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EDUCACAO_FISICA_TOMO_XI_2021 RESPOSTAS

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Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
 
 
 
 
 
Tomo XI 
 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
2 
CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação da UNIP 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
 
 
Tomo XI 
 
Christiane Mazur Doi 
Doutora em Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Mestra em Ciências 
(Tecnologia Nuclear), Engenheira Química e Licenciada em Matemática, com 
Aperfeiçoamento em Estatística. Professora titular da Universidade Paulista. 
 
Carolina Harumi Kurashima 
Mestra em Ciências da Saúde e Bacharela em Nutrição. Professora adjunta 
da Universidade Paulista. 
 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
3 
Questão 1 
Questão 1.1 
O nível de motivação no processo de aprendizagem de uma nova habilidade é extremamente importante, 
podendo ser explicado pela teoria do U invertido, representada na figura a seguir. 
MAGILL, R.A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blücher, 2000 (com adaptações). 
 
 
 
Considerando a teoria do U invertido, avalie as afirmativas. 
I. Baixos níveis de motivação estão associados a baixo nível de aprendizagem. 
II. Altos níveis de motivação estão associados a altos níveis de aprendizagem. 
III. Ótimos níveis de motivação estão associados a moderados níveis de aprendizagem. 
IV. A motivação deve ser otimizada de acordo com a atividade a ser realizada. 
V. A utilização de componentes lúdicos (jogos e brincadeiras) em nível ótimo pode estar 
associada a altos níveis de aprendizagem. 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I, II e IV. 
B. I, III e V. 
C. I, IV e V. 
D. II, III e IV. 
E. II, III e V. 
 
 
 
 
 
1Questão 12 – Enade 2017. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
4 
 
1. Introdução teórica 
 
Motivação 
 
A motivação é definida como “a direção e a intensidade do esforço de uma pessoa 
para alcançar uma meta de performance, tanto para dominar uma tarefa quanto para 
demonstrar competência superior em comparação com outros executantes” (SCHMIDT e 
WRISBERG, 2001, apud UNESCO, 2013). 
A motivação é consequência de um conjunto de variáveis sociais, ambientais e 
individuais que definem a escolha de uma atividade física e a intensidade da prática que 
determina o rendimento de tal atividade (SIQUEIRA e TICIANELLI, 2014). 
A motivação pode atuar como aceleradora de processos e determinar a velocidade, a 
intensidade e o tempo de retenção das novas tarefas relativas à aprendizagem. 
Quanto mais estimulado o aluno estiver, mais motivado ele estará para realizar as 
atividades propostas (sempre considerando o nível de motivação). No momento em que o 
estudante aprender uma nova habilidade, a motivação não pode ser baixa nem alta, 
conforme mostrado da figura 1, que se baseia na teoria do U invertido. 
 
 
Figura 1. Teoria do “U invertido”. 
UNESCO, 2013. 
 
Em resumo, para que o aluno obtenha o melhor desempenho, não é adequado que 
ele esteja motivado demais: há um nível ótimo de motivação. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
5 
O processo de ensino e aprendizagem é facilitado pela existência de um contexto em 
que a criança se sinta motivada e se divirta com a atividade proposta – fatores importantes 
para que o aprendizado aconteça. 
Desse modo, o professor deve pensar em como tornar a atividade mais interessante e 
como dar significado à prática proposta, por exemplo, por meio da introdução de atividades 
com componentes lúdicos. 
 
2. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com a teoria do U invertido, baixos níveis de motivação estão 
associados a baixos níveis de aprendizagem. 
 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com a teoria do U invertido, altos níveis de motivação estão 
associados a baixos níveis de aprendizagem. 
 
III – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com a teoria do U invertido, ótimos níveis de motivação estão 
associados a altos níveis de aprendizagem. 
 
IV – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A motivação pode ser otimizada de acordo com a atividade a ser realizada. 
Tomemos, por exemplo, duas aulas: 
 uma aula de futebol na qual o objetivo é realizar o passe com precisão da lateral do 
campo para dentro da grande área; 
 uma aula na qual o objetivo é chutar a bola o mais distante possível em forma de 
lançamento. 
Os níveis de motivação para cada aula devem variar, já que as motivações se diferenciam de 
acordo com a necessidade da habilidade (UNESCO, 2013). 
 
V – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A existência de um contexto lúdico, com jogos e brincadeiras, é ideal para 
motivar a criança a participar da aula e pode estar associada a altos níveis de aprendizagem. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
6 
Alternativa correta: C. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 SIQUEIRA, N. F.; TICIANELLI, G. Psicologia e esporte: o papel da motivação. Ciência e 
inovação, Americana v. 1, n. 1, 2014. 
 UNESCO. Aprendizagem motora. Brasília: Fundação Vale, UNESCO, 2013. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
7 
Questão 2 
Questão 2.2 
No âmbito educacional, entre os vários marcos legais criados, as Diretrizes Curriculares para 
a Educação Especial na educação básica (Resolução CNE N° 2, 2001) configuraram a 
necessidade e a urgência da elaboração de normas pelos sistemas de ensino e educação 
para o atendimento dessa população, visando à construção de modelos educativos em prol 
da universalização do ensino e com foco na atenção à diversidade na educação brasileira. A 
formação de professores é elemento central para elevar a qualidade da educação brasileira, 
na perspectiva da implementação da política da educação inclusiva. 
Considerando a importância do professor de Educação Física no processo de construção de 
modelos pedagógicos que promovam a efetiva inclusão na escola, avalie as afirmativas. 
I. Os processos formativos do professor de Educação Física pressupõem a adoção de 
estratégias didático-pedagógicas que atendam a todos os alunos, respeitem suas 
diferenças e os estimulem ao maior conhecimento de si mesmos e de suas 
potencialidades. 
II. Os processos formativos do professor de Educação Física pressupõem a adoção de 
estratégias didático-pedagógicas pautadas em conhecimentos de conteúdos de cunho 
técnico-desportivo, corporal e biológico, visando ao desenvolvimento de atividades que 
priorizem o desempenho físico e técnico do aluno. 
III. Os processos formativos do professor de Educação Física pressupõem discussões que 
possibilitem a reflexão acerca da própria prática pedagógica do docente, com a adoção 
de estratégias voltadas para atividades corporais que permitam relações mais 
equilibradas, por meio do reconhecimento e do respeito às características físicas e de 
desempenho de si próprio e dos outros, sem discriminação por características pessoais, 
físicas, sexuais ou sociais. 
IV. Os processos formativos do professor de Educação Física pressupõem a compreensão de 
que o atendimento escolar aos direitos dos alunos com deficiência, implicam uma 
mudança no interior da escola, pautada em uma abordagem metodológica de ensino e 
aprendizagem que permita a todos a possibilidade de usufruir das diferentes 
manifestações de cultura corporal, em benefício do exercício crítico da cidadania. 
 
 
 
 
2Questão 19 – Enade 2017. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
8 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I e II. 
B. I e IV. 
C. II e III. 
D. I, III e IV. 
E. II, III e IV. 
 
1. Introdução teórica 
 
Educação Físicae inclusão 
 
Os alunos com necessidades educativas especiais são desfavorecidos no 
desenvolvimento de suas potencialidades e suas individualidades nas aulas de Educação 
Física que supervalorizam os desempenhos físico e esportivo das práticas corporais, o que 
amplia as diferenças de habilidades e reforça o desinteresse de alunos “menos habilidosos”. 
O termo “necessidades educativas especiais” (Declaração de Salamanca, 1994) 
engloba as deficiências, as dificuldades de aprendizagem e a sobredotação. Inclui as 
crianças que trabalham, as crianças que moram na rua, as pessoas pertencentes às 
populações de risco, as minorias étnicas ou culturais e os grupos desfavorecidos. 
A pessoa com necessidades educativas especiais apresenta tal condição em 
decorrência de qualquer desvantagem ou limitação, temporária ou permanente, causada 
pela diferença entre seu desempenho e suas expectativas e o desempenho e as expectativas 
do grupo ao qual pertence. 
A inclusão é o processo em que a escola se adapta para abarcar as pessoas com 
necessidades educativas especiais. 
A Educação Física adaptada é a área da Educação Física para pessoas com 
necessidades especiais que compreende técnicas, métodos e formas de organização que 
podem ser aplicados a essa população. 
A participação e a ação do professor podem influenciar a função pedagógica que a 
Educação Física assume na escola. A forma de o professor conceber a Educação Física na 
escola, pelo seu envolvimento com a aula e pela sua disponibilidade para o aluno, pode 
contribuir para o engajamento ou para o distanciamento dos estudantes (com ou sem 
necessidades especiais) nas atividades. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
9 
O professor deve apresentar os conhecimentos básicos relativos aos alunos com 
necessidades especiais, como, por exemplos, o tipo de deficiência e a idade em que ela 
surgiu. Deve saber se a deficiência é congênita ou adquirida, repentina ou gradativa, 
transitória ou permanente, e quais são as funções e as estruturas afetadas. Essas 
informações podem ser obtidas com o próprio aluno ou com a família. 
Assim, o professor pode adaptar: 
 a metodologia utilizada, considerando em qual grupo de alunos haverá maior facilidade 
para a aprendizagem e o desenvolvimento de todos; 
 as atividades do aluno de acordo com o tempo que ele pode permanecer atento às 
tarefas solicitadas; 
 o material e a organização na aula (tempo disponível e variação de espaços e de 
recursos materiais); 
 o planejamento, as atividades e a avaliação; 
 a técnica adequada à compreensão dos alunos (estratégias e recursos que despertem 
interesse e motivação). 
É fundamental que o profissional de Educação Física estabeleça interação entre ele, o 
aluno e o ambiente, com a perspectiva de uma prática pedagógica que promova a 
participação efetiva de todos nas aulas (inclusão). 
Em relação à prática, os alunos com necessidades educativas especiais podem 
participar das atividades de um programa de Educação Física regular ser forem observadas 
algumas adaptações e alguns cuidados. 
Para minimizar possíveis barreiras de aprendizagem, sugerem-se 
 a realização de atividades lúdicas com as crianças; 
 o favorecimento de situações em que a criança aprenda a lidar com fracassos e êxitos, 
assim como a solucionar problemas motores; 
 a utilização da propriocepção na aprendizagem de um movimento ou uma habilidade 
específica (a aprendizagem pode ser facilitada pela percepção sinestésica, em que o 
aluno pode vivenciar, visualizar, observar e comparar os seus movimentos com os do 
colega); 
 o conhecimento da capacidade linguística do aluno, pois as formas de instrução (verbal 
e/ou demonstração) podem influenciar no processo de ensino de aprendizagem; 
 a prestação de ajuda ao aluno para executar uma atividade ou um movimento específico, 
se necessário; 
 a verificação de que o aluno compreendeu a tarefa. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
10 
As preocupações centrais da Educação Física adaptada são: 
 atender a todos, de acordo com suas necessidades e suas potencialidades; 
 buscar conhecer as possibilidades das pessoas e avançar seus limites no sentido de 
inseri-las na cultura corporal de movimento (jogos, ginástica, dança, esporte e lutas). 
O professor deve assumir uma prática pedagógica que: 
 favoreça o desenvolvimento, adaptando atividades e provendo oportunidades iguais de 
participação a todos os alunos; 
 estimule o desenvolvimento e a participação, apresentando-se disponível e acessível aos 
alunos (acolhimento), pois o estímulo é um fator motivacional para o engajamento do 
aluno nas atividades; 
 oriente o desenvolvimento, oferecendo instrução adequada, antes, durante e/ou após as 
aulas (rodas de conversa). 
A Educação Física deve identificar, reconhecer e contemplar as diferenças, no sentido 
de atendê-las e de não as evidenciar. O professor pode combinar diversos procedimentos 
para remover barreiras e promover a aprendizagem de seus alunos. A diferença não deve 
ser confundida com a desigualdade. 
 
2. Análise das afirmativas 
 
I, III e IV – Afirmativas corretas. 
JUSTIFICATIVA. O processo de formação do profissional de Educação Física pressupõe a 
adoção de práticas pedagógicas que promovam a participação de todos os estudantes nas 
aulas, de acordo com suas necessidades e suas potencialidades para inseri-los na cultura 
corporal de movimento. O professor deve adotar uma prática pedagógica que favoreça o 
desenvolvimento, a aprendizagem e a participação de todos os alunos. 
 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Os processos formativos do professor de Educação Física não pressupõem a 
adoção de estratégias didático-pedagógicas que visam ao desenvolvimento de atividades 
que priorizem o desempenho físico e técnico do aluno. 
 
Alternativa correta: D. 
 
 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
11 
3. Indicações bibliográficas 
 
 SEABRA, L. Inclusão: considerações sobre as pessoas com necessidades especiais na 
escola. In: Caderno de formação: formação de professores – didática dos conteúdos. 
DARIDO, S. C. (org.). Universidade Estadual Paulista. São Paulo: Cultura Acadêmica, 
2012. 
 UNESCO. Declaração de Salamanca e linhas de ação sobre necessidades educativas 
especiais. Conferência mundial sobre educação para necessidades especiais: acesso e 
qualidade. Salamanca, 1994. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seesp/ 
arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em 09 dez. 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
12 
Questões 3 e 4 
Questão 3.3 
A ação docente comprometida com o desenvolvimento de processos educativos de qualidade é 
planejada e intencional, estando articulada aos contextos políticos, econômicos e sociais. Ao 
ampliarem a concepção no planejamento e na gestão da sala de aula, os processos educativos 
passam a ser percebidos como conjuntos de conhecimentos, habilidades, hábitos, valores e atitudes 
que orientam a atuação social. Para alcance desta percepção os conteúdos de aprendizagem são 
agrupados em três dimensões: conceitual, procedimental e atitudinal. 
COLL, C.; POZO, J. I.; SARABIA, B.; VALLS, E. Os conteúdos na reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, 
procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artmed, 2000 (com adaptações). 
 
No que se refere ao aporte dessas dimensões à elaboração do plano de aula, execução das 
atividades planejadas e avaliação nas aulas da Educação Física, é correto afirmar que 
A. compreender e analisar conteúdos acerca das práticas abordadas na Educação Física são 
ações referentes à dimensão conceitual. 
B. conhecer conteúdos, fatos, definições e princípios constitui ação sobre a organização de 
sala de aula e, portanto, referente à dimensão procedimental. 
C. vivenciar fundamentos e técnicas das brincadeirase jogos, esportes, ginásticas, danças e 
lutas consiste em ação pedagógica que corresponde à dimensão conceitual. 
D. reconhecer e respeitar os próprios limites e os dos colegas no desenvolvimento das 
atividades propostas pelo professor são ações que condizem com a dimensão 
procedimental. 
E. conhecer os princípios, fundamentos e transformações da Educação Física de acordo com 
a proposta de cada unidade temática é ação pertinente à dimensão atitudinal. 
 
Questão 4.4 
Durante um semestre de aulas de Educação Física, nos anos iniciais do ensino fundamental, os 
professores de determinada escola escolheram as ginásticas como tema de estudo. A opção foi feita 
pela manifestação da cultura corporal após discussões focadas nos valores para a convivência, que 
integravam o projeto político-pedagógico da Escola. 
Os estudos foram norteados pelo tema As diferenças entre as ginásticas para a saúde e lazer e as 
ginásticas de competição. Nas modalidades ginásticas para a saúde e lazer, foram estudados os 
alongamentos, as corridas e caminhada, hidroginástica, ginástica de academia (aeróbia e 
musculação) e a ioga; a ginástica de competição estudada foi a ginástica artística. 
Todos vivenciaram a corrida e a caminhada, tendo sido esta última, apresentada por alguns alunos 
como uma prática que “ajuda a emagrecer”, realizada por diversos familiares, principalmente avós e 
mães. Em sala de aula, discutiu-se o motivo de essas atividades colaborarem para o processo de 
emagrecimento e o modo de realizá-las. O professor fez uma breve explicação acerca dos 
batimentos cardíacos e mediu a frequência cardíaca de um aluno em repouso e durante o exercício 
da corrida. Como não havia aparelhos para todos, o professor ensinou a fazer a medição com a 
utilização do relógio. A aula foi realizada na área verde da escola, um espaço arborizado, com 
 
3Questão 20 – Enade 2017. 
4Questão 27 – Enade 2017. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
13 
sombra e com solo irregular, assemelhando-se bastante com os espaços de praças e parques, onde, 
segundo os alunos, os seus parentes costumam se exercitar. 
MARTINS, J. C. J. Ginásticas: saúde e lazer x competição. EMEF Tenente Alípio Andrada Serpa. São Paulo, SP (relato de 
experiência). Disponível em <http://www.gpef.fe.usp.br>. Acesso em 14 jul. 2017 (com adaptações). 
 
Considerando a situação descrita, avalie as afirmativas. 
I. A proposta pedagógica desenvolvida possibilitou ao professor abordar temas diretamente 
relacionados à saúde. 
II. Na proposta pedagógica, a temática ginástica assume um papel funcionalista, ou seja, é 
utilizada como contexto para a abordagem de outros conteúdos que não ela própria. 
III. Na aula em que os alunos vivenciaram a corrida e a caminhada, foram apresentados 
conhecimentos conceituais e procedimentais, articulando teoria e prática. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. B. II, apenas. C. I e III, apenas. 
D. II e III, apenas. E. I, II e III. 
 
1. Introdução teórica 
 
Conteúdos e dimensões da Educação Física 
 
Os conteúdos de ensino são o conjunto de conhecimentos, conceitos, ideias, fatos, 
leis científicas, regras, habilidades cognoscitivas, métodos de compreensão e aplicação, 
hábitos de estudos, de trabalho, de lazer e de convivência social, valores e atitudes 
organizados pedagogicamente, com os objetivos de assimilação e de aplicação pelos alunos. 
O termo conteúdo foi (e ainda é) utilizado para expressar o que se deve aprender, em 
uma relação quase exclusiva no que se refere aos conhecimentos, conceitos e princípios das 
disciplinas. Atualmente, há uma tendência de ampliar o conceito de conteúdo para incluir de 
forma explícita nos programas de ensino o que estava apenas no currículo oculto 
(aprendizagens que se realizam na escola, mas não aparecem de forma explícita nos 
programas de ensino). 
Assim, os conteúdos podem ser classificados em três dimensões: 
 conceitual (o que se deve saber); 
 procedimental (o que se deve saber fazer); 
 atitudinal (o que se deve ser). 
O quadro 1 apresenta exemplos de conteúdos nessas três dimensões. 
 
 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
14 
 
Quadro 1. Exemplos de conteúdos de Educação Física nas três dimensões 
Dimensão conceitual: 
- conhecer as transformações na sociedade em relação aos hábitos de vida (diminuição do trabalho 
corporal em função das novas tecnologias) e relacioná-las com as necessidades atuais de atividade 
física. 
- conhecer as mudanças que ocorreram nos esportes. Por exemplo, o futebol era praticado apenas pela 
elite no seu início. 
- conhecer os modos corretos de execução dos exercícios e práticas corporais cotidianas, como por 
exemplo, levantar um objeto do chão, sentar-se à frente do computador, realizar um exercício 
abdominal adequadamente. 
Dimensão procedimental: 
- vivenciar alguns fundamentos básicos de esportes, danças, ginásticas e lutas, por exemplo, praticar a 
ginga da capoeira, o saque do vôlei. 
- vivenciar diferentes ritmos e movimentos relacionados às danças, como as danças de salão, regional 
e outras. 
- vivenciar situações de brincadeiras e jogos. 
Dimensão atitudinal: 
- valorizar o patrimônio de jogos e brincadeiras do seu contexto. 
- respeitar os adversários, os colegas e resolver os problemas com diálogo. 
- reconhecer e valorizar atitudes não preconceituosas em relação a habilidade, sexo, religião, entre 
outras. 
DARIDO, 2012. 
 
Na prática docente, não há como separar as dimensões conceitual, procedimental e 
atitudinal: elas manifestam-se de forma inter-relacionada, embora possa haver ênfase em 
determinadas dimensões. Por exemplo, ao realizar seu próprio alongamento no início da 
aula, enquanto os alunos executam movimentos de alongamento e de flexibilidade, o 
professor pode explicar a importância de realizar tais movimentos, o objetivo do 
alongamento e quais grupos musculares são exigidos. Assim, as dimensões procedimental e 
conceitual são envolvidas na atividade. 
Além disso, outros conhecimentos devem ser trabalhados, como utilizar estratégias ou 
habilidades para resolver problemas, usar conhecimentos disponíveis para enfrentar 
situações novas ou inesperadas, saber trabalhar em equipe, mostrar-se solidário com os 
colegas, respeitar o trabalho dos outros e não discriminar as pessoas. 
Na perspectiva da educação, é fundamental considerar procedimentos, fatos, 
conceitos, atitudes e valores como conteúdos com o mesmo nível de importância. Assim, a 
Educação Física ultrapassa o ensinar esporte, ginástica, dança, jogos e atividades rítmicas, 
em seus fundamentos e técnicas (dimensão procedimental): inclui, também, abordar quais 
atitudes os alunos devem apresentar nas atividades corporais (dimensão atitudinal) e 
garantir o direito do aluno de saber o porquê de realizar determinado movimento e quais 
conceitos estão ligados àqueles procedimentos (dimensão conceitual). 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) da área de Educação Física 
sugerem que as atitudes, os conceitos e os procedimentos dos conteúdos sejam trabalhados 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
15 
em todas as dimensões da cultura corporal, envolvendo os conhecimentos sobre corpo, 
esportes, jogos, lutas, ginásticas e atividades rítmicas. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) abordam os conteúdos 
escolares em procedimentos, conceitos e atitudes. Há a valorização dos procedimentos do 
universo das habilidades motoras e dos fundamentos dos esportes e, também, os 
procedimentos de organização, sistematização de informações e aperfeiçoamento. 
Além dos conteúdos conceituais de regras, táticas e dados históricos das modalidades 
esportivas, há reflexões sobre os conceitos de ética, estética, desempenho e eficiência, entre 
outros. 
 
2. Análise das alternativas e afirmativas 
 
Questão 3. 
 
A – Alternativa correta.JUSTIFICATIVA. Compreender e analisar os conteúdos das práticas em Educação Física 
referem-se à dimensão conceitual. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Conhecer conteúdos, fatos, definições e princípios refere-se à dimensão 
conceitual. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Vivenciar fundamentos e técnicas de brincadeiras, jogos, esportes, 
ginásticas, danças e lutas refere-se à dimensão procedimental. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Reconhecer e respeitar os próprios limites e os limites dos colegas são 
ações que condizem com a dimensão atitudinal. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Conhecer princípios, fundamentos e transformações da Educação Física 
refere-se à dimensão conceitual. 
 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
16 
Questão 4. 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A proposta pedagógica possibilitou abordar temas relacionados à saúde. 
 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), as 
ginásticas são técnicas de trabalho corporal com finalidades diversas. Por exemplo, podem 
ser realizadas para a preparação de outras modalidades ou para a manutenção ou a 
recuperação da saúde, de forma recreativa ou competitiva. A ginástica não é utilizada como 
contexto para a abordagem de outros conteúdos que não os dela própria. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Na aula em que os alunos vivenciaram a corrida e a caminhada, foram 
apresentados conhecimentos conceituais (na sala de aula, o professor discutiu os motivos de 
a caminhada e a corrida colaborarem para o processo de emagrecimento e o modo de 
realizá-las) e procedimentais (os alunos caminharam e correram na área verde da escola). 
 
Alternativa correta: C. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BARROSO, A. L. R.; DARIDO, S. C. A pedagogia do esporte e as dimensões dos 
conteúdos: conceitual, procedimental e atitudinal. Revista da Educação Física/UEM, 
Maringá, v.20, n.2, p.281-289, 2009. 
 BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais. 
Educação Física, 3º e 4º ciclos. Brasília: MEC, 1998. 
 DARIDO, S. C. Educação Física na escola: conteúdos, suas dimensões e significados. In: 
Caderno de formação: formação de professores. Bloco 2 – didática dos conteúdos. Org. 
DARIDO, S. C. Universidade Estadual Paulista. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 
 
 
 
 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
17 
Questões 5 e 6 
Questão 5.5 
Um professor de Educação Física decide trabalhar com sua turma o tema danças. Para isso, 
pede que os alunos perguntem aos seus pais as origens de seus avós e bisavós e que 
pesquisem em vídeos disponibilizados na internet as danças praticadas no local em que seus 
avós e bisavós nasceram. Uma vez realizada a pesquisa, nas aulas seguintes, os alunos se 
apresentam vestidos com trajes típicos e ensinam aos colegas os movimentos e as 
coreografias visualizadas. O professor estimula a comparação dos gestos presentes nas 
danças provenientes de diferentes localidades e tenta relacioná-los com a cultura à qual 
estão associados. 
Considerando que o professor trabalha sob a perspectiva crítico-emancipatória, 
fundamentada na ação comunicativa, assinale a opção que corresponde à estratégia 
pedagógica correta a ser adotada pelo docente após a realização da atividade mencionada 
no texto. 
A. Avaliar o desempenho dos alunos nas diferentes danças e atribuir conceito máximo aos 
que tenham constituído a indumentária mais representativa da cultura pesquisada. 
B. Avaliar o desempenho motor dos alunos nas diferentes danças e atribuir conceito 
máximo aos grupos que tenham realizado os movimentos mais complexos. 
C. Solicitar aos alunos que escolham uma das danças, entre as apresentadas por outros 
colegas, para que realizem nova pesquisa, corrigindo os erros dos colegas em suas 
pesquisas originais. 
D. Submeter os alunos a uma prova escrita com enfoque nos conhecimentos acerca dos 
locais e culturas representados nas danças. 
E. Dialogar com a turma a respeito da vivência, pedindo aos alunos que exponham o que 
aprenderam e sugiram modificações para novas experiências. 
 
Questão 6.6 
 
Na tentativa de superar o paradigma da aptidão física e esportiva, vigente na concepção de 
ensino de Educação Física até a década de 1970, surgiram diversas abordagens pedagógicas 
para o ensino desse componente curricular na educação brasileira. 
 
5Questão 22 – Enade 2017. 
6Questão 25 – Enade 2017. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
18 
Considerando as características e a constituição dessas abordagens pedagógicas, avalie as 
afirmativas. 
I. As abordagens crítico-superadora e crítico-emancipatória são fundamentadas em teorias 
críticas da educação e questionam a hegemonia do esporte como conteúdo das aulas. 
II. A abordagem psicomotora apoia-se na psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem 
para compreender os mecanismos envolvidos e propor formas de facilitar a 
aprendizagem de habilidades motoras. 
III. A abordagem desenvolvimentista ocupa-se em entender as relações entre movimento, 
cognição e afetividade para estimular o desenvolvimento do ser humano. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. II, apenas. 
C. I e III, apenas. 
D. II e III, apenas. 
E. I, II e III. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Abordagens pedagógicas em Educação Física 
 
As abordagens pedagógicas em Educação Física são movimentos para renovação 
teórico-prática com o objetivo de estruturar campos de conhecimento específicos da 
Educação Física (RONCHI, 2010). 
Algumas das abordagens são: desenvolvimentista, psicomotora, críticas, crítico-
superadora e crítico-emancipatória. 
 
1.1.1. Abordagem desenvolvimentista 
 
A abordagem desenvolvimentista privilegia a aprendizagem do movimento e 
proporciona ao aluno condições para desenvolver o comportamento motor por meio da 
diversidade e da complexidade dos movimentos. Propõe atividades de acordo com o estágio 
de crescimento e de desenvolvimento do estudante, a fim de que as habilidades motoras 
sejam alcançadas (RONCHI, 2010). 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
19 
A abordagem desenvolvimentista no Brasil é explicitada nos trabalhos de Manoel 
(1994) e de Tani et al. (1988). A proposta de Tani et al. (1998) é dirigida a crianças de 
quatro a quatorze anos e procura, nos processos de aprendizagem e desenvolvimento, a 
fundamentação para a Educação Física escolar. É uma tentativa de caracterizar a progressão 
normal do crescimento físico e do desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e afetivo-
social na aprendizagem motora (DARIDO, 2003). 
Os autores dessa abordagem defendem que o movimento é o principal meio e fim da 
Educação Física. A Educação Física deve privilegiar a aprendizagem do movimento, embora 
possam ocorrer outras aprendizagens pela prática das habilidades motoras. A habilidade 
motora é um conceito importante nessa abordagem, pois é por meio dela que os seres 
humanos resolvem problemas motores (DARIDO, 2003). 
Como as habilidades mudam ao longo da vida, desde a concepção até a morte, elas 
constituem a área de desenvolvimento motor. Outra área de conhecimento surgiu em torno 
de como os seres humanos aprendem as habilidades motoras, a área de aprendizagem 
motora. 
Para a abordagem desenvolvimentista, a Educação Física deve proporcionar ao aluno 
condições para o comportamento motor desenvolver-se por meio da interação entre o 
aumento da diversificação e a complexidade dos movimentos, e, assim, oferecer 
experiências de movimento adequadas ao nível de crescimento e desenvolvimento do aluno 
para que a aprendizagem das habilidades motoras ocorra (DARIDO, 2003). 
 
1.1.2. Abordagem psicomotora 
 
A abordagem psicomotora utiliza atividadeslúdicas para estimular o desenvolvimento 
e a aprendizagem, que deve ser significativa, espontânea e exploratória da criança e de suas 
relações interpessoais. Essa abordagem busca analisar e interpretar o jogo infantil e seus 
significados, valorizando o processo de aprendizagem do aluno, e não apenas a execução de 
um gesto técnico (RONCHI, 2010). 
A psicomotricidade é um movimento que surgiu a partir da década de 1970, em 
contraposição ao modelo esportivista. Na abordagem psicomotora, o envolvimento da 
Educação Física é com o desenvolvimento da criança, com o ato de aprender e com os 
processos cognitivos, afetivos e psicomotores, de modo a garantir a formação integral do 
aluno (DARIDO, 2012). 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
20 
A educação psicomotora refere-se à formação básica de toda criança, com os intuitos 
de assegurar o desenvolvimento funcional e de ajudar sua afetividade a equilibrar-se por 
meio do intercâmbio com o ambiente humano (DARIDO, 2012). 
O autor que influenciou o pensamento psicomotricista no Brasil foi o francês Jean le 
Boulch, que acreditava que a educação psicomotora (DARIDO, 2003): 
 é a base na escola primária; 
 condiciona todos os aprendizados pré-escolares e escolares; 
 faz a criança conscientizar-se sobre seu corpo e sua lateralidade (situar-se no espaço); 
 faz com que a criança adquira a coordenação de seus gestos e movimentos. 
A educação psicomotora pode auxiliar na prevenção de inadaptações difíceis de 
serem corrigidas quando estruturadas. 
Ressaltamos que o aprimoramento da psicomotricidade é indicado, também, para 
psicólogos, psiquiatras, neurologistas, reeducadores, professores e outros profissionais que 
trabalham com crianças (DARIDO, 2003). 
 
1.1.3. Abordagens críticas 
 
As abordagens críticas questionam o caráter alienante da Educação Física na escola e 
propõem um modelo de superação das contradições e das injustiças sociais. Desse modo, a 
Educação Física estaria vinculada às transformações sociais, econômicas e políticas, com o 
objetivo de vencer as desigualdades sociais (BRASIL, 1998). 
 
1.1.3.1. Abordagem crítico-superadora 
 
A abordagem crítico-superadora é baseada no discurso da justiça social. Ressalta 
questões de poder, interesse e contestação por meio da crítica social da realidade. Procura 
entender o ensinar e criar as possibilidades de produção crítica, de assimilação de 
conhecimentos, de valorização do contexto dos fatos e de resgate histórico (RONCHI, 2010). 
A proposta crítico-superadora é baseada no marxismo e no neomarxismo e é 
influenciada pelos educadores José Libâneo e Demerval Saviani (DARIDO, 2003). 
Os conteúdos das aulas devem considerar sua relevância social, sua 
contemporaneidade e sua adequação às características sociocognitivas dos alunos. Também 
ressalta a necessidade de o aluno confrontar os conhecimentos de senso comum com o 
conhecimento científico para ampliar seu acervo de conhecimento (DARIDO, 2003). 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
21 
1.1.3.2. Abordagem crítico-emancipatória 
 
A abordagem crítico-emancipatória possibilita o ensino de esportes por meio da 
transformação didático-pedagógica, com a educação orientada para as competências críticas 
e emancipadas. 
A abordagem crítico-emancipatória é baseada na pedagogia de Paulo Freire, e seu 
principal teórico é o professor Elenor Kunz, da Universidade Federal de Santa Catarina 
(RONCHI, 2010). 
Nessa abordagem, o ensino da Educação Física deve privilegiar situações didáticas 
que beneficiem a construção da autonomia e proporcionar oportunidades aos alunos para a 
reflexão sobre os reais interesses que orientam sua participação na cultura corporal de 
movimentos (RONCHI, 2010). 
A emancipação (do termo crítico-emancipatória) pode ser entendida como um 
processo de libertação do aluno das condições limitantes das capacidades racionais críticas e 
o agir no contexto sociocultural esportivo. O conceito crítico pode ser entendido como a 
capacidade de se questionarem e analisarem as condições e a complexidade de diferentes 
realidades (RONCHI, 2010). 
Como o esporte está orientado ao rendimento esportivo, o processo pedagógico 
limita-se à competência técnica, que reduz as possibilidades de formação cultural que as 
demais culturas de movimento podem proporcionar (RONCHI, 2010). 
Em contrapartida, a concepção crítico-emancipatória orienta-se pelo desenvolvimento 
de uma capacidade questionadora e argumentativa consciente do aluno sobre os assuntos 
abordados em aula (RONCHI, 2010). 
Na concepção crítico-emancipatória, o professor confronta o aluno com a realidade do 
ensino em três fases, conforme segue (DARIDO, 2003). 
 Na primeira fase, os alunos descobrem as formas e os meios para uma participação bem-
sucedida em atividades de movimentos e jogos pela experiência manipulativa. 
 Na segunda fase, os alunos manifestam o que experimentaram e o que aprenderam em 
uma forma de exposição (pela linguagem ou pela representação cênica). 
 Na terceira fase, os alunos devem aprender a perguntar e a questionar sobre suas 
aprendizagens e descobertas, para entenderem o significado cultural da aprendizagem. 
A concepção crítico-emancipatória precisa estar acompanhada de didática 
comunicativa, que se oriente pelo desenvolvimento de capacidade questionadora e 
argumentativa consciente do aluno (RONCHI, 2010). 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
22 
Nessa abordagem, o objetivo da Educação Física é proporcionar a intervenção 
autônoma, crítica e criativa do aluno em sua realidade social, para modificá-la e torná-la 
qualitativamente diferente daquela existente (RONCHI, 2010). 
 
1.2. Síntese das abordagens pedagógicas em Educação Física 
 
O quadro 1 apresenta as características das abordagens analisadas. 
 
Quadro 1. Características das abordagens desenvolvimentista, psicomotora, crítico-superadora e crítico-
emancipatória. 
 Desenvolvimentista Psicomotora Crítico-superadora 
Crítico-
emancipatória 
Principais autores 
Tani, G. 
Manoel, E.J. 
Jean le Boulch 
Bracht, V. 
Castellani, L. 
Taffarel, C. 
Soares, C.L. 
Elenor Kunz 
Livro 
Educação Física 
escolar: uma 
abordagem 
desenvolvimentista 
Educação pelo 
movimento 
Metodologia do 
ensino da 
Educação Física 
Transformações 
didático-
pedagógicas do 
esporte 
 
Área de base Psicologia Psicologia Filosofia política 
Filosofia, 
sociologia e 
política 
Autores de base 
Gallahue, D. 
Connoly, J. 
Wallon, H. 
Piaget, J. 
Luria, A. 
Saviani, D. 
Libâneo, J. 
Habermas, J. 
Temática principal 
Habilidade, 
aprendizagem, 
desenvolvimento 
motor. 
Consciência 
corporal, 
lateralidade e 
coordenação. 
Cultura corporal, 
visão histórica. 
Reflexão crítica 
emancipatória dos 
alunos. 
Conteúdos 
Habilidades básicas 
e específicas, jogo, 
esporte, dança. 
Atividades de 
autotestagem. 
Conhecimento 
sobre o jogo, 
esporte, dança, 
ginástica. 
Transcendência de 
limites. 
Conhecimento. 
Esportes. 
 
Metodologia 
Equifinalidade, 
variabilidade, 
solução de 
problemas. 
Várias. Tematização. 
Reflexão sobre a 
prática esportiva. 
Darido, 2003; Darido, 2004. 
 
Vale notar que várias concepções coexistem na área de Educação Física atualmente, e 
que, algumas delas, tentam romper com os modelos esportivista e biológico. As novas 
abordagens resultam da articulação de teorias psicológicas, sociológicas e filosóficas. Todas 
as abordagens ampliaram os campos de ação e de reflexão da Educação Física e 
aproximaram-na das ciências humanas. Em comum, apresentam a busca de uma Educação 
Física que articule as múltiplas dimensões do ser humano (DARIDO, 2003). 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
23 
Essas abordagens proporcionaram uma ampliação dos pressupostos pedagógicos de 
ensino e aprendizagem. As dimensões psicológicas, sociais, cognitivas, afetivas e políticas 
foram reavaliadas e enfatizadas,concebendo o aluno como ser humano integral. Os 
objetivos educacionais mais amplos foram envolvidos, com conteúdos diversificados e 
pressupostos pedagógicos mais humanos, não apenas voltados para exercícios e esportes 
(DARIDO, 2003). 
 
2. Análise das alternativas e afirmativas 
 
Questão 5. 
 
Na concepção crítico-emancipatória, o professor confronta o aluno com a realidade do 
ensino em três fases. 
Na primeira fase, os alunos descobrem as formas e meios para uma participação bem-
sucedida em atividades de movimentos. Nessa turma, os alunos perguntaram aos pais as 
origens de seus avós e de seus bisavós e pesquisaram a respeito das danças praticadas por 
eles. 
Na segunda fase, os alunos manifestam o que experimentaram e o que aprenderam numa 
forma de exposição (pela linguagem ou representação cênica). Nessa turma, os alunos 
apresentaram-se vestidos com trajes típicos e ensinaram aos colegas os movimentos e as 
coreografias. 
Na terceira fase, os alunos devem aprender a perguntar e a questionar sobre suas 
aprendizagens e descobertas, para entender o significado cultural da aprendizagem. 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Avaliar o desempenho e a indumentária não condiz com a perspectiva 
crítico-emancipatória. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Avaliar o desempenho motor e atribuir o conceito máximo aos grupos que 
tenham realizado os movimentos mais complexos não condizem com a perspectiva crítico-
emancipatória. 
 
 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
24 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Corrigir erros dos colegas em suas pesquisas não corresponde à perspectiva 
crítico-emancipatória. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Submeter os alunos a uma prova escrita sobre os conhecimentos acerca 
dos locais e culturas representados nas danças não corresponde à perspectiva crítico-
emancipatória. 
 
E – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Dialogar com a turma sobre a vivência e pedir aos alunos que exponham o 
que aprenderam e sugiram modificações para novas vivências correspondem à perspectiva 
crítico-emancipatória. 
 
Questão 6. 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. As abordagens críticas fundamentam-se no materialismo histórico e 
dialético e questionam a hegemonia do esporte como conteúdo das aulas. 
 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A abordagem desenvolvimentista privilegia o desenvolvimento e a 
aprendizagem do movimento para a compreensão dos mecanismos envolvidos e para a 
proposta de formas de facilitar a aprendizagem de habilidades motoras. 
 
III – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A abordagem psicomotora ocupa-se de entender as relações entre 
movimento, cognição e afetividade para estimular o desenvolvimento do ser humano. 
 
Alternativa correta: A. 
 
 
 
 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
25 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais. 
Educação Física, 3º e 4º ciclos. Brasília: MEC, 1998. 
 DARIDO, S. C. Educação Física na escola – questões e reflexões. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2003. 
 DARIDO, S. C. Dimensões pedagógicas do esporte. Comissão de especialistas de 
Educação Física, Ministério do esporte. Brasília: Universidade de Brasília/CEAD, 2004. 
Disponível em <https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/123456789/228/modulo02 
DimensoesPedagogicasEsporte.pdf?sequence=3&isAllowed=y>. Acesso em 02 out. 2019. 
 DARIDO, S. C. Diferentes concepções sobre o papel da Educação Física na escola. In: 
Caderno de formação: formação de professores. Bloco 2 – didática dos conteúdos. Org. 
DARIDO, S. C. Universidade Estadual Paulista. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 
 MANOEL, E. J. Desenvolvimento motor: implicações para a Educação Física escolar I. 
Revista paulista de Educação Física, São Paulo, n. 8, v. 1, p. 82-97, 1994. Disponível em 
<http://www.revistas.usp.br/rpef/article/view/138423/133886>. Acesso em 27 set. 
2019. 
 TANI, G. et al. Educação Física escolar: fundamentos de uma abordagem 
desenvolvimentista. São Paulo: EPU, 1988. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
26 
Questões 7 e 8 
Questão 7.7 
Uma coisa é submeter as aulas de Educação Física e a escola aos interesses da instituição desporto, 
e outra é tratar pedagógica, crítica, reflexiva e criativamente o desporto como conteúdo de ensino e 
campo de vivência social, nas aulas de Educação Física e no desenvolvimento do projeto político-
pedagógico da escola. 
TAFFAREL, C. N. Z. Desporto educacional: realidade e possibilidades das políticas governamentais e das práticas 
pedagógicas nas escolas públicas. In: STIGGER, M. P.; LOVISOLO, H. R. (Orgs.) Esporte de rendimento e esporte na 
escola. Campinas: autores associados, 2009 (com adaptações). 
 
Considerando o tratamento pedagógico dado ao esporte a partir de uma abordagem crítica, 
avalie as afirmativas. 
I. A mídia e a indústria cultural ao se apropriarem do esporte, respectivamente, como 
espetáculo e como mercadoria, incentivam a população a ser expectadora esportiva e 
consumidora de produtos esportivos. 
II. O ato de submeter as aulas de Educação Física à hegemonia esportiva contribui para a 
reafirmação do esporte como conteúdo principal da Educação Física escolar. 
III. A reflexão crítica acerca do desporto na escola implica a discussão com os alunos a 
respeito da indústria esportiva e de seu objetivo de lucrar com o esporte. 
IV. O tratamento pedagógico do esporte na escola favorece a convivência social e a 
formação de alunos críticos. 
É correto o que se afirma em 
A. I, II e III, apenas. 
B. I, II e IV, apenas. 
C. I, III e IV, apenas. 
D. II, III e IV, apenas. 
E. I, II, III e IV. 
 
Questão 8.8 
A literatura já reconhece como incontestáveis as relações entre as mídias e a cultura corporal de 
movimento na sociedade contemporânea e, portanto, entre as mídias e a Educação Física escolar, na 
medida em que considera que a finalidade desse componente curricular é propiciar a apropriação 
crítica da cultura corporal de movimento. Embora o foco prioritário das mídias continue a ser o 
esporte, outras formas da cultura corporal de movimento (em especial, as ginásticas e os esportes 
considerados radicais) passaram a ser objeto do processo de espetacularização mediado pelas 
câmaras televisivas, temática da publicidade, pauta de matérias em jornais, revistas e sítios da 
internet. Assuntos como regras, táticas e técnicas de modalidade esportivas, relação entre exercício 
físico e saúde, aptidão física, nutrição e padrões de beleza tornaram-se constantes nas diversas 
mídias. Entretanto, constata-se nas mídias um problema pedagógico para a Educação Física escolar, 
pois se, de um lado, as informações e imagens provenientes das mídias são constituintes e 
 
7Questão 26 – Enade 2017. 
8Questão discursiva 5 – Enade 2017. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
27 
constituidoras da cultura corporal de movimento, de outro, elas devem também ser objeto de 
processos educacionais visando preparar os alunos para estabelecerem uma análise crítica e criativa 
com os discursos difundidos por esses meios. 
BETTI, M. Imagens em ação: uma pesquisa-ação sobre o uso de matérias televisivas em programas de Educação Física do 
ensino fundamental e médio. Movimento, Porto Alegre, v. 12, n. 02, p. 95-120, 2006 (com adaptações). 
 
Considerando o problema pedagógico apresentado no texto, elabore duas estratégias para 
incorporação das mídias ao ensino da Educação Física escolar, estabelecendo uma relação 
crítica entre o discurso midiático e o conhecimento pedagógico sobre a cultura corporal de 
movimento. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Mídia e Educação Física escolar 
 
As mídias, termo genérico atribuído aos meios de comunicação de massa, diariamenteexpõem imagens, sons e informações à população de maneira intensa, caracterizando-se 
pela velocidade e pela dinamização das notícias (DINIZ, 2012). 
Os veículos midiáticos apresentam grande poder, principalmente sobre os jovens. 
Esse público vê representados estilos de vida, desejos, necessidades e emoções nos meios 
de comunicação, que constituem um panorama que chega à escola (DINIZ, 2012). 
A cultura jovem está associada aos meios de comunicação e valoriza a linguagem 
audiovisual (combinação de palavras, imagens e música) que se manifesta na comunicação 
entre os jovens (gestos corporais, onomatopeias e gírias) e na linguagem da mídia (BRASIL, 
1998). 
A mídia transmite informações e constrói certo imaginário e certo entendimento de 
mundo. Os alunos permanecem muitas horas diante da televisão, aparelhos celulares e 
computadores, que rivalizam com a escola e com a família como fonte de formação de 
valores e atitudes. Entretanto, a mídia, muitas vezes, proporciona informações desconexas 
e, em geral, descontextualizadas (BRASIL, 1998). 
Na área da cultura corporal de movimento, a atuação da mídia é decisiva ao construir 
novos significados e novas modalidades de entretenimento e consumo. O esporte, as 
ginásticas, as danças e as lutas tornaram-se produtos de consumo (como imagem) e objetos 
de conhecimento amplamente divulgados ao público. Jornais, revistas, videogames, rádio, 
televisão e internet difundem ideias sobre a cultura corporal de movimento, e os alunos 
entram em contato com práticas corporais e esportivas do mundo adulto. Atualmente, todos 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
28 
os indivíduos são consumidores potenciais do esporte-espetáculo, como torcedores nos 
estádios e quadras ou como espectadores de televisão (BRASIL, 1998). 
Na mídia, existe participação majoritária do esporte como notícia, transmissão de 
eventos ao vivo ou temática (publicidade). O esporte está nas novelas, nos noticiários, nos 
filmes, nos seriados, nos desenhos animados e nos programas esportivos. A mídia apresenta 
a concepção predominante do que é esporte e do que é ser esportista, associada a “vencer 
na vida” e a “valores” como esforço intenso, dinheiro, medalhas olímpicas e recordes. 
Contraditoriamente, a mídia tende a chamar de ‘esporte’ as atividades corporais que visam a 
melhorar a condição física (andar, correr e ir à academia), superar desafios (body-jumping e 
asa-delta) e praticar atividades na natureza (montanhismo e trilhas ecológicas), entre outras 
(BRASIL, 1998). 
A mídia também mostra aulas de ginástica aeróbica na televisão, os médicos falam 
sobre os benefícios e riscos da atividade física, os comentaristas informam sobre táticas e 
regras nas partidas de futebol, vôlei ou basquete, e as revistas sugerem exercícios para 
deixar “o corpo em forma”. As informações nem sempre são corretas, porém se sobrepõem 
pela pouca capacidade crítica dos indivíduos (BRASIL, 1998). 
A televisão e as novas mídias (redes sociais e internet) iludem o espectador, pois 
promovem a falsa sensação de contato direto com a realidade, quando existe distância entre 
a prática real do esporte e a prática a que se assiste. Existe um processo de intermediação 
entre a realidade e a imagem, que envolve a seleção e a edição dos fatos de acordo com a 
espetacularização motivada por interesses econômicos e com a especificidade da linguagem 
audiovisual. Assim, há fragmentação e descontextualização do fenômeno esportivo, que o 
dissocia da experiência de praticar modalidades da cultura corporal ativamente (BRASIL, 
1998). 
É nesse contexto que os alunos têm informações sobre a cultura corporal de 
movimento e sobre esportes em particular, fatos que exigem que o professor precise 
atualizar-se constantemente. O professor deve estar atento à mídia para não perder um 
canal de diálogo e de compartilhamento de interesses. 
 
1.2. Mídia e espetacularização 
 
Muitas vezes, a forma das mensagens das mídias no campo da cultura corporal de 
movimento predominante é a espetacularização. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
29 
Em relação ao esporte, a televisão construiu o esporte telespetáculo por meio da 
codificação e da mediação dos eventos esportivos efetuados pelo enquadramento das 
câmaras televisivas, pela edição das imagens e pelos comentários que interpretam para o 
espectador o que ele está vendo (BETTI, 2001). 
O esporte telespetáculo valoriza a forma em relação ao conteúdo (como se apresenta 
o esporte é mais importante do que o que se apresenta) pelo uso privilegiado da linguagem 
audiovisual, com ênfase na imagem (utilização de minicâmeras, closes, slow-motion e 
recursos gráficos). Por outro lado, a “falação esportiva” sugere uma concepção hegemônica 
de esporte: esporte é esforço máximo, buscar vitória, dinheiro e sucesso na vida (BETTI, 
2001). 
A espetacularização do esporte leva à fragmentação e à descontextualização do 
fenômeno esportivo, como foi dito. Os fatos são retirados de seu contexto histórico, 
sociológico e antropológico. A experiência do atleta é fragmentada: a sociabilização, o prazer 
e a ludicidade não são vivências privilegiadas, mas as eventuais manifestações de violência, 
por exemplo no futebol, são exibidas e reexibidas, fazendo parecer que o futebol é um 
esporte violento (BETTI, 2001). 
Atualmente, os jovens entram em contato com a cultura corporal de movimento como 
telespectadores (imagem), e não como praticantes (vivência). O esporte telespetáculo é o 
novo modelo de socialização em que assistir à televisão antecede ou substitui a prática e 
influencia a forma e o significado da prática esportiva das crianças e jovens. Houve um 
distanciamento histórico entre o lúdico e o esporte (BETTI, 2001). 
Nesse contexto, a Educação Física escolar deve contribuir para formação do aluno 
crítico, inteligente e sensível em relação às produções das mídias no campo da cultura 
corporal de movimento (BETTI, 2001). 
Propõe-se que a escola eduque para a reflexão crítica: o aluno deve compreender o 
sentido explícito e o sentido implícito das informações e estabelecer relações coerentes e 
críticas entre o que aparece na mídia e a realidade do mundo. A escola pode educar na 
linguagem dos meios de comunicação, ensinar os mecanismos técnicos e econômicos de 
funcionamento do meio e oferecer orientação e recursos para a análise crítica (BETTI, 
2001). 
O professor pode exercer um papel de mediador entre as mídias e os alunos. Não 
pode apresentar uma posição de negação ou preconceito em relação a elas; pode expor-se 
às mídias, mas recusar o que for muito superficial ou manipulador (BETTI, 2001). 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
30 
É importante compreender a relação entre a Educação Física e a mídia, verificar o que 
muda na formação dos alunos que estão inseridos no mundo da notícia e do virtual e 
questionar como a mídia pode ser uma ferramenta didática para as aulas e como pode 
contribuir para uma leitura crítica da realidade (DINIZ, 2012). 
Nesse sentido (BETTI, 2001): 
 a incorporação das produções das mídias ao ensino da Educação Física motiva o debate 
e a reflexão por tratar de assuntos atuais e polêmicos; 
 a linguagem jornalística é atraente para os alunos, pois é mais sintética e combina 
imagens e recursos gráficos; 
 as produções audiovisuais conseguem destacar informações que o próprio professor 
transmite; 
 os vídeos sintetizam muito conteúdo em pouco tempo e podem substituir aulas 
expositivas ou textos escritos; 
 a imagem atinge primeiro pela emoção, que comove o aluno e, a partir disso, o professor 
pode mediar uma interpretação crítica. 
O uso das mídias no ensino da Educação Física pode ser realizado como meios de 
(BETTI, 2001): 
 sensibilização (introduz um novo assunto e desperta curiosidade e motivação para novas 
práticas); 
 ilustração (ajuda a mostrar o que se falaem aula e traz realidades distantes, como, por 
exemplo, em um documentário sobre a história dos Jogos Olímpicos); 
 inserção de conteúdo de ensino (aborda determinado assunto, como, por exemplo, um 
documentário sobre o uso de esteroides anabólicos). 
Sugere-se que o uso das mídias (celulares, computadores, tablets, jornais, revistas e 
televisão) nas aulas de Educação Física deve: 
 partir de um tema atual e de interesse dos alunos; 
 utilizar matérias curtas (de quinze a vinte minutos no máximo) ou fragmentá-las em 
várias aulas, se forem mais longas; 
 prever que o professor assista/leia atentamente as matérias antes de apresentá-las aos 
alunos, a fim de verificar a veracidade das informações); 
 combinar o uso da mídia com a vivência corporal sempre que possível; 
 instaurar um processo de discussão, debate e reflexão, buscando relacionar a mídia com 
a vivência dos alunos, com outros aspectos da cultura corporal de movimento, com 
contextos históricos passados e presentes e com dados científicos. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
31 
2. Análise das afirmativas e padrão de resposta INEP 
 
Questão 7. 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A mídia e a indústria cultural esportiva, muitas vezes, incentivam a 
população a ser expectadora esportiva e consumidora de produtos esportivos. 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. As aulas de Educação Física com enfoque esportivo contribuem para a 
reafirmação do esporte como conteúdo principal da Educação Física escolar. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A reflexão crítica da Educação Física na escola implica debater os temas 
relativos à indústria esportiva com os alunos. 
 
IV – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A prática pedagógica do esporte na escola favorece a convivência social e a 
formação de alunos críticos. 
 
Alternativa correta: E. 
 
Questão 8. 
 
O aluno deverá redigir duas estratégias observando os pressupostos mencionados a seguir. 
Os professores de Educação Física precisam estar preparados para assumir o papel de 
mediadores críticos do processo de recepção dos/as alunos/as tornando-se, explicita e 
intencionalmente, protagonistas num contexto de mediação que se interpõe entre os/as 
alunos/as e as mídias. Ainda, o aluno deve mencionar que o professor de Educação Física 
deve refletir criticamente sobre as repercussões da mídia na Educação Física escolar. Desta 
forma, o professor e a escola devem educar na linguagem audiovisual característica da TV, 
ensinar os mecanismos técnicos e econômicos de funcionamento do meio, oferecer 
orientação e recursos para a análise crítica dos programas, e educar com o meio, ou seja, 
incorporar a linguagem audiovisual da TV à sala de aula para otimizar o processo de ensino 
e aprendizagem. 
Dentre os recursos podem ser citados: uso de aparelho celular, tabletes, computadores, 
jornais, revistas, TV; uso e produção de material de audiovisual e mídias em geral, com 
finalidade pedagógica; uso de jogos eletrônicos articulados aos conteúdos das práticas 
corporais, com finalidade pedagógica. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
32 
É preciso propor metodologias adequadas para a efetiva incorporação, de modo crítico e 
criativo, das produções das mídias ao ensino da Educação Física. Uma possibilidade é propor 
uma metodologia que se inicia com a expressão espontânea das reações geradas pelas 
imagens. O aluno também pode mencionar que é possível associar as produções da mídia às 
aulas “tradicionais”, fazendo referências às imagens e eventos esportivos transmitidos pela 
TV, utilizando matérias e programas previamente gravados da TV aberta e por assinatura, 
vídeos produzidos para finalidades educacionais, matérias sobre a cultura corporal de 
movimento publicadas em jornais e revistas. Ainda, outra estratégia consiste em apreender 
a linguagem específica da TV e aprender a interpretar criticamente o discurso desta mídia 
sobre a cultura corporal, em busca de sentidos mais profundos. 
Disponível em <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/padrao_resposta/2017/ 
Pad_Resp_Educacao_Fisica_Licenciatura.pdf>. Acesso em 09 out. 2019. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BETTI, M. Mídias: aliadas ou inimigas da Educação Física escolar? Motriz, Rio Claro, v.7, 
n.2, p.125-129, 2001. 
 BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais. 
Educação Física, 3º e 4º ciclos. Brasília: MEC, 1998. 
 DINIZ, I. K. S. et al. Os usos da mídia em aulas de Educação Física escolar: 
possibilidades e dificuldades. Movimento, Porto Alegre, v.18, n.3, p.183-202, 2012. 
 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
33 
Questão 9 
Questão 9.9 
É tarefa da Educação Física preparar o aluno para ser um praticante lúcido e ativo, que incorpore o 
esporte e os demais componentes da cultura corporal em sua vida, para deles tirar o melhor proveito 
possível. Tal ato implica também compreender a organização institucional da cultura corporal em 
nossa sociedade; é preciso prepará-lo para ser um consumidor do esporte-espetáculo, o que requer 
o desenvolvimento de uma reflexão crítica do sistema esportivo profissional. 
BETTI, M.; ZULIANI, L. R. Educação Física escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de 
Educação Física e esporte, São Paulo, n.1, p.73-81, 2002 (com adaptações). 
 
Com base no texto, avalie as afirmativas. 
I. As aulas de Educação Física na educação básica devem instrumentalizar o aluno para 
uma apreciação estética e técnica, bem como fornecer as informações políticas, 
históricas e sociais para que ele possa analisar criticamente a violência, o doping, os 
interesses políticos e econômicos no esporte. 
II. É preciso formar o aluno para que, diante de situação de adesão aos programas de 
atividades físicas oferecidas ao público em geral, ele possa avaliar a qualidade do que é 
oferecido e identificar as práticas que melhor promovam sua saúde e bem-estar. 
III. É preciso preparar o leitor/espectador para analisar criticamente as informações que 
recebem dos meios de comunicação a respeito da cultura corporal de movimento. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. III, apenas. 
C. I e II, apenas. 
D. II e III, apenas. 
E. I, II e III. 
 
1. Introdução teórica 
 
Finalidades da Educação Física 
 
A Educação Física como componente curricular da educação básica deve introduzir e 
integrar o aluno na cultura corporal de movimento, a fim de formar o cidadão que vai 
produzi-la, reproduzi-la e transformá-la. A disciplina também deve proporcionar condições 
para que o aluno usufrua do jogo, do esporte, das ginásticas, das atividades rítmicas e da 
dança em benefício da qualidade de vida. 
 
9Questão 29 – Enade 2017. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
34 
Ressalta-se que não é suficiente aprender apenas habilidades motoras e desenvolver 
capacidades físicas. O aluno deve aprender os fundamentos técnicos e táticos, e também 
deve aprender a organizar-se socialmente para praticar, compreender as regras (interpretar 
as regras e aplicá-las por si próprio) e respeitar o adversário como companheiro e não como 
inimigo. 
A Educação Física deve preparar o aluno para ser um praticante lúcido e ativo, que 
incorpore a cultura corporal de movimento em sua vida. Desse modo, o aluno deve 
compreender a organização institucional da cultura corporal na sociedade e estar preparado 
para ser um consumidor do esporte-espetáculo, com visão crítica do sistema esportivo 
profissional. 
A Educação Física deve assumir a responsabilidade de formar um cidadão crítico que 
se posicione diante do esporte-espetáculo dos meios de comunicação, das atividades de 
academia e das práticas alternativas. 
Além disso, a Educação Física pode: 
 conduzir o aluno a descobrir motivos e sentidos nas práticascorporais; 
 favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas em relação às atividades corporais e a 
aprendizagem de comportamentos adequados; 
 prover conhecimento, compreensão e análise de dados científicos e filosóficos 
relacionados à cultura corporal de movimento. 
Por fim, a Educação Física deve conduzir o aluno a uma reflexão crítica para 
autonomia no usufruto da cultura corporal de movimento. 
 
2. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A Educação Física deve proporcionar ao aluno condições para apreciar 
estética e tecnicamente a cultura corporal. Deve fornecer informações políticas, históricas e 
sociais para que o aluno analise criticamente a violência, o doping e os interesses políticos e 
econômicos no esporte. 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. É necessário preparar o aluno que entrar em programas de atividades 
físicas em instituições públicas e privadas. O aluno deve apresentar conhecimentos para 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
35 
avaliar a qualidade do que é oferecido e identificar as práticas que promovam sua saúde e 
bem-estar. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O aluno deve estar preparado para refletir criticamente sobre as 
informações que recebe dos meios de comunicação a respeito da cultura corporal de 
movimento. 
 
Alternativa correta: E. 
 
3. Indicação bibliográfica 
 
 BETTI, M.; ZULIANI, L. R. Educação Física escolar: uma proposta de diretrizes 
pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e esporte, São Paulo, v.1, n.1, p.73-
81, 2002. Disponível em <http://editorarevistas.mackenzie.br/ 
index.php/remef/article/viewFile/1363/1065>. Acesso em 11 out. 2019. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
36 
Questão 10 
Questão 10.10 
Atualmente, entende-se como um importante objetivo da Educação Física no ambiente escolar a 
inserção e a intervenção do aluno na esfera da cultura corporal e movimento. Existe um vasto 
repertório de movimentos acumulados historicamente durante todo o processo de desenvolvimento 
humano, manifestando-se por meio do jogo, do esporte, da ginástica, das atividades rítmicas e 
expressivas, da luta, da capoeira, além de outras modalidades esportivas. E é justamente o direito 
do aluno a esse conhecimento que se defende, com a possibilidade de que ele tenha condições de 
usufruir, partilhar, produzir, reproduzir e transformar toda e qualquer forma de manifestação da 
cultura corporal de movimento. 
BARROSA, A. L. R. et al. Objetivo, conteúdos, metodología e avaliação. In: DARIDO, S. C. (Org). Educação Física escolar: 
compartilhando experiências. São Paulo: Phorte editora, 2011 (com adaptações). 
 
A partir da ideia de cultura corporal de movimento, elabore um texto que apresente três 
objetivos a serem atingidos pela Educação Física ao longo da educação básica, de acordo 
com os blocos de conteúdos dos Parâmetros Curriculares Nacionais. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1 Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) 
 
Em 1994, o Ministério da Educação e do Desporto, por meio da Secretaria de Ensino 
Fundamental, mobilizou um grupo de pesquisadores e professores para elaborar os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Em 1997, foram lançados os documentos do 1º 
ciclo e do 2º ciclo (1ª série a 4ª série do Ensino Fundamental) e, em 1998, os documentos 
relativos ao 3º ciclo e ao 4º ciclo (5ª série a 8ª série), incluindo um documento específico 
para a Educação Física (BRASIL, 1998). 
Em 1999, os PCN do Ensino Médio foram publicados por uma equipe diferente, e a 
supervisão ficou sob responsabilidade da Secretaria de Educação Média e Tecnológica, do 
Ministério da Educação e do Desporto (BRASIL, 1999). 
Os objetivos dos Parâmetros Nacionais Curriculares são: 
 subsidiar a elaboração ou a versão curricular dos estados e municípios; 
 dialogar com as propostas e as experiências existentes; 
 incentivar a discussão pedagógica das escolas e a elaboração de projetos educativos; 
 servir de material de reflexão para a prática dos professores. 
Os PCNs são compostos pelos seguintes documentos: 
 texto introdutório; 
 
10Questão discursiva 3 – Enade 2017. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
37 
 texto com temas transversais (saúde, meio ambiente, ética, pluralidade cultural, 
orientação sexual, trabalho e consumo); 
 textos que abordam o tratamento a ser oferecido em cada um dos componentes 
curriculares. 
O documento da área de Educação Física para o 3º e 4º ciclos (5ª a 8ª séries) 
defende que a Educação Física na escola é responsável pela formação de alunos capazes de 
(BRASIL, 1998): 
 participar de atividades corporais (com atitudes de respeito mútuo, dignidade e 
solidariedade); 
 conhecer, respeitar e valorizar as manifestações da cultura corporal; 
 adotar hábitos saudáveis e relacioná-los com os efeitos sobre a saúde; 
 conhecer a diversidade de padrões de beleza, saúde e desempenho que existe na 
sociedade; 
 analisar criticamente os padrões divulgados pela mídia; reivindicar, organizar e interferir 
no espaço de maneira autônoma. 
Os PCN da área de Educação Física apresentam três aspectos relevantes para 
melhoria da qualidade da aula (DARIDO, 2003): 
 o princípio da inclusão; 
 as dimensões dos conteúdos (atitudinais, conceituais e procedimentais); 
 os temas transversais. 
O princípio da inclusão propõe que a Educação Física seja ambiente para todos os 
alunos, sem discriminação. As dimensões dos conteúdos ressaltam a articulação entre 
aprender a fazer, saber o porquê fazer e como relacionar-se nesse fazer. Os temas 
transversais propõem o relacionamento das atividades da Educação Física com os problemas 
da sociedade brasileira. 
Assim, as questões sociais devem ser incluídas no cotidiano da escola e abordadas 
por um tratamento didático que contemple sua complexidade e sua dinâmica, de modo a 
contribuir com a aprendizagem, a reflexão e a formação do cidadão crítico (DARIDO, 2003). 
 
1.2. Conteúdos de ensino 
 
O desenvolvimento dos conteúdos de ensino está relacionado com o projeto 
pedagógico de cada escola. 
Os conteúdos estão organizados em três blocos: 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
38 
 conhecimentos sobre o corpo; 
 esportes, jogos, lutas e ginásticas; 
 atividades rítmicas e expressivas. 
Os três blocos estão articulados entre si, apresentam conteúdos em comum, mas 
guardam especificidades, apresentadas a seguir (BRASIL, 1998). 
 
1.2.1. Conhecimentos sobre o corpo 
 
O bloco de conhecimentos sobre o corpo aborda os conhecimentos que subsidiam as 
práticas corporais expressas nos outros dois blocos e que provêm recursos para o indivíduo 
gerar sua atividade corporal de forma autônoma. 
Compreende-se o corpo como um organismo integrado que interage com o meio 
físico e cultural, que sente dor, alegria, prazer, medo, frustração etc. Para conhecer o corpo, 
são abordados os conhecimentos anatômicos, fisiológicos, biomecânicos e bioquímicos que 
capacitam a análise crítica dos programas de atividade física e dos critérios para escolher e 
realizar atividades corporais saudáveis. 
Os conteúdos desse bloco devem estar contextualizados com as atividades 
desenvolvidas e, assim, adquirem sentido na abordagem de conceitos, atitudes e 
procedimentos relativos ao fazer, ao compreender, ao sentir e ao falar sobre as 
possibilidades corporais. 
Os conhecimentos anatômicos referem-se à estrutura muscular e óssea e são 
abordados pela percepção do próprio corpo, como, por exemplo, os ossos e os músculos 
envolvidos nos diferentes movimentos e nas diferentes posições. 
Os conhecimentos de fisiologia abordam a compreensão das alterações que ocorrem 
durante a atividade física (frequência cardíaca e perda de água e de calorias) e das 
alterações que ocorrem a longo prazo (melhora dacondição cardiorrespiratória, aumento da 
massa muscular e da flexibilidade e diminuição de tecido adiposo). 
Os conhecimentos em bioquímica abordam conteúdos que subsidiam a fisiologia: 
processos metabólicos de produção de energia, reposição de nutrientes. 
Os conhecimentos em biomecânica estão relacionados à anatomia e contemplam a 
adequação dos hábitos posturais e gestuais. 
 
 
 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
39 
1.2.2. Esportes, jogos, lutas e ginásticas 
 
De acordo com os PCN, esportes são as práticas que apresentam regras com caráter 
oficial e competitivo, organizadas em federações que regulamentam a atuação amadora e a 
atuação profissional. Envolvem espaços e equipamentos sofisticados, como campos, 
piscinas, pistas, bicicletas e ginásios. São exemplos os Jogos Olímpicos e a Copa do mundo 
de futebol, amplamente divulgados pela mídia, o que permite a apreciação por diversos 
grupos sociais e culturais. 
Os jogos apresentam maior flexibilidade nas regulamentações, adaptadas de acordo 
com o espaço e o material disponíveis e com o número de participantes, entre outros. São 
exercidos com um caráter competitivo, cooperativo ou recreativo, em situações festivas, 
comemorativas, de confraternização ou como passatempo. Incluem-se entre os jogos as 
brincadeiras regionais, os jogos de salão, de mesa, de tabuleiro, de rua e as brincadeiras 
infantis. 
As lutas são disputas em que o oponente deve ser subjugado por meio de técnicas e 
estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de determinado espaço na 
combinação de ações de ataque e defesa. Há regulamentação específica para punir atitudes 
de violência e de deslealdade. São exemplos as brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-
ferro e as práticas como capoeira, judô e caratê. 
As ginásticas são técnicas de trabalho corporal com finalidades diversas. Podem ser 
realizadas como preparação para outras modalidades, como relaxamento e manutenção ou 
recuperação da saúde, ou de forma recreativa, competitiva e de convívio social. Podem 
envolver a utilização de materiais e aparelhos e ocorrer em espaços fechados ou abertos. 
 
1.2.3. Atividades rítmicas e expressivas 
 
Todas as práticas da cultura corporal de movimento apresentam expressividade e 
ritmo. A expressividade é constituída por códigos simbólicos que possibilitam a comunicação 
por gestos e posturas. O ritmo engloba desde a respiração até a execução de movimentos 
mais complexos, que requerem ajuste no espaço e no tempo. 
O bloco de atividades rítmicas e expressivas inclui manifestações da cultura corporal 
em que há expressão e comunicação por meio dos gestos na presença de ritmos, sons e 
música para a construção da expressão corporal. São exemplos desse bloco as danças, as 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
40 
mímicas e as brincadeiras cantadas, como capoeira, samba, bumba-meu-boi, maracatu, 
frevo, afoxé, catira, baião, xote e xaxado, entre outras manifestações. 
 
1.3. Seleção de conteúdos de ensino 
 
Finalmente, a seleção dos conteúdos pelo professor de Educação Física deve 
considerar (RONCHI, 2010): 
 a participação dos educandos no planejamento, na execução e na avaliação das 
atividades; 
 a valorização da cultura popular; 
 a programação de atividades coerentes com a realidade em que a criança está inserida; 
 o incentivo à pesquisa, à observação, à reflexão e à expressão crítica; 
 o desestímulo à competição que supervaloriza o vencedor; 
 a seleção de atividades motivadoras, alegres e lúdicas que incentivem a participação de 
todos. 
 
2. Padrão de resposta do INEP 
 
O texto do estudante deverá apresentar três objetivos que sejam propostos com as 
características a seguir. 
 Estar situado na abordagem da cultura corporal de movimento, ou seja, o objetivo 
pressupõe levar em consideração o senso crítico e reflexivo e a formação cidadã. 
 Explicitar ao menos um dos elementos do saber: técnico (regras e/ou fundamentos), 
psicológico (como motivação, autoestima, afeto, aceitação), cognitivo, fisiológico, social 
(interação), estético, ético e moral (cooperativo e solidário). 
 Explicitar ao menos uma das dimensões dos conteúdos de ensino: conceitual, 
procedimental e atitudinal. 
 Ter como objeto de trabalho pedagógico ou intervenção algum conteúdo de ensino 
presente nos blocos de conteúdo dos PCN’s, a saber: 
o o bloco dos jogos, esportes, ginásticas e lutas; 
o o bloco das atividades rítmicas e expressivas, que inclui a dança, a expressão 
corporal e demais atividades representativas; 
o o bloco relacionado aos conhecimentos sobre o corpo, que remete aos 
pressupostos fisiológicos, anatômicos, biomecânicos e biológicos do movimento 
humano. 
Disponível em <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/padrao_resposta/2017/ 
Pad_Resp_Educacao_Fisica_Licenciatura.pdf>. Acesso em 16 out. 2019. 
 
 
 
 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
41 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais. 
Educação Física, 3º e 4º ciclos. Brasília: MEC, 1998. 
 BRASIL. MEC. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA. Parâmetros 
Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC, 1999. 
 DARIDO, S. C. Educação Física na escola – questões e reflexões. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2003. 
 RONCHI, A. M. A transformação didático-pedagógica do esporte na Educação Física 
escolar. Especialização em Educação Física escolar. Universidade do Extremo Sul 
Catarinense, Criciúma, 2010. 
Material Específico – Educação Física - tomo XI – CQA/UNIP 
42 
ÍNDICE REMISSIVO 
 
Questão 1 Nível de motivação. Teoria do U invertido. 
Questão 2 Educação Física adaptada. Inclusão. 
Questão 3 Conteúdos de ensino. Dimensões conceitual, procedimental e atitudinal. 
Questão 4 Conteúdos de ensino. Dimensões conceitual e procedimental. 
Questão 5 Abordagens pedagógicas. Abordagem crítico-emancipatória. 
Questão 6 
Abordagens pedagógicas. Abordagens desenvolvimentista, psicomotora, 
crítico-superadora e crítico-emancipatória. 
Questão 7 Abordagem pedagógica crítica. Mídia. 
Questão 8 Mídia. Educação Física escolar. 
Questão 9 Finalidades da Educação Física. 
Questão 10 Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).

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