativas para sua realização no contexto comunitário.
10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, 
danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando 
o trabalho coletivo e o protagonismo.
Ao tratar de conhecimentos específicos para a área da educação física, 
a BNCC remete às práticas corporais e às suas reflexões nas mais diversas 
dimensões e busca, assim, por meio da sua promoção, dar sentido e signi-
ficado para os estudantes, ou seja, aqueles que realmente a vivenciam. A 
BNCC tem a visão de que o movimento humano sempre está inserido em um 
Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular6
contexto maior, seja ele cultural,histórico ou social, ao mesmo tempo que é 
interpretado de acordo com esses contextos. Assim, a BNCC para a educação 
física propõe que as competências específicas ampliem e deem consciência à 
cultura corporal de movimento, de modo que o estudante possa desenvolver 
sua autonomia, sua criticidade e uma participação ativa no seu grupo social. 
Boscatto, Impolcetto e Darido (2016, documento on-line) entendem que a 
BNCC, dessa forma, pode contribuir para a educação física na escola, “[…] 
com a práxis educativa cotidiana dos professores, considerando a falta de 
tradição na área quanto à organização curricular de seus conteúdos”.
Pelo documento, existe a proposta de que cada sistema de ensino ou escola 
escolha as competências e os objetivos de acordo com a peculiaridade de cada 
região. De acordo com Martinelli et al. (2016 documento on-line), o documento, 
“[…] desse modo, reforça os princípios e valores de uma educação para a 
‘cidadania’ e ‘democracia’, princípios basilares do documento”. No entanto, 
a sistematização curricular da educação física é necessária para a definição 
dos conteúdos a serem ensinados, para a organização desses conteúdos por 
anos ou ciclos de aprendizagem e para auxiliar os professores na elaboração 
de seus próprios currículos à luz dos interesses de seus alunos e da proposta 
pedagógica da escola, conforme apontam Boscatto, Impolcetto e Darido (2016).
Contudo, para Daólio (2002), a educação física deve trabalhar com blocos 
de conteúdo (jogo, ginástica, dança, luta e esporte), em todos os anos e es-
colas. Em cada bloco, as características e os significados das manifestações 
culturais locais devem ser levados em consideração; assim, o desenvolvimento 
dos conteúdos, a sua implementação e o sentido dado em cada bloco serão 
diversificados. Para esse autor, dessa forma, o professor se transformará de 
mero executor para um mediador de conhecimentos.
[…] é possível selecionar da cultura corporal de movimento os conteúdos 
considerados universais, ou seja, aqueles que são fundamentais no currículo 
de EF escolar das diferentes partes do país, de acordo com a estruturação que 
a BNCC prevê para a EF escolar (BOSCATTO; IMPOLCETTO; DARIDO, 
2016, documento on-line).
7Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular
Tradicionalmente, a escola reserva um dia em seu calendário escolar para a realização 
da festa junina. Para a educação física, a tarefa é a apresentação de danças típicas 
tradicionais, como a quadrilha, ou danças modernas, como o sertanejo (dança brasileira) 
ou o country (dança do mundo), que também constam no planejamento anual na 
temática danças. Nesse contexto, o professor pode trabalhar, além da coreografia 
das danças, o conhecimento histórico-social. Por exemplo, pode-se explicar que os 
movimentos foram inspirados na dança da nobreza europeia e que os nomes dos 
passos são adaptações de palavras francesas, como anarriê, anavantur e balancê. De 
outra forma, sem essa contextualização, os estudantes não são instigados a desenvolver 
com plenitude as origens e tradições do povo brasileiro.
Mesmo assim, quando o planejamento das aulas não está organizado de 
forma que o diagnóstico inicial seja parte integrante da noção sobre “ de onde 
o professor vai partir” e “onde ele quer chegar” com os alunos, é necessário ter 
ciência exata de quais conhecimentos os alunos trazem e de seus interesses e suas 
potencialidades de modo individual. Assim, ao estabelecer conteúdos básicos 
em cada unidade temática e em qual etapa da progressão educacional deve ser 
ministrado esse conteúdo, a BNCC não permite a liberdade de escolha do professor 
de acordo com o diagnóstico inicial. “Um programa de aulas que imponha que 
o basquetebol deva ser ensinado a partir da quinta série, no segundo bimestre 
do ano, seguindo a mesma estrutura pedagógica tida como universal, estará, no 
mínimo, desconsiderando as especificidades locais. Não estará respeitando a 
tradição histórica e a dinâmica cultural do grupo” (DAÓLIO, 2002, p. 18-19).
A educação física subsidia o enriquecimento cultural dos alunos por meio 
dos saberes corporais, cognitivos, éticos e estéticos e do conhecimento cons-
truído pela humanidade, pautado em experiências lúdicas (BRASIL, 2017). 
Essa forma de pensamento pode ir, supostamente, em direção às concepções 
das teorias sociológicas da educação física, já que, nessa perspectiva, segundo 
Betti e Zuliane (2012, documento on-line), objetiva-se “[…] introduzir e inte-
grar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai 
produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir 
do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas 
de aptidão física, em benefício da qualidade da vida”. No entanto, para Neira 
(2018, documento on-line), há falta de consistência na BNCC, pois ela não deixa 
claro qual é o referencial teórico utilizado para as noções de cultura e cultura 
Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular8
corporal: “[…] conceitos centrais como cultura e cultura corporal deveriam ter 
sido explicados, pois, a depender do referencial adotado, refletir-se-ão sobre 
a prática de diferentes maneiras”.
Outro ponto de discórdia para Neira (2018) é em relação às competências 
socioemocionais; para o autor, no documento, estabelece-se total consonância 
com uma educação integral, mas os conteúdos práticos põem em xeque tal 
integralidade. A depender de como o professor introduz os conceitos das compe-
tências socioemocionais, o estudante fica à mercê de subjetivações decorrentes 
de esses conceitos não estarem bem estruturados na prática do professor.
Rezer ([2016]) afirma que a escola está repleta de experiências de forma-
ção cognitiva, que representam grande parte do investimento proposto por 
ela. A BNCC, segundo o autor, procura reforçar (mesmo sem querer) essa 
dimensão cognitiva, ao afirmar que “[…] pode colaborar com os processos 
de letramento e alfabetização dos alunos, ao criar oportunidades e contextos 
para ler e produzir textos que focalizem as distintas experiências e vivências 
nas práticas corporais tematizadas” (REZER, [2016], documento on-line). 
Não foram estipuladas habilidades de reflexão sobre a ação, construção de 
valores, compreensão e protagonismo comunitário. Ao que parece, o privilé-
gio concedido ao domínio cognitivo suplantou os demais. O fato não é uma 
exceção, nenhuma unidade temática e, por consequência, nenhum objeto de 
conhecimento foram contemplados com habilidades referentes a todas as 
“dimensões” anunciadas (NEIRA, 2018, documento on-line).
3 Abordagem da Base Nacional Comum 
Curricular aplicada à educação física escolar
O professor necessita organizar suas aulas tendo como foco as habilidades, 
competências gerais e competências específi cas presentes na BNCC, que serão 
trabalhadas de forma sistemática. Dessa forma, o professor deve ter em mente 
as 10 competências gerais da BNCC que estão articuladas com as competências 
específi cas da área de educação física, respeitando as possibilidades didáticas 
das unidades temáticas. Deve-se fazer um arranjo com os objetos de conhe-
cimento que estarão presentes ao longo do ensino fundamental, que, por sua 
vez, relacionam-se com as diversas habilidades presentes no documento da 
BNCC. Dessa forma, na BNCC, as habilidades fi rmam um compromisso para 
que os estudantes vivenciem as aprendizagens essenciais no contexto escolar.
Na Figura 2, são estabelecidas as relações existentes na organização peda-
gógica e didática das aulas a partir da abordagem da BNCC. As competências 
9Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular
gerais e específicas das disciplinas são definidas como a mobilização do 
conhecimento historicamente acumulado e são organizadas pelos blocos de 
unidades temáticas de cada componente curricular. Para cada unidade, os 
conteúdos, processos e conhecimentos específicos são estruturados com o 
objeto do conhecimento que seráabordado — por exemplo, as partes do corpo 
humano. Por fim, as habilidades essenciais esperadas em cada disciplina são 
apresentadas por meio de verbos, como compreender, identificar, experimentar, 
que identificam o que será pedido ao aluno. 
Figura 2. Organização pedagógica e didática de uma aula na abordagem da Base Nacional 
Comum Curricular.
Fonte: Ratier (2018, documento on-line).
Educação física na BNCC: etapa da educação infantil
Na educação infantil, os objetivos visam à interligação entre escola e família, 
de forma a acolher as experiências e os conhecimentos que as crianças trazem 
do ambiente familiar e do contexto do seu grupo social, articulando-os com 
a proposta pedagógica da escola.
Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular10
[…] para potencializar as aprendizagens e o desenvolvimento das crian-
ças, a prática do diálogo e o compartilhamento de responsabilidades entre 
a instituição de Educação Infantil e a família são essenciais. Além disso, a 
instituição precisa conhecer e trabalhar com as culturas plurais, dialogando 
com a riqueza/diversidade cultural das famílias e da comunidade (BRASIL, 
2017, documento on-line). 
Nessa etapa, os componentes curriculares são divididos por campos de 
experiência, em vez de áreas de conhecimento, como nas outras etapas da 
educação básica. “Os campos de experiências constituem um arranjo curri-
cular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana 
das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem 
parte do patrimônio cultural” (BRASIL, 2017, documento on-line). Assim, 
estabelecem-se os campos de experiência apresentados no Quadro 1.
 Fonte: Adaptado de Brasil ([201-a]). 
O eu, o outro 
e o nós
Diz respeito à interação da criança com as outras 
crianças e com os adultos que a cercam, constituindo, 
assim, um modo próprio de agir, sentir e pensar.
Corpo, gestos e 
movimentos
Por meio do corpo (gestos e movimentos impulsivos/
intencionais, coordenados/espontâneos), as crianças 
exploram o mundo, os espaços e os objetos ao 
seu redor, estabelecendo relações, brincando e 
produzindo conhecimentos sobre si mesmas e 
as outras, dentro do seu universo sociocultural, 
tomando consciência da sua corporeidade.
Traços, sons, 
cores e formas
Conviver com diferentes manifestações artísticas, 
culturais e científicas, do seu grupo social ou 
universais, vivenciando as diversas formas 
de expressão e linguagens, como pintura, 
modelagem, colagem, música, teatro e dança.
Escuta, fala, 
pensamento e 
imaginação
As crianças participam de situações comunicativas do 
seu cotidiano com as pessoas com as quais interagem, 
despertando o seu pensamento e a sua imaginação.
Espaços, tempos, 
quantidades, 
relações e 
transformações
Exploração de diferentes espaços e tempos escolares 
nas diversas dimensões constituídas em um 
mundo de fenômenos naturais e socioculturais.
 Quadro 1. Campos de experiência da educação infantil e suas definições 
11Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular
A partir desses campos de experiência, podemos deduzir como o mais 
próximo de uma cultura corporal de movimento o item “Corpo, gestos e 
movimentos”. As aprendizagens propostas para esse campo são (BRASIL, 
2017, documento on-line): 
- Reconhecer a importância de ações e situações do cotidiano que contribuem 
para o cuidado de sua saúde e a manutenção de ambientes saudáveis.
- Apresentar autonomia nas práticas de higiene, alimentação, vestir-se e no 
cuidado com seu bem-estar, valorizando o próprio corpo.
- Utilizar o corpo intencionalmente (com criatividade, controle e adequação) 
como instrumento de interação com o outro e com o meio.
- Coordenar suas habilidades manuais. 
Dessa forma, o professor de educação física pode desenvolver atividades 
que vinculem questões de problemas do cotidiano, por exemplo:
  reciclagem do lixo, solicitando que os alunos tragam materiais reciclá-
veis de suas casas e construam brinquedos, como boliche e vai e vem, 
usando, posteriormente, os brinquedos nas aulas de educação física; 
  elaboração de cartazes com colagem, que podem ser espalhados pela 
escola, com dicas de atividades físicas para que alunos imitem e brin-
quem em grupo;
  promoção de atividades de conhecimento do próprio corpo, sobre as 
suas características e o respeito pelo corpo; 
  ensino de danças tradicionais e folclóricas.
Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular12
Atividades de esquema corporal são importantes para que a criança tenha consciência 
sobre seu próprio corpo, sendo indispensáveis, também, para a formação de esquemas 
espaciais e temporais. O desenvolvimento do esquema corporal da criança está atrelado 
à maturidade neurológica e às suas vivências corporais. Como exemplos de atividades 
para a etapa da educação infantil, podemos citar a seguinte:
  pedir para os alunos desenharem e descreverem seu corpo inteiro no caderno;
  com um rolo de papel kraft, pedir para um aluno se deitar sobre o papel e fazer o 
contorno do corpo, fixar o papel com o desenho do corpo e pedir para os alunos 
nomearem as partes do corpo que conhecem;
  estimular os alunos a compararem o desenho que fizeram no papel com o que 
foi exposto no papel kraft;
  fornecer informações sobre movimentos que trabalham os músculos e as 
articulações.
Educação física na BNCC: etapa do ensino fundamental
A educação física escolar é um componente curricular cujo objeto de estudo 
são as práticas corporais produzidas pelos diferentes grupos sociais ao longo 
da história. Para a área de educação física, “Há três elementos fundamentais 
comuns às práticas corporais: movimento corporal como elemento essencial; 
organização interna (de maior ou menor grau), pautada por uma lógica especí-
fi ca; e produto cultural vinculado com o lazer/entretenimento e/ou o cuidado 
com o corpo e a saúde” (BRASIL, 2017, documento on-line). 
Dentro dessa lógica, a BNCC divide os conteúdos a serem trabalhados na 
educação física escolar por unidades temáticas, que são: jogos e brincadeiras; 
esportes; ginásticas; danças; lutas; práticas corporais de aventura. Para os anos 
iniciais do ensino fundamental, a BNCC busca a qualificação, a produção e 
a existência das práticas corporais, pautadas no diálogo professor-aluno, sem 
interrupção com relação às experiências vividas na educação infantil. Os 
objetos de conhecimento foram divididos em dois ciclos (do 1º ao 2º ano e do 
3º ao 5º ano), conforme mostra o Quadro 2.
13Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular
 Fonte: Adaptado de Brasil ([201-b]). 
Atividades 1º e 2º ano 3º ao 5º ano
Brincadeiras 
e jogos
  Brincadeiras e jogos da 
cultura popular. P. ex.: 
queimada, esconde-
-esconde, pega-pega, 
corre cotia, batata 
quente
  Manifestações de brincadeiras 
e jogos tradicionais do Brasil 
e do mundo. P. ex.: oficina de 
pipas, jogo do pião, flagball 
(adaptação do futebol 
americano), cabo de guerra
Esportes  Esportes que envolvam 
registro de tempo ou 
distância. P. ex.: jogo de 
estafeta, corridas com 
marcação de tempo, 
pega-pega com 
variações
  Esportes que 
envolvam lançamento 
e arremesso. P. ex.: 
bocha, tiro ao alvo, 
lançamento em aros 
ou baldes variando a 
distância
  Esportes que utilizam um 
implemento. P. ex.: jogo de 
taco, beisebol adaptado
  Esportes que utilizam uma rede 
ou parede para arremessar, 
rebater ou lançar uma bola. P. 
ex.: jogos pré-desportivos de 
voleibol, rebater a bola em uma 
parede
  Esportes que envolvam a 
conquista de espaço no campo 
ou quadra do adversário. P. 
ex.: jogos pré-desportivos de 
basquetebol ou handebol
Ginásticas  Ginástica geral. P. 
ex.: exercícios de 
condicionamento físico 
e alongamento
  Ginástica geral. P. ex.: exercícios 
de condicionamento físico e 
alongamento, importância do 
aquecimento, ginástica circense
Danças  Danças folclóricas 
e regionais. P. 
ex.: exercícios 
que envolvam 
deslocamento rítmicocom músicas populares, 
individual ou em 
pequenos grupos
  Danças tradicionais do Brasil e 
do mundo. P. ex.: apresentação 
de frevo ou dança de salão
Lutas  Inserção do tema lutas no 
contexto regional ou do 
Mundo. P. ex.: briga de galo, 
boxe, lutas de desequilíbrio do 
adversário
 Quadro 2. Atividades por unidades temáticas por ciclo de aprendizagem nos anos iniciais 
do ensino fundamental 
Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular14
Nos anos finais do ensino fundamental, os alunos estão mais alheios, e as 
interações sociais se tornam mais complexas. As práticas corporais que permitem 
identificar significados e sentidos e, posteriormente, recriá-los, com a valorização 
do trabalho em grupo, solidificando seu protagonismo, são mais apreciadas pelos 
alunos. As práticas corporais são ampliadas para o uso para o lazer e a saúde 
e passam a ser entendidas como um direito do aluno, como cidadão. A cultura 
corporal de movimento é promovida com base na identidade cultural e social 
dos alunos, adotando-se uma postura crítica em relação a temas considerados 
caros para a sociedade contemporânea, como o preconceito de raça e gênero.
Os objetos de conhecimento para esses anos também foram divididos em 
dois ciclos (do 6º ao 7º ano e do 8º ao 9º ano), conforme mostra o Quadro 3. 
Atividades 6º e 7º ano 8º e 9º ano
Jogos  Jogos eletrônicos. P. ex.: 
campeonato de jogos 
eletrônicos, atividades de 
orientação utilizando o GPS 
do aparelho celular
Esportes  Esportes que envolvam 
registro de tempo ou 
distância. P. ex.: atletismo 
  Esportes que envolvam 
lançamento e arremesso. P. 
ex.: bocha, tiro ao alvo
  Esportes que utilizam 
uma rede ou parede para 
arremessar, rebater ou 
lançar uma bola. P. ex.: 
jogos de voleibol, rebater a 
bola em uma parede
  Esportes que envolvam 
a conquista de espaço 
no campo ou quadra do 
adversário. P. ex.: jogos de 
basquetebol ou handebol
  Introdução de técnicas 
e táticas dos diversos 
esportes
  Esportes que envolvam 
registro de tempo ou 
distância. P. ex.: atletismo 
  Esportes que envolvam 
lançamento e arremesso. P. 
ex.: bocha, tiro ao alvo
  Esportes que utilizam 
uma rede ou parede para 
arremessar, rebater ou 
lançar uma bola. P. ex.: 
jogos de voleibol, rebater a 
bola em uma parede
  Esportes que envolvam 
a conquista de espaço 
no campo ou quadra do 
adversário. P. ex.: jogos de 
basquetebol ou handebol
  Introdução de técnicas e 
táticas dos diversos esportes
  Esportes que envolvam luta 
física. P. ex.: boxe tailandês 
 Quadro 3. Atividades por unidades temáticas por ciclo de aprendizagem nos anos finais 
(Continua)
15Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular
Educação física na BNCC: etapa do ensino médio
Para o ensino médio, a BNCC estabelece que o aluno que conclui essa etapa 
da educação básica deve ser capaz de analisar criticamente o mundo e, es-
pecifi camente, seu grupo social, de se comunicar com clareza nas diversas 
linguagens — escrita, falada ou corporal — e em seus variados contextos, 
utilizando-se da argumentação e da expressão de suas emoções na solução dos 
problemas do cotidiano, aprendendo continuamente. Por isso, a fragmentação 
dos conteúdos deve ser superada na forma de integração com os diferentes 
componentes curriculares, enfatizando e apoiando a construção de seu projeto 
de vida, no intuito de desenvolver as capacidades essenciais para sua autonomia 
pessoal, profi ssional, intelectual e política, visando à criticidade de suas ações.
Nesse sentido, a BNCC estabelece que, para o ensino médio: 
[…] a abordagem integrada da cultura corporal de movimento na área de Lin-
guagens e suas Tecnologias aprofunda e amplia o trabalho realizado no Ensino 
Fundamental, criando oportunidades para que os estudantes compreendam 
 Fonte: Adaptado de Brasil ([201-b]). 
Atividades 6º e 7º ano 8º e 9º ano
Ginásticas  Ginástica geral. P. 
ex.: exercícios de 
condicionamento físico e 
alongamento
  Ginástica de 
condicionamento físico. P. 
ex.: importância para o lazer 
e a saúde
Danças  Danças urbanas. P. ex.: 
apresentação e concurso 
de danças urbanas, como 
hip-hop 
  Danças de salão. P. ex.: 
apresentação e concurso 
de danças de salão, como 
valsa, tango e samba
Lutas  Lutas do Brasil. P. ex.: 
capoeira, maculelê
  Lutas do mundo. P. ex.: judô 
e karatê
Práticas 
corporais de 
aventura
  Práticas corporais de 
aventura urbana. P. ex.: 
skate, equilíbrio na corda 
elevada
  Práticas corporais de 
aventura na natureza. P. 
ex.: corrida de orientação 
usando bússola do 
aparelho celular
 Quadro 3. Atividades por unidades temáticas por ciclo de aprendizagem nos anos finais 
(Continuação)
Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular16
as inter-relações entre as representações e os saberes vinculados às práticas 
corporais, em diálogo constante com o patrimônio cultural e as diferentes 
esferas/campos de atividade humana (BRASIL, 2017, documento on-line).
Nessa etapa da educação básica, os conteúdos da educação física, dentro 
das unidades temáticas, visam ao aperfeiçoamento das técnicas/táticas, dos 
conceitos e das habilidades, de modo que a interdisciplinaridade se traduza 
em uma constante argumentação com os saberes de outras áreas. O esporte 
assume seu potencial na tomada de decisões com valores éticos e humanis-
tas, em defesa dos direitos humanos e da democracia. Desse modo, deve-se 
promover experiências próximas à vida acadêmica, profissional e pública, 
utilizando-se de recursos tecnológicos digitais, com exercícios de análise 
crítica e classificação.
Os professores devem retomar as potencialidades e os limites do corpo 
com seus alunos, de forma a garantir a conscientização sobre uma vida ativa 
e saudável, o autoconhecimento, o autocuidado com o corpo e a saúde, a so-
cialização e o lazer. Deve-se promover a discussão da utilização dos espaços 
privados e, principalmente, públicos para a prática corporal, em prol do seu 
grupo social em específico e da cidadania de modo geral. 
No artigo disponível no link a seguir, as autoras fazem uma apropriação da unidade 
temática da dança, utilizando caminhos formativos para contextualizá-la aos alunos 
do ensino médio.
https://qrgo.page.link/5CswF
Assim, pode-se realizar atividades de aceitação corporal, promovendo 
autoconfiança nas aulas de educação física, ou uma discussão sobre o doping 
no esporte, como gancho para a discussão sobre o uso de anabolizantes nas 
academias, para ter um corpo apresentável de acordo com os padrões de 
beleza que a sociedade impõe. Pode-se promover discussões sobre o combate 
ao sedentarismo, como promoção da qualidade de vida, e atividades que 
envolvam os alunos com diversidade física e cultural, como os alunos com 
17Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular
deficiência, promovendo o respeito, a inclusão e a igualdade de gênero no 
esporte, favorecendo a ideia do esporte para todos.
Acesse o link a seguir e assista a um vídeo que resume a BNCC em relação à área de 
linguagens.
https://qrgo.page.link/yPmUa
A BNCC traduz com eficiência a exploração dos ideais de uma formação 
integral dos alunos, necessária para promover uma educação pautada pela 
valorização do conhecimento historicamente acumulado e da cultura do grupo 
social em que se vive, mediada por um professor que enfatize o processo 
de aprendizagem, com uma formação crítica, apresentando soluções para 
a realidade social dos alunos. A educação física é uma prática pedagógica, 
social e cultural, que se constituiu como a reprodução de uma cultura corporal, 
promovendo as potencialidades humanas. Ela se baseia nas manifestações 
corporais por meio de jogos e brincadeiras, esportes, danças, lutas, ginasticas 
e práticas corporais de aventura. 
BETTI, M.; ZULIANI, L. R. Educação física escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. 
Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 1, n. 1, p. 73-81, 2002. Disponível em: 
https://www.mackenzie.br/fileadmin/OLD/47/Graduacao/CCBS/Cursos/Educacao_Fi-sica/REMEFE-1-1-2002/art6_edfis1n1.pdf. Acesso em: 29 jan. 2020.
BOSCATTO, J. D.; IMPOLCETTO, F. M.; DARIDO, S. C. A Base Nacional Comum Curricular: 
uma proposição necessária para a Educação Física? Motrivivência, v. 28, n. 48, p. 96-
112, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/
view/2175-8042.2016v28n48p96. Acesso em: 29 jan. 2020.
BRASIL. Introdução: a base nacional comum curricular. In: BRASIL. Base Nacional Comum 
Curricular: educação é base. Brasília: Ministério da Educação, [201-b]. Disponível em: 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#fundamental/educacao-fisica. Acesso 
em: 29 jan. 2020.
Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular18
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. 
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/
BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site.pdf. Acesso em: 29 jan. 2020.
BRASIL. Os campos de experiencias. In: BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: edu-
cação é base. Brasília: Ministério da Educação, [201-a]. Disponível em: http://basena-
cionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-campos-de-experiencias. Acesso em: 
29 jan. 2020.
BRASIL. Planejando a próxima década: conhecendo as 20 metas do Plano Nacional de 
Educação. Brasília: Ministério da Educação, 2014. Disponível em: http://pne.mec.gov.
br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf. Acesso em: 29 jan. 2020.
DAÓLIO, J. A cultura da/na educação física. 2002.112 f. Tese (Livre Docência) – Faculdade 
de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.
DELORS, J. et al. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação 
para o século XXI. In: DELORS, J. et al. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: 
Cortez Editora, 1998.
INEP: Futuro. 2017. Disponível em: http://inep80anos.inep.gov.br/inep80anos/futuro/
novas-competencias-da-base-nacional-comum-curricular-bncc/79. Acesso em: 29 
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MARTINELI, T. A. P. et al. A Educação física na BNCC: concepções e fundamentos polí-
ticos e pedagógicos. Motrivivência, v. 28, n. 48, p. 76-95, 2016. Disponível em: https://
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NEIRA, M. G. Incoerências e inconsistências da BNCC de educação física. Revista Brasileira 
de Ciências do Esporte, v. 40, n. 3, p. 215-223, 2018. Disponível em: http://www.rbceon-
line.org.br/es-incoerencias-e-inconsistencias-da-bncc-articulo-S0101328918300374. 
Acesso em: 2 jan. 2020.
NEIRA M. G., ALVIANO JÚNIOR W., ALMEIDA D. F. A primeira e segunda versões da BNCC: 
construção, intenções e condicionantes. EccoS – Rev. Cient., n. 41, p. 31-44, 2016. Dispo-
nível em: https://www.redalyc.org/pdf/715/71550055003.pdf. Acesso em: 31 jan. 2020.
RATIER, R. Entendendo os conceitos que organizam a Base Nacional. Nova Escola, 2018. 
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/10053/entendendo-os-conceitos-
-que-organizam-a-base-nacional. Acesso em: 2 jan. 2020.
REZER, R. Base Nacional Comum Curricular: horizontes para a educação básica – o 
campo da educação física em discussão. [S. n.], [2016]. Disponível em: http://base-
nacionalcomum.mec.gov.br/images/relatorios-analiticos/Ricardo_Rezer.pdf. Acesso 
em: 2 jan. 2020.
RIOS, T. A. Compreender e ensinar: por uma docência da melhor qualidade. 8. ed. São 
Paulo: Cortez Editora, 2010.
19Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
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local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Proposta teórico-metodológica da Base Nacional Comum Curricular20
DICA DO PROFESSOR
A cultura corporal de movimento representa uma possibilidade concreta de interação com as pre
missas da BNCC, uma vez que a diversidade, a criatividade e a ludicidade, entre outras, estão pr
esentes nos conteúdos utilizados nas aulas de Educação Física.
Na Dica do Professor, será apresentada a aproximação da Base Nacional Comum Curricular (B
NCC) com a abordagem da cultura corporal de movimento. Você vai poder refletir sobre os con
ceitos e as características da BNCC com exemplos da cultura corporal.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
EXERCÍCIOS
1) No Brasil, historicamente, a Educação Física escolar tem dificuldade em estabelecer c
onteúdos mínimos para dar conta do universo de conhecimentos da área que devem s
er ensinados na escola.
Como a BNCC se propõe a resolver essa questão? Marque a alternativa correta.
A) 
Cabe ao professor a decisão do que ensinar aos alunos em cada unidade temática e em cad
a etapa da escolarização.
B) 
Os conteúdos em cada unidade temática são definidos no planejamento do início do ano let
ivo, sem conhecer o aluno.
C) 
As dimensões do conhecimento da Educação Física e seus conteúdos estão definidas nas u
nidades temáticas.
D) 
Os conteúdos de cada unidade temática não permitem adaptações durante o ano letivo e de
vem ser rigidamente seguidos.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/875554e3ae9d9fa6317c6ba75302b2c2
E) 
A participação do aluno não é levada em consideração nas escolhas dos conteúdos para as 
aulas de Educação Física.
2) A capoeira é uma prática corporal que foi difundida no Brasil como uma manifestaçã
o cultural dos negros africanos na época da escravidão. Pensando nisso, um professor 
de Educação Física convidou docentes de outras disciplinas para um projeto interdisc
iplinar.
Qual seria o encaminhamento correto para a proposta do professor de Educação Físi
ca? Marque a opção certa.
A) 
A Educação Física pertence à área de Linguagens. Por isso, somente devem ser convidado
s os professores de Língua Portuguesa e Artes.
B) 
A capoeira é um conteúdo da unidade temática "lutas" e, por esse motivo, não deve ser tra
balhada com outras disciplinas.
C) 
Na organização do projeto, as discusões socias e culturais ficaram com as disciplinas teóric
as, e a prática da capoeira, com a Educação Física.
D) 
Ao propor a interdisciplinaridade, o professor de Educação Física deve tratar a capoeira co
mo um fenômeno de múltiplos olhares.
E) 
O professor de Educação física deve definir, unilateralmente, quais conteúdos as diversas d
isciplinas deveriam ensinar.
3) De acordo com a BNCC, a avaliação dever ser formativa. Na Educação Física, uma d
as formas de se fazer isso é por meio da consideração de diferentes fatores associados 
às manifestações da cultura corporal.
Qual das afirmações a seguir representa melhor essa forma de avaliação?
A) 
"Eu avalio os alunos pela média da turma, não há uma avaliação individual."
B) 
"Eu trabalho jogos nas aulas e eles sabem que existem regras. A avaliação começa por seg
uir as regras."
C) 
"Com o conteúdo 'dança', eu avalio o que eles sabem sobre a dança, o desempenho e a part
icipação."
D) 
"Eu vejo a questão atitudinal, o comportamento e o respeito, mas não tem como avaliar iss
o."
E) 
"Eu avalio a presença e a participação, mas, se o aluno está presente e não participa, não te
m nota."
4) Na Educação Física, a BNCC parte do princípio de que os alunos vivenciem práticas 
corporais e façam inferências culturais, sociais e éticas.
Dessa forma, o aluno é capaz de ampliar qual(is) capacidade(s)? Marque a alternativ
a correta.
A) 
Resistência à intensidade da atividade física, de modo que se desenvolva o sistema cardiov
ascular nas aulas práticas.
B) 
Trabalho em equipe, escuta, diálogo, convivência com a imprevisibilidade e respeito à div
ersidade.
C) 
Trabalho individual, escuta, diálogo, convivência com a previsibilidade e a diversidade.
D) 
Trabalho individual, diálogo,consideração somente do seu ponto de vista e conformismo c
om a rotina escolar.
E) 
Trabalho individual e em equipe, escuta e diálogo unilaterais, convivência com a imprevisi
bilidade e a diversidade.
5) Na unidade temática "ginásticas", o professor de Educação Física pode organizar ati
vidades com o objetivo de estimular a habilidade de cooperação.
Nesse contexto, qual dimensão do conteúdo o professor destaca em sua aula?
A) 
Atitudinal.
B) 
Cognitiva.
C) 
Procedimental.
D) 
Afetiva.
E) 
Social.
NA PRÁTICA
A diversidade diz respeito a um conjunto de diferenças individuais que são compartilhadas na es
fera social. Dentro da escola, ela se faz presente por meio de uma convivência harmoniosa entre 
diferentes raças, gêneros e religiões. Nas dez competências gerais, a BNCC diz: "exercitar a em
patia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o re
speito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíd
uos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos d
e qualquer natureza" (BRASIL, 2017a, p. 10).
A seguir, você vai conhecer uma prática pedagógica em que a unidade temática "lutas" ampliou 
a discussão sobre as questões de gênero na escola.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professo
r:
Currículo da cidade – Ensino Fundamental – Educação Física
Neste vídeo, você vai ver como foi a construção do currículo da Educação Física, baseada da B
NCC, na rede de ensino público da cidade de São Paulo.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
Base Nacional Comum Curricular: como ficam as disciplinas de Educação Física e Artes
Neste vídeo, o professor Alexandre Palma discute sobre os conteúdos das disciplinas de Artes e 
Educação Física na BNCC. Assista para saber se essas disciplinas devem ou não ser integradas e 
entenda o que pode mudar.
https://www.youtube.com/embed/7WAnrlNCesA
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
A proposta pedagógica pós BNCC
O investimento em metodologias ativas e na capacitação de professores também será um desafi
o, visto ser a proposta pedagógica a expressão do que a escola propõe.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/DM3PbYm3Onw
https://www.youtube.com/watch?v=vIlttUq7pp8

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