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Variedades Linguísticas e Situações de Uso

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Competência de área 8 – Compreender e usar a 
língua portuguesa como língua materna, 
geradora de significação e integradora da 
organização do mundo e da própria identidade.
H25 - Identificar, em textos de diferentes gêneros, 
as marcas linguísticas que singularizam as 
variedades linguísticas sociais, regionais e de 
registro.
H26 - Relacionar as variedades linguísticas a 
situações específicas de uso social.
H27 – Reconhecer os usos da norma padrão da 
língua portuguesa nas diferentes situações de 
comunicação.
Níveis de linguagem são as variedades linguísticas, formais ou
informais, que existem no sistema de uma língua (exemplos:
língua oral popular, língua oral culta, língua escrita, gíria etc.).
Neste sentido um nível não é superior ao outro, todos
fazem parte do sistema geral da língua e cada um deles serve
à sua finalidade.
A língua popular é aquela usada espontânea e 
fluentemente pelo povo.
A língua culta é aquela ensinada nas escolas e
serve de veículo à cultura e às ciências.
Gíria não é língua popular, como pensam alguns, 
mas apenas um estilo que se integra à língua 
popular. 
A linguagem cotidiana ou coloquial é informal,
mas não necessariamente inculta.
A linguagem regional emprega palavras, 
expressões e construções gramaticais 
características da região à qual pertence.
As falas de Jon e Garfield 
correspondem
a) à linguagem coloquial 
informal e à linguagem de 
padrão culto, 
respectivamente.
b) à gíria e à língua literária, 
respectivamente.
c) a duas formas da 
linguagem de padrão culto.
d) a duas formas da gíria 
brasileira.
e) à língua portuguesa do 
Brasil e à de Portugal, res-
pectivamente.
As diferentes esferas sociais de 
uso da língua obrigam o falante a 
adaptá-la a variadas situações 
de comunicação.
Uma das marcas linguísticas que 
configuram a linguagem oral 
informal usada entre avô e neto 
neste texto é
a) opção pelo emprego da forma 
verbal “era” em lugar de “foi“.
b) a ausência de artigo antes da 
palavra “árvore”.
c) o emprego da redução “tá” em 
lugar da forma verbal “está”.
d) o uso da contração “desse” 
em lugar da expressão “de 
esse“.
e) a utilização do pronome “que” 
em início de frase exclamativa.
Aí, Galera (Luís Fernando Veríssimo)
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador 
de futebol dizendo “estereotipação” ? E, no entanto, por que não?
- Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
-Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos 
seus lares.
- Como é?
- Aí, galera.
- Quais são as instruções do técnico?
- Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia
otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos 
um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação 
momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
- Ahn?
- É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.
- Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
- Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma 
pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
- Pode.
- Uma saudação para a minha progenitora.
- Como é?
- Alô, mamãe!
- Estou vendo que você é um, um...
- Um jogador que confunde o entrevistador,
pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de 
expressão e assim sabota a estereotipação?
- Estereoquê?
- Um chato?
- Isso. (Correio Braziliense, 13/05/1998.)
O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa 
do público. São elas:
(A) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e 
a saudação final dirigida à sua mãe.
(B) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da 
entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito 
rebuscado.
(C) o uso da expressão “galera” , por parte do entrevistador, e da 
expressão “progenitora” , por parte do jogador.
(D) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra 
“estereotipação” , e a fala do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra 
cima pra pegá eles sem calça” .
(E) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação
e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo.
O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada 
ao contexto. Considerando as diferenças entre língua oral e língua 
escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da 
linguagem usada ao contexto:
(A) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” - um pedestre 
que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.
(B) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” - um jovem que fala para um 
amigo.
(C) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” -
alguém comenta em uma reunião de trabalho.
(D) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de 
Secretária Executiva desta conceituada empresa” - alguém que escreve 
uma carta candidatando-se a um emprego.
(E) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente 
corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos 
lares brasileiros” - um professor universitário em um congresso 
internacional.
A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser 
substituída, sem comprometimento de sentido, em 
língua
culta, formal, por:
(A) pegá-los na mentira.
(B) pegá-los desprevenidos.
(C) pegá-los em flagrante.
(D) pegá-los rapidamente.
(E) pegá-los momentaneamente
“Precisa-se nacionais sem nacionalismo, [...] movidos pelo presente 
mas estalando naquele cio racional que só as tradições maduram! 
[...] Precisa-se gentes com bastante meiguice no sentimento, 
bastante força na peitaria, bastante paciência no entusiasmos e 
sobretudo, oh! sobretudo bastante vergonha na cara!
[...] Enfim: precisa-se brasileiros! Assim está escrito no anúncio 
vistoso de cores desesperadas pintando sobre o corpo do nosso 
Brasil camaradas”.
(Jornal A Noite, São Paulo, 18/12/1925 apud Telê P. Ancona Lopez. 
Mário de Andrade: ramais e caminhos. São Paulo, Duas Cidades, 
1972.)
No trecho acima, Mário de Andrade dá forma a um dos itens 
do ideário modernista, que é o de firmar a feição de uma 
língua mais autêntica, “brasileira”, ao expressar-se numa 
variante da linguagem popular identificada pela (o).
a) escolha de palavras com cio, peitaria, vergonha.
b) emprego de pontuação.
c) repetição do adjetivo bastante.
d) concordância empregada em “Assim está escrito”.
e) escolha de construção do tipo “precisa-se gentes”.
O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico habitante da zona 
rural, comumente chamado de “roceiro” ou “caipira”. Considerando a sua fala, 
essa tipicidade é confirmada primordialmente pela
a) transcrição da fala característica de áreas rurais.
b) redução do nome “José” para “Zé”, comum nas comunidades rurais.
c) emprego de elementos que caracterizam sua linguagem como coloquial.
d) escolha de palavras ligadas ao meio rural, incomuns nos meios urbanos.
e) utilização da palavra “coisa”, pouco frequente nas zonas mais urbanizadas.
Assinale o trecho do diálogo 
que apresenta um registro 
informal, ou coloquial, da 
linguagem.
a) “Tá legal, espertinho! Onde 
é que você esteve?!”
b) “E lembre-se: se você 
disser uma mentira, os seus 
chifres cairão!”
c) “Estou atrasado porque 
ajudei uma velhinha a 
atravessar a rua...”
d) “...e ela me deu um anel 
mágico que me levou a um 
tesouro”
e) “mas bandidos o roubaram 
e os persegui até a Etiópia, 
onde um dragão...”
"A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muito,
De plumagens mui vistosas.Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui".
MENDES, Murilo. "Murilo Mendes - poesia 
completa e prosa." Rio de Janeiro: Nova 
Aguilar 1994.
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-
se nesse poema, criando um efeito de 
contraste, como ocorre em:
a) A terra é mui graciosa / Tem macaco até 
demais
b) Salvo o devido respeito / Reforçai, 
Senhor, a arca
c) A gente vai passear / Ficarei muito 
saudoso
d) De plumagens mui vistosas / Bengala de 
castão de oiro
e) No chão espeta um caniço / Diamantes 
tem à vontade
VÍCIO NA FALA
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados
(Oswald de Andrade)
Sobre o texto, é incorreto dizer que
a) demonstra, através dos exemplos milho – mio, melhor
– mió, pior – pió, que a língua popular, aparentemente
caótica, obedece a um sistema. 
b) registra um tipo de fala “caipira”, de acordo com uma
das propostas da primeira fase do Modernismo – a
busca do que seria uma “língua brasileira”.
c) o título “Vício na fala” é irônico, pois pode ser entendi 
-
do como uma alusão ao purismo linguístico defendido
pelos conservadores e “puristas”, preocupados com a
“correção” gramatical. 
d) a suposta inadequação da fala, considerada grama -
ticalmente errada, não impede a eficácia da ação, já
que as pessoas continuam “fazendo telhados”.
e) versa sobre a ineficiência dos primeiros colonos
chegados ao Brasil, que eram despreparados, rudes
e ignorantes a ponto de serem incapazes até de
comunicação.
O problema enfrentado pelo migrante e o sentido da expressão "sustança" 
expressos nos quadrinhos, podem ser, respectivamente, relacionados a
a) rejeição / alimentos básicos.
b) discriminação / força de trabalho.
c) falta de compreensão / matérias-primas.
d) preconceito / vestuário.
e) legitimidade / sobrevivência.
Em “Meu ficante não para de me ligar”, o termo ficante
representa:
a) Estrangeirismo, visto não ter sido incorporado nos 
dicionários mais recentes.
b) Onomatopeia, porque foi criado levando em conta os sons 
naturais.
c) Gíria, porque tem vida curta e já não comunica nada entre 
as gerações mais novas.
d) Arcaísmo, por ter sido próprio de gerações mais velhas.
e) Neologismo, por ter sido criado a partir da gíria ficar.
Carnavália
Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por mim?
[...]
ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).
No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a junção 
coração + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a 
elementos que compõem uma escola de samba e à situação 
emocional em que se encontra o autor da mensagem, com o coração 
no ritmo da percussão.
Essa palavra corresponde a um(a)
a) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos 
originados em outras línguas e representativos de 
outras culturas.
b) neologismo, criação de novos itens linguísticos 
pelos mecanismos que o sistema da língua 
disponibiliza.
c) gíria, que compõe uma linguagem originada em 
determinado grupo social e que pode vir a se 
disseminar em uma comunidade mais ampla.
d) regionalismo, por ser palavra característica de 
determinada área geográfica.
e) termo técnico, dado que designa elemento de 
área específica de atividade.
(Enem 2002)
Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] 
para que palavras como shopping center, delivery e drive-through sejam proibidas em 
nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo 
ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho 
sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para a preservação da 
soberania nacional, a saber:
........
Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer "Tu vai" em espaços públicos do 
território nacional;
Nenhum cidadão paulista poderá dizer "Eu lhe amo" e retirar ou acrescentar o plural em 
sentenças como "Me vê um chopps e dois pastel";
..........
Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra "borraxaria" e nenhum 
dono de banca de jornal anunciará "Vende-se cigarros";
..........
Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como 
"casar-me-ei" ou "ver-se-ão".
PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8/04/2001.
No texto acima, o autor:
a) mostra-se favorável ao teor da proposta por entender 
que a língua portuguesa deve ser protegida contra 
deturpações de uso.
b) ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam 
determinados usos regionais e socioculturais da língua.
c) denuncia o desconhecimento de regras elementares de 
concordância verbal e nominal pelo falante brasileiro.
d) revela-se preconceituoso em relação a certos registros 
linguísticos ao propor medidas que os controlem.
e) defende o ensino rigoroso da gramática para que todos 
aprendam a empregar corretamente os pronomes.
Compare os
fragmentos de textos:
(...) “Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
(...) Me dá um cigarro”.
(Oswald de Andrade, Pronominais)
“Te ponho na cadeia!”
“Te cuida, Sousa Cruz!”
(Revista Veja, de 20/9/2000)
Neles há um desvio da norma culta muito utilizado pela população. Os 
escritores modernistas, com o objetivo de reduzir a distância entre
a linguagem falada e a escrita, também fizeram uso desse desvio 
relativo à
a) colocação pronominal.
b) concordância verbal.
c) regência verbal.
d) concordância nominal.
e) acentuação.
SKETCHES
Dois homens tramando um assalto.
— Valeu, mermão? Tu traz o berro que nóis vamo rendê o caixa 
bonitinho. Engrossou, enche o cara de chumbo. Pra arejá.
— Podes crê. Servicinho manero. É só entrá e pegá.
— Tá com o berro aí?
— Tá na mão.
Aparece um guarda.
— Ih, sujou. Disfarça, disfarça…
O guarda passa por eles.
— Discordo terminantemente. O imperativo categórico de Hegel 
chega a Marx diluído pela fenomenologia de Feurbach.
— Pelo amor de Deus! Isso é o mesmo que dizer que Kierkegaard
não passa de um Kant com algumas sílabas a mais. Ou que os 
iluministas do século 18…
O guarda se afasta.
— O berro, tá recheado?
— Tá.
— Então vamlá!
(Luis Fernando Verissimo)
Ao tramarem o assalto, as duas personagens do texto 
dialogam usando um registro de linguagem; quando o 
guarda passa, disfarçam utilizando outro. Os dois
níveis de linguagem são, respectivamente,
a) gíria e linguagem regional.
b) linguagem coloquial e linguagem regional.
c) gíria e linguagem culta.
d) linguagem culta e linguagem popular.
e) linguagem regional e gíria.
Não tem tradução
[...]
Lá no morro, se eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francês e do inglês
A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
[...]
Essa gente hoje em dia que tem mania de exibição
Não entende que o samba não tem tradução no idioma
francês
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia é brasileiro, já passou de português
Amor lá no morro é amor pra chuchu
As rimas do samba não são I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone
ROSA, N. in: SOBRAL, João J. V. A tradução dos bambas Revista 
Língua Portuguesa. Ano 4, n.° 54. São Paulo. Segmento. abr. 2010 
(fragmento).
As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila Isabel, 
apesar de revelarem uma aguçada preocupação do artista com 
seu tempo e com as mudanças políticoculturais no Brasil, no início 
dos anos 1920, ainda são modernas. Nesse fragmento do samba 
Não tem tradução, por meio do recurso da metalinguagem, o 
poeta propõe
a) incorporar novos costumes de origem francesa e americana, 
juntamente com vocábulos estrangeiros.
b) respeitar e preservar o português padrão como forma de
fortalecimento do idioma do Brasil.
c) valorizara fala popular brasileira como patrimônio linguístico e 
forma legítima de identidade nacional.
d) mudar os valores sociais vigentes à época, com o advento
do novo e quente ritmo da música popular brasileira.
e) ironizar a malandragem carioca, aculturada pela invasão de 
valores étnicos de sociedades mais desenvolvidas.
(ENEM) Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-
lo? Cliente – Estou interessado em financiamento para 
compra de veículo. 
Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de 
crédito. O senhor é nosso cliente? 
Cliente – Sou Júlio Cesar Fontoura, também sou 
funcionário do banco. 
Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá 
em Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de 
Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma. 
BORTONI-RICARDO, S.M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).
Na representação escrita da conversa telefônica entre a 
gerente do banco e o cliente, observa-se que a maneira 
de falar da gerente foi alterada de repente devido 
a) à adequação de sua fala à conversa com um amigo, 
caracterizada pela informalidade. b) à iniciativa do 
cliente em se apresentar como funcionário do banco. 
c) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia 
(Minas Gerais). 
d) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu 
nome completo. 
e) ao seu interesse profissional em financiar o veículo de 
Júlio. 
(ENEM) 
Iscute o que tô dizendo,
Seu dotô, seu coroné: 
De fome tão padecendo 
Meus fio e minha muié. 
Sem briga, questão nem guerra, 
Meça desta grande terra 
Umas tarefa pra eu! 
Tenha pena do agregado 
Não me dêxe deserdado 
PATATIVA DO ASSARÉ. A terra é naturá. In: Cordéis e outros poemas. 
Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2008
A partir da análise da linguagem utilizada no poema, 
infere-se que o eu lírico revela-se como falante de uma 
variedade linguística específica. Esse falante, em seu 
grupo social, é identificado como um falante 
a) escolarizado proveniente de uma metrópole. 
b) sertanejo morador de uma área rural. 
c) idoso que habita uma comunidade urbana. 
d) escolarizado que habita uma comunidade do interior 
do país. 
e) estrangeiro que imigrou para uma comunidade do sul 
do país. 
Em Pasárgada tem tudo (...) 
Tem telefone automático 
Tem alcaloide à vontade 
Tem prostitutas bonitas
(FATEC) – Assinale a alternativa em que a substituição 
desse verbo se faz de acordo com a língua culta. 
a) Deve haver telefone automático / Existe prostitutas 
bonitas 
b) Há alcaloide à vontade / Há prostitutas bonitas 
c) Existe telefone automático / Deve existir prostitutas 
bonitas 
d) Deve haver tudo / Devem haver prostitutas bonitas 
e) e) Existe alcaloide à vontade / Existe prostitutas 
bonitas
ATÉ QUANDO? 
Não adianta olhar pro céu 
Com muita fé e pouca luta 
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer 
E muita greve, você pode, você deve, pode crer 
Não adianta olhar pro chão 
Virar a cara pra não ver 
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque 
Jesus Sofreu não quer dizer que você tenha que 
sofrer! 
(GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo). Rio de 
Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).)
As escolhas linguísticas feitas pelo autor 
conferem ao texto 
a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria 
da internet. 
b) cunho apelativo, pela predominância de 
imagens metafóricas. 
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias. 
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem 
coloquial. 
e) originalidade, pela concisão da linguagem. 
No ano de 1985 aconteceu um acidente muito grave em Angra 
dos Reis, no Rio de Janeiro, perto da aldeia guarani de Sapukai. 
Choveu muito e as águas pluviais provocaram deslizamentos de 
terras das encostas da Serra do Mar, destruindo o Laboratório 
de Radioecologia da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, 
construída em 1970 num lugar que os índios tupinambás, há 
mais de 500 anos, chamavam de Itaorna. O prejuízo foi 
calculado na época em 8 bilhões de cruzeiros. Os engenheiros 
responsáveis pela construção da usina nuclear não sabiam que 
o nome dado pelos índios continha informação sobre a 
estrutura do solo, minado pelas águas da chuva. Só 
descobriram que Itaorna, em língua tupinambá, quer dizer 
‘pedra podre’, depois do acidente. 
FREIRE. J. R. B. Disponível em: www.taquiprati.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012 
(adaptado).
Considerando-se a história da ocupação na região de Angra 
dos Reis mencionada no texto, os fenômenos naturais que a 
atingiram poderiam ter sido previstos e suas consequências 
minimizadas se 
a) o acervo linguístico indígena fosse conhecido e valorizado. 
b) as línguas indígenas brasileiras tivessem sido substituídas 
pela língua geral. 
c) o conhecimento acadêmico tivesse sido priorizado pelos 
engenheiros. 
d) a língua tupinambá tivesse palavras adequadas para 
descrever o solo. 
e) o laboratório tivesse sido construído de acordo com as leis 
ambientais vigentes na época. 
eu gostava muito de passeá… saí com as 
minhas colegas… brincá na porta di casa di 
vôlei… andá de patins… bicicleta… quando eu 
levava um tombo ou outro… eu era a::… a 
palhaça da turma… ((risos))… eu acho que foi 
uma das fases mais… assim… gostosas da 
minha vida foi… essa fase de quinze… dos 
meus treze aos dezessete anos…
(A.P.S., sexo feminino, 38 anos, nível de ensino fundamental. Projeto Fala Goiana, 
UFG. 2010 (inédito).)
Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o 
relato pessoal de A.P.S. como modalidade falada da 
língua é 
a) predomínio de linguagem informal entrecortada por 
pausas. 
b) vocabulário regional desconhecido em outras 
variedades do português. 
c) realização do plural conforme as regras da tradição 
gramatical. 
d) ausência de elementos promotores de coesão entre 
os eventos narrados. 
e) presença de frases incompreensíveis a um leitor 
iniciante
[Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar 
numa loja de roupas desconhecendo certas sutilezas da língua. 
Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos – peça para 
ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é 
camisola – mas não se assuste, porque calcinhas femininas são 
cuecas. (Não é uma delícia?) (Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, n.° 3, 78)
O texto destaca a diferença entre o português 
do Brasil e o de Portugal quanto 
a) ao vocabulário. 
b) à derivação. 
c) à pronúncia. 
d) ao gênero. 
e) à sintaxe.
(FATEC) – Fabiano ouviu o falatório desconexo do 
bêbado, caiu numa indecisão dolorosa. Ele 
também dizia palavras sem sentido, conversava à 
toa. Mas irou-se com a comparação, deu 
murradas na parede. Era bruto, sim senhor, nunca 
havia aprendido, não sabia explicar-se. Estava 
preso por isso? Como era? Então mete-se um 
homem na cadeia porque ele não sabe falar 
direito? (Graciliano Ramos, Vidas Secas.)
(FATEC) – Neste trecho, a expressão “... não sabe falar 
direito?” reforça o ponto de vista predominante do 
narrador, que define 
a) uma ambiguidade muito marcante no 
comportamento de Fabiano. 
b) o conflito entre Fabiano e o Poder representado pelo 
Soldado Amarelo. 
c) o domínio da linguagem culta como capacidade 
primeira que garante ao Homem a defesa do direito 
à liberdade. 
d) a identificação de Fabiano com seu Tomás da 
bolandeira. 
e) a “indecisão dolorosa” de Fabiano em situações que 
não exigiam o domínio da palavra.